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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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12
Dez17

JESUS CRISTO NÃO EXISTIU – parte I

António Garrochinho



Eu sei que há um gajo(a) com 37 metros de altura que habita preferencialmente as montanhas sírias desde há muitos séculos. Eu já o vi (ou pareceu-me…). Alguém já o viu? Alguém conhece um testemunho que o ateste? O quê…, nunca ouviram o seu ulo? Olha, que maçada, o que vocês perderam. Pois, eu digo e reafirmo que assim é. Se quiserem provem que estou a mentir.

Não pensem que sou eu que tenho de fazer prova do que afirmo. Nã, nã, nã, são vocês que devem provar que estou enganado. Assim tem sido com o messias, pobre dele.

Um ossário perdido no tempo, achado em Jerusalém, tem escrito em aramaico: "Tiago, filho de José, irmão de Jesus”. «PODE SER o PRIMEIRO INDÍCIO arquelógico demonstrativo da vida terrena de Cristo. A caixa é do século I e SE for verdadeira a referência, é muito PROVÁVEL a sua veracidade, o que SERIA a mais antiga prova documental de JC fora da Bíblia.»

Perante este embuste aflitivo, o que lhe parece a si?
1 – Que a pedra PODE ser, mas não é um indício.
2 – Que sendo o PRIMEIRO, não existe OUTRO indício além desse!
3 – Que um INDÍCIO não é um argumento provável.
4 – As palavras “se”, “provável” e “seria” nada trazem de verdade histórica.
5 – Se não é verdade, é mentira...

Não há nenhum indício da História quanto à existência de Cristo. Pegue-se, por exemplo, na carochinha do santo sudário tão bem conhecida. Quando o pano foi, finalmente, submetido ao teste do Carbono 14, a treta veio por ali abaixo. Pertencia ao século XV, além de já ser o 3º que aparece como o “tal”.

Filon de Alexandria, Plínio, Séneca ou Tácito, etc, etc, viveram no divino século I e foram todos estudiosos das questões religiosas do seu tempo. Ninguém citou Jesus! O Sinédrio de Jerusalém ignora-o, assim como nos anais do imperador Tibério. Nem Pilatos lhe passa “cartuxo”. Há imensos documentos de época à guarda de museus e bibliotecas, ninguém menciona o homem(?).

Pedro, acima de todos, mas também Tomé, Tiago e Lucas, nem uma palavrinha deixaram escrita para comprovar algum feito do mestre(?).

A Ciência moderna munida de altíssima tecnologia, como o uso de isótopos radio-activos e rádio-carbónicos deram por falsos TODOS os documentos apresentados pela igreja. São falsificações!

Flávio Josefo, nascido em 37 d.C., escreveu activamente até ao ano 93 sobre inúmeras manifestações religiosas e messiânicas, mas nada anotou sobre Jesus Cristo.

Justo de Tiberíades escreveu sobre a história dos judeus de Moisés até ao ano 50, mas não escreveu uma única linha sobre Jesus.

O já citado Filon de Alexandria, célebre judeu e estudioso, escreveu sobre o cônsul Pilatos mas não fez nenhuma referência a um suposto julgamento de JC que o malandro do Pilatos teria ordenado. Sobre os apóstolos e Maria, nem uma só linha lhes é dedicado.


Guilherme Antunes in facebook

12
Dez17

ORA VEJAM O ANTRO - Notáveis do bloco central dominam cargos da Raríssimas

António Garrochinho



Leonor Beleza, Graça Carvalho, 

Roberto Carneiro, Maria de Belém 

 Paulo Pitta e Cunha são alguns dos nomes que integram 

os órgãos da instituição ex-ministros, banqueiros, académicos, 

consultores de comunicação. 

Os órgãos sociais da Raríssimas – Associação Nacional 

de Deficiências Mentais e Raras, especialmente os não 

executivos, são dominados por grandes figuras das últimas 

décadas do regime português, quase todas pertencentes 

(ou próximas) do chamado "centrão" político.









O Conselho Consultivo da instituição, que está sob investigação por a sua presidente, Paula Brito da Costa, ter alegadamente utilizado de forma indevida dinheiro em gastos pessoais, é o exemplo mais vincado: é presidido por Leonor Beleza, ministra da Saúde de Cavaco Silva e presidente da Fundação Champalimaud, e integra personalidades como a ex-candidata presidencial e ministra da Saúde de António Guterres, Maria de Belém Roseira, o ex-ministro da Educação de Cavaco, Roberto Carneiro, a ministra da Ciência e do Ensino Superior de Durão Barroso e Pedro Santana Lopes, Graça Carvalho.

chairman do BPI, Fernando Ulrich, também faz parte daquele órgão, tal como o consultor de comunicação António Cunha Vaz, o professor universitário Pedro Pita Barros, o antigo administrador da Agência Europeia do Medicamento, ex-director executivo da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) e actual vice-presidente do Infarmed Rui Santos Ivo, a ex-presidente da Fundação Calouste Gulbenkian Isabel Mota, ou o advogado Francisco Sá Carneiro.

Sendo um órgão que actua junto da Direcção, de acordo com os estatutos da Raríssimas, o Conselho Consultivo é composto por "pessoas de reputada competência, com actuação nos diversos sectores da sociedade" e cabe-lhe emitir pareceres sobre os projectos e actividades da instituição, sempre que a Direcção o solicite, e ainda fazer recomendações sobre acções promovidas ou apoiadas pela Raríssimas.

No entanto, as caras conhecidas não ficam por aí. O Conselho Fiscal, órgão que tem por missão examinar as contas, é liderado por António da Trindade Nunes, presidente do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa, ao passo que Paulo Pitta e Cunha, professor catedrático especialista em várias áreas do direito e ex-deputado do PSD, preside à Assembleia Geral, à qual compete aprovar ou chumbar os orçamentos da instituição, assim como os relatórios de contas anuais.

Recorde-se que o jornal Público tinha noticiado esta segunda-feira que o actual ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, tinha desempenhado a função de vice-presidente da Assembleia Geral entre 2013 e 2015, ano em que foi chamado por António Costa para desempenhar funções governamentais.


www.sabado.pt
12
Dez17

PCP: caso Raríssimas prova que responsabilidades do Estado não devem ser “transferidas para terceiros”

António Garrochinho




Numa resposta enviada ao Expresso, os comunistas asseguram que a defesa dos serviços de saúde públicos é a “melhor forma de defender os direitos dos cidadãos”

Para o PCP, o caso da Associação Raríssimas prova que a "transferência para terceiros de responsabilidades que são e devem ser assumidas pelo Estado" é prejudicial para os interesses dos cidadãos. A declaração consta de uma resposta por escrito enviada ao Expresso.
A associação, cujo objetivo passa por apoiar crianças com doenças raras, tem estado debaixo de fogo desde o último sábado, quando a TVI transmitiu uma reportagem que apontava para alegados desvios de fundos pela presidente, Paula Brito e Costa. Segundo a reportagem, a gestora terá usado fundos da Raríssimas em proveito próprio, por exemplo para comprar vestidos de alta-costura ou pagar despesas de deslocação fictícias.
Os comunistas defendem, na resposta enviada ao Expresso, que casos como este demonstram que a defesa dos serviços públicos, "contrariando lógicas de privatização", é a "melhor forma" de defender os direitos dos cidadãos.
Quanto à situação concreta da Raríssimas, o partido assegura que irá "intervir para garantir que haja um esclarecimento integral do que ocorreu", assim como que "sejam tomadas as medidas necessárias para garantir que a concessão e utilização de meios e apoios públicos correspondam aos objectivos e fins públicos a que se destinam", embora sem especificar quais serão essas medidas.




expresso.sapo.pt
12
Dez17

HISTÓRIA DOS SURDOS

António Garrochinho

            

 Imagem
                                             HELLEN ADAMS KELLER    E    ANNE SULLIVAN  MACY

                                                           


Ao pesquisarmos a trajetória da comunidade surda espalhada pelo mundo, verificamos o quanto os surdos sofreram segregação, perseguição, exclusão e em alguns lugares perderam o direito de viver. Simplesmente por serem diferentes da maioria (normal/ouvinte). Da mesma forma, na atualidade comunidades tidas como inferiores, foram e ainda são tratadas com desprezo, vivendo à margem da sociedade.  Ao analisarmos na atualidade os programas de inclusão social, implantados por Leis e Decretos, se observa certa lentidão em serem postos em prática, ora por má vontade, geralmente das políticas públicas, ora dos gestores educacionais. Sem citar o etnocentrismo incoerente vigente em nossa sociedade.  Apesar de estarmos em plena era da globalização, onde a determinação do cumprimento dos direitos humanos e uma vivência democrática estejam sacramentadas pela ONU, não se cumprem na totalidade em nosso dia a dia. 

A autora Perlin (2004, p.80) cita: “As narrativas surdas constantes à luz do dia estão cheias de exclusão, de opressão, de estereótipos”.

Somente a partir do século XVI é que surgem os primeiros educadores, preocupados em provar uma filosofia adequada e condizente, frente à natureza diferente da comunidade surda, e em consonância com suas aspirações de liberdade em se comunicarem com sua língua materna e natural – a língua de sinais.

Esta preocupação educacional de surdos deu lugar às aparições de numerosos professores que desenvolveram, simultaneamente, seus trabalhos com os sujeitos surdos e de maneira  independente, em diferentes  lugares  da Europa.  Havia professores que se abocavam na tarefa de comprovar a veracidade da aprendizagem dos sujeitos surdos ao usar a língua de sinais e o alfabeto manual e em muitos lugares havia professores surdos (STROBEL, 2006, p. 248).

No antigo Egito as pessoas surdas, recebiam adoração similar aos deuses locais, e faziam a mediação entre os deuses e os Faraós, obtendo assim grande admiração, sendo temidos e respeitados. (CARVALHO, 2007).       

Na nação hebreia, no Pentateuco, a Lei Hebraica faz referência aos surdos e cegos, sendo protegidos e tidos como cidadãos.  Já os chineses lançavam as crianças surdas ao mar. Os gauleses sacrificavam aos seus deuses Teutates. Na Grécia os surdos eram considerados como indivíduos incapazes. Aristóteles ensinava que os surdos por não terem linguagem, seriam incapazes de raciocinar. Em Esparta jogavam os recém-nascidos surdos do alto dos rochedos. Sêneca afirmava: “Matam-se cães quando estão com raiva; exterminam-se touros bravios; cortam-se as cabeças das ovelhas enfermas para que as demais não sejam contaminadas; matamos os fetos e os recém-nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos afogamo-los, não devido ao ódio, mas a razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis”.          Os Romanos consideram os surdos imperfeitos, sem direito a cidadania. Não tinham o direito de celebrar contratos, elaborar testamentos e ate de possuir propriedades ou reclamar heranças. Exceto aos surdos que conseguiam falar. (CARVALHO, 2007).      

