O PCP sai em defesa dos trabalhadores da hotelaria do Algarve que, garante o partido em comunicado enviado às redações, estão sujeitos a condições precárias do trabalho.
Embora os dados revelem que, no ano passado, o setor da hotelaria no Algarve tenha registado um valor recorde de 758 milhões de euros, o PCP garante que “por detrás das centenas de hotéis, restaurantes, resorts, apartamentos, campos de golfe e outras infraestruturas, estão milhares de trabalhadores da hotelaria que dão o melhor de si para assegurar o desenvolvimento desta atividade”.
Por esta razão e porque o “grande patronato promove os baixos salários, o desrespeito pelos horários de trabalho, a precariedade dos vínculos laborais e o desemprego forçado em grande parte do ano”, o partido comunista vai realizar, na quinta-feira de manhã, uma “ação de contacto com os trabalhadores (…) não só para denunciar a realidade vivida neste setor, mas também para afirmar a necessidade de uma política alternativa, patriótica e de Esquerda, que tenha o trabalho e os direitos dos trabalhadores no centro da sua ação”.
Em 1865, um belga chamado Georges Nagelmackers, filho de um banqueiro, imaginou pela primeira vez “um trem que abrangeria um continente, que funcionaria como uma fita contínua de metal por mais de 1.500 milhas”, como E. H. Cookridge escreve em seu livro Expresso do Oriente: A Vida e a Época do Trem Mais Famoso do Mundo.
Em 1883, após problemas financeiros e dificuldades em negociar com várias companhias ferroviárias nacionais, a Compagnie Internationale des Wagons-Lits de Nagelmackers estabeleceu uma rota de Paris para Istambul, chamando o trem de Constantinopla. Mas os jornais o apelidaram de Expresso do Oriente — e Nagelmackers adotou o nome.
Fonte – theloophk.com
Em 4 de outubro daquele ano, o trem partiu para sua primeira viagem formal, com muitos jornalistas a bordo para admirar o luxo e a beleza dos vagões.Os passageiros, encantados, sentiram como se estivessem em um dos melhores hotéis da Europa. Detalhados painéis de madeira, cadeiras de couro de luxo, lençóis de seda e cobertores de lã enchiam os olhos. A viagem de Paris para Istambul durou pouco mais de 80 horas.
O rei dos trens
Alguns reis que viajaram a bordo do trem apresentaram um comportamento muito estranho. Ferdinando, da Bulgária, temendo assassinos, se trancou no banheiro. O rei da Bélgica, Leopoldo II, subiu ao trem para Istambul depois de fazer arranjos para se infiltrar no harém de um homem turco. Já o czar russo Nicolau II exigiu que carros especiais fossem construídos para sua visita à França.
O Orient Express chega à Gare d’Austerlitz, em Paris, em dezembro de 1978. Após 126 anos, o famoso trem Orient Express terminará o serviço na segunda-feira
O trem até ganhou o apelido de “Expresso dos Espiões”: os agentes secretos utilizavam a linha ferroviária, que “tornava seus trabalhos mais fáceis e suas viagens muito mais confortáveis”.
O mais notável desses espiões foi o inglês Robert Baden-Powell, que se disfaçava de especialista em insetos. Seus esboços intrincados das formas e cores das asas de borboleta eram, na verdade, representações codificadas das fortificações que ele observou na Costa da Dalmácia, o que foi de grande ajuda para as marinhas britânica e italiana durante aPrimeira Guerra Mundial.
Em 11 de novembro de 1918, oficiais alemães assinaram um documento de rendição em um carro Wagons-Lits do Expresso do Oriente. O veículo foi exposto em Paris até junho de 1940, quando Hitler ordenou que o vagão fosse levado precisamente para o local onde os alemães foram obrigados a render-se 22 anos antes, na Primeira Guerra Mundial. Ali, o ditador ditou os termos da rendição francesa. Quatro anos depois, quando o fim daSegunda Guerra Mundial parecia iminente, Hitler ordenou que o carro fosse explodido, para que não “se tornasse um troféu dos Aliados mais uma vez”.
Legado
A linha original de Nagelmackers gerou trens semelhantes, mas que seguem rotas ligeiramente diferentes; até mesmo o termo “Expresso do Oriente” (Orient Express, em inglês) começou a ser usado com fins comerciais. O Direct Orient Express, o Simplon Orient Express(do livro de Agatha Christie), o Nostalgic Orient Express e muitos outros surgiram ao longo dos anos.
As tentativas de manter o antigo glamour do Expresso do Orientenão deram muito certo: certa vez, os clientes tiveram de se vestir com roupas da década de 1920; e outra, um jogo de assassinato foi encenado durante a viagem. Hoje o público pode visitar os carros originais restaurados da Compagnie Internationale des Wagons-Lits por alguns euros.
Conhecido como Templo de Diana, o seu nome correcto é Templo Romano de Évora e é um dos monumentos mais emblemáticos do Alentejo.
O denominado Templo de Diana, embora o seu nome correcto seja Templo Romano de Évora, é um santuário que não terá sido dedicado à deusa romana da caça mas, provavelmente, ao culto do imperador. Datado do século I ou II d. C., este templo romano de Évora é o maior exemplo da arte religiosa romana em Portugal, revelando grande equilíbrio e harmonia de linhas clássicas, próprias da arte greco-romana, apesar das destruições e depredações de que foi alvo ao longo de séculos.
Templo Romano de Évora
Ex-libris da capital do Alto Alentejo, o denominado Templo de Diana domina, na sua altiva cota de 302 metros, a malha urbana de Évora. Semidestruído pela invasão visigótica do século V d. C., a sua consagração original foi apagada da memória dos eborenses. Somente nos finais do século XVII é que o jesuíta Manuel Fialho, no seu livro “Évora Ilustrada”, arriscou batizar o santuário com o epíteto de Diana, dado que perfilhava a opinião anacrónica de que a fundação do templo se deve ao chefe dos Lusitanos, Sertório, um devoto da deusa romana da caça e que seria assassinado pelos romanos no ano de 72 a. C.
Templo Romano de Évora
Ora, cronologicamente, este templo apresenta características estilísticas que o filiam na época dos Flávios, o que o remete para uma data mais avançada, ou seja, entre os séculos I e II d. C. Com efeito, estudos arqueológicos mais recentes admitem a hipótese de ele ter sido dedicado a Júpiter ou ao culto do imperador, inscrevendo-se num culto oficial do município e tendo um lugar de destaque no contexto do Fórum citadino. Ao longo da Idade Média, o templo integrou o sistema de defesa da cidade, sendo convertido em torreão e desempenhando um estratégico papel na Revolução de 1383-1385, a favor do mestre de Avis, e que Fernão Lopes tão bem descreveu na sua Crónica de D. João I.
Templo Romano de Évora
Posteriormente, foi reconvertido para servir de matadouro municipal, servindo esse desiderato durante alguns séculos. Felizmente, este templo romano, preciosidade única do seu género no nosso país, seria restituído à sua dignidade e pureza originais, aquando de uma campanha de restauro em 1870, conduzida pelo arquitecto italiano Cinatti. Apesar das destruições sofridas ao longo dos séculos, o templo preserva a planta original, desenhando um rectângulo de 25 metros de comprimento por 15 metros de largura.
Templo Romano de Évora
Assente sobre um embasamento com cerca de 3,5 metros de altura, o pavimento seria revestido por mosaicos, que desapareceram na sua totalidade. O monumento encontra-se ainda diminuído da sua cela e da sua escultura divina, do seu pórtico, de várias colunas, para além dos elementos ornamentais do friso, da arquitrave e da cobertura. Do templo hexastilo-perípetro – ou seja, formado por quatro lados que apresentavam agrupamentos de seis colunas – subsistem apenas 14 fustes canelados das graníticas colunas, 12 capitéis da ordem coríntia (com as suas características folhas de acanto) e as bases das colunas (umas como outras esculpidas no branco mármore das pedreiras de Estremoz).
