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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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16
Nov17

'Verdes' acordam com Governo redução de pelo menos dois alunos por turma

António Garrochinho

'Verdes' acordam com Governo redução de pelo menos dois alunos por turma



Segundo a deputada ecologista Heloísa Apolónia, será entregue uma proposta de aditamento ao Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) para incluir uma norma específica e fazer assim efeito no primeiro, quinto e sétimo anos, ou seja, nas turmas que iniciam no próximo ano aqueles ciclos do ensino básico, podendo vir ainda a incluir o ensino secundário (entre o 10.º e o 12.º anos).


"Chegámos hoje a acordo com o Governo. A redução do número de alunos por turma tem sido uma longa batalha de 'Os Verdes' aqui na Assembleia da República. É uma questão fundamental para criar melhores condições de aprendizagem nas salas de aula e implica recursos e uma readaptação das escolas para que possa ser efetivado", congratulou-se a deputada do PEV.

Atualmente, a legislação estipula limites máximos de 26 alunos por turma no primeiro ciclo (primeiro, segundo, terceiro e quarto anos) e de até 30 nos restantes (do quinto ao 12.º anos), uma alteração introduzida pelo antigo ministro do Governo PSD/CDS-PP Nuno Crato (2013).

No OE2017, já tinham sido reduzidas as turmas aos valores de antes da alteração introduzida pelo antigo ministro do Governo PSD/CDS-PP Nuno Crato (2013), ou seja, limites máximos de 24 alunos por turma no primeiro ciclo e de 28 nos restantes, mas apenas em escolas consideradas 
Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP).

"O mínimo será a redução para atingirmos os números que as escolas conheciam antes do aumento, ou seja, retomar os valores de 2013, mas isso só será estipulado formalmente depois através de portaria e não no OE2018", acrescentou Heloísa Apolónia, admitindo "margem de negociação para o ensino secundário, ou seja, a partir do 10.º ano, mas reconhecendo "menos abertura por parte do Governo".



www.noticiasaominuto.com
16
Nov17

PORTUGAL - SNIPER DO EXÉRCITO PORTUGUÊS

António Garrochinho






O Expresso foi ver como são selecionados, que armas usam, para que missões estão preparados os snipers da Força de Operações Especiais do Exército. São uma elite dentro da elite. Um pelotão restrito. Anónimo. Treinam diariamente com um único objetivo: eliminar um alvo à primeira, mesmo que esteja a centenas de metros. Humano ou material. Sem dramas morais, dizem.















Fogo! Uma bala viaja a 860 metros por segundo em direção a um alvo a 900 metros de distância. Nove campos de futebol. Baliza a baliza. Acerta em cheio. Foi disparada por um sniper da Força de Operações Especiais do Exército. Deitado no chão, imóvel, apesar dos quatro graus abaixo de zero. Vento gelado. Alto da serra. Noite cerrada. Ao seu lado está um spotter. O homem que calculou a trajetória. Dupla inseparável. Heróis é coisa de Hollywood.
O tiro de precisão exige treino constante. Físico, técnico e mental. Arte e ciência. Para que, quando for preciso, o alvo seja neutralizado. "Em 90% das missões sniper, senão mesmo em 100%, o desejável é fazê-lo à primeira, com o cano a frio", explica o capitão responsável pelos cursos de formação de snipers. Não são reveladas as identidades. Nas operações especiais o anonimato é regra de ouro. Em nome da segurança. Sua e de quem lhe está próximo. Rosto sempre protegido por um gorro passa montanhas. Só as divisas indicam a patente. "Não há um terceiro disparo", sublinha. Se revelar a sua posição, a parelha, infiltrada em território inimigo, é uma presa fácil.
"Muitos países perderam parelhas sniper em teatros como o Iraque e o Afeganistão por projetarem para o terreno apenas o binómio. Chegou-se à conclusão que estes homens não podiam ir sozinhos e decidiu-se enviar também mais um homem para garantir a segurança do grupo e outro para assegurar as comunicações com o escalão superior. Assim, também conseguem distribuir melhor a carga que, se fosse apenas a parelha, podia chegar aos 40 quilos por militar consoante o tempo que terão de passar no terreno", explica o capitão.
"Quando um sniper é abatido, para além da vida humana que se perde e de tudo o que isso significa, perdem-se também imensas horas despendidas com o seu treino" acrescenta o oficial responsável pelos cursos do principal centro de formação de snipers das Forças Armadas Portuguesas. Carreiras de tiro no quartel de Penude, alvos em movimento e a curta distância, e na Serra da Gralheira, a 1200 metros de altitude, alvos estáticos a longa distância. Rangers de Lamego









Todo o sniper começa por fazer o fato que o há e tornar praticamente invisível numa mata ou num areal. Mas o Exército já adquiriu alguns ghillie suit mais sofisticados, com capacidade antitérmica infravermelha. Para ver sem ser visto, rasteja-se até ao local do disparo onde se ficará imóvel o tempo que for preciso. Na boca do cano da AW 7.62 está um supressor de ruído que permite eliminar o som do disparo até 70%. Saem discretamente como entraram, levando consigo as cápsulas das balas. Sem deixar rasto
O sniper é, antes de mais, um militar de operações especiais. No duríssimo curso em que conquistou a boina verde musgo a sua capacidade de resistir à dor, física e psicológica, foi levada ao limite. Fome, sede, frio. Stresse total. Seis meses para oficiais e sargentos e doze semanas para praças. Irmãos de armas. Depois de passarem cerca de um ano numa das unidades táticas, podem candidatar-se ao curso de sniper. Todos os anos há dez novas vagas. Cinco chegarão ao final.
Para serem admitidos, terão de marchar quinze quilómetros com dez quilos às costas, prestar duas provas de tiro de precisão com diferentes espingardas automáticas e apresentar uma visão perfeita. Dez em dez. "A cada candidato é também feito um inquérito para saber se tem vícios, isto é, se fuma, se é um indivíduo nervoso, impulsivo. Não fumar e manter a calma nos momentos mais críticos é fundamental. Estas provas de seleção destinam-se a reduzir as possibilidades de insucesso no curso de sniper, sempre acima dos 50% nos últimos anos", explica o capitão.
Quem já é sniper também tem de cumprir, todos os anos, entre janeiro e fevereiro, o exercício de certificação operacional. Lamego abaixo de zero. Para continuar a fazer parte deste pelotão, cada militar tem de obter, pelo menos, 80% em cada um dos exercícios. "Se um operacional não atingir essa taxa terá de dar lugar a um outro que consiga. Estamos a falar do desenvolvimento de técnicas de tiro de precisão a longas distâncias", insiste o capitão. Mas os cursos vão muito para além do tiro. E nem é aí que os militares enfrentam o seu maior desafio. Mas já lá vamos.
O sniper é, antes de mais, um mestre da dissimulação. Ver sem ser visto. No curso de sniper os instruendos começam por construir o seu próprio fato. Dão-lhe 48 horas. O ghillie suit nasce de pequenas tiras de camuflado fixadas com uma pistola de cola quente. Dezenas de retalhos que hão de torna-lo invisível. Ou quase. "Deve-se camuflar as formas características do corpo para fiquem dissimuladas entre a vegetação. Os cotovelos e os joelhos são protegidos para que se consiga estar mais tempo em posição", revela um sniper. No exercício de certificação operacional, os homens têm apenas 20 minutos para vestirem o fato e camuflar a arma. Apenas o supressor de ruído da longa espingarda AW 7.62 da britânica Accuracy International ficará de fora. "Aquilo que se pede ao sniper é que rentabilize ao máximo a sua arma. Como permitem fazer tiro de precisão até aos 900 metros, quanto mais longe estiver do alvo melhor garante a sua segurança", lembra o capitão