Em Constantinopla os surdos eram tratados segundo os mesmos princípios dos Romanos. Embora realizando algumas tarefas, tais como: o serviço de corte, como pajens das mulheres, bobos da corte, serviços braçais. A Igreja da Idade Media, acreditava que os surdos não teriam salvação. Fato evidenciado por não proferirem os sacramentos.

O primeiro registro que temos de um surdo sendo ensinado a falar ocorreu em 700 D.C através de John Beverley considerado o primeiro educador de surdos.

No Renascimento com o advento da “razão”, os deficientes conquistam alguns direitos. (CARVALHO, 2007).  

Pedro Ponce de Leon, monge beneditino nascido na Espanha (1520 – 1584), era o educador dos filhos surdos dos nobres.  Desenvolve o alfabeto manual. Funda em Madri a primeira Escola para Surdos. Ponce é considerado o “Pai da Educação dos Surdos” (MOURA, LODI, HARRISON, 1997).

A Revista edição 08-1 da Editora Arara Azul apresenta um Artigo: Educação e Surdez: Um Resgate Histórico pela Trajetória Educacional dos Surdos no Brasil e no Mundo.  (KATIA REGINA CONRAD LOURENÇO e ELENI BARANI).
“Ponce constituiu uma escola para Surdos em seu próprio monastério. Utilizava, para educar seus alunos, um alfabeto bi-manual – utilizando ambas as mãos – e alguns sinais simples. No entanto, Gomes (2008, p.9) afirma que “Dessa forma, com o alfabeto bi-manual o estudante aprendia a soletrar, letra por letra, qualquer palavra, mas não a se comunicar”.
http://editora-arara-azul.com.br/site/edicao/53  acesso 10/12/2015.

Juan Pablo Bonet, utilizando o trabalho de Leon, escreveu sobre as maneiras de ensinar os surdos. Por meio do alfabeto manual, os ensinava a ler e a falar. Porem Bonet não permitia o uso da língua gestual, utilizando o método oral. (JANNUZZI, 2004), relata acerca do trabalho de Bonet:

“A linguagem visível, na forma de alfabeto visual, foi publicada por Juan Pablo Bonet, em 1620, no livro Reducción de las letras y arte de enseñar a hablar a los mudos, este explicava como exercitar o educando para a emissão dos sons.”

John Bulwer médico inglês afirmava que a língua gestual deveria ser usada como o principal método na educação. O primeiro a desenvolver uma metodologia de comunicação com os surdos. Publicou vários livros, atestando o uso de gestos. No início do século XVI o médico italiano Gerolamo Cardano (1501 – 1576), Afirmava que a escrita poderia representar os sons da fala, ou ideias do pensamento, sendo assim, o surdo (mudez) não impedia o acesso ao conhecimento. Em seu tempo atuava de forma totalmente contraria aos médicos. Procurou desenvolver e estudar uma metodologia para a educação dos surdos. Em 1579, Rosselius escreveu Theasaurus, que seria um alfabeto manual italiano. (SOARES, 1999).

John Wallis (1616 – 1703) Após varias tentativas de oralização dos surdos, desistiu dessa metodologia e partiu para o ensino da escrita. Mas para tal façanha, utilizava os gestos na comunicação. Escreveu o livro Da Fala ou da Formação dos Sons da Fala (1698), sua publicação inaugurou os estudos do desenvolvimento oral, que alavancou a fonoaudiologia atual.

George Dalgarno desenvolveu a dactilologia, sistema inovador.           Konrah Amman era ardoroso defensor da leitura labial. Para ele os surdos que não falassem não eram considerados humanos. Amman não utilizava a língua gestual. Para o educador os gestos atrofiavam a mente dos surdos. Porem, em seu método de ensino concebia o uso dos gestos, para atingir a oralidade. (SOARES, 1999).

Charles Michel de L`Epée nascido em 1712, reconheceu que a língua gestual fazia parte da vida dos surdos. L`Epée contribui grandemente para a comunidade surda criando uma filosofia manualista  e oralista. Segundo GREMION (1998, p.47), esta seria a primeira vez na história, onde a comunidade surda adquiriu o direito de se comunicarem na língua materna (língua de sinais).

•          Instituto Nacional de Surdos-Mudos em Paris. A primeira escola de surdos no mundo.

•          Reconhecimento do surdo como ser humano.

•          Reconhecimento da língua gestual como meio de comunicação.

•          Adoção do método de educação coletiva.

•          Entendeu que ensinar um surdo a falar era perda de tempo. (GOLDFELD, 1998).



O método de L’Epée originou a palavra gestualismo, pois tal abordagem usava a língua de sinais. Conforme citação de Lacerda (1998, p. 7), para L’Epée :

[...] a linguagem de sinais é concebida como a língua natural dos surdos e como veículo adequado para desenvolver o pensamento e sua comunicação. Para ele, o domínio de uma língua, oral ou gestual, é concebido como um instrumento para o sucesso de seus objetivos e não como um fim em si mesmo. Ele tinha clara a diferença entre linguagem e fala e a necessidade de um desenvolvimento pleno de linguagem para o desenvolvimento normal dos sujeitos.

Thomas Braidwood fundou uma escola para surdos, em Edimburgo. Essa foi a primeira escola da Europa que fazia a correção da fala.

Samuel Heinicke (1723 – 1790) criou as bases da filosofia do oralismo. Seu método de aprendizagem era ensinar os surdos a falar. Tal metodologia foi muito defendida no congresso de Milão em 1880. (KOJIMA; SEGALA, 2003).

Na Espanha Jacob Rodrigues Pereira (1715 – 1780) tendo uma irmã surda, inicia seus estudos sobre a surdez. Em 1744 na França da inicio a educação dos surdos.

Roch-Ambroise Cucurron Sicard (1742 – 1822), abade francês fundador da Escola de Surdos de Bordeus, em 1782. Ficou famoso pelo seu trabalho como educador dos surdos. Posteriormente se uniu a L'Epée no Instituto Nacional dos Surdos-Mudos em Paris, de 1800 até 1820 (JANNUZZI, 2004).

O francês Auguste Bébian, um ouvinte, aprendeu a Língua de Sinais no Instituto de Surdos de Paris, logo após escreveu o livro Mimographia, em 1822, tido como a primeira tentativa de transcrição da língua de sinais (GUARINELLO; MASSI; BERBERIAN, 2007).

Pierre Desloges nascido na França ficou surdo aos sete anos de idade devido à varíola. Defensor atuante da língua gestual. Também foi o primeiro escritor surdo. Em seu livro defendia que a língua gestual já existia, mesmo antes da criação das primeiras Escolas de Surdos.

Jean Marc Itard (1774 – 1830), primeiro médico francês a interessar-se pela temática da surdez e deficiências auditivas. Usavam em suas pesquisas cargas elétricas, sangramentos, perfuração de tímpanos, entre outros. Após anos de pesquisas, concluiu que a língua gestual era o método ideal na educação de surdos. Em 1821, publicou o livro Traité des maladies de l’oreille et de l’audition, no qual afirmava que o surdo poderia ser educado apenas pela fala (GUARINELLO; MASSI; BERBERIAN, 2007).

Jean Massieu foi um dos primeiros professores surdos do mundo. (Wikipédia).

Laurent Clerc surdo de origem francesa e educador acompanhou     Thomas Hopkins Gallaudet, educador ouvinte, aos EUA, onde fundaram uma escola para surdos, em abril de 1817, a Escola de Harford.  Gallaudet instituiu a Língua Gestual Americana na escola. Usando o inglês escrito e o alfabeto manual em sua metodologia. Já em 1830 existiam nos EUA cerca de 30 Escolas para Surdos. (Wikipédia).

Edward Miner Gallaudet, filho de Thomas Gallaudet deu continuidade ao trabalho de seu pai. Conseguindo reconhecimento das autoridades americanas no estatuto do Instituto de Columbia a colégio. Esse colégio veio em 1857, a tornar-se Universidade Gallaudet. Onde por 40 anos a presidiu. (GOLDFELD, 1998).

Em fins de l830 ocorre uma grande mobilização da comunidade surda na França. Ferdnand Berthier, líder do movimento Surdo, escreve ao rei Luis Filipe pedindo que Bebian ex-diretor do Instituto Nacional de Surdos-Mudos fosse readmitido. Em face de ser defensor do método gestual. Nesse período existia uma ferrenha luta. Um pelo método oralista e outros pelo método gestualista. Nessa época quase todas as escolas da França usavam o método de Bebian na educação dos surdos. (Wikipédia).

Em 1834 um comitê de dez membros surdos sob a liderança de Berthier organizou um banquete em honra do abade de L`Epée. Com o tempo estes banquetes realizados anualmente, tornaram-se festivais de Língua Gestual.

Em 1838 foi fundada a Sociedade Central de Assistência e Educação de Surdos-Mudos. Sendo a primeira no mundo. (Wikipédia).

Antes do Congresso de l880 na Europa havia duas tendências distintas na educação dos surdos. O gestualismo ou método francês e o oralismo ou método alemão. Alexander Graham Bell (1847 - 1922), inventor do telefone e do aparelho audiométrico nos EUA era um ardente propagandista do método oralista e totalmente contrário à língua de sinais (KOGIMA E SEGALA, 2003).

Em 1883 o padre Bonhomme, funda a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Calvário, na França, inicia um trabalho cuidando de crianças pobres, deficientes, enfermos, idosos e posteriormente de pessoas surdas. (Pastoral dos Surdos, 2006).

Em 1872 ocorre em Veneza um congresso decidindo o seguinte:

•          O meio humano para a comunicação do pensamento é a língua oral;

•          Se orientados os surdos leem os lábios e falam;

•          A língua oral tem vantagens para o desenvolvimento do intelecto, da moral e da linguística. 

O Congresso de Milão em 1880 no período de 06 a 11 de setembro, contou com a participação de 182 pessoas, sendo a maioria de ouvintes. Estiveram presentes os seguintes países: Alemanha, Bélgica, Canadá, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Suécia e Rússia. (SILVA et. al, 2006). Segundo Skliar (1997, p. 109), as resoluções adotadas durante o Congresso dividiram a história educacional da comunidade surda em dois períodos:

Um período prévio, que vai desde meados do século XVIII até a primeira metade do século XIX, quando eram comuns as experiências educativas por intermédio da Língua de Sinais, e outro posterior, que vai de 1880, até nossos dias, de predomínio absoluto de uma única 'equação', segundo a qual a educação dos surdos se reduz à língua oral.

