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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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09
Dez17

Censura tenta encobrir a história

António Garrochinho




A maioria dos intelectuais da Europa ocidental e os meios de comunicação, quase sem exceção, pretenderam escrever sua própria história sobre os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. Seu propósito, que alcançou proporções grosseiras, foi colocar uma cortina de fumaça sobre o papel preponderante e histórico do Exército Vermelho da União Soviética para a derrota do fascismo hitleriano. O curioso é que até os grupos e meios de comunicação de esquerda, ditos antifascistas e antiimperialistas, dançaram ao rítmo da orquestra da grande burguesia dos países dominantes e se referiram ao conflito em termos abstratos e anti-históricos.

Mas tudo o que ocorreu foi a visível e vulgar tergiversação dos fatos históricos. A maior parte da imprensa européia (França, Bélgica, Suíça) não mencionou o Exército Vermelho para reconhecer-lhe os méritos na guerra, mas acusá-lo de invasor dos países bálticos. Faltou pouco para não se apontar os soviéticos como tão culpados quanto as tropas hitlerianas.
Gunter Verheugen, vice-presidente da Comissão Européia, exigiu que Moscou reconhecesse que o Exército Vermelho havia ocupado ilegalmente os países bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia). 

Sobre o mesmo tema, La Libre Bélgique (um diário cristão da Bélgica), anunciou, em 06 de maio de 2005, que a Rússia havia sido convidada com insistência pelo Ocidente a reconhecer a ocupação dos países bálticos pela URSS de Stálin. 

E o próprio George Bush não teve problemas para denunciar os invasores soviéticos na segunda guerra mundial.
Destruir a memória os verdadeiros fatos históricos é uma arma estratégica dos herdeiros do fascismo Europeu. Seu propósito fundamental é que os povos esqueçam os verdadeiros culpados do terror do passado e abrir caminho ao resurgimento do terror nazista e criminoso na Alemanha, berço do nazismo, Áustria, Itália, Espanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca e outros países do eixo da Comunidade Européia, onde grupos ultra-reacionários são forças políticas oficiais que tomam direta ou indiretamente as decisões políticas dos governos.

Deles fazem parte ministros, prefeitos, padres e outros nos altos cargos na administração do Estado. E os que financiam e sustentam as organizações de extrema direita são os mesmos estados e as grandes transnacionais. 

Por exemplo: na Bélgica, o grupo nazista chamado Vlaams Belang é a terceira força política na parte onde há influência holandesa, e sua presença é tão forte que os partidos chamados democráticos começam a cumprir o que é ditado e o programado por ele, reivindicando o nacional socialismo hitleriano. 


Este grupo recebe anualmente vários milhões de euros do Estado belga e tem acesso aos canais de televisão e outros meios de comunicação. 

Na Europa, em meio a crescente crise econômica, abrem-se os estados policiais, cresce o ódio contra os estrangeiros e começam a se reaglutinar as forças atrasadas da Igreja católica cujo Papa Ratzinger, ex-militante da juventude hitleriana, é a expressão do avanço fascista nos países da Comunidade Européia. 

É neste contexto, controlado pelas forças mais retrógradas do sistema capitalista, que se tergiversa a história e com ela facilita-se o reaparecimento de antigos colaboradores nazistas e simpatizantes do domínio racial.


Síntese da verdadeira história

A forma como a burguesia internacional trata o 60º aniversário do triunfo sobre o nazismo hitleriano mostra que até a história tem um caráter de classe. 

Os verdadeiros fatos devem ser resgatados em sua autenticidade, pois isto serve como prova do heroísmo de um povo que lutou não só por sua liberdade, mas também pela de todos os habitantes do planeta.
É bom lembrar que um fator histórico-político fundamental na exemplar resistência do povo soviético frente ao invasor alemão foi o Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Esta organização revolucionária criada por Lênin, dirigiu a unidade e a luta do povo contra as tropas nazistas. 

Os mais destacados combatentes na vanguarda soviética foram, sem dúvida, os operários. 

Por isso, a primeira atitude tomada pelas tropas hitlerianas quando passavam a controlar povoados e cidades era executar massivamente, e no ato, os quadros e militantes comunistas.

Em 22 de junho de 1941, a Alemanha nazista executa o "Plano Barbarossa" e ataca a União Soviética. 

Para os soviéticos se inicia a guerra, com a maior mobilização de massas jamais vista na história da humanidade. 

Operários, camponeses, donas de casa, jovens e velhos unidos à resistência armada empreendem a grande epopéia contra o nazismo. 

Para atacar a URSS, Hitler utiliza um exército de mais de 6 milhões de homens, na época a mais poderosa força militar do mundo capitalista. Em novembro — pouco mais de um ano do início do "Plano Barbarossa" —, as tropas alemãs ocupavam militarmente um território soviético de 1.800 Km², onde antes da guerra viviam 80 milhões de pessoas. 

Em termos comparativos, o território ocupado pelos nazistas equivalia à Inglaterra, França, Itália e Suécia, juntas.
A frente soviética foi decisiva na Segunda Guerra Mundial. No período de junho de 1941 a 9 de maio de 1945, as forças armadas nazistas (Wehrmacht), perderam, na guerra contra os soviéticos, 80% de seus efetivos. 

Isso significa que 607 divisões alemãs foram liquidadas e feitas prisioneiras. Quase quatro vezes o que eles perderam nas frentes da África do Norte, na Itália e Europa Ocidental. 

Só na batalha de Stalingrado, de 17 de julho de 1942 a fevereiro de 1943, os nazistas perderam 1,5 milhões de soldados e oficiais, o que corresponde a 11% de suas perdas totais na segunda guerra mundial. 

Derrotadas, as tropas de Hitler deixaram em solo soviético 3.500 tanques, 3 mil aviões de combate e transporte, 12 mil canhões e morteiros e outros materiais de guerra. 

Os soviéticos, por sua vez — mostram investigações recentes — perderam entre 26 e 27 milhões de habitantes. Em cada cinco homens que perderam a vida na segunda guerra mundial, dois eram soviéticos.
Outro elemento importante a ressaltar é que a II Guerra mostrou a face extrema do sistema capitalista mundial e a voracidade imperialista. 

Dizer que Adolf Hitler foi um aventureiro ou louco tem apenas o propósito de ocultar a essência política da guerra. 

A Alemanha hitleriana foi a expressão social e política de uma fração da burguesia internacional e nesse lugar fixou a medula do ódio de classe contra o socialismo soviético. 

Numerosos historiadores reconhecem que o objetivo fundamental do governo alemão foi o extermínio da União Soviética como república socialista. 

A propósito da participação gloriosa do povo soviético, os belgas Guy Spitaels, ministro de Estado, Jean-Marie Chauvier e Vladimir Caller publicaram um artigo que, como flor no deserto da imprensa burguesa, escapou milagrosamente da censura da Santa Inquisição, para relatar com extraordinária objetividade as razões pelas quais a história tem sido grosseiramente distorcida. 

