Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

19
Jan18

19 de Janeiro de 1923: Nasce o poeta Eugénio de Andrade

António Garrochinho


Poeta português, Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de Janeiro de 1923 no Fundão, e faleceu a 13 de Junho de 2005, no Porto. Em 1947 ingressou na função pública, como funcionário dos Serviços Médico-Sociais, e em 1950 fixou residência no Porto. Manteve sempre uma postura de independência relativamente aos vários movimentos literários com que a sua obra coexistiu ao longo de mais de cinquenta anos de actividade poética. Revelando-se em 1948, com As Mãos e os Frutos, a que se seguiria, em 1950, Os Amantes sem Dinheiro, o seu nome não se encontra vinculado a nenhuma das publicações que marcaram, enquanto lugar de reflexão sobre opções e tradições estéticas, a poesia contemporânea, embora tenha editado um dos seus volumes, As Palavras Interditas, na colecção "Cancioneiro Geral" e tenha colaborado em publicações como Árvore, Cadernos do Meio-Dia ou Cadernos de Poesia. É, aliás, nesta última publicação, editada nos anos quarenta, que se firmam algumas das vozes independentes, como Ruy Cinatti, Sophia de Mello Breyner Andresen ou Jorge de Sena, que inaugurariam, no século XX, essa linhagem de lirismo depurado, exigente, atento ao poder da palavra no conhecimento ou na fundação de um real dificilmente dizível ou inteligível, em que Eugénio de Andrade se inscreve. Foi um dos poetas portugueses mais lidos e traduzidos, mantendo ao longo de uma longa e fecunda carreira uma certa unidade de temas e de recursos formais.

A escolha dos inofensivos substantivos "pureza" e "leveza" para referir a sua obra derivará talvez da noção do impulso de purificação que a sua poética confere às palavras através da exploração de um léxico essencial até à exaltação. Quando Maria Alzira Seixo fala do caminho que esta poesia percorre "na senda do rigor da lápide"("Every poem is an epitaph", já dizia Eliot) levanta o véu de um dos pontos fulcrais desta poesia que, nas palavras do próprio Eugénio de Andrade (Rosto Precário), se afirma como o "lugar onde o desejo ousa fitar a morte nos olhos". Falar desta obra como morada da "leveza" e da "pureza" é encobrir o que nela há de ofício de paciência e de desesperada busca. Talvez seja preferível falar da força básica de um léxico de tal maneira investido da radicação do corpo do objecto amado no mundo e na sua paisagem que é capaz de impor o desejo da luz no coração das trevas da mortalidade. Eugénio de Andrade surgirá, assim, como o poeta da "correlação do corpo coma palavra" (Carlos Mendes de Sousa), da sexualidade trabalhada verbalmente até atingir uma "zona gramatical cega" (Joaquim Manuel Magalhães) onde o referido sexual não tem género gramatical referente porque o discursoem que vive pertence já a uma dimensão cuja musicalidade representa a recuperação de uma voz maternaintemporal.

Eugénio de Andrade foi elemento da Academia Mallarmé (Paris) e membro fundador da Academia Internacional"Mihail Eminescu" (Roménia). Para além de tradutor de vários autores, cujas obras recriou poeticamente (García Lorca, Safo, Borges), e organizador de várias antologias poéticas, é autor de obras como Os Afluentes do Silêncio(1968), Rosto Precário (1979), À Sombra da Memória (1993) (em prosa), As Mãos e os Frutos (1948), As Palavras Interditas (1951), Ostinato Rigore (1964), Limiar dos Pássaros (1976), Rente ao Dizer (1992), Ofício da Paciência(1994), O Sal da Língua (1995) e Os Lugares do Lume (1998).

Recebeu ao longo da sua vida vários prémios: Pen Clube (1986), Associação Internacional dos Críticos Literários(1986), Dom Dinis (1988), Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (1989), Jean Malrieu (França,1989), APCA (Brasil,1991), Prémio Europeu de Poesia da Comunidade de Varchatz (República da Sérvia, 1996),Prémio Vida Literária atribuído pela APE (2000) e, em maio de 2001, o primeiro prémio de poesia "Celso Emilio Ferreiro" atribuído em Orense, na Galiza. Em 2001, a 10 de maio, Eugénio de Andrade foi homenageado na Universidade de Bordéus por altura da realização do "Carrefour des Littératures", tendo sido considerado um dos mais importantes escritores do século XX. Estiveram presentes várias ilustres personalidades, entre elas o Presidente da República Portuguesa Jorge Sampaio. A 10 de Julho foi distinguido com o Prémio Camões e, ainda no mesmo ano, foi lançado um CD com poemas recitados pelo próprio autor. Em 2002, foram atribuídos os prémios PEN 2001 e Eugénio de Andrade recebeu o prémio da área da poesia pela sua obra Os Sulcos da Sede.No dia em que comemorou o seu octogésimo aniversário foi homenageado na Biblioteca Almeida Garrett do Porto.

Em 1991, foi criada na cidade do Porto a Fundação Eugénio de Andrade. Para além de ter servido de residência ao poeta, esta instituição tem como principais objectivos o estudo e a divulgação da obra do autor assim como a organização de diversos eventos como, por exemplo, lançamentos de livros, recitais e encontros de poesia.

A 22 de Março de 2005 foi distinguido, juntamente com a escritora Agustina Bessa-Luís, com o doutoramento"Honoris Causa", atribuído pela Universidade do Porto durante a cerimónia do 94.º aniversário da sua fundação

Eugénio de Andrade. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 




Poema à Mãe

No mais fundo de ti, 
eu sei que traí, mãe 

Tudo porque já não sou 
o retrato adormecido 
no fundo dos teus olhos. 

Tudo porque tu ignoras 
que há leitos onde o frio não se demora 
e noites rumorosas de águas matinais. 

Por isso, às vezes, as palavras que te digo 
são duras, mãe, 
e o nosso amor é infeliz. 

Tudo porque perdi as rosas brancas 
que apertava junto ao coração 
no retrato da moldura. 

Se soubesses como ainda amo as rosas, 
talvez não enchesses as horas de pesadelos. 

Mas tu esqueceste muita coisa; 
esqueceste que as minhas pernas cresceram, 
que todo o meu corpo cresceu, 
e até o meu coração 
ficou enorme, mãe! 

Olha — queres ouvir-me? — 
às vezes ainda sou o menino 
que adormeceu nos teus olhos; 

ainda aperto contra o coração 
rosas tão brancas 
como as que tens na moldura; 

ainda oiço a tua voz: 
          Era uma vez uma princesa 
          no meio de um laranjal...
 

