Em alguns registos de Loriga do século XVIII, vamos encontrar dados concretos da existência já nessa altura de um próspero negócio de lã, uma matéria prima para Indústria de Lanifícios.
Nessa época e uma era fabricada sem nenhum auxilio mecânico, por isso mesmo, durante muitos anos, foi usada uma fabricação doméstica, com teares manuais em diversas casas, ou com as escarameadeiras (mulheres que farripavam a lã depois de lavada tirando os ciscos e outras aderências) nas casas dos próprios fabricantes.
A partir do meados do século XIX, começam então a construir-se como primeiras Fábricas que, durante mais de um século, foram de grande laboração e de enorme movimentação industrial.
Apesar de as deficiências vias de comunicação que obrigava o transporte de matérias-primas, não dorso dos animais de carga, Loriga, era em 1881, uma localidade mais industrializada na aba ocidental da Serra da Estrela, com unidades de produção têxtil, empregando mais de 200 operários.
Como primeiras Fábricas a ser construídas em Loriga, foram por iniciativa de Manuel Mendes Freire e José Marques Guimarães, que na altura, já foram conceituados negociantes em Lã.
Em 1872 o Jornal “O Conimbricense” publicado em Coimbra, escreveu sobre como Fábricas de Lanifícios em Loriga, onde publicava que há nesta Vila quatro fábricas, três uma operação e outras coisas, e se deviam unicamente aos esforços particulares.
À medida que eu estou processando na mecanização das Fábricas em Loriga, os industriais Loriguenses, recorriam ao mercado da Covilhã, sem o sentido de contratarem especialidades.
Na última década do século XIX, chegou a Loriga um belga de nome Pierre, por onde se manteve até 1898; Joaquim F. Nogueira, que em Loriga constituiu família e veio a ser o pai do Cónego Manuel Fernandes Nogueira; um senhor de nome Teles, que viria a falecer já muito velhinho; Adriano de Sousa Torrão; António Ramos e muitos outros, que não são de Loriga, ficaram para semper ligados à Indústria de Lanifícios desta localidade.
A partir de 1930, e depois de uma construção da estrada que passou pela São Romão a Loriga, uma Indústria de Lanifícios em Loriga, foi modernizado, de forma a poder competir com a sua congénere do país.
Por esse motivo e durante anos, era considerado uma Vila mais industrializada do Concelho de Seia e também do Distrito da Guarda.
Fábrica da Fonte dos Amores
Fundada em 1856 por Manuel Mendes Freire, Manuel Moura Luís e Abílio Luís Brito Freire, cardava e fiava lã para frises, saragoças e palmilhas.
Possuía uma roda hidráulica de madeira com força de 16 cavalos. Em 1899 passou para a firma Leitão & Irmãos e Companhia.
Tinha Secção de Cardação; Secção de Tinturaria e Secção de Ultimação. Em 1939, foi construída a parte nova, reconstruído ou prédio que tinha ardido, e também reconstruído a secção de tinturaria em 1954.
Consumismo mensalmente em energia motriz e iluminação 11.477 KVH, equivalente a 6.923 $ 00, ocupando uma área de 2.810 m2.
Como máquinas que trabalhavam um vapor eram alimentadas por uma caldeira horizontal de vapor, que consumia 1.000 quilogramas de lenha por dia de oito horas
Trabalhando normalmente gastava por ano perto de 70.000 de matérias-primas. Fabricava todo o género de artigos, tanto para homens como para senhoras, passando mais tarde a dedicar-se a artigos leves para senhoras, como crepes, popelinas etc., e também uma fazenda de agasalho para inverno
Fábrica da Fândega
Fundada em 1862 por José Marques Guimarães, na década de 1920, esta Fábrica passou a pertencer à Sociedade Carlos Nunes Cabral & Comp., E mais tarde passando uma propriedade da empresa Moura Cabral & Companhia.
