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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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02
Jan18

ANTES ERA UMA BAGUNÇA, O ANO NÃO COMEÇAVA EM JANEIRO

António Garrochinho


Na república romana, o ano começava quando o cônsul assumia a cadeira. Isso teve várias datas, até Júlio César promulgar um novo calendário, em 45 a.C. Então o senado decidiu que, não importa quando o cônsul assumisse, 1º de janeiro seria o começo. Era adequado: o do mês vem de Janus, o deus das passagens.

Com a queda do império, a coisa ficou bagunçada. Os padres se tornaram praticamente a única classe alfabetizada. E quem escreve, registra o tempo. Assim, na Idade Média, datas cristãs passaram a marcar o começo do ano, variando conforme o local. Podia ser no Natal, na Páscoa ou o Dia da Anunciação, 25 de março, que era o mais comum. 
Novo calendário
As festas duravam cinco dias, até primeiro de abril. Em 1582, a própria Igreja decidiu pôr ordem nas coisas, com o novo calendário do papa Gregório XIII. A reforma foi porque o calendário juliano tinha uma imprecisão de três dias a cada 400 anos - depois de tanto tempo, as estações do ano e as datas de celebração cristã estavam dessincronizadas. O papa decidiu retomar a tradição romana e colocar o começo do ano em 1º de janeiro - com a justificativa religiosa que esse é o dia da circuncisão de Cristo. 

Reprodução
O papa Gregório XIII
No início, a mudança gerou confusão. Por teimosia ou desconhecimento, muitos europeus continuaram brindando o novo ano na data antiga, e os trotes de 1º de abril nasceram desse esse equívoco.
A reforma do papa Gregório XIII terminou com a bagunça. Ou pelo menos tentou. A Inglaterra, por exemplo, só adotou a nova folhinha em 1752. Apesar de ter se antecipado ao papa e, por ordem do rei Carlos IX, trocado de calendário já em 1564, a França só conseguiu impô-lo com a Revolução Francesa, em 1789.

aventurasnahistoria.uol.com.br
02
Jan18

a cagada

António Garrochinho



Minhas senhoras e meus senhores e agora, em directo o tão esperado momento, a cagada do presidente,
"então Sr, presidente está a conseguir? Força, força, nós ajudamos, faremos força consigo..." e eis que alguns momentos depois foi o êxito. Palavras do Sr presidente, "já está, suei um pouco, mas consegui, está um pouco rala, não é bem diarreia, também não é muito consistente foi a possível. Um pouco mal cheirosa, mesmo assim diferente da habitual e ainda insípida,, pouco temperada e sem um sabor indefinido, pelo que me disse o provador... " aqui fica o testemunho do presidente, passamos agora a emissão para o estúdio.
Corta, corta... Uff está na hora da merda do pequeno almoço, Bora malta...
02
Jan18