Mas — tu sabes — a noite é enorme, 
e todo o meu corpo cresceu. 
Eu saí da moldura, 
dei às aves os meus olhos a beber, 

Não me esqueci de nada, mãe. 
Guardo a tua voz dentro de mim. 
E deixo-te as rosas. 

Boa noite. Eu vou com as aves. 
19
Jan18

A máquina de lavar roupa

António Garrochinho



No debate quinzenal de 9/1/2018, o primeiro-ministro desvalorizou uma pergunta do Bloco de Esquerda sobre a qualidade de emprego que está a ser criado (36'30'') e, baseando-se nos dados do INE, questionou uma análise feita pelo Observatório sobre Crises e Alternativas, em duas publicações (aqui e aqui), com larga projecção mediatica, porque baseada numa "metodologia" que empola os números da precariedade. Disse ele:


"Os números do INE não consentem duas interpretações. 70% dos novos contratos de trabalho são contratos sem termo, não são contratos precários, são contratos de trabalho definitivos. O estudo que cita é um estudo que deve ser analisado, primeiro porque não se refere apenas ao período destes dois anos, mas mais extenso; e segundo pela metodologia própria com que trabalha que é uma metodologia onde não identifica contratos de trabalho, mas trabalhadores [aqui alterei o que o primeiro-ministro disse porque, obviamente, não era isso que ele queria dizer] e em que, por isso, há porventura um empolamento daquilo que são os contratos precários por via da multiplicação de contratos na mesma pessoa. Agora, os dados oficiais, formais, do INE dizem que, nestes dois anos, são 76%. E mais: tem vindo a melhorar porque os dados de 2017 já dizem que 78% do emprego existente em Portugal é sem ser contrato a termo e, portanto, emprego com maior qualidade. 
Vamos por partes.


1) "70% dos novos contratos são contratos sem termo, não são precários, são (...) definitivos": A ideia do primeiro-ministro baseia-se nos valores do INE relativas à criação liquida de emprego.

Fonte: INE, Inquérito ao Emprego














Na verdade, no mandato de 2016/17 foram criados 242 mil novos empregos, dos quais 264 mil postos de trabalho por conta de outrem (TPCO). E destes 193 mil com contratos sem termo (73%), 62 mil com contratos com termo (23%) e 9 mil com outro tipo de contratos (4%). Mas serão eles "definitivos"?

Olhando para a imagem ao lado, dir-se-ia que a criação de postos de trabalho TPCO segue uma evolução contínua e progressivamente positiva. Tudo estaria a correr bem e cada vez melhor. Mas a realidade é bem mais complexa. Para que se tenham criado aqueles postos de trabalho, esse foi o resultado de um fluxo contínuo de pessoas que se deslocaram entre o emprego, o desemprego e a inactividade. As pessoas que conseguem um emprego, não o mantêm definitivamente. O mundo do trabalho de trabalho vive presentemente ciclos contínuos de criação e destruição de postos de trabalho, que geram precariedade e instabilidade social e pessoal, demográfica e migratória, com impactos nas contas públicas, na saúde pública e na estabilidade da Segurança Social. E para esse retrato, os números do INE ilustram bem o que se passa.

Fonte: INE, Inquérito ao Emprego
 O gráfico mostra que a criação líquida de empregos é apenas uma pequeníssima parte do volume de emprego criado, que por sua vez é igualmente destruído. Quanto desse emprego eram contratos de trabalho sem termo? Quantos eram postos de trabalho a prazo? Nunca se saberá. Por isso, é um pouco arriscado dizer que a criação de emprego que esta a ser feita é maioritariamente de contratos permanentes. E afirmar categoricamente que os postos de trabalho criados (do ponto de vista líquido) são mesmo "definitivos" é uma aventura oratória que,  a prazo, se arrisca a pagar cara.

2) "O estudo que cita é um estudo (...) em que, por isso, há porventura um empolamento daquilo que são os contratos precários": De que estudo fala o primeiro-ministro? Trata-se como é visível no link acima mencionado de uma análise aos dados do Fundo de Compensação do Trabalho (FCT) e do Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT), criados em 2013 para pagar metade das indemnizações por despedimento. Esses dados, é verdade, não estão construídos para seguir o trajecto dos trabalhadores assalariados, mas quantificam e qualificam os contratos que foram criados desde finais de 2013, durante o período da retoma. Ou seja, um mesmo trabalhador pode ter vários contratos de trabalho desde 2013 e, por isso, não se trata de uma medida eficaz de criação de emprego. Mas é-o quanto ao tipo de contratos que se estão a criar. Porquê? Porque os FCT/FGCT quantificam o número de contratos que foram criados desde finais de 2013 e que se mantêm vigentes a cada data de avaliação. Assim, em Outubro de 2017, havia 1.282.471 contratos em vigor criados desde finais 2013. E desses, apenas 430 mil eram contratos sem termo. Como é possível que se tenham criado 1,3 milhões de contratos quando - segundo o INE - apenas se criaram, em termos líquidos, 193 mil postos de trabalho? Porque o que se verifica é que a enorme rotação de contratos que está a atingir aquelas pessoas que supostamente estariam "protegidas" com os supostos "contratos definitivos" anteriores à retoma. Ao contrário da teoria oficial (Centeno inclusive defende-a), não há uma real segmentação do mercado de trabalho, entre "protegidos" e "desprotegidos": todos estão desprotegidos como esses números revelam. O que se verifica no mundo do Trabalho é uma imensa mortandade entre os contratos assinados. Veja-se os dados do FCT/FGCT relativos a Abril de 2017:

Fonte: FCT/FGCT

Como é visível, este tipo de evolução cíclica assemelha-se muito ao ritmo de passagem entre emprego, desemprego e inactividade estimados pelo INE. E caso houvesse dados personalizados por trabalhador dos FCT/FGCT, muito provavelmente se teria uma avaliação condizente.

3) "Os números do INE não consentem duas interpretações": Como se viu, os números do INE não têm apenas uma interpretação; apenas tem uma interpretação se o analista olhar apenas para um dos números do INE. Mas assim nunca se fará uma análise realista do que se passa. Se o primeiro-ministro olhar apenas para a criação líquida de emprego, tem razões para ficar contente; se olhar para a criação bruta de emprego, verificará que o mundo é muito diferente. Claro que é possível verificar que o ritmo de criação e destruição de postos de trabalho está a abrandar face aos anos anteriores e isso é positivo, mas está longe de ser um mundo pacificado. E mais: os números do INE, quando têm em consideração a criação e destruição de postos de trabalho, assemelham-se muito dos dados da metodologia que - erradamente - o primeiro-ministro desvalorizou.