Com o título Por que minimizar a vitória comunista?*, os autores iniciam sua narração com uma pergunta bastante sugestiva, que respondem assim:
"Por que aquilo que era uma verdade em 1945, momento da vitória sobre o nazismo, não o é agora? 
Essa vitória teve como principais protagonistas o Exérito Vermelho e o povo soviético. A metade das vítimas da segunda guerra mundial foi de soviéticos. 

Os chefes nazistas haviam previsto o desaparecimento de pelo menos 30 milhões de "Untermenschen" (subumanos) soviéticos e a deportação de outro contingente de 30 milhões. Nos territórios soviéticos ocupados, os nazistas conseguiram exterminar 10 milhões de pessoas desses 2,7 milhões de judeus. 

Somente entre 1941 e 1942 houve 3,3 milhões de prisioneiros soviéticos eliminados na "morte programada". 

O cerco de Leningrado, as 70 mil cidades destruídas, os inúmeros massacres perpetrados pelos Einzatsgruppen, os SS, a Wehrmacht e seus auxiliares nacionalistas ou fascistas (polacos, bálticos, letônios, lituanos e ucranianos). 



Um genocídio frente ao qual os soviéticos lograram salvar um milhão de judeus... O que foi dito até aqui não se trata de uma opinião e sim um dos maiores fatos históricos pouco conhecido pelas novas gerações.


Segundo os autores, O presidente Franklin Roosevelt, o primeiro ministro britânico Winston Churchill e o general de Gaulle, principais chefes políticos e militares dos países da coalizão anti-hitleriana, reconheceram o desempenho dos soviéticos na vitória contra o nazismo em 1945. 

Teria sido possível a libertação sem as sucessivas vitórias soviéticas em Moscou, Stalingrado e Kursk? 

Ou sem a imensa contra-ofensiva dos exércitos do Marechal Zhukov que só terminou quando foi colocada a bandeira vermelha sobre o Reichstag em Berlim? 

Sem essas vitórias vermelhas, o judeucídio por parte dos nazistas haveria continuado até a extinção de 11 ou 12 milhões de judeus na Europa como expressava o objetivo hitleriano. 

O que parece é que se deseja falar o menos possível dessa contribuição soviética à liberdade, embora Ernest Hemingway tenha registrado que "Toda uma vida não seria suficiente para agradecer o que fez o exército vermelho pela liberdade". 

Os autores assinalam que teria ocorrido um tabu a posteriori sobre o reconhecimento da participação fundamental da URSS na II Guerra Mundial. 

Para sustentar essa versão, recorrem aos argumentos dos historiador Marc Ferro, especialista em História Russa, para o qual só após os soviéticos destroçarem a poderosa Wehrmacht foi possível a americanos e ingleses desembarcar epara libertar a Europa Ocidental. 

O historiador ressalta que, quando se instalou a "guerra fria", mudou a historiografia ocidental, reduzindo a quase nada os feitos dos soviéticos na luta contra Hitler. 

E agora, segundo Marc Ferro, a tendência é exclusivamente a de ressaltar o papel dos anglo-saxões nos triunfos da segunda guerra mundial. 

Há, sobretudo, resistência em admitir a superioridade técnica industrial dos russos sobre a Alemanha durante a guerra, escreve o historiador, citando, como prova, o T-34, o melhor tanque da época, que provocou pânico nos alemães, a produção de canhões de grande qualidade. Ferro acrescenta que a ajuda em equipamentos de guerra entregues pelos anglo-saxões aos russos só veio depois da vitória soviética em Stalingrado.

Os articulistas observam que, em 1941, quando parecia o fim da URSS, aquele país se recompôs mediante uma gigantesca e impressionante mobilização patriótica. 

Para lutar contra o invasor se juntaram russos, judeus, ucranianos, bielo-russos, georgianos, armênios, mulçumanos do Cálcaso, da Criméia, da Ásia Central, batalhões recrutados nos gulags (cárceres), etc. 

Essa resistência foi também um lugar de iniciativas espontâneas e de uma grande criatividade social e artística. Algo sumamente importante é que novas investigações nos arquivos da segunda guerra mundial confirmam que o genocídio perpetrado pelos nazistas contra os "subumanos" eslavos e o começo do genocídio contra os judeus foram parte de um só processo, dirigido contra o bolchevismo, e que isso foi de natureza colonialista e racista.


Os autores ressaltam que o número de 20 milhões, referente às vítimas na URSS, não pode ser considerado exagerado. 

Recentes investigações mostram que as vítimas soviéticas na segunda guerra mundial seriam de 26 a 27 milhões de pessoas. 

A isso deve ser agregado dezenas de milhões de mutilados, órfãos, de pessoas sem moradias e sobretudo, dizem eles, sem "Plano Marshall" para reconstruir uma URSS cansada e duramente destruída. 

Outra verdade assinalada pelos autores é que a Frente do Leste contra o judeu-bolchevismo (segundo a definição nazista do poder soviético), não estava integrada somente pelos alemães. 

Havia tropas aliadas da Romênia, Hungria, Espanha, Itália, Croácia, de legiões e divisões do SS de toda Europa e compreendidos por flamencos (de Flandres), wallones (da Bélgica) que apoiaram os planos hitlerianos mediante a benção de certos clérigos. 

Os articulistas ressaltam que a tese que falava da Europa cristã e civilizada contra a barbárie bolchevique sempre encobriu a colaboração com o nazismo. 
E isso precisamente, dizem, serve agora para reabilitar na Alemanha os herdeiros do nacional-socialismo e os colaboradores nazistas na Ucrânia, nos países bálticos e mesmo em Flandres (flamencos da Bélgica).
Assim — concluem — desejamos simplesmente que nestes 8 e 9 de maio, dias da capitulação nazista, certos fatos históricos não sejam recobertos de mentira por omissão. E que a ocasião não sirva para reabilitar a colaboração e levantar monumentos aos antigos SS.

Título original do artigo: Uma vida inteira não será suficiente para agradecer o que o exército vermelho fez pela liberdade, Ernest Hemingway
** No original: Pourquoi minimiser la victoire rouge. La Libre Belgique, segunda 9 de maio 2005. Luis Arce Borja é diretor do El Diário Internacional, editado em Bruxelas, um dos mais valorosos orgão da imprensa de novo tipo.
www.eldiariointernacional.com
09
Dez17

SABIA QUE....

António Garrochinho




Sabia que.... se tapavam as mães para destacar os filhos na época Vitoriana ?
Na foto
Mãe com seus filhos numa fotografia que hoje em dia parece perturbadora.
Se trata de uma prática comum na Era Vitoriana, no final do século 19: nos primórdios da fotografia o desejo de ter retratos das crianças sem qualquer adulto junto a elas levou a um método inusitado que consistia em cobrir as mães com cortinas como forma de confundir com parte do cenário.

