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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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03
Dez17

CONTRACULTURA

António Garrochinho



Contracultura

O movimento da contracultura teve seu auge na década de 60. A contracultura é um ideário altercador que questiona valores centrais atuais e estabelcido na cultura ocidental, o que caracteriza as pessoas que fazem parte desse movimento, sendo na maior parte das vezes excluidas socialmente e que não se adaptam às visões aceitas pelo mundo. 

O movimento de contracultura pode ser considerado como o “grito” de pessoas que não estão estão satisfeitas com o que é imposto pela sociedade, e através de atitudes, modos de se vestir, pensamentos demonstram sua insatisfação, mostrando suas ideias de paz e felicidade nao aceitas pelo resto da sociedade.

“De um lado, o termo contracultura pode se referir ao conjunto de movimentos de rebelião da juventude [...] que marcaram os anos 60: o movimento hippie, a música rock, uma certa movimentação nas universidades, viagens de mochila, drogas e assim por diante. [...] Trata-se, então, de um fenómeno datado e situado historicamente e que, embora muito próximo de nós, já faz parte do passado”. [...] “De outro lado, o mesmo termo pode também se referir a alguma coisa mais geral, mais abstrata, um certo espírito, um certo modo de contestação, de enfrentamento diante da ordem vigente, de carácter profundamente radical e bastante estranho às forças mais tradicionais de oposição a esta mesma ordem dominante. Um tipo de crítica anárquica – esta parece ser a palavra-chave – que, de certa maneira, ‘rompe com as regras do jogo’ em termos de modo de se fazer oposição a uma determinada situação. [...] Uma contracultura, entendida assim, reaparece de tempos em tempos, em diferentes épocas e situações, e costuma ter um papel fortemente revigorador da crítica social." (Pereira, 1992, p. 20).


A contracultura tem como características os tais princípios :
- valorização da natureza;
- vida comunitária;
- luta pela paz (contra as guerras, conflitos e qualquer tipo de repressão);
- vegetarianismo: busca de uma alimentação natural;
- respeito às minorias raciais e culturais;
- experiência com drogas psicodélicas,
- liberdade nos relacionamentos sexuais e amorosos,
- anticonsumismo
- aproximação das práticas religiosas orientais, principalmente do budismo (aqui discordo pois os budistas também cometeram crimes violentos)
- crítica aos meios de comunicação de massa como, por exemplo, a televisão;
- discordância com os princípios do capitalismo e economia de mercado

www.google.pt


03
Dez17

A história secreta de António Variações

António Garrochinho




VÍDEO
O MELHOR DE ANTÓNIO VARIAÇÕES


A sua vida e a sua música persistem, ainda hoje, um mistério que ajuda a manter vivo o mito. Viajámos ao passado em busca do artista e do homem e lançamos luz sobre os primeiros passos da vida pública do inventor da pop nacional. O seu nome era António



O inventor da pop portuguesa foi um português. António Joaquim Rodrigues Ribeiro, natural do Lugar de Pilar, Fiscal, freguesia do concelho de Amares, que chegou a Lisboa com apenas 12 anos, em 1956. No mesmo ano, a partir da Feira Popular a então recém-criada RTP dava início às primeiras emissões experimentais de televisão. António seguia o fluxo natural dos filhos do Portugal rural desse tempo. Era um de doze irmãos, filhos de Deolinda de Jesus e Jaime Ribeiro, e tal como o resto da prole cedo se fez à vida. Se no caso dos seus irmãos e irmãs, sair da terra não foi propriamente uma opção, antes uma necessidade forçada pelas deficientes condições de vida, para António, a vinda para Lisboa nasceu de uma funda determinação pessoal, como acredita Manuela Gonzaga, a biógrafa que assinou António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (Âncora Editora, 2006): «o António fez a escolaridade obrigatória, até à quarta classe. Chegou a levar uma sova do pai, trabalhou desde cedo, mas sempre com a firme ideia de um dia vir para Lisboa. E esse dia chegou, tinha cá a irmã Lurdes, talvez a que mais privou com ele, e começou a trabalhar como marçano. Ao mesmo tempo estudava à noite, fez o curso comercial na Voz do Operário. Era culto e estudou muito. Gostava de arte popular e comprava coisas que muita gente considerava lixo, em sítios como a Feira da Ladra. Foi amigo do Carlos Barroco, da Galeria Novo Século, com quem gastava horas a falar de arte popular. Também ia ao teatro, ao D. Maria II, ver peças clássicas. O António fez-se a si próprio, em termos culturais».
«A minha vida em Braga consistia em ir à escola, à catequese, e auxiliar em pequenos trabalhos na quinta», recordava em 1983 António Variações, em entrevista citada nas páginas da biografia de Manuela Gonzaga. «Lembro-me que detestava arranjar a erva para os nossos coelhos. Gostava era de ir às romarias, ver o folclore. Nessa altura comecei a despertar para a música. O meu pai, embora agricultor, tocava muito bem acordeão e cavaquinho». Tudo no passado de António concorreu para fazer o artista que haveria de marcar a cena musical portuguesa dos anos 80 (e mais além.) com uma forte e original identidade. Em «Olhei Para Trás», tema escondido a meio do lado B do álbum Dar & Receber, faz o filme do abandono da aldeia, da chegada à cidade, dos sonhos e anseios que o moviam: «e assim saí daí / de olhar para trás / pensamento em frente / em frente não havia mais nada não / do que um comboio, a cidade / um navio e um avião».
Tímido e extravagante
Em Lisboa, começou por viver num quarto alugado na Rua do Vale de Santo António, entre a Graça e Santa Apolónia, e começou a imiscuir-se na cidade, a beber nas suas fontes de cultura, nos teatros e cinemas, desenvolvendo paixões como a que o ligava a Marilyn Monroe. Luís Carlos Amaro, músico que tocou com António Variações ainda antes de qualquer disco ter sido registado e que mais tarde haveria de formar os Jovem Guarda, uma das bandas que marcou presença na compilação Divergências, lançada pela Ama Romanta de João Peste, recorda que a única «zanga» que teve com o cantor aconteceu a propósito da «bombshell» americana: «sempre nos demos muito bem, partilhávamos muitos gostos no que à música dizia respeito e só me recordo de um pequeno desaguisado quando um dia cometi o erro de lhe dizer que não achava que Marilyn Monroe fosse assim tão boa atriz».
Tanto Luís Carlos Amaro como Manuela Gonzaga ou Teresa Couto Pinto, que fotografou António e com ele trabalhou na qualidade de agente, recordam a sua casa como o centro de uma identidade visual muito particular. «Quando entrei na casa dele tive uma epifania», recorda a biógrafa, que por mais de uma ocasião entrevistou o cantor ao serviço da revista Música & Som, primeiro, e do Diário de Notícias, mais tarde. «Ele elevou o patamar do kitsch a uma forma de cultura a que nós não estávamos ainda habituados. As paredes de casa estavam pintadas de verde, tinha coleções de arte das Caldas da Rainha, numa altura em que a louça das Caldas não estava na moda como está hoje». Variações encontrou-se visualmente muito antes de perceber qual a direção musical que haveria de seguir. Teresa Couto Pinto faz questão de frisar que a sua «excentricidade» visual já se encontrava bem apurada antes de a música o levar até palcos de elevada exposição como o do programa televisivo Passeio dos Alegres, de Júlio Isidro. «Quando ele ainda trabalhava no [cabeleireiro] Baeta, em Alvalade, já era vistoso e chamava a atenção das pessoas ficava tudo de olhos arregalados a olhar para ele», acrescenta. «Quando descia a Avenida da Liberdade vestido de branco, com chapéu colonial e um papagaio de madeira no ombro», recorda, em perfeita sintonia, Manuela Gonzaga, «ele parava o trânsito».
Apesar de vincar a diferença todos os dias pela forma como se vestia e comportava, quem conheceu António Variações explica sempre que a sua verdadeira natureza era a de um homem reservado, com um agudo sentido de privacidade, tímido até. «Era meigo, mas não era homem de andar aos beijinhos», conta Teresa Couto Pinto. «Mantinha as suas diferentes esferas, pessoais e profissionais, muito bem delimitadas», reforça a sua biógrafa. O que levanta a questão da identidade sexual de Variações. Ou de António Joaquim Ribeiro. «O António era muito amigo do cabeleireiro Fernando Ataíde, que era homossexual, e viria a apaixonar-se e a casar mais tarde com a Rosa Maria, mantendo sempre a amizade com António. As relações dele andavam muito à volta deste grupo de cabeleireiros de alto nível, pessoas com muito acesso à cultura, à moda», conta Manuela Gonzaga, a quem Rosa Maria, fundadora do famoso bar Trumps, confirmou mesmo a relação que o marido, entretanto já falecido, manteve com António. «Essa dimensão da identidade sexual de António foi sempre encarada por ele mesmo com enorme dignidade. Só quem o conheceu de perto é que tomou conhecimento da sua homossexualidade, que nunca foi apregoada», explica Manuela Gonzaga.