Foi um marco trágico para a comunidade surda no mundo inteiro. Um profundo retrocesso à educação dos surdos.   A comissão do congresso era unicamente de ouvintes. Os surdos não tiveram direito a defesa. Total manifestação de segregação e autoritarismo. Em face da imposição do método oralista, os surdos ficaram proibidos de se comunicarem através da gestualidade. Perdurando esse método do oralismo durante fins do século XIX e grande parte do século XX.

O Congresso durou três dias e foram votadas oito resoluções. O uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos, deve se preferir à língua gestual;

1.         O uso da língua gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos, afeta a fala, a leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura deve ser preferida;

2.         Os governos devem tomar medidas para que todos os surdos recebam educação;

3.         O método mais apropriado para os surdos se apropriarem da fala é o método intuitivo (primeiro a fala depois a escrita); a gramática deve ser ensinada através de exemplos práticos, com a maior clareza possível; devem ser facultados aos surdos livros com palavras e formas de linguagem conhecidas pelo surdo;

4.         Os educadores de surdos, do método oralista, devem aplicar-se na elaboração de obras específicas desta matéria;

5.         Os surdos, depois de terminado o seu ensino oralista, não esqueceram o conhecimento adquirido, devendo, por isso, usar a língua oral na conversação com pessoas falantes, já que a fala se desenvolve com a prática;

6.         A idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre os 8-10 anos, sendo que a criança deve permanecer na escola um mínimo de 7-8 anos; nenhum educador de surdos deve ter mais de 10 alunos em simultâneo;

7.         Com o objetivo de se implementar, com urgência, o método oralista, devia ser reunido às crianças surdas recém-admitidas nas escolas, onde deveriam ser instruídas através da fala; essas mesmas crianças deveriam estar separadas das crianças mais avançadas, que já haviam recebido educação gestual, a fim de que não fossem contaminadas; os alunos antigos também deveriam ser ensinados segundo este novo sistema oral.


mirandalibrassemfronteiras.weebly.com
12
Dez17

DUTERTE O MONSTRO ASSASSINO

António Garrochinho


ASSIM VAI O MUNDO CÃO.
DUTERTE O MONSTRO ASSASSINO
QUANDO UM ASSASSINO QUE JÁ CONFESSOU PUBLICAMENTE TER COMETIDO ASSASSINATOS COM AS PRÓPRIAS MÃOS FORA OS QUE MANDOU ASSASSINAR DECIDE QUE OS COMUNISTAS NAS FILIPINAS A PARTIR DE AGORA SÃO CONSIDERADOS TERRORISTAS.
AINDA HÁ "DEMOCRATAS" QUE DÃO COBERTURA E APOIAM ESTA BESTA.
12
Dez17

A ORIGEM DA SEGREGAÇÃO RACIAL NOS ESTADOS UNIDOS

António Garrochinho


A segregação racial nos Estados Unidos teve início após a Guerra Civil e a consequente abolição do regime escravista no Sul do país, na segunda metade do século XIX.

Segregação racial nos Estados Unidos 
Manifestação pelos direitos civis dos negros nos EUA

O que é segregação racial?
segregação racial, no contexto da Idade Contemporânea, pode ser definida como um tipo de política de Estado que tem por objetivo separar indivíduos ou grupos de indivíduos de uma mesma sociedade por meio de critérios raciais (ou étnicos). Esse tipo de medida passou a ser executado a partir do fim do século XIX e teve forte vigor no século XX, em países como a Alemanha nazista, com o antissemitismo, a África do Sul, com o apartheid, e os Estados Unidos da América.
  • Formação dos EUA: diferenças básicas entre Sul e Norte
Para compreendermos a questão da segregação racial nos Estados Unidos, é necessário que relembremos um pouco do processo de formação desse país.
Sabemos que os EUA foram formados, inicialmente, por colonos ingleses, que deram origem às chamadas Treze Colônias na costa Leste do país. No entanto, as colônias do Sul tiveram um desenvolvimento diferente daquelas do Norte. Enquanto no Norte houve o modelo da pequena propriedade privada, do trabalho livre e assalariado e do desenvolvimento da indústria, no Sul prevaleceu o modelo da grande propriedade de terras e da monocultura (que caracteriza a chamada plantation). Nesse modelo, ao contrário do que vigorou no Norte, assentou-se o uso do trabalho escravo, mais precisamente de escravos negros do continente africano.
Sendo assim, durante o período em que predominou a escravidão no Sul dos EUA, os negros escravos eram, assim como no Brasil e em outras partes do mundo à época, considerados mercadoria de seus donos e não indivíduos portadores de direitos.
  • Guerra Civil e implantação de políticas segregacionistas no Sul
Essa situação só teve fim, evidentemente, com o término do modelo econômico escravocrata no Sul. O término veio com a Guerra Civil, fato que transcorreu entre os anos de 1861 e 1865. Na Guerra Civil Americana, entraram em conflito os estados do Norte, ou União, comandados pelo então presidente Abraham Lincoln, e os autoproclamados Estados Confederados do Sul, que pretendiam fundar uma confederação separatista. A guerra terminou com a vitória do Norte, que resultou na imediata abolição da escravatura.
Após a guerra, deu-se início a um processo de reconstrução do país e reincorporação dos estados do Sul ao restante do país. Nesse período, que corresponde aos anos finais da década de 1860, apareceram as primeiras tentativas de implementação das políticas segregacionistas. A muitos cidadãos brancos sulistas era inaceitável que os negros, recém-libertos, tivessem os mesmos direitos e ocupassem os mesmos espaços que eles. No mesmo ano em que terminou a guerra (1865), por exemplo, foi formada a seita Ku Klux Klan por um ex-combatente das tropas sulistas, chamado de Nathan Bedford Forrest. A polícia da União sufocou os primeiros focos de ação violenta da Klan contra os negros. Todavia, no início do século XX, a seita voltaria com muita força e milhares de adeptos.
Sobre o processo de implantação das leis segregacionistas nos EUA, o historiador Leandro Karnal diz o seguinte:
Leis de segregação racial haviam feito breve aparição durante a reconstrução, mas desapareceram até 1868. Ressurgiram no governo de Grant, a começar pelo Tennesse, em 1870: lá, os sulistas brancos promulgaram leis contra o casamento inter-racial. Cinco anos mais tarde, o Tennessee adotou a primeira Lei Jim Crow e o resto do sul o seguiu rapidamente. O termo “Jim Crow”, nascido de uma música popular, referia-se a toda lei (foram dezenas) que seguisse o princípio “separados, mas iguais”, estabelecendo afastamento entre negros e brancos nos trens, estações ferroviárias, cais, hotéis, barbearias, restaurantes, teatros, entre outros. Em 1885, a maior parte das escolas sulistas também foram divididas em instituições para brancos e outras para negros. Houve “leis Jim Crow” por todo o sul. Apenas nas décadas de 1950 e 1960 a suprema Corte derrubaria a ideia de “separados, mas iguais”. 
Os entraves sociais provocados pelas leis de segregação racial nos EUA e o virulento racismo delas decorrente só começariam, de fato, a ser ao menos parcialmente resolvidos como os movimentos de luta pelos direitos civis dos negros. Um dos líderes desses movimentos tornou-se símbolo dessa luta: Martin Luther King Jr. 

mundoeducacao.bol.uol.com.br
12
Dez17

SER CRIANÇA NO INÍCIO DO SÉCULO XX NÃO ERA NADA FÁCIL

António Garrochinho

Até finais do século XIX, a ideia de que as crianças tivessem algum tipo de direitos era praticamente inexistente. Uma das primeiras manifestações, neste sentido, foi a realizada por Kate Wiggin em "Children's Rights" em 1892, mas os pequenos tiveram que esperar até 1948, ano no qual a Organização das Nações Unidas aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde estes direitos foram reconhecidos de maneira detalhada e implícita.

Ser criança no início do Século XX não era nada fácil 01
Mas devemos viajar a 1959, quando começaram a preparar uma nova declaração de direitos, específicos para as crianças, assinado em 1989 na Convenção sobre os Direitos das Crianças na ONU.
Ser criança no início do Século XX não era nada fácil 02
A maioria das crianças mostradas nestas fotos, salvo fossem filhos de pais abastados, trabalhavam em serviços gerais durante quatro horas, a cada dia, antes de ir à escola. Nos sábados seu horário de trabalho começava as 4 da manhã e prosseguia sem interrupção até o meio dia. No domingo, como ninguém é de ferro, descansavam.
Ser criança no início do Século XX não era nada fácil 03
Hoje, crianças mimadas exigem tênis e roupas de marca que custam os olhos da cara. Naquela época, a maioria pisava o chão e vestia roupas feitas de sacos. Muitas crianças andavam o dia todo descalço, sobretudo nas áreas rurais. Muitos foram conhecer o primeiro calçado quando já abandonavam a adolescência para entrar na idade adulta. Nas regiões de neve, as crianças tinham apenas um sapato que devia durar o ano todo.
Ser criança no início do Século XX não era nada fácil 04
Também não era incomum ver
crianças fumando, principalmente os jornaleiros que eram viciados e tinham o costume de ficar fumando em frente da porta da sucursal do jornal que distribuíam.
Ser criança no início do Século XX não era nada fácil 05
As opções de lazer eram poucas e quando existiam acabavam invadidas por adultos também ávidos em se divertir. Sorvete? Picolé? Nem pensar, nas épocas de calor os pequenos lambiam grandes blocos de gelo.
Ser criança no início do Século XX não era nada fácil 06
Alguns trabalhos eram muito duros e faziam mal a saúde e ao corpo. Era comum chegarem ao fim do dia com cortes nas mãos e dedos lacerados. Tudo isso para chegar ao fim do dia e receber al em torno de 60 centavos de dólar ao dia. Os donos de minas não pagavam um salários que permitisse às famílias viver acima do nível de pobreza.
Ser criança no início do Século XX não era nada fácil 07
O incrível é que com toda esta dureza, as crianças ainda guardavam candura alegria e disposição para brincar e correr atrás de uma bola.
Ser criança no início do Século XX não era nada fácil 08
O aspecto bacana de vermos fotos com conteúdo histórico como este é refletir que, apesar de alguns percalços e transtornos que tenhamos passado uma e oura vez em nossa infância, em comparação com estes garotos vivemos um paraíso.
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Dez17

