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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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07
Nov17

HORRÍVEL -Veja o que acontece quando uma avalanche de lodo destrói por completo um povoado

António Garrochinho




Quando falamos de desastres naturais normalmente pensamos em terremotos ou furacões, mas os movimentos de terras também podem arrasar com populações inteiras, como os grandes deslizamentos que aconteceram no Rio de Janeiro em 2011 e agora, mais recente e precisamente no final do mês de agosto, no pequeno povoado de Bondo, no sul da Suíça, que foi destruído por uma avalanche de lodo, barro e rochas, que ficou registrado em vídeo.

O desastre ficou documentado em vídeo, e ver o movimento do barro enquanto destrói casas, arrasa com carros e move toneladas de terra na sua passagem é algo simplesmente assustador. O evento foi gravado no momento por algumas câmeras de segurança que, milagrosamente, não deixaram de funcionar.


veja os vídeos



A polícia anunciou que várias pessoas tinham desaparecido, após o deslizamento afetar uns 5 quilômetros de território. Centenas de pessoas tiveram que ser evacuadas, além das grandes perdas e prejuízos decorrentes dos em danos de infraestrutura.


Neste outro vídeo é possível comparar mediante tomadas aéreas de um drone como era o povoado antes do desastre, e como ficou após a passagem da avalanche.



www.mdig.com.br
07
Nov17

A queniana Jemima Sumgong, campeã olímpica da maratona nos Jogos Rio2016, foi suspensa por quatro anos depois de ter acusado positivo num controlo antidoping.

António Garrochinho


A queniana Jemima Sumgong, campeã olímpica da maratona nos Jogos Rio2016, foi suspensa por quatro anos depois de ter acusado positivo num controlo antidoping. O anúncio foi feito pela Agência Queniana Antidopagem.
A suspensão de Sumgong tem efeitos desde 3 de abril deste ano. A atleta acusou positivo a eritropoietina (EPO), uma substância proibida no controlo extracompetição realizado em 28 de fevereiro.
Sumgong garante se submeteu a um tratamento num hospital queniano, devido a uma gravidez ectópica e a presença da chamada EPO estará relacionada com a transfusão de sangue e a medicação que tomou. 
A agência antidopagem queniniana rejeitou os argumentos da atleta.

VÍDEO


pt.euronews.com
07
Nov17

A mistura de pintura, escultura e grafite nas telas psicodélicas de Marchal Mithouard (Shaka)

António Garrochinho


O artista plástico francês Marchal Mithouard, a.k.a. Shaka, mistura pintura, escultura e grafite para criar ilustrações que saltam da tela e criam efeitos tridimensionais interessantes, ao mesmo tempo em que usa uma paleta de cores vibrante e quente, dando às figuras (a maioria de retratos) um aspecto psicodélico.

Vejam a mistura de pintura, escultura e grafite nas telas psicodélicas de Marchal Mithouard (Shaka):



Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Multidão multicolorida

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Escultura de cores

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Autorretratos

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Escapada

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Alegoria das ruas - quadro completo

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Detalhes

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

"Fã"

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

"Comportamento Humano"

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

"Jack"

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Mãe e criança

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Retrato esquizofrênico de Benoît Poelvoorde.

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Replicante saindo da tela

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Vermelho

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Espetado

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Loucura

Marchal Mithouard Shaka pintura escultura grafite 3d psicodelico

Adolescente


estou-sem.blogspot.pt
07
Nov17

AS FLORES COMO SE FOSSEM FOGO DE ARTIFÍCIO

António Garrochinho

As flores fotografadas como fogos de artifício de Sarah Illenberger e Sabrina Rynas

Sarah Illenberger é uma artista alemã multidisciplinar, que trabalha em uma área que ela mesmo denomina como uma interseção de arte, design gráfico e fotografia. Com um foco na criação de peças de artesanato usando objetos do dia a dia, Sarah Illenberger cria imagens vívidas que abrem novas perspectivas sobre esses mesmos objetos, transformando materiais comuns em experiências visuais complexas e inesperadas.

E tudo isso pode ser apreciado em sua última série, em parceria com Sabrina Rynas, denominada "Flowerwork" (um trocadilho de firework - fogos de artifício e flower - flor, em inglês). Nela, Sarah Illenberger fez arranjos em um fundo preto, com diversos tipos de flores e plantas, de modo com que as flores se pareçam com fogos de artifício, e esse cenário foi posteriormente fotografado por Sabrina Rynas. O efeito é incrível, em várias fotos, se você não prestar atenção ou enxergá-las de relance, sem focar nos detalhes, vai realmente parecer que as flores são fogos de artifício. Um trabalho excepcional.

Vejam as flores fotografadas como fogos de artifício de Sarah Illenberger e Sabrina Rynas:


Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

Sarah Illenberger fotografia Flowerwork flores como fogos de artifício

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07
Nov17

As surreais e bizarras esculturas em madeira de Yoshitoshi Kanemaki

António Garrochinho


Yoshitoshi Kanemaki é um artista japonês que trabalha com esculturas. Trabalhando com madeira, Yoshitoshi Kanemaki parte de pedaços brutos de troncos de árvores e vai tirando lasca por lasca, esculpindo e depois finalmente pintando as peças, até chegar às figuras que imagina. E a imaginação e criatividade do artista são bem férteis: ele cria figuras surreais como pessoas que aparecem como múltiplas versões de si mesmos em uma única figura, ou como homens abraçados a esqueletos, entre outras interessantes peças.

De fato, Yoshitoshi Kanemaki discute em suas esculturas surreais diversos temas, desde a questão da identidade individual, que pode ser vista nas esculturas em que homens e mulheres exibem múltiplos rostos sobrepostos de maneira bizarra, cada um com uma expressão diferente, em uma metáfora gráfica e em três dimensões das múltiplas identidades que as pessoas carregam invisivelmente no plano psíquico. Ou ainda questionamentos acerca da vida e morte, em sua série Memento Mori, em que coloca esqueletos integrados a pessoas.

Vejam as surreais e bizarras esculturas em madeira de Yoshitoshi Kanemaki:


Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

Yoshitoshi Kanemaki esculturas madeira surreal pessoas múltiplas bizarro

estou-sem.blogspot.pt
07
Nov17

NASCENTE DO RIO DOURO ESTÁ SECA - (inclui vídeo)

António Garrochinho



Nascente do Rio Douro está seca (inclúi vídeo)






Não há vestígios de água a 2150 metros de altitude

Na cidade do Porto ninguém vê o que está a acontecer ao Rio Douro, mas na sua nascente, nos Picos de Urbión, Espanha, o cenário é totalmente diferente, pois não há água a 2150 metros de altitude.
Vários jornais espanhóis, um deles o El Mundo, ouviram alguns testemunhos dos habitantes daquela aldeia do país vizinho e os mesmos não têm dúvidas de uma seca a este nível, revelando preocupação com o Rio Douro.
Ainda de acordo com algumas publicações espanholas, este fenómeno, da seca entre os 2150 e os 1800 metros de altitude, deve-se à falta de chuva naquele local há quase dois meses.



Nas redes sociais surgem também já alguns vídeos onde é possível ver a falta de água na nascente do Rio Douro

VÍDEO




www.jn.pt
07
Nov17

A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador - No mês passado, a atriz e diretora Asia Argento expressou seu desgosto com as críticas do público italiano depois de foram apresentadas acusaç

António Garrochinho


No mês passado, a atriz e diretora Asia Argento expressou seu desgosto com as críticas do público italiano depois de foram apresentadas acusações de estupro contra Harvey Weinstein. Ela disse que a Itália ainda está muito atrás do resto do mundo em sua visão sobre as mulheres. Nesse mesmo sentido, 50 anos atrás, a Itália ficou abalada pela coragem de uma mulher em desafiar o tratamento reservado ao país às vítimas de estupro - cujas lições são infelizmente ainda relevantes.


A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador
Franca Viola
Em 1966, Franca Viola tornou-se a primeira mulher italiana a levar ao tribunal uma tradição cultural e familiar que a conduziria a se casar com seu próprio estuprador. Com os olhos de uma nação sobre ela, a denúncia de seu estuprador tornou-se um grito de liberdade e de alerta para que outras mulheres seguissem seu exemplo.
O sequestro seguido de estupro
A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador
Franca fala à polícia depois de ser resgatada de seus sequestradores. 
Franca cresceu em Alcamo, na Sicília, em uma família de agricultores. Ela namorou Filippo Melodia, um jovem arruaceiro com conexões com a máfia já aos 20 anos, durante seis meses em 1963 antes de rejeitá-lo. No ano seguinte ele foi para a Alemanha, e quando voltou e Franca não quis mais nada com ele, Filippo recorreu a medidas violentas, com a suposição de que a lei lhe daria guarida.
Filippo esperou até que o pai de Franca estivesse na lavoura, invadiu a casa com 15 amigos e a sequestrou. Franca foi mantida prisioneira em uma fazenda remota por mais de uma semana, quando ele a estuprou.
O casamento reparador
A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador
Franca cansada depois do longo depoimento.

Tradicionalmente, havia um código que livraria o criminoso de qualquer pena se mais tarde se juntasse à vítima através de um "casamento reparador", quando o homem seria perdoado por sua violência e a "honra" da mulher estaria restaurada. Esta não era apenas uma tradição informal, mas sim uma exceção explícita no código penal italiano.
Mas Franca não estava muito interessada em reparar sua "honra", senão em reconquistar sua dignidade e levou Filippo aos tribunais por sequestro, violência doméstica e intimidação.
O julgamento
A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador
Franca é protegida da imprensa durante o julgamento. 
O julgamento foi toda uma sensação em Alcamo e além. Multidões reuniram-se debatendo sobre o julgamento, que mais tarde acabou sendo transmitido pelo New York Times com as manchetes mais paternalistas: "Nenhum admirador invoca Franca da Sicília."
A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador
Homens participam de um debate público sobre o julgamento. 
Apesar de ser a figura central desses eventos, a narrativa pública ofuscou os pensamentos e objetivos de Franca sobre o assunto. Reportagens de jornais da época a descreveram como "gentil", "magra" e "bonita", como se ela não tivesse realmente outra coisa importante a mostrar, além de sua beleza.
A condenação
A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador
Franca e seus pais em uma janela do fórum.  
Pese a toda situação de uma sociedade tradicionalista, a história repercutiu demais no mundo todo e Filippo foi finalmente condenado a 11 anos de prisão -mais tarde apelou para dez-, com sete de seus cúmplices recebendo condenações de quatro anos cada um.
A repercussão
A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador
Outros casos que se seguiram ao de Franca.
Uma reportagem de maio de 1967 informava que Franca, a pioneira legal triunfante, parecia "destinada a ser uma solteirona pelo resto da vida".
Em um painel de debate de um programa na televisão italiana, homens locais concordaram unanimemente que Franca tinha mostrado grande coragem, mas que nenhum deles, pessoalmente, tinha coragem de se casar com ela.
NYTimes também observou que "Seu desafio à tradição já fora imitado por pelo menos outras quatro mulheres sicilianas", depois de sua demanda.
No próximo ano, as manchetes não poderiam ter sido mais diferentes
A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador
Franca Viola. 
Em dezembro de 1968, em uma cerimônia realizada no início da manhã para evitar a multidão de curiosos, Franca Viola, então com 20 anos, se casou com um namoradinho de infância, Giuseppe Ruisi, de 25 anos, que era apaixonado por ela.
O presidente italiano enviou 40 dólares como presente de casamento (algo mais ou menos por volta de uns mil reais nos dias atuais) e o ministro dos Transportes do país deu aos recém-casados um mês de passeio de graça pelas ferroviárias.
O fim de Filippo
A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador
Filippo Melodia, com semblante arrogante, e seus cúmplices esperam julgamento atrás das grades. 