Templo Romano de Évora
O Templo Romano de Évora filia-se no grupo monumental existente na Estremadura espanhola, em Mérida, antiga capital da circunscrição administrativa da Lusitânia. Apesar da sua menor planimetria, no templo eborense subsiste uma harmonia maior de linhas e perfis, conferindo-lhe uma mais equilibrada e graciosa beleza clássica. Estilisticamente poderá ainda integrar-se no núcleo de outros santuários similares existentes em França – nomeadamente na Maison Carrée, de Nîmes, ou no templo de Augusto e Lívia, em Vienne-sur-le-Rhône…
Não é apenas um preconceito eurocêntrico que situa o início da Segunda Guerra Mundial em 1939: nesse ano, não só a guerra já tinha começado na distante Manchúria, mas também tivera um prelúdio sangrento na Península Ibérica. Os três anos da guerra civil espanhola abalaram a Europa inteira e, com mais forte razão, tiveram profundas repercussões em Portugal.
O Portugal salazarista esteve profundamente envolvido na origem da guerra civil vizinha, nas vésperas de esta ser desencadeada e, de forma decisiva, nos primeiros tempos do conflito. Apoiou o levantamento nacionalista com fornecimento de material, facilidades para o trânsito de combatentes e prestação de serviços diplomáticos ao governo de Burgos, antes de este começar a ser reconhecido. Um covil de conjurados Em 18 de Julho de 1936, quando eclodiu a sublevação militar contra a República, o chefe da conjura, general Sanjurjo, estava exilado no Estoril. Juan Antonio Ansaldo, um aviador monárquico e ligado ao fascismo italiano, veio buscá-lo numa pequena avioneta. Deveriam partir para Burgos, onde o general assumiria o comando do movimento.
Mas o embaixador da República em Lisboa, Claudio Sánchez-Albornoz, pressionou o Governo de Salazar a não permitir a partida de Sanjurjo. Salazar não queria, logo nos primeiros dias, tomar partido por um golpe de Estado que estava a sofrer duros revezes e fez saber ao séquito de Sanjurjo que não poderia autorizar a avioneta a partir do aeródromo de Alverca. Mas logo teve o cuidado de acrescentar, de forma sibilina, que nada tinha a ver com o que se passasse em aeródromos particulares.
Sanjurjo optou então por partir de um pista improvisada no Estoril e tratou de fazê-lo logo em 20 de Julho. Mas, por a avioneta estar demasiado carregada, ou por outro motivo, a descolagem correu mal e o aparelho despenhou-se. Sanjurjo morreu e o piloto, Ansaldo, ficou gravemente ferido. Era preciso encontrar outro líder para a sublevação.
Entretanto, Portugal também estava na rota de um outro general conjurado, Francisco Franco, que comandara as tropas marroquinas e que a República enviara para as Canárias, com o objectivo de afastá-lo dos centros da conspiração. Para obter a decisiva participação das tropas marroquinas no golpe, Franco teria de viajar das Canárias para Marrocos. Fê-lo no avião Dragon Rapide, que partiu de Inglaterra, fez escala em Lisboa e foi buscá-lo às Canárias.
Mas a morte de Sanjurjo no Estoril alterou o papel destinado a Franco. De líder das tropas marroquinas, viria a tornar-se o chefe do “levantamento nacional” – passando à frente de outros conspiradores mais da primeira hora do que ele próprio, em parte graças à sua habilidade intrigante, numa outra parte graças à patente de general de divisão que era superior à desses conspiradores.”Dragon Rapide” foi apenas o começo Mas, depois do problema de colocar Franco em Marrocos, colocava-se o problema de colocar as tropas marroquinas na Península e o problema de abastecê-las para uma campanha que, afinal, se anunciava longa.
A transferência era decisiva, porque o golpe de Estado tinha fracassado nos principais centros industriais de Espanha – desde logo Madrid e Barcelona. Milícias operárias improvisadas tinham levado de vencida os conspiradores e as suas tropas. Generais com uma posição fundamental na conjura, como Goded, foram fuzilados. Sem a intervenção das tropas de elite marroquinas, o golpe estava condenado a perder rapidamente os poucos centros urbanos que conseguira capturar.
O problema, contudo, era que o transporte por mar das tropas marroquinas fora inviabilizado. Os oficiais da Marinha ajuramentados com a conspiração tinham sido presos ou mortos pelas suas tripulações. A Marinha permanecia leal à República.
A ponte aérea que trouxe as tropas marroquinas para a Península foi organizada sem intervenção portuguesa. Johannes Bernhardt, um aventureiro nazi residente em Marrocos, voou para a Alemanha a pedido de Franco, saltou sobre toda a burocracia nazi e foi visitar Hitler, que assistia a um festival de ópera wagneriana em Bayreuth. Interrompeu-o, expôs-lhe a situação desesperada dos “nacionalistas” e pediu-lhe ajuda.
Hitler mandou fazer a ponte aérea, de Marrocos para Sevilha, uma das poucas cidades importantes que ficara nas mãos de um general fascista, Queipo de Llano. Uma retaguarda logística dos “nacionais” Mas o abastecimento teria de chegar-lhes através da fronteira portuguesa. Por isso era tão urgente para as tropas marroquinas tomarem Badajoz e por isso lhe atribuíram tal grau de prioridade e levaram a cabo a conquista da cidade no meio das maiores atrocidades.
As atrocidades foram descritas pelo enviado especial do “Diário de Lisboa”, Mário Neves, que conseguiu fazer passar sob o nariz duma censura momentaneamente desatenta uma descrição fiel dos desmandos da soldadesca marroquina. A reportagem de Mário Neves tornou-se, a nível internacional, uma referência para o jornalismo sobre a guerra de Espanha e uma das primeiras denúncias fundamentadas do carácter em larga medida genocida que assumia a campanha dos “nacionais”.
Tornaram-se conhecidas as execuções de prisioneiros republicanos na praça de touros de Badajoz. O comissário informalmente designado por Salazar para organizar o apoio ao bando “nacional” era o industrial conserveiro Sebastião Ramires. O grémio dos industriais conserveiros notabilizou-se por organizar excursões a Badajoz, em que a principal atracção turística era a execução dos prisioneiros republicanos.
Através da fronteira de Elvas-Badajoz começou entretanto a chegar às forças de Franco auxílio material alemão em quantidade apreciável. Bernhardt havia de recordar anos mais tarde que Salazar interveio pessoalmente para que fossem carregados sem demora comboios contendo os fornecimentos alemães. O carregamento era feito por soldados portugueses sem uniforme, para não serem identificados.
Em breve passariam também a transitar por Portugal os combatentes alemães da Legião Condor, que iam intervir na guerra ao lado de Franco e que se tornariam tristemente famosos, por exemplo, no arrasamento de Guernica e no massacre da sua população civil. Sem preocupações de discrição, fotografias do diário “O Século” mostravam os aviadores alemães, vestidos à civil, a chegarem à estação de Santa Apolónia.
A fronteira portuguesa era guardada por forças montadas da GNR, que entregavam os refugiados republicanos à tropas “nacionais”. O comandante da GNR, general Monteiro de Barros, tinha como genro um jovem oficial de Cavalaria, que participava nessas missões de patrulhamento fronteiriço e que mais tarde viria a ser, durante alguns meses, presidente da República: António Sebastião Ribeiro de Spínola. Salazar, MNE de Burgos A neutralidade perante a guerra civil espanhola, no tocante ao Governo de Salazar, durou pouco tempo. Quando se criou em Londres um Comité de Não-Intervenção, participavam nele as potências que mais se empenhavam em intervir: Itália e Alemanha. Representavam, por um lado, a farsa da neutralidade mas, com o apoio da “fronteira amiga” de Portugal, continuavam a fazer chegar às tropas de Franco um apoio decisivo.
Apesar de algumas precauções da camuflagem, o Governo de Lisboa assumiu desde mais cedo e mais abertamente do que o alemão ou o italiano a sua tomada de partido. Nos areópagos internacionais, em breve Salazar passou a ser visto como uma espécie de ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo “nacional” de Burgos, enquanto este não foi reconhecido pela maioria dos seus pares europeus.
Muito especialmente o facto de ter fracassado a ofensiva de quatro colunas “nacionais” sobre Madrid colocava um problema política delicado. Mesmo os governos europeus conservadores que estavam desejosos de reconhecer os sublevados dificilmente podiam fazê-lo enquanto a República continuasse a controlar a capital e enquanto o governo “nacional” continuasse sediado numa cidade tão secundária como Burgos.