Tinha duas rodas hidráulicas em conjunto com a força de 30 cavalos, colocada no topo do edifício virado para o caminho, ou para o sul, e outra situada no nascimento do edifício.
Produzia frises, saragoças e palmilhas. Encerrou definitivamente em 1949. Sendo uma primeira das fábricas, um paralisar, devido à impossibilidade de boas vias de acesso.
Fábrica do Regato
Foi organizada em 1869 pela firma Plácido Luís de Brito e Companhia. O seu nome deve-se ao fato de ter sido construído na propriedade do mesmo nome. Tinha uma roda hidráulica com força de 15 cavalos. Esta roda foi dali retirada mais tarde do 25 de Abril de 1974, tendo sido uma última das rodas a desaparecer, da chamada industria de lanifícios de Loriga.
Foi também construída uma chamada “Fábrica de Cima” tendo sida edificada em um anexo em 1937. Substituiu a tecelagem manual pela mecânica em 1934 e em 1938 passou a ser a firma: -Pina Nunes & Companhia, sociedade que viria a terminar em 1950.
Este edifício também possui uma roda hidráulica, que foi concebido como sendo substituído por um motor a gasóleo. Em 1962 encerrou definitivamente, como Fábrica de Lanifícios.
Ocupava uma área total de 1.180 m2, sem conta com o anexo chamado Escaldadore.
Tinha Secção de Cardação e Secção de Ultimação.Produzia por mês 5.000 quilogramas de fio Nr.50, consumindo por ano perto de 50.000 quilogramas de matérias-primas (lã e outras fibras). Todos os artigos para homem e senhora, especialmente artigos cardados.Mais tarde e até os nossos dias, estas dependências passaram a laborar na atividade de malhas.
Fábrica da Redondinha
Entrou em laboração já depois de 1878, e durante muitos anos pertenceu ao industrial Augusto Luís Mendes, que um geriu sob a firma Augusto Luís Mendes & Comp. Limitada.Consumia mensalmente de energia elétrica elétrica e de iluminação 68.631 KWH, equivalente a 5.117 $ 00 escudos.
Ocupando uma área de 2.000 m2.Tinha duas rodas hidráulicas, uma sem prédio (onde até a poucos anos esteve instalada a firma Jomabril) e outra na casa de baixo onde até a poucos anos esteve instalada uma firma de Manuel Carvalho.
O prédio de baixo , era o único quando iniciou a laboração. Em 1939, foram construídas novas instalações, tendo sido uma parte delas, devorada por um incêndio na década de 1950. Lojas de Essas, foram de imediato reconstruídas entrando novamente em laboração em 1954.
Tinha Secção de Cardação, Tecelagem, Tinturaria e Ultimação.Encerrou em definitivo como suas portas, em princípios da década de 1970.
Fábrica Nova
Iniciou a sua atividade em 1905 sendo fundada pelos sócios Augusto César Mendes Lages e José Gouveia Júnior, que mandaram construir um prédio de trabalho e um outro separado por primeiro lugar, por roda hidráulica . No ano 1920, passe para a firma -Moura Cabral & Companhia, tendo, em 1939, mandado construir outro prédio muito mais amplo, sobranceiro aos prédios iniciais.
Mais tarde, em 1956, procede uma nova ampliação das instalações, criando novo prédio ainda de dimensões maiores.Consumia mensalmente em energia elétrica e iluminação 17.784 KVH, equivalente a 8.811 $ 00 escudos, ocupando uma área total de 2.750 m2.Tinha Secção de Cardação, Fiação, Tecelagem, Lavagem, Tinturaria e Ultimação.
Fábrica das Lamas
Foi criada em 1932, por José Lages e, após o falecimento da sua esposa, um solitário sob a firma: – Lages, Santos & Comp., Pertencente depois à firma Lages Santos & Sucessores, Lda.