Apesar de levarem consigo um GPS, os snipers têm de saber determinar a sua localização. Pode ser a diferença entre a vida e a morte, sempre que precisem de pedir apoio aéreo. Em missão, protegem-se contra qualquer eventualidade recorrendo à espingarda automática HK416 com uma cadência de fogo superior a 600 tiros por minutos. Para efetuar disparos sobre alvos até 900 metros usam a Arctic Warfare, calibre 7.62 milímetros, da Accuracy International.
Durante as dez semanas do curso de sniper, os militares realizam ainda diversos exercícios de observação para estimar, à vista desarmada, a distância a que está o alvo ou, já com recurso a aparelhos óticos, que tipo de armamento tem o inimigo. Aprende ainda a determinar a sua posição por triangulação numa carta topográfica. Apesar de levarem sempre um GPS, os operacionais sabem que o aparelho pode avariar-se no preciso momento em que tenham de pedir, por rádio, apoio aéreo. Resgate. "Quando há fortes indícios de que o militar vai ter sucesso no curso aprende a usar a estação meteorológica portátil ou os binóculos para medir distâncias e identificar o armamento na posse do inimigo", explica o capitão.
Um tiro certeiro até aos 900 metros não é fruto de sorte. Resulta da medição rigorosa da temperatura do ar, altitude, pressão atmosférica, direção e velocidade do vento. "Tudo isto influencia a trajetória do projétil", explica o tenente que comanda o pelotão sniper. "As condições meteorológicas variam constantemente. Consegue-se, por exemplo, ter a perceção do vento que está no nosso local e no local do alvo, mas entre a nossa posição e a do alvo pode haver ventos cruzados. Daí a necessidade do spotter efetuar todos os cálculos que permitam minimizar um erro eventual", insiste.
"A partir do momento em que o sniper dispara, o spotter deve fazer o seguimento do projétil para determinar o ponto de impacto. Se eventualmente falhar o alvo, o spoter rapidamente dá as correções ao sniper que as volta a introduzir na luneta da arma. Este remunicia e rapidamente executa o segundo disparo", conta o tenente.
"Todo o tiro é feito para o centro de massa do ser humano, a zona do peito, a parte que confere maior área. É a primeira zona de impacto. Existe uma segunda, a cabeça", revela o capitão. E se estiver a usar um colete à prova de bala? "Se o alvo estiver a usar proteção balística teremos de disparar munições perfurantes para poder atingir os órgãos vitais", esclarece.
Mas o maior desafio que estes homens dizem enfrentar em cada missão, nem é o tiro mas a infiltração. Chegar à base de fogos, o local de onde será feito o disparo, sem ser visto exige perícia. Força. "Numa operação poderemos fazer uma infiltração de vinte quilómetros durante a qual passamos por intempéries, adversidades. Daí a condição psicológica e física do sniper ser crucial e por isso muito trabalhada, quer nos cursos, quer na componente operacional. Não somos chamados só quando está bom tempo, mas quando é necessário", conta o tenente. Sempre que possível progridem no terreno junto a linhas de água. "Permitem uma aproximação dissimulada, sem expor a silhueta", acrescenta o comandante do pelotão sniper. Afastados de dia. À noite juntos. Sempre em silêncio. "A infiltração sem ser detetado é a parte mais estimulante. Vem da essência da caça: aproximarmo-nos de presa sem sermos detetados", resume um operacional.
Sobre missões concretas ninguém fala. Informação classificada. Top-secret. O Expresso sabe, no entanto, que os snipers da Força de Operações Especiais estiveram em Lisboa, a 19 de 20 de novembro de 2010, na última cimeira da NATO. Treinados para intervir também em meio urbano podem apoiar as forças policiais, apesar de não ser a sua principal missão. Os comandantes garantem que estes homens treinam diariamente para serem chamados, onde e quando forem precisos
VÍDEO

Sem dramas morais nem telemóveis durante uma missão, como no filme em que Clint Eastwood conta a história Chris Kyle, o sniper americano a quem o Pentágono confirmou 160 mortes, incluindo uma criança, e que lhe conferiu o estatuto do mais letal da história militar dos EUA. "A nossa missão é chegar à altura e fazermos o nosso trabalho, independentemente do que esteja do lado de lá", garante um sniper português.



expresso.sapo.pt
16
Nov17

OS NINJAS NÃO ERAM COMO SE VÊ NOS FILMES MAS TINHAM MUITOS TRUQUES E INVENTOS

António Garrochinho

10 habilidades pouco conhecidas dos ninjas

Na cultura pop, ninjas tendem a ser retratados empunhando espadas e lançando shurikens (aquelas lâminas em forma de estrela). Na realidade, ninjas favoreciam facas porque elas eram mais fáceis de esconder e os shurikens eram normalmente usados apenas como uma distração.Além disso, as roupas dos ninjas eram azuis escuras, não pretas. Claro, a diferença entre a precisão histórica e o retrato moderno desses guerreiros pode ser perdoada como licença artística. No entanto, mesmo nas raras ocasiões em que ninjas são mostrados com exatidão, há uma série de ferramentas, truques e armas que nunca chegam ao nosso conhecimento. Como:

10. Nekome-jutsu

truques e armas ninjas 10
Tempo era muito importante para os ninjas. Embora eles não tivessem os cronômetros precisos que temos hoje, eles tinham algo tão bom quanto, e definitivamente mais criativo.
Ninjas eram treinados em nekome-jutsu, a capacidade de dizer o tempo apenas observando o olho de um gato muito de perto. Os gatos têm olhos muito sensíveis; suas pupilas se ajustam à mudança de luz ao longo do dia. No início da manhã, as pupilas de um gato são redondas e totalmente abertas para permitir a entrada do máximo de luz possível. Entre 8:00 e meio-dia, ficam mais ovais para bloquear o excesso de luz conforme o sol sobe. As pupilas ficam mais estreitas ao meio-dia, quando o sol está em seu pico.
Com esse conhecimento, ninjas eram capazes de adivinhar com precisão (dentro da hora certa) o horário. Mas e se não havia um gato por perto? Hum...

9. Mizu-gumo

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Nos velhos tempos, seja na Ásia ou na Europa, a melhor maneira de proteger uma fortaleza era com um fosso. Como a maioria dos alvos dos ninjas era de classes ricas, o fosso era um obstáculo que eles tinham de enfrentar regularmente. Muitos filmes lidam com isso mostrando guerreiros silenciosos pulando o fosso em um único movimento, ou atravessando a água correndo, o que é impossível.
Na realidade, ninjas usavam uma ferramenta chamada mizu-gumo, que significa “aranha de água”. O dispositivo era feito de quatro pranchas curvas de madeira ou couro animal, amarradas juntas com uma quinta prancha no meio.
Sabemos que esse objeto existia, mas não entendemos completamente como funcionava. É mais plausível que tenha sido usado como uma jangada. Também parece mais adequado para atravessar pântanos lodosos do que para ficar à tona na água

8. Saoto hikigane

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Como espiões, era vital que ninjas tivessem boa audição. Às vezes, eles eram contratados somente para adquirir informações, por exemplo, escutar guardas fazendo suas rondas para aprender seus horários.
Para ajudar nesse esforço de escuta, ninjas usavam uma ferramenta chamada saoto hikigane. Apelidada de “corneta” por causa de sua aparência e formato de cone, o objeto era feito de metal ou madeira e seu tamanho variava. Normalmente, os ninjas usavam a ferramenta para amplificar sons através de paredes, canalizando-os para a sua orelha
7. Donohi
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Ninjas eram combatentes experientes, mas mesmo eles não podiam suportar temperaturas frias sem um pouco de ajuda.
Como muito do trabalho de um ninja envolvia o uso de suas mãos, a última coisa que um guerreiro queria era uma queimadura de gelo ou que seus dedos ficassem dormentes por causa do frio. Congelar durante uma emboscada ou vigilância também não era uma boa opção.
Assim, eles usavam uma ferramenta de aquecimento chamada donohi, comumente feita de bambu, ferro ou cobre. O objeto continha materiais inflamáveis, como pólvora e álcool, e panos. Usando o tsuketake (uma espécie de isqueiro primitivo), os ninjas incendiavam o combustível. Uma vez aceso, o combustível podia queimar por horas, até mesmo dias.
Os donohis foram muito úteis para proteger os guerreiros. Além disso, como uma fonte rápida e portátil de fogo, poderia ser utilizado para qualquer coisa desde incendiar a casa de um inimigo a cozinhar alimentos.

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6. Kanzashi

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É bem documentado que ninjas podiam transformar qualquer coisa em uma arma. Sendo assim, ter um objeto longo e afiado escondido em seu cabelo não faz mal.
No Japão feudal, as mulheres muitas vezes usavam grampos ornamentais chamados kanzashi. Os grampos não eram perigosos em si, mas nas mãos de um ninja, podiam ser usados para atacar pontos vitais do corpo. Eles também poderiam ser afiados e usados como uma faca. Eles ainda podiam ser imersos em veneno, tornando-se uma ferramenta de assassinato eficaz.
Os kanzashis eram ideais para kunoichis (ninjas mulheres), que favoreciam pequenas armas que poderiam ser escondidas em plena vista. Devido à popularidade dos grampos, as kunoichis não levantavam nenhuma suspeita.

5. Yatate

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Diz-se que a caneta é mais poderosa que a espada. Normalmente, isso não deve ser tomado literalmente, mas nas mãos de um ninja, uma caneta pode ser realmente fatal.
Ninjas não iam a qualquer lugar sem um yatate. Este objeto feito normalmente de bambu tinha, em uma das extremidades, um pequeno recipiente para armazenar tinta, enquanto o resto do cilindro era oco para manter um pequeno pincel.
Yatate eram vitais para os ninjas escreverem as observações de seus alvos e registrarem informações importantes que descobriam. Em um ataque, no entanto, eles também eram capazes de usar agulhas, veneno e outras pequenas armas escondidas nos yatates. Como o kanzashi, ninguém tinha motivo para suspeitar de alguém carregando uma caneta.

4. Neko-te

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Até mesmo as unhas dos ninjas podiam ser transformadas em armas. Unhas de metal chamadas de neko-te eram favoritas entre ninjas mulheres.
As unhas eram ligadas aos dedos de várias maneiras. Às vezes, eram moldadas numa forma semelhante a um dedal. Em outros casos, eram usadas como anéis. Feitas geralmente de ferro, podiam ter também finos pedaços de bambu. Joias e grampos eram comumente usadas para criá-las.
O nome da arma vem da ideia de as unhas parecem garras. “Neko” significa “gato” em japonês, e “te” é “mão”. É importante notar que esta arma era usada exclusivamente por mulheres.