Por isso mesmo, foi tão feroz a ofensiva das quatro colunas que marchavam sobre Madrid e da “quinta coluna” que os generais se ufanavam de ter na retaguarda republicana. Por isso mesmo chegou a parecer iminente a queda de Madrid no final de 1936. Ao mesmo tempo que se combatia sob o lema “No pasarán!”, o governo republicano fugiu da capital para se instalar em Valencia. Na batalha da Cidade Universitaria, “rojos” e “nacionales” combatiam-se de porta a porta, ocupavam andares diferentes do mesmo edifício, mandavam uns aos outros granadas pelos elevadores.
Mas Madrid abandonada pelo governo não foi abandonada pelo povo nem pelos brigadistas internacionais, que aí fizeram a sua primeira irrupção espectacular no conflito. Entre os oficiais republicanos que se distinguiram na defesa da cidade, figuram alguns nomes portugueses – em primeiro lugar Francisco Oliveira Pio.
Em Lisboa, a Embaixada republicana, que se manteve durante as semanas iniciais da guerra civil, foi submetida a fortes pressões. O embaixador Claudio Sánchez-Albornoz (na foto) viu a sua família assediada e ameaçada, com constantes intimações para renunciar ao posto. Finalmente, ao serem cortadas as relações entre Lisboa e Madrid, Albornoz partiu para o exílio e refugiou-se em Bordéus.
Mais tarde, quando a Alemanha nazi invadiu a França, Albornoz teve de voltar a fugir e, na fuga, passou por Lisboa. Salazar permitiu-lhe nesse caso seguir viagem para o Norte de África, aparentemente pelo grande respeito intelectual que lhe inspirava Albornoz, como autoridade na História portuguesa. O antigo embaixador conseguiria enfim obter asilo no México, onde encabeçou depois da Guerra o governo republicano no exílio. Portugal dividido entre prórepublicanos e prófranquistas Para além de Sebastião Ramires, destacava-se em Portugal no apoio aos fascistas espanhóis o nome de Jorge Botelho Moniz. Aos microfones do Rádio Clube Português, o capitão do Exército agitava a favor de Franco e, a partir de certa altura, apelava à participação de voluntários. Estes recebiam compensações e privilégios de vários tipos e, depois da guerra, foram beneficiados nas suas carreiras por esse curriculum de participação mercenária numa guerra em que Portugal não era oficialmente parte beligerante.
Mesmo assim, os portugueses recrutados para a tropa antirepublicana não atingiram nunca a massa crítica, em quantidade de efectivos e em qualidade de enquadramento, que lhes permitisse constituírem uma unidade própria. Permaneceram sempre dispersos por outras unidades franquistas, sob as ordens de comandos alheios.
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A lenda dos “viriatos” é portanto um engendro da propaganda de guerra, para lustrar uma participação portuguesa completamente desproporcionada com o papel importante que desempenhava Portugal enquanto retaguarda logística e executor de subempreitadas diplomáticas. Os “viriatos” apenas existiram como unidade fabricada à pressa para o desfile da vitória.
Pelo contrário, o partido prórepublicano em Portugal lutava com dificuldades para fazer chegar o seu apoio a Espanha. Os combatentes, se vivessem em Portugal, tinham de passar a fronteira a salto. Também não constituíram uma unidade própria, mas alguns tiveram papel destacado, como vimos na defesa de Madrid.
Deu-se, por outro lado, no início de Setembro de 1936, a revolta dos marinheiros, que ocuparam três navios da Armada e com eles tentaram pôr-se ao largo, tendo como plano alternativo rumarem a um dos portos da República espanhola. Bombardeados pela artilharia de costa ainda antes de deixarem o Tejo, tiveram de render-se e, em grande parte, foram parar ao Tarrafal.
Dois atentados à bomba tiveram, por outro lado, estreita ligação com a guerra de Espanha: um contra o emissor do Rádio Clube Português; outro contra o próprio ditador, Oliveira Salazar, organizado pelo militante anarquista Emídio Santana. Ambições anexionistas da Falange Apesar dos serviços que prestou ao bando “nacional”, Salazar não se enganava sobre o seu centralismo madrileno e iberista. O embaixador que colocou junto do governo de Burgos, Pedro Teotónio Pereira, era uma figura de relevo no regime do Estado Novo. A nomeação testemunhava a importância que Salazar atribuía a esse posto inicialmente informal.
Teotório Pereira desempenhou a sua missão com todos os sinais exteriores de entusiasmo pelo bando “nacional”. Mas na correspondência que trocava com Salazar referia-se sempre a Franco, com desprezo, explicando os seus defeitos com estereótipos sobre o carácter “manhoso” e “somítico” dos galegos como ele. E depois viria a estender essas expressões de desprezo à pessoa de Nicolás Franco, o irmão do ditador, escolhido por este para embaixador em Lisboa.
E, para tudo ficar em família, era a Falange espanhola, dirigida pelo cunhado de Franco, Ramón Serrano Suñer, que fazia distribuir mapas da Península, representando-o como um Estado único com capital em Madrid. E a mesma Falange referia-se ao futuro como o tempo em que a Espanha restabeleceria a sua fronteira natural, a ocidente, até ao Atlântico.
Na verdade, não se tratava apenas de mapas e de retóricas, e não era só da Falange que provinham uns e outras. Em investigação muito recente, o historiador espanhol Manuel Ros Agudo divulgou os documentos, descobertos por si, e que dão conta dos planos detalhados que, logo em 1940, Franco desenvolveu para a operação militar de ocupação de Portugal, ao melhor estilo do Anschluss da Áustria pela Alemanha nazi. Salazar aliara-se na guerra civil ao bando que maior ameaça representava para Portugal como nação independente.
Vera Cruzfoi um paquete português. Pertenceu à Companhia Colonial de Navegação (CCN), a quem serviu entre 1952e 1973, tendo atendido a linha do Brasil.
Foi construído nos estaleiros da Société Anonyme John Cockerill, na Bélgica, em 1950. A sua encomenda inseriu-se dentro do Plano de Renovação da Marinha de Comércio – conhecido por Despacho 100 – implementado por Américo Tomás, então ministro da Marinha de Portugal.
Ao abrigo desse plano, foram construídos 56 novos navios para a marinha mercante portuguesa – entre os quais vários grandes paquetes como o “N/T Vera Cruz” – que ficaram conhecidos como “navios do Despacho 100”.
De concepção avançada à época, foi o primeiro grande paquete português, uma vez que os navios de passageiros até então, excepto o “N/T Serpa Pinto”, constituiam-se em unidades mistas de passageiros e carga.
O seu projeto foi semelhante ao do “N/T Santa Maria”, também pertencente à CCN, e que entraria ao serviço em 1953.
A sua construção custou ao estaleiro 86 000 horas de trabalho e foram utilizadas 8 mil toneladas de aço e 150 toneladas de alumínio, sendo instalados no navio 240 quilómetros de cabos elétricos e 96 quilómetros de encanamentos.
Estiveram envolvidos na construção cerca de 1.000 técnicos e operários, que trabalharam durante 18 meses.
Os passageiros dispunham de salas de cinema, jardim de inverno, piscina e hospital.
Foi lançado ao mar em 2 de junho de 1951, tendo adentrado a barra do rio Tejo em março de 1952. Estava equipado com aparelhos de radar com alcance de 30 milhas náuticas, agulha giroscópica e piloto automático. Custou 408.000 contos em 1952.
A sua viagem inaugural iniciou-se a 20 de março de 1952, com destino a Buenos Aires, com escalas em Rio de Janeiro, Santos e Montevideu, tendo como passageiros de honra o Almirante Gago Coutinho, o Almirante Henrique Tenreiro, Teófilo Duarte, a fadista Hermínia Silva e uma missão cultural.
Até julho de 1954 permaneceu, com o irmão gémeo N/T Santa Maria, exclusivamente na “Rota do Ouro e Prata” (Lisboa -Buenos Aires).
A partir dessa data passou a servir a carreira da América Central (Lisboa – Havana) com escalas em Vigo,Funchal, Santa Cruz de Tenerife, La Guaira e Curaçao. A partir de 1956 ambos os navios começaram também a servir na Carreira de África.
Com a eclosão da Guerra Colonial Portuguesa, O N/T Vera Cruz, foi adaptado ao transporte de tropas, tendo ficado afecto a esse serviço até janeiro de 1972.