O cabeleireiro canta
António Ribeiro ligou-se à Valentim de Carvalho em 1978, num gesto premeditado que representava o culminar de um percurso pelas noites de Lisboa, onde essa vontade, essa vocação musical já era óbvia. «Em miúdo, era surpreendido várias vezes a cantar em frente ao espelho. Era ali que atuava. Tenho sido um cantor de casa de banho e não foi nada fácil chegar até ao palco. Tive de atravessar um corredor muito longo. Dá-me ideia que nasci demasiado cedo. É que se tudo tivesse corrido como devia ser, já teria aparecido há dez anos. Mas nessa altura ninguém entendia o meu trabalho, a minha conceção estética», confessava o cantor a Belino Costa, em 1982, citado na biografia de Gonzaga. Em Luanda, onde esteve estacionado a cumprir serviço militar, em finais dos anos 60, foi vocalista de uma banda; depois, já nos anos 70, serviço militar cumprido, conheceu Fernando Heitor, fundador da Companhia de Teatro Os Cómicos, com ligações à Comuna de João Mota, que para ele escreveu letras e o levou a apresentar-se em festivais amadores, incluindo um na Igreja Nossa Senhora de Fátima, na Avenida de Berna, que ganhou; com os ares de liberdade do pós 25 de Abril, espaços noturnos como o Scarlaty e, mais tarde, logo nos alvores da década de 80, o Trumps, foram igualmente etapas na afirmação musical de António, em espetáculos mais ou menos amadores que não o contiveram.
Mário Martins, funcionário da Valentim de Carvalho com um currículo ligado às carreiras de nomes como Frei Hermano da Câmara, Carlos Paião, José Cid e, sobretudo, Marco Paulo recorda como António Joaquim Ribeiro lhe chegou às mãos, em 1978: «a [então atriz de teatro, depois jornalista] Maria Elisa, que eu conhecia através da Maria Germano Dias, do Conservatório Nacional, apareceu-me lá um dia na Valentim de Carvalho com o António, que ainda não se chamava Variações, apresenta-mo e diz "aqui tens o meu cabeleireiro, ele canta". Ouvi-o, penso que ele me levou uma cassete, e eu disse "sim senhor, vamos trabalhar juntos", mas depois veio a dificuldade, que era recorrente, de lhe arranjar reportório», conta o antigo funcionário da Valentim de Carvalho. Mário Martins explica que António não revelou imediatamente que também escrevia canções «ele era muito reservado» e ficou a aguardar que o reportório aparecesse. «O tempo foi correndo, terá decorrido um ano, e o António voltou a aparecer-me nos escritórios pela mão do ator e cantor Carlos Quintas», recorda o editor. «Foi nessa altura que assinámos o contrato que já estava acordado desde o ano anterior».
É óbvio que António se movia em diferentes círculos, facto que por si só comprova a tal vontade de singrar no mundo da música. Tinha relações com os universos da moda e da arte, mas também do teatro e de diferentes esferas da música: nesta época, não só podia entrar nos escritórios da Valentim de Carvalho pelas mãos de Carlos Quintas como poderia embrenhar-se na então nascente cultura punk. Em janeiro de 1979, Carlos Barroco, da Galeria Novo Século, organizou um evento nos Alunos de Apolo para assinalar os 25 anos do rock'n'roll, noite mítica em que os Faíscas, de Pedro Ayres Magalhães, literalmente passaram o testemunho aos Xutos & Pontapés de Zé Pedro, que aí realizaram a sua primeira apresentação pública. António estava presente, a cortar cabelos, contribuindo para o curioso colorido da época que prenunciava a chegada de uma nova era à música portuguesa: os Faíscas transformavam-se em Corpo Diplomático, a antecâmara dos Heróis do Mar, banda que, a par de Variações, mais contribuiu para alterar os destinos pop do nosso país.
Sem que a Valentim de Carvalho desse passos para a concretização do contrato, António viu-se obrigado a recorrer à ajuda do irmão, Jaime Ribeiro, advogado, que dirigiu por escrito um ultimato à editora. Nas páginas da biografia, o advogado recorda essa intervenção a favor do irmão: «ainda tenho a cópia dessa carta que enviei, solicitando o cumprimento do contrato que a editora tinha assumido com o meu irmão. O facto é que passados uns meses chamam-no para ir para estúdio. E ele disseme: "Olha, afinal a tua carta deu resultado, já me chamaram: vou gravar!". Estava todo contente. Era a realização do seu sonho».
O disco abortado
«Não recusei a responsabilidade que me foi imputada nessa carta», confirma hoje Mário Martins, «e decidi tomar uma atitude extrema e avançar para a gravação». O antigo executivo admite que naquela altura não foi imediatamente óbvio o rumo que se deveria imprimir à carreira de António. «Achei que havia ali umas semelhanças de timbre com o Frei Hermano da Câmara, qualquer coisa que me remetia para o folclore e decidi assim trabalhar com o maestro Jorge Machado, com quem fazia muitos trabalhos na época, um homem competentíssimo».
António gravou «quatro números», de acordo com Mário Martins, incluindo duas canções da sua própria lavra: o que viria a ser «Voz Amália de Nós» e «Deolinda de Jesus», duas canções que, curiosamente, fechariam mais tarde os alinhamentos dos dois álbuns de António Variações. O disco, no entanto, não chegou a sair. O departamento de A&R da Valentim de Carvalho foi reestruturado, com Nuno Rodrigues, da Banda do Casaco, a assumir o lado mais moderno do catálogo e Mário Martins a ficar, por outro lado, com os nomes mais «conservadores» da casa.
Nuno Rodrigues haveria então de reclamar o artista que se estrearia em 1982 com o single que incluía os temas «Estou Além» e a versão de «Povo Que Lavas No Rio», mas António, ansioso por gravar e imprimir a sua visão em disco, ainda teve outra experiência antes disso. «Foi o meu primo, Pedro Lata, estilista durante um determinado período, que me falou do António, no Trumps», conta Luís Carlos Amaro. «Lembro-me de ele me falar da barbearia que o António tinha na Rua de São José, à Avenida da Liberdade. Depois, um dia, no Meia de Rock da Renascença os programas de rádio eram muito importantes nesta altura para nos ligarmos às coisas ouvimos dizer que o António procurava músicos para tocar». Luís Carlos Amaro e o irmão Vasco baixista e guitarrista, respetivamente decidiram ir à Rua de São José oferecer os seus serviços a António.
«Estávamos em 1980 e ainda não tinha saído nenhum disco dele», reforça o músico, hoje designer gráfico. «Percebemos que tínhamos pontos de contacto na música gostávamos todos dos Roxy Music e dos Velvet Underground, dos Joy Division... Estávamos em sintonia e por isso combinámos um ensaio». O primeiro ensaio, de acordo com as memórias de Luís Carlos Amaro, aconteceu num espaço em Santos, «de um músico mais velho», mas não correu bem. «Tenho ideia que esse músico terá dito ao António que a coisa não funcionava connosco, porque éramos mais "verdes", mas ele sentia que falávamos a mesma língua musical e decidiu continuar a trabalhar connosco. Passámos então a ensaiar na casa dele, que era na Rua Bernardim Ribeiro».
Vasco e Luís Carlos Amaro foram os músicos que secundaram António numa primeira gravação que o Meia de Rock da Rádio Renascença efetuou em casa de António: «tenho ideia que gravámos o "É P'rá Amanhã", que tocávamos num registo de caixa de ritmos e órgão, num balanço assim meio reggae, o "Perdi a Memória" e talvez o "Já Não Sou Quem Era"». No livro de Manuel Gonzaga, as memórias de Rui Pego, que hoje dirige as rádios do Estado apontam para outro reportório, mencionando «Toma o Comprimido» e «O Corpo É que Paga», o que talvez possa indicar que foram várias as músicas ali registadas. Munido dessas gravações, o Meia de Rock começa a tocar António & Variações [o nome adotado pelo conjunto] numa base quase diária, forçando a Valentim pressionada pela carta de Jaime Ribeiro a avançar. Pelo meio, entretanto, a prova definitiva de que António poderia funcionar num outro patamar: a primeira exposição pública no Passeio dos Alegres de Júlio Isidro, precisamente com «Toma o Comprimido», que parece ter sido a cura para o impasse editorial em que o cantor estava envolvido.