Filippo saiu da prisão em 1976, mas acabou sendo expulso da Sicília por seus próprios pares da máfia, que não viam com olhos o crime de estupro.
Como costuma acontecer com a maioria das pessoas de vida desregrada e à margem da lei, ele não durou muito tempo: dois anos depois foi morto a tiros em Modena.
Franca ainda vive em Alcamo com seu marido, dois filhos e netos.
"Viola, Franca", o filme
A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador
Fotograma do filme "Viola, Franca".
A cineasta italiana Marta Savina trouxe a vida de Franca em um curta-metragem de 15 minutos que foi recentemente exibido no Festival de Filmes de Tribeca. Para Marta, "Viola, Franca" foi uma maneira de retratar a valentia de Franca na época. Isso é feito através da expressividade física da atriz principal Claudia Gusmano.
- "Estamos acostumados a pensar em líderes e pessoas que mudam a história como se fossem tipo de pessoas abertas"
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<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div class="separator img-separator" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-NUY4wj6uPvw/WgHKTTEf-fI/AAAAAAAC52w/3keE4F_CgaUfYGfHPjEK75ivI5qQ_nHngCLcBGAs/s1600/Franca_Viola%2B%2528resized%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" rel="noopener"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="1125" src="" data-src="https://1.bp.blogspot.com/-NUY4wj6uPvw/WgHKTTEf-fI/AAAAAAAC52w/3keE4F_CgaUfYGfHPjEK75ivI5qQ_nHngCLcBGAs/s1600/Franca_Viola%2B%2528resized%2529.jpg" class="lazyload-item" /></a></div><div class="separator img-separator" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></div><div class="separator img-separator" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-oPwjVznxIFg/WgHIOsOvTII/AAAAAAAC52c/0eFIUYM0ArQTR3u79cpbjAB288irwrVMACLcBGAs/s1600/farncaviola.jpg" imageanchor="1" style="color: #026ad9; text-decoration-line: none; word-wrap: break-word;" rel="noopener"><img border="0" class="flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" data-original-height="898" data-original-width="1010" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="1010" data-src="https://1.bp.blogspot.com/-oPwjVznxIFg/WgHIOsOvTII/AAAAAAAC52c/0eFIUYM0ArQTR3u79cpbjAB288irwrVMACLcBGAs/s1600/farncaviola.jpg" /></a></div><div class="separator img-separator" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-XLC_g46Kax4/WgHIPfGnjII/AAAAAAAC52g/dB7rFqFjwjgPToFGXGAtsdqicQmPITjSQCLcBGAs/s1600/franca_viola%2B%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="color: #026ad9; text-decoration-line: none; word-wrap: break-word;" rel="noopener"><img border="0" class="flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="1200" data-src="https://1.bp.blogspot.com/-XLC_g46Kax4/WgHIPfGnjII/AAAAAAAC52g/dB7rFqFjwjgPToFGXGAtsdqicQmPITjSQCLcBGAs/s1600/franca_viola%2B%25281%2529.jpg" /></a></div><div class="separator img-separator" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"></div><div style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"></div><table class="thbody" style="background-color: white; border-collapse: collapse; border: none; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px; margin: 1em 0px; table-layout: auto; width: auto !important;"><tbody><tr style="border-bottom: 1px solid rgb(221, 221, 221); break-inside: avoid;"><td style="padding: 0.5em; vertical-align: top; width: auto !important;"><div align="justify">No mês passado, a atriz e diretora Asia Argento <a class="hilight" href="https://nytlive.nytimes.com/womenintheworld/2017/10/19/asia-argento-flees-italy-after-public-condemns-her-for-speaking-out-about-harvey-weinstein/" style="background-color: #f9ffb5; color: #026ad9; cursor: pointer; position: relative; text-decoration-line: none; word-wrap: break-word;" rel="noopener">expressou seu desgosto</a> com as críticas do público italiano depois de foram apresentadas acusações de estupro contra <a href="http://www.bbc.com/portuguese/geral-41601385" style="color: #026ad9; text-decoration-line: none; word-wrap: break-word;" rel="noopener">Harvey Weinstein</a>. Ela disse que a Itália ainda está muito atrás do resto do mundo em sua visão sobre as mulheres. Nesse mesmo sentido, 50 anos atrás, a Itália ficou abalada pela coragem de uma mulher em desafiar o tratamento reservado ao país às vítimas de estupro - cujas lições são infelizmente ainda relevantes.</div></td></tr></tbody></table><br style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;" /><br /><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><img alt="A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador" class="gal flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="770" data-src="https://imagens.mdig.com.br/historia/franca_viola_01.jpg" /><br /><span class="iteminfo"><b>Franca Viola</b></span></div><div align="justify" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;">Em 1966, Franca Viola tornou-se a primeira mulher italiana a levar ao tribunal uma tradição cultural e familiar que a conduziria a se casar com seu próprio estuprador. Com os olhos de uma nação sobre ela, a denúncia de seu estuprador tornou-se um grito de liberdade e de alerta para que outras mulheres seguissem seu exemplo.</div><div class="fraseL" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><span class="text-node">O sequestro seguido de estupro</span></div><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><img alt="A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador" class="gal flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="770" data-src="https://imagens.mdig.com.br/historia/franca_viola_02.jpg" /><br /><span class="iteminfo">Franca fala à polícia depois de ser resgatada de seus sequestradores. </span></div><div align="justify" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;">Franca cresceu em Alcamo, na Sicília, em uma família de agricultores. Ela namorou Filippo Melodia, um jovem arruaceiro com conexões com a máfia já aos 20 anos, durante seis meses em 1963 antes de rejeitá-lo. No ano seguinte ele foi para a Alemanha, e quando voltou e Franca não quis mais nada com ele, Filippo recorreu a medidas violentas, com a suposição de que a lei lhe daria guarida.<br />Filippo esperou até que o pai de Franca estivesse na lavoura, invadiu a casa com 15 amigos e a sequestrou. Franca foi mantida prisioneira em uma fazenda remota por mais de uma semana, quando ele a estuprou.</div><div class="fraseL" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><span class="text-node">O casamento reparador</span></div><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><img alt="A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador" class="gal flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="770" data-src="https://imagens.mdig.com.br/historia/franca_viola_03.jpg" /><br /><span class="iteminfo">Franca cansada depois do longo depoimento.</span></div><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><span class="iteminfo"><br /></span></div><div align="justify" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;">Tradicionalmente, havia um código que livraria o criminoso de qualquer pena se mais tarde se juntasse à vítima através de um "casamento reparador", quando o homem seria perdoado por sua violência e a "honra" da mulher estaria restaurada. Esta não era apenas uma tradição informal, mas sim uma exceção explícita no código penal italiano.<br />Mas Franca não estava muito interessada em reparar sua "honra", senão em reconquistar sua dignidade e levou Filippo aos tribunais por sequestro, violência doméstica e intimidação.</div><div class="fraseL" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><span class="text-node">O julgamento</span></div><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><img alt="A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador" class="gal flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="770" data-src="https://imagens.mdig.com.br/historia/franca_viola_04.jpg" /><br /><span class="iteminfo">Franca é protegida da imprensa durante o julgamento. </span></div><div align="justify" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;">O julgamento foi toda uma sensação em Alcamo e além. Multidões reuniram-se debatendo sobre o julgamento, que mais tarde acabou sendo transmitido pelo <i>New York Times</i> com as manchetes mais paternalistas: "<i><span class="short_text" id="result_box" lang="pt"><span class="">Nenhum admirador invoca Franca da Sicília</span>.</span></i>"</div><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><img alt="A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador" class="gal flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="770" data-src="https://imagens.mdig.com.br/historia/franca_viola_05.jpg" /><br /><span class="iteminfo">Homens participam de um debate público sobre o julgamento. </span></div><div align="justify" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;">Apesar de ser a figura central desses eventos, a narrativa pública ofuscou os pensamentos e objetivos de Franca sobre o assunto. Reportagens de jornais da época a descreveram como "gentil", "magra" e "bonita", como se ela não tivesse realmente outra coisa importante a mostrar, além de sua beleza.</div><div class="fraseL" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><span class="text-node">A condenação</span></div><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><img alt="A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador" class="gal flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="770" data-src="https://imagens.mdig.com.br/historia/franca_viola_06.jpg" /><br /><span class="iteminfo">Franca e seus pais em uma janela do fórum.  </span></div><div align="justify" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;">Pese a toda situação de uma sociedade tradicionalista, a história repercutiu demais no mundo todo e Filippo foi finalmente condenado a 11 anos de prisão -mais tarde apelou para dez-, com sete de seus cúmplices recebendo condenações de quatro anos cada um.</div><div class="fraseL" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><span class="text-node">A repercussão</span></div><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><img alt="A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador" class="gal flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="770" data-src="https://imagens.mdig.com.br/historia/franca_viola_07.jpg" /><br /><span class="iteminfo">Outros casos que se seguiram ao de Franca.</span></div><div align="justify" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;">Uma reportagem de maio de 1967 informava que Franca, a pioneira legal triunfante, parecia "<i>destinada a ser uma solteirona pelo resto da vida</i>".<br />Em um painel de debate de um programa na televisão italiana, homens locais concordaram unanimemente que Franca tinha mostrado grande coragem, mas que nenhum deles, pessoalmente, tinha coragem de se casar com ela.<br />O <i>NYTimes</i> também observou que "<i>Seu desafio à tradição já fora imitado por pelo menos outras quatro mulheres sicilianas"</i>, depois de sua demanda.</div><div class="fraseL" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><span class="text-node">No próximo ano, as manchetes não poderiam ter sido mais diferentes</span></div><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><img alt="A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador" class="gal flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="770" data-src="https://imagens.mdig.com.br/historia/franca_viola_08.jpg" /><br /><span class="iteminfo">Franca Viola. </span></div><div align="justify" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;">Em dezembro de 1968, em uma cerimônia realizada no início da manhã para evitar a multidão de curiosos, Franca Viola, então com 20 anos, se casou com um namoradinho de infância, Giuseppe Ruisi, de 25 anos, que era apaixonado por ela.<br />O presidente italiano enviou 40 dólares como presente de casamento (algo mais ou menos por volta de uns mil reais nos dias atuais) e o ministro dos Transportes do país deu aos recém-casados um mês de passeio de graça pelas ferroviárias.</div><div class="fraseL" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><span class="text-node">O fim de Filippo</span></div><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><img alt="A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador" class="gal flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="770" data-src="https://imagens.mdig.com.br/historia/franca_viola_09.jpg" /><br /><span class="iteminfo">Filippo Melodia, com semblante arrogante, e seus cúmplices esperam julgamento atrás das grades. </span></div><div align="justify" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><br />Filippo saiu da prisão em 1976, mas acabou sendo expulso da Sicília por seus próprios pares da máfia, que não viam com olhos o crime de estupro.<br />Como costuma acontecer com a maioria das pessoas de vida desregrada e à margem da lei, ele não durou muito tempo: dois anos depois foi morto a tiros em Modena.<br />Franca ainda vive em Alcamo com seu marido, dois filhos e netos.</div><div class="fraseL" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><span class="text-node">"</span><i>Viola, Franca</i><span class="text-node">", o filme</span></div><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><img alt="A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador" class="gal flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="770" data-src="https://imagens.mdig.com.br/historia/franca_viola_10.jpg" /><br /><span class="iteminfo"><b><span class="text-node">Fotograma do filme "</span><i><span class="text-node">Viola, Franca</span></i><span class="text-node">".</span></b></span></div><div align="justify" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;">A cineasta italiana Marta Savina trouxe a vida de Franca em um curta-metragem de 15 minutos que foi recentemente exibido no <i>Festival de Filmes de Tribeca</i>. Para Marta, "<i><a href="https://tribecafilm.com/filmguide/viola-franca-2017" style="color: #026ad9; text-decoration-line: none; word-wrap: break-word;" rel="noopener">Viola, Franca</a></i>" foi uma maneira de retratar a valentia de Franca na época. Isso é feito através da expressividade física da atriz principal Claudia Gusmano.<br /><i>- "Estamos acostumados a pensar em líderes e pessoas que mudam a história como se fossem tipo de pessoas abertas"</i>, <a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3162326223177842576" https:="" style="color: #026ad9; text-decoration-line: none; word-wrap: break-word;" v="sjmrPYlkELs&quot;" watch="" www.youtube.com="" rel="noopener">diz Marta</a>. Ela quis mostrar como Franca, que vivia fora dos holofotes, <j13t class="MRG_IntextInactive" data-title="continua" id="xm5v">continua</j13t> a ser um modelo a seguir inclusive nos dias atuais.</div><div align="center" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><img alt="A história da valente mulher que desafiou a tradição italiana ao se recusar a casar com seu estuprador" class="gal flex-width pf-size-full blockImage lazyload-item" src="" style="break-inside: avoid; clear: both; display: block; float: none; margin: 1.5em auto; max-width: 100%;" width="770" data-src="https://imagens.mdig.com.br/historia/franca_viola_11.jpg" /><br /><span class="iteminfo"><b><span class="text-node">Fotograma do filme "</span><i><span class="text-node">Viola, Franca</span></i><span class="text-node">".</span></b></span></div><div align="justify" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;">O curta-metragem também mostra a importância dos aliados masculinos em responsabilizar outros homens por assédio e violência de gênero.<br /><i>- "A família [de Franca] e seu pai realmente a apoiaram"</i>, explica Savina.<br />Em dezembro de 2017, o filme será exibido em Alcamo. Será a primeira vez que Franca Viola vai se ver nas telas.</div><div align="right" class="iteminfo" style="background-color: white; color: #080000; font-family: Arial, &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans Unicode&quot;, sans-serif; font-size: 14px;"><span class="text-node">Fonte: </span><a href="http://mashable.com/2017/11/05/franca-viola/" style="color: #026ad9; text-decoration-line: none; word-wrap: break-word;" rel="noopener">Mashable</a><span class="text-node">.</span></div></div>
07
Nov17