4) Os números têm "vindo a melhorar porque os dados de 2017 já dizem que 78% do emprego existente em Portugal é sem ser contrato a termo". Será que é assim? Mesmo olhando para a estrutura do emprego que está a ser criado do ponto de vista líquido, verifica-se que 2017 pode não ter sido um ano que prolongou uma tendência positiva.

Fonte: INE, Inquérito ao Emprego
Fonte: INE, Inquérito ao Emprego




























Em 2016, o peso dos contratos sem termo foi de 79.1% face aos postos  TPCO criados. E em 2017 foi menor: 69,5%. Porquê? Talvez porque o ritmo de criação de postos com contrato a prazo tenha sido anormalmente baixo (2,6%). Porquê? Não se sabe, talvez porque houve decisões de investimento adiadas pelo pânico gerado por um governo de esquerda. A Direita terá assustado bem os empresários? Não se sabe. O certo é que o peso dos contratos de trabalho sem termo gerados pela retoma, está abaixo do valor da estrutura do emprego quando analisados do ponto de vista do stock de emprego, e não apenas dos criados durante 2016/17. Veja-se o gráfico ao lado para verificar que, do ponto de vista da estrutura do emprego, nada tem mudado e o peso dos contratos sem termo está acima dos gerados pela retoma 77-78% contra ao redor dos 70%). E estamos a falar de dados do INE...

5) Os números têm vindo a mostrar que o emprego gerado é "emprego com maior qualidade". Como se viu, esta afirmação é um pouco ousada, mas toda a gente sabe que os debates no Parlamento não primam pela capacidade de análise das estruturas. O combate de trincheira apenas gera mais defesa de trincheira... Na realidade, o emprego gerado não só é mais precário como essa precariedade tem gerado condições contratuais mais recuadas. A nível salarial, revela-se que os contratos permanentes - seguindo os dados do FCT/FGCT - têm vindo a perder terreno na sua remuneração média, o que é condizente com a progressiva penetração em ofensiva dos novos contratos naquilo que se dizia ser o quadro protegido dos trabalhadores com contratos sem termo. Um turbilhão que vai se alasstrando a cada vez mais trabalhadores, contribuindo para a redução salarial, tal como era objectivo da desvalorização salarial defendida pelo PSD/CDS e a troika. Se os valores dos anos de 2013 e 2014 poderão ser relativizados (tratava-se do início da base de dados), já em 2016 essa não é a situação.

Fonte: FCT/FGCT

Mais recentemente os valores dos contratos sem termo têm registado uma possível muito sensível melhoria, mas nada que se compare com a verificada nos contratos a prazo (mais de 100 euros). Em termos gerais, os dados contabilizados pelo Ministério do Trabalho, a partir dos descontos feitos para Segurança Social, revelam que, não só o valor médios dos salários globais pouco tem subido (uns 20 euros em vários anos), como do ponto de vista real (descontada a inflação), eles estão mesmo estagnados.












Ou seja, apesar da retoma económica e da subida do valor criado, a participação dos salários nesse criado deve estar a reduzir, contribuindo para maiores desigualdades.

Algo que não é de estranhar, uma vez que este governo manteve, grosso modo, todo o edifício legal do mundo laboral, não se podendo esperar que gere resultados muito diferentes. O mundo do Trabalho tem vivido - e continua a viver - em algo parecido como uma máquina de lavar roupa, usando a expressão feliz de José Castro Caldas para uma realidade insustentável no futuro.

Se o governo socialista quer ter resultados diferentes, terá de mudar esse edifício. Aqui, sim, é que não há lugar a duas interpretações. 


ladroesdebicicletas.blogspot.pt
19
Jan18

Câmara de Évora encontrou 5 milhões de dívida não registada pelo PS

António Garrochinho

Fachada do edifício da Câmara Municipal de Évora. 
«Era uma dívida de grande dimensão que não esperávamos encontrar tantos anos depois», afirmou hoje o presidente do município, Carlos Pinto de Sá (CDU), em declarações à Lusa.
O autarca referiu que a Câmara Municipal (CM) de Évora registou, em 2017, uma dívida de 1,7 milhões de euros ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e outra de 3,3 milhões à empresa responsável pelo abastecimento de água.
«Fomos surpreendidos quando, numa reunião com IHRU, nos foi dito que havia uma dívida» relacionada com a compra de 54 fogos situados no Bairro das Corunheiras, disse, indicando que a anterior gestão do PS no município fez o contrato em 2004.
Segundo o presidente da Câmara, não existiam registos desta dívida nas contas do município, nem da Habévora, empresa municipal responsável pela gestão do património habitacional público do concelho.
«Percebemos depois que tinha havido uma decisão da Câmara e da Assembleia Municipal de passar esse compromisso do município para a Habévora e que, apesar de ter havido a deliberação, isso nunca se concretizou, razão pela qual, julgamos nós, não terá sido registado», realçou.
Pinto de Sá adiantou que a dívida ao IHRU foi registada, ainda em 2017, e que a empresa municipal Habévora assumiu os encargos, assinalando que, depois de negociações, a Câmara conseguiu reduzir juros e acordar o seu pagamento de forma faseada.
Quanto à dívida de 3,3 milhões de euros à Águas do Vale do Tejo, empresa que absorveu a antiga Águas do Centro Alentejo, a CM de Évora também fez «um acordo de pagamento» para pagar o valor ao longo do tempo, revelou.
Esta obrigação, explicou o autarca eleito pela CDU, está relacionada com juros de dívidas que o município foi condenado a pagar em processos que estavam no Tribunal Administrativo de Beja.
«Apesar de ter aparecido mais dívida, conseguimos pagar mais do que aquela que apareceu», notou, frisando que o mais recente apuramento, no final de 2017, aponta para uma dívida orçamental do município na ordem dos 65,7 milhões de euros.
O autarca observou que o aparecimento de novas obrigações fez aumentar «a dívida herdada» da anterior gestão do PS no município para os 94,7 milhões de euros.
A coligação PCP-PEV renovou a maioria absoluta na Câmara da capital de distrito alentejana nas eleições autárquicas de 1 de Outubro de 2017, depois de ter recuperado a gestão da autarquia em 2013. O PS esteve na gestão da Câmara de Évora durante três mandatos, entre 2001 e 2013.