Era alimentada por uma turbina hidráulica de 36 HP e um motor a gasóleo de 22 cavalos, que trabalham na falta de água. Ocupava uma área de 1.140 m2.Tinha Secção de Cardação, Fiação e Ultimação.Produzia por mês (em horário de 8 horas) 2.000 quilogramas de fio Nr.50, que trabalhando Consumidor por ano, 38.000 quilos de lã e outras fibras. Fabricação Fazendas para moscous de sobretudos para homem e senhora.
Encerrou definitivamente em 1972. Mais tarde é uma empresa que trabalha com Pedro Vaz Leal e Comp., Onde passou a desenvolver uma atividade siderúrgica.
Fábrica das Tapadas
Foi das primeiras fábricas na Serra de Loriga, sendo atribuída a sua fundação a diversas pessoas. Em registos escritos em 1872, dão contabilidade e construção de uma casa bastante espaçosa e pertencente a diversos indivíduos, sem sentido de sediarem ali uma fábrica. Este local hoje chamado “Tapadas” na altura da construção do prédio era mais conhecido por “Águas Limpas” .
Esta Fábrica durante a sua existência pertenceu a várias pessoas ou firmas e teve maior laboração a partir de 1918. Entre algumas aqui se registaer por ali passaram uma firma que teve como nome “Fábrica Nacional de Lanificios de Albano de Pina Mello” .Possuía uma roda de madeira, que durante a grande duração da sua atividade.
O último modelo da Fábrica das Tapadas, foi Valério Cardoso, conhecido industrial e Tradante de Lãs, natural de Alvoco da Serra, casado com uma senhora Filomena Santos Conde, de Loriga.Encerrou definitivamente como suas portas, nas meadas da década de 1960.
Alguns anos depois esta Fábrica das Tapadas para transformada em casa de habitação
.Fábrica dos Leitões
Foi criada em 1899 pela firma Leitão & Irmãos e Companhia. Em 1948 passou a ser gerida sob firma Leitão & Irmãos. Foi ampliada no ano de 1939, parte das instalações foi devastada por um incêndio, tendo depois, em 1954 sido restaurada.
Encerrou em 1967 e, tempos depois e até hoje, várias firmas de malhas por ali já passaram, mantendo assim em laboração todas as dependências desta antiga fábrica.
A fábrica Leitão & Irmãos, tinha duas rodas hidráulicas, uma sem predição de cima, outra não Edifício de baixo.
A roda de cima, foi retirada e não mesmo lugar foi construído um tanque hoje ainda disponível.
Um prédio dos “bicos” assim chamado, nunca teve qualquer roda.
Em 1929 a Fábrica de Lanifícios da Estrela Leitão e Irmãos e Companhia, foi premiada com uma medalha de prata na II Exposição das Beiras. Em 1932 foi também premiada com uma medalha de prata na Grande Exposição Industrial Portuguesa.
Fábrica do Pomar – “Nunes Brito”
Fábrica fundada em 1929, após constituição de uma sociedade registrada como Nunes & Brito, firma esta que trabalha até 1948.Consumia mensalmente de energia elec trica em força motriz e iluminação, 6.015 KWH, equivalente a 3.700 $ 00 escudos.
Ocupando uma área de 1.938 m2. Tinha Secção de Cardação, Tecelagem, Tinturaria e Ultimação.Em 17 de Fevereiro de 1948, e uma escritura pública, uma Fábrica de Pomar, passou por ser gerida pela empresa: – Nunes, Brito e Companhia, Limitada, criada por: – António Nunes Luíz; Alfredo Nunes Luíz; António João de Brito Amaro; António Nunes de Brito; António Nunes Ribeiro; José Nunes de Moura; Carlos Nunes Cabral; José da Silva Bravo e Maria dos Anjos Antunes de Moura.
Constava dos seus Estatutos, como sendo uma empresa constituída com capital social de 252.000 $ 00, em que tinha sua sede em Loriga, na Fábrica do Pomar, da indústria e do comércio de lanifícios. Não há ano de 1972, uma Fábrica do Pomar passou a pertencer à firma: -Moura Cabral & Companhia.
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