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3. Grilos

truques e armas ninjas 3
Ninjas eram mestres da dissimulação, treinados para serem capazes de se aproximar dos inimigos silenciosamente. Isso não era fácil, no entanto. Andar silenciosamente por uma floresta de folhas mortas poderia anunciar a presença de uma pessoa apenas por pisar em um galho, arruinando a missão.
Para essas ocasiões, ninjas muitas vezes carregavam uma pequena caixa ou pote de grilos. O chilrear dos insetos disfarçava qualquer som que os ninjas faziam. Os guerreiros tinham uma mistura especial de produtos químicos para garantir que os grilos fizessem barulho quando fosse mais conveniente, e ficassem quietos quando fosse necessário.
Dado o quão comum o som de grilos é, inimigos não tinham nenhuma razão para desconfiança. O oposto era geralmente o caso – insetos e pássaros muitas vezes param de chilrear quando um predador está próximo, então a ausência do barulho de grilos é que poderia denunciar uma presença humana
2. Pó ofuscante
truques e armas ninjas 2
Ninjas usavam uma grande variedade de pós ofuscantes. Seus recipientes preferidos para essas misturas cegantes eram cascas de ovo. Ninjas usavam uma agulha para fazer um buraco em uma casca de ovo sem quebrá-lo, escorrendo seu conteúdo. Uma vez que o ovo estava vazio, ninjas o preenchiam com as coisas como limalhas de ferro, sal, pimenta em pó etc.
Qualquer coisa que trouxesse lágrimas aos olhos de uma pessoa era potencialmente um ingrediente. Na batalha, ninjas quebravam esses ovos nos olhos de seu oponente, cegando-os. Os guerreiros também podiam incluir na mistura substâncias que irritavam o nariz e as vias respiratórias.
Mesmo que o oponente só ficasse enfraquecido por um momento, o pó dava ao ninja vantagem e tempo mais que suficientes para um ataque ainda mais forte ou para uma fuga bem-sucedida.

1. Goshiki-mai

truques e armas ninjas 1
Só os ninjas podiam transformar comida em uma ferramenta secreta. Como espiões e assassinos de aluguel, uma das partes mais importantes do seu trabalho era secretamente passar informações. O melhor método para fazer isso era com goshiki-mai, que significa arroz de cinco cores.
Os guerreiros pintavam grãos de arroz de vermelho, azul, amarelo, preto ou roxo e usavam o alimento para enviar mensagens. O arroz era deixado em estradas ou qualquer outro lugar discreto. Os inimigos e outras pessoas comuns não notariam nada, mas ninjas do mesmo clã saberiam o que procurar.
Com base na combinação de cores e número de grãos, os ninjas podiam criar mais de 100 códigos diferentes. Não só o goshiki-mai foi uma ferramenta espiã eficiente, como era segura contra aves. A pintura evitava que os pássaros confundissem os grãos com sementes e os comessem. 




hypescience.com
16
Nov17

CONHEÇA A "VITÓRIA RÉGIA", A MAIOR PLANTA AQUÁTICA DO MUNDO

António Garrochinho

É conhecida pelo nome de vitória-régia uma das maiores plantas aquáticas do mundo. Com um aspecto exuberante e ornamental, ela pertence à família Nymphaeceae e é nativa da região amazônica. É dotada de folhas circulares, enormes, que podem alcançar até 2,5 metros de diâmetro. Seus bordos alcançam até 10 cm e revelam uma face inferior espinhenta e avermelhada. Possui ainda uma notável capacidade de flutuação, devido a uma rede de grossas nervuras e compartimentos de ar em sua face interior. A superfície da folha apresenta uma intrincada rede de canais para o escoamento da água, o que também auxilia na sua capacidade de flutuar, até mesmo sob chuvas fortes.
Sua flor (a floração ocorre desde o início de março até julho) pode ser branca, lilas, roxa, rosa e até amarela, expele uma fragrância noturna adocicado do abricó, chamada pelos europeus de "rosa lacustre", mantém aberta até o início da manhã seguinte.
No segundo dia, o da polinização, a flor é cor de rosa. Assim que as flores se abrem, seu forte odor atrai os besouros polinizadores (Cyclocefalo casteneaea), que a adentram e nelas ficam presos. Hoje existe o controle por novas tecnologias (adubação e hormônios) em que é possível controlar o tamanho dos pratos sendo utilizada no paisagismo urbano, tanto em lagos quanto em espelhos d'água.
Os ingleses que deram o nome Vitória em homenagem à rainha, quando o explorador alemão a serviço da Coroa Britânica Robert Hermann Schomburgk levou suas sementes para os jardins do palácio inglês. O suco extraído de suas raízes é utilizado pelos índios como tintura negra para os cabelos. Também utilizada como folha sagrada nos rituais da cultura afro-brasileira e denominada como Oxibata.
A vitória-régia depende bastante das inundações do rio Amazonas para a sua sobrevivência, pois à medida que as águas sobem, crescem também as suas hastes (pecíolos), que ficam longuíssimos, chegando a medir até cinco metros de comprimento. O nível alto das águas permite à plante viver cerca de dois anos. Caso as águas se mantenham baixas, a planta não consegue sobreviver.
foto - National Geographic
Além de sua destacada beleza e perfume, a raiz da vitória-régia é um tubérculo parecido com a mandioca (inhame), rico em amido e sais minerais, e por isso mesmo é consumido frequentemente pelos locais. Seu cultivo é delicado, e seu desenvolvimento só acontece em meio ao calor equatorial, tendo ainda pouca tolerância ao frio. Suas flores brotam nos meses de janeiro e fevereiro, e duram apenas 48 horas, abrindo somente à noite e apresentando cores brancas no primeiro dia e rosadas no segundo e final dia, com várias camadas de pétalas.
Suas pétalas podem ainda atingir até trinta centímetros de diâmetro e, no meio delas, encontra-se um botão circular onde estão localizadas uma grande quantidade de sementes, que irão se depositar no fundo das águas, a cada mês de agosto. À medida em que recebem a ação dos raios solares, elas se enterram no lodo e endurecem. Tais sementes constituem uma fonte de alimento para os índios e também para as aves da região. Estas últimas, aliás, são responsáveis por espalhar as sementes da vitória-régia, perpetuando assim sua existência.
A LENDA
A lenda da vitória-régia é uma lenda brasileira de origem indígena tupi-guarani.
Há muitos anos, em uma tribo indígena, contava-se que a lua (Jaci, para os índios) era uma deusa que ao despontar a noite, beijava e enchia de luz os rostos das mais belas virgens índias da aldeia - as cunhantãs-moças. Sempre que ela se escondia atrás das montanhas, levava para si as moças de sua preferência e as transformava em estrelas no firmamento.
Uma linda jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e mal podia esperar pelo grande dia em que seria chamada por Jaci. Os anciãos da tribo alertavam Naiá: depois de seu encontro com a sedutora deusa, as moças perdiam seu sangue e sua carne, tornando-se luz - viravam as estrelas do céu. Mas quem a impediria? Naiá queria porque queria ser levada pela lua. À noite, perambulava pelas montanhas atrás dela, sem nunca alcançá-la. Todas as noites eram assim, e a jovem índia definhava, sonhando com o encontro, sem desistir. Não comia e nem bebia nada. Tão obcecada ficou que não havia pajé que lhe desse jeito.
Um dia, tendo parado para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem da deusa amada: a lua refletida em suas águas. Cega pelo seu sonho lançou-se ao fundo e se afogou. A lua, compadecida, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", única e perfeita, que é a planta vitória-régia. Assim, nasceu uma linda planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.
viagemturismoaventura.blogspot.pt
16
Nov17

O PRESIDENTE DE TODOS OS CÊDÊÉSSES E PÊÉSSEDÊS E OUTROS DEMAIS BURGUESES DE BEM NA VIDA.

António Garrochinho



Levado ao trono pela TVI, pela SIC, e vergonhasamente pela televisão pública para lá de uma campanha eleitoral que durou anos e anos a ser preparada com toda a minúcia para nos impôr o "presidente" do capital e do neo liberalismo, Marcelo é um exemplo degradante do "populismo" mais rafeiro todos os dias coroado pelo JORNALIXO e ele próprio não se privando de se auto promover "acudindo" às desgraças e aos acontecimentos que o tragam para os canais de televisão e jornais.
Sobre o que é essencial e o que poderia descobrir a careca dos seus amigos como o Salgado, os escândalos da Tecnoforma etc, Marcelo não se debruça nem comenta. Assobia para o lado.
16
Nov17

Charles Manson: um assassino à beira da morte?

António Garrochinho

O mais conhecido assassino em série dos Estados Unidos poderá ter que enfrentar, pela primeira vez, a sua própria morte. Segundo fontes do jornal Los Angeles Times , Charles Manson terá sido internado de urgência no hospital de Bakersfield, na Califórnia, pela segunda vez desde o início do ano.

O estado de saúde do psicopata de 83 anos, que cumpre uma pena de prisão perpétua, é considerado grave, segundo as mesmas fontes, depois de Manson ter sido submetido a uma operação cirúrgica em Janeiro, na sequência de hemorragias intestinais.