09
Dez17

Momentos decisivos da história do PCP e da luta antifascista

António Garrochinho

Momentos decisivos da história do PCP e da luta antifascista

O III e o IV congressos do Partido Comunista Português (os primeiros realizados na clandestinidade) representam o culminar do processo iniciado com a reorganização de 1940/41, que transformou o PCP numa grande força nacional, organizadora da luta popular e impulsionadora da unidade antifascista. As análises produzidas nesses dois congressos e as orientações deles emanadas – quer as respeitantes à organização e intervenção partidárias quer à definição do caminho para o derrubamento do fascismo – foram decisivas para o crescimento e afirmação do Partido e para o impetuoso ascenso da luta pela liberdade e a democracia.
Fundado a 6 de Março de 1921, numa assembleia realizada na sede da Associação dos Empregados de Escritório, em Lisboa (na qual foi eleita a sua primeira direcção), o PCP assumiu-se desde cedo como a firme e segura vanguarda da classe operária portuguesa. Nele confluíram décadas de sofrimento e luta dos trabalhadores e do povo, as lições das grandes vitórias da classe operária internacional e os ensinamentos de Marx, Engels e Lénine.
No seu I Congresso, realizado em Novembro de 1923, foram aprovados uma resolução sobre a organização do Partido e os seus Estatutos, o Programa e uma resolução sobre a Questão Agrária, ao mesmo tempo que já se alertava para os perigos do fascismo e se apelava à unidade da classe operária como forma de o derrotar. O II Congresso, realizado a 29 de Maio de 1926, acabou por ser interrompido devido à consumação, na véspera, do golpe militar que instaurou a ditadura. Era o fascismo, para o qual os documentos preparatórios do congresso alertavam, que se consumava. A sede do Partido foi encerrada no ano seguinte e os comunistas tornam-se as primeiras e principais vítimas da repressão.
Na Conferência de Abril de 1929 procede-se a uma ampla reorganização do Partido, voltando a sua acção para o seio das massas, para a luta organizada dos trabalhadores na frente sindical, combatendo as tendências para a colaboração de classes e o anarco-sindicalismo, e para o desenvolvimento da aliança com os camponeses. Desde então, o Partido dirige importantes lutas sociais e mobiliza esforços tendentes à sua implantação nacional. Com Bento Gonçalves como Secretário-geral, transforma-se num partido leninista e começa a organizar-se nas novas condições de clandestinidade, essenciais para travar com êxito a luta antifascista.

Importância histórica

Quanto aos dois primeiros congressos clandestinos, que nos propomos analisar com maior detalhe, não é possível reflectir sobre o papel e a importância que assumiram na vida do Partido sem os enquadrar no momento histórico em que se realizaram e sem realçar a importância decisiva da reorganização de 1940/41, na qual se integram. Quando o PCP avançou para a realização do seu primeiro congresso clandestino, a maior parte do continente europeu estava ainda sob a bota cardada das tropas hitlerianas, que só poucos meses antes tinham sofrido as primeiras derrotas militares, em território da União Soviética. A vitória sobre o nazi--fascismo, porém, vinha longe e era ainda incerta.
Em Portugal, depois de uma década de 30 em que parecia imbatível, a ditadura fascista enfrentara já nessa altura poderosos movimentos de luta da classe operária e das massas populares, grandes greves operárias organizadas e dirigidas pelo PCP – que, como refere Álvaro Cunhal, foram «as maiores greves realizadas nessa época» (in Duas Intervenções numa Reunião de Quadros, edições Avante!) – que nem a feroz repressão conseguia impedir ou abafar: em 1941, na Covilhã; em 1942, em Lisboa e arredores; em Julho e Agosto de 1943, na capital e na Margem Sul do Tejo, a classe operária realizou poderosas greves e manifestações por pão e géneros, contra o fascismo e pela liberdade.
Por detrás deste novo ímpeto da classe operária e de outras camadas populares estava o PCP, que desde o início da década de 40 se vinha reerguendo dos profundos golpes da repressão sofridos no final da década anterior, responsáveis pela prisão dos dirigentes mais destacados, pelo desmembramento da sua organização e pela significativa diminuição da sua influência. Com a libertação de um grande número de militantes comunistas, entre os quais Álvaro Cunhal, José Gregório, Manuel Guedes, Militão Ribeiro, Sérgio Vilarigues, Pedro Soares, Pires Jorge ou Júlio Fogaça, inicia-se a «reorganização de 1940-41» que permitiu que o PCP desse grandes passos em frente e se afirmasse como grande partido nacional, organizador da luta popular e grande força da resistência e unidade antifascistas.
No III Congresso, realizado em Novembro de 1943, fez-se o balanço dos avanços registados. No relatório de Manuel Guedes destaca-se a criação de mais de uma centena de organizações locais e regionais e de «umas dezenas de células de empresa». O Avante!, que deixara de se publicar em 1938, voltou a ser editado em Agosto de 1941, saindo sempre desde aí (na clandestinidade) até ao 25 de Abril de 1974.

Resistir e avançar

Se é verdade que muitos dos mais significativos progressos organizativos já vinham de trás, o III Congresso deu-lhes continuidade e desenvolvimento, potenciando novos e mais ousados avanços. A sistematização dos métodos de defesa conspirativa, a definição dos princípios de funcionamento democrático, a eleição de um Comité Central (pela primeira vez em 14 anos de luta clandestina) e a prioridade concedida à intervenção junto da classe operária e ao recrutamento de «trabalhadores honestos e prestigiados» deram frutos imediatos.
Logo em Março de 1944, numa carta enviada à Organização Comunista Prisional do Tarrafal, Álvaro Cunhal salientava os «grandes progressos do Partido»: novos comités regionais e células de empresa e uma maior tiragem do Avante!.
Desenvolvem-se grandes lutas sociais. Realizam-se as greves de 8 e 9 de Maio de 1944. Os operários de Alhandra, Sacavém, Santa Iria e Póvoa colocaram-se nas jornadas de 8 e 9 de Maio na vanguarda da classe operária portuguesa. Seguindo o seu Partido de classe, ouvindo o apelo do Partido Comunista para uma greve de dois dias acompanhada de manifestações pelo Pão e pelos Géneros, muitos milhares de operárias e operários abandonaram as fábricas e desceram à rua.
Em Julho de 1946, a situação era ainda mais favorável, como mais favorável era a situação nacional e internacional fruto da derrota do nazi--fascismo e do prestígio com que saíram da guerra a União Soviética e, em geral, os partidos comunistas. A vitória é celebrada com grandes manifestações. O PCP dirige e dinamiza uma grande campanha política nas «eleições» para Assembleia Nacional em unidade com outras forças democráticas. É constituído o MUD. Chegado a esse segundo congresso clandestino, o PCP vira o número de militantes aumentar seis vezes e o de organizações locais cinco, o número de células de empresa crescer significativamente e a tiragem do Avante! quadruplicar.
No IV Congresso foram ainda definidos os princípios orgânicos do centralismo democrático e a partir dele desenvolveu-se o trabalho de organização e direcção do Partido. Importantes reuniões do Comité Central realizadas posteriormente consolidaram o seu trabalho colectivo.
A realização com êxito destes dois congressos e as medidas organizativas neles assumidas não impediu que o Partido sofresse, anos anos seguintes e até ao 25 de Abril, novos e violentos golpes da repressão. Mas desde então o Partido revelou sempre uma impressionante capacidade de garantir a estabilidade da sua direcção e a continuidade da sua intervenção quaisquer que fossem as condições existentes.