CRIMES CONTRA A HUMANIDADE

António Garrochinho

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Esse ódio é direcionado contra nações, grupos religiosos ou étnicos. Triste. E o pior: eles continuam rolando. No século 21, Darfur, Nigéria e Sudão do Sul, entre outros, sofreram com esse mal. Veja os piores massacres do mundo nos últimos 150 anos.
Hererós e Namaquas
QUANDO – 1904-1907
VÍTIMAS – 65 mil hererós e 10 mil namaquas
AUTOR DO CRIME – Alemanha
Foi o primeiro genocídio do século 20, na região onde hoje fica a Namíbia. Os poucos que não foram expulsos para o deserto de Kalahari acabaram nos campos de concentração, identificados por números e obrigados a trabalhar até a morte. Metade dos namaquas e 80% dos hererós foram mortos (os judeus perderam cerca de 35% de seu povo durante o massacre nazista). Um século depois, os alemães pediram desculpas, mas não ofereceram nenhuma compensação.
CRUELDADE – Os alemães ainda envenenavam os poços pelo deserto. Anos depois, ossadas foram achadas em buracos – as pessoas cavavam com as próprias mãos em busca de água.
Terror no Timor Leste
QUANDO – 1975-1999
VÍTIMAS – 150 mil timorenses
AUTOR DO CRIME – Indonésia
Quando essa ex-colônia portuguesa no sudeste da Ásia foi ocupada pela Indonésia, experimentou o inferno: plantações foram queimadas com napalm e seus reservatórios de água foram envenenados. E cerca de 20 mil pessoas “desapareceram”. Mesmo em protestos pacíficos a repressão era brutal. Em 1991, 400 estudantes foram fuzilados em um cemitério por causa de uma passeata, diante de jornalistas do mundo inteiro.
CRUELDADE – Em 1999, antes de sair do Timor, milícias indonésias mataram 61 pessoas que estavam escondidas numa igreja. A atrocidade ficou conhecida como Massacre de Liquiçá.
Crueldade na Bósnia
QUANDO – 1992-1995
VÍTIMAS – 200 mil bósnios mortos, 2 milhões de refugiados
AUTOR DO CRIME – Milícias e exército sérvio
Quando a antiga Iugoslávia se separou em vários Estados, os sérvios tentaram abocanhar o máximo de território. Quem mais sofreu foram os bósnios. Discriminados por serem muçulmanos, milhares foram executados e enterrados em valas comuns, enquanto a Europa e os EUA só assistiam. Em Srebrenica, milícias sérvias, no nariz das tropas da ONU, mataram 8 mil homens entre 12 e 60 anos.
CRUELDADE – Cerca de 40 mil mulheres bósnias foram sistematicamente estupradas. E quando engravidavam eram obrigadas a dar à luz.
A revolta Circassiana
QUANDO – Últimas décadas do século 19
VÍTIMAS – 400 mil circassianos mortos, 1,2 milhão de exilados
Império Russo
Por volta de 1860, os russos estavam terminando de dominar o Cáucaso e a região da Chechênia. Mas no seu caminho estavam os circassianos, povos muçulmanos. Foi quando o general Yevdokimov teve a brilhante idéia de “convidar” (leia-se obrigar) os nativos a se mudar para o vizinho Império Otomano. Para garantir que os montanheses fossem realmente embora, os soldados destruíram aldeia por aldeia.
CRUELDADE – A limpeza étnica foi tão completa que hoje ninguém mais na região do Cáucaso fala os idiomas dos povos circassianos.
Porajmos, a caçada aos ciganos
QUANDO – 1939-1945
VÍTIMAS – 500 mil romanis (ciganos)
AUTOR DO CRIME – Nazistas
Quando os nazistas chegavam aos acampamentos ciganos, matavam sem dó. Muitas vezes, eles nem faziam a seleção na chegada aos campos de concentração – acabavam com todos. Até hoje, os 500 mil ciganos mortos (na proporção, um grupo tão grande quanto o de judeus assassinados na Segunda Guerra) são pouco lembrados.
CRUELDADE – Um dos casos mais macabros do médico nazista Josef Mengele é o dos gêmeos ciganos Guido e Ina, costurados um ao outro, pelas costas, como siameses. A mãe matou os dois com morfina para terminar com o sofrimento.
Massacre em Ruanda
QUANDO – Abril de 1994
VÍTIMAS – 700 mil tútsis mortos e 200 mil refugiados; centenas de hutus mortos
AUTOR DO CRIME – Milícias hÚtus
Durante cem dias, milícias hutus promoveram um banho de sangue nesse pequeno país africano, na tentativa de exterminar os tútsis, outro grupo étnico. Além da barbárie, o que mais chocou o mundo foi a posição passiva da ONU e das grandes potências, que assistiram à carnificina sem intervir. Ao final, guerrilheiros tútsis tomaram o país. Aí, foi a vez de 2 milhões de hutus, com medo de vingança, deixarem a região.
CRUELDADE – A principal arma usada para matar os tútsis eram as machetes (facões). Milhares delas foram importadas da China meses antes, num ato calculado de preparação.
 Morte em massa na Armênia
QUANDO – 1915-1917
VÍTIMAS – 1,5 milhão de armênios mortos, 500 mil deportados
AUTOR DO CRIME – Turcos otomanos
Na Primeira Guerra, acusados de traição e de conluio com os russos, 2 milhões de armênios foram obrigados a deixar suas casas e marchar até uma região desértica próxima da Síria, onde eram deixados para morrer. É considerado o primeiro genocídio moderno em larga escala, feito de forma organizada (serviu de inspiração para Hitler, que sempre o citava como exemplo). Até hoje, a Turquia nega o massacre.
CRUELDADE – Quem “escoltava” os armênios até o deserto eram grupos paramilitares formados por ex-presidiários, que estupravam, roubavam e matavam os exilados durante a jornada.

Holocausto judeu
QUANDO – 1939-1945
VÍTIMAS – 6 milhões de judeus
AUTOR DO CRIME – Nazistas
Além da quantidade, o mais assustador foi a forma quase industrial como os judeus foram massacrados. No auge dos campos de concentração, as roupas, dentes, cabelos e até os cadáveres eram reaproveitados pelos nazistas. Homens mais fortes trabalhavam até a morte, os “improdutivos” iam direto para as câmaras de gás e outros eram simplesmente executados (calcula-se em 1,4 milhão) em operações de “limpeza”.
CRUELDADE – O massacre também se deu de outras formas. Cerca de 800 mil judeus morreram de febre tifóide, desnutrição e outras doenças ao ficarem confinados nos chamados guetos.


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Dez17

Balzac: o autor favorito de Marx chega ao século XXI

António Garrochinho

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A história do adjetivo balzaquiana – qualificativo para as mulheres que chegam aos 30 anos de idade – é no mínimo estranha e baseia-se num aparente equívoco. A leitura da Comédia Humana demonstra que as balzaquianas são exceção na obra de Honoré de Balzac (Tours, 20 de maio de 1799 — Paris, 18 de agosto de 1850). As mulheres mais utilizadas nos romances de Balzac são as jovenzinhas e as tias velhas, raramente as mulheres de 30 anos. O termo originou-se a a partir de apenas um livro de Balzac, A Mulher de 30 Anos. Trata-se de um de seus piores romances. O autor, que se caracterizou por criar um minucioso mundo de personagens que apareciam e reapareciam em vários romances em diferentes fases de suas vidas, que foi o construtor de todo um mundo que sob o grande guarda-chuva da Comédia Humana, o criador de personagens e tramas extremamente completos e complexos, escreveu, em A Mulher de 30 Anos, uma história frouxa, desarticulada e meio sem pé nem cabeça. Ruim mesmo. Balzac devia estar apressado e premido por dívidas, o que frequentemente lhe acontecia. Apesar disto, o título do pequeno livro inspirou os brasileiros a criarem o termo “balzaquiana”, que só existe em nosso país.
Na época de Balzac e mesmo depois, a idade de 30 anos era um turning point decisivo para as mulheres. Quando aproximavam-se do precipício da quarta década, elas ou estavam caindo fora do mercado casamenteiro para tornarem-se tias – tolerados fracassos sociais – ou, se estivessem vivendo casamentos infelizes, estariam perplexas ante o irremediável, como a personagem de Balzac.
A capa de um dos 17 volumes da edição original da Globo
A capa de um dos 17 volumes da edição original da Globo
No século XXI, os romances de Balzac seguem recebendo novas traduções e edições como talvez apenas Dostoiévski e Tolstói. Ao menos no Brasil, a “culpa” inicial possivelmente deva ser atribuída ao monumental trabalho realizado por Paulo Rónai nos anos 50, que fezo trabalho de organização, revisão, anotação, introdução e comentários dos romances de A Comédia Humana, publicada pela Editora Globo entre 1946 e 1955. São 17 alentados volumes com 88 romances. Dentre estes, memoráveis obras-primas e outros, como A Mulher de 30 anos, são “romances de mero divertimento, escritos às pressas para ganhar dinheiro”, como disse Otto Maria Carpeaux.
Eu adoro os inícios dos romances de Balzac. Eles começavam com uma calma e elegante apresentação dos personagens. O texto avançava e nos açambarcava, pois já trazia os conflitos grudados a cada um dos personagens como parasitas. Honoré de Balzac viveu apenas 51 anos e foi prolífico como poucos. É considerado o fundador do realismo na literatura moderna, mas é bem mais do que isso: é o autor clássico por excelência, um dos que solidificaram a popular forma do romance do século XIX. E ele conseguiu isto demonstrando sistematicamente como se fazer romances realistas realmente envolventes, grudentos. Como disse, o esquema é simples mas complicado de imitar. Uma apresentação dos personagens e do contexto social – Balzac era um gênio em fazer isso sem ser maçante, caracterizando cada um dos protagonistas com amor e ironia, sem deixar de fazer considerações sociológicas nada desprezíveis –, depois vinha a construção do conflito, o clímax e o desenlace. Obviamente, o esquema não é tão simplório e havia variações, além de aguda e surpreendente análise psicológica.
Marx e Engels: dois dos maiores admiradores do escritor
Marx e Engels: dois dos maiores admiradores do escritor
Mas ainda estamos no terreno das reduções, pois o imenso painel de Balzac oferecia uma visão tão completa da sociedade francesa que Karl Marx costumava declarar que A Comédia Humana tinha sido mais importante para a sua compreensão da sociedade francesa do que os muitos tratados de economia, história e filosofia lidos por ele. A mesma opinião era partilhada por Friedrich Engels, que afirmou ter aprendido com Balzac “mais do que aprendi com todos os historiadores, economistas e estatísticos profissionais do período”. O monumental romance As Ilusões Perdidas, que ocupa um volume inteiro da Comédia, inclui tem todas as características citadas. Seu realismo vai ao ponto de apresentar detalhes da contabilidade de Lucien de Rubempré. Ela é apresentada em números. Sua matéria-prima era a sociedade francesa e a “comédia humana” era encenada em suas instituições sociais.
Curiosamente, o criador de O Pai GoriotEugênia Grandet,  César BirotteauA Prima BetteEsplendor e Miséria das Cortesãs e de pequenas joias como Pierrette, não era considerado um escritor talentoso. Seu realismo radical fez com que não apenas seus contemporâneos o considerassem um escritor menor, como se fosse um  documentarista dos costumes de uma época, cuja meta fosse a de expressar as modificações que ocorriam na sociedade francesa do século XIX, desde o período do Antigo Regime até o fortalecimento da burguesia.
Assim, Balzac discorria sobre temas que nunca antes haviam sido abordados em ficção, tais como a tensão entre as classes sociais na França, a economia, os meios de transporte, a recém-nascida profissão de jornalista, a vida nos cartórios, as concordatas, as práticas místicas como o espiritismo, a homossexualidade e a política num grau de detalhamento nunca antes visto, tudo dentro da forma do romance do século XIX.
Balzac, de Rodin
Balzac, de Rodin
Balzac construiu a Comédia Humana durante pouco mais de vinte anos. Morreu aos 51, após trabalhar incansavelmente por anos. Aliada à paixão pela literatura, havia a necessidade de pagar as dívidas que acumulava. Ele dormia pouco e era viciado em café, que consumia para manter-se acordado. A ideia de uma enorme série de livros que retratariam “todos os aspectos da sociedade” ocorreu-lhe em 1832, depois já ter escrito diversos romances. Quando a concebeu, correu para ao apartamento de sua irmã e disse: “Estou prestes a me tornar um gênio.” No início, o projeto chamava-se Études des Mœurs (Estudos de Costumes). Na Comédia, ele incluiu parte do que já tinha escrito e todos os romances seguintes. O mosaico de romances e novelas foi o trabalho de sua vida.
Ao mesmo tempo que sua obra, Balzac não deixava de lado a ideia de ficar rico com algum negócio. O primeiro desses empreendimentos foi a fundação de uma editora dedicada aos clássicos franceses. Embora os livros fossem muito baratos ou por causa disto, o negócio fracassou. Voltou aos negócios tipográficos depois de pedir dinheiro a amigos, no entanto, sua inexperiência causaram de novo sua falência. Depois, conheceu e se apaixonou por Laure de Berny, mulher casada com quem teve um caso. Ela lhe deu sociedade comercial a fim de abrir outra editora que não tardou em falir. Ele passou a empresa a um amigo que acabou rico como editor, mas que cobrou de Balzac boa parte do rombo com que esta lhe fora entregue. Sabe-se que, em certa época, devia cerca de 50.000 francos à própria mãe…
Esta aspiração por uma grande jogada comercial jamais abandonou Balzac. Anos mais tarde, teve a ideia de cortar 20 mil hectares (81 km²) de madeira de carvalho na Ucrânia e transportá-la até à França para vendê-la no país. Mais dívidas. O autor também fundou jornais cuja intenção era a de demonstrar uma total imparcialidade e equidistância. Também faliram.
Luciano de Rubempré, numa ilustração para uma edição de "As Ilusões Perdidas" de 1867
Luciano de Rubempré, numa ilustração para uma edição de “As Ilusões Perdidas” de 1867
Toda esta experiência de fracassos teve repercussão em sua literatura. Alguns de seus maiores romances focam-se em personagens obcecados pela ascensão social. Tais pessoas chafurdam em inglório pântano, envolvidas em questões amorosas — que muitas visavam exclusivamente o alpinismo social — , em negócios e heranças. O incrível número de romances de Balzac deve-se a um método de trabalho que incluía frequentemente 15 horas de por dia escrevendo e revisando. Nestes períodos, comia uma refeição ao final da tarde e dormia até meia-noite. Então, acordada e trabalhava até a tarde seguinte com pequenas pausas para tomar café preto. “O café é a bebida que desliza para o estômago e põe tudo em movimento.”
Engana-se quem pensa que a pressão das dívidas tornou-o um escritor descuidado. Poucas vezes isto aconteceu. Balzac era preocupadíssimo com a qualidade de seus textos, revisando-os compulsivamente. A intenção de Balzac era que a Comédia Humana tivesse 137 títulos, mas ele só obteve chegar aos 88 livros.
Se pudéssemos indicar quatro livros aos leitores não fugiríamos do lugar comum.
7 eu-gr
Eugênia Grandet (1833) conta a história de uma típica provinciana filha de pai rico e que é disputada por potenciais maridos. Ela se  apaixona por seu primo que,  aconselhado pelo de Eugênia, antes parte em busca de fortuna. Eugênia fica resignada à espera. Tal sinopse parece apontar para um romance triste e sentimental. Nada disso. Há uma grande ebulição em torno do personagem principal do livro, o pai de Eugênia, rico comerciante de vinhos que é um dos maiores avarentos da história da literatura.