A censura rasteira

António Garrochinho
(E os mais distraídos ou não, dizem que o discurso do PCP não é atraente, que não intervém ou até parece não existir.)
“O PCP elegeu, em 2014, três deputados ao Parlamento Europeu (PE). Abrir com esta afirmação seria desnecessário, não se desse o caso de já ter passado o meio do mandato e, no espaço mediático, a maior parte do tempo parecer que não há nem um.
De quando em vez lá há uma excepção, quando passam uns segundos de uma curta declaração de um deputado do PCP na televisão (por vezes sem sequer o identificar) ou se escreve umas linhas sobre o trabalho dos comunistas portugueses no PE nos jornais. Mas a regra é um silêncio discriminatório.
A intervenção do PCP no PE não se esgota nas reuniões de Bruxelas ou Estrasburgo e esse é o factor mais distintivo da sua intervenção. Ao longo da primeira metade do mandato, foram feitas centenas de actividades pelos deputados em Portugal, por todo o País.
De encontros com produtores agrícolas e pescadores nos Açores, ao contacto com produtores vinícolas na Madeira; de contactos com trabalhadores das autarquias e refugiados em Lisboa, a visitas a empresas de Braga; de reuniões com comissões utentes em Coimbra a visitas ao Hospital de Évora; da Base Aérea de Monte Real, em Leiria, às oficinas da EMEF do Entroncamento, em Santarém; de acções de solidariedade com o povo palestiniano na Península de Setúbal a visitas a serviços públicos do Algarve; do debate no Politécnico de Portalegre à sessão sobre o euro em Bragança; do contacto com os trabalhadores da Petrogal, no Porto, aos apicultores de Viana do Castelo; do encontro com os bombeiros de Viseu aos produtores florestais de Castelo Branco; das reuniões com compartes dos baldios de Vila Real aos produtores de ovos moles de Aveiro...
A lista de acções é tão extensa, em apenas meio mandato, que qualquer enumeração peca por defeito, mas ainda assim, a comunicação social nacional ignorou-as por completo. Registe-se, em muitos casos, o contraste com a imprensa local
A estas acções mais localizadas, juntam-se ainda 11 seminários, seis em Bruxelas e cinco em Portugal, sobre questões relacionadas com os direitos dos trabalhadores, a moeda única, a dívida, os transportes, a banca, as pescas, a crise na e da União Europeia, a luta contra o fascismo e pela paz ou os direitos de licença parental. O tratamento pela comunicação social nacional segue o mesmo tom: a falta de comparência e o brutal silenciamento. Temas que até têm tido amplo tratamento mediático como a prostituição e a sua legalização, quando se trata de um Seminário do PCP merecem zero linhas, zero segundos.
Em 2019 haverá eleições para o PE e lá os ouviremos dizer que «se desconhece quem são e o que os deputados lá fazem no PE» e «que só lá estão para se encher». Não será por acaso.
Os deputados comunistas portugueses prosseguirão um trabalho ímpar na defesa da soberania nacional, dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País, contra os constrangimentos impostos pela UE e pelo euro, por uma Europa de cooperação, de justiça social e de paz. Mas se esse trabalho tem sido escandalosamente apagado do espaço mediático, os seus autores terão uma vantagem: é que estiveram nas lutas pelo direito a decidir, soberanamente, sobre o futuro do nosso País, mesmo que as câmaras e os microfones não os acompanhassem.”


gpsemedia.blogspot.pt
02
Jan18

O jornalismo humanóide

António Garrochinho



Os nauseabundos editoriais do 'Público' escorrem a céu-aberto, até as sarjetas os rejeitam.

HAED TAMINI, foi presa pelos nazissionistas, alegadamente por ter tentado esbofetear um militar sionista, e, calculem, pedem que este hediondo crime seja punido com prisão à perpetuidade.

Mas lemos no asqueroso editorial de o Público este parágrafo esverdeado e insidioso:
“Ela está desde muito jovem a ser preparada para cumprir o papel de activista através da vitimização cuidadosamente coreografada para se tornar viral nas redes sociais.”
E o mesmo serventuário sabe que:
“Há várias crianças detidas em regime de solitária e já foi posta em prática uma lei aprovada em 2016 que permite que se julguem como terroristas crianças a partir dos 12 anos. Os vídeos de crianças palestinianas detidas em jaulas só serviram para confirmar o padrão de comportamento das autoridades de Telavive.”

Crianças de 12 anos consideradas terroristas em regime de solidária e em jaulas!...

Há jornalistas que ao não se emocionarem com semelhantes crimes, já interiorizaram os valores fascistas que não conseguem esconder.

A SUA GRANDE RAIVA E A DOS SEUS MANDANTES É QUE A PALESTINA NÃO DESISTE E LUTA.



aspalavrassaoarmas.blogspot.pt
02
Jan18

Quantos Banqueiros estão presos ?

António Garrochinho


Quantos Banqueiros estão presos ?

Quantos Banqueiros foram despedidos ?  Quantos estão presos ? Quantos se suicidaram ?
Escandalizaram-se muito com o financiamento dos partidos  e com a Banca , os Banqueiros e os grandes accionistas ?
Não existia nenhum conflito ... disse o BPI...