Com Agência Lusa

www.abrilabril.pt
19
Jan18

Ministério Público pede ajuda para encontrar filhos de ex-embaixador do Iraque

António Garrochinho
Ridha e Haider são acusados de tentativa de homicídio do jovem Rúben Cavaco
O Ministério Público desconhece o paradeiro dos gémeos iraquianos acusados de tentativa de homicídio de um jovem, tendo a procuradora do processo solicitado à Procuradoria-Geral da Republica para pedir às autoridades do Iraque que notifiquem os arguidos da acusação.
"(...) Antes de pedir a intervenção da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), seguindo a via hierárquica, se solicitará à Procuradoria-Geral da República que se digne a proceder à tradução da acusação e, de acordo com os pertinentes procedimentos e os canais próprios, para que se digne diligenciar junto das autoridades iraquianas pelos bons ofícios para notificação da acusação, por serem os arguidos cidadãos iraquianos, filhos de funcionário da República do Iraque, com quem continuarão a residir em domicílio e país que se desconhecem", refere o despacho de acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve hoje acesso.
O MP deduziu acusação contra Ridha e Haider, filhos do antigo embaixador iraquiano em Lisboa, que à data dos factos tinham 17 anos, por tentativa de homicídio do jovem Rúben Cavaco, na madrugada de 17 de agosto de 2016, em Ponte de Sor, distrito de Portalegre.
"Nos presentes autos não foi possível constituir arguidos e interrogar nessa qualidade Haider Saad Ali e Rhida Saad Ali, desconhecendo-se o seu domicílio atual e país de residência, tendo apenas sido informado nos autos que saíram de território nacional português, pelo que em Portugal não gozam de imunidade diplomática. Desse modo, adquirem aqueles o estatuto de arguidos com a acusação e prosseguem os autos sem o respetivo interrogatório, por impossibilidade de os notificar", explica a procuradora Aurora Rodrigues.
Na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, disse, numa resposta à Lusa, que realizará "imediatamente", pela "via diplomática apropriada", a diligência que a Procuradoria-Geral da República peça no processo que envolve os filhos do antigo embaixador iraquiano, acusados de tentativa de homicídio.
Os filhos do embaixador tinham imunidade diplomática, ao abrigo da Convenção de Viena, e o Governo português pediu ao Iraque, por duas vezes, o levantamento da imunidade para que os jovens pudessem ser ouvidos em interrogatório e na qualidade de arguidos sobre o caso das agressões.
Em ambas as situações, as autoridades iraquianas "suscitaram questões jurídicas" e acabaram por retirar, em 2017, o então embaixador em Lisboa.
Assim, ao longo de todo o processo, devido à imunidade diplomática que as autoridades iraquianas sempre se recusaram a levantar, nunca foi possível interrogar os filhos do embaixador nem aplicar alguma medida de coação.
O despacho de acusação acrescenta que "deverá ser solicitado às autoridades iraquianas que no momento da notificação seja lavrado termo de identidade e residência aos arguidos, para o que deverá ser remetido formulário próprio".
"Não obstante não ter sido possível constituir arguidos e interrogar Haider Saad Ali e Ridha Saad Ali e de os mesmos se terem ausentado de Portugal, desconhecendo-se o seu atual domicílio e país de residência, entendo que tal decorre da imunidade diplomática de que beneficiavam e da saída do país do então senhor embaixador da República do Iraque, de quem são filhos, e que essas circunstâncias não dependeram da sua vontade", sublinha a procuradora do MP.
Assim, a magistrada entende que o termo de identidade e residência é a "medida cautelar bastante", até porque, sublinha, "não se afigura que exista receio da prossecução da atividade delituosa", razão pela qual "deverá ser lavrado o termo de identidade e residência".
Segundo a acusação do MP, os arguidos, "na sequência de uma discussão e confrontos físicos anteriores, agrediram de forma violenta a vítima, derrubando-a e atingindo-a com murros e pontapés direcionados em especial à cabeça e à face, deixando-a inanimada e só devido à pronta intervenção médico-cirúrgica não sobreveio a morte".
Os factos ocorreram na madrugada de 17 de agosto de 2016, quando o jovem Rúben Cavaco foi espancado em Ponte de Sor pelos filhos do embaixador do Iraque em Portugal, Haider e Ridha, gémeos que tinham, à data, 17 anos.
O jovem sofreu múltiplas fraturas, tendo sido transferido no mesmo dia do centro de saúde local para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e chegou mesmo a estar em coma induzido. Acabou por ter alta hospitalar no início de setembro de 2016.

www.dn.pt
19
Jan18

O DESGRAÇADO FIM DAS CRIANÇAS GOEBBELS

António Garrochinho



29 de abril de 1945. Nota-se a respiração dos russos a poucos metros do führerbunker, o complexo subterrâneo de salas em Berlim onde Adolf Hitler passou as últimas semanas do regime nazista. Hitler, Eva Braun, Goebbels, Magda e seus 6 filhos passam seus últimos dias sem ver a luz. O caos é total. O outrora homem mais poderoso do mundo vive preso por metros de cimento, o Parkinson e surtos de loucura psicótica amarguram mais ainda o pesadelo dos que caíram com ele. O final espreita.

O desgraçado fim das crianças Goebbels
Hitler e Helga Goebbels.
A irrespirável atmosfera do último refúgio de Hitler era o fiel reflexo dos últimos estertores do Reich. O exército que ia dominar o mundo se rendia aos pés da porta de Brandenburgo enquanto o Führer tentava ocultar as desculpas, seus tremores e seus crimes sob toneladas de concreto.
O desgraçado fim das crianças Goebbels
Entrada do führerbunker.
Dentro desse refugio cinza, frio e cheio de umidade havia seis crianças que viviam alheios ao inferno que ardia a oito metros sobre suas cabeças. Atividades infantis, chocolate com bolo e jogos com Hitler marcavam e alegraram a agenda durante os oito dias do voluntário cativeiro.