Da frente única ao levantamento nacional

Para além do que representaram de reforço da organização, intervenção e influência do Partido, o III e o IV congressos conquistaram o seu lugar na História pelas linhas estratégicas que delinearam. Em ambos ficou evidente um profundo conhecimento do marxismo-leninismo e uma enorme capacidade de o adaptar às condições concretas do Portugal de então e de o enriquecer com a experiência própria do PCP.
Muitos dos aspectos desenvolvidos nestes dois congressos revelaram-se de importância crucial para a luta antifascista e permanecem vivos, hoje, na acção quotidiana do Partido. No seu relatório ao III Congresso, intitulado Unidade da Nação Portuguesa na luta pelo pão, pela liberdade e pela independência (que seria aprovado por unanimidade), Álvaro Cunhal apontava a frente única operária como «condição indispensável da unidade nacional antifascista», defendendo assim a orientação estabelecida – e nunca efectivamente concretizada, devido à prisão de Bento Gonçalves – após o VII Congresso da Internacional Comunista (IC), realizado em 1935.
No Portugal fascista, acrescentava, a frente única realiza-se «na medida em que as massas de operários ignorados se unem na luta diária pelos seus interesses vitais». Na construção da unidade assumiam grande importância os «pequenos movimentos reivindicativos», que abriam caminho às «grandes lutas de massas».
Álvaro Cunhal realçou ainda a importância do movimento sindical na construção da frente única, criticando as resistências movidas no interior do Partido e da CIS à linha apontada pela IC – e reafirmadas pelo Partido – de trabalhar no interior dos Sindicatos Nacionais, pressionando as suas direcções, desmascarando os dirigentes fascistas e elegendo outros, da confiança dos trabalhadores.
Foi ainda neste Congresso que o Partido anunciou a criação de um organismo de unidade representativo de todas as forças antifascistas. Poucos meses depois, surgia o Conselho Nacional de Unidade Antifascista.

Unidade e luta

Entre os imensos méritos do IV Congresso do PCP, realizado em Julho de 1946, um assume um lugar primordial: a definição clara e inequívoca do caminho para concretizar o «objectivo fundamental» que estava então colocado ao Partido, o «derrubamento do fascismo, a instauração das liberdades democráticas fundamentais e a realização de eleições livres».
Contrariando a chamada «política de transição», defendida por alguns quadros do Partido, e tendências similares assumidas por sectores antifascistas, que semeavam ilusões acerca da «desagregação do fascismo» e da «queda pacífica» de Salazar, depositavam esperanças numa libertação vinda do estrangeiro ou delegavam em revoltas militares ou golpes palacianos o derrube da ditadura, o PCP assumia que a libertação do povo português do fascismo seria obra do próprio povo português, da sua unidade, resistência e luta. No relatório de Álvaro Cunhal, O Caminho para o Derrubamento do Fascismo, constata-se que «Salazar e a sua camarilha pela força e só pela força se têm mantido no poder», pelo que para os derrubar seria preciso «o emprego da força». Ao povo português só restava uma saída: «o levantamento em massa contra o domínio fascista, a insurreição nacional».
Ao definir a via do levantamento nacional, o PCP não ocultava o facto de, nesse mês de Julho de 1946, ele não estar ainda na «ordem do dia», pois só poderia ocorrer numa situação de «crise geral do regime fascista» – a luta de massas e o reforço da unidade antifascista foram assumidos como meios essenciais para criar as condições que o possibilitariam.
Ao derrube do fascismo, explicitava o PCP, seguir-se-ia a realização de «eleições livres» através das quais o povo pudesse «escolher livremente os seus governantes e a forma de governo». Como condição prévia, seria constituído um «governo de unidade com representantes de todas as correntes políticas nacionais, incluindo, naturalmente, o nosso Partido».
No que respeita à juventude, o IV Congresso desenvolveu as teses definidas no congresso anterior, que apontavam para a criação de uma «ampla frente de luta juvenil», decidindo a extinção da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas (FJCP) e a integração dos jovens comunistas no MUD Juvenil, de carácter unitário. Durante toda a sua existência, os jovens comunistas tiveram um papel determinante neste movimento.
Publicado no Jornal Avante!
09
Dez17