Só nos cinco maiores bancos fecharam 350 balcões.  Neste ano há mais

Sexta-feira, 11 de março de 2017. Um funcionário do Banco BPI suicida-se com um tiro de caçadeira no gabinete do chefe, no edifício do banco na Rua Braamcamp em Lisboa. Tinha 51 anos. O BPI garantiu que não existia nenhum conflito entre o trabalhador e o banco.

Este caso trágico espelha o pior ano da banca em Portugal, na sequência de agressivas planos de reestruturação, motivados pela deterioração da margem de lucro  . Os trabalhadores relatam situações que configuram assédio moral e pressão psicológica, bullying. Alguns aceitaram propostas para sair este ano e no início de 2018, abandonando o emprego que pensavam ser para toda a vida.

Entre rescisões e saídas para a reforma e pré-reforma, em 2017 deverão ter abandonado a banca cerca de 4000 trabalhadores. As contas são do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários e incluem quadros de sociedades ligadas a bancos que foram alvo de resolução, como o BES e o Banif.


foicebook.blogspot.pt

02
Jan18

Marcelo não é a personalidade do ano

António Garrochinho



O paternalismo institucional de sabor monárquico com que o actual Presidente da República entende as suas funções estende-se muito para lá da acção governativa. Através de uma omnipresença sufocante nas televisões e nos jornais, retira ao governo, ao Parlamento e, até, aos tribunais a oportunidade de as acções destes outros órgãos de soberania serem assimiladas, analisadas e avaliadas, serenamente, pela opinião pública.


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, é mesmo a figura do ano em Portugal? Se concordar com os pressupostos dos inúmeros comentários que li, ouvi e vi nestas últimas semanas, através de enésimos e rotineiros balanços do ano, tenho a obrigação de achar que sim.
O problema é que não concordo com esses pressupostos e, se a sufocante e suposta unanimidade nacional sobre o tema me der, democraticamente, licença e oportunidade para opinar de forma divergente vou tentar, humildemente, explicar porquê, pedindo antecipadamente desculpa pela impertinência e admitindo modestamente que mereço toda a carga de pancada que vou levar dos leitores, quando este artigo for partilhado no Facebook.
Aproveito-me, por isso, da boa vontade que assola os espíritos na quadra natalícia para passar a criticar o comportamento político do senhor Presidente da República.
Não acredito nos efeitos positivos da intervenção pública permanente, a propósito de qualquer assunto, do homem que trabalha a partir do Palácio de Belém.
Não discuto a inteligência, o bom senso, a capacidade de comunicação nem a sensibilidade humana, política, cultural, patriótica e social que o cidadão encarnado em Presidente Marcelo Rebelo de Sousa possui (e bem falta fazem essas qualidades pessoais noutros atores políticos) mas a transposição dessas características do indivíduo para a instituição Presidência da República, através de uma omnipresença sufocante nas televisões e nos jornais, retira ao governo, ao Parlamento e, até, aos tribunais a oportunidade de as ações destes outros órgãos de soberania serem assimiladas, analisadas e avaliadas, serenamente, pela opinião pública.
Com o supersónico Marcelo Rebelo de Sousa na presidência o governo despersonaliza-se. Se hoje em dia António Costa toma uma medida, seja ela qual for, das duas, uma: ou cedeu à pressão do Presidente da República, que anteriormente já defendera uma solução semelhante, ou, pelo contrário, afronta o Presidente da República, que se manifestara crítico de tal ideia e, por isso, reprovara antecipadamente o ato político do executivo, que, por sua vez, ao contrariá-lo, parece tentar um ato de pura provocação política ao popular, querido e afetivo mais alto magistrado da nação.
Se, excecionalmente, Marcelo Rebelo de Sousa não opinara antes sobre alguma matéria que o governo acabaria por regulamentar depois, então o Presidente da República não tardará a fazer a sua apreciação de minuto e meio para os microfones das TV, no intervalo de uma visita a um asilo de velhinhos, normalmente apadrinhando a ideia mas, por vezes, tecendo algumas críticas. Seja como for, a medida governamental, para grande parte dos portugueses, passa a ser vista não pelos pressupostos políticos que a determinaram mas pelo enquadramento, pelas limitações, pela visão e pelos comentários de Marcelo. Isto é manietar a vida política.
Este paternalismo institucional de sabor monárquico com que o atual Presidente da República entende as suas funções estende-se, como já sublinhei, muito para lá da ação governativa. Lembro-me, por exemplo, de Marcelo ir visitar (e muito bem) zonas atingidas pelos incêndios, decidindo criticar os deputados por não irem “ter com as populações”.
Na verdade, vários deputados de topo de vários partidos já tinham feito ou estavam a fazer essas visitas mas, como o foco mediático sobre o Presidente é muito maior do que aquele que incide sobre os deputados, a mensagem que passou para os portugueses foi a de que os partidos políticos eram insensíveis à tragédia humana deste verão ou só agiram depois de levarem um “ralhete” público do Presidente. O prestígio do Parlamento foi gratuitamente atacado pelo Presidente.
E nem os tribunais escapam. Quando o Presidente da República decidiu sugerir uma hipotética falha constitucional quando questionado sobre o polémico e estúpido argumentário de uma decisão do Tribunal da Relação do Porto que criticava o comportamento moral de uma mulher num processo de violência doméstica, colocou-se num papel de supremo juiz, lá nas nuvens, intocável, a fragilizar ainda mais a justiça portuguesa e a sua capacidade de, autonomamente, resolver os problemas que tem.
O meu ponto, em suma, é este: uma coisa é o Presidente da República agir para evitar o colapso da vida pública, como fez nos primeiros dias após a tragédia de Pedrógão e, depois, nos incêndios de outubro. Aí esteve muito bem. Outra é agir para perturbar a vida pública, como ainda neste Natal fez ao visitar a associação Raríssimas, caucionando-lhe a atividade antes de serem claros muitos detalhes sobre o seu funcionamento, os subsídios que recebeu, o serviço que prestou e o escândalo que a abalou.
Sim, é verdade que muitas vezes governo, Parlamento e tribunais se colocam a jeito e dão enormes tiros no pé mas, com Marcelo desabrido, como aconteceu ao longo deste ano, na opinião pública prevalece a ideia de que nem o governo governa, nem o Parlamento é útil, nem os tribunais fazem justiça e, por isso, parece que todos os órgãos de soberania, tirando a Presidência da República, são inúteis. Isto, para mim, é suficiente, apesar de gostar da persona Marcelo Rebelo de Sousa, para achar que ele não é o político do ano e, até, que pode vir a ser pernicioso para o país. Esperemos que não.