Dizem que Adolf era incapaz de transmitir qualquer tipo de emoção com as milhares de personalidades com as quais tratava diariamente, com nenhuma, exceto com as crianças e cães. Por isso ele gostava de Goebbels e seus filhos. Todos eles alheios. Todos eles ingênuos. Todos menos uma. Helga Goebbels, a teimosa e rebelde como ela só.
O desgraçado fim das crianças Goebbels
Os Goebbels com Hitler.
Apesar de não compartilhar sangue, o carinho negado por seu pai, o grande irreverente, hipócrita, manipulador, mulherengo e ministro da propaganda do regime, Joseph Goebbels, era proporcionado por Adolf Hitler em uma relação paternalista (ainda que alguns historiadores digam que era um claro sinal de pedofilia) cheia de admiração. Ela tinha apenas 12 anos e, para ela, ele sempre seria seu tio.
O desgraçado fim das crianças Goebbels
Hitler e Helga Goebbels.
Magda Goebbels, sua mãe estava sempre distante. Passava muito pouco tempo com os filhos porque não podia fazer outra coisa do que aparentar e fingir suas melhores expressões nos chás que ela mesma organizava por ordem de Joseph para os generais e dinossauros do partido nazista, o que acabou fazendo com que ela sucumbisse ao medo (chegou a ser internada, depois de ficar com parte do rosto paralisado) e negasse os cuidados de sua estirpe em momentos críticos.

Em sua adolescência Magda teve um noivo judeu, se casou aos 19 anos com Günther Quandt, membro de uma família multimilionária. Depois de afiliar-se ao partido nazista, divorciou-se e casou-se em 1931 com Goebbels, apesar de certa vez ter constatado:

- "Amo meu marido, mas meu amor por Hitler é mais forte. Por ele estaria disposta a dar minha vida. Quando descobri que Hitler não podia amar nenhuma mulher, senão, como ele mesmo diz, só a Alemanha, aceitei o casamento com doutor Goebbels. Assim posso estar mais próxima do Führer."
O desgraçado fim das crianças Goebbels
Os Goebbels.
Nos dias finais naquele cativeiro, Magda Goebbels escreveu uma carta de despedida a Harald Quandt, seu filho do primeiro casamento, concretamente em 28 de abril de 1945, explicando que - "...não vale a pena viver no mundo que vem depois de Hitler. Por isso também vou levar as crianças, porque seria dolorosa a vida que levariam depois disso tudo. Um Deus misericordioso me compreenderá quando eu mesma lhes dê a salvação."

Por esses mesmos dias a mãe começou a prometer aos filhos que logo tudo aquilo iria acabar e que logo poderiam sair dali para desfrutar. Helga questionou porque então a mãe andava tão nervosa e por que estava sempre vasculhando sua bolsa com tanta sofreguidão. Magda desconversou. Helga achou que era uma arma e pensou no pior.
O desgraçado fim das crianças Goebbels
Joseph e os filhos.
Helga Susanne, Hilde Traudel, Helmut Christian, Holde Kathrin, Hedda Johanna e Heide Elisabeth; os seis filhos do casal Goebbels (de 12 a 4 anos), marcados desde seu nascimento com o "H" de Hitler, morreram à noite de 1° de maio de 1945 pelo veneno fornecido por sua própria mãe e pelo Dr. Stumpfegger.

Naquela noite, quando Magda colocou as crianças na cama, ela lhes disse que precisavam tomar uma medicação para prevenir uma possível infecção naquele lugar tão úmido e frio. Helga perguntou a mãe porque simplesmente não iam embora dali. Na verdade, eles foram injetados com morfina por um dentista do exército, Dr. Kunz. Magda pediu ainda que ele a ajudasse a dar cianureto às crianças uma vez que estivessem dormindo, mas Kunz se recusou.

Ela então falou com um dos médicos de Hitler, Ludwig Stumpfegger, que a ajudou a esmagar os comprimidos de cianureto, que Hitler tinha presenteado como prova de sua honra aos Goebbels e que Magda guardava receosa em sua bolsa.
O desgraçado fim das crianças Goebbels
Supostamente a última foto de Helga Susanne Goebbels.
Magda e Joseph então deixaram o búnquer e foram para o jardim da chancelaria do Reich. Ela engoliu uma cápsula do veneno e, para ter dupla certeza, ele atirou nela com uma pistola, antes de apontar a arma para sua cabeça e fazer o mesmo.

Quando os primeiros russos entraram no búnquer dois dias depois, descobriram os corpos das crianças. Eles estavam deitados em suas camas vestindo roupas brancas, completamente limpas. Nas fotos dos cadáveres é possível ver a expressão de paz na cara de todas as crianças. Em todas, exceto na de Helga.
O desgraçado fim das crianças Goebbels
De acordo com a autópsia que os russos realizaram depois, hematomas no rosto e no pescoço da menina indicavam que ela se recusou a ser envenenada e foi forçada a engolir o cianureto. No final, a garota havia redescoberto seu espírito de rebeldia. Helga sabia.


P.S.: Os dados refletidos neste artigo são fatos históricos baseados em declarações de Kathe Hübner, a babá dos Goebbels, e de historiadores.


www.mdig.com.br
19
Jan18

VEJA NESTE VÍDEO COMO SE FABRICAVA O PAPEL NA CHINA

António Garrochinho


canal do Youtube da belíssima chinesa Li Ziqi é um desses poucos que você deveria guardar com carinho no seu cantinho de favoritos (CTRL+D). Ela, que chegou no Youtube apenas em agosto de 2017, já coleciona milhões de visualizações, com seus vídeos que demonstram o passo a passo de técnicas e métodos tradicionais chineses de fazer algumas coisas, como a fabricação de papel, desde o corte da madeira até a obtenção de um folha de papel. E parece um bastante laborioso.

Ela por assim, dizer é um Caveman de saias, bem mais bela, e bota bela nisso, com o intuito de resgatar técnica ancestrais. Segundo ela explica:

- "As origens do papel feito a mão remontam ao século II antes de nossa era, quando nossos antepassados começaram a fazer papel com casca de árvore. Com este vídeo espero que, nesta era em que todo o processo de produção de papel está mecanizado, possamos conhecer um pouco melhor como trabalhavam nossos antepassados, e como fizeram da China o primeiro país do mundo a usar o papel."
www.mdig.com.br
19
Jan18