A partir dessa data o navio permaneceu atracado no Porto de Lisboa até 4 de março de1973, data em que saiu para a sua última viagem com destino ao desmantelamento na República da China.
FICHA TÉCNICA
Vera Cruz:
Outros nomes: nenhum Bandeira: portuguesa Armador: Companhia Colonial de Navegação (CCN) País construtor: Bélgica Estaleiro construtor: Societé Anonyme John Cockerill
Porto de construção: Antuérpia
Ano da viagem inaugural: 1952 Tonelagem de arqueação (t.a.b.): 21.765 t Propulsão: 2 grupos de turbinas, com 2 hélices Comprimento: 185,75 m Boca (largura): 23 m Velocidade máxima: 23 nós (42 km/h) Passageiros: 1.242 Classes: 1ª – 148 2ª – 250 3ª – 844 Tripulação: 350 homens, sendo 38 oficiais
Sabemos bem qual a maior preocupação do Saraiva da CIP e dos demais muchachos das confederações patronais: eles sabem que lá virá o dia em que se reverterão as «reformas» implementadas pelo governo anterior na legislação laboral. O que significará um maior equilíbrio entre direitos e deveres de quem explora e de quem é explorado, limitando a precariedade e a facilidade em despedir por dá cá aquela palha.
O coro de carpideiras comandado pelo Saraiva a respeito do salário mínimo nacional é uma falácia, que até as próprias instituições europeias desmascaram: nas previsões para 2018 aponta-se para um crescimento de 2,3% na produtividade e de apenas 1,8% na atualização salarial. Ou seja, assim de mansinho, os patrões embolsam mais 0,5% nesse diferencial entre as mercadorias e serviços produzidos e as remunerações correspondentes de quem os tornou possíveis.
Na mais do que desigual correlação entre os rendimentos do Capital e do Trabalho, os primeiros tenderão a aumentar ainda mais em detrimento dos segundos. Salvo se… que é precisamente o que põe Saraiva & Cª à beira de um ataque de nervos.
Em declarações sobre o processo de apreciação na especialidade que terminou com a entrega de dezenas de propostas do PCP para o Orçamento do Estado para 2018, João Oliveira afirmou que a intervenção do PCP se baterá pelos avanços na devolução de direitos e rendimentos, para que a melhoria das condições de vida e trabalho dos trabalhadores e do povo português possa ir tão longe quanto possível".
CONHEÇA ALGUMAS "RODOVIAS CONSTRUÍDAS A GOLPES DE PICARETAS"
Construídas a golpes de picareta por gente desesperada para abrir caminho ou concebidas como complexas obras de engenharia, algumas das estradas mais SURPREENDENTES do mundo são gloriosos exemplos da engenhosidade humana - e uns passeios cheios de curvas radicais, para viajantes de alma forte.
01 - TÚNEL GUOLING, CHINA
A China é pródiga em estradas malucas, complicadas e perigosas. Mas o túnel Guoling - mil desculpas pelo trocadilho horroroso - vai longe demais. É um caminho de meter medo, bem no alto do penhasco de 120 metros de altura, e precariamente aberto pelos isolados moradores de um vilarejo das montanhas Taihang. O piso e as paredes são escorregadios em uma passagem com apenas 4 metros de largura, uma mão dupla por onde os carros passam buzinando. Mas a paisagem do entorno é linda. Tem cachoeiras, cordilheiras, piscinas naturais. Para quem se mete nas curvas assassinas, melhor nem olhar
02 - ESTRADA DA SERRA DO RIO DO RASTRO, EM SANTA CATARINA, BRASIL
Vista assim do alto, parece um autorama radical pendurado nas montanhas. E até que é. A estrada da serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, tem mais de 250 curvas espetacularmente fechadas, em 8 quilômetros de um caminho estreito para danar. As subidas enfezadas fervem os carros mais fracotes, mas recompensam quem chega lá no fim do caminho, a 1400 metros de altitude, em Bom Jardim da Serra. Quando a neblina não aparece antes, ver o esplendor daquela montanha toda provoca até uns surtos ufanistas
03 - ESTRADA ATLÂNTICA, NA NORUEGA
A Estrada Atlântica (ou Atlanterhavsveinen, em bom norueguês) tem 8 quilômetros de muita fotogenia. Sai de Kristiansund e vai até Averøy, ligando ilhotas da costa da Noruega. Os nobres engenheiros responsáveis levaram 12 anos para construir o incrível emaranhado de passagens e pontes - algumas delas com curvas suspensas no ar, como o oceano lá embaixo. É uma espécie de parque de diversões, com paisagem escandinava de lambuja
04 - ESTRADA DAS "MIL KASBAHS", NA CORDILHEIRA ATLAS, NO MARROCOS
A estrada das "mil kasbahs" (fortalezas antigas) sobe a Garganta Dades, um cânion de cinema na cordilheira Atlas, no Marrocos. É um estonteante zigue-zague ribanceira acima. As curvas, radicais, vão cortando um ambiente desértico, daqueles de levantar poeira. E o caminho vai passando por aldeias dos povos berberes e bosques de palmeiras.
05 - PASSO STELVIO, ENTRE DAVOS, NA SUÍÇA, E STELVIO, NA ITÁLIA
Ela sai de Davos, na Suíça, e vai até Stelvio, na Itália. O Passo Stelvio tem 60 curvas ao longo de 144 quilômetros, e curvas beeeem estreitas. Enquanto tenta não derrapar, o motorista pode exercitar a visão periférica espiando uma paisagem alpina absurdamente bonita, que vale cada viradinha no volante. A estrada passa por dentro do Parque Nacional de Stelvio, ao lado do lado di Livigno (felizmente em um trecho de 10 quilômetros em linha reta), pertinho de vacas balançando guizos. Tudo a prosaicos 2757 metros de altura
06 - PASSAGEM DE GOIS / FRANÇA
Esta travessia de 5 km é passável por apenas algumas horas por dia quando a maré está baixa. O resto do tempo, ela fica submersa no Atlântico. A passagem liga a ilha de Noirmoutier com o continente.
07 - OASIS DAKHIA / EGITO
O caminho para o Oásis de Dakhla Oasis oferece vistas deslumbrantes que lembram cenários de filmes de ficção científica em outro planeta.
08 - VIA DALTON / ALASCA
A rodovia Dalton ganhou a sua fama em um popular programa de televisão da gringolândia sobre caminhoneiros do gelo, e consiste de uma estrada de quase 700 km estéril com apenas três pequenas aldeias ao longo do caminho.
O líder do Greenpeace , GerdLeipold, em Agosto de 2009, admitiu em entrevista durante o programa “Hardtalk” – na BBC – manipular e divulgar dados falsos sobre o aquecimento global, sob a desculpa de, sendo o Greenpeace uma instituição que faz pressão,“tem de colocar emoção” nas informações que divulgam… Há sete anos atrás dava eu esta notícia e ela, de alguma forma, fez-me pôr "um pé atrás" em relação ao aquecimento global.
Regressei ao crédito ao reconhecer que os movimentos não engajados politicamente merecem justa reserva. As denúncias de "Os verdes" e o trabalho continuado e persistente de Manuela Araújo, no seu blogue "Sustentabilidade é Acção", contribuíram para mudar de opinião.
O que segue é apenas "um cheirinho" e que explica (quase) tudo:
«...o gigantesco consumo de recursos provocado por uma sociedade que usa e deita fora, que valoriza o ter em detrimento do ser e que dá primazia a uma economia sem ética, obsoleta, que depende do consumo e do crescimento...»
Na sua primeira fotografia na rede, há um par de anos, ela era totalmente desconhecida, mas agora ficou tão famosa que sua mãe se encarregou de apresentá-la ao mundo. Seu nome é Anastasia Knyazeva e faz dois anos foi catalogada nas redes sociais como a menina mais linda do mundo pelos traços e particularidades harmónicas de seu rosto que, segundo os mais de 480 mil seguidores que tem em sua conta do Instagram, são praticamente perfeitos. A verdade é que com o advento das redes sociais, a ideia de beleza e a busca por ser perfeito alcançaram seu expoentes máximos, trazendo a polémica a tiracolo.
01
Então, depois que a fotografia da menina russa ficou famosa on-line, sua mãe (última foto), Anna, orgulhosa (quem não ficaria?) logo decidiu criar uma conta no Instagram onde publica as fotos da filha. Atualmente, o perfil de sua filha soma quase meio milhão de seguidores.