*Publicado no DN, 26.12.2017


www.odiario.info
02
Jan18

02 de Janeiro de 1492: Os reis de Castela e Aragão conquistam Granada, último reino islâmico da Península Ibérica. Termina a reconquista de sete séculos

António Garrochinho

Último reduto muçulmano na Península Ibérica, até 1492, o reino de Granada resistiu mas floresceu, assumindo por um lado uma atitude guerreira e constantemente defensiva, e por outro incrementando o desenvolvimento das letras, das artes, das ciências e do urbanismo.

A cidade espanhola de Granada, pertencente à Região Autónoma da Andaluzia, formou-se em torno de uma fortaleza construída pelos Árabes. No centro da cidade encontra-se a Catedral de Santa Maria da Encarnação(1523-1703), onde estão sepultados os Reis Católicos.

Explorada por Fenícios, Cartagineses e Gregos, dominada por Romanos e Visigodos, assolada por Vândalos e Alanos, a região de Granada, como quase toda a Península Ibérica, foi ocupada em 711 pelos muçulmanos comandados por Tariq, acontecimento este de real importância para a sua definição histórica e territorial. Dominadapor Córdova, emirado e depois califado, Garnatha Alyejud (designação árabe da cidade perto da actual Granada, aIliberis dos Romanos ou a Elvira dos Visigodos) conheceu um grande desenvolvimento no século VIII, sendo uma das mais importantes cidades do Al Andalus. Com a desagregação do califado de Córdova em 1031 em vários reinos taifa (designação jurídica árabe), devido à fitna (guerra civil), num deles se transformou Granada, governada entre 1010 e 1090 pela dinastia berbere dos Ziríadas (povo do Norte de África, que obriga os habitantes de Garnatha a fugir para Elvira), suprimida no último ano pela dos Almorávidas, substituídos em 1156 pelos Almóadas. Em 1231, chegaram os nazerís, de Ibn Nasr, cujo título real era Muhammad I, que se mantiveram em Granada até ao século XV. A partir desta dinastia, o reino passou a designar-se por Granada.