8 pa-goO Pai Goriot (1834) conta a visceral história de um velho comerciante que se deixa arruinar para que as filhas, que o desprezam, possam frequentar a alta sociedade. Aqui estão também Rastignac, especie de alter ego de Balzac, jovem pobre e ambicioso da província que deseja enriquecer em Paris a qualquer custo; e Vautrin, personificação do diabo que aparecerá em vários romances da Comédia Humana. Mais que a história do personagem-título, contam-se aqui as transformações porque passa Rastignac, de interiorano ingênuo a cínico e inescrupuloso.

9 il-peIlusões Perdidas
 (1843) é o mais longo dos romances de Balzac, ainda mais se somarmos a ele sua continuação, Esplendores e Misérias das Cortesãs. No romance está o maior dos personagens balzaquianoso poeta Luciano de Rubempré, que deseja sair da província para se  famoso em Paris. Em sua tentativa, Luciano deixa-se influenciar por todos com quem cruza numa Paris onde é proibido ser ingênuo. O livro também inclui David Séchard, um impressor que inventa um tipo de papel barato, mas que sucumbe à concorrentes que se associam para destruí-lo.
10 a-prA Prima Bette (1846) é outra das obras-primas de Balzac. Pertence ao subgrupo “Os Parentes Pobres”, do qual faz parte também O Primo Pons. Neste livro, a ressentida, pobre e solteirona Lisbeth Fischer, a personagem-título, vinga-se minuciosamente de todas as humilhações verdadeiras e imaginadas, que sofreu ou teria sofrido de seus parentes ricos. Suas vítimas, várias sem nenhuma estatura moral, vêem nela um exemplo de fidelidade e sinceridade. Um estupendo estudo sobre o ressentimento.



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12
Dez17

08 de Dezembro de 1792: Início da construção do Teatro Nacional de São Carlos

António Garrochinho


As obras de construção do Teatro Nacional de São Carlos tiveram início a 8 de dezembro de 1792, por iniciativa e proteção do Intendente Geral da Polícia, Diogo Inácio de Pina Manique, cujos esforços para a aceleração do processo burocrático que envolvia a fundação do novo espaço encurtaram substancialmente o tempo de construção do edifício. A obra foi encomendada ao arquiteto José da Costa e Silva.

Pretendia-se dotar a capital de um teatro lírico portador dum novo espírito, diferente do antigo teatro de corte, com entrada por convite, na medida em que quem pagava bilhete tinha automaticamente lugar assegurado.Este teatro,homenagem a D. Carlota Joaquina, foi construído em apenas sete meses, sendo solenemente inaugurado a 30 de junho de 1793, durante a governação de D. João VI, filho de D. Maria I.A nível planimétrico inspira-se no Teatro deS. Carlos de Nápoles, obra de Medrano datada de 1737 - destruído por um incêndio -, embora a fachada se baseieno Scalla de Milão, de Piermanini (discípulo de Vanvitelli), construído entre 1776 e 1778. Este erguia-se sobre um enbasamento em silharia de junta fendida e apresentava um corpo central, não muito saliente. Na fachada recorria à utilização de vários ressaltos para valorizar o corpo central. O ático de balaústres e urnas era coroado por frontão triangular.

O nosso teatro possui embasamento em silharia de junta fendida, mas o corpo central apresenta um avanço muito maior, de pórtico em ressalto para passagem das carruagens, formando uma varanda na parte superior, muito elegante, com grinaldas. O corpo superior dá a impressão de ter sido um acrescento posterior e é coroado por uma urna com as armas reais portuguesas. Este edifício, que possuía apenas a fachada principal trabalhada, sendo as restantes lisas, nem por isso deixa de plasmar um estilo que aqui adquire a maturidade.

No interior trabalharam artistas importantes, como Cyrillo Volkmar Machado (autor das pinturas do teto da entrada e do pano da boca, entretanto desaparecidos), Manuel da Costa (pintou o teto da sala, que também não subsistiu)ou Appiani, autor da tribuna real.

A sala possui cinco ordens de camarotes animados pelo brilho da talha dourada que, a par com as escadarias de largas proporções, os mármores da tribuna ou a decoração do Salão Nobre, concorrem para a criação duma atmosfera mais próxima do barroco. No andar térreo, junto às escadarias, situam-se o botequim e a bilheteira.Neste piso, a decoração é contida.O primeiro empresário do Real Teatro de S. Carlos foi o italiano Francesco Lodie na ópera inaugural cantou-se "La Ballerina Amante", de Cimarosa.

Teatro de S. Carlos. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)


Theatro Real de São Carlos durante a primeira metade do século XIX
Ficheiro:Teatro Nacional São Carlos.jpg
Teatro Nacional de S. Carlos
Interior do Teatro
12
Dez17

12 de Dezembro de 1901: Marconi efectua a primeira comunicação por telegrafia sem fios, entre o Reino Unido e S. João da Terra Nova.

António Garrochinho


O físico italiano Guglielmo Marconi conseguiu enviar em 12 de Dezembro de 1901 uma mensagem em código Morse desde Poldhu, Cornualha, Inglaterra até à Terra Nova, Canadá. O sinal “S” recebido por Percy Wright, atravessou uma distância de mais de 3 mil quilómetros através do Oceano Atlântico. Marconi refutava assim quem afirmavam que a curvatura da Terra limitaria a transmissão a 300 quilómetros ou menos. Pelas suas pesquisas radiofónicas, Marconi receberia o Prémio Nobel da Física em 1909.

Nascido em Bolonha, em 1874 de pai italiano e mãe irlandesa, Marconi estudou física, tornando-se interessado na transmissão por ondas de rádio depois de ter tomado conhecimento das experiências do físico alemão Heinrich Hertz. Deu início às suas próprias experiências em Bolonha a partir de 1894, sendo bem-sucedido em enviar um sinal de rádio a uma distância de 2,5 quilómetros. 

Como recebeu pouco apoio pelas suas experiências em Itália, viajou para a Inglaterra em 1896. Constituiu uma companhia telegráfica sem fios e pouco depois já estava a enviar transmissões a distâncias superiores a 15 quilómetros. Em 1899, conseguiu emitir uma transmissão através do Canal da Mancha.

Naquele mesmo ano, equipou dois navios norte-americanos com o fim de enviar reportagens aos jornais de Nova Iorque a respeito do andamento da prova Copa da América. Esse intento bem-sucedido despertou enorme expectativa em Marconi e na  sua empresa de comunicação sem fios.