ENTÃO Ò M.E. CARDOSO ÉS PORTUGUÊS OU ESPANHOL ?

António Garrochinho



SINCERAMENTE NÃO SEI O QUE PASSA PELA CABEÇA DO LAMBE LAMBE AO CHAMAR ESTÚPIDOS AOS PORTUGUESES QUE NÃO QUEREM PERTENCER A ESPANHA.
SERÁ QUE ESTAS PERSONAGENS COM A GRANDE MANIA DE SEREM ILUMINADOS NÃO ESTARÃO A PENSAR SEREM OS DEUSES, OS PROFETAS, E NÃO PASSAM DE MEROS CROMOS TIPO SAPATEIRO DE TRANCOSO COM AS PROFECIAS PIMBAS PARA MEDIEVAIS ?
AG

07
Nov17

Malta. Jornalista que investigava Panama Papers morre em explosão de carro

António Garrochinho

Daphne Caruana Galizia tinha um blogue onde denunciava líderes políticos. Uma das suas mais recentes investigações visava o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, e dois dos seus assessores mais próximos, que acusou de corrupção. A jornalista denunciara às autoridades estar a ser vítima de ameaças de morteDaphne Caruana Galizia, jornalista que liderava a investigação dos Panama Papers em Malta, morreu esta segunda-feira, depois de o carro em que circulava ter explodido. Segundo o jornal britânico “The Guardian”, terá sido colocado um explosivo no interior do veículo, um Peugeot 108.

Segundo jornais locais como o “Times of Malta”, a jornalista de 53 anos denunciara às autoridades, há quinze dias, estar a ser vítima de ameaças de morte. Daphne Galizia mantinha um muito conhecido blogue onde denunciava, com frequência, casos de corrupção envolvendo políticos. Uma das suas mais recentes investigações visava o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, e dois dos seus assessores mais próximos. Em conferência de imprensa esta tarde, o ministro maltês já reagiu ao sucedido. “Toda a gente sabe que Caruana Galizia foi uma forte crítica da minha pessoa e do meu governo, mas nada justifica um ato bárbaro destes”, disse Muscat, acrescentando ter já solicitado à polícia que entre em contacto com as forças de segurança de outros países para ajudar a identificar os responsáveis pelo crime. A explosão ocorreu perto da residência da jornalista, na aldeia de Bidnija, no norte do país, cerca das 15h00 locais (14h00 em Lisboa).
Embora Marie-Louise Coleiro Preca, presidente do país, tenha apelado à calma, à “solidariedade” e, sobretudo, à contenção, no que diz respeito a palavras e julgamentos rápidos, o líder do partido Nacionalista, Adrian Delia, veio já qualificar o incidente como um “crime político”. Em comunicado citado pelo “Guardian”, o dirigente diz não ter dúvidas de que a morte de Daphne Galizia está relacionada com a sua investigação sobre o primeiro-ministro maltês. “O que aconteceu hoje não foi um crime comum. Isto é a consequência do total colapso do Estado de direito no país, que se tem verificado nos últimos quatro anos”.
Desde 2015 que Daphne Caruana Galizia fazia parte do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação responsável pela investigação sobre os Panama Papers. No início deste ano, a jornalista revelara a existência de documentos que provavam que a mulher do primeiro-ministro maltês era beneficiária de uma offshore no Panamá e que houve transações elevadas de dinheiro entre a empresa e contas bancárias no Azerbaijão.





expresso.sapo.pt
07
Nov17

A MINHA HOMENAGEM À REVOLUÇÃO RUSSA

António Garrochinho



Cem anos de luta
de sofrimento, labuta
na construção do Homem Novo
cem anos de resistência
contra a morte, a tortura
com coragem, veemência
para a gloriosa vitória do Povo
cem anos no caminho do ideal libertário
erguendo a voz livre e justa
do trabalhador, do proletário
cem anos de de luta popular
cem anos de afronta a quem nos quer algemar
cem anos
no sonho duma terra sem amos
cem anos para se libertar de quem vive à sua custa
de quem o explora e é reaccionário
cem anos na senda ininterrupta da almejada conquista
cem anos do ideal comunista
cem anos na procura da verdade
cem anos levantando a bandeira comunista
a da liberdade.
António Garrochinho

07
Nov17

POEMAS - Em novembro os comunistas e os povos do mundo comemoram 100 anos do triunfo da revolução que levou ao poder o Partido Bolchevique na então União Soviética.

António Garrochinho

Vermelho
Poetas selecionados: Andréi Biéli, Boris Pasternak, Vladimir Maiakovski e Sierguéi IessiêninPoetas selecionados: Andréi Biéli, Boris Pasternak, Vladimir Maiakovski e Sierguéi Iessiênin
























Extremamente avançados para a época, tanto na forma, quanto no conteúdo, os poemas valorizam o poder da palavra. Minimalistas e certeiros, muitos dos poetas russos estavam longe de ser panfletários ou óbvios ao atuarem na trincheira da luta de ideais com as mais diversas armas: além da poesia, o teatro, o cinema, o romance.

De estética simples, e muito avançada para a época, os poemas apresentam formatos e conteúdo que foram aplicados mais de 40 anos depois na dramaturgia e na literatura em países como Inglaterra e Irlanda que são consagrados por terem inaugurado uma nova vertente da dramaturgia, tida como contemporânea e minimalista. No entanto, a inovação de fato aconteceu no início do século, já em 1903, 1910, na Rússia.

Os poemas foram extraídos do livro Poesia Russa Moderna, traduzidos no Brasil por Augusto e Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman.

Leia na íntegra: 

A Palavra
         
(Andréi Biéli)

Na febre de som
do sopro
a treva é flama-fala.

Lá fugindo da laringe,
a terra exala.

Expiram
As almas
Das palavras não compostas.

Deposita-se a crosta
Dos mundos que nos portam.

Sobre o mundo formado
Paira a profundidade
Das palavras proferíveis.

Profundamente ora
A palavra das palavras, Sarça viva.

E do futuro
Paraíso
Alça-se a terra adunca

Por onde em chamas, consumindo,
Não passarei: nunca.
 
Tradução de Augusto de Campos e Boris Schnaiderman


O Dom da Poesia 

(Boris Pasternak)

Deixa a palavra escorregar,
Como um jardim o âmbar e a cidra,
Magnânimo e distraído,
Devagar, devagar, devagar.
 