No entanto, esta situação não ficou isenta de críticas e controvérsia, se por um lado há milhares de pessoas que desfrutam contemplar a beleza da menina em diferentes fotografias; por outro há um grupo de internautas que alega que sua mãe a expõe demais no Instagram com o objetivo de gerar rendimentos financeiros. Resta saber se estes detratores não fariam o mesmo se tivessem uma "boneca" linda como esta em casa.
Anastasia está por completar 7 anos, e, alheia ao debate sobre se é correto ou não expor em demasia fotos de crianças nas redes sociais, segue amealhando admiradores pelo mundo inteiro.
Anella An tem 26 anos e é arquiteta, mas também é modelo. No entanto, não é como a maioria das mulheres polacas. Ela afirma já ter torrado em seu corpo a pequena fortuna de 40.000 dólares em cirurgias plásticas. Qual é sua meta? Como muitas outras, quer ser a primeira boneca Barbie viva no mundo e por isso gosta de ser chamada de primeira Barbie polaca. Anella, de Posnânia, no oeste da Polónia, confessa que sua decisão surgiu de maneira espontânea e que nunca antes havia perseguido um ideal de beleza, senão que tinha um pequeno complexo com o seu nariz.
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- "Todos têm um complexo, inclusive pequenas coisas como o cabelo ou algo que você quer mudar, e digo que melhoraria alguma coisa, por exemplo, meu nariz. E fiz. Depois pensei em lindos seios e pensei: 'por que não?' Assim começou tudo e depois não consegui mais parar", disse a loira ao Mail Online, mas insistiu que sua cintura pequena é natural, ainda que pareça o produto de Photoshop.
- "Gosto de coisas raras, estranhas e únicas, talvez porque sou rara", confessou a voluptuosa mulher que tem mais de 50 mil seguidores em sua conta de Instagram e seu sonho é ser modelo da revista Playboy.
A ARDILOSA TRETA QUE NOS QUEREM IMPINGIR COM A CRIAÇÃO DO EXÉRCITO EUROPEU AO CONTRÁRIO DO QUE É AFIRMADO NÃO NOS LIBERTA DA INFLUÊNCIA MILITAR AMERICANA E AINDA NOS ATOLA MAIS NA DEPENDÊNCIA DA FAMIGERADA NATO
Os comunistas franceses nunca morreram de amores por Georges Brassens e ele pagou-lhes na mesma moeda. Ao contrário de Léo Ferré, que até por ter musicado e cantado Louis Aragon mereceu deferência dos organizadores da Festa do Humanité, o cantor de Sète sempre se assumiu como libertário e, como tal, justificou as desconfianças de quem, mesmo apreciando-lhe as canções provocatórias, as sabia inconsequentes para mudar fosse o que fosse.
Se queremos encontrar canções, que desafiem a autoridade, a hierarquia e todas as demais premissas da ordem estabelecida, o reportório de Brassens dá-nos munições contundentes. Mas a impertinência contra as boas maneiras nada contribuíram para que essa ordem burguesa saísse beliscada.
Na época era um cantor completamente a contracorrente em relação às modas: extremamente inteligente, gostava de provocar o público com o recurso ao vernáculo, não deixando de apelar à sua inteligência. Ademais, ateu determinado, afirmava-o de forma quase sempre blasfema.
Em 1972 conhece em palco uma das maiores satisfações ao cantar «Gare aux Gorilles» no Bobino, depois de ter visto tal tema proibido durante anos a fio. Antimilitarista contumaz, afirmava sê-lo por, desde criança sempre ter detestado a disciplina. Já então o que mais gostava era dizer não.
Ao morrer em 1981, quando só contava 60 anos - e seis meses depois da vitória presidencial de François Mitterrand - o cantor pouco se devia identificar com a revolução serena, que se prometia levar por diante. É que pouco fazendo para a precipitar, Brassens preferiria sempre uma reviravolta mais tonitruante. Provavelmente esperançado que ela nunca acontecesse enquanto fosse vivo...
VÍDEO Como podemos "ver" a atmosfera? A resposta está no vento. Partículas minúsculas, conhecidas como "aerossóis", são transportadas pelo ar ao redor da Terra. Esta visualização utiliza informação dos satélites da NASA e combina-a com conhecimentos de Física e Meteorologia para monitorizar três aerossóis: fumo, sal marinho e areias. O que permite perceber quanto o Ofélia foi invulgar. De facto, mantendo o seu estado de tempestade tropical mais a norte do que qualquer sistema no Atlântico, viajou para leste, arrastando consigo poeira do Sahara e alimentando os grandes incêndios em Portugal, carregando depois o fumo e a poeira até à Irlanda e ao Reino Unido. Uma interação de aerossóis muito diferente das outras tempestades da época».
Este é o vídeo, e texto associado, do Gabinete de Modelos e Assimilação Global (GMAO) no Goddard Space Flight Center (da NASA), que tem sido bastante difundido entre nós nos últimos dias e que demonstra, com particular clareza, a excecionalidade das condições em que ocorreram os incêndios do passado mês de outubro e os sinais, cada vez mais evidentes, das alterações climáticas em curso. A modelização, que compreende o período entre 1 de agosto e 1 de novembro de 2017 (canto inferior esquerdo na imagem), mostra não só o que se passou em Portugal a 15 de outubro mas também a «facilidade» com que o fumo dos incêndios que assolaram os EUA neste verão se deslocou para a Europa, atravessando o Atlântico. O mundo, por vezes, é bem mais pequeno do que parece. E está a mudar. ladroesdebicicletas.blogspot.pt
Existe um tipo de arte que poucas pessoas conhecem ou têm medo de conhecer, é a chamada arte tumular. O caso é que se deixarmos de lado o medo, preconceito e superstições relacionadas a gente morta, encontraremos nos cemitérios esculturas incríveis em gesso, granito, mármore, bronze, e mais, de artistas famosos. Ali podemos presenciar um verdadeiro acervo escultórico e arquitetônico a céu aberto, que guardam os restos mortais de muitas personalidades imortais (ou não) de nossa história.
A arte tumular ou funerária conheceu seu apogeu nos séculos 18 e 19 quando a burguesia tinha a necessidade de demonstrar a sua importância através da sumptuosidade. Hoje é bem menos utilizada em virtude do avanço dos cemitérios-jardins.
Esta compilação destaca algumas obras contidas em cemitérios pelo mundo, sobretudo no Monumental de Staglieno, em Genova, na Itália, considerado uma das maiores galerias de arte a céu aberto.
A arte tumular é uma forma de cultura preservada no silencio e que não deverá ser temida, mas sim contemplada.
Escritor francês, nascido a 21 de novembro de 1694, em Paris, e falecido na mesma cidade a 30 de maio de 1778,ano em que tinha ido à capital francesa e se tinha filiado na maçonaria. François Marie Arouet, que passou à posteridade com o nome de Voltaire, era filho de François Arouet, notário, e de Marie Marguerite Daumart. Estudoua partir de 1704 no colégio jesuíta Louis-le-Grand e em 1713 tornou-se secretário da embaixada francesa em Haia.Ao longo da sua vida exerceu diversas profissões, como as de relojoeiro, de arquiteto e de agricultor. Escreveu versos críticos sobre Filipe II de Orleães, então regente do trono francês, que ao serem publicados em panfletos fizeram com que fosse preso na Bastilha durante quase um ano. Neste período de tempo dedicou-se a escrever um poema sobre Henrique IV (publicado em Genebra em 1723 com o nome de Poème de la ligue) e a tragédia Édipo, esta última estreada no Théatre Français em 1718, data em que adotou o pseudónimo de Voltaire. Em 1726 seria de novo encarcerado na Bastilha devido a um desentendimento com o Cavaleiro de Rohan, e quando saiu passou três anos em Inglaterra. A partir de 1750 passou a frequentar a corte prussiana de Frederico II, e quando saiu desta, em 1753, foi para a de Catarina II da Rússia. Em 1746 foi admitido na Academia Francesa e a partir de 1755 viveu na Suíça, perto de Genebra, dedicando-se a redigir uma obra literária e filosófica centrada nas leis sociais, que deveriam basear-se numa conceção de justiça universal. A ideia de justiça, de paz e de tolerância perpassou toda a sua produção, tanto no que diz respeito às relações inter-religiosas como aos demais âmbitos da vida humana.