Palhaço pedófilo é cabeça de cartaz no Coliseu do Porto

António Garrochinho







David Larible, um palhaço mundialmente famoso, foi detido na Suíça depois de ser acusado de abusar sexualmente de uma fã de 14 anos, em novembro do ano passado. No julgamento, em agosto, foi considerado culpado, expulso do país por cinco anos e multado em 16 mil euros. Apesar da sentença da justiça suíça, o Coliseu do Porto colocou o palhaço, de 60 anos, como cabeça de cartaz no espetáculo anual de circo onde são esperadas centenas de crianças.
De acordo com o processo, divulgado em vários órgãos de comunicação internacional, o caso ocorreu a 24 de outubro de 2016, num quarto de hotel em Zurique. Larible ficou sozinho com a menina, que na altura tinha 14 anos e beijou-a três vezes. "Empurrou a língua para o interior da sua boca, acariciou-a sob a roupa, dando-lhe um beijo no decote, mesmo sabendo que ela era menor de idade", lê-se no processo.
Françoise Stadelmann, a procuradora, disse em tribunal que "o palhaço, que na época desempenhava um papel no grande circo suíço Knie, beijou vigorosamente a vítima e acariciou-lhe as costas", escreveu o ‘Daily Mail’, a 15 de agosto. O jornal britânico adiantou que "Larible negou veementemente o caso no tribunal".
O advogado do palhaço, Valentin Landmann, disse que o seu cliente "abraçou a menina apenas como saudação e despedida". Nas declarações finais, o artista, que ganhou o Palhaço de Ouro no Festival Internacional de Circo de Monte Carlo em 1999, admitiu que trocou muitas mensagens com a menina, mas disse que não eram de natureza sexual.
Desde a condenação, David Larible não voltou a ser contratado para nenhum espetáculo em países de língua alemã e tem a reputação manchada também em Itália. "Mataram profissionalmente o meu cliente: ninguém quer um ‘pedopalhaço’", disse o advogado. Na sua agenda, bastante mais reduzida desde que o caso foi tornado público, surgem muito poucos países. Portugal é um deles. O palhaço é cabeça de cartaz no espetáculo Circo 2017, no Coliseu do Porto.
"Não quero ninguém no meu camarim" 
David Larible – que foi acusado de beijar e tocar numa adolescente – falou com tranquilidade ao CM sobre a condenação de que foi alvo por parte da justiça suíça. "Não vou deixar de ser quem sou, mas não quero mais proximidades, abraços, não quero ninguém no meu camarim", disse o artista, pouco tempo antes de se estrear no palco do Coliseu do Porto, quinta-feira à noite.
Não negou que foi condenado.  "Mas fui condenado injustamente. Quem conhece a Suíça sabe do que estou a falar. Quando algum suíço te acusa e se tu és estrangeiro, vais perder. E eu perdi", disse. Depois de vários anos a correr o mundo como palhaço - uma arte que herdou do pai - confessa que sentiu as consequências da pena na agenda de espetáculos para os meses seguintes. "No início, houve reações e consequências. Mas agora as coisas estão a melhorar. Quem me conhece sabe como sou e como lido com o público". O público que se prevê que encha a sala de espetáculos da Invicta. "Espero que o público de cá me dê uma oportunidade e me queira conhecer. Falo sobre este assunto porque faz parte do passado e não me envergonho de nada na minha vida", esclarece o palhaço, prometendo que vai "continuar a interagir com a plateia". São esperadas centenas de crianças no espetáculo.
Coliseu contrata artista sem saber da condenação 
Confrontada com a condenação do palhaço na Suíça, a direção do Coliseu do Porto remeteu esclarecimentos para o agente do artista. "O Coliseu desconhecia completamente o caso. Os serviços de David Larible foram contratados ainda no início do ano, na altura em que foi preparada a programação, quando a polémica não existia", disse ao CM fonte oficial de uma das maiores salas de espetáculos do País. Larible chegou ao Porto esta semana e vai ficar na Invicta a integrar o Circo 2017 até ao dia 1 de janeiro.
Falavam sobre arte
Quando confrontado com a troca de várias mensagens com a menor, o artista justificou que as conversas "eram apenas sobre arte". "Eu queria dar-lhe o livro que escrevi sobre a arte de ser palhaço", argumentou.
Imprensa europeia reage
Aquando da detenção, vários jornais europeus destacaram a notícia nas suas páginas, destaque que viriam a repetir quando Larible foi condenado, em agosto deste ano.
"Fantasias" da vítima
Em tribunal, o advogado de David Larible disse que se tratavam de "fantasias de uma adolescente". O comportamento da jovem após o suposto abuso, acrescentou o advogado, suscita algumas questões.


www.cmjornal.pt
09
Dez17

O cisne feio

António Garrochinho


(João Quadros, in Jornal de Negócios, 07/12/2017)

Mário Centeno é o novo presidente do Eurogrupo. Está confirmado, o tempo anda tão avariado que tivemos um primeiro de Abril em Dezembro.
O ministro das Finanças mais perigoso da Europa do euro, apoiado pelas forçadas danadas de esquerda, temido pela sua loucura, no que diz respeito à austeridade, fica a mandar no Eurogrupo. O euro está nas mãos da geringonça! O Eurogrupo, finalmente, rendeu-se aos copos e às mulheres. - Não podes vencê-los, junta-te a eles - terá pensado Merkel depois de uma garrafa de Gatão.
Também pode estar a acontecer o contrário. O Eurogrupo, vendo que uma das ovelhas negras do Sul estava a ficar lãzuda, com ideias diferentes do que a UE defende, decidiu trazê-la para a frente do rebanho para a arrebanhar. Isto pode ser perigoso. Parece-me essencial que Mário Centeno entre visivelmente bêbedo na primeira reunião a 13 de Janeiro para marcar logo a nossa posição.
O nosso ministro das Finanças tem de mostrar aos seus colegas que era ele que fazia festas em Harvard quando todos tentavam dormir. Que foi ele que desligou o quadro eléctrico só para um dia não terem aulas, que enfiava rãs nas calças dos colegas e que era conhecido por ter sempre erva escondida nos calhamaços de Economia. Se Centeno começa a relaxar, passa de ter ar de tresloucado para ter ar de totó. A linha é muita fina e convém não dar muita confiança àquela gente pardacenta do Eurogrupo.
Convém lembrar que o nosso ministro das Finanças chamou míope ao Eurogrupo. É assim mesmo, esse é o caminho. Agora que já é o chefe, devia dizer: - O Eurogrupo é uma caixa-de-óculos. Um bocadinho de "bullying" para verem quem manda e para perceberem ao que vamos.
Acho que tudo isto começou com a saída de Portugal dos défices excessivos. Pessoalmente, nunca me senti bem por estar fora do procedimento por défices excessivos. Acho que não cumprir o défice dava-nos mais estilo. Ser marrões e bons alunos é muito pouco sexy. Não cumprir o défice é de quem anda de moto sem capacete e faz cavalinhos e usa blusão de cabedal. O ar de que não respeita certas regras dá outra pinta.
Centeno tem de levar a ribaldaria para o Eurogrupo ou eles tomam conta dele com as suas ideias chatas. Tenho receio de que deixem de vir tantos turistas para Portugal, se começa a constar que nós somos do género dos alemães. Quando é para ir viajar, escolho sempre os países com praia e défices excessivos. Presumo que deve ser onde há mais ribaldaria e menos gente chata.
Força, camarada Centeno!
09
Dez17