O guru da seita racista conhecida como a “família Manson” tinha sido condenado à pena capital, comutada mais tarde em pena perpétua, por pelo menos sete mortes durante duas jornadas sangrentas em Agosto de 1969 nos arredores de Los Angeles. Entre as vítimas do massacre, batizado pelo psicopata com o nome “Helter Skelter” – inspirado numa canção dos Beatles – encontrava-se a atriz Sharon Tate, então esposa do realizador Roman Polanski.

Em 1972, o tribunal da Califórnia tinha recuado na condenação à pena de morte, considerada inconstitucional e comutada em prisão perpétua com possibilidade de libertação antecipada.

Em 40 anos de cadeia, o assassino com a suástica tatuada na testa requeriu por 12 vezes a sua libertação antecipada, sucessivamente recusada pela justiça que convocou ainda Manson por agressão e ameaças, posse de arma e de telemóvel dentro da prisão.

pt.euronews.com
16
Nov17

16 DE NOVEMBRO DE 1922 NASCE JOSÉ SARAMAGO

António Garrochinho







Escritor português, José Saramago nasceu a 16 de novembro de 1922, em Azinhaga, no concelho da Golegã efaleceu a 18 de junho de 2010, na ilha espanhola de Lanzarote. Ficcionista, cronista, poeta e autor dramático,coube-lhe a honra de ser o primeiro autor português distinguido com o Prémio Nobel da Literatura, em 1998,consagrando, no seu nome, o prestígio das letras portuguesas contemporâneas além-fronteiras. Atribuição tanto mais meritória quanto a sua existência encontrou sempre condições adversas à satisfação da sua sede de cultura,ao longo de um percurso biográfico pejado de obstáculos.
Oriundo de uma família humilde, José Saramago não pôde, por dificuldades económicas, prolongar os estudos liceais; depois de obter o curso de serralheiro mecânico, desempenhou simples funções burocráticas e conheceu,em 1975, o desemprego - que não o impediria, porém, nem de manter uma postura cívica exemplar, marcada pelo empenhamento político ativo, antes e após o regime salazarista, nem de, graças a um trabalho de autodidata,adquirir um saber literário, cultural, filosófico e histórico incomparável, nem de se tornar um dos raros escritores profissionais portugueses.
Figura de primeiro plano da literatura contemporânea nacional e internacional, a sua obra encontra-se traduzida em diversas línguas, sendo objeto de vários estudos académicos. Revelou-se como poeta com a coletânea Os Poemas Possíveis (1966), a que se seguiria Provavelmente Alegria (1970), desenvolvendo, simultaneamente, uma longa experiência como cronista, coligida nos volumes Deste Mundo e do Outro (1971), A Bagagem do Viajante(1973), As Opiniões Que o D. L. Teve (1974) e Os Apontamentos (1976). Destes dois registos fez o campo de ensaio, para, com 44 anos, encetar uma amadurecida carreira de romancista, que deixaria para trás experiências ficcionais ainda não suficientemente reveladoras, como Terra de Pecado, de 1947.
Manual de Pintura e de Caligrafia e Levantado do Chão são os dois primeiros títulos de uma atividade romanesca que, concebida como registo privilegiado para uma interrogação sobre a relação entre o homem e a História, entre o individual e o coletivo, entre o escritor e a sociedade, nos anos 80, conhece um sucesso fulgurante, junto do grande público e da crítica especializada. É durante esta década que publica os títulos que o celebrizaram, como Memorial do Convento (1982), O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984) ou A Jangada de Pedra (1986), e onde problematiza, de forma imaginativa e humorada, numa dinâmica narrativa livre (sem constrições, seja ao nível da expressão linguística, marcada, do ponto de vista formal, por uma estratégia de integração, sem marcas gráficas,do discurso dialogal das personagens e do narrador no fluxo contínuo do texto; seja ao nível da e fabulação de personagens ou do tempo), as modalidades de ficcionalização do tempo histórico, quer remetido para um passado revisto a partir da atenção conferida às histórias reais ou sonhadas dos seres anónimos que construíram a História(Memorial do Convento, O Ano da Morte de Ricardo Reis), quer concebida como crónica de um futuro virtual que,sob a sua forma alegórica, não deixa de refletir uma inquietação sobre o presente (A Jangada de Pedra).
Posteriormente publicou outras obras, de entre as quais merecem menção História do Cerco de Lisboa (1989), O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1992), Ensaio sobre a Cegueira (1996), Todos os Nomes (1997), A Caverna(1999), Ensaio sobre a Lucidez (2004), As Intermitências da Morte (2005), As Pequenas Memórias (2006) e A Viagem do Elefante (2008) . A bibliografia de José Saramago abrange ainda textos teatrais (Que Farei Com este Livro, A Segunda Vida de São Francisco, In Nomine Dei, Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido), o registo diarístico encetado com a edição de Cadernos de Lanzarote e ainda uma breve incursão à literatura infanto-juvenil com A Maior Flor do Mundo, de 2001, livro escrito em parceria com o ilustrador João Caetano, que acabou por receber o Prémio Nacional de Ilustração atribuído nesse ano. Em 2008, Saramago viu o seu best-seller Ensaio sobre a Cegueira ser adaptado para o cinema, pela mão do realizador brasileiro Fernando Meirelles.
José Saramago, comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada desde 1985 e cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras Francesas desde 1991, tem recebido ao longo da sua carreira numerosas distinções. Para além do prémio Nobel, foi galardoado, entre outros, com: o Prémio Bordalo de Literatura da Casa da Imprensa, em 1991; o Grande Prémio Vida Literária, atribuído pela APE, em 1993; o Prémio Camões, em 1995; e o Prémio de Consagração de Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores, em 1995. Em 1999 foi doutorado Honoris Causapela Universidade de Nottingham, em Inglaterra; em 2000 pela Universidade de Santiago, no Chile; e, em 2004,pela Universidade de Coimbra, em Portugal, e pela Universidade de Charles de Gaulle-Lille III, em França.
José Saramago. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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16
Nov17

16 NOVEMBRO DE 1949 MORRE O POETA ALGARVIO ANTÓNIO ALEIXO

António Garrochinho










O mundo só pode ser
melhor do que até aqui,
quando consigas fazer
mais p'los outros que por ti!

Embora os meus olhos sejam,
os mais pequenos do Mundo
O que importa é que eles vejam
O que os homens são no fundo.

Talvez paz no mundo houvesse
Embora tal não pareça,
Se o coração não estivesse
Tão distante da cabeça.

Para não fazeres ofensas
e teres dias felizes,
não digas tudo o que pensas,
mas pensa tudo o que dizes.

Os que bons conselhos dão
Às vezes fazem-me rir,
- Por ver que eles próprios são
Incapazes de os seguir.

Eu não sei porque razão
Certos homens, a meu ver,
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer.

Contigo em contradição
Pode estar um grande amigo
Duvida mais dos que estão
Sempre de acordo contigo

Os meus versos o que são?
Devem ser, se os não confundo,
Pedaços do coração
Que deixo cá, neste mundo.

Este livro que vos deixo
E que a minha alma ditou,
Vos dirá como o Aleixo
Viveu, sentiu e pensou.




Publicada por Carla Brito
 estoriasdahistoria12.blogspot.pt

16
Nov17

O NOVO PÁTIO DAS CANTIGAS - Os populistas têm o dom de para todos os problemas....

António Garrochinho




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Ultimamente lembro-me muito desta cena, do filme "Pátio das cantigas"

Os populistas têm o dom de para todos os problemas encontrarem uma solução óbvia, se o país não progride é porque os políticos são incompetentes e corruptos, arranja-se um honesto, se há crime a causa estão nas penas, adota-se a pena de morte. Tudo é fácil de resolver, basta que apareça o salvador certo, na hora certa. Poderão haver bons populistas e maus populistas, populistas de direita e populistas de esquerda, populistas fascistas e populistas democratas. Os populistas são simpáticos, mais inteligentes, mais lógicos, mais compreensíveis, mais honestos, mais competentes, mais brilhantes, receberam dons que os outros não receberam

Marcelo trouxe uma nova forma de populismo, ele resolve todos os problemas com afetos, se há um problema Marcelo vai lá, dá beijinhos e abraços, posa junto da velhinha com o ar mais sofrido deste mundo, diz uns bitaites na hora, manda recados ao governo, define novas prioridades na hora e segue viagem, mais um grande problema que o país resolveu, venha o próximo. O país resolve problemas a um ritmo nunca visto e está esclarecido como nunca esteve, se há uma dúvida Marcelo esclarece, se é necessário comentar Marcelo comenta, se um problema carece de uma solução o Marcelo resolve, tudo na hora, em direto, sem reflexão, sem a chatice de ouvir técnicos, sem a seca dos debates parlamentares, tudo resolvidinho logo ali.

Para Marcelo tudo se resolve na hora, problemas de séculos cuja solução demorará décadas são resolvidos com meia dúzia de beijinhos, uns abraços, algumas selfies e umas respostas dadas com passo apressado porque o irrequieto presidente já está a caminho de resolver outro problema. Antes do jogo da bola, já de noite, dá um pulo à barragem vazia e logo ali dá uns recados via jornalistas, de caminho serve umas sopas e a caminho do xixi ainda telefona para Lisboa para saber o que se passa na maldita capital.