Voltaire, um teísta - não sendo ateu, não acredita porém no providencialismo, como se vê na sua obra Cândido,mas reconhece a existência de um "geómetra" do universo -, atacou diversas vezes a Igreja Católica. Defensor da tolerância religiosa, não deixou de se fazer notar pela sua escrita crítica, satírica até, atenta ao mundo, mas acreditando na plenitude do Homem e nas suas capacidades. Temos assim Voltaire como um dos expoentes máximos do Iluminismo, um dos pensadores que mais acreditaram na Razão e na Liberdade.
Algumas das suas obras são: Édipo (1718), História de Carlos XII (1730), Brutus (1730), O templo do gosto (1733),Cartas inglesas ou Cartas filosóficas (1734), Adelaide du Guesclin (1734), Epístola sobre Newton (1736), Tratado de metafísica (1736), O século de Luís XIV (1751), Poema sobre o desastre de Lisboa (1756), Estudo dos hábitose do espírito das nações (1756), Cândido ou o otimismo (1759), Tratado sobre a tolerância (1767), A princesa da Babilónia (1768) e Da alma ( 1777)
Voltaire. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. wikipedia (Imagens)
Retrato de Voltaire - Atelier de Nicolas de Largillière
Voltaire com 41 anos - Quentin de La Tour
Convidados de Frederico II da Prússia. Voltaire é o terceiro do lado esquerdo. Obra de Adolph Menzel
Thomas Edison foi um inventor norte-americano (1847-1931), registou mais de 1000 patentes na área da tecnologia, incluindo a lâmpada elétrica incandescente, o fonógrafo e o aparelho de projeção.
Apenas com doze anos de idade, começou a vender jornais durante viagens de comboio. Depois, num vagão que lhe foi cedido, montou uma prensa de impressão e fundou o jornal Weekly Herald que redigia, imprimia e vendia durante as viagens. Nos tempos livres, dedicava-se ao estudo de física, mecânica e química e fazia experiências no vagão. No decorrer de uma experiência pegou fogo ao vagão, sendo obrigado a mudar de emprego. Foi então trabalhar para um posto de telégrafo, emprego que ocupou até à Guerra Civil (1861-1865). Aos 17 anos de idade registou a primeira patente - um telégrafo duplo. Ao aperceber-se da necessidade de comunicações rápidas,durante a guerra, dedicou-se às invenções neste campo. Tornou-se rico e famoso, criando o primeiro centro de investigação fora da Universidade. A sua descoberta, denominada "efeito de Edison", fenómeno que consiste na emissão de eletrões por metais incandescentes, está na base da lâmpada de díodo.Edison desempenhou um papel fundamental nos campos das comunicações e da eletricidade.
Thomas Edison. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
Thomas Edison com o seu segundo fonógrafo - Fotografia de Mathew Brady
O fonógrafo é um aparelho para registar e reproduzir o som. Foi inventado, em 1877 por Thomas Alva Edison.O fonógrafo é uma derivação direta do fonoautógrafo inventado por Scott de Martinville em 1857 e do paleófono,criado por Ch. Cross.
O fonógrafo inventado por Edison era basicamente um recetor constituído por um funil metálico cujo o extremo mais estreito ligava a uma membrana unida a um estilete. Ao falar para a embocadura a membrana vibrava em função do som emitido e a vibração era transmitida ao estilete que gravava sobre a superfície de um cilindro de cera giratório, que constituía o sistema de registo. O recetor movia-se, por sua vez, no sentido perpendicular ao movimento de rotação do cilindro, com o que se conseguia um sulco espiral, que abrangia toda a superfície deste.
Para reproduzir usava-se outro funil, o mesmo ou maior, em cujo extremo mais estreito existia outra membrana e outra agulha. No momento da reprodução, tanto o cilindro como o elemento reprodutor seguiam o mesmo movimento que no momento da gravação. A agulha seguia o sulco registado na superfície da cera e transmitia a vibração ao diafragma, reproduzindo assim o som original.
Este fonógrafo foi substituído pelo gramofone, que utilizava discos em vez de cilindros.
fonógrafo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. Wikipedia(Imagens)
Pintor português, nascido a 21 de novembro de 1857, em Almada, Columbano Bordalo Pinheiro pertencia a uma família ligada às artes e era irmão de Rafael Bordalo Pinheiro. É considerado o pintor mais significativo dos finais do século XIX. Foi aluno de seu pai, Manuel Maria Bordalo Pinheiro, de Miguel Ângelo Lupi e de Simões de Almeida. Parte para França em 1881, descobrindo a obra de Degas e Maneie, mas também a de Courbet e Deschamps. Foi professor da Escola de Belas-Artes de Lisboa e diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea, vindo a falecer a 6 de novembro de 1929. Embora frequentando os naturalistas, os temas do amor pela Natureza não o atraiam, conservando-se essencialmente como um retratista, influenciado pela escola flamenga e pela vertente sombria dos mestres espanhóis. Em Concerto de Amadores (1882), uma obra da juventude, apresenta já as linhas de força que virão a ocupar o sentido plástico do seu espaço pictural. Os castanhos e os negros imperam, o tratamento do claro-escuro acentua a encenação dramática. O retrato de D. José Pessanha (1885) constitui uma variação de ocres e cinzentos e toda a composição assume uma postura sabiamente informal. Columbano foi uma testemunha angustiada do quadro político-social dos finais do século. O Retrato de Antero de Quental (1889) parece profetizar o fim próximo do poeta-filósofo, ao mesmo tempo que simboliza toda a geração dos "Vencidos da Vida".
Columbano Bordalo Pinheiro. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
Auto retrato - Columbano Bordalo Pinheiro
Um Concerto de Amadores - Columbano Bordalo Pinheiro
René François Ghislain Magritte, mais conhecido como René Magritte, nasceu na cidade de Lessines, na Bélgica, no dia 21 de Novembro de 1898. René foi um dos mais significativos artistas plásticos do movimento surrealista.
René era o filho mais novo do casal Léopold e Regina Magritte, e em 1912 perdeu a mãe, que no referido ano se suicidou mergulhando no Rio Sambre, evento testemunhado pelo jovem Magritte. Mais tarde, em 1916, o artista é admitido na Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas, instituição na qual permanece durante dois anos. Nesta ocasião o pintor passa a trabalhar como desenhador numa fábrica que produz papéis de parede, e tem seu primeiro encontro com Georgette Berger, sua esposa a partir de 1922.
Magritte trabalhou também como designer de cartazes e ofertas publicitárias até 1926, quando começou a sobressair no movimento surrealista; neste período ele assina um acordo com a Galeria de Artes de Bruxelas. Posteriormente dedica-se de corpo e alma à pintura, e integra no seu currículo a criação de uma obra surrealista, Le jockey perdu, e um ano depois realiza a sua primeira mostra de arte, a qual não é bem acolhida entre os críticos.
Uma marca significativa na obra de Magritte é sua suposta incoerência, tal como se apresenta na pintura Rape– palavra que, em português, significa ‘Violação’; nela aparece um torso no lugar de um rosto. O seu temperamento irrequieto reflecte-se em trabalhos como Golconda, no qual seus excêntricos homens caem do firmamento, trajando chapéu-coco e completamente tranquilos, um acontecimento que revela um pouco da existência humana.
O artista exercitava o que se denomina de surrealismo realista ou ‘realismo mágico’. No início da sua carreira ele tentava reproduzir os trabalhos dos pintores vanguardistas, mas aos poucos deu conta da sua ânsia por uma expressão mais poética e, nesse momento, foi profundamente inspirado pela obra metafísica de Giorgio de Chirico.
Em 1927 Magritte foi para a capital francesa e passou a frequentar os meios surrealistas, quando conheceu André Breton, Paul Éluard e Marcel Duchamp, transformando-se em fiel companheiro dos poetas e do pintor francês. Ao concluir o seu contrato com a Galerie la Centaure o artista voltou para Bruxelas e aí permaneceu, inclusive ao longo do período em que os alemães estiveram nesta região.
Na década de 40 aventura-se em outros géneros, assimilando caracterísitcas impressionistas, mas estes trabalhos não são bem-sucedidos. O pintor faleceu em 15 de Agosto de 1967, vítima de cancro, e foi sepultado no Cemitério Schaarbeek, localizado em Bruxelas.