O fator Júlio
«Conheci o António na Isabel Queiroz do Vale, no [Centro Comercial] Imaviz, onde ele me cortou o cabelo», revela Júlio Isidro. «Ele tinha aquele ar exótico, estava a cortarme o cabelo e dizia "sabe, eu também faço umas canções"». Perante esta abordagem, Júlio Isidro pediu uma gravação a António Variações e deu-lhe o número de telefone. «Uns dias depois veio ter comigo a um restaurante, bem perto dali, de cajado e com samarra, e deu-me uma cassete: "olhe, fui gravar isto, chama-se "O Comprimido", ouça e se achar que vale a pena diga-me qualquer coisa". Nessa mesma noite, depois de ouvir essa cassete, telefonei-lhe». A cassete que Variações entregou a Júlio Isidro continha, muito provavelmente, a mesma gravação que também chegou às mãos de Rui Pego e António Duarte, e que convenceu a equipa de Meia de Rock a avançar para uma sessão mais profissional. Terá sido numa dessas primeiras passagens na rádio de «Toma o Comprimido» que Luís Carlos Amaro ouviu dizer que António procurava músicos para trabalhar, porque, de facto, essa primeira gravação era ainda muito primitiva.
«Quando foi a reunião de produção, para a qual convidei o António, toda a gente ficou espantadíssima porque vinha vestido com um traje inspirado no dos toureiros. Depois, no dia da transmissão, fez playback total sobre aquela gravação pré-histórica que eu soube que ele tinha feito num estúdio de Campo de Ourique. Na altura, o Mário Martins disse-me que não se sabia bem como se haveria de apresentar um artista como o António, mas a aparição dele na TV acabou por ser importante para os convencer», reforça Júlio Isidro. «O público aderiu imediatamente, sem reservas», garante hoje o apresentador. «Vestia umas calças aos quadrados pretos e amarelos e uma blusa enorme, tudo muito colorido e exótico. Levava os bolsos cheios de smarties que atirou no final da canção. As pessoas acharam muita graça, o que foi curioso porque as reações seguiram contrariamente ao tradicional conservadorismo português».
Quem também sempre fez questão de seguir em sentido contrário ao do tradicionalismo português foi Nuno Rodrigues, membro da Banda do Casaco, que em 1978 ingressou no gabinete de A&R da Valentim de Carvalho, encetando assim uma carreira paralela como editor. «Quando eu ganhei a minha independência e o departamento de Artistas & Reportório foi dividido entre mim e o Mário Martins, comecei a estudar os dossiês dos artistas que tínhamos na calha e um chamou-me a atenção "António Ribeiro, 30 e tal anos, profissão barbeiro"». «Nesta altura», prossegue Nuno Rodrigues, «o disco que o António fez com o maestro Jorge Machado já estava pronto, mas não me entusiasmou nada e eu pedi uma reunião com ele para falarmos de outras opções». Nuno Rodrigues, hoje em dia à frente da Companhia Nacional de Música e responsável pela edição recente das duas caixas antológicas da Banda do Casaco, faz questão de frisar que nada o movia contra Jorge Machado «com quem aliás trabalhei mais tarde» mas que sentiu que aquela não era a direção correta para aquele artista. «Não tinha nada a ver com o rock ou com a pop», esclarece.
«Quando o António apareceu na Rua Nova do Almada onde estava instalada a Valentim de Carvalho - para falar comigo», recorda Nuno Rodrigues, «percebi que o homem deveria ter feito parar o trânsito todo no Chiado. O que ainda me fez mais confusão: como é que um homem com aquele ar tinha preparado para sair um disco de música ligeira? Achei que não podia ser.». Nuno Rodrigues não tem problemas em afirmar que o trabalho que realizou com António Variações representa o apogeu do seu percurso como produtor: «o António não tocava nenhum instrumento, escrevia as canções a cantarolar e a bater com os dedos na mesa. Ele tinha muito potencial, mas era um problema, porque não se sabia exatamente como trabalhar um artista assim. Mas o Francisco Vasconcelos (diretor da editora Valentim de Carvalho) teve uma ideia e disponibilizou-se uma verba para se pagar a músicos para trabalharem com o António, situação pouco comum na época».
Por fim, Variações
Com os recursos económicos assegurados e o reportório eleito Nuno Rodrigues assistiu a alguns ensaios de António & Variações, assim se denominava então o projeto, em casa do próprio artista, contactando portanto com o trabalho dos irmãos Amaro decidiu-se então avançar para estúdio. Luís Carlos ainda esteve presente nas sessões de gravação de «Estou Além» e «Povo Que Lavas No Rio», que decorreram em Paço de Arcos, mas nem ele nem o irmão participaram no resultado final. «Percebemos que naquele momento ele tinha que trabalhar com profissionais e conseguimos ver que ele estava a realizar finalmente a sua visão», afirma.
«Os músicos que rodeavam o António», explica Nuno Rodrigues, indo de encontro às memórias de Luís Carlos Amaro, «não me davam garantias e por isso escolhi outros para trabalharem com ele. No primeiro single tocam o Tó Pinheiro da Silva e o Celso de Carvalho, ambos da Banda do Casaco, e também o Ricardo Camacho, ainda antes de começar a trabalhar com a Sétima Legião». A esta distância, Nuno Rodrigues confessa que a sua autonomia dentro da Valentim de Carvalho à época lhe permitiu avançar para o trabalho sem auscultar reações à escolha de reportório. Amália, voz original de «Povo Que Lavas no Rio», era um tesouro muito protegido dentro daquele catálogo, mas o produtor nem sequer hesitou quando o cantor lhe propôs gravar esse tema: «eu próprio respeitava imenso a Amália, mas nem sequer me passou pela cabeça que estivesse a mexer nalgum reportório sagrado».
A própria Amália terá aprovado António e Teresa Couto Pinto até recorda uma ocasião em que a diva conheceu o seu discípulo: «ele um dia visitou-a e ela pediu-lhe um anel que ele levava posto no dedo. Ele recusou, porque era apenas uma colher dobrada, mas tinha muito valor sentimental porque tinha sido um presente de um namorado. Sei que a Amália o respeitava, mas não tenho total certeza que ela o tenha percebido inteiramente».
Quem também não o percebeu terá sido o crítico Trindade Santos, citado nas páginas de António Variações, que não teve pejo em arrasar o homem que admitia ter «ascendido ao grau fundador do pop português com esta sua pérola», referência irónica à versão de Amália que o crítico acreditava ter sido «desfigurada» pelo «infernal uivar de António». O futuro, no entanto, reservou outras sentenças para este homem.Na hora de colocar o disco na rua, foi David Ferreira, que haveria de administrar a EMI-Valentim de Carvalho por muitos anos, que tomou a decisão de deixar cair o «&» que separava António do seu grupo Variações, tornando o artista não o frontman de um coletivo, mas uma figura absolutamente singular que haveria de iluminar a pop por muitos e bons anos, deixando nas suas lendárias cassetes reportório suficiente para alimentar o fenómeno em que se traduziu o disco do supergrupo Humanos que juntou gente dos Clã, David Fonseca e Camané. Hoje, há toda uma nova geração que dos Diabo na Cruz a B Fachada reclama inspiração na curta obra de um homem que viveu mais rápido do que o seu próprio tempo deixando no entanto um «cadáver» bonito: um portentoso single de estreia, dois álbuns de originais muito à frente do seu tempo e uma postura inédita que inventou uma colorida aura pop para a então ainda cinzenta cena musical nacional.
«O António, pela maneira como estava perante a vida, pela música que fez, nunca negou as suas origens», sublinha Teresa Couto Pinto. «Preferia imaginar-se entre Braga e Nova Iorque, entre dois mundos. E assim criou a sua própria realidade». Essa realidade continua a refletir-se: o mais pop de todos os festivais, o Rock In Rio, preparou-lhe uma homenagem. Que a vénia seja feita por artistas como Deolinda, Rui Pregal da Cunha, Gisela João ou Linda Martini já quase tudo diz da dimensão deste mito. Maior que a vida.