Afinal, não havia razões para o atraso ou para o subdesenvolvimento, pede-se ao chefe da Casa Civil para telefonar aos autarcas para mobilizarem as velhinhas, manda-se o motorista encher o depósito, avisam-se as televisões e lá vai Sua Exª. mais a sua comitiva resolver o problema. Começa-se com os afetos, reúne-se com o autarca e de seguida o professore de direito e comentador televisivo que sabe de tudo, arranja logo ali uma solução, mada o governo resolver tudo num par de dia.

Que pena o Professor Marcelo e todo o seu imenso amor mais a sua sapiência não terem aparecido mais cedo, no século XIX, quando o atraso do país era evidente, porque não uns tempos antes, quando esgotados os negócios das especiarias, do ouro e dos escravos o país entrou em decadência. Marcelo está a passar ao país uma mensagem muito perigosa, a de que há uma solução milagrosa para tudo, que só não é adotada porque falta alguém tão sabichão e bondoso como ele.

É uma pena que o Professor Marcelo não tenha razão, que os grandes problemas não se resolvam com a sapiência dos nossos juristas, convencidos que todos os males se resolvem com decretos-leis bem escritos, que o atraso económico não se resolva com mezinhas, que a chuva não comece a cair com procissões e rezas do cardeal, que a saúde não se defenda com pulseiras com bolinhas, que a seca não se resolva com visitas noturnas às barragens, que o crescimento acima dos 3% não resulte de encomendas ou palpites presidenciais.

Marcelo tem a virtude de mobilizar o povo, mas se é verdade que a mobilização coletiva ajuda a resolver os problemas, também é verdade que os problemas sejam assim tão simples de resolver. O desenvolvimento não é um jogo de futebol, não basta ter uma boa claque e um estádio cheio a empurrar a equipa. Os grandes problemas do país, resultem de atrasos de séculos ou dos desafios atuais ou do futuro exigem muito mais do que bitaites acompanhados de muito amor e afeto. É esta a falsa ideia que o populismo marcelista está a fazer passar, com Marcelo há muita gente que fica convencida de que basta dar muitos beijinhos para que o petróleo comece a jorrar na Estrela.

É uma pena que, como diz o povo, isto não vá lá só com cantigas.


jumento.blogspot.pt
16
Nov17

PCP quer dedução de rendas antigas no IRS

António Garrochinho

As rendas relativas a contratos de arrendamento habitacional celebrados antes de 1990 e do Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU) também deverão passar a ser dedutíveis ao IRS até ao limite de 502 euros, à semelhança do que acontece com a generalidade das rendas. É essa, pelo menos a intenção do PCP que tem vindo a negociar com o Governo uma alteração nesse sentido à lei actualmente em vigor. Os comunistas apresentaram agora uma proposta de alteração à proposta de Orçamento do Estado para 2018 e, segundo o deputado Paulo Sá, o Executivo está a fazer contas e a avaliar a questão.
As rendas antigas, que têm vindo a ser actualizadas ao longo dos últimos cinco anos, com a entrada em vigor da nova lei das rendas, continuam fora das deduções no IRS, que abrangem apenas as rendas relativas a contratos de arrendamento para habitação permanente celebradas ao abrigo do Regime do Arrendamento Urbano, de 1990.

Assim, a menos que o contrato transite para o NRAU, as rendas anteriores a 1990, ainda que sejam actualizadas, não servem para deduzir no IRS. É o que acontece, por exemplo, nos casos em que há actualização de renda, mas o inquilino invoca carência financeira ou tem mais de 65 anos ou deficiência igual ou superior a 60%. A dedução permitida é de 15% das rendas anuais, com o limite de 502 euros por agregado, mas estes inquilinos não têm direito a ela.

Ora, considera o PCP, "estas são rendas que em alguns casos registaram subidas consideráveis, tornando-se um peso nos orçamentos familiares, sobretudo de inquilinos mais idosos com pensões reduzidas". Paulo Sá sublinha que não há razão para que assim continue porque, "se é verdade que as rendas em causa são limitadas pelo rendimento dos inquilinos ou pelo Valor Patrimonial Tributário (VPT) dos imóveis, em alguns casos subiram muito, chegando mesmo a duplicar ou a triplicar".

O Governo anterior entendeu que, precisamente por estas rendas terem já limites legais, não se justificava que fossem dedutíveis no IRS e o Executivo de António Costa tem mantido a mesma linha. Segundo Paulo Sá, está agora a reflectir sobre o impacto orçamental que teria uma medida destas. "Penso que o Governo não colocará em causa a justeza desta nossa proposta, além de que o impacto no OE vai diminuindo ao longo do tempo e à medida que estes contratos forem desaparecendo", afirma o deputado, sublinhando que a questão ainda não está fechada.

Aumento da taxa adicional de solidariedade e englobamento de rendimentos

Os comunistas apresentaram também esta terça-feira mais duas propostas de alteração ao OE em matéria fiscal. Uma delas passa por aumentar a taxa adicional de solidariedade, que continua a ser exigida aos contribuintes com rendimentos mais altos. A proposta é um aumento de 2,5% para 3%, para rendimentos colectáveis compreendidos entre 80 mil euros e 250 mil euros, e de 5% para 6%, para rendimentos colectáveis superiores a 250 mil euros.

Segundo Paulo Sá não se trata de, por esta via, compensar as reduções de impostos que haverá por via do desdobramento dos escalões mais baixos, mas sim de "dar um sinal político" no sentido de "taxar de forma mais adequada os rendimentos mais elevados". O PCP lembra que o número de agregados familiares em que o rendimento colectável, por contribuinte, é superior a 80 mil euros representa menos de 1% do número total de agregados familiares.

Pelas contas do Governo, que efectuou simulações na sequência das negociações com o PCP, a receita fiscal assim arrecadada não iria além dos 10 milhões de euros, um valor reduzido, tendo em conta a perda de receita estimada com a revisão dos escalões do IRS e o aumento do mínimo de existência, refere Paulo Sá.

Outra medida ao nível do IRS que, entendem os comunistas, seria também um "sinal político", passaria pelo englobamento obrigatório de rendimentos de capital ou rendimentos prediais no caso de contribuintes com rendimentos de valor superior a 100 mil euros. O PS já anteriormente chumbou propostas de englobamento destes rendimentos e o PCP apresenta agora uma versão mais moderada que seria "um passo no caminho certo".

As propostas do PCP para a área fiscal

Derrama estadual
Aumento da taxa aplicável ao último escalão de 7% para 9%. Seria abrangida a fatia do lucro tributável superior a 35 milhões de euros. O PCP garante que este aumento está já fechado com o Governo há muito tempo e que será certo.
Redução no IMI
A taxa máxima do imposto, agora nos 0,45% deverá descer para 0,40%. O PCP admite que fiquem de fora os municípios que estejam com planos ao abrigo do PAEL – Programa de Apoio à Economia Local

Dedução das Rendas antigas
Contratos celebrados antes do Novo Regime do Arrendamento Urbano passarão também a poder deduzir as rendas até ao valor de 502 euros.

Aumento da taxa adicional de solidariedade
Subida de 2,5% para 3%, para rendimentos colectáveis compreendidos entre 80 mil euros e 250 mil euros, e de 5% para 6%, para rendimentos colectáveis superiores a 250 mil euros.

Englobamento de rendimentos
Rendimentos de capitais e de rendas teriam de ser obrigatoriamente englobados para efeitos de IRS desde que estivessem em causa contribuintes com rendimentos acima de 100 mil euros.


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16
Nov17

Os comunistas ante o buraco negro do nacionalismo espanhol

António Garrochinho


No confronto suscitado pela situação na Catalunha tem-se verificado um chocante alinhamento público entre dirigentes e ex. dirigentes da IU e do PCE e o nacionalismo espanhol herdado do franquismo. Do ponto de vista político e ideológico e do ponto de vista de classe constitui uma capitulação que prolonga a verificada no processo da Transição dos anos 70.


O que a oligarquia do Estado espanhol mais teme é que a classe operária volte a descobrir que os representantes políticos de quem lhe destroça diariamente a vida são os mesmos que, disfarçados de patriotas, esmagam os direitos nacionais dos povos. Eles, plenamente conscientes dos seus interesses de classe no conflito de Catalunha, estão a usar a fundo nos meios de comunicação ao seu serviço personagens da esquerda espanhola para tentar impedir que consciência de classe e o direito de autodeterminação se unam, como fizeram na luta contra a Ditadura.