Tradução de Augusto de Campos


Definição de Poesia


(Boris Pasternak)

Um risco maduro de assobio.
O trincar do gelo comprimido.
A noite, a folha sob o granizo.
Rouxinóis num dueto-desafio.

Um doce ervilhal abandonado
A dor do universo numa fava.
Fígaro: das estantes e flautas
Geada no canteiro, tombado.

Tudo o que para a noite revela
Nas funduras da casa de banho,
Trazer para o jardim uma estrela
Nas palmas úmidas, tiritando.

Mormaço: como pranchas na água,
Mais raso. Céu de bétulas, turvo.
Se dirá que as estrelas gargalham,
E no entanto o universo está surdo.
 
Tradução de Aroldo de Campos
 

Nacos de Nuvem

(Vladimir Maiakóvski)

No céu flutuavam trapos
de nuvem – quatro farrapos:

do primeiro ao terceiro – gente;
o quarto – um camelo errante.

A ele, levado pelo instinto,
no caminho junta-se um quinto.

Do seio azul do céu, pé-ante-
pé, se desgarra um elefante.

Um sexto salta – parece.
Susto: o grupo desaparece.

E em seu rasto agora se afasta
o sol – amarela girafa.
 
Tradução de Augusto de Campos


De Transfiguração 

(Sierguéi Iessiênin)

Ei, russos!
Pescadores do universo,
Na rede da aurora colhendo o céu -
Troai as trompas!

Sob a charrua do raio
Ruge a terra.
Rompe os penhasco a auridente
Relha.

Novo semeador
Erra pelos campos
Novas sementes
Arroja aos sulcos.

Um hóspede-luz
Vem num coche.
Corre entre as nuvens
Uma égua

Sela da égua -
Azul.
Sinos da sela -
Estrelas.
 

Tradução de Augusto de Campos


www.vermelho.org.br
07
Nov17

TUBARÃO COBRA PRÉ HISTÓRICO CAPTURADO NO ALGARVE

António Garrochinho
ESTE FOI O TUBARÃO COBRA CAPTURADO EM ÁGUAS ALGARVIAS - AQUI VÁRIAS IMAGENS INCLUSIVE UM TUBARÃO DA MESMA ESPÉCIME ENORME CAPTURADO NO JAPÃO.



Investigadores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e do Centro de Ciências do Mar capturaram um tubarão com características pouco vulgares, em agosto, em águas algarvias.
Num embarque efetuado no âmbito do projeto MINOUW - "Iniciativa para a minimização de capturas das capturas indesejadas nas pescarias europeias" -, os investigadores do IPMA e do CCMAR capturaram um tubarão pré-histórico.
A espécie capturada aos 700 metros de profundidade trata-se dum macho da espécie tubarão-cobra com cerca de 1,5 metros, que possui um corpo longo e esguio e uma cabeça semelhante à duma cobra.
No que toca à dentição, os traços são muitos específicos, sendo a biologia e ecologia pouco conhecidas.
Apesar de estar distribuído em vários pontos geográficos ao longo de todo o atlântico, "desde a costa norueguesa, passando por águas escocesas, da Galiza, Açores, Madeira e Canárias, descendo a costa africana até ao Índico, atingindo, ainda, o Japão, Austrália e Nova Zelândia, não é muito frequentemente capturado devido às profundidades a que vive", refere o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.






TUBARÃO COBRA CAPTURADO NO JAPÃO

07
Nov17

Conheça 10 dos animais com as cores mais belas e únicas do mundo

António Garrochinho





Conheça 10 animais com cores belíssimas que nos dão um verdadeiro exemplo de como a natureza pode ser linda e incrível.

Sem mais delongas, assista ao vídeo abaixo, do canal Os Melhores Tops:





E pra fechar com chave de ouro, veja agora mais uma foto de cada um dos 9 animais restantes:

Aranha-pavão.
Loris arco-íris.
Peixe mandarim.
Camarão louva a deus pavão.
Martim Pescador.
Rã de olhos vermelhos.
Diamante de Gould.
Gafanhoto arco-íris.
Faisão-dourado.


tudorocha.blogspot.pt
07
Nov17

Alumínio, o cancro dos centros históricos

António Garrochinho


Trata-se da epidemia dos alumínios, que já é endémica há algumas décadas no Algarve, mas que se tem vindo a agravar ultimamente, e que está a aniquilar a integridade, a harmonia e o élan espiritual das zonas históricas, não só na nossa terra, mas em todo o Portugal.

A arquitetura é, nas palavras do professor Francisco Lameira, um dos principais baluartes de identidade de um povo. Os romanos, quando conquistavam uma cidade, destruíam o mais possível a sua arquitetura pois sabiam que era essa a melhor maneira de subjugar os seus habitantes, destituídos que ficavam dos seus referenciais culturais mais importantes.

No Algarve não são os romanos que estão a destruir as nossas cidades. Somos nós que, num estranho caso de autofagia, estamos a devorar-nos a nós próprios.
Com a saída da crise deu-se um incremento extraordinário nas manutenções e reabilitações nos centros históricos que, surprise, começaram de repente a ser valorizados.

Até há pouco tempo estas zonas eram desprezadas e foram abandonadas pela população que as rotulava de velhas, pobres e feias.
O problema é que esta apreciação relativamente às zonas históricas não se alterou substancialmente e a intenção de quem lá intervém, não é de reabilitar respeitando a identidade das casas, mas de alterar em função de um paradigma de modernidade que colide de frente com a essência e o cunho histórico de tais casas e edifícios. 

Entretanto, assistiu-se igualmente nos últimos anos a uma perda quase total dos conhecimentos relativos aos processos construtivos tradicionais, o que ainda mais dificulta a possibilidade de intervenções adequadas nas habitações.

Entre as perdas mais significativas temos os artesãos carpinteiros que durante séculos esculpiram portas e janelas de grande qualidade artística ajudando a alcandorar as nossas casas a objetos de assinalável valor estético. Aliás, o Algarve, que é pobre em monumentos, concentrava muito da sua riqueza patrimonial na extraordinária qualidade artística das suas portas e janelas, que são das mais elaboradas e complexas do país e das mais interessantes do mundo.
Contudo, muito pouca gente se apercebeu dessa circunstância e confrontamo-nos, hoje, com a destruição selvática desses elementos preciosos da nossa cultura, estando a ser substituídos por pavorosas portas e janelas de alumínio que por sua vez destroem com a sua presença o que resta do edifício (que na maior parte das vezes, convenhamos, já foi abastardado pelo cimento e pela tinta plástica).

Falemos, então, deste material. A extração e produção de produtos à base de alumínio constituem indústrias extremamente poluidoras tendo, inclusive, dado origem a uma das maiores catástrofes ambientais de sempre na Europa (Hungria em 2010). O custo da produção das janelas de alumínio pode ajudar-nos a compreender o quão este material é ambientalmente insustentável o que, em função das preocupações atuais com o ambiente, é um aspeto não despiciente.

Assim, a energia consumida para produzir material até à sua aplicação final é 560 vezes maior no caso do alumínio do que no caso da madeira (Mariano Vasquez Espi, Universidade politécnica de Madrid). O facto das janelas de alumínio serem mais baratas que as de madeira é um absurdo, mas não é difícil perceber quem paga esta disparidade: o meio ambiente.

Não é, pois, de estranhar que o alumínio seja dos materiais mais utilizados nos países do terceiro mundo, onde os parâmetros de proteção ambiental são quase nulos. É um dos elementos que melhor define a expressão arquitetónica das favelas e dos bairros degradados. O alumínio está relacionado com pobreza, degradação ambiental e subdesenvolvimento.

Na Europa Ocidental os alumínios (mais sofisticados) resumem-se à arquitetura contemporânea, onde encaixam bem. Ficam, entretanto, à porta dos centros históricos. Portugal é o único país desta Europa onde os alumínios são utilizados em doses maciças nas zonas históricas – uma vergonha nacional!

As portas e as janelas, no contexto da arquitetura sempre desempenharam um papel relevante que advém do seu significado profundo e quase místico, pelo facto de representarem a passagem / fronteira entre o público e o privado, a exterioridade e a interioridade, o profano e o sagrado.

Numa outra perspetiva são considerados os olhos e a boca das casas. Por isso, sempre se colocou especial ênfase na sua concepção.

Tradicionalmente as portas e janelas eram fabricadas por hábeis artesãos que esculpiam na madeira facetamentos, frisos, almofadas e outros ornatos, conseguindo-se como resultado final peças únicas que constituíam autênticos objetos de arte. As pessoas tinham grande orgulho nas suas portas e janelas.

Uma porta ou janela de alumínio é uma peça industrial standard constituída por um material ordinário e destituído de qualquer valor intrínseco. A sua finalidade é quase exclusivamente funcional. Tem mais afinidades com um electrodoméstico do que com uma verdadeira porta e janela, que têm um peso cultural e simbólico impossível de ser representado por tais pífios artefactos. Temos que nos rebelar contra a sociedade do pechisbeque porque ela tira intensidade, densidade e profundidade ao ato de viver!
07
Nov17

OPINIÃO : JERÓNIMO DE SOUSA - Revolução de Outubro: Ideais e valores para o nosso tempo

António Garrochinho


Foi numa Rússia semifeudal, dominada pelo poder autocrático e repressivo dos czares e da mais alta nobreza, com mais de cem nacionalidades oprimidas, destruída pela I Guerra Mundial, com um povo fustigado pela exploração, a repressão, a pobreza, a fome e o analfabetismo que, no dia 7 de Novembro de 1917 (25 de Outubro no antigo calendário russo), o proletariado russo, com o papel de vanguarda do Partido Bolchevique, conquistou o poder e lançou as bases de uma nova sociedade sem a exploração do homem pelo homem.

Digam o que disserem os detractores da Revolução de Outubro ao serviço do grande capital referindo-se a ela como se o seu legado não passasse de um amontoado de destroços e a sua essência estivesse associada ao caos, desordem, conflitos violentos, crimes, erros trágicos, sonho, utopia ou terror, o século XX fica assinalado para sempre pela Revolução de Outubro. Por muito que lhes custe, a Revolução de Outubro é (e continuará a ser) o acontecimento maior da história da humanidade, que inaugurou uma nova época, a época da passagem do capitalismo ao socialismo.

Digam o que disserem os que - confundindo desejos com realidades, teoria científica com crença ou atitude revolucionária com devoção - reduzem a Revolução de Outubro ao voluntarismo de "heróis" individuais, loucos, alucinados ou românticos, a Revolução de Outubro de 1917, sob a direcção do Partido Bolchevique e de Lenine, confirmando a perspectiva política e ideológica apontada pela obra teórica de Karl Marx e Friedrich Engels, fica marcada como a primeira e única a empreender com êxito a gigantesca tarefa de construir uma sociedade nova em que os recursos, os meios e os instrumentos do Estado e do país foram postos ao serviço do povo.