Em 1247, aquele rei árabe apoiou os castelhanos na tomada de Sevilha, o que gerou descontentamentos generalizados no reino, principalmente depois de os cristãos transformarem a mesquita em catedral. Os ataques de Castela, apesar da ajuda granadina em Sevilha, sucederam-se contra o reino nazerí, que apoiava revoltas mouriscas em Castela. Entre múltiplas tréguas, alianças e cedências de praças de parte a parte, Granada, para sobreviver como reduto muçulmano peninsular, teve que procurar até ao século XV um equilíbrio de forças com Castela e mesmo com os muçulmanos do Norte de África, ambos com políticas expansionistas sobre este território. Para além desta diplomacia, ora política ora guerreira, o reino de Granada teve que enfrentar revoltas internas ocasionais, e serviu de acolhimento aos muçulmanos que fugiam de todas as regiões peninsulares face ao avanço da Reconquista, principalmente da Andaluzia ocidental e do Levante (Valência, Múrcia), onde se sucediam pressões militares de Aragão, com quem se firmaram pactos também.Neste clima de instabilidade quase permanente e de esforço de guerra, a riqueza e a grandeza da civilização nazerí de Granada não perderam brilho,esmaltando o reino, nomeadamente a capital, de belas jóias arquitectónicas ainda existentes, com o apoio e interesse constantes da corte. É o caso do conjunto monumental da Alhambra (do árabe, Al Hamra, a vermelha),começado a edificar no século XIII, bem como do Generalife, do século XIV, casa de campo e descanso dos reis de Granada. Deste século são também os poetas e eruditos Ibn Alcatib e Ibn Zamrak, cujos versos estão gravados nas paredes dos palácios da Alhambra. Por aquela altura brilharam ainda outras figuras da filosofia, das artes e da medicina, entre outras ciências, e até uma célebre universidade medieval - La Madraza. O desenvolvimento de técnicas agrícolas, com introdução de novas culturas e com os regadios, cimenta a exponência civilizacional a que chegou este reino, o que despertou cobiças e apressou a Reconquista.

Em 1309, Castela tomou Gibraltar, mantendo-se árabe, porém, Algeciras. Estes dois pontos eram estratégicos(passagem para África) para o reino de Granada, que daí se estendia até Almería, a leste, onde se continuavam a dar frequentes ataques aragoneses, ainda que sem resultados. No primeiro quartel do século XIV, os castelhanos chegaram às portas de Granada, sendo porém rechaçados para fora do reino, entretanto reorganizado em termos de defesa. Em 1333, Granada reconquistou Gibraltar, apoiada por genoveses e dinastias norte-africanas,conhecendo porém em 1340 a derrota na Batalha do Salado perante forças combinadas luso-castelhanas, o que deitou por terra o desejo de reconquista muçulmana da Península. Ao longo do século XIV, a Alhambra continuou a construir-se; a Reconquista deteve-se por vezes; mas o século XV, com a pressão demográfica e a expansão económica de Castela, seria a centúria da derrocada do reino de Granada. Para além de lutas internas(conspirações, rebeliões, guerra civil em 1427) e de falta de apoios do mundo árabe, Granada, apesar de conseguir suster alguns avanços de Castela e obter algumas tréguas, não conseguiu reestruturar-se internamente e começou a ceder aos ataques cristãos. Ainda desencadeou um contra-ataque entre 1433 e 1440, recuperando praças de Castela, mas a partir daqui, a história de Granada foi de defesa contra Castela, bloqueios económicos,tréguas e devolução de cativos, até ao golpe final dos Reis Católicos, em 2 de Janeiro de 1492, quando a conquistaram ao rei Boabdil. Este, diz a lenda, terá chorado e morrido de desgosto e nostalgia por abandonara jóia da civilização árabe da Península Ibérica.No século XVI, apesar do embelezamento e da valorização cultural da cidade e da região pelos espanhóis, ainda havia, na minoria mourisca, sentimentos saudosistas do antigo reino nazerí, como nos levantamentos nas Alpujarras, último foco de resistência árabe.