Para isso contam com o – impagável, ou não - apoio de Alberto Garzón, coordenador de IU e de Paco Frutos, ex. secretário-geral do PCE, reeditando o papel de apaga-fogos desempenhado por ambas organizações, desde a Transição, ante situações que dificultaram o controlo por parte das classes dominantes.
Essa função foi perfeitamente identificada nem mais nem menos que por um editorial do ABC que reflectia sobre os perigos de desaparecimento da IU após o seu fracasso eleitoral em 2004. Reconhecia perfeitamente este diário os seus interesses de classe e dizia assim: “A paisagem democrática espanhola oferece historicamente um espaço claro à esquerda do PSOE, onde deve assentar uma formação que reforce a centralidade política da social-democracia e ao mesmo tempo sirva como dique de contenção para as tentações anti-sistema. A IU actuou, desde a sua refundação a partir do velho PCE, como um factor de estabilidade que tomou a seu cargo os diferentes impulsos de esquerda alternativa que se foram configurando a partis da crise do marxismo tradicional, evitando que se produzam tentações escapistas e rupturistas à margem dos limites da democracia. 



A obsessão das classes dominantes, desde Franco até agora, é tratar de evitar que a classe operária volte a descobrir a íntima vinculação no Estado espanhol entre a luta contra a exploração e a dos povos pelos seus direitos nacionais. Como sabem os dois personagens auto-qualificados de comunistas, a melhor história do PCE, a anterior à Transição, está repleta de programas e discursos que identificavam o nacionalismo espanhol com tudo o que existe de retrógrado e cavernícola e o progresso com a luta da classe operária pela sua emancipação e pela liberdade dos povos.
Especialmente emblemático é o comício, no Monumental Cinema de Madrid, em que José Díaz, Secretário-Geral do PCE, identificava em 2 de Junho de 1935 entre os 4 pilares básicos que deviam sustentar a futura Frente Popular: A libertação dos povos oprimidos pelo imperialismo espanhol. Que se conceda o direito de regerem livremente os seus destinos a Cataluna, a Euskadi, a Galiza e a quantas nacionalidades estejam oprimidas pelo imperialismo de Espanha.



Noutra intervenção que tem o expressivo título ¿Quem são os patriotas? o dirigente do PCE afirmava em 9 de Fevereiro de 1936, poucos dias antes de a Frente Popular ganhar as eleições: Queremos que as nacionalidades do nosso país, Catalunha, Euzkadi e Galiza, possam dispor livremente dos sus destinos, ¿por que não? e que tenham relações cordiais e amistosas com toda a Espanha popular. Se elas querem livrar-se do jugo do imperialismo espanhol, representado pelo Poder Central, terão a nossa ajuda. Um povo que oprime outros povos não se pode considerar livre. E nós queremos uma Espanha livre



Esta tradição permaneceu intacta durante toda a luta contra a Ditadura até aos longos prolegómenos da Transição. O abandono do Direito de Autodeterminação fez parte da imolação do PCE – e de caminho, do potente movimento operário forjado na luta contra a Ditadura – perante o Regime de 78 que, como estamos vendo, mantinha a herança franquista.

A defesa do direito de autodeterminação dos povos por parte das organizações comunistas não é nem uma excepção, nem uma anomalia. Constitui um dos mais importantes contributos do partido bolchevique, e especialmente de Lénine, para a história política do movimento operário. A sua negação, por parte de quem chama a si próprio dirigente comunista, num Estado atravessado historicamente por reivindicações nacionais, ou se trata de uma ignorância imperdoável ou mais provavelmente de um acto de colaboração de classe.

A primeira afirmação de Lénine, rotunda, inapelável, realizada no seu documento “O direito das nações à sua autodeterminação” (que recomendo vivamente a quem queira conhecer com rigor a posição comunista a esse respeito) é que tal direito não significa outra coisa que não seja o direito de uma colectividade a formar um Estado nacional independiente


Este reconhecimento por parte dos comunistas requer que exista um povo que o reclame, o qual – evidentemente – é o depositário da decisão sobre a matéria. É inquestionável que na Catalunha há uma parte importante do seu povo que o reclama, e se é ou não maioritária é precisamente o que se tratava de comprovar em 1 de Outubro.

As declarações de Cayo Lara, ex. coordenador geral de IU, negando o direito do povo catalão a decidir o seu futuro “unilateralmente porque forma parte do Estado e o resto dos espanhóis também têm que opinar” são de uma indigência política que provoca vergonha alheia.
Em segundo lugar, o Direito de Autodeterminação é, nem mais nem menos, um direito político democrático, que não exclui nem as relações de exploração no seu seio, nem a hipotética opressão relativamente a outras nações.

O alinhamento de Alberto Garzón com o nunca nomeado nacionalismo espanhol chegou a grande altura, como quando qualificou de “provocação” (a quem?) a declaração de independência ou como quando, a partir de “posições comunistas” (?), desqualificava o referendo como “ilegal” ou a DUI por “carecer de valor jurídico”. 

É tão evidente que essas declarações poderiam ter saído do PP ou do PSOE e é ao mesmo tempo tão incompatível com posições minimamente revolucionariam o apelo ao respeito pela ordem estabelecida que nem sequer me detenho a comentá-las.

Mas quero, isso sim, destacar a sua desqualificação de todo o processo catalão pelo papel nele desempenhado pela burguesia. Primeiro porque ficou mostrado com toda a claridade como a grande burguesia catalã, a do IBEX 35, milita na Brunete do 155, e sobretudo porque, ante uma reivindicação estritamente democrática como esta, que seja ou não hegemonizada pela burguesia não é argumento para que as organizações da classe operária não a apoiem.
Ou seja, que o apoio das organizações comunistas a tal Direito só significa o apoio à nação oprimida, face à nação opressora. Até aí, e nada mais.
Um dos aspectos centrais de toda essa posição política supostamente antinacionalista é a sua negação da existência do nacionalismo espanhol, e tudo isso apesar das duras exibições do mais rançoso da caverna política e dos seus meios de comunicação, que antes os ignoravam e que agora os converteram em heróis.

As palavras de Lénine não deixam lugar a dúvidas: “O significado real de classe da hostilidade liberal ao princípio da autodeterminação política das nações é um, e apenas um: nacional-liberalismo, salvaguarda dos privilégios estatais da burguesia da nação opressora.”



Situando a análise no concreto da nossa história, é inegável que a classe operária – cuja luta tinha implícita a reivindicação do direito de autodeterminação – chegou à Transição com uma hegemonia clara que lhe permitia para além do mais articular e imprimir o seu cunho no resto dos combates. 

O facto de que não se tenha produzido a Ruptura mas o grande cambalacho chamado Transição – que contou com a participação decisiva do principal partido da classe operária, o PCE, e que arrastou consigo a lenta mas inexorável demolição da força alcançada e da independência de classe - teve como consequência a aparição em primeiro plano das reivindicações nacionais nas nacionalidades históricas com uma muito débil marca de classe. 

Por isso, resulta ainda mais apelativo que sejam representantes da organização que fez o maior favor às classes dominantes quem esgrime, precisamente agora, a posição de classe para desacreditar uma reivindicação que, como explicava num recente artigo tem a enorme virtude de debilitar a engrenagem da Transição, inimiga tanto da classe operária como dos direitos nacionais dos povos.

Numa situação análoga, a da Irlanda, Marx dá uma brilhante lição de coerência de classe. 

Como é bem sabido, tanto ele como Engels tinham identificado a classe operária inglesa como a mais avançada, a que era chamada a fazer a primeira revolução operária. Segundo essa análise, a reivindicação democrático-nacional da independência da Irlanda tinha uma importância muito secundaria, porquanto seria resolvida nesse processo. 

Mas, diz Marx, as coisas ocorreram de forma diferente. A classe operária inglesa caiu sob a influência dos liberais, decapitando-se a ela mesma com uma política liberal. O movimento burguês (assim o define Marx) de libertação da Irlanda, pelo contrário, acentuou-se e adquiriu formas revolucionárias. 

O sábio Marx corrige a sua posição e diz: ”A classe operária de Inglaterra não poderá libertar-se enquanto a Irlanda não se liberte do jugo inglês. A submissão da Irlanda fortalece e nutre a reacção em Inglaterra”.

Lénine destaca o valor exemplar desta posição de Marx e Engels e indica que é “Uma advertência contra a servil precipitação com que os pequenos burgueses de todos os países, línguas e cores, se apressam a declarar “utópica” a modificação das fronteiras dos Estados criados pelas violências e os privilégios dos proprietários de terras e a burguesia de uma nação”. 

Finalmente, é preciso diferenciar a política da classe operária e a da burguesia relativamente ao problema nacional, porque de modo algum deve subordinar-se uma à outra.
Para a primeira, o interesse superior a partir do qual se avalia toda reivindicação nacional e toda separação nacional é o da luta de classes, o da unidade da classe operária de todos os países.

Assim, perante posições simplistas que clamam pelo “internacionalismo” para justificar posições que, queiram ou não, fortalecem o nacionalismo mais retrógrado da nação opressora, a unidade e a solidariedade de classe – máxime quando a repressão se intensifica – exige demonstrações práticas. É imprescindível que fique absolutamente claro para o povo da nação oprimida que de nenhuma maneira as organizações políticas da classe operária transigem ou se contagiam com esse nacionalismo espanhol que constitui a pedra angular da ideologia dos vencedores da guerra civil.

A estratégia do nacionalismo espanhol que funde no Regime de 78 o PP e o PSOE foi e é o enfrentamento entre povos, mediante a intoxicação mediática mais tosca e a utilização de referentes da esquerda para os seus interesses. 