Os esquecidos da política da selfie

António Garrochinho

Há vários dias que as centenas de trabalhadores daquilo que foi durante dezenas de anos a fábrica da Triumph lutam pela sua dignidade e por que lhes paguem o que lhes é devido: os ordenados em atraso e as dezenas de anos que deram de vida àquela empresa. Numa altura em que os comentadores estão mais entusiasmados com as frases de Rio e Santana
As centenas de trabalhadoras e de trabalhadores da fábrica da Triumph, há pouco mais de um ano vendida a uma espécie de empresa de conveniência para a levar ao fundo sem deixar rastos na prestigiada casa-mãe, devem ter sido os únicos portugueses atropelados pela desgraça com quem o atual Presidente da República não fez questão de tirar uma selfie amiga com o abraço da praxe. Estes mais de 400 trabalhadores não receberam nem o subsídio de Natal nem os ordenados devidos a partir de novembro. Em troca receberam uma carta para os convidar a ficar em casa até à produção se “regularizar”.
Desconfiados da marosca, a grande maioria não aceitou a “conveniente” carta e continuou a ir trabalhar todos os dias, mesmo quando lhes fecharam as luzes. Uns dias depois impediram que gente fosse carregar em camionetas os produtos já feitos, a que provavelmente se seguiriam as máquinas sofisticadas, com um alto valor. Em setembro já tinham sido “roubados” os computadores, um deles com uma valiosa pen onde estão as instruções para a produção de alguns modelos das máquinas.
Desde aí, estas centenas de operários, a grande maioria mulheres, não desarmam e ficam em turnos guardando a sua fábrica. Muitas delas deram dezenas de anos de trabalho à empresa e falam com orgulho de várias vezes a sua fábrica ter sido considerada a melhor do grupo e dos esforços acrescidos, que lhes ficaram marcados no corpo, com as mazelas e as doenças profissionais crónicas que têm, para cumprir prazos de entrega e de encomenda que para outras fábricas pareciam impossíveis.
A trabalhadora mais velha entrou ao trabalho com 14 anos, tem mais de 50 anos na fábrica e chama-se Maria José Gomes. Há mais de um ano, quando a Têxtil Gramax Internacional “comprou a antiga fábrica da Triumph”, que produzia mais de 20 milhões de euros por ano para a marca-mãe e tinha mais de 500 trabalhadores, o atual ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, voltou-se para a operária e, com um sorriso, disse-lhe: “Você ainda vai ter muitos e bons anos para dar nesta fábrica.” Ao lado sorriam, impantes, os administradores da Gramax Internacional. Um ano e picos depois, os ditos administradores já se demitiriam, segundo as operárias para não poderem ser legalmente responsabilizados pelo desastre, e o ministro não voltou a aparecer. “Bem gostava de o ver, para lhe dizer umas coisas”, confessa Maria José Gomes.
Um ano depois, a Triumph deixou com uma pressão matemática de fazer encomendas à unidade fabril; passado o prazo de um ano, está legalmente irresponsabilizada dos compromissos que tinha com os seus trabalhadores. Quando esse prazo se esgotou, as encomendas também acabaram.
As mulheres e os homens da fábrica perderam as ilusões. Na zona onde estão havia um monte de indústrias e restam agora muito mais ruínas que fábricas e empresas. À frente estão as instalações de uma das maiores distribuidoras portuguesas, a Electroliber, cujas instalações, com vidros partidos e grafitados, servem apenas para gravar telediscos. “O filho do Tony Carreira, acho que o Mickael, gravou no outro dia um ali.”
Claro que a maioria dos trabalhadores queriam que os respeitassem, respeitassem a qualidade do seu trabalho, e que continuassem a poder viver do seu trabalho, recompensado com um pequeno salário, de uma atividade económica em que outros retiravam milhões; mas neste momento, para eles, a questão é outra. Não veem capacidade de arranjar clientes e manter a sua fábrica num mercado que deslocalizou a produção para países sem normas sociais e de salários ainda mais baixos. Neste momento, para elas e para eles, o que lhes é devido é respeito: se vão fechar a fábrica, não o façam com negociatas mentirosas, assumam os seus atos e paguem até ao último tostão os salários e as indemnizações devidas para quem, na sua maioria, trabalhou mais de 30 anos numa empresa.
É certo que para nós, como comunidade, há outras questões que se colocam: que governos e politicas económicas permitiram que, a troco de umas migalhas de subsídios europeus, se destruísse todo o tecido produtivo nacional e se substituísse por uma espécie de sociedade de aluguer de quartos e venda de tapas gourmet de nutella aos turistas. É uma discussão mais larga, em que a nossa capacidade de decisão está minada pela corda ao pescoço que nos puseram, com o nome de serviço da dívida, ao criarem uma integração europeia e colocarem-nos numa globalização económica feita para ajudar a especulação financeira e destruir a capacidade de organização e reivindicação de quem trabalha.
Em Portugal foram ao fundo cerca de meia dúzia de instituições financeiras. Segundo os jornais, os contribuintes já lá meteram mais de 14 mil milhões de euros; esta semana ficámos a saber que os bancos estão “obrigados” a pagar muito mais de 17 mil milhões de euros pelos buracos da passagem do BES para o Novo Banco. Daqui a uns dias vamos ver que vão dizer que não conseguem fazê-lo, sob perigo de irem para a falência.
No regime em que vivemos, uma espécie de “socialismo para capitalistas”, quando há dividendos – e eles foram muitos milhares de milhões de euros –, eles vão para os acionistas e os prémios para os gestores. Quando há buracos, são os contribuintes a pagar e os operários das fábricas a ir para o desemprego.
Quando, daqui a uns dias, na ausência de outra ocupação vistosa, o senhor Presidente da República visitar as mulheres e homens de Sacavém que lutam pelo que é seu de direito, para além de lhes dar a solidariedade de circunstância, que fica sempre bem nas câmaras de televisão, explique-lhes como aceitamos governos e políticas, em que ele esteve sempre envolvido com os partidos do “arco da governação”, que acharam normal discutir-se neste momento, a nível europeu, 655 mil milhões de euros de apoio aos bancos privados e nem um cêntimo de apoio ao emprego, à indústria e às pessoas.
A banca deve servir para apoiar o tecido produtivo, apoiar a economia. Não pode ser um conjunto de marcas a gerar o produto derivado mais esdrúxulo para canibalizar a economia e o método mais prático para fugir aos impostos e colocar o dinheiro em paraísos fiscais. Esta dinâmica especulativa tem de ser destruída e isso dificilmente será feito com políticos tão próximos dos principais beneficiários da especulação, sempre à espera da próxima porta giratória que se abra e lhes permita passar da política aos paraísos financeiros.
Nós sabemos que os operários não têm a capacidade de oferecer fins de ano e férias paradisíacas em iates a políticos. Ou, dito de outra maneira, embora tenham sido os banqueiros a sorrir com a benesse aos amigos políticos, foi de facto quem trabalhou que pagou tão grande riqueza.
Uma sociedade que leva para a rua, o frio e a pobreza quem trabalhou toda uma vida, enquanto continua a dar cada vez mais riqueza e poder aos donos do capital financeiro, não é uma sociedade digna de se chamar civilizada. Um dia, isto vai rebentar, porque as pessoas não aguentam toda a injustiça até ao final dos tempos. Um dia, tudo será completamente diferente, e de uma coisa podemos ter desde já a certeza: não se vai resolver com uma selfie.