A maior façanha de Marconi ocorreu em 12 de Dezembro de 1901 quando recebeu uma mensagem enviada da Inglaterra para São João, na Terra Nova. A transmissão transatlântica granjeou-lhe fama internacional. Ironicamente, os detratores do projecto estavam certos quando declararam que as ondas de rádio não seguiriam a curvatura da Terra, como Marconi acreditava. 

Na verdade, o sinal de áudio transatlântico de Marconi seguiu rumo ao espaço, foi reflectido na ionosfera, dirigindo-se em direcção ao Canadá. Muitas questões permaneceram no ar a respeito do comportamento das ondas de rádio e o papel da atmosfera nas transmissões radiofónicas. Marconi continuaria a desempenhar um papel de protagonista nas descobertas e inovações radiofónicas durante as três décadas seguintes.

Em 1909, foi contemplado com o Prémio Nobel de Física juntamente com o inovador do rádio, o físico alemão Ferdinand Braun. Após ter efectuado transmissões de rádio de pontos distantes como da Inglaterra para a Austrália, Marconi voltou as suas energias para experiências com ondas curtas de rádio, mais poderosas.

Morreu em 1937. No dia do seu funeral todas as estações da BBC guardaram dois minutos de silêncio, interrompendo totalmente as suas transmissões, em homenagem a Marconi pelas suas contribuições para o desenvolvimento da rádio.

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)


Guglielmo Marconi


Marconi e a esposa c. 1910
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Dez17

iguais a outros

António Garrochinho


segunda década do século vinte e um
uns a raparem o prato outros lambusando-se no chorum
e nada muda, a não ser para pior
apesar de se apregoar a moral maior
a da justiça, da igualdade
vence a cobiça, a maldade
apesar de se anunciarem novas leis
uns escravos, outros reis
homens acorrentados, servis
outros algozes, ditadores vis
preenchem os dias que sâo iguais
e no relógio do tempo
é maior o ruído do lamento
daqueles que iguais a outros são mortais


António Garrochinho
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Dez17

A BATOTA INOCENTE DE FLORBELA ESPANCA

António Garrochinho


A obra de Florbela Espanca é um retrato contraditório e intenso de uma vida amorosa controversa. As cartas que trocou com o segundo marido, António Guimarães, dão-nos mais pistas para compreender o perfil de uma das escritoras mais populares da literatura portuguesa
Florbela Espanca - por (...)
Florbela Espanca
Acreditar em mulheres/ É coisa que ninguém faz;/ Tudo quanto amor constrói/ A inconstância desfaz.// Hoje amam, amanhã ‘squecem,/ Ora dores, ora alegrias;/ E o seu eternamente/ Dura sempre uns oito dias!…
FLORBELA ESPANCA
Não há nada melhor para gerar uma obra mítica do que um coração perturbado. Não se trata de invulgaridade, nem de seres humanos extraordinários. A perturbação é talvez uma manifestação extrema dos sentimentos comuns, por vezes silenciosos e inomináveis dentro de nós. Ao falar de si, o perturbado põe em evidência aquilo que nós também temos, mesmo que em grau menor, e é por isso que criamos com ele uma empatia tão poderosa e por vezes inconsciente.
Florbela Espanca será provavelmente um dos melhores exemplos desses corações pouco aptos à vida, mas que deixam por escrito um testemunho humano complexo e fascinante, sob uma aparência simples e até possidónia. Dificilmente em Portugal se encontra volume de poesia mais reeditado do que o dos ‘Sonetos’ de Florbela. O que não quer dizer que os contornos da sua árdua personalidade gozem de igual conhecimento público.
Na biografia que dela escreve Agustina Bessa-Luís –que é um denso estudo psicológico sobre Florbela, mais do que um relato ou uma reconstituição linear do seu percurso de vida –a biógrafa é talvez polémica quando comenta da seguinte forma uma carta ao irmão Apeles em que Florbela explica que nunca fora bem tratada senão pelo seu terceiro marido, Mário Lage: É infame essa Florbela. Uma pegazinha, uma cabotina, uma batoteira no jogo dos corações solitários (BESSA-LUÍS: 1979, 86). Polémica talvez, mas não exagerada. Esta caracterização, que Agustina aponta na explicação da neurose de Florbela, descreve muito eficazmente a postura doentia, destrutiva e sadomasoquista de Florbela no amor –o amor que foi tema da grande maioria dos seus escritos.
A vida amorosa de Florbela é sobejamente conhecida: um namoro de juventude, três casamentos, dois divórcios, uma paixão platónica nos últimos anos do terceiro casamento, últimos anos também da sua curta vida. Afirmar que Florbela foi incompreendida pelos homens com quem viveu pode não ser errado, mas é negligenciar precisamente a sua postura complicada e por vezes incomportável na relação com esses homens.
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Livro
A correspondência trocada com o segundo marido, António Guimarães, foi editada em 2008. A biografia escrita por Agustina mostra-nos como este casamento foi violento e conturbado. Florbela conhece António Guimarães em 1920, quando está ainda casada com Alberto Moutinho. Casam em 1921, depois de desfeito o primeiro casamento. No final de 1923, Guimarães inicia o processo de divórcio litigioso contra Florbela, que só se resolverá em 1925, o mesmo ano em que a escritora casa com o terceiro e último marido, o médico Mário Lage.
O casamento, rápido como se vê, deixa-nos, no entanto, um grande conjunto de cartas que permitem aceder talvez à persona amorosa de Florbela. Persona e não propriamente pessoa, porque ler estas cartas significa entrar num jogo traiçoeiro e até retorcido, em que a escritora manipula, inventa, interpreta, diz e contradiz –redefine-se a si mesma com mestria, evita quase sempre mentir, mas manobra com impressionante astúcia a verdade.
Assim, Florbela faz do próprio rosto uma máscara, copula ego com super-ego, não é nunca totalmente falsa, mas raro é totalmente verdadeira.
Esta correspondência é tão mais interessante que qualquer outra de Florbela, por causa das circunstâncias em que começa a sua paixão com Guimarães. Eles conhecem-se numa festa em Lisboa, Florbela, ainda que separada de Moutinho, continua legalmente casada com ele, o que é sabido e, talvez os dois factores mais importantes, está-se em 1920 e está-se em Portugal. Dada a impossibilidade dos dois se encontrarem publicamente, será quase apenas através das cartas que Florbela se dará a conhecer a Guimarães.
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António Guimarães
A correspondência entre os dois começa a 4 de Março de 1920. Sete dias depois, Florbela já começa a despir-se, a mostrar-se plenamente: a carta de 11 de Março contem um desses raros momentos em que ela é totalmente verdadeira: Muito tagarelei eu hoje, não é verdade? Tu não entonteceste? Não te dói a cabeça? Não estás doente? Eu não consegui endoidecer-te? (ESPANCA: 2008, 109).
Evidentemente, tudo isto é dito de forma irónica, dir-se-ia à primeira vista, e terá pensado também António Guimarães, que não seria mais do que uma brincadeira auto-depreciativa. Mas a brincadeira é frequentemente a melhor maneira de dizer uma verdade temível.
Eu não consegui endoidecer-te? pergunta Florbela, com uma auto-ironia que mascara a angústia e o medo. Nesta frase tão simples, sorri a batoteira no jogo dos corações solitários.
Quem é então esta batoteira? Ela diz que é uma mulher, e uma criança, e uma artista que se julga alguém (ESPANCA: 2008, 114) o que não deixa de ser verdade. Mas nós, hoje, sabemos o que ela não podia senão intuir, na altura. Sabemos que ela cumpre escrupulosamente o mesmo padrão: conhece um homem, efabula-o e eleva-o a um estatuto soberbo, ama perdidamente e, quando a realidade se lhe apresenta sob a forma de um quotidiano, desilude-se, torna-se fria e indiferente, irascível e, nessa transição, parece precisamente endoidecer o homem que em tempos foi tudo para ela.
Anos mais tarde, ela saberá reconhecer tudo isto:
O amor dum homem? _Terra tão pisada Gota de chuva ao vento balançada… Um homem? _Quando eu sonho o amor de um Deus!… (ESPANCA: 1985, 191)
este terceto final do soneto Ambiciosa é um dos poucos em que Florbela, que tanto gostava de metáforas e fantasias, finalmente chama as coisas pelos seus nomes. Ela é bastante directa, não há aqui uma metáfora.
À data do início da relação com Guimarães, como se disse, Florbela não poderia saber o que nós sabemos, mas é igualmente certo que alguma consciência ela teria da sua estranha visão do amor. Numa carta datada de 13 de Março de 1920, ela explica a Guimarães: Preciso de toda a vida, de toda a alma, de todos os pensamentos do homem que me tiver. Preciso que ele viva mais da minha vida do que da dele. Preciso que ele me compreenda, que me adivinhe (ESPANCA: 2008, 115). Esta tendência omnívora, a imposição absoluta que ela comporta, serão precisamente as contingências que votarão ao fiasco todas as relações de Florbela. Não admira que ela pergunte Eu ainda não consegui endoidecer-te?
Florbela tem 25 anos quando escreve estas cartas e a sua visão do amor que parece não ter mudado até ao fim da sua vida, assemelha-se a uma reminiscência dos contos de fadas da infância, ou das novelas cor-de-rosa que, anos mais tarde, ela traduzirá do francês. Há uma inclinação narcísica nas palavras de Florbela –e dada essa inclinação, não é surpreendente que Florbela nunca tenha amado. Ela vive com intensidade e celeuma o despertar da paixão, escreve poemas descarnados e sensuais, celebra casamentos que deseja durem para toda a vida, assina com o apelido dos maridos cartas e manuscritos de textos literários –mas a passagem para o amor, para a troca emocional verdadeira com o outro, está-lhe interdita.
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As suas cartas são como que relatos subliminares dessa exclusão. Há pouca correspondência que diga respeito à relação de Florbela com Alberto Moutinho. Com António Guimarães temos imensa correspondência directa e, da relação com Mário Lage encontramos interessantes apontamentos em cartas a Apeles Espanca. O processo é sempre o mesmo e isso mostra que Florbela nunca amou nenhum dos três.
Quem amou então essa mulher que escreveu páginas e páginas sobre o amor? A reposta encontramo-la no ‘Diário’ que escreve no seu último ano de vida. Escreve a 16 de Julho de 1930: Até hoje todas as minhas cartas de amor não são mais que a realização da minha necessidade de fazer frases. Se o Prince Charmant vier, que lhe direi eu de novo, de sincero, de verdadeiramente sentido? (ESPANCA: 1981, 57)
É uma resposta tão simples que se torna revoltante. É provável que Florbela não quisesse aceitar a impossibilidade da entrega que pretendia. Reconhece o fingimento que havia nas suas cartas e refere o Prince Charmant, ainda que se pressinta que nem a própria acredita já na sua chegada. É a primeira vez que isto acontece, o que talvez explique por que, dali por cinco meses, Florbela se suicida.
Esse homem que viveria mais para ela do que para si mesmo –foi isso que ela amou. E celebrou apaixonadamente, na vida e na poesia, a chegada daqueles homens sobre quem poderia projectar a ilusão. Eu não consegui endoidecer-te? pergunta ela a António Guimarães, como se, ao responder-lhe que não, ele fosse aumentar a esperança de ser para ela o deus que Alberto Moutinho não fora, mesmo tendo vivido com ela, tendo-se mudado para conseguir uma vida estável para o casal e tendo-lhe até facilitado o processo de divórcio.
Agustina tem razão, é realmente infame esta Florbela, uma pegazinha, uma cabotina, uma batoteira no jogo dos corações solitários. O que ela não é exactamente, é culpada. No jogo retorcido que foi a vida amorosa de Florbela não houve culpados. Tanto ela como os três maridos que teve e que, quase sempre desajeitadamente, tentaram amá-la, foram vítimas da estrutura narcísica, insaciável e doentiamente dependente de Florbela. Os seus contos, distribuídos quase todos por dois livros (‘O Dominó Preto’ e ‘As Máscaras do Destino’), são manifestações da culpa. Ela elogia as mulheres boas, correctas, abnegadas, dedicadas aos seus homens com uma devoção quase religiosa –elogia a mulher que ela mesma não pôde ser. O seu amor próprio devia ser baixo, por isso ela se fascina tanto pelo orgulho, pela vaidade, pelo luxo e pela nobreza, por isso ela quer tanto alguém que abdique do seu eu para se devotar a ela.
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Dificilmente a relação com alguém –a comunhão da vida, o nós em vez do eu ou do tu –poderia satisfazer alguém que se desprezava tanto quanto Florbela. Amá-la é desafiá-la a não amar (BESSA-LUÍS: 1979, 114), uma vez mais como diz Agustina. E, no fundo, toda a história de Florbela é a história de alguém que, pensando procurar o amor, procurava apenas um lenitivo para a própria angústia.
O seu livro de contos ‘O Dominó Preto’ termina com um conto, dos poucos verdadeiramente interessantes de Florbela, chamado O Regresso do Filho. Nele, um homem espera o retorno do filho desaparecido na guerra
Quando o meu rapaz voltar (ESPANCA: 1982, 201)
diz o homem, apresar de todos acreditarem que o filho havia sido morto.
Acontece porém que, muito tempo passado, o filho regressa mesmo. O pai reconhece-o:
Mas foi só um momento… Desviou os olhos (…) e, indiferente, longínquo, tornou, na sua voz trémula, num risinho pueril e quebrado. _Pois, é verdade, compadre… Quando o meu rapaz voltar… (ESPANCA: 1982, 210)
É impossível ao certo saber se qualquer um daqueles homens amou Florbela. Mas não é improvável. O que é improvável é que, sendo amada, Florbela reagisse de forma diferente da do velho no seu conto, cuja vida se transforma na eterna espera por alguém. Quando esse alguém chega, chega infalivelmente tarde. Já não há outra forma de viver.