Reino de Granada. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 
Conquista de Granada. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
Wikipedia(imagens)



Rendição de Granada - Francisco Pradilla entrega das chaves da cidade pelo próprio rei Boabdil à rainha Isabel de Castela.
Alhambra, centro do poder do Reino de GranadaFicheiro:FerdinandIsabellaSpain.jpgOs Reis Católicos



02
Jan18

02 de Janeiro de 1882: Rockefeller funda o seu império petrolífero

António Garrochinho


No dia 2 de Janeiro de 1882, o multimilionário americano John D. Rockefeller funda a Standard Oil Trust, na qual reuniu 40 empresas de petróleo e marcou o início do seu império petrolífero.

John Davison Rockefeller, o patriarca da família que dominou o mercado petrolífero nos Estados Unidos durante mais de um século, nasceu em Richford, no Estado de Nova Iorque, em 8 de Julho de 1839. A sua formação profissional era de contabilista. Em conjunto com Samuel Andrews, inventor de um processo de refinamento de óleo bruto, Rockefeller fundou a sua primeira empresa em 1862.

Quatro anos depois, em 1866, construiu uma segunda refinaria de petróleo. Com isso, estabeleceu as bases para a expansão dos negócios petrolíferos da família. Em 1870, John D. Rockefeller fundou a Standard Oil Company of Ohio: três anos depois, todas as refinarias de petróleo do Estado de Ohio pertenciam à sua empresa.

Em 1882, constituiu a Standard Oil Trust. Empregando em parte métodos considerados ilícitos, conseguiu o controlo de 95% de todo o sector petrolífero dos Estados Unidos. A partir daí, começou a diversificar as suas actividades, adquirindo participações em empresas industriais e de mineração.

Em 1892, o Supremo Tribunal do Ohio declarou ilegal o monopólio conquistado pela Standard Oil Trust e impôs um desmembramento da empresa. A medida só foi concretizada, porém, em 1899: a principal empresa sucessora, a Standard Oil of New Jersey, foi presidida pelo patriarca da família até 1911, quando teve de ser novamente desmembrada, em consequência de um segundo processo anti trust.

A partir de 1926, a Standard Oil of New Jersey passou a denominar-se Esso. Nos Estados Unidos, a empresa passou a chamar-se Exxon a partir de 1972. Do desmembramento imposto em 1911 pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos, surgiu também a Standard Oil do Estado de Indiana, que, a partir de 1962, adoptou o nome American International Oil Company.

No auge da sua carreira de negócios, a fortuna pessoal de John D. Rockefeller foi avaliada em quase 1 bilião de dólares: ele tornou-se o homem mais rico do mundo. A partir de 1911, Rockefeller encerrou a participação activa nos negócios da família, passando a dedicar-se exclusivamente a actividades filantrópicas.

Em 1913, criou a Fundação Rockefeller, com sede em Nova Iorque, a qual, segundo os seus estatutos, deve "servir a humanidade". Ela é ainda hoje uma das maiores fundações privadas dos Estados Unidos, e actua internacionalmente fomentando trabalhos científicos e obras caritativas. Dos 550 milhões de dólares que John Davison Rockefeller destinou a obras filantrópicas, a Fundação Rockefeller recebeu mais de 241 milhões.

John D. Rockefeller faleceu em Ormond Beach, na Flórida, em 23 de Maio de 1937.


 Fontes: DW
 wikipedia (imagens)

John D. Rockefeller em 1885
John D. Rockefeller's por John Singer Sargent  em 1917

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