ionline.sapo.pt
19
Jan18

VEJA AQUI O MAIOR PORTA CONTENTORES CHINÊS

António Garrochinho

Esta besta dos mares, todo um prodígio da engenharia, é o maior navio porta-contêineres fabricado na China. Tem uma capacidade líquida de 20.000 contêineres padrão e uma tonelagem bruta de 199.000 toneladas. Ainda que não bate nenhum recorde do mundo, está em destaque na lista dos navios de transporte de carga mais longos: quase todos têm um comprimento máximo de 400 metros (um palmo acima, um palmo abaixo, literalmente) ainda que os maiores podem transportar entre 19.500 e 21.400 contêineres.

Este novo navio tem uma superfície maior que a de quatro campos de futebol. Seu interior, vazio até que comece a operar, é digno do final de "Os Caçadores da Arca Perdida", com enormes estruturas que se perdem na distância e na neblina. O COSCO Shipping Aries operará entre a China e Europa, em uma viagem que requererá 77 dias em média (9,6 nós de velocidade máxima).

VÍDEO
www.mdig.com.br
19
Jan18

Nomes próprios que deram lugar a nomes comuns

António Garrochinho



Museu

Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Via: Wikimedia Commons
Pois bem, quando visitamos uma cidade, costumamos ir ver alguns museus; e esta palavra tão comum, "museu", resulta que em sua origem era um nome próprio. Na mitologia grega, nove eram as Musas encarregadas das Artes. Eram filhas de Zeus e Mnemósine. Seus altares recebiam o nome de Mouseion, em grego, de onde surgiu nossa palavra museu, através do latina museum, que sobrevive hoje em dia no inglês, por exemplo.
Maçã

Macieira florida. Via: Wikimedia Commons
A maçã é outro exemplo que em latim se dizia malus, mas Gaio Macio, um botânico romano do século I a.C., cultivava uma variedade especial de maçãs, que, naturalmente, era conhecida como "malus do Macio" (malus matianum).

Então, ao passar ao português, poderíamos dizer que o sobrenome fez mais sucesso que o nome, porque ninguém hoje em dia chama maçã de malã, malum ou malus. A variedade específica terminou designando o fruto genérico. Seja por elipse ou por metonímia, ou para evitar uma palavra que também significava "mal", a verdade é que o adjetivo (em sua forma matiana), triunfou sobre malus. Em primeiro lugar era maçana,depois mançana e por fim maçã.
Mausoléu

Mausoléu de Halicarnasso. Via: Wikimedia Commons
Todos estamos destinados à morte, certo. Mas nem todos seremos enterrados em um mausoléu. Sob este termo, designamos hoje em dia um enterro suntuário e devemos o nome ao rei de Halicarnasso, Mausolo, (reinou no século IV a.C.) que quando chegou sua hora foi depositado em um monumento de singular beleza, pois queria que todos que por ali passassem lhe recordassem. Por verdade, foi uma das sete maravilhas do Mundo Antigo.
Farol

Farol de Alexandria. Via: Wikimedia Commons
Outro exemplo, também maravilha da antiguidade. Corria o século III a.C. e na escuridão da noite, uma luz guiava os barcos para o porto de Alexandria pois Ptolomeu II mandou construir uma torre onde um fogo servisse de referência à navegação. E essa torre foi construída em uma ilha, na ilha de Faros. E assim, pelo nome próprio da ilha onde foi construída essa torre, se designou todas as posteriores que cumpriram e cumprem ainda tão louvável missão: os faróis.
Mecenas

Via: Wikimedia Commons
Também temos depoimentos em época romana. Quando Augusto se alçou ao poder foi rodeado de uma série de pessoas que ajudavam em seus trabalhos reformistas da sociedade, sendo seu amigo Caio Cilnio Mecenas o que desenvolveria seu trabalho na manutenção das artes, e sobretudo, dos poetas, pois foi o benfeitor de Virgilio e Horacio, quem lhe presenteou com até uma vila, entre outros destacados poetas, dando lugar ao chamado Círculo de Mecenas, e a designar, atualmente, uma pessoa que colabora de maneira altruísta com a cultura.

www.mdig.com.br
19
Jan18

Proposta de revisão do PDM de Faro apresentada em sessão pública

António Garrochinho


A primeira sessão de apresentação da proposta de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Faro está marcada para o dia 25 de Janeiro, às 17h00, no Salão Nobre do Edifício dos Paços do Município.
Esta sessão, aberta ao público, vai contar com a presença do executivo municipal e do consórcio contratado para elaborar os trabalhos de revisão.
Segundo a Câmara de Faro, este encontro tem o objetivo de «dar a conhecer as principais perspetivas de desenvolvimento e ordenamento territorial do concelho, bem como conceder a oportunidade a todos os interessados em exercer um papel ativo neste processo».
É com o mesmo objetivo que, a partir do dia 26 de Janeiro, «todos os cidadãos interessados podem consultar a proposta de Revisão do PDM no site oficial da autarquia», ou na Câmara Municipal, na sala da Equipa do PDM, todos os dias úteis, no horário de atendimento ao público.
As observações, reclamações ou sugestões sobre o conteúdo da proposta podem ser formalizadas mediante o preenchimento de uma ficha de participação disponibilizada aqui, ou em suporte de papel. Estas devem ser ser remetidas à vereadora do Pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal de Faro, por correio eletrónico (pdm@cm-faro.pt), por carta (para a morada: Largo da Sé, 8004-001 Faro) ou entregues na Loja do Munícipe/Loja do Cidadão em Faro, no Mercado Municipal.
O período de participação pública termina a 16 de Fevereiro.