*BESSA-LUÍS, AgustinaA Vida e a Obra de Florbela Espanca. 2a edição, Arcádia, Lisboa, 1979.
*ESPANCA, Florbela. Diário do Último Ano. Prefácio de Natália Correia. Livraria Bertrand, Venda Nova, 1981.
*ESPANCA, FlorbelaO Dominó Preto. Prefácio de Yvette K. Centeno. Livraria Bertrand, Venda Nova, 1982.
*ESPANCA, FlorbelaPoesia 1918-1930. Recolha, leitura e notas por Rui Guedes. Dom Quixote, Lisboa, 1985.
*ESPANCA, FlorbelaPerdidamente: Correspondência Amorosa 1920-1925. Fixação do texto, organização, apresentação e notas de Maria Lúcia dal Farra. Quasi edições, Vila Nova de Famalicão, 2008.



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12
Dez17

20 Ilustrações que representam perfeitamente o caos da sociedade atual!

António Garrochinho


A nossa sociedade moderna é caracterizada pelos seus muitos problemas. O ilustrador argentino Al Margen representou-os numa série de desenhos que são tão expressivos uns quanto outros.


As Ilustrações de Al Margen são chocantes, mas refletem perfeitamente a realidade do nosso mundo moderno. Elas denunciam superficialidade, ganância, consumismo, mentiras, violência e muitas outras coisas.


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explicandoo.com
12
Dez17

IURD é acusada de envolvimento em suposta rede de adoção ilegal de crianças portuguesas

António Garrochinho

IURD é acusada de envolvimento em suposta rede de adoção ilegal de crianças portuguesas
Parece estranho que até agora poucas agências nacionais tenham falado do caso da IURD que está sendo acusada no envolvimento de uma suposta rede de adoção ilegal que roubou dezenas de crianças portuguesas nos anos 90. A acusação vem em uma série de reportagens feitas pelos jornalistas investigativos Alexandra Borges e Judite França que trabalham para TVI24, de Portugal. Segundo informações, dica do amigo Rusmea do Curionautas, o primeiro episódio do documentário "O Segredo dos Deuses" deverá ser transmitido nesta segunda-feira à noite.

IURD é acusada de envolvimento em suposta rede de adoção ilegal de crianças portuguesas
O Segredo dos Deuses explica como várias crianças pertencentes a famílias portuguesas com parcos recursos financeiros foram entregues em custódia de um abrigo para menores da Igreja Universal do Reino de Deus. Segundo os repórteres, essas crianças então "desapareceram", terminando no exterior adotadas de forma irregular por figuras de dentro do movimento.

Na pré-divulgação do programa, promovido como o "Novo caso que vai abalar Portugal", o jornal Público diz que os próprios netos do fundador da igreja, Edir Macedo", foram tutelados no referido abrigo de menores em Lisboa.

Segundo a reportagem, a TVI conseguiu identificar dezenas de famílias cujos filhos foram levados e que decidiram falar sobre a situação pela primeira vez. Segundo Alexandra Borges, essa história seria impublicável há 20 anos, apesar das mães que tentaram de tudo para alertar as autoridades sobre o que estava acontecendo, mas não chegaram a lugar nenhum.

Essas mães hoje não esperam recuperar a guarda dos filhos -que são jovens adultos-. Elas simplesmente querem conscientizá-los que em momento nenhum os abandonaram. A investigação de sete meses também pode impulsionar o Estado português a responder finalmente às mães que não obtiveram respostas, mesmo quando recorreram a justiça.

As alegações extraordinárias serão transmitidas em 10 episódios, de segunda a sexta-feira, a partir desta noite até 22 de dezembro.

Logo abaixo você pode ver o primeiro episódio que foi transmitido hoje.


www.mdig.com.br
12
Dez17

A ECONOMIA PARALELA

António Garrochinho

Ainda recentemente o país assistiu a uma guerra surda pela posse de uma importante fatia de negócios que ainda funcionam nos mercados e que muitas boas almas estão empenhadas em que seja transferido para a área da economia social, essa imensa economia paralela onde as regras, as auditorias e as investigações porque é um mercado sem pecado, de gente dedicada e honesta que receberam uma graça divina e é como se tivessem recebido uma vacina contra a corrupção, a incompetência, o favorecimentos e outros males, que, como se sabe, só atingem gente pecaminosa das empresas e da política, de preferência os segundos.

Enquanto o OE era discutido um deputado do CDS e vereador da CM de Cascais lançou uma petição para que as refeições escolares fossem retiradas do mercado normal, para passarem para o mercado da gente bondosa. Ao mesmo tempo Catarina Martins, representando outro lóbi de gente igualmente bondosa se metia no assunto. Por coincidência ou talvez não o país foi assolado quase diariamente com notícias desagradáveis, até se descobriu uma lesma nacional que é resistente ao calor, depois de cozida com a sopa conseguia nadar alegremente enquanto era filmada. Acabada a negociação do OE desapareceram as más notícias, o vereador de Cascais esqueceu-se da petição e a Catarina Martins passou a entreter-se com o Mário Centeno.

Também nestas semanas se escreveu muito sobre os almoços frugais de sandes de pão com ar, servidos aos nossos heróicos bombeiros. Deu numa guerra entre o presidente da Liga dos Bombeiros, um senhor poliglota nesta coisa das línguas do poder e as associações dos bombeiros. Ainda a propósito dos incêndios fica para a história os muitos mortos e feridos devidos a suicídios ou tentativas de suicídios por parte de portugueses que se sentiam abandonados pelo Estado, inventados pelo generoso presidente da Santa Casa de Pedrógão para alegria de Passos Coelho.

Estamos falando de centenas de corporações de bombeiros, de centenas de santas casas, de milhares de associações e ONG dedicadas às mais variadas causas, todas juntas movimentando milhares de milhões de euros, em grande parte financiados pelo Estado. Gerem compras de muitos milhões em matérias-primas, equipamentos e produtos alimentares, gerem centenas de negócios que vão de cantinas a grandes centros hospitalares de reabilitação, milhares de lares e de creches. Todas estas atividades juntas são a maior empresa do país e seguramente uma grande empresa à escala europeia.

É um mundo fechado a controlos, inspeções, auditorias, controlos fiscais, uma imensa zona franca onde as autoridades têm medo de entrar, onde qualquer dúvida sobre o que se faz é considerada um pecado mortal. Dominam o poder político porque usam esta imensa máquina em todas as eleições ou para melhorar a imagem de autarcas, deputados, ministros e presidentes.  Quem se mete com eles leva, quem se mete com a Santa Casa leva, quem se mete com o presidente da Liga dos Bombeiros leva, quem se metesse há uma semana atrás com a Senhora raríssima levava. Os políticos têm medo e cedem cada vez mais fatias de negócios que sendo do Estado são decididos segundo as regras de mercado, em concursos públicos. Nesta imensa economia paralela não há regras, não há mercado, não há polícias nem agentes do fisco, só há gente imensamente bondosa.



jumento.blogspot.pt

12
Dez17

A CULPA SOLTEIRA

António Garrochinho
AS POLÍTICAS ELEITORALISTAS SÃO TAMBÉM MUITAS DAS VEZES CULPADAS DE QUE A CULPA FIQUE SOLTEIRA.
PARA NÃO FERIR SENSIBILIDADES E ADMINISTRAR A MATEMÁTICA DOS VOTOS MUITO DO QUE É CRIMINOSO FICA NAS COVAS E NO DESCONHECIMENTO DOS CIDADÃOS.
OS INTERESSES POLÍTICOS SOBREPÔEM-SE ASSIM À VERDADE A QUE O POVO TEM DIREITO.