A edificação do novo Estado significou a instauração de um verdadeiro e genuíno poder popular, uma nova forma de democracia participativa - os sovietes - que imprimiu à URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) um fulgurante desenvolvimento económico e foi responsável por um extraordinário progresso social, notáveis descobertas e avanços na ciência e nas novas e revolucionárias tecnologias.

De facto, a fundação em Dezembro de 1922 da URSS como união voluntária de nações iguais em direitos, significou um exemplo para todo o mundo da forma como a nova sociedade se construía e dos novos princípios em que se baseava e resolveu um gigantesco e complexo problema nacional.

A URSS, num curto período de tempo histórico, alcançou um significativo desenvolvimento industrial e agrícola, erradicou o analfabetismo e generalizou a escolarização e o desporto, eliminou o desemprego, assegurou a saúde pública e a protecção social, garantiu e promoveu os direitos das mulheres, das crianças, dos jovens e dos idosos, expandiu o impacto dos movimentos de vanguarda artística e as formas de criação e de fruição da cultura, conquistou um elevado nível científico e técnico, colocou em prática formas de participação democrática dos trabalhadores e das massas populares, empreendeu a solução da complexa questão de nacionalidades oprimidas, incrementou os valores da amizade, da solidariedade, da paz e cooperação entre os povos.

Foi a União Soviética o primeiro país do mundo a pôr em prática ou a desenvolver, como nenhum outro, direitos sociais fundamentais, como o direito ao trabalho, a jornada máxima de 8 horas de trabalho, a proibição do trabalho infantil, as férias pagas, a igualdade de direitos de homens e mulheres na família, na vida e no trabalho, os direitos e protecção da maternidade, o direito à habitação, a assistência médica gratuita, o sistema de segurança social universal e gratuito e a educação gratuita (entre muitos outros).

A Revolução de Outubro e a edificação da nova sociedade socialista foram responsáveis por espantosos avanços que se traduziram em descobertas e conquistas pioneiras.
Foi a União Soviética que criou o primeiro satélite artificial (Sputnik); lançou no espaço o primeiro homem (Iuri Gagarin) e a primeira mulher (Valentina Terechkova); realizou o primeiro passeio espacial (Alexei Leonov); criou os primeiros engenhos espaciais que atingiram a Lua; lançou os primeiros foguetões que colocaram em órbita as primeiras estações espaciais.

No final da década de 80 do século XX, a URSS encontrava-se na vanguarda em diversas tecnologias; possuía um terço do total de médicos do mundo e a mais baixa taxa de mortalidade do planeta: em 1980, a União Soviética tinha 997 médicos para 10 mil habitantes e todos os tipos de assistência médica eram gratuitos. Em 1913, em toda a Rússia só havia 11 600 cientistas (incluindo os professores universitários). Na década de 80 do século XX já tinha mais de 5 milhões de cientistas, ou seja, um quarto do total existente em todo o mundo. A URSS tinha em 1987, 140 mil jardins-de-infância frequentados por mais de 16 milhões de crianças. Em 1985, mais de 80% da população já tinha casa ou apartamento individual e as rendas não sofriam qualquer alteração desde 1928 representando apenas 3% a 4% do orçamento familiar. Em 1979, a URSS ocupava o primeiro lugar na Europa e o segundo lugar no mundo a nível de produção industrial. Na mesma década de 80 era já o país onde se faziam maiores inventos, cabendo-lhe 20% a 25% do fundo mundial de novas soluções e projectos técnicos registados por ano.

A Revolução de Outubro projectou-se em todo o mundo determinando grandes conquistas e avanços civilizacionais e libertadores para os trabalhadores e para os povos.
Foi também a União Soviética que, na Segunda Guerra Mundial, enfrentando sozinha durante três anos, a besta nazi-fascista e os seus exércitos deu um contributo determinante e decisivo para a sua derrota.
No seguimento da Segunda Guerra Mundial, foi ainda com o determinante papel da União Soviética que se alterou profundamente a correlação de forças internacionais, dando origem a uma nova ordem mundial que ficaria consagrada na Carta da ONU.

Se a Revolução de Outubro e a construção de uma sociedade socialista significaram extraordinários avanços e transformações libertadoras, o desaparecimento da URSS e as derrotas do socialismo no Leste da Europa no último quartel do século XX cujas causas, para além de significativos factores externos, radicaram fundamentalmente num "modelo" que se afastou e entrou mesmo em contradição com os valores e ideais do socialismo, tiveram como resultado um grande salto atrás nos direitos e conquistas dos trabalhadores e dos povos.

Mas o desaparecimento da URSS não desvaloriza a primeira experiência de uma sociedade livre da exploração e da opressão do homem pelo homem nem apaga a realidade das grandes realizações e conquistas do povo soviético e a decisiva influência da URSS no desenvolvimento mundial.
Por outro lado, o capitalismo, atravessado por profunda crise estrutural, que, do alto da sua sobranceria imperialista, se autoproclamou como "fim da história" capaz de resolver os problemas da humanidade não consegue esconder a sua verdadeira natureza exploradora, opressora, agressiva e predadora que a situação do mundo hoje ainda mais evidencia, como se pode ver por estes dados (entre muitos outros): apenas oito grandes capitalistas acumulam a mesma riqueza que 3,6 mil milhões de pessoas; as três pessoas mais ricas do mundo possuem mais activos financeiros que o conjunto dos 48 países mais pobres; o desemprego atinge 200 milhões de pessoas dos quais 74 milhões são jovens, o maior nível de sempre, e 56% dos empregos criados entre 1997 e 2013 são precários; 17% da população mundial é analfabeta; 67,4 milhões de crianças não frequentam a escola; 830 milhões de pessoas são trabalhadores pobres, 795 milhões sofrem de fome crónica e 168 milhões de crianças são vítimas de trabalho infantil.
Nenhuma campanha de desinformação, manipulação ou intoxicação conseguirá apagar o profundo significado da Revolução de Outubro. O futuro da humanidade não reside na exploração, opressão, pobreza, injustiça e guerra, mas sim na realização do sonho milenar do homem, na sua libertação, na paz, no progresso social e na justiça - no socialismo e no comunismo.

Estes são os objectivos supremos por que luta o PCP e que, nas suas diferentes fases e etapas, se materializam hoje nos combates que travamos pela defesa, reposição e conquista de direitos, pela ruptura com a política de direita e com os constrangimentos que impedem o nosso desenvolvimento soberano, por uma política patriótica e de esquerda, componente indissociável de uma democracia avançada vinculada aos valores de Abril.

www.dn.pt



07
Nov17

SE ESTÁ REGISTADO NO TWITTER AQUI NESTA PÁGINA PODE ENCONTRAR ABUNDANTE INFORMAÇÃO DE GIFS/VÍDEOS E IMAGENS DOS 100 ANOS REVOLUÇÃO RUSSA

António Garrochinho
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07
Nov17

Protesto no País Basco em solidariedade com a Catalunha

António Garrochinho


Protesto no País Basco em solidariedade com a Catalunha
A União Europeia está em uma crise generalizada. Em diversos países europeus, pode-se perceber os reflexos da crise do regime burguês imperialista, com o avanço da extrema-direita; o desemprego crescente, que atinge mais de 1/5 do país em alguns casos; o grande ataque aos direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores e as revoluções passadas; e assim por diante.
Um dos casos que podem ser observados na Europa, é o fraccionismo dos territórios. Não só a União Europeia está se esfarelando, com o surgimento do Brexit e de propostas de ruptura da aliança, mas também estados nacionais. O caso da Espanha é extremamente esclarecedor. O país que é estruturado por diversas etnias, está se deparando com diversas lutas separatistas em seu território.
Na Catalunha, para conter a população, que aprovou um referendo pela independência da província, o estado espanhol enviou seus cães armados baterem na população nas ruas. Demonstrando as raízes da antiga ditadura franquista, o PP, de Mariano Rajoy, reprimiu o direito de um povo de ser independente; e perseguiu o presidente catalão, Puigdemont, junto com as autoridades europeias.
Diante da conjuntura, 40 mil Bascos decidiram se manifestar em apoio à Catalunha, na cidade de Bilbau. A manifestação foi organizada por defensores da independência do País Basco. O apoio à pauta catalã se dá no fato de que os dois povos são historicamente oprimidos pelo governo espanhol, e têm uma luta histórica pela independência. O acontecimento revela ainda mais a crise do regime europeu e do imperialismo internacional.


causaoperaria.org.br
07
Nov17

Sector mineiro em luta no Alentejo

António Garrochinho


Os trabalhadores da Sociedade Mineira de Neves-Corvo (Somincor) iniciaram esta segunda-feira uma greve que está a contar com uma forte adesão. Também nas Minas de Aljustrel os trabalhadores decidiram convocar greve de 22 a 26 de Novembro.
Minas de Neves-Corvo, em Castro Verde
Minas de Neves-Corvo, em Castro VerdeCréditos
Segundo declarações de Jacinto Anacleto, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM/CGTP-IN), à Lusa, citadas pelo Dinheiro Vivo, ao fim da manhã a adesão à greve dos trabalhadores da Somincor estava a ser «forte», com a extracção e a produção na mina de Neves-Corvo, em Castro Verde, distrito de Beja, «completamente paradas».
Depois da greve realizada de 3 a 7 de Outubro, que contou com uma forte adesão, a administração da Somincor (do grupo canadiano Lundin Mining), concessionária da mina de Neves-Corvo, continuou intransigente perante as reivindicações dos trabalhadores, pelo que estes decidiram convocar a greve que se iniciou hoje às 6h e que se estende até às 6h do dia 11 de Novembro.
Um comunicado do sindicato informa que os trabalhadores reivindicam o fim da laboração contínua no fundo da mina e a implementação de horários humanizados, de segunda a sexta-feira; a antecipação da idade da reforma dos trabalhadores adstritos às lavarias, pastefillbackfill e central de betão; a reparação das discriminações aos trabalhadores que rejeitaram a laboração contínua, com a atribuição da progressão da sua carreira profissional e «demais direitos que lhes foram sonegados»; a progressão nas carreiras, «justa e adequada»; a justiça na atribuição dos prémios; e o fim da pressão e repressão sobre os trabalhadores.