blitz.sapo.pt

03
Dez17

QUANDO A HISTÓRIA TAMBÉM SE FAZ COM TRÊS RODAS

António Garrochinho



Motorwagen: concebido em 1885 por Karl Benz, só em 1988, quando a sua esposa, Bertha, ao volante do terceiro exemplar, fez uma viagem de mais de 160 km para visitar a sua mãe, as atenções se viraram para o modelo;






Morgan (foto apenas ilustrativa, não sendo dos primeiros modelos): começaram a ser construídos antes da Primeira Guerra Mundial, num formato de três rodas, duas à frente e uma atrás, numa aposta da estabilidade em detrimento da tração. No início o motor era um dois cilindros;
Messerschmitt: na sequência da Segunda Guerra Mundial, surgiu a necessidade de serem construídos modelos mais baratos. Carros de três rodas, com pequenos motores e taxados como motos, além de serem mais simples de produzir, eram uma opção a considerar. Foi o que fez o construtor alemão de aviões. Messerschmitt. O modelo foi desenhado por Fritz Fend;
Isetta: o nome significa ‘little Iso’ e inicialmente foi concebido pelo construtor italiano Iso. Porém, em meados da década de 50, a BMW assumiu o controlo da Isetta, passando a assumir também as ‘despesas’ do veículo;
Piaggio Ape: produzido desde 1948, da lista é talvez o mais conhecido. Tem por base a Vespa que chegou ao mercado em 1946;
Peel P50: criado em 1962, era construído na Isle of Man e tinha o ‘rótulo’ de carro mais pequeno de sempre alguma vez construído;
Reliant Regal: produzido desde 1953, tornou-se bastante conhecido pelas aparição na série televisiva Mr. Bean;
Bond Bug: produzido a partir de 1970, tinha por base o modelo anterior, Reliant Regal. O modelo não tinha portas, antes uma pequena cobertura no local que dava acesso ao interior. Toda a zona do tejadilho e pára-brisas constituía uma espécie de ‘capota’ que se elevava;
Lomax: o modelo 224 era, na base, um Citroën 2CV ou Dyane, com uma carroçaria feita de fibra de vidro. O 223 era exatamente o mesmo, com a diferença de ser de três rodas

automais.autosport.pt

03
Dez17

O INCÊNDIO

António Garrochinho


ESTA FOTO TEVE MILHARES DE INTER AÇÕES E FOI PARTILHADA MILHARES DE VEZES NAS REDES SOCIAIS
Incêndio em Vieira de Leiria, às 17:00 de 15 de outubro. Foto de Hélio Madeira, bombeiro da unidade especial dos Canarinhos, em Vieira de Leiria
03
Dez17

A HISTÓRIA DO NAVIO GIL EANES

António Garrochinho















História do Navio

A história do Gil Eannes é, como a do Gonçalo da Ilustre Casa de Ramires, uma boa fatia da história de Portugal mas vista de Viana do Castelo.

Tudo começou com um povo de marinheiros que se habituou, desde que D. Dinis fez um tratado com o rei Inglaterra, a comer e a gostar de bacalhau. Ora, como o consumo crescia, houve um vianense que resolveu procurar noutras paragens o poiso do "fiel amigo". E, com a descoberta de Fagundes, que assim se chamava o ousado vianense, o "amigo" tornou a sua presença ainda mais "fiel" à nossa mesa. Mas os portugueses andavam agora ocupados com os açúcares, a Guerra da Restauração, o ouro e os diamantes, com as Índias, as Áfricas e os Brasis...
Quando isto falhou, passaram a vender vinho fino e madeira... E, se continuavam a comer bacalhau, era à "pérfida AIbion" que o compravam.

Até que, na reconstrução nacional por que em boa parte passou o fim do século XIX, surgiram empreendedores para armar navios destinados a pescar aquilo que se tomou um hábito alimentar insubstituível dos portugueses. O que também tornara o investimento por demais seguro: a mão de obra era barata e o consumo garantido.

Mas também as condições de trabalho eram péssimas (diríamos hoje desumanas). Pobres e mal alimentados, suportando um frio glacial a bordo dos lugres e dos dóris, os homens padeciam de doenças dos aparelhos digestivo e respiratório, furunculoses e reumatismo. Como a safra era de cinco meses, os homens, além da falta de carinho das famílias, suportavam a doença meses a fio. E, se sobrevinha uma apendicite ou um acidente cardio-vascular... Tantos lá ficaram no mar frio onde tinham ido grangear o sustento dos filhos!...


Mas, entretanto, fez-se a República e os políticos passaram a lutar afanosamente pelo reconhecimento das monarquias europeias; mas nem sequer tinham conseguido cá dentro uma estabilidade que os recomendasse. Surge entretanto a Grande Guerra. E Afonso Costa e Norton de Matos, e todos dum modo geral, anseiam, diligenciam, pedem para a entrar na guerra ao lado do Reino Unido, da República Francesa, e do Império Russo, contra o II Reich e o Império o Austro-Húngaro: assim, a par, como um aliado ou um inimigo de respeito. E a oportunidade surgiu em 1916, quando os Aliados se encontravam em dificuldades e solicitaram o apoio português. O Governo mandou logo, a 23 de Fevereiro, apresar todos os navios alemães surtos no Tejo. E é aqui que começa a primeira parte da história do Gil Eannes.


O velho Gil Eannes

Chamava-se Lahneck e pertencia à companhia alemã "Deutsche Dampfschiffarts GeselIschaft Hansa". Tinha a capacidade para 2000 toneladas de carga e para navegar a 10 a 11 nós, media 84.79 m de comprimento e dispunha de um potente motor de 2000 hp. Foi um dos navios alemães requisitados pelo Governo em 23 de Fevereiro, em consequência do que a Alemanha nos declarou guerra a 9 de Março. Dias depois, era rebaptizado. Foi-lhe posto o nome dum daqueles homens que revolucionaram a história e que só sabemos que era algarvio e se chamava Gil Eanes. Mas foi ele que, numa simples barca, ousou desafiar os medos medievais e passar além do Bojador. E, do lugar aonde "passou além da dor" como diz o Poeta, apareceu ao Infante, não com uma espada sangrando nem com um grupo de cativos, mas com um ramo de flores, que os portugueses dedicaram à Padroeira de África e se ficaram chamando "rosas de Santa Maria". Foi "Gil Eannes" que este alemão aportuguesado se passou agora a chamar.

Serviu inicialmente para transporte de tropas para a Guerra que o fez português; foi depois fretado para os Transportes Marítimos, tendo servido na carreira dos Açores.

Decidiram mais tarde adaptá-lo a navio de assistência à pesca nos bancos da Terra Nova. Na Holanda recebeu as modificações necessárias, e a 16 de Maio de 1927 partia, enfim, para a Terra Nova, donde regressava a Lisboa em 14 de Novembro. 
Estávamos, porém, já sob novo regime: o da Revolução do 28 de Maio, donde sairia o Estado Novo. Ora, não obstante a situação de infra-humanidade em que viviam e trabalhavam os nossos pescadores nos bancos da Terra Nova, as prioridades eram outras. E o Gil Eannes foi empregue no transporte de presos. Só em 1937 voltava a partir para a Terra Nova.

Mas a situação dos nossos pescadores era aflitiva. As doenças e mortes pairavam como mal permanente. Os portugueses eram até, por isso, alvo das maiores atenções por parte da população de St John's e dos pescadores esquimós que nutriam pelos nossos compatriotas uma grande solidariedade, em grande parte por compaixão. Ao mesmo tempo, o regime apoiava os armadores no sentido de incrementar a pesca do bacalhau nos bancos da Terra Nova e já também da Gronelândia, a fim de nos tomar pelo menos auto-suficientes num produto de intensa procura no espectro do consumo nacional. Foi então que o Gil Eannes, integrado na Marinha de Guerra, passou a dar apoio regular aos nossos pescadores do bacalhau, até 1941. Foi, depois disso, desarmado, em 1942, data em que foi entregue à Sociedade Nacional de Armadores do Bacalhau, a cujo serviço efectuou 27 viagens, 14 das quais de comércio e assistência. Quando a prestava, fornecia à nossa frota bacalhoeira água, óleo, carvão, isco, sal e alimentos. Possuía a bordo um serviço médico, transportava correio e expedia e recebia telegramas.