Neto de Moura: O PIOR PORTUGUÊS DO ANO

António Garrochinho


(Dieter Dillinger, in Facebook, 08/12/2017)
netomoura
O juiz desembargador Pedro Mourão afirma com outros colegas num texto em defesa do medieval Neto de Moura, (ver notícia sobre o dito texto na parte final deste artigo), que há princípios que têm de ser respeitados.
Depois, o juiz Noronha de Nascimento afirma que “começa a existir um perigo para a independência dos juízes”.
Noronha acha que os juízes devem ser independentes da LEI.
De acordo com a legislação em vigor ninguém pode fazer justiça por suas mãos, principalmente VINGATIVA e sem ser em autodefesa.
Ora, o caso que envolveu o Neto de Moura foi uma agressão vingativa e muito anormal de um marido e um amante da sua mulher que agrediram a “infiel” com uma moca de pregos.
Que raio de independência de merda quer o Noronha de Nascimento. Dois homens a quem uma mulher recusou a sua vagina vingam-se com uma bárbara agressão. Está isso na LEI, Noronha?
Neto de Moura vem depois com um texto do tipo inquisição medieval e alude a leis antigas. Terá ele na sua independência de fazer a chamada justiça regressar aos tempos da INQUISIÇÂO.
Pensem os magistrados sobre as notas que as sondagens lhes dão. A opinião pública só dá notas negativas aos procuradores e aos juízes. Estão abaixo do menos popular dos políticos e de qualquer instituição.
Quando é que os magistrados se convencem que não são fazedores de LEIS e que isso compete exclusivamente à Assembleia da República.
Ninguém pode agredir uma Mulher que o trocou por outro, isso não é CRIME em Portugal.
Perceberam? Neto, Noronha e outros IGNORANTES?
Porra! Não sou jurista, mas sei que não posso bater na minha mulher com uma moca cheia de pregos se ela resolver mudar de marido. Porra! Nem com uma mão a posso esbofetear.
Como é que magistrados de nomeada fogem tanto da LEI. É inacreditável. Significa que a magistratura não passou por um estádio de democratização e pensa estar numa ditadura à moda do Estado Islâmico.
Neto de Moura pode ser eleito como o PIOR PORTUGUÊS do ANO.


Juízes defendem colega do acórdão de violência doméstica

(Por Carolina Reis, in Expresso, 08/12/2017) 
Um grupo de juízes, na maioria jubilados, assinou um manifesto a atacar a condenação generalizada ao acórdão do Tribunal da Relação do Porto em que uma vítima de violência doméstica foi censurada pelo juiz por ter sido infiel. O texto é uma crítica à atuação do Conselho Superior da Magistratura (CSM), que esta semana abriu processo disciplinar ao magistrado relator, Joaquim Neto de Moura, e à juíza Luísa Arantes, que também assina o acórdão. 
O desembargador Pedro Mourão, um dos seis subscritores do texto, diz que se trata de um documento feito “para dentro” e para dar “algum conforto aos juízes” que estão no ativo. “É uma reação às críticas feitas ao acórdão. Houve demasiada gente a pronunciar-se, uns de uma forma mais primária e que revelaram alguma ignorância”, explica. Sem querer apontar nomes, o juiz diz que o objetivo é lembrar às pessoas e “fazedores de opinião” que há “princípios que têm de ser respeitados”. 
Noronha Nascimento, ex-presidente do Supremo e outro dos subscritores, defende que “começa a existir um perigo para a independência dos juízes”.  
Intitulado “As Exigências da Independência do Poder Judicial”, e com data de 17 de novembro, o documento começou a ser pensado no início do ano judicial, depois de os juízes sentirem que existia pressão sobre os magistrados, mas só ganhou forma depois de o acórdão da Relação do Porto ser tornado público. “Há juízes que se queixam de ter a independência limitada. Mal é se um juiz liga ao alarme social para decidir uma questão”, diz Noronha Nascimento. 
O manifesto foi distribuído pelos magistrados, alguns receberam-no através dos e-mails dos tribunais a que pertencem, e chegou ao conhecimento do CSM. “Ao proferir uma decisão o juiz não tem de ser politicamente correto ou conformar-se com as ‘modas’ das maiorias, mas tem de usar particulares cautelas nas suas formas de expressão não exorbitando os princípios constitucionais e legais a que está vinculado”, lê-se no ponto seis. 
“Mal é se um juiz liga ao alarme social para decidir uma questão”, defende Noronha Nascimento, ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça 
Os seis magistrados, ex-membros do CSM e da Associação Sindical de Juízes, afirmam que a liberdade de expressão “não é uma “liberdade de funil” ampla para o comum dos cidadãos e “restrita” para os juízes. E deixam um recado ao CSM: “Deve ser, além de órgão de governo autónomo da judicatura, garante da independência de cada juiz.” 
Contactado pelo Expresso, Mário Morgado, vice-presidente do CSM, não quis falar sobre o manifesto dos colegas, mas defendeu que “numa sentença ou acórdão há a considerar três elementos: a decisão propriamente dita; as razões da decisão; e a natureza da linguagem utilizada, que não pode ser excessiva ou ofensiva para ninguém, e que é o que está em causa neste processo”.  
No polémico acórdão, de 11 de outubro, Neto de Moura recorreu à Bíblia e ao Código Penal de 1886 para justificar a violência sobre a mulher. “O adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem. Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte. Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte.” O juiz responderá por violação dos deveres funcionais de correção e de prossecução do interesse público. E Luísa Arantes, que assinou o texto sem o ler até ao fim, responde por violação do dever de zelo.  
09
Dez17

MOLDAR A MENTE

António Garrochinho


PACHECO PEREIRA, PEDRO MARQUES LOPES, CLARA FERREIRA ALVES, DANIEL OLIVEIRA, PEDRO MEXIA, E RICARDO ARAÚJO PEREIRA, A PALHAÇADA ETERNA DA QUADRATURA DO CÍRCULO", DO "EIXO DO MAL", DO "PORTUGAL SOMBRA" SÃO VEÍCULOS DE FORMATAÇÃO DA MENTE QUE AS TELEVISÕES AO SERVIÇO DO CAPITAL E DOS REGIMES INJECTAM NOS ESPECTADORES O "DOCE" VENENO DA "POLÍTICA DO NADA" ONDE SÓ OS PROTAGONISTAS GANHAM COM ISSO.

QUEREM ESTES FARSANTES QUE ACREDITEMOS NAS SUAS PIADINHAS DE CIRCUNSTÂNCIA, NAS ANÁLISES QUE NÃO NOS SERVEM PATAVINA PARA COMPREENDER O QUE SE PASSA, O QUE FAZ, A GOVERNAÇÃO.

UM REGABÓFE DE PSEUDO INTELECTUAIS QUE USUFRUEM DE BONS CACHETS E NOS ATIRAM AREIA PRÓS OLHOS.

É DEGRADANTE, TRISTE ATÉ, VER ESTES PAPAGAIOS RIREM, GOZAREM COM O CURSO DA ACTUAL POLÍTICA PORTUGUESA.

DIZEM GRACINHAS, ARMAM-SE EM SABEDORES E ILUMINADOS, MAS NADA MAIS SÃO DO QUE MERCENÁRIOS PAGOS (ALGUNS JÁ SEM PRECISAREM DE DINHEIRO) PARA ENTRETER COM CHALAÇAS E ANÁLISES OPTIMISTAS, MUITAS SEM PIADA ALGUMA, O QUE NUNCA SE CUMPRE POR PARTE DA GOVERNAÇÃO.

NESTES PROGRAMAS JÁ ESTIVERAM E AINDA EXISTEM REPRESENTANTES DOS PARTIDOS QUE FIZERAM E FAZEM PARTE DA GOVERNAÇÃO.