Luta estende-se às Minas de Aljustrel

O STIM divulgou, através de uma nota enviada às redacções, que, «na sequência da luta em desenvolvimento na Somincor/Lundin Mining», os trabalhadores das Minas de Aljustrel «decidiram marcar greve entre as 6h do dia 22 e as 8h30 do dia 26 de Novembro de 2017».
Trata-se de trabalhadores das empresas Almina, Minas do Alentejo, Empresa de Perfuração e Desenvolvimento Mineiro e Urmáquinas, que estão a laborar nas Minas de Aljustrel, no distrito de Beja.
Estes trabalhadores estão em luta pela «melhoria dos salários e demais matérias de expressão pecuniária», pela «melhoria das condições de saúde e segurança no trabalho», pela «humanização dos horários de trabalho na lavaria» e pela «normalização das relações de trabalho na empresa, contra a repressão sobre os trabalhadores». Protestam ainda «pelo direito à negociação e pelo reconhecimento do sindicato representativo dos trabalhadores».


abrildenovomagazine.wordpress.com
07
Nov17

Perguntas sobre Deus - Atahualpa Yupanqui

António Garrochinho


Atahualpa Yupanqui por Oswaldo Guayasamín


Pergunas sobre Deus

Um dia, eu perguntei:
Avô, onde está Deus?
Meu avô ficou triste,
e nada me respondeu.

Meu avô morreu nos campos
sem reza nem confissão.
E os índios o enterraram
flauta de cana e tambor.


Mais tarde, perguntei:
Pai, que sabes de Deus?
Meu pai ficou sério
e nada me respondeu.

Meu pai morreu na mina
sem doutor nem proteção.
Cor de sangue mineiro
tem o ouro do patrão!

Meu irmão vive nos montes
e não conhece uma flor.
Suor, malária e serpente
é a vida do lenhador.

E que ninguém lhe pergunte
se sabe onde está Deus:
Pela sua casa não passou
tão importante Senhor!

Eu canto pelos caminhos
e quando estou na prisão,
ouço as vozes do povo
que canta melhor que eu.

Se há algo na Terra
mais importante que Deus
é que ninguém cuspa sangue
Pra que outros vivam bem.

Que Deus vela pelos pobres?
Talvez sim e talvez não.
Mas é certeza que Ele almoça
na mesa do patrão

VÍDEO
 

Preguntas sobre Dios

Un día yo pregunté:
¿Abuelo, dónde esta Dios?
Mi abuelo se puso triste,
y nada me respondió.

Mi abuelo murió en los campos,
sin rezo ni confesión.
Y lo enterraron los indios
flauta de caña y tambor.

Al tiempo yo pregunté:
¿Padre, qué sabes de Dios?
Mi padre se puso serio
y nada me respondió.

Mi padre murió en la mina
sin doctor ni protección.
¡Color de sangre minera
tiene el oro del patrón!

Mi hermano vive en los montes
y no conoce una flor.
Sudor, malaria y serpientes,
es la vida del leñador.

Y que nadie le pregunte
si sabe dónde esta Dios:
Por su casa no ha pasado
tán importante señor.

Yo canto por los caminos,
y cuando estoy en prisión,
oigo las voces del pueblo
que canta mejor que yo.

Si hay una cosa en la tierra
más importante que Dios
es que nadie escupa sangre
pa’ que otro viva mejor.

¿Qué Dios vela por los pobres?
Tal vez sí, y tal vez no.
Lo seguro es que Él almuerza
en la mesa del patrón.

voarforadaasa.blogspot.pt
07
Nov17

A democracia catalã está em prisão preventiva

António Garrochinho




(Daniel Oliveira, In Expresso Diário

Com metade do governo catalão preso, instalou-se um debate semântico que é, como quase todos as disputas sobre palavras em política, um conflito político. Serão os ministros “políticos presos” ou “presos políticos”? A ideia de que são políticos presos nasce de um equívoco: a de que não há, em democracias, comportamentos ditatoriais.
Mais: a de que basta estar respaldado pela lei e pelos tribunais para que uma determinada ação seja aceitável em democracia. Até as ditaduras têm leis e tribunais. Isso não chega. A história das democracias, a começar pelas democracias coloniais (não pretendo fazer um paralelo com a relação de Espanha com a Catalunha), está cheia de abusos políticos utilizando os tribunais e as leis para os levar a cabo.
Os governantes catalães tomaram decisões políticas. São apenas e só decisões políticas. E tomaram-nas respaldados no mandato que receberam e onde se comprometeram a iniciar este processo. Podemos ser contra as suas aspirações. Podemos até considerá-las ilegítimas e inaceitáveis. Ou mesmo ilegais, como são sempre e em todo o lado todos os processos de autodeterminação não consentidos. Mas não podemos retirar aos atos destes governantes a sua natureza política. Um político preso é alguém que é, por exemplo, condenado por corrupção. Suspeita-se que Puigdemont poderia ser e que Rajoy também. Mas não é isso que está em causa aqui.
Não brinquemos com as palavras. Alguém que cumpre o mandato para que foi eleito e é preso por isso, criminalizando assim a vontade de parte do eleitorado, é um preso político. Não quer isto dizer que a decisão que tomou, por ter o apoio de quem nele votou, seja certa. Nem sequer quer dizer que seja legítima. Quer apenas dizer que estamos a falar de política e que estas prisões são políticas. E o facto de serem presos políticos numa democracia torna a situação mais grave – e não menos.
Os tribunais costumam impedir decisões inconstitucionais, usando até ao limite todos os instrumentos que estão ao seu alcance e no total respeito pela separação de poderes, para não confundir a ilegitimidade de um ato político com a criminalização dos eleitos. Não é habitual, como bem sabemos, prenderem os seus autores. É, aliás, uma das razões porque garantimos imunidade parlamentar. Porque isso transformaria as disputas políticas em disputas criminais e os argumentos políticos em perseguições policiais. Mesmo que haja prisões, em casos graves de violação dos direitos humanos ou do Estado de Direito, elas não se fazem de forma expedita, preventivamente e em vésperas de eleições. Neste momento, é a democracia catalã que está em prisão preventiva.
Tentemos não fingir que não percebemos o óbvio. Madrid marcou eleições antecipadas e, poucas semanas depois, a menos de dois meses do escrutínio e a dias do começo da campanha, metade do governo eleito e uma parte significativa dos dirigentes independentistas está presa preventivamente, sem julgamento e sem direito a fiança.
Estas prisões preventivas, mesmo tendo sido tomadas pelos tribunais, têm um objetivo político, não um objetivo judicial. E a manterem-se até ao ato eleitoral transformam as eleições catalãs numa farsa. Nenhum país democrático aceitaria um ato eleitoral onde os representantes de pelo menos metade da população são, a semanas do voto, postos atrás das grades.
O passo seguinte e mais perigoso foi dado ao transportar este conflito para o resto da Europa, envolvendo-a nesta espiral de loucura que um chefe de governo fraco e com pouco apoio popular não se importa de alimentar, até pela pouca relevância do PP na Catalunha. Rajoy encontrou na demonstração de força na Catalunha a sua tábua de salvação. E tudo indica que a Europa vai falhar de novo. Em vez de ser um elemento apaziguador e um possível mediador para que se encontre uma solução do problema, aceitará ser instrumento de repressão, chantagem e judicialização do conflito.


estatuadesal.com

07
Nov17

Felizmente, disse ele.

António Garrochinho


Colt AR-15, a arma utilizada

“Felizmente que dentro da igreja havia um homem armado.”

Um mal e um bem: o mal foi que o homem entrou armado na igreja, matou 26 pessoas e feriu 24; o bem foi que “felizmente”, congratulou-se Trump, havia um crente armado na igreja que ripostou ao atacante. Breve incentivo para passarem a levar a metralhadora a tiracolo quando forem à igreja para que Deus mais facilmente os proteja.

Mais disse, e continua a afirmar: “Temos muitos problemas de saúde mental no nosso país. Mas isto não é um problema relacionado com armas. Há cinco semanas em Las Vegas foram mortas 58 pessoas e mais de 500 ficaram feridas.

E ainda deixou esta pia ou pífia mensagem: «“Os nossos corações estão desfeitos”. “Em momentos de crise, unimo-nos, damos as mãos e, apesar das lágrimas e da tristeza, mantemo-nos fortes”, disse Trump, em Tóquio.»

Só não disse, que após cada atentado sobem as cotações dos consórcios de armamentos.

aspalavrassaoarmas.blogspot.pt

07
Nov17

Web Summit (conto de ficção tecnológica)

António Garrochinho


Resumo do conto (publicado no ano passado): 
Tudo se passa em 2090. As personagens, Bruna e Miguel, são um jovem casal. Ela gere um micro-oficio que administra dois deprimidos: Miguel entrega-se à mesma actividademas a sua dimensão é já de maior responsabilidade pois emprega 26 deprimidos com diferentes escalões. Cumprem um horário generoso de 20 horas semanais o que lhes permite usufruir todos os benefícios de uma sociedade avançada, onde avanços tecnológicos inimagináveis reduziram ao mínimo o esforço humano e também a necessidade de trabalho. Este é assegurado por uma imensa prol de deprimidos, agrupados por diversos níveis de depressão. O primeiro nível é de elevada aptidão e competência, o nível 5 corresponde ao deprimido inútil que é segregado dada a falta de préstimo. O conto inicia-se com os primeiros sintomas de Bruna e o anúncio de uma quase certa gravidez.
É um conto que escrevi não como divertimento mas como um aviso. Muitos dirão que pinto o futuro de muito negro e que tal é impossível. Mas... o impossível é tão só e apenas aquilo que ainda não aconteceu. Por outro lado, haverá a tranquilidade de pensar que ainda faltam muitos anos para 2090 chegar.
Contudo Lisboa hoje abriu-se ao futuro, e tudo pode acontecer...



PARTE  I - A SALA ESPELHADA

Miguel não estava atrasado. Tinha todo o tempo se o soubesse bem planear. Pegou no seu TelLog e verificou onde se  situava a maior fila de espera, se no supermercado se nos postos de carregamento ali à volta. Tinha o seu veículo eléctrico com pouca carga e as tomadas existentes no condomínio não lhe mereciam confiança...
Enquanto bebia uma chávena de leite morno, programou-se, iria primeiro ao posto de carregamento 48, tinha aí disponibilidade dentro de meia hora. Reservou 15 minutos de carga. Reservou também uma maço de cigarros e um café, no quiosque local.
Enquanto bebia o leite, olhava a praceta deserta e em redor, nos prédios à volta, ninguém se assomava à janela. Um preocupação lhe tomou por momentos os pensamentos "E se o bairro atingir o nível limite de habitantes deprimidos?" Já acontecera em outros bairros e, nesses lugares, todos os dispositivos de domótica integrada foram desligados e todos os serviços públicos, desde a recolha de resíduos sólidos à entrega de encomendas, passaram a ter os drones desactivados (aos deprimidos era vedado o acesso aos avanços da tecnologia).
Voltou ao quarto e espreitou Bruna, que dormia. Olho-a enlevado, depois saiu, sem a acordar. Deixou-lhe uma mensagem no seu TelCom "Já venho. Bj."
À saída da porta, dispensou  o uso da manga telescópica e da passadeira rolante que o poderia levar ao carro. Estava um dia soalheiro, apetecia-lhe andar um pouco e ainda tinha presente o que há tempos acontecera ao ficar encarcerado na manga umas horas pois o deprimido encarregue da reparação da avaria tinha entrado em depressão elevada e levou tempo a encontrar um substituto.