Entretanto, com a viragem do meio século, Portugal beneficiava da crise das economias europeias do após-guerra e, muito embora não tenha entrado na II Guerra Mundial, também beneficiava dos subsídios para reconstrução nacional e entrava na O.C.D.E. Ora, o regime, pela via corporativa, desenvolvia uma política social de assistência voltada para os problemas dos trabalhadores e orientando-se pela doutrina social da Igreja que dizia professar.
Foi por isso que, por esforços conjugados do Ministério da Marinha e do Grémio dos Armadores dos Navios da Pesca do Bacalhau, se decidiu substituir o velho Gil Eannes, ronceiro, esclerosado e sempre vestido de empréstimo nas roupas de navio de assistência, por um navio hospital dotado de outros meios, inclusivamente médicos, de assistência, com enfermarias, sala de tratamentos, gabinete de radiologia, bloco operatório, capela, e até salas de lazer, para prestar uma assistência médica compatível com a dignidade humana dos nossos pescadores do bacalhau.

Integra-se também nesta onda de recuperação nacional o desenvolvimento dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Surgiram eles da conjugação de dois factores: a existência em Viana do Castelo dum porto de mar moderno e desaproveitado e o dinamismo da Empresa de Pesca de Viana, fundada em 1925, que soube capitalizar em seu proveito uma tradição local ligada a algumas pequenas empresas que remontavam ao princípio do nosso século. Tinha ela armado já alguns navios que construíu fora. E foi a visão empresarial de João Alves Cerqueira que resolveu fundar uns estaleiros com vista ao aproveitamento do porto vianense e duma mão de obra que, por bisonha, teria de ser necessariamente barata. O corpo social da empresa era, por isso, em grande parte integrado por técnicos da C.U.F. Mas, construídos os primeiros arrastões, novas encomendas não surgiam, e os erros de gestão acumulavam-se, tendo ficado proverbial como sinónimo de gastos não orçamentados a "Obra 10". Foi então que Jacques de Lacerda, à data administrador da Parry & Son e muito bem relacionado com o então Ministro da Marinha, passou a gerir, a partir de 1950, os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, como representante do seu maior accionista.

E foi também então que começou a segunda parte da história do nosso navio. Era agora um robusto navio hospital de 2274 tdw, 98.450 m de comprimento, 5.490 m de calado, velocidade de 12.5 nós e capacidade para 72 tripulantes, 6 passageiros e 74 doentes. E, o que era uma inovação na época, dispunha de câmaras frigoríficas para fornecimento de alimentos frescos. Com efeito, todos sabemos, e Os Lusíadas disso fazem um eco dramático, que a sua falta é causa directa do escorbuto, doença de que sofria a "frota branca" dos nossos lugres veleiros da Terra Nova. Uma das missões do velho Gil tinha sido, por isso, a de adquirir animais em terra para abate destinado ao consumo alimentar. Com tantos bois, porcos e galinhas a bordo, chamava-lhe o humor dos nossos pescadores a "Arca de Noé". Agora, com os meios de frio de que este novo navio era dotado, podia haver carne fresca diariamente e sem dependência directa de terra. Foi a obra nº 15 dos estaleiros vianenses, entregue em 1955 ao Grémio dos Armadores de Navios da Pesca do Bacalhau.

A vida a bordo era difícil. Os momentos de lazer, nas poucas horas que sobravam entre o sono, a pesca e o amanho do bacalhau, passavam-se vendo filmes e jogando cartas. Uma rara distracção era uma visita a St John's, onde as populações terranovenses continuavam a acarinhar estes sacrificados do mar que eram os nossos pescadores. Mas agora a frota dispunha dum capelão para assistência religiosa, um desabafo humano, ou para dirimir pequenos conflitos. É o que em primeira análise podemos colher de dois diários de bordo do capelão que mão amiga me fez chegar à mesa de trabalho. Também deles poderemos respigar, quando se lhes fizer uma edição crítica, casos de contrabando, as boas relações com os esquimós, e também o afundamento de navios para beneficiar do seguro, e tantos casos humanos, que, por o serem, têm sempre o anverso do sacrifício e da abnegação, e escondem por vezes um reverso menos de louvar.

Nos bancos da Terra Nova, o Gil Eannes, além das funções de navio hospital que lhe mereceu a alcunha de "Misericórdia do Mar", distribuía correio, procedia a abastecimentos em víveres, combustível, apetrechos de pesca e isco.
foi rebocador, salva-vidas e quebra gelo: quando um dóri ficava encalhado no gelo, o Gilia ao local, quebrando o gelo com o seu casco de aço, e abria o sulco de retomo ao barco sinistrado. (...) desempenhou, naturalmente, também as funções de navio capitania, na tradição das "Naus Capitainas" de quinhentos.

Mas ao fim de vinte anos de trabalho, o Gil ficou velhinho. Velhinho e gasto. Ainda pôde ver com alegria o restabelecimento da democracia que o seu antecessor conhecera. Só que, com as novas condições surgidas, também agora se regressava ao sistema de consumir bacalhau comprado, à Islândia e à Noruega. (...), sabemos que a sua última viagem à Terra Nova foi em 1973. Mas neste ano fez uma viagem diplomática ao Brasil. Depois, o Gil deixou de ser útil. Ainda foi à Noruega para de lá trazer bacalhau fresco nas suas instalações de frio e trouxe refugiados de Angola. Mas, depois, foi sendo empurrado, como um fardo inútil, de cais para cais lisboeta, até se anichar no Cais da Rocha, donde o venderam para abate à empresa Baptista & Irmãos, Lda. É a Alhos Vedros que o vamos buscar para o tratar e reabilitar. 

Alberto A. Abreu
(Retirado da brochura original dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e pelo Grémio dos
Armadores de Navios da Pesca do Bacalhau de 1955 e constante na reedição "Gil Eannes"
da Câmara Municipal de Viana do Castelo e da Comissão Especial Pró Gil Eannes de 1997)


Resgatado ao sucateiro pela então Comissão Pró Gil Eannes, transformada posteriormente em Fundação Gil Eannes, actual proprietária do navio que transforma a embarcação em museu flutuante, abrindo as portas ao público em Agosto de 1998. 

Características do navio


Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo projectaram e construíram (dados cronológicos) esta unidade que tem o comprimento total de 98.450m, boca 13.716m e pontal de construção de 8.000m, desloca cerca de 4.854 toneladas com o calado médio de 8 pés, a que corresponde o porte de 2.600 toneladas, e, em serviço, deve dar a velocidade de 12.5 nós.

Dispõe de 4 porões e 3 cobertas para carga: os porões n.º 1, 2, e 3 e a coberta do n.º 1 estão preparados para o transporte de carga refrigerada; o porão e coberta nº 4 servem para o correio; na coberta de ré guardam-se «bidons» para o fornecimento de combustível a outros navios.

O casco, particularmente reforçado para a navegação em mares com gelos, é compartimentado de harmonia com as mais recentes disposições regulamentares de segurança. Satisfizeram-se inteiramente os preceitos da Convenção de Londres de 1948, quanto à protecção contra incêndios: o navio tem cerca de 2500 metros quadrados de superfícies isoladas contra fogo e, além dos meios usuais para combater incêndios, dispõe de um sistema automático de inundação dos locais habitados, por meio de chuva, e de um outro de alagamento dos porões de carga, com gás carbónico, este último associado a um equipamento especial para a detecção de fumos.

O serviço de carga e descarga é feito por meio de 11 paus de carga, servidos por 8 guinchos eléctricos, cada um de 3000kg de força. Completam a maquinaria do convés um molinete dos ferros de 35 HP e um sistema de governo electroidráulico, com o comando normal na casa do leme e o comando de recurso no convés, à popa.

O arrefecimento dos porões de carga refrigerada é feito por meio de difusores de ar frio, associados a sistema individuais de condutas de distribuição. As máquinas frigoríficas, instaladas em dois lugares distintos, totalizam a potência de 140HP.

www.fundacaogileannes.pt
03
Dez17

OS XUTOS

António Garrochinho

Foto de Maria Rueff.
A amizade e o profundo sentido de camaradagem dos Xutos que nos sirva a todos de exemplo neste nosso meio artístico às vezes tão cheio só de egos de individualismo. Tão bonito, tão comovente, saber-vos a todos cavalheiros até ao fim! 