NA QUADRATURA DO CÍRCULO, ANTES, ANTÓNIO COSTA ACTUAL PRIMEIRO MINISTRO, HOJE, O GLADIADOR JORGE COELHO, O PUM PUM RECICLADO PACHECO PEREIRA, E COMO EMBAIXADOR DO CDS, O MANHOSO LOPO XAVIER.

NO RESTO DA "FOLIA" NO EIXO DO MAL, LÁ TEMOS A FEROZ ANTI COMUNISTA CLARA FERREIRA ALVES, O DANIEL OLIVEIRA, E O OUTRO PARVO DE QUE NÃO ME LEMBRO O NOME.

LOGO A SEGUIR VEM O GOVERNO SOMBRA COM DOIS REACCIONÁRIOS DISTINTOS O JOÃO MIGUEL TAVARES, O PEDRO MEXIA E O ESTRAGA ALBARDAS DO RICARDO ARAÚJO PEREIRA QUE JÁ VIROU O BICO AO PREGO..

A AUSÊNCIA DE COMENTADORES À ESQUERDA, OU DE HUMORISTAS INDEPENDENTES É UMA REALIDADE JÁ QUE SABEMOS TODOS DA CONOTAÇÃO QUE TÊM OS QUE TODOS OS DIAS NOS QUEREM MOLDAR O CÉREBRO COM ESTA CAGADA QUE PRETENDEM ROTULAR DE CULTURAL E INFORMATIVA.


António Garrochinho
09
Dez17

O FASCISMO MODERNO DA DEMOCRACIA BURGUESA REPRESENTATIVA.

António Garrochinho

E MOSTRAM-SE OFENDIDOS, INDIGNADOS, QUANDO DISCUTEM ENTRE ELES NO PARLAMENTO BURGUÊS E TENTAM DIVIDIR ENTRE AS HIENAS O REPASTO DA CARNE DILACERADA DOS QUE HÁ DÉCADAS EXPLORAM E ROUBAM.
O POVO QUE PRODUZ.

DIGLADIAM-SE EM FRASES DEMAGÓGICAS, EM DISCURSOS INFLAMADOS, FALSOS, E RETÓRICA ESTUDADA, MAS TODOS COMEM DO MESMO PRATO. TODOS SE BEIJAM E ABRAÇAM NUMA DIPLOMACIA INSTITUCIONAL E CONSTITUCIONAL VIVENDO LUXUOSAMENTE ENQUANTO O POVO AGONIZA E VIVE SEM VISLUMBRAR O CAMINHO QUE ABRIL QUIS DESBRAVAR .



AG
09
Dez17

A BANDEIRA COMUNISTA

António Garrochinho



ESTA É A BANDEIRA QUE ATERRORIZA, OS GATUNOS, OS CÃES ASSASSINOS, OS ALDRABÕES, OS IGNORANTES E OS QUE NÃO TÊM PERSONALIDADE, VERGONHA NA CARA, OS QUE SÃO DESPIDOS DE DIGNIDADE E QUEREM VIVER A VIDA SEMPRE NA SOMBRA DOS QUE MORRERAM POR UM IDEAL, DOS QUE FORAM E AINDA SÃO ASSASSINADOS, PRESOS, TORTURADOS POR NÃO SE VERGAREM À BESTA FASCISTA.

A BANDEIRA, DE QUEM AO LONGO DA HISTÓRIA TRANSFORMOU O MUNDO, O LIBERTOU DO COLONIALISMO, DE DITADURAS FEROZES ONDE O ASSASSÍNIO E A BESTIALIDADE A MANDO DO CAPITAL ENLUTOU O MUNDO.

HOJE HÁ QUEM LHE QUEIRA RETIRAR A IMPORTÂNCIA HISTÓRIA E QUEIRA FAZER CRER QUE A EMANCIPAÇÃO DOS TRABALHADORES NUNCA SERÁ POSSÍVEL, QUE O HOMEM NUNCA SE PODERÁ LIBERTAR DO JUGO DA EXPLORAÇÃO.

SÓ OS COVARDES, OS OPORTUNISTAS, OS VAZIOS DE SENTIMENTOS A TEMEM.

A PROPAGANDA DO CAPITALISMO INFELIZMENTE AINDA ENCONTRA ECO EM ALGUNS QUE EMBORA ASPIREM A UMA VIDA MELHOR, VIVEM DE BRAÇOS CAÍDOS E NÃO DÃO O SEU CONTRIBUTO À TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE.

O CAPITALISMO, O NEO LIBERALISMO TENTA DESMOBILIZAR, DESACREDITAR O IDEAL COMUNISTA E PROCURA NOS DESPOLITIZADOS, NOS QUE NÃO TÊM CONSCIÊNCIA DE CLASSE, NOS AGENTES INFILTRADOS NA CLASSE OPERÁRIA OS BUFOS, OS FURA GREVES ESPERANDO MINAR E DESMOBILIZAR OS QUE RESISTEM.

OS COMUNISTAS, OS REVOLUCIONÁRIOS, JÁ SOFRERAM E AINDA HOJE SOFREM GRANDES AGRURAS, SÃO VÍTIMAS DAS MAIORES MENTIRAS ATRAVÉS DA PROPAGANDA CAPITALISTA QUE TENTA DESACREDITAR AS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO, AS QUE NÃO SINGRARAM POR SABOTAGEM POR OPOSIÇÃO DO IMPERIALISMO, AS QUE ENCETARAM UM CAMINHO MAIS DIGNO PARA A HUMANIDADE MAS QUE POR FACTORES CONHECIDOS HISTORICAMENTE NÃO VENCERAM A OPOSIÇÃO DE TRAIDORES QUE ANIQUILARAM OS PROCESSOS REVOLUCIONÁRIOS COM O FITO DE SE APODERAREM DO PODER EM BENEFÍCIO PRÓPRIO.

ESTA É A BANDEIRA, A ÚNICA QUE REPRESENTA A LUTA DOS LEVANTADOS DO CHÃO, DOS OPRIMIDOS, DOS QUE TÊM A CORAGEM DE AFRONTAR O FASCISMO E O IMPERIALISMO


António Garrochinho
09
Dez17

MAS AFINAL QUEM SÃO OS AMIGOS, OS CAMARADAS ?

António Garrochinho

EU SEI QUEM SÃO !

SÃO OS QUE SÃO FRONTAIS.


SÃO OS QUE SÃO HONESTOS NAS SUAS ANÁLISES E NÃO NOS QUEREM INCUTIR SOMENTE AS SUAS IDEIAS, A SUA VISÃO ELITISTA , A SUA PREFERÊNCIA POR QUEM DIZ E POR QUEM ESCREVE MAS QUE NA REALIDADE NÃO SE TRADUZ NA ACÇÃO, A IDOLATRIA, A ESTRATÉGIA DEFINIDA SEM A PREOCUPAÇÃO DA UNIDADE, BORRIFANDO-SE PARA A OPINIÃO DE OUTROS.