Há dias escrevi aqui sobre a seca da nascente do "meu" Douro.
Este fim de semana ficou a saber-se que o Tejo está a morrer.
A diferença é que a morte do Tejo, além de causas naturais ( a seca) está a ser provocada por intervenção humana. Para ser mais preciso: a agricultura intensiva no sudeste de Espanha está a contribuir para a alteração do ecossistema num lago, onde a água já não flui. Também as descargas no Tejo efectuadas por empresas têm contribuído de forma muito significativa para a do doença que afecta o Tejo. A passividade das autoridades ambientais que há vários anos conhecem o problema e sabem quem são as empresas responsáveis não pode ser justificada com os custos económicos e sociais que resultariam do encerramento das empresas poluidoras. Os custos a pagar pelo país serão muito mais elevados se deixarem o Tejo morrer.
O Tejo é "apenas" o maior rio da Península Ibérica. Se morrer, a vida vai ser ainda mais difícil para portugueses e espanhóis.
A investigação da PJ iniciou-se sexta-feira, quando uma das cinco vítimas se tentou suicidar naquele serviço. Hospital da Guarda abriu inquérito a conduta do funcionário suspeito
Doentes internadas no departamento de psiquiatria do Hospital da Guarda, confiadas aos cuidados daquela unidade de saúde por sofrerem de depressões graves, terão sido abusadas sexualmente e violadas por um auxiliar de ação médica da instituição, um homem com 59 anos, ao longo de três meses (de agosto até ao dia 17 de novembro). A Polícia Judiciária da Guarda deteve o suspeito por autoria de vários crimes de abuso sexual de pessoas internadas e identificou, até ao momento, cinco alegadas vítimas, com idades dos 30 aos 49 anos. Poderá haver mais pessoas molestadas, o que está a ser apurado.
O conselho de administração do hospital da Guarda abriu um inquérito à conduta do funcionário depois de ter tido conhecimento, no passado dia 17, de "alegados comportamentos anómalos no departamento de psiquiatria e saúde mental da unidade local de saúde da Guarda, envolvendo um assistente operacional desta instituição e algumas utentes". O ministro da Saúde disse esta segunda-feira ter sido informado há dois dias da situação.
"Naturalmente, trata-se de um caso lamentável sobre o qual tem de se agir em matéria disciplinar e de investigação. Não tenho muito mais informação a não ser a determinação de que seja investigado e apuradas as responsabilidades", referiu Adalberto Campos Fernandes.
Presente a tribunal, o suspeito ficou sujeito a apresentações diárias, suspensão de funções, proibição de contactos com as vítimas e obrigatoriedade de acompanhamento psiquiátrico.
O caso que levou às denúncias
A investigação da PJ começou na sexta-feira às 22.00 com um incidente que teve um efeito furacão: uma mulher internada no departamento de psiquiatria do Hospital da Guarda tentou suicidar-se com o cinto do robe, tendo sido impedida por uma enfermeira de o fazer. Uma outra utente referiu que aquela tentativa de suicídio estaria relacionada com os alegados abusos sexuais de que essa mulher e várias outras seriam vítimas, apontando as culpas para um auxiliar de 59 anos. Os inspetores da PJ deslocaram-se nessa noite ao serviço de psiquiatria e ouviram o corpo clínico e de enfermagem. No sábado, foram ouvidas as doentes de psiquiatria, cujos testemunhos foram considerados credíveis pela Judiciária, com "indícios fortes e convincentes" dos atos a que terão sido sujeitas.
Segundo fonte da PJ, no vasto leque de abusos que estas mulheres terão sofrido há desde apalpões e carícias (como no caso da doente que se tentou suicidar) até violação (cópula) e atos de sexo oral. O auxiliar aproveitaria os turnos noturnos, menos concorridos e com menos vigilância, para perseguir sexualmente as pacientes de psiquiatria. Conseguia levá-las para os gabinetes de enfermagem, algumas seriam mesmo atacadas nas casas de banho, durante o banho, e por vezes seriam até acordadas pelo auxiliar para se sujeitarem aos atos sexuais mais diversos. Algumas das alegadas vítimas terão sido abusadas várias vezes pelo suspeito.
Como uma das tarefas deste assistente operacional era providenciar as camisas de dormir às utentes, aproveitaria também esse momento para fazer avanços com algumas destas mulheres.
Os abusos sexuais começaram em agosto, o mês em que esse funcionário chegou ao departamento de psiquiatria transferido do serviço de medicina interna. Na ficha desse funcionário nunca houve má conduta profissional. O seu registo criminal é limpo.
A nível pessoal é casado, tem família e uma vida aparentemente banal.
Imagem que rapidamente se tornou viral levou hotel do Porto a mudar a decoração da entrada
Uma nova polémica surgiu nos últimos dias nas redes sociais, com consequências. Um hotel do Porto, que tinha na receção um enorme tapete com a imagem da bandeira de Portugal, viu-se esta segunda-feira obrigado a mudar a decoração após a chuva de críticas de internautas que consideraram tratar-se de desrespeito ao símbolo nacional.
Em comunicado publicado no Facebook, o Torel Avantgarde fez questão de sublinhar que é "o primeiro Hotel 5* decorado exclusivamente por artistas/designers e produtos portugueses é por isso uma homenagem à portugalidade", e que "o tapete no lobby com a ilustração da bandeira de Portugal foi mais uma forma de honrarmos e celebrarmos este facto e o nosso país".
Mas reconheceu que "tendo em conta as diferentes opiniões geradas pelo uso da bandeira, retiramos o tapete e sublinhamos que a nossa intenção era honrar e celebrar a portugalidade".
Esta interpretação da decoração em causa, no entanto, não foi acompanhada por todos os portugueses. Em menos de dois dias, a imagem que reproduzimos em cima tornou-se viral nas redes sociais, com a maioria dos utilizadores a considerarem que colocar a imagem da bandeira para ser pisada é uma ofensa ao país.
O post, que aludia a "0 tiros disparados", foi entretanto retirado pela polícia. O caso vai ser analisado esta segunda-feira com as instâncias superiores e não excluírem que possam existir consequências decorrentes do episódio.
A PSP publica post que está a levantar várias reacções na rede social Facebook.
Na publicação, a polícia reproduziu uma mensagem de um cidadão que conta que foi parado numa operação STOP sem que tenha sido disparado qualquer tiro. "0 tiros disparados", refere o post.
A Renascença fez print screen da publicação, entretanto apagada da página oficial da PSP. Esteve online cerca de 20 minutos e foi alvo de pelo menos 1300 reacções, mais de 100 partilhas e mais de 30 comentários. A opinião de quem comentou dividia-se entre os que consideravam ser uma publicação grave e os que consideravam ser um exemplo a seguir.
Contactado pela Renascença, director das Relações Públicas da Direcção Nacional da PSP, Intendente Hugo Palma, explicou o que aconteceu. Um dos responsáveis pela inserção de conteúdos da página da PSP no Facebook entendeu por bem partilhar a mensagem que tinha sido recebida pela PSP. Depois de feita a publicação, o Intendente Hugo Palma, que por inerência ao cargo que desempenha na PSP é o administrador da conta, ordenou a retirada do texto por considerar que “não era adequado”.
Hugo Palma esclareceu ainda que o caso vai ser analisado esta segunda-feira com as instâncias superiores e não excluir que possam existir consequências decorrentes do episódio.
Reutilização de um post de outra pessoa foi apagada pouco depois, mas não sem gerar controvérsia
"0 tiros disparados". Assim termina uma publicação de Facebook em que a Polícia de Segurança Pública (PSP) reproduz uma outra publicação, de um cidadão que terá sido mandado parar numa operação STOP.
"Ontem à noite a polícia mandou-me parar numa operação STOP. Parei, foi-me dada a saudação e pedidos os documentos. Retribuí o cumprimento, apresentei os documentos, todos em ordem, e soprei no balão. 0,00 de álcool, foram-me devolvidos os documentos, e após agradecimentos mandado seguir viagem. Retrubí o agradecimento e menos de cinco minutos depois de ter parado estava a seguir viagem. 0 tiros disparados".