É também por isto é não só pela música, que tantos e há tanto tempo vos admiramos. 
OBRIGADA Ze Pedro, Tim, Kalú , Gui e João Cabeleira

créditos da foto: João Porfirio
03
Dez17

sou do tempo

António Garrochinho
sou do tempo
em que havia tempo para viver
do tempo em que se escutava o vento
a poesia do chover
sou do tempo
em que a meninice se sentia na pele
dos biscoitos caseiros
das filhós, fumeiros
dos barquinhos de papel
sou do tempo
em que a porta ficava sempre escancarada
do tempo em que se jogava à bola
feita de trapo, enrolada
sou do tempo
do dormir ao relento
nas eiras da palha
do tempo em que o dia
se enchia
com o ruído da canalha

António Garrochinho
03
Dez17

Condolências a viúva de soldado criam novo caso a Trump

António Garrochinho

O que seria um simples telefonema de condolências tornou-se mais um incidente político em torno de Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos telefonou na segunda-feira a Myesha Johnson, a viúva do sargento La David Johnson, um dos quatro soldados mortos numa emboscada no Níger a 4 de outubro, e terá dito que este “sabia no que se estava a meter” quando se juntou ao Exército.
O caso foi revelado por uma congressista democrata do Estado da Florida, que disse ter presenciado a chamada. Frederica Wilson acusa Trump de insensibilidade para com uma viúva, mãe de dois filhos e grávida de seis meses.

I stand my account of the call with @realDonaldTrump and was not the only one who heard and was dismayed by his insensitive remarks.
“Não se diz isso a uma mulher de 23 anos que tem dois filhos e que está grávida. Ele é o presidente dos Estados Unidos”, frisou.
Donald Trump já negou as declarações que lhe foram atribuídas pela congressista democrata e a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, lamentou a politização deste acontecimento.

Democrat Congresswoman totally fabricated what I said to the wife of a soldier who died in action (and I have proof). Sad!
“Este presidente ama muito o nosso país, tem o maior respeito pelos homens e mulheres das forças armadas, e queria ligar para oferecer as suas condolências à família. Acho que tentar criar algo a partir do que a congressista está a fazer é francamente terrível e nojento.”
O caso ofuscou mesmo as polémicas da última semana em torno da NFL e dos gestos de protesto ao hino americano, bem como as acusações ao antigo diretor do FBI, James Comey.

VÍDEO




pt.euronews.com
03
Dez17

PÃO PÃO QUEIJO QUEIJO.

António Garrochinho

APRIORÍSTICAMENTE (PALAVRA QUE OS POLÍTICOS GOSTAM DE FAZER SOAR) ESTOU-ME BORRIFIANDO QUANDO AS HOSTES XUXAS QUE SE MOSTRAM OFENDIDAS QUANDO CONSIDERO QUE O PS É DE DIREITA.

O PS É DE DIREITA ATÉ QUE MUDE DE RUMO ! O PS SEMPRE FOI DE DIREITA DESDE QUE O BOCHECHAS METEU O SOCIALISMO NA GAVETA E TRAÍU TODOS OS PORTUGUESES.

SE OS XUXAS VIVEM POSSUÍDOS DO "TERROR" COMUNISTA QUANDO LHES CONVÉM FAZENDO VISTAS GROSSAS AOS QUE PROPÕEM SOLUÇÕES VÁLIDAS E HONESTAS MAS SEMPRE REMETIDAS PARA O ESQUECIMENTO E MESMO AGORA QUE A GERINGONÇA PERMITE QUE ANTÓNIO COSTA REPONHA AQUILO QUE A DIREITA ROUBOU INCLUINDO O SEU PRÓPRIO PARTIDO NESSAS POLÍTICAS ONDE OS GOVERNOS SOCIALISTAS SE FARTARAM DE "GAMAR" DE RETALHAR A CONSTITUIÇÃO, DE FAZER LEIS FAVORÁVEIS AO CAPITALISMO, ÀS MULTINACIONAIS, MESMO AGORA CONTINUO A NÃO ACREDITAR NA BOA FÉ DOS QUE SEMPRE LIXARAM OS PORTUGUESES DESCARADAMENTE, NEGANDO A REALIDADE DAS SUAS POLÍTICAS DESASTROSAS E LESIVAS DOS TRABALHADORES.

QUE PROVEM O CONTRÁRIO, QUE DE VEZ TOMEM MEDIDAS QUE TIREM DA MISÉRIA OS QUE AINDA ACREDITAM QUE TRABALHANDO PODEM VIR A TER UM FUTURO COM MAIS DIGNIDADE E SEGURANÇA.

DECLARAÇÕES DE INTENÇÕES, JOGADAS MANHOSAS, A POLÍTICA DO DÁ E TIRA O REBUÇADO, NÃO MERECEM DE MIM E DE CERTEZA DA MAIORIA DOS PORTUGUESES, NÃO MERECEM A CONFIANÇA DE QUEM TEM SIDO PENALIZADO PELOS PARTIDOS QUE NOS TÊM (DES)GOVERNADO.

SE OS SOCIALISTAS DE ESQUERDA QUE ESTOU CONVICTO DE QUE AINDA OS HÁ SE SENTEM INCOMODADOS COM A MINHA CRÍTICA, O QUE TÊM QUE FAZER SE SÃO HONESTOS, É CRITICAR O SEU PARTIDO E NÃO ALIMENTAREM ESTA PAZ PODRE ONDE SABENDO QUE OS COMUNISTAS TÊM RAZÃO SÓ A DÃO VERGONHOSAMENTE ENQUANTO TÊM O GARANTE DE ESTABILIDADE GOVERNATIVA POR PARTE DOS DEPUTADOS À ESQUERDA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA.

DAR O DITO POR NÃO DITO, DIZER QUE EXISTE HONRADEZ, QUE À PALAVRADA DADA É PALAVRA HONRADA MAS DEPOIS O QUE SE DESENHA NÃO É O QUE SE CUMPRE, ISSO A MIM OU A OUTROS QUE QUEREM O QUE LHES É DE DIREITO, DÁ-ME AUTORIDADE NAS CRÍTICAS QUE FAÇO .

O PS TUDO REIVINDICA, O PS FAZ A POLÍTICA COMEZINHA E MENTIROSA COM O PCP/BE E SÓ ESPERA MELHORES TEMPOS PARA NOVAMENTE VOLTAR A FAZER O QUE É DE SUA ESSÊNCIA.

O BLOCO ELEITORALISTA (BE) APROVEITA E RENTABILIZA TUDO O QUE LHE É POSTO NA MESA MESMO QUANDO DEPOIS SE DESILUDE COM A REALIDADE DO QUE É ANUNCIADO E NÃO SE CUMPRE. É ASSIM NO APOIO AO GOVERNO, É ASSIM NA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA ONDE DETENDO O PELOURO DA SAÚDE SE ABSTÊM QUANDO O PS QUER FECHAR VÁRIOS HOSPITAIS NA CAPITAL.
O PCP TEM QUE CONTINUAR FIRME E NÃO CAIR NA LAMA DOS QUE NOS TÊM PRIVADO DO ESSENCIAL, O TRABALHO, A SAÚDE, A EDUCAÇÃO, A JUSTIÇA.