É precisamente em nome do objectivo superior da unidade da classe operária de todos os países, do internacionalismo, que é preciso colocar-se nítida e firmemente ao lado da nação oprimida e do povo reprimido, contra o nacionalismo espanhol.

Em 1902, nos debates do partido bolchevique sobre esse tema que Lénine recupera, dizia-se: “Esta reivindicação, que não é obrigatória para os democratas burgueses, é obrigatória para os social-democratas. 

Se nos esquecêssemos dela ou se não nos decidíssemos a avançar com ela, temendo ferir os preconceitos nacionais dos nossos compatriotas russos, converter-se-ia nos nossos lábios em mentira odiosa o grito de combate: ¡Proletários de todos os países, uni-vos!

A tradição histórica comunista, a teoria e a prática é clara a esse respeito. 
Os toscos argumentos esgrimidos por Garzón, Frutos e Lara tentam cobrir as vergonhas de uma esquerda que vendeu a sua essência revolucionaria e a sua coerência de classe na Transição. 
Os seus dirigentes continuam à procura do efémero lugar ao sol que o poder lhes concede pelos serviços prestados, considerando-os “homens de Estado” então, como agora, convidando-os para as suas tertúlias.

É evidente que por aí não há nenhum caminho. 
O futuro reclama-nos hoje abrir vias de confluência política entre as organizações dos povos do Estado espanhol que entendemos que a tarefa principal é a luta contra o inimigo comum; esse Regime da Transição apoiado fundamentalmente por PP e PSOE, que começa na Monarquia, continua na Audiência Nacional, no Tribunal Constitucional e em todas as leis repressivas que enchem as prisões de homens e mulheres que aí se encontram por lutar pelos direitos da classe operária e pela liberdade dos povos.
Escrevo este texto pensando e rendendo homenagem a toda a militância comunista que deu a sua vida pela emancipação da sua classe e a liberdade dos povos.

13 de Novembro de 2017


www.odiario.info

16
Nov17

LANÇAMENTO de “LUTA ARMADA”, de ISABEL DO CARMO – HOJE, 16 de NOVEMBRO, às 19 horas, na FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS da UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

António Garrochinho


Isabel do Carmo conta pela primeira vez os anos passados na clandestinidade a combater o Estado Novo, décadas em que fundou e liderou o Partido Revolucionário do Proletariado e as Brigadas Revolucionárias (PRP-BR). Também revela a actuação da LUAR e da ARA, as duas outras organizações armadas portuguesas activas à época. Entrevista Carlos Antunes, Camilo Mortágua e Raimundo Narciso, inclui um testemunho de Maria Machado, e dialoga com os filhos sobre a sua própria experiência e motivações. Finalmente, reflecte sobre os movimentos similares na Europa e nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970, durante «os dias de fúria da Europa Rebelde», e as suas derivas e evoluções até à actualidade.

«Pertenci a uma organização armada. Este facto faz-me reflectir sobre a matéria, tanto no que diz respeito ao nosso país como a outros países europeus. A reflexão estende-se à questão da violência em geral e os antecedentes históricos dos que se reclamam do socialismo nos últimos dois séculos, com continuidade que vem até aos nossos dias. Tem havido um défice de informação sobre os factos relacionados com acções armadas que ocorreram antes do 25 de Abril na luta contra a ditadura. A nossa história contemporânea deverá incluí-los como parte dessa luta. Só poucos autores o fazem.”

Isabel do Carmo militou no Partido Comunista Português dos 18 aos 30 anos. Foi membro da Comissão Pró-Associação de Medicina e da Reunião Inter-Culturais (RIC) da Universidade de Lisboa. Fez parte dos corpos gerentes da Ordem dos Médicos de Lisboa e Sul até esta ser fechada em 1973 pela PIDE, altura em que foi presa. Em 1970 fundou com Carlos Antunes as Brigadas Revolucionárias (BR) e depois o Partido Revolucionário do Proletariado (PRP). O PRP/BR, cuja direcção continuou a integrar, teve actividade destacada durante o processo revolucionário de 1974/75. Foi directora do jornal Revolução e colaboradora do Página Um. Após a contra-revolução, foi presa de 1978 a 1982. Desde então tem mantido sempre actividade política e cívica a nível individual e colectivo. É licenciada e doutorada pela Faculdade de Medicina de Lisboa.

Contamos com a sua presença.



aviagemdosargonautas.net
16
Nov17

A Sopa de Casamento é um prato típico de Portugal

António Garrochinho



Era tradicionalmente utilizada nos casamentos durante o ritual de "troca de colheres" , onde os noivos depois de trocarem os votos tinham que dar sopa à boca um do outro a fim de consagrarem o seu amor.

Diz-se também que o último pedaço de couve teria que ser disputado à dentada.


Trata-se de um aproveitamento  do molho da chanfana, que nunca é totalmente consumido.



Sopa_de_Casamento.jpg




Os “noivos” ofereciam o almoço aos convidados no dia seguinte ao casamento e como já não haveria carne suficiente, fazia-se a sopa que se enfeitava com os pedaços de carne ainda disponíveis.

Daí advirá o seu nome, tratando-se de mais uma forma de rentabilização dos recursos existentes. 




Ingredientes 
Couve lombarda ou troncha; sobras de pão; molho e sobras da chanfana 
16
Nov17

LONGE VÃO OS TEMPOS EM QUE SÓ "VOAVA" UM SACO DE BATATAS - Forças Armadas contratam empresa suspeita de corrupção

António Garrochinho
46 empresários e 40 militares são arguidos por suspeita de corrupção nas messes da Força Aérea
Empresas arguidas na Operação Zeus continuam a fornecer messes. A investigação policial contou com um infiltrado das Forças Armadas

O jornal Público revela na edição desta quarta-feira que o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) entregou por ajuste direto um fornecimento de bens alimentares à empresa "Pac e Bom", dois meses depois da mesma ter sido constituída arguida na "Operação Zeus", que investigou uma rede de corrupção envolvendo as messes da Força Aérea.
O EMGFA confirmou ao jornal que a adjudicação "decorreu de um concurso público que, por razões de tramitação procedimental, não se concluiu". A "Pac e Bom", que apresentou o preço mais baixo, acabou por beneficiar do ajuste direito destinado a fornecer 13 453 euros de produtos hortícolas para o pólo de Lisboa do Hospital das Forças Armadas.
Questionado pelo jornal sobre se tencionava continuar a contratar por ajuste direto empresas suspeitas de corrupção, o EMGFA não respondeu.

Recorde-se que em resultado da investigação conduzida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, como apoio da Polícia Judiciária Militar, há 86 pessoas constituídas arguidas, dos quais 46 são empresários e 40 são militares. O esquema passava pela sobrefaturação dos fornecimentos, com os militares, entre os quais um general e outros oficiais, a serem corrompidos pelas empresas. São suspeitos de associação criminosa, corrupção ativa e passiva agravadas, falsidade informática e falsificação de documentos.
Segundo contam também o Publico, o Jornal de Notícias e o Expresso, toda esta operação contou com um militar que serviu de infiltrado no esquema de corrupção. O major foi aliciado pelos corruptos e denunciou tudo à hierarquia. Em acordo com a PJ fingiu ter alinhado com o esquema e foi fotografando e gravando conversas, que se revelaram essenciais para a investigação. De acordo com o JN militar, que esteve infiltrado desde novembro de 2015 e finais de 2016, está sujeito a medidas de proteção especial num organismo de Estado. A ação encoberta era do conhecimento de apenas alguns inspetores da PJ e da PJM, do chefe do Estado-Maior da Força Aérea e de um tenente-general. O militar teve de abandonar a Força Aérea para sua segurança.


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16
Nov17

ISABEL A QUE NÃO GOSTO

António Garrochinho

SEMPRE RESPEITEI, ADMIREI E PROMOVI A LUTA DO MPLA, A TENACIDADE E A INTELIGÊNCIA DE AGOSTINHO NETO UM LÍDER PURO INFELIZMENTE DESAPARECIDO E SEM SUCESSÃO À ALTURA.

POR ISABEL DOS SANTOS E O SEU COMPAGNE DE ROUTE NÃO NUTRO QUALQUER SIMPATIA OU EMPATIA NA SUA SENDA BURGUESA E DE DESRESPEITO TOTAL PARA COM O SUE POVO.

PODERIA A ISABEL SER UMA SENHORA QUE FOSSE AMADA E ESTIMADA PELO SEU POVO MAS ASSIM NÃO É.

LAMENTO QUE MUITA GENTE NÃO SAIBA DISCERNIR O QUE NÃO PRESTA E PROMOVA VOLUNTARIAMENTE OU NÃO, GENTE QUE TRAI O SEU PAÍS E OS QUE SEMPRE LUTARAM CONTRA O COLONIALISMO, A GUERRA E A MISÉRIA NUM PAÍS QUE TEM POTENCIAIS PARA VIVER EM HARMONIA E COM DIGNIDADE NÃO FOSSE A ENTREGA DOS RECURSOS AO CAPITALISMO, O INTERNO E O EXTERNO.