AG
12
Dez17

O DIREITO À INDIGNAÇÃO QUANDO A CORRUPÇÃO E A GATUNICE OCUPAM O DIA A DIA DOS PORTUGUESES - SIM! CONCORDO COM O TEXTO DE OPINIÃO DO JORNALISTA MAS NÃO SE TRATA SÓ DE CAMARÃO E DE INSULTOS GROSSEIROS NO FACEBOOK

António Garrochinho


230 euros em camarão podem cegar?


Pedro Tadeu
A primeira coisa que me veio à cabeça quando a TVI começou a passar a reportagem sobre os supostos abusos financeiros da líder da Associação Raríssimas foi um pensamento extremamente injusto: "É a vigarice do costume nos negócios da caridadezinha."
A minha profissão de jornalista já me obrigou a acompanhar múltiplos casos de contas duvidosas ou mal explicadas em muitas instituições particulares de solidariedade social (IPSS), prestigiadas, cuja atividade depende, no todo ou em grande parte, de subsídio estatal.
Também na minha vida pessoal, nas vezes em que decidi envolver-me no apoio à atividade de organismos desse tipo, apanhei enormes desilusões com o comportamento dos seus dirigentes, que a opinião pública respeita e o Estado medalha: nepotismo, autoritarismo, arrogância, ignorância e cupidez são, infelizmente, realidades que encontrei com tal frequência que me parece ser fácil admitir a sua banalização nestas "ilhas" de poder discricionário, encoberto e desculpado pela intenção mobilizadora de bondade e de solidariedade para com o próximo, desfavorecido, vítima ou doente.
Trinta anos de noticiário que escrevi ou editei e outro tanto de ações cívicas em que me envolvi, direta ou indiretamente, devem ter transformado a minha fé nestas instituições num sentimento de cinismo prevalecente, apriorístico, que desconfia e torce o nariz logo que alguém se apresenta como um "campeão" da defesa dos desgraçadinhos....
E, inevitável, penso: "Onde está afinal o negócio deste tipo?..." Mas é injusto, não pode ser assim.
A primeira reação a um trabalho jornalístico de mérito e com o impacto que a repetição exaustiva nos ecrãs da TVI provoca não é uma reação racional. A indignação toma conta de nós e, com a turba, começamos a pedir cabeças, a exigir sangue derramado para curar a anémica incapacidade, coletiva, de impedir abusos deste tipo.
Mas temos de resistir à turba.
Não, não assinei petições a exigir a demissão da tia Paula Brito e Costa, que beijava neste fim de semana, em imagens de arquivo, infinitamente repetidas, a princesa Letizia e a primeira-dama Cavaco Silva. Não, não fui para o Facebook escrever insultos grosseiros contra a associação que ajuda pessoas com doenças raras. Não, não quero justiça já... Primeiro quero respirar e... pensar!
Antes de sentenciar, de vez, a Raríssimas quero saber porque é que o Estado lhe dá, num ano, 875 mil euros em subsídios.
Antes de sentenciar, de vez, a Raríssimas, quero saber que ajudas concretas foram dadas às 800 mil pessoas que a associação diz apoiar.
Antes de sentenciar, de vez, a Raríssimas, quero saber que doenças raras (serão?...) atingem tantas centenas de milhares de pessoas, num país tão pequeno, ainda por cima ao mesmo tempo.
Antes de sentenciar, de vez, a Raríssimas, quero saber porque é que o Estado precisa de uma IPSS como esta... E como outras também.
Antes de sentenciar, de vez, a Raríssimas, quero saber porque é que o Estado não fiscaliza seriamente o dia-a-dia das IPSS.
Antes de sentenciar, de vez, a Raríssimas, gostava de conhecer um levantamento sintético da atividade e dos custos de todas as IPSS e detetar as que são inúteis ou perdulárias.
Antes de sentenciar, de vez, a Raríssimas, quero saber o que está a ser feito, já, para aqueles que são ajudados pela associação, os que precisam mesmo dessa ajuda, não fiquem, de repente, sem nada.
Só depois, então, indignar-me-ei com a encomenda de 230 euros em camarão paga pela Raríssimas ao El Corte Inglés.


12
Dez17

SER COMUNISTA

António Garrochinho
SIM ! SER COMUNISTA NÃO É SER UM DESGRAÇADO, UM HOMEM, UMA MULHER ,QUE SIMPLESMENTE REIVINDICA OS SEUS DIREITOS SEM OS SENTIR, ANALISAR, E SEM FAZER UMA ANÁLISE DO QUE O RODEIA E TORNA A HUMANIDADE INFELIZ..

O HOMEM A MULHER COMUNISTA PODE ESTAR BEM NA VIDA FRUTO DO SEU ESFORÇO E TRABALHO.

CERTO É QUE A MAIOR PARTE DOS QUE TRABALHAM COMUNISTAS OU NÃO, SÃO AS VÍTIMAS ETERNAS DO CAPITALISMO, DO FASCISMO, E ATÉ MESMO NO SEIO DO POVO ENCONTRAM GENTE QUE SEM ESCRÚPULOS PRATICA AS INJUSTIÇAS E AS APLICAM SOBRE OS SEUS IRMÃOS.

UM COMUNISTA ,NÃO PODE, NÃO DEVE COPIAR, TER A PRÁTICA DOS QUE EXPLORAM, DOS QUE MENTEM, DOS QUE SE REIVINDICAM JUSTOS E PROGRESSISTAS MAS NÃO PASSAM DE INTRUJÕES E CATATUAS DEMAGÓGICAS.

SER COMUNISTA É NÃO VIVER COM ESSE TERROR DE INCERTEZA COMO POR EXEMPLO: A MINHA IDEOLOGIA ESTÁ CERTA MESMO QUANDO A VIDA ME SORRI ?

OS COMUNISTAS TÊM QUE SER JUSTOS, DESPIDOS DE PRÁTICAS QUE PERTENCEM EXCLUSIVAMENTE AOS DORMEDÁRIOS DA DIREITA, TAIS COMO: A EXPLORAÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM, A MENTIRA, A CAPA FALSA DE ANUNCIAR MAS NADA FAZER.

OS COMUNISTAS NA SUA DOUTRINA FILOSÓFICA TÊM QUE A ABSORVER COM INTEGRIDADE E MESMO QUE ISSO SE TORNE DIFÍCIL OS COMUNISTAS PARA VENCERAM TÊM QUE SER INABALÁVEIS NAS SUAS CONVICÇÕES, E HONESTOS NA PRÁTICA E NA ACÇÃO REVOLUCIONÁRIA NO SEIO DAS MASSAS.



António Garrochinho
12
Dez17

TOMA LÁ QUE JÁ ALMOÇASTE.

António Garrochinho

APESAR DE AFIRMAREM O CONTRÁRIO HÁ OS QUE JÁ QUEREM (SEMPRE QUISERAM) QUE O PAÍS VIVA DAS "SELFFIES" DE MARCELO E DA SANTA ALIANÇA COM O PS.

OS QUE MENTEM, OS QUE DISFARÇAM O SEU CONSERVADORISMO VOTAM, VOTARAM SEMPRE. NA DIREITA NEO LIBERAL QUE NO PS TEM A SÉ CATEDRAL.

NAS REDES SOCIAIS, NO EXPLANAR DE MUITOS CIDADÃOS CONSEGUE-SE VISLUMBRAR AS ASPIRAÇÕES DE MUITA GENTE QUE O QUE DESEJA É A CONTINUIDADE DAS POLÍTICAS DO "SOCIALISMO NA GAVETA".
A FALSIDADE E A TRAIÇÃO DE MÁRIO SOARES E DO PS ENCONTRA ECO EM MUITA GENTE QUE NÃO QUER QUALQUER MUDANÇA.

FINGE-SE COMBATER O QUE AFINAL É A VONTADE DE QUEM SE QUER MANTER NA ESFERA DO PODER
A VERDADEIRA ESQUERDA TAMBÉM ELA ESTÁ INFILTRADA DE GENTE QUE QUER TUDO MENOS A VERDADEIRA SOCIEDADE SOCIALISTA.

CLARO QUE PARA LEVAREM AS SUA POLÍTICAS AVANTE, OS CAMALEÕES DESPEDAÇAM-SE EM ARGUMENTAÇÃO E RETÓRICAS VICIADAS QUE MAIS NÃO SÃO QUE INSTRUMENTOS PARA MANTER O SEU ESTATUTO E OS SES PRIVILÉGIOS PESSOAIS.

A MÁSCARA DE TANTO USADA ,JÁ SE DESBOTA, JÁ SE DERRETE COM TANTA MENTIRA, TANTA FUGA À REALIDADE CONHECIDA PELA MAIORIA DO POVO.

OS PORTUGUESES EXPLORADOS, OS PORTUGUESES SEM TRABALHO, OS PORTUGUESES QUE HÁ MAIS DE QUARENTA ANOS ESPERAM POR UMA POLÍTICA HONESTA QUE OLHE PARA OS QUE PRODUZEM E SÃO ÍNTEGROS, NÃO USUFRUEM DE JUSTIÇA, DE RESULTADOS PALPÁVEIS QUE SEJAM SIGNIFICATIVOS E MUDEM A VIDA DE QUEM MERECE.


António Garrochinho
12
Dez17

NA RUELA DE MÁ FAMA

António Garrochinho

    A PIMBALHICE MERDOSA E ALIENANTE JÁ NÃO É EXCLUSIVA DO TONI DAS CAMINÉTES, DO ZÉ CABRA, DO GOUCHA, DO HERMAN, DA MOURA GUEDES, DA JUDITE, E DESSE VASTO EXÉRCITO DE MERCENÁRIOS DO CAPITALISMO..
    HOJE, AS FORÇAS POLÍTICAS NO COLISEU DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA OFERECEM-NOS O MAIS DEGRADANTE E TRISTE ESPECTÁCULO DA INTRUJICE, DA DISSIMULAÇÃO, DA MENTIRA QUE PROCURA OS VOTOS MAS NADA RESOLVE NA VIDA DOS PORTUGUESES.
    PALHAÇOS HABILIDOSOS, PERITOS NO DISCURSO, HÁBEIS NA DISSIMULAÇÃO, DÃO O DITO POR NÃO DITO SEMPRE FIÉIS À TABELA QUE LHES PERMITA VIVER SEM AUSTERIDADE E SEM MEDO DO DIA DE AMANHÃ.
    BEM PAGOS E VIVENDO UMA VIDA ONDE USUFRUEM DE BENESSES E REGALIAS QUE O POVO JAMAIS TEVE, ESTUDAM A A MANEIRA DE ENDROMINAR QUEM LHES PAGA E OS COLOCA NO PODER.
    A RAIA MIÚDA DIGLADIA-SE E CONTINUA CEGA COM O QUE RECEBE E É EMANADO DOS CHARLATÕES QUE VENDEM A CADA DIA OS PERFUMES DE LAMA.
    António Garrochinho,

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