António Garrochinho
03
Dez17

Preocupadíssima

António Garrochinho



A inefável Teresa de Sousa anda preocupadíssima com os EUA de Trump que deixaram cair da sua política externa a defesa dos " direitos humanos " e que já nem sequer vêm a diferença entre a democracia americana e o regime de Putine...
Mas Dona Teresa de Sousa, alguém ainda acredita na estafada linha de propaganda dos direitos humanos defendida pelo "exemplar " país que são os EUA ?
 Os EUA são uma "grande democracia " ou uma grande oligarquia ?
Há tempos Teresa de Sousa mostrou-se muito indignada , não por Hollande ter mandado assassinar duas ou três pessoas , mas pelo facto de o ter revelado .
Agora também se mostra indignada não por haver um mercado de escravos a céu aberto na Líbia , mas por a CNN com câmaras escondidas  o ter revelado e Junquer ter dito que ia resolver o problema  quando, segundo Teresa de Sousa , foram os países da UE que ajudaram a derrubar Kadafi , e bem , acrescenta a senhora jornalista.
 "Ajudaram" ou foram os principais artífices ?
Pois é Teresa de Sousa , na Líbia , no Iémene , na Síria , no Iraque , como ontem na Jugoslávia...a sua NATO e a sua " Europa democrática " e de estimação fizeram e fazem o que se sabe  e o que sabe ,portante não se espante nem se indigne ...nem verta lágrimas de ..


foicebook.blogspot.pt

03
Dez17

Minuta para fabricar milionários

António Garrochinho


Ontem, no telejornal, esperava-se que a RTP desse um cheirinho sobre o "salto" de Belmiro de técnico-activista para accionista rico.
Nada, nem pó, nem sequer uma referência ao (aos?) processos que lhe moveu a viúva do banqueiro Pinto Magalhães, etc, etc, etc.

Deixamos aqui um texto de um antigo deputado e bancário.

"Quando, em 14 de Março de 1975, o governo de Vasco Gonçalves nacionalizou a banca com o apoio de todos os partidos que nele participavam (PS, PPD e PCP), todo o património dos bancos passou a propriedade pública. O Banco Pinto de Magalhães (BPM) detinha a SONAE, a única produtora de termo laminados, material muito usado na indústria de móveis e como revestimento na construção civil. Dada a sua posição monopolista, a SONAE constituía a verdadeira tesouraria do BPM, pois as encomendas eram pagas a pronto e, por vezes, entregues 60, 90 e até 180 dias depois. Belmiro de Azevedo trabalhava lá como agente técnico (agora engenheiro técnico) e, nessa altura, vogava nas águas da UDP. Em plenário, pôs os trabalhadores em greve com a reclamação de a propriedade da empresa reverter a favor destes. A União dos Sindicatos do Porto e a Comissão Sindical do BPM (ainda não havia CTs na banca) procuraram intervir junto dos trabalhadores alertando-os para a situação política delicada e para a necessidade de se garantir o fornecimento dos termo laminados às actividades produtoras. Eram recebidas por Belmiro que se intitulava “chefe da comissão de trabalhadores”, mas a greve só parou mais de uma semana depois quando o governo tomou a decisão de distribuir as acções da SONAE aos trabalhadores proporcionalmente à antiguidade de cada um.
É fácil imaginar o panorama. A bolsa estava encerrada e o pessoal da SONAE detinha uns papéis que, de tão feios, não serviam sequer para forrar as paredes de casa… Meses depois, aparece um salvador na figura do chefe da CT que se dispõe a trocar por dinheiro aqueles horrorosos papéis.
Assim se torna Belmiro de Azevedo dono da SONAE. E leva a mesma técnica de tesouraria para a rede de supermercados Continente depois criada onde recebe a pronto e paga a 90, 120 e 180 dias…
Há meia dúzia de anos, no edifício da Alfândega do Porto, tive oportunidade de intervir num daqueles debates promovidos pelo Rui Rio com antigos primeiros-ministros e fiz este relato. Vasco Gonçalves não tinha ideia desta decisão do seu governo, mas não a refutou, claro. Com o salão pleno de gente e de jornalistas, nenhum órgão da comunicação social noticiou a minha intervenção.
Este relato foi-me feito por colegas do então BPM entre eles um membro da comissão sindical (Manuel Pires Duque) que por várias vezes se deslocou na altura à SONAE para falar aos trabalhadores. Enviei-o para os jornais e, salvo o já extinto “Tal & Qual”, nenhum o publicou… 

Gaspar Martins, bancário reformado, ex-deputado."


aspalavrassaoarmas.blogspot.pt
03
Dez17

INGÉNUO OU MALABARISTA ? - Costa quer mudar a Europa, a começar pelo euro

António Garrochinho



Costa quer mudar a Europa, a começar pelo euro

Numa altura em que se discute a eleição de presidente do Eurogrupo, o primeiro-ministro defendeu, em frente a socialistas europeus, que tem de haver uma reforma da união económica e monetária para que deixe de haver “uma moeda do Sul e outra do Norte”.
***«»***

Se Costa acredita no que disse, é um ingénuo. Se não acredita, é um malabarista.
Inclino-me para a segunda hipótese, em que se debita o discurso que Angela Merkel vai gostar de ouvir. Mais Europa, até ao sufoco total, mais integração, até à perda de soberania, e mais dependência em relação ao imperialismo financeiro europeu, que tem as suas agências políticas em Bruxelas, em Berlim e em Paris.
Em relação ao euro, tenho de contar ao Costa aquela minha história da criança que vestiu o casaco do pai, Era grande demais, o que lhe dificultava os movimentos.
É dos livros de economia e de finanças: o vaor cambial da moeda de um país deve seguir em linha com o nível da produtividade da sua economia, bem como com o nível do seu PIB per capita. E estes dois indicadores económicos são muito baixos, em relação a Portugal, o que o coloca no último grupo dos países europeus, onde apenas se encontram os países de Leste.
Não nos contem a história do Capuchinho Vermelho, porque o lobo mau está ali, ao dobrar a esquina.

Alexandre de Castro


alpendredalua.blogspot.pt
03
Dez17

Fotografias vencedoras da competição de melhores fotos de aves do ano de 2017

António Garrochinho


Imagens vencedoras e pré-selecionadas da competição deste ano, desde fotos de ação inspiradores até retratos encantadores, apresentados em um novo livro comemorando algumas das melhores fotos de aves do ano.
vivimetaliun.wordpress.com
03
Dez17

FOTOS PREMIADAS EM 2107 - VIDA SELVAGEM (I)

António Garrochinho


Há 53 anos, o Museu de História Natural de Londres promove um concurso anual para escolher as melhores fotografias da vida selvagem. Os ganhadores recebem, além de prêmios em dinheiro, a oportunidade de ter seus trabalhos exibidos no museu londrino e em parceiros de todo o mundo.
Com a exibição marcada para começar no dia 20 de outubro, o Museu divulgou as imagens finalistas de cada categoria, e marcou o anúncio dos grandes vencedores para três dias antes da abertura. Quase 50 mil fotografias, tiradas por profissionais de 92 países, foram inscritas nesta edição do prêmio.
Difícil deve ser escolher as melhores entre fotos tão boas e bonitas à sua maneira. Confira os finalistas deste ano e tente apontar sua preferida!

Laurent Ballesta (França) – Categoria Comportamento de Mamíferos

Andrey Narchuk (Rússia) – Categoria Comportamento de Invertebrados

Tyohar Kastiel (Israel) – Categoria Comportamento de Aves

Sergey Gorshkov (Rússia) – Categoria Retratos

Klaus Nigge (Alemanha) – Categoria Retratos

David Lloyd (Nova Zelândia/Reino Unido) – Categoria Retratos

Mats Andersson (Suécia) – Categoria Preto & Branco

Qing Lin (China) – Categoria Debaixo d’Água

Justin Hofman (EUA) – Categoria Imagem Única

Steve Winter (EUA) – Categoria Imagem Única

Jack Dykinga (EUA) – Categoria Plantas e Fungos

Ashleigh Scully (EUA) – Categoria Fotógrafo Jovem (11 a 14 anos)

Laura Albiac Vilas (Espanha) – Categoria Fotógrafo Jovem (11 a 14 anos)


 vivimetaliun.wordpress.com


03
Dez17

Trabalhadores do Cuf Porto em defesa da contratação colectiva

António Garrochinho
Os trabalhadores do Hospital Cuf Porto agendaram um protesto, para a manhã de segunda-feira, contra o ataque da Mello Saúde ao direito à contratação colectiva.
A José de Mello Saúde recebeu 258 milhões de euros do Estado pelos contratos de gestão dos hospitais de Braga e Vila Franca de Xira, em 2016
A José de Mello Saúde recebeu 258 milhões de euros do Estado pelos contratos de gestão dos hospitais de Braga e Vila Franca de Xira, em 2016Créditos
O grupo José de Mello Saúde, dono dos 16 hospitais Cuf do País, criou um agrupamento complementar de empresas (ACE) «que presta serviços de saúde, administrativos e operacionais e para quem os hospitais Cuf passaram os trabalhadores com o único objetivo de não aplicarem o contrato coletivo de Trabalho do sector da hospitalização privada», denuncia o Sindicato de Hotelaria do Norte (CGTP-IN).
A estrutura sindical considera que a criação de um ACE não pode ser usado pelo grupo Mello para não aplicar a contratação colectiva, «dado o objecto do ACE e o seu enquadramento empresarial». Por isso, o sindicato promove amanhã, segunda-feira, uma concentração junto ao Hospital Cuf Porto.
A organização sindical acrescenta que «há trabalhadores a fazerem 12 e 14 horas diárias sem pagamento de trabalho suplementar, os trabalhadores não controlam o banco de horas criado pela empresa, a esmagadora maioria dos trabalhadores são precários e os horários estão todos desregulamentados».
O grupo José de Mello Saúde viu os seus lucros aumentarem 9,2% entre 2015 e 2016, para mais de 23 milhões de euros.


www.abrilabril.pt
03
Dez17

A "VÍTIMA"

António Garrochinho
SÓCRATES NÃO FOI SÓ VÍTIMA DOS PARTIDOS DA DIREITA, FILOSOFIA QUE ELE PRÓPRIO SEMPRE CULTIVOU.