A Renascença guardou a imagem antes que esta tivesse sido apagada, o que terá acontecido cerca de 20 minutos depois, tempo suficiente para gerar bastantes reações, partilhas e comentários. De acordo com a mesma rádio, as opiniões dividam-se: uns terão considerado um bom exemplo, mas outros uma ação muito grave.
Isto porque, na madrugada de 15 de novembro, quarta-feira, uma mulher de 35 anos, de nacionalidade brasileira, foi morta por engano pelas autoridades, em Lisboa, na sequência de uma perseguição policial que começou em Almada.
Como mostra a imagem que se segue, as autoridades deram ordem de paragem a um Renault Mégane, onde seguia a vítima mortal, cujo condutor que se recusou a parar e tentou atropelar os agentes, que responderam abrindo fogo contra o automóvel. A perseguição que ocorreu depois de um assalto a um multibanco, em Almada, envolvia no entanto um Seat Leon.
João Vieira Lopes, presidente da CCP, tem alertado o governo para a demora na resposta à compensação pela subida do salário mínimo
Prestadoras de serviços ao Estado aguardam pagamento. Só na área das limpezas há cerca de 15 empresas
A maioria das empresas com contratos plurianuais de prestação de serviços com o Estado e que pediram a sua atualização para serem ressarcidas dos custos gerados com o aumento do salário mínimo (para os 557 euros), ainda não receberam qualquer compensação ou resposta. No setor das limpezas, as cerca de uma dezena e meia de empresas que requereram aquela revisão - e que empregam perto de 30 mil trabalhadores - olham já com acrescida apreensão para 2018, uma vez que os contratos que estão agora a ser assinados não incorporam o novo aumento do SMN que aí vem.
No acordo de concertação social celebrado em janeiro de 2017 e no decreto-lei de execução do SMN está prevista a atualização dos contratos públicos plurianuais onde o número de trabalhadores que recebem a remuneração mínima tem forte impacto e nos quais o valor do SMN conhecido tenha sido um critério relevante no cálculo do preço apresentado pelas empresas. Uma situação justificada pelo facto de os contratos terem sido assinados ou renovados sem ter em conta o novo valor.
Um levantamento feito pela associação que representa as empresas do setor das limpezas refere que dos 71% das empresas com contratos plurianuais com o Estado (no total rondarão as duas dezenas) que reclamaram uma compensação, apenas 8% tiveram resposta positiva, mas os valores que os organismos aceitam pagar-lhes estão longe do que pedem. Num destes casos, as contas das empresas apontam para uma revisão no valor do contrato da ordem dos 1,3 milhões de euros, mas recebeu uma resposta de "um valor irrisório, referiu ao DN/Dinheiro Vivo António Vasconcelos, presidente da Associação Portuguesa de Facility Services (APFS).
Mas há também quem já tenha recebido resposta negativa, argumentando os serviços e organismos públicos a não existência de cabimentação orçamental, ou que se estava perante um aumento previsível (do SMN) que "deve ser considerado risco de contrato".
A maioria, contudo, segundo o mesmo responsável, ainda aguarda resposta. Isto apesar de o prazo oficial para tal ter expirado no dia 18 de outubro. Questionado pelo DN/Dinheiro Vivo sobre este atraso, fonte oficial do Ministério do Trabalho respondeu que o procedimento para a atualização dos contratos de aquisição de serviços com duração plurianual "é um processo em atualização constante" na medida em que é feito "a pedido da entidade adjudicatária junto de cada entidade". No caso específico deste ministério, disse ainda, os "pedidos de atualização recebidos até ao momento estão ainda em fase final de análise" para serem, de seguida, enviados para autorização das Finanças.
António Vasconcelos refere que entre os ministérios com os contratos de prestação mais relevantes no setor das limpezas estão o da Saúde, Administração Interna, Justiça e Agricultura.
A demora na resposta leva a associação a admitir que algumas empresas, depois de esgotados todos os esforços, acabem por avançar para a via judicial. Antes deste extremar de posição têm apelado para a intervenção da associação e também da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), para sensibilizarem o governo.
É que, precisa, esta espera está a fazer que muitas empresas enfrentem dificuldades de tesouraria, acrescidas nesta altura do ano, em que têm de pagar o subsídio de Natal.
O Rio Mondego com o nível de água muito abaixo do normal, devido à seca
Secretário de Estado do Ambiente admite medida para reduzir perdas de água, pelo menos no período noturno
Carlos Martins, o secretário de Estado do Ambiente, admite que o Governo pode vir a racionar o uso de água durante a noite, devido ao período de seca que o país atravessa.
Em entrevista ao jornal i, Carlos Martins refere que o racionamento de água tem sido testado em alguns países e que, em algumas situações, a medida não resulta da melhor forma. Aconteceu em São Paulo, no Brasil, recorda: "as pessoas tendem a colocar a água nas banheiras, nos baldes, nos lavatórios e muitas vezes no dia a seguir, como a água não falta, acabam por voltar a libertar-se dela, às vezes até quase sem uso nenhum, e até introduzem perdas maiores".
No entanto, o governante admite que "em algumas situações concretas isso possa acontecer em períodos noturnos", porque traria a vantagem de reduzir perdas de água importantes pelo menos durante a noite.
Carlos Martins assinala ainda que a medida com maior impacto "e com efeitos imediatos" seria "os municípios e as entidades gestoras dos serviços de água reduzirem as pressões de água. Quando se reduz a pressão, por cada minuto que temos a torneira aberta, acaba por haver um menor débito e portanto estamos a fazer uma poupança induzida por essa perda de pressão".
O secretário de Estado diz também que o mais importante é que os consumidores tenham "comportamentos de melhor consumo e uso de água", nomeadamente tomando banhos mais rápidos, eventualmente mais espaçados no tempo, "fazerem uma utilização mais disciplinada dos sanitários, não fazerem lavagem dos dentes, das mãos ou da loiça com água a correr, fazerem regas do jardim com água já usada e durante a noite".
Na mesma entrevista, Carlos Martins aponta o concelho de Viseu como o mais problemático no que à seca diz respeito, com as maiores dificuldades para o consumo de água, e aponta que "cada um de nós, independentemente do local onde está, quando poupa água aumenta algures no território nacional a nossa disponibilidade hídrica".
A CGTP fez as contas e concluiu que se o salário mínimo nacional tivesse sido sempre aumentado desde 1974, tendo em conta a inflação e a produtividade, atingiria no próximo ano 1.267,7 euros. Bem longe dos 580 euros que se preveem para 2018.
Em declarações à agência Lusa, após a reunião da Comissão Executiva da CGTP, o secretário-geral da intersindical, Arménio Carlos, considerou, por isso, que a proposta de 600 euros a partir de janeiro do próximo ano é um valor “de rigor e de seriedade”. Arménio Carlos defendeu que o aumento do salário mínimo para 600 euros em janeiro “só depende da vontade do Governo”, uma vez que “apoio político no parlamento não faltará, com certeza” ao executivo. O PCP e ‘Os Verdes’ defendem o mesmo valor. “A lei estabelece que compete ao Governo definir o valor do salário mínimo, depois de ouvidos os parceiros sociais e, portanto, o facto de poder não existir acordo na Concertação Social, nada impede que atinja os 600 euros”, afirmou. A reunião da Concertação Social sobre o tema está agendada para a próxima sexta-feira e o líder da CGTP recusa que “as confederações patronais continuem a procurar usar o salário mínimo como moeda de troca para outros benefícios”. O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, em entrevista ao Negócios/Antena1 no domingo disse estar disponível para negociar um aumento do salário mínimo se houver “mecanismos que permitam aliviar a tesouraria das empresas”, como a redução da carga fiscal. Mas 600 euros está “fora de causa”, acrescentou. Para o líder da CGTP, “não se justifica que as confederações patronais exijam contrapartidas”, pois o aumento do salário mínimo “é um investimento com retorno, para as famílias, para o emprego e para a economia”. Hoje, no Fórum da TSF, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, afastou a possibilidade de um aumento do salário mínimo, atualmente em 557 euros, que eleve a remuneração acima dos 580 euros. “Apesar de o Governo ainda não ter apresentado nenhuma proposta para este ano, não vejo nenhuma razão significativa para alterar a trajetória que seguimos até agora”, afirmou o ministro. “O mais provável é mesmo que seja esse o ponto de partida para o debate na Concertação Social”, acrescentou Vieira da Silva.