OS QUE NÃO CUMPREM ESTAS REGRAS, ESTES POSICIONAMENTOS SÃO COMUNISTAS ? SÃO AMIGOS, SÃO CAMARADAS ?

OS AMIGOS E OS CAMARADAS SÃO OS QUE TÊM OS PÉS ASSENTES NA TERRA E NÃO NOS ILUDEM COM CARNEIRISMOS DESPROPOSITADOS COM ROMANTISMOS FLORISTAS, DESPIDOS DE REALIDADE.

OS AMIGOS E OS CAMARADAS SÃO OS QUE NA PRÁTICA AGEM DE ACORDO COM A REALIDADE QUE SE VIVE NO PORTUGAL DE HOJE, OS QUE SALUTARMENTE SÃO TRANSPARENTES E EXPLICAM ÀS MASSAS, AOS COMPANHEIROS DE TRABALHO, AOS QUE VIVEM NA SUA TERRA, AOS QUE SÃO AMIGOS VIRTUAIS NAS REDES SOCIAIS E TÊM A PREOCUPAÇÃO COMUM DE UNIR TODOS, OS QUE AINDA NÃO DESPERTARAM, OS QUE SÃO ENGANADOS E EXPLORADOS, OS QUE ANDAM DESILUDIDOS COM A POLITICA TRAPALHONA DESTAS QUATRO DÉCADAS.

TODOS SABEMOS MUITO, TODOS UNIDOS TEMOS FORÇA E DESILUDAM-SE AQUELES QUE PENSAM E PRATICAM A POLÍTICA DOS GRUPINHOS, A BAJULAÇÃO PEQUENO BURGUESA ONDE SE FALA MUITO MAS ONDE NADA SE FAZ E NADA SE INOVA.

A FORÇA ESTEVE E ESTÁ SEMPRE NA BASE, NOS QUE VERDADEIRAMENTE JÁ FORAM VÍTIMAS DA EXPLORAÇÃO E INEXPLICAVELMENTE AINDA O SÃO.

EMBORA HAJA QUEM NOS QUEIRA ILUDIR E ENGANAR COM NOVAS POSTURAS E NOVOS RUMOS NA MANEIRA DE SENTIR E FAZER A POLITICA, O CAMINHO É O CAMINHO DE AGIR, DE DIALOGAR LIVREMENTE, E O DE FAZER O CRIVO DOS QUE FALAM MAS NÃO AGEM DE ACORDO COM O APREGOADO.


António Garrochinho
09
Dez17

VÃO LÁ....

António Garrochinho
VÃO LÁ USURPAR A LUTA ANTI FASCISTA, A LUTA HISTÓRICA, A LUTA DOS DIAS DE HOJE CONTRA OS GATUNOS E OS NEO LIBERAIS PARA O RAIO QUE OS PARTA.

COMO PODEM OS PROTAGONISTAS DAS MAIORES INJUSTIÇAS LUTAREM CONTRA ELES PRÓPRIOS ?

ESSA TRETA VERGONHOSA DE ANUNCIAR E FAZER-SE PASSAR POR "DEMOCRATA" POR "TOLERANTE", POR "SOCIALISTA EM LIBERDADE", NADA MAIS É DO QUE A SÍFILIS, A GANGRENA, O CANCRO, A MALASEIRA, QUE CONTINUA A ALASTRAR E ACABA POR FAZER VÍTIMAS NOS QUE NÃO ABREM OS OLHOS, NÃO SE TRATAM, NÃO SE QUEREM CURAR DA IPIDEMIA DO CAPITALISMO CAMUFLADO.

AG
09
Dez17

PÃO PÃO QUEIJO QUEIJO

António Garrochinho

VAMOS MAS É CELEBRAR A AMIZADE ENTRE OS COMUNISTAS E OS QUE PENSAM DE MANEIRA HIGIÉNICA E HUMANA.

PODEMOS RESPEITAR SEMPRE OS QUE QUEREM A FELICIDADE E A JUSTIÇA SEM EXCLUSIVIDADES E AMAM O SEU IRMÃO.

EXISTE MUITO LIXO NO MUNDO A FALAR DE AMOR E LIBERDADE MAS QUE NÃO PASSA DE FALSA INTENÇÃO, AREIA PARA OS OLHOS, CINZA PARA O FOGO.

OS COMUNISTAS AINDA HOJE SÃO VÍTIMAS DE PERSEGUIÇÃO, DE MENTIRA, DE DESCRÉDITO, SÓ PELA ÚNICA RAZÃO DE NÃO ALINHAREM COM AS POLITICAS QUE DESTROEM O SER HUMANO E A SUA LIBERDADE, POR LUTAREM SEM TRÉGUAS CONTRA AS POLITICAS DE DIREITA QUE QUASE AFUNDARAM O PAÍS..

COM A "GERINGONÇA" PALAVRA CRIADA PELO REACCIONÁRIO VASCO POLIDO VALENTE UM ANTI COMUNISTA VISCERAL, MUITOS DOS XUXAS QUE ESPUMAVAM RAIVA E DIVISÃO CONTRA OS COMUNISTAS ABRANDARAM E RECONHECERAM NO PCP A SUA TRANSPARÊNCIA POLITICA, A SUA LUTA DE ONTEM E DE HOJE NA DEMOCRACIA PORTUGUESA.

MAS NÃO SE ILUDAM OS QUE NESTE INTERREGNO, NESTA ACALMIA, POR PARTE DO PS, A ACHAM VERDADEIRA.

O PS É UM PARTIDO DO PODER, UM PARTIDO MERAMENTE ELEITORALISTA E BURGUÊS. UM PARTIDO SEM BASES SIGNIFICATIVAS COM CONSCIÊNCIA DE CLASSE E PARA GOVERNAR, ALINHA EM TODAS AS TRAMOIAS E ALIANÇAS, NÃO SE PREOCUPANDO COM O SOFRIMENTO DO POVO PORTUGUÊS, PRINCIPALMENTE DOS QUE SÃO EXPLORADOS E MARGINALIZADOS INCLUSIVE PELAS PRÓPRIAS POLÍTICAS "SOCIALISTAS" DE DÉCADAS DE GOVERNAÇÃO..

O QUE CONTA PARA OS FALSOS SOCIALISTAS É A SUA CONTA BANCÁRIA, A SUA VIDA PRIVILIGEADA E NÃO O BEM ESTAR DO POVO.

SE UM DIA SE REGENERAR, (QUANDO AS GALINHAS CRIAREM DENTES) O POVO, QUE ATÉ HOJE ENGANOU, A TEMPO RECONHECERÁ A MUDANÇA E ACREDITARÁ NO QUE PROMETE MAS NUNCA CUMPRIU.


António Garrochinho

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