Chegado ao posto accionou a encomenda, encostando o seu TelLog ao sensor e, de pronto, um braço robotizado pegou no cabo enquanto o outro braço dava acesso ao ponto de carregamento. Verificou no visor se a encomenda correspondia ao encomendado e premiu a tecla "OK".
Dirigiu-se ao quiosque encostou o seu TelLog à célula local e respondeu-lhe ao gesto uma voz metálica "Recolha os seus cigarros e o seu
café. Obrigada por dar preferência ao nosso posto"
No supermercado, apenas uma contrariedade: a reposição da prateleira 2453 não tinha funcionado pelo que o artigo pedido não estava disponível. O deprimido que tinha essa missão entrou em elevada depressão, como lhe informava o visor.
Anulou esse item na encomenda e o carro robotizado percorreu o supermercado abastecendo um a um todos os itens da encomenda. Após conferir, premiu a tecla "OK" no TelLog, e a tal voz metálica lhe agradeceu, com "Volte sempre!" perguntando de seguida "Pretende entrega via drone?" Negou clicando na tecla adequada, pegou no saco e saiu.

A caminho, o TelCom anunciaria no modo alta voz.
"Últimas noticias:  o INFARMED acaba de licenciar medicamento que permite prolongar o estado de depressão dos níveis 1 e 2, passando estes indivíduos a terem uma vida útil de cerca de 20 anos" 
"Boa!" pensou Miguel. Chegado a casa encontrou Bruna já levantada mas muito pálida.
- "Que tens?"
- "Passei a manhã a vomitar. Sabes? Acho que estou grávida!" Miguel ficou radiante. Era a segunda boa notícia do dia. Beijo-a com ternura e afagou-lhe o ventre.
Ela, correspondeu àquele beijo com a mesma intensidade com que se sentia beijada. Há muito que o Miguel não o fazia. Depois sentaram-se na cozinha, evitando a sala espelhada, onde em tempos, para simular estarem acompanhados a semearam de espelhos e se sentiam compensados das ruas vazias, olhando os seus reflexos.

Naquele momento queriam mesmo sentirem-se na intimidade. A gravidez de Bruna, que depois viria a ser confirmada, levava ambos a sentir essa necessidade. Falaram de projectos futuros, de como a vida iria mudar com um novo ser, da necessidade de se programarem de modo diferente, de como teriam de alterar a forma de gerir seus ofícios. "Podemos passar a gerir no modo virtual, os TelOficios estão em saldo e podemos configurar o software de forma a controlarmos o teu e o meu", sugeriu Miguel.
Bruna reagiu em lamento, comentando a insegurança de ter a actividade do seu Oficio suportada apenas por dois deprimidos com o nível 2 de depressão e à beira do previsto "fim do período de vida útil" pelo que a sua entrada no nível de depressão seguinte requereria mais apoio presencial. Miguel tranquilizou-lhe a ânsia. E lembrou-lhe a notícia do medicamento INFARMED. "Se começarem o tratamento nos dias mais próximos terão a capacidade actual por mais 10 anos e, nessa altura, já a nossa criança terá mais autonomia" argumentou Miguel. Bruna, convencida, aceitou que fizessem a encomenda do aparelho naquele instante.
Ele fê-lo através do TelLog, exclamando "boa, a entrega será imediata!" e de seguida fizeram a encomenda do anunciado tratamento no sítio da farmácia virtual...
Passados 15 minutos, o quadro monitor da demótica do condomínio assinalava uma entrega proveniente do drone 327 e que este aguardava o aviso de recepção.  Miguel, clicou "OK" no TelLog. Bruna foi buscar o aparelho e em gesto apressado libertou-o da embalagem. Olhando o aparelho era, na aparência, igual aos dois outros apenas se diferenciado pela cor. O TelLog era azul, o TelCom amarelo e aquele era vermelho. "Configuramos já?" perguntou Bruna antecipando a resposta ligando o pequeno portátil.
Entrou no menú geral e clicou em "registe-se"
Inseriu os dados do seu Oficio, identificação fiscal, número de deprimidos no activo, nível de depressão e número do Cartão de Cidadão (neste campo, havia uma nota, "o chip do CC assegura a rastreabilidade dos inputs). Parou. 
- "Miguel, o que significa isto?"
- "Acho que cada função a controlar tem por base a identificação da pessoa a controlar, deve ser isso!"
Bruna continuou para o menú das funcionalidades, passando o aparelho a apresentar uma tela com várias linhas em frente às quais tinha um espaço um apor um pisco:
  1. - relógio de ponto - v
  2. - atraso tolerado - v
  3. - localizações fora do Oficio (integra GPS) - deixou em branco
  4. - localizações dentro do Oficio (integra planta do edifício) - v
  5. - Lista de Tempos por Tarefa (integra Plano de Trabalho) - v
  6. - Tolerância para tempos despendidos fora do Plano - deixou em branco
De seguida clicou "em passar à tela seguinte" e apareceu o alerta "o campo 6 é obrigatório" e Bruna volta a inquirir Miguel:
- "Porquê este campo obrigatório?" 
- "Acho que se não preencheres esse campo deixas de poderes receber alertas sobre os riscos de incumprimento do Plano de Trabalho, deve ser isso!"
Bruna fica a pensar e depois exclama:
-"Ah, pois é!, agora me lembro quando estivemos a configurar no outro micro-portátil as encomendas a lançar nos supermercados, havia algo assim semelhante... até tinha um alerta sobre os riscos de mantermos conversa com os os deprimidos locais para além de um certo tempo... avisava que colocava em risco o completar-se a encomenda... lembras-te?" Dizendo isto, foi ao campo 6 colocar o pisco. 
E continuou a introduzir os dados. Após validar toda a configuração, pediu ao Miguel se podiam passar para a sala de espelhos.
"Sabes?, preciso de ver gente!"
Nesse preciso momento recebia no TelCom, pela função alta voz, a seguinte mensagem:
«Última hora. Feitos hoje  os testes em carga sobre a nova fábrica de montagens de automóveis da Wolkswagen. Com as novas tecnologias de automação, todas as operações foram robotizadas bastando um único deprimido, com a qualificação de 1º nível de depressão, para assegurar o seu funcionamento. A CIP já comunicou ao Governo o Programa de recolocação dos 250 deprimidos que passam ao quadro de excedentários prevendo-se que, desses, 20% possam ser integrados em Ofícios de manutenção.»
 PARTE II - 25 ANOS MAIS TARDE

Ia fazer no dia seguinte 25 anos.  E na sala, que já tinha sido de espelhos, relembrava o que aquela sala o fazia lembrar. Tinha ideia de ali ter gatinhado, de ali ter aprendido a andar, de ali ter dito a primeira palavra (embora não se recordasse qual, admitia ter sido a palavra "mãe"), de ali ter assistido ao ar feliz do pai dizendo-lhe ainda criança "olha a mãe tem uma depressão benigna, tem assegurada cura".

Nessa altura nem conhecia todas as  palavras que seu pai empregara, mas o rosto e o tom com que o dissera, faziam-lhe adivinhar que as noticias sobre a mãe eram boas. E foram, sua mãe Bruna regressara a casa, curada sem riscos de ser qualificada como deprimida. E foi nesse mesmo dia que a sala de espelhos deixou de fazer sentido. Dia após dia, serão a seguir a serão, a sala era onde a família se reunia. Nunca mais foi necessário simular que havia gente, para além da gente que ali havia. Eram só três, mas a sala passou a estar cheia.
Fazendo esse retorno ao passado, ocorreu-lhe que o passado é mais que a memória que cada um guarda. Animado de um propósito subiu a escada. Tinha de descobrir quem seus pais seriam e qual seria o passado dos deprimidos. No sótão estaria a resposta. E procurou-a. Havia lá de tudo o que ficara fora de uso. A um canto, jazia tecnologia antiga, aparelhagem diversa e descontinuada. Tralha. Pegou naquilo que em aspecto mais se aproximava dos Tels em uso. Tentou ligar, mas não acontecia nada. Aturadamente foi tentando até que se ligou. Cedo percebeu que nem por ser coisa antiga lhe seria vedado o acesso.

Raciocinou que os sucessivos up grades das actuais redes mantinham a lógica da primitiva que lhe dera origem. Foi insistindo, experimentando hipóteses... E, a dada altura, "Bingo!" exclamou para consigo.
Ao entrar, a primeira imagem era enigmática, tinha o que lhe parecia ser um barco e uma frase "Nada é definitivo num naufrágio, havemos de corrigir o rumo errado!"  Que quereria aquilo dizer? Fez outras tentativas para encontrar a resposta e de cada vez que tentava mais perplexo ficava. Poema? O que seria um poema? Leu e releu, e começou-se a fazer na sua mente alguma luz... e uma pista: aquele nome, igual ao seu. Quem seria ele? Anotou a data, Dezembro de 2012. Foi há 100 anos. Ia a progredir na pesquisa, quando sua mãe o chamou: 
- "Rogério, tens o jantar na mesa, daqui a nada está tudo frio, filho!"
E desceu a correr.
No outro dia, e no outro, e no outro, muitos a fio, não descolou do propósito. Passado meses quase tinha a certeza de quem era (seria neto de um dos netos deles) mas não tinha qualquer dúvida de que a classe dos deprimidos era originária dos precários do século passado. A luta dos precários de entãotinha-se gorado e a sociedade tinha mudado. Meteu-se-lhe então na cabeça um desafio: "Porque não regressar à luta? Porque não fazer renascer a esperança?" E voltou a ler o poema. Nunca tinha lido um poema assim, na verdade, nunca tinha lido nenhum poema na vida.
Passaram meses sobre a descoberta e a decisão de iniciar uma investigação. Para a investigação que tinha enveredado, faltava-lhe encontrar o algoritmo que conseguisse desligar cada chip de cada deprimido de forma a que este não fosse controlado sem que o sistema de controlo e os planos de trabalho fossem dar o alarme aos ofícios onde o deprimido estava alocado.  Resolvido e testado o algoritmo iniciaria o plano.
Passaram meses sobre o teste do algoritmo, sobre o sucesso do teste e sobre o inicio do plano. Na sala, que antes tinha sido de espelhos, 397 rostos aguardavam poder contribuir para o que se fosse seguir: como desactivar todos os sistemas: da logística à domótica, dos tempos de controlo aos chips dos controlados, do accionamento dos drones à recepção de encomendas, dos braços robotizados a todos os "OKs" programados.