TAMBÉM E OXALÁ ME ENGANE NÃO SEJAM ESTAS MEDIDAS, AS DO ACTUAL PRESIDENTE, MEROS TAPA OLHOS, CIRURGIAS PLÁSTICAS DE MENTIRA QUE NADA RESOLVAM NA VIDA DE UM POVO QUE MUITO SOFREU E SOFRE.

António Garrochinho

16
Nov17

PÃO PÃO, QUEIJO, QUEIJO.

António Garrochinho


SOMOS UM POVO DE AFECTOS MESMO QUE ALGUNS DETRACTORES AFIRMEM AO CONTRÁRIO.
É FLAGRANTE QUE CERTAS AFIRMAÇÕES DE CHARLATÕES ACREDITADOS NA GOVERNAÇÃO E NOS MÉDIA DO JORNALIXO TENHAM SÓ O FITO DE NOS CONFUNDIR E DIVIDIR.

O ÓDIO CEGO SEM UM ALVO DEFINIDO DESORGANIZA OS EXPLORADOS E SERVE SEMPRE AS FILEIRAS DOS ALGOZES E PERMITE DEPOIS QUE OS ESCRIBAS LACAIOS USEM E ABUSEM DA NOSSA MANEIRA DE SER E DE ESTAR.

O PROBLEMA É QUE ACARINHAMOS CEGAMENTE MUITOS DOS PREDADORES QUE NÃO NOS RESPEITAM E ESTÃO SEMPRE AO SERVIÇO DO SEU UMBIGO E DE ABUTRES ESTRANHOS À NOSSA GENTE.
ESTA NOSSA MANEIRA DE SENTIR E PENSAR PRECISA DE ACTUALIZAÇÃO.

TEMOS QUE SABER DISTINGUIR OS FILHOS DA PUTA QUE CONTRIBUEM DIARIAMENTE PARA A NOSSA RUÍNA, A NOSSA. A DAS NOSSAS FAMÍLIAS.

FAZER O CRIVO, SEPARAR O TRIGO DO JOIO, DOS QUE AO NOSSO LADO SEMPRE LUTARAM E LUTAM CONTRA A TIRANIA DOS CORRUPTOS E BANDIDOS E ESPECIALMENTE TAMBÉM DOS LACAIOS E TRAIDORES QUE VIVEM ENTRE NÓS.


António Garrochinho
16
Nov17

VAMOS ESPERAR PARA VER SE NÃO É SIMPLESMENTE UMA MUDANÇA QUE CONTINUE AS POLÍTICAS DE REPRESSÃO AO POVO ZIMBABWÉ - "O crocodilo" que derrotou "o carniceiro" Mugabe

António Garrochinho


Presença militar era evidente ontem nas ruas da capital, Harare, mas de forma pouco ostensiva um dia após terem afastado da presidência Robert Mugabe, que se encontra sob prisão domiciliária.
Vice-presidente esteve afastado do poder menos de duas semanas. ZANU-PF afirma que ele vai dirigir uma "nova era".

A "Equipa Lacoste" derrotou a "Geração 40" no mais importante desafio político desde a independência do Zimbabwe em 1980, levando ao afastamento do presidente Robert Mugabe, no poder há 37 anos.
A "Equipa Lacoste" representa o vice-presidente Emmerson Mnangagwa, afastado do cargo no início do mês numa manobra política da "Geração 40", representada pela mulher do presidente, Grace, e pelo ministro da Educação Jonathan Moyo, que teria sido detido. O resultado do jogo foi determinado pelo pronunciamento das Forças Armadas do Zimbabwe, que colocaram sob prisão domiciliária Robert Mugabe.
Na noite de terça para quarta-feira, os militares ocuparam a televisão nacional e cercaram a residência de Mugabe nos arredores de Harare. Mensagens na conta oficial no Twitter da ZANU-PF, partido no poder, não podia ser mais clara: "Não houve um golpe, mas uma transição pacífica, sem derramamento de sangue", lia-se numa mensagem de ontem de manhã. A síntese perfeita do sucedido era feita no texto imediatamente anterior: "Na noite passada, a primeira família foi detida e encontra-se a salvo. Era necessário pelo respeito à Constituição e à saúde da nação. Nem o Zimbabwe nem a ZANU são propriedade de Mugabe e da sua mulher. Hoje começa uma nova e o camarada Mnangagwa vai ajudar-nos a alcançarmos um Zimbabwe melhor". Mnangagwa, que está fora do país, era esperado ontem em Harare.
Mnangagwa, de 75 anos, vice-presidente desde 2014 até ser demitido a 6 de novembro e conhecido pela alcunha de "o crocodilo", regressa ao centro do poder, menos de duas semanas após o seu afastamento formal, no quadro de uma movimentação militar sem qualquer resistência. O que reflete o grau de isolamento de Mugabe, de 93 anos, e da fação da mulher, que viu outra das suas figuras relevantes, além de Jonathan Moyo, como o ministro das Finanças Ignatius Chombo e o líder da juventude da ZANU-PF, Kudzanayi Chipanga, serem detidos. Outro - e importante - sinal do isolamento de Mugabe é o facto de os dirigentes da associação de veteranos da guerra contra o regime da minoria branca, que sempre apoiaram o presidente, se terem começado a distanciar dele a partir de 2015. 

Ontem, o seu dirigente, Chris Mutsvangwa, foi o primeiro a pedir explicitamente o afastamento de Mugabe da presidência, acusando-o de ter levado o país à "beira do precipício" e declarou-se apoiante de Mnangagwa.


O vice-presidente "crocodilo", companheiro de luta de longa data de Mugabe, conseguiu sobreviver politicamente como afastou do poder aquele que é conhecido pelo cognome de "o carniceiro", pela forma implacável como sempre tratou os adversários. "O carniceiro" teve ontem de reconhecer, em conversa telefónica relatada pelo presidente sul-africano, Jacob Zuma, estar sob "prisão domiciliária".
Na madrugada de ontem, falando na televisão, o major-general Sibusiso Moyo justificou a iniciativa dos militares com a necessidade de neutralizar os "criminosos à volta de Mugabe, que causam sofrimento económico e social no país".


O Zimbabwe atravessa uma conjuntura de crise, com escassez de dólares e outras divisas estrangeiras (libras inglesas, rands da África do Sul e euros, entre outras, que funcionam como moeda corrente), que poderia culminar numa séria recessão económica. As exportações conheceram um declínio de 6,9% em 2016 em comparação com 2015; importações caíram 11% em 2016 face ao ano anterior. Se esta última tendência é positiva, o fraco desempenho das exportações está a originar um "insustentável défice comercial", referia recentemente uma análise do Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD). A mesma análise revelava ter a economia desacelerado em 2016, crescendo apenas 0,5 enquanto no ano anterior o mesmo indicador registou 1,1%. Para 2017, o BAD antecipa um crescimento de 1,3% sustentado no desempenho da agricultura (devido a uma boa época das chuvas), da indústria e do turismo.


Foi o declínio da conjuntura económica uma das causas do choque entre Mugabe e - principalmente sua mulher Grace - Mnangagwa. Para o vice-presidente era fundamental revitalizar a economia e restabelecer uma boa relação com o Banco Mundial e o FMI, que esteve quase a expulsar o Zimbabwe em 2006, recordava ontem a Reuters.


Mnangagwa estaria mesmo disposto a fazer cedências aos antigos proprietários brancos de terras para dinamizar a agricultura e a alguma forma de cooperação com o antigo líder do Movimento para a Mudança Democrática, Morgan Tsvangirai (atualmente a seguir tratamento médico na África do Sul), e que participou num governo de unidade nacional entre 2009 e 2013. Este governo resultou de negociações com a oposição, a que Mugabe se viu forçado devido à dimensão da crise económica de 2007-2008, quando o país quase ficou paralisado e o desemprego ultrapassou os 90%.
Relatórios dos serviços de informações do Zimbabwe, abrangendo o período entre 2009 e 2017, consultados em setembro passado pela Reuters, registam descontentamento entre as chefias militares, indicando um documento, de 13 de junho, a realização de "encontros clandestinos" de alguns generais "com Mnangagwa para discutir Mugabe (...). Todos concordam que Mugabe tornou-se um risco de segurança" para o futuro do país.


"Lacoste" contra "G40"


Segundo aqueles documentos, que contêm informações comprometedoras e avaliações negativas de todos os protagonistas políticos, Mnangagwa terá intensificado as manobras políticas quando se tornou evidente que Grace Mugabe e o seu grupo, G40, se posicionavam para capturar a presidência.
O G40 deve a designação quer ao nome da mulher de Mugabe quer a uma disposição constitucional a autorizar a candidatura à chefia do Estado a qualquer natural do país com mais de 40 anos. É também suposto representar a chegada de uma nova geração à política do Zimbabwe, ainda dominada em larga medida pela geração da luta armada contra o regime da minoria branca. O grupo tentou por todos os meios afastar Mnangagwa, que acusou de ser apoiado por potências ocidentais. Conseguiu-o, mas por pouco tempo. "O crocodilo", daí a designação "Equipa Lacoste" para os seus aliados, neutralizou os planos de Grace e, com a primeira intervenção militar no país, pôs fim a 37 anos de Mugabe no poder.


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