FOI A VÍTIMA CULPADA DA JUSTIÇA FASCISTA QUE HOJE IMPERA.
DOS JUÍZES CORRUPTOS E TENDENCIOSOS, DOS JUÍZES OMNIPOTENTES E SEMPRE OMNIPRESENTES QUANDO SE TRATA DE BRANQUEAR E FAVORECER O COLARINHO BRANCO E A DIREITA NEO LIBERAL E FASCISTA, DO JORNALIXO DE "INVESTIGAÇÃO" DOS PASQUINS QUE NOS DIAS DE HOJE É A INQUISIÇÃO QUE SE ABATE SOBRE O POVO PORTUGUÊS.

O MENINO DE OURO QUIS EM POUCO TEMPO "GAMAR" O QUE OUTROS COM PACIÊNCIA E ASTÚCIA TÊM ROUBADO DURANTE DÉCADAS AO POVO PORTUGUÊS ,SAINDO ILESOS COM PROCESSOS QUE PRESCREVEM E MORREM NOS CANTOS BOLORENTOS DAS GRANDES SOCIEDADES DE ADVOGADOS E RECANTOS OBSCUROS DOS TRIBUNAIS.

SE LEVOU MILHÕES DE CERTEZA QUE NEM SEQUER VAI REPOR TOSTÕES.

António Garrochinhpo
03
Dez17

Será que não conseguem perceber a guerra a surgir no horizonte?

António Garrochinho




por Paul Craig Roberts


De acordo com notícias da imprensa britânica, o Presidente russo, Vladimir Putin, deu ordem às indústrias russas para se prepararem de modo a poderem mudar rapidamente para uma produção de guerra. 
www.independent.co.uk/... 


Claro que o governo russo não faria tal anúncio a não ser que estivesse convencido de que a perspectiva da guerra com o Ocidente fosse real. Há já algum tempo, que tenho salientado nas minhas colunas que, a consequência das acções hostis há alguns anos, levadas a cabo por Washington e pelos seus vassalos europeus, contra a Rússia, conduziam à guerra.

É fácil perceber que o enorme complexo militar/segurança dos EUA precisa de um inimigo convincente para justificar o seu enorme orçamento, que os alucinados neoconservadores colocam a ideologia fantasiosa de uma hegemonia mundial dos EUA acima da vida do planeta, e que Hillary e a Comissão do Partido Democrata Nacional farão qualquer coisa para derrubar a vitória presidencial de Trump. No entanto, é difícil compreender por que motivo os líderes políticos europeus estão dispostos a colocar os seus países em risco a fim de beneficiarem Washington.

No entanto, fazem-no. Por exemplo, em 13 de Novembro, a Primeira Ministra do Reino Unido, Theresa May, disse que a Rússia era uma ameaça à segurança internacional e que estava a interferir nas eleições europeias e a piratear informaticamente os governos europeus. Não há provas para essas reivindicações como não há para o "Russiagate". No entanto, as alegações continuam e multiplicam-se. Presentemente, a União Europeia está a coordenar as antigas províncias da União Soviética – Bielorrússia, Moldávia, Ucrânia, Geórgia, Arménia e Azerbaijão – numa "Parceria Oriental" com essa mesma União Europeia.
www.strategic-culture.org/...

Por outras palavras, o Ocidente está a coordenar abertamente as antigas províncias de Moscovo contra a Rússia, que é declarada pela primeira ministra, Teresa May como sendo um "Estado hostil". A Rússia sabe que não há fundamentos para essas alegações e considera-as idênticas às alegações falsas contra Saddam Hussein, Gaddafi e Assad para justificar os ataques militares contra o Iraque, Líbia e Síria. Tendo convencido a Rússia de que ela está a ser encarada como um alvo a atacar, a mesma está a preparar-se contra a guerra.

Pensem nisto durante um momento. O mundo está a ser conduzido ao Armageddon, simplesmente porque o complexo militar/segurança, corrupto e ganancioso, precisa de um inimigo para justificar o seu enorme orçamento, porque Hillary e o DNC não podem aceitar uma derrota política e porque os neoconservadores têm a ideologia da Supremacia Americana.

Qual é a diferença entre a detestada Supremacia Branca e a Supremacia Americana que o próprio Presidente Obama aprovou? Por que motivo a supremacia branca é terrível e a Supremacia Americana é uma dádiva que Deus ofereceu a este país "excepcional" e "indispensável"?

O governo russo partilhou abertamente a sua preocupação pelo facto de a Rússia estar a ser considerada um alvo para ataques militares. Tal como eu e mesmo a CNN, o New York Times e o Washington Post, relataram, o Vice-Comandante do Comando de Operações Militares russas declarou publicamente a preocupação de que Washington esteja a preparar um ataque nuclear surpresa contra a Rússia. O Presidente Putin chamou a atenção, recentemente, para a recolha de DNA russo, a mando de Washington e levada a cabo por um laboratório de armamento da Força Aérea dos EUA, o que implica o desenvolvimento de uma arma biológica específica contra a Rússia. Em muitas ocasiões, a Rússia chamou a atenção para as bases dos EUA e da NATO nas suas fronteiras, apesar das garantias anteriores das administrações dos EUA de que tal situação nunca iria acontecer.

Temos de nos interrogar:

Por que razão é que este assunto não é o principal ponto de discussão pública e política – de que Washington convenceu a Rússia de que ela, um poder nuclear e militar de primeiro grau, vai ser atacada?

Em vez disso, ouvimos falar de jogadores de futebol que se ajoelham ao escutar o hino nacional, notícias falsas sobre Russiagate, um tiroteio em Las Vegas, etc.

Também devemos interrogar-nos:

Durante quanto tempo Washington vai permitir que qualquer um de nós, através da Internet, relate notícias verdadeiras em vez das falsas que Washington divulga, para controlar as explicações?

O esforço do presidente da Comissão Federal de Comunicações para destruir a neutralidade da rede e outros esforços em curso para desacreditar as notícias verdadeiras, pois que a propaganda russa indica que Washington concluiu que, para lançar a guerra contra a Rússia, Washington também deve lançar a guerra contra a verdade.
www.globalresearch.ca/...
www.globalresearch.ca/selected-articles-good-bye-to-net-neutrality/5620061

Washington não vai sobreviver à sua guerra, nem os povos americanos, nem os europeus.
[NT: nem a espécie humana, animal e vegetal sobreviverá a um Inverno Nuclear ]. 


O original encontra-se em www.paulcraigroberts.org/2017/11/27/cant-see-war-horizon-paul-craig-roberts/ 
e a tradução de Maria Luísa de Vasconcellos em sakerlatam.es/... 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
03
Dez17

MULHER AVANTAJADA

António Garrochinho


MULHER AVANTAJADA

Tentou entrar hoje na Assembleia da República. Que não, são ordens novas, você é uma mulher avantajada e isso pode distrair os deputados do seu labor fundamental. Em prol da nação. E do interesse dos mais necessitados, sentenciaram os guardas. Mas eu sou representante da Associação Portuguesa dos Nutricionistas e tenho audiência marcada com o deputado Carlos Abreu Amorim, disse a mulher avantajada. Não brinque com esta casa, olhe o respeito, aqui funciona a sede da democracia, rosnaram com a boca semicerrada os agentes da Judiciária ou do SIS ou lá o que era... 


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