Consensualizado o plano, cada um foi para o seu lado, munido de uma tarefa, clara, precisa.
A data combinada? 25 de Abril! 
A senha? "Conversa Avinagrada"! 

conversavinagrada.blogspot.pt

07
Nov17

1917-2017: Cem anos de uma Revolução que muitos desejam efémera 7 DE NOVEMBRO DE 2017 - A 7 de Novembro de 1917 (25 de Outubro no antigo calendário russo) apontou-se pela primeira vez na história uma sociedade de seres humanos livres e iguais. O proj

António Garrochinho






A partir do século XIX, com o ascenso do proletariado como nova força social, o sonho e a utopia deram lugar a um projecto político e de transformação social, no sentido da eliminação de todas as formas de exploração e opressão.
Nascia assim a resposta à primeira grande crise gerada pelo imperialismo, materializada nos milhões de mortos e na destruição provocados pela I Guerra Mundial. Por muitos artigos que se escrevam a desmerecer a sua importância e a asfixiá-la num período da história, a actualidade demonstra que nela reside o futuro e a esperança dos homens e mulheres que não aceitam a exploração como sistema. 
Foi na Rússia semi-feudal, dominada pelo poder autocrático e repressivo dos czares e da mais alta nobreza, com mais de cem nacionalidades oprimidas, conhecida como «prisão dos povos», destruída pela I Guerra Mundial, com um povo fustigado pela exploração, a repressão, a pobreza, a fome e o analfabetismo, que surgiu a 7 de Novembro de 1917 (25 de Outubro no antigo calendário russo) a Revolução de Outubro.
O proletariado russo, liderado pelo Partido Bolchevique, tomava nas mãos o seu destino, conquistando o poder e levando por diante o projecto de uma nova sociedade, com o objectivo de pôr fim à exploração do homem pelo homem.
Iniciava-se a construção de uma nova sociedade de seres humanos livres e iguais, que havia de marcar profundamente a vida mundial pelos êxitos, conquistas, realizações, exemplo e experiências deste empreendimento revolucionário.
Os grandes progressos verificados – direitos dos trabalhadores e dos povos em geral, políticas sociais, derrota do nazi-fascismo e libertação de países do jugo colonial – são inseparáveis da Revolução de Outubro, dos seus ideais e valores, da solidariedade política, diplomática, económica e militar da União Soviética para com a luta dos trabalhadores e dos povos de todo o mundo.


O século XX fica marcado pela Revolução de Outubro, pelo poder político dos trabalhadores e pela construção duradoura, pela primeira vez na história, de uma sociedade sem exploradores nem explorados. A Revolução de Outubro é a concretização prática da aspiração secular do homem – a sua libertação social e humana.
Durante mais de meio século, o socialismo ganhou terreno como alternativa ao sistema capitalista. A edificação do novo Estado significou a instauração de um verdadeiro e genuíno poder popular, uma nova forma de democracia participativa – os sovietes, um fulgurante desenvolvimento económico (na indústria e na agricultura), desenvolvimento social e grandes descobertas e avanços na ciência e nas novas e revolucionárias tecnologias.
A construção da nova sociedade defrontou, porém, dificuldades e obstáculos superiores aos que previram os seus pioneiros. Com o desaparecimento da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e do socialismo como sistema mundial, o capitalismo tornou mais evidente a sua natureza com os brutais retrocessos na vida de milhões de seres humanos e o mundo mais exposto às tentativas de imposição de uma nova ordem ao serviço das potências imperialistas não olhando a meios para atingir os seus objectivos.

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07
Nov17

Orçamento do Estado PCP avança com redução do IMI, 25 milhões para as artes e cortes nas PPP

António Garrochinho


LUSA/MIGUEL A. LOPES

Orçamento do Estado

PCP avança com redução do IMI, 25 milhões para as artes e cortes nas PPP

Foram entregues as propostas para aumento da derrama estadual de IRC de 7 para 9% acima dos 35 milhões de lucro e o fim do corte de 10% no subsídio de desemprego já concertadas com o Governo.
Os comunistas formalizaram esta segunda-feira um primeiro pacote de propostas de alterações ao Orçamento do Estado (OE) para 2018 que incluem a renegociação, não renovação e reversão das Parcerias Público-Privadas (PPP), o aumento do financiamento às artes em sete milhões de euros, a redução da taxa máxima do IMI para 0,4% e manuais gratuitos para o segundo e terceiro ciclos. Além disso, pedem também a reposição do regime de isenção de taxas moderadoras dos doentes crónicos, descreveu ao PÚBLICO o líder da bancada do PCP. Todas estas propostas estão ainda a ser discutidas com o Governo, algumas “têm boas pernas para andar”, diz João Oliveira.

Estão também entregues as duas propostas já consensualizadas com o Governo, para o aumento de 7% para 9% da derrama estadual de IRC, das empresas com lucros tributáveis superiores a 35 milhões de euros de lucros, e para o fim do corte de 10% no subsídio de desemprego ao fim de 180 dias de benefício. 

Estas propostas foram acordadas com o Governo ainda antes de o documento do OE2018 entrar no Parlamento: seriam feitas pelo PCP na fase da especialidade e contariam com o voto da bancada do PS. Entretanto, o Bloco também prometeu entregar propostas idênticas. Em quatro anos, foram afectados cerca de 450 mil desempregados e representou uma redução de 267 milhões de euros para a Segurança Social.

A proposta sobre as PPP tem como objectivo final a reversão, a prazo, destas parceiras, e está dividida em quatro medidas a adoptar em 2018. O PCP quer renegociar já os contratos para reduzir encargos, e impedir a renovação dos contratos que cheguem ao fim. Depois de a PPP do Hospital de Cascais ter terminado este ano e de o contrato ter sido renegociado, uma das próximas é a do Hospital de Braga e os comunistas querem fixar já esta regra de não renovar mais nenhuma.

Outra medida é “limitar as transferências do OE apenas às verbas correspondentes às receitas cobradas pela prestação do serviço (portagens e taxas moderadoras) e ao pagamento de salários e outras despesas necessárias ao funcionamento e à prestação do serviço”, descreve João Oliveira. Com esta limitação, o Estado deixa de pagar o que é o lucro das concessionárias, mas mantém o financiamento dos serviços, argumenta o deputado. Que acrescenta a quarta medida: retirar a resolução dos litígios com as PPP dos tribunais arbitrais e remetê-los para os tribunais normais. Porque, diz, os contratos estipulam que sejam os arbitrais a julgar os processos, mas estes decidem normalmente à razão de 50/50 entre o Estado e a concessionária.

Depois do reforço orçamental para a Cultura no OE deste ano, o PCP volta a insistir na necessidade de aumentar as linhas de apoio às artes para os valores antes dos cortes dos PEC de José Sócrates e da troika, ou seja, 25 milhões de euros. E propõe um reforço de 7,4 milhões de euros para que se atinja esse valor e se criem condições para a “recomposição das estruturas de criação artística”, adianta o partido. “Não há uma oposição de princípio, o Governo admitiu discutir”, conta João Oliveira.

Embora o Governo se tenha comprometido com a gratuitidade dos manuais escolares para toda a escolaridade obrigatória até ao final da legislatura, o PCP defende que faz sentido uma aplicação faseada. Por isso, pretende que já em Setembro se estenda aos segundo e terceiro ciclos, deixando o ensino secundário para 2019. Segundo João Oliveira, está já assegurado o 2.º ciclo no próximo ano lectivo, mas o 3.º está ainda em discussão.

Quanto à taxa máxima de IMI, que o PCP conseguiu que fosse reduzida de 0,5% para 0,45% neste ano, os comunistas querem manter a trajectória e cortar agora para os 0,4%. “São apenas 38 municípios que ainda têm IMI acima deste valor.”

Na área da saúde, os comunistas propõem a reposição do regime de isenção das taxas moderadoras para os doentes crónicos, que abrangia todos os cuidados de saúde, em vez de apenas se isentar nos cuidados directamente relacionados com a doença.




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07
Nov17

07 de Novembro de 1867: Nasce, em Varsóvia, Marie Curie, Prémio Nobel de Física e Prémio Nobel da Química.

António Garrochinho


Física francesa, Marie Curie nasceu Maria Sklodowska, a 7 de novembro de 1867, em Varsóvia, e morreu a 4 de julho de 1934, perto de Sallanches, em França. Quando Marie nasceu a Polónia ainda fazia parte do Império Russo e Marie foi a quinta e mais nova filha de um casal de professores. A família tinha perdido as suas propriedades e fortuna devido ao envolvimento em sublevações patrióticas polacas que pretendiam a restauração da independência da Polónia, tal facto condenou-os a uma vida difícil.

Marie fez os estudos superiores na Universidade da Sorbonne, em Paris. Nesse contexto, Henri Becquerel propôs-lhe como tema de doutoramento, o estudo das radiações emitidas pelos sais de urânio. No decurso dos estudos, e já em conjunto com o seu marido, Pierre Curie, descobriu o fenómeno da radioatividade, a partir de novos elementos que emitiam espontaneamente radiações. Em 1898, o casal conseguiu isolar um novo elemento que foi designado por polónio (nome dado em homenagem ao país de origem de Marie) e meses mais tarde o rádio (Ra).

Em 1903 Becquerel, Marie e Pierre receberam, em conjunto, o Prémio Nobel da Física, pelos seus estudos sobre a radioatividade.

Após a morte do marido, Marie Curie ocupou a cátedra deixada vaga por este, sendo a primeira mulher a ensinar na Sorbonne. Dando seguimento às suas pesquisas na tentativa de isolar o rádio metal, em 1910, obteve uma pequena quantidade de rádio puro no estado metálico. Esta circunstância incitou-a a fundar e dirigir o Instituto de Rádio, em Paris. Por todo o trabalho e investigação laboratoriais desenvolvidos, em 1911 foi-lhe atribuído a título pessoal o Prémio Nobel da Química, sendo o único cientista a receber este prémio por duas vezes. Depois da sua morte foi publicado o livro Radioactivité, em que trabalhou durante vários anos.

A sua filha mais velha, Irene Curie, seguiu o interesse dos pais pelas áreas da física e da química. Em 1935,recebeu o Prémio Nobel da Química, pela obtenção de novos elementos radioativos, juntamente com o seu marido, Frederic Joliot.

Fontes:Marie Curie. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 
wikipédia (Imagens)
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Marie Curie

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