www.sulinformacao.pt
19
Jan18

Portimão acaba de ser escolhida como Cidade Europeia do Desporto 2019

António Garrochinho


«Grande felicidade!» É com estas palavras que Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, reagiu, em declarações ao Sul Informação, à eleição de Portimão como Cidade Europeia do Desporto para 2019, decisão anunciada esta sexta-feira, 19 de Janeiro, pela ACES Europe (European Capitals and Cities of Sport Federation).
A autarca salientou que esta é «uma vitória das coletividades e dos desportistas portimonenses, mas também dos técnicos da Câmara, que têm feito um trabalho extraordinário junto do movimento associativo».
«Apesar de todas as dificuldades que o concelho atravessou, o movimento associativo manteve-se vivo e a trabalhar, ao ponto de conseguirmos esta vitória», reforçou Isilda Gomes.
A ACES Europe reconheceu Portimão como exemplo a seguir na promoção do Desporto para todos.
Segundo a Câmara portimonense, «o desenvolvimento de programas municipais de incentivo à prática desportiva junto de toda a população, bem como os seus benefícios ao nível da promoção da saúde, integração e educação, foram alguns dos aspetos que contribuíram para que a candidatura de Portimão saísse vencedora».
«Fizemos de uma candidatura que muitos classificaram de improvável, um desígnio mobilizador, que toda uma comunidade acolheu como seu, colaborando e participando na candidatura, e que em boa hora foi reconhecida pela ACES Europe, ao eleger Portimão como Cidade Europeia do Desporto para o ano de 2019», acrescentou a edil.
Isilda Gomes sublinhou que «tudo faremos para concretizar os propósitos da nossa candidatura, mantendo o espírito inicial bem presente, porque acreditamos que o desporto pode ser a força motriz da qualidade de vida de uma cidade, nomeadamente através da generalização da sua prática a todas idades e sexos e independentemente da condição de vida dos cidadãos. Fica assim, a promessa que em Portimão vamos ter “Mais Desporto para todos!”».


Esta eleição constitui-se, ainda, «como uma oportunidade para que o Município de Portimão continue a sua aposta na melhoria das condições para a prática desportiva não só para os atletas como também para a população em geral, estando previstas intervenções chave em equipamentos desportivos, nomeadamente a construção de uma pista de atletismo e a conclusão do Pavilhão Desportivo da Boavista», acrescentou a Câmara.
Portimão concorreu juntamente com a cidade de Cascais, ao título de Cidade Europeia do Desporto em 2019, tendo a cidade algarvia triunfado, pelo que o título será entregue durante a gala do ECES Europe que terá lugar em Novembro, no Parlamento Europeu, em Bruxelas. «Um município que, como nós, passou pelos problemas que passou e que consegue esta vitória, ainda por cima contra uma Câmara muito forte como é Cascais, é algo que só nos pode orgulhar a todos», disse Isilda Gomes.
A presidente da Câmara não tem dúvida de que agora haverá «muito trabalho pela frente». Mas, «conhecendo do movimento associativo, os técnicos, a vereadora, não tenho dúvida de que, de facto, vamos todos fazer um grande trabalho. O executivo está todo envolvido, de alma e coração, neste projeto, e acredito que vamos ter um ano de 2019 que deixará marcas muito positivas em Portimão, na região e no país».


19
Jan18

Trump tracker: A história de seu primeiro ano - em sete gráficos

António Garrochinho

ATENÇÃO A TRADUÇÃO É DO MOTOR GOOGLE E TEM ALGUMAS IMPRECISÕES

Presidente Donald TrumpImage copyrightGETTY IMAGES
Donald Trump assumiu o cargo prometendo mudar o rosto da política americana e transferir o poder "de volta ao povo". Então, o que ele conseguiu até agora, na marca de 12 meses?
Estamos acompanhando o progresso do presidente em sua agenda e como é recebido pelo público americano e pelo mundo em geral.
E há comparações interessantes e surpreendentes com alguns de seus predecessores.
Linha cinza de apresentação curta

Como são as classificações de aprovação?

Donald Trump é um dos presidentes mais impopulares da era moderna. Sua classificação de aprovação semanal está ficando a 39% após 12 meses no escritório, de acordo com Gallup .
Os presidentes Barack Obama (50%), Bill Clinton (54%) e George W Bush (83%) foram muito maiores neste momento.
Sua média ao longo do ano também é de 39%, que é o menor registrado de qualquer presidente eleito em seu primeiro mandato. Clinton teve o mínimo anterior em 49%.
Gráfico: classificação de aprovação semanal do primeiro ano do Trump em comparação com seus três predecessores imediatos
Mesmo Gerald Ford estava nos 40 anos após 12 meses no cargo, segundo Gallup, seguindo seu perdão politicamente radioativo do antecessor Richard Nixon pelo escândalo do Watergate.
Quando o Sr. Trump assumiu o cargo em 20 de janeiro, ele teve a classificação de aprovação mais baixa de qualquer presidente recebente. Ele ganhou as eleições com números anêmicos, então não é surpreendente que ainda sejam pobres.
O que pode alarmar a Casa Branca é que algumas pesquisas de opinião indicam que o apoio está escorregando para o Sr. Trump entre os seus principais eleitores, incluindo homens brancos sem diploma universitário e americanos rurais.
Se suas classificações continuam a sentir a atração da gravidade, espere conversas ansiosas nas fileiras republicanas enquanto o Congresso se prepara para os termos intermediários de novembro de 2018.
E quanto ao exterior?
A imagem da liderança dos EUA caiu desde que o Sr. Trump assumiu o cargo, segundo Gallup, caindo 18% desde que Barack Obama deixou o cargo.
Também são quatro pontos abaixo do ponto mais baixo anterior de Gallup, que estava sob George W Bush - 34%.
Gráfico com classificação de aprovação global
Linha cinza de apresentação curta

Trump mudou-se para cortar a imigração ilegal?

Construir um muro fronteiriço pago pelo México foi a questão assinada pelo presidente Trump durante a campanha eleitoral, mas não está mais perto de acontecer.
Há protótipos construídos, mas os democratas se recusaram a aprovar um centavo para ele e os líderes do México dizem que nunca vão pagar.
O presidente Trump continua a pressionar o Congresso para mudar as leis de imigração dos EUA, incluindo o encerramento do sistema de loteria de vistos e a "migração em cadeia" que dê prioridade aos parentes dos residentes legais legais dos EUA.
Entretanto, ele assinou dois memorandos executivos que instruem os oficiais de imigração para que adotem uma abordagem muito mais difícil para fazer cumprir as medidas existentes.
Em outubro, a administração do Trump anunciou que estava terminando o programa de Ação Diferida de Ação Obama para Invasões Infantis (Daca), que concedeu o status de residência normalizado a cerca de 700 mil imigrantes indocumentados que entraram nos EUA quando eram jovens.
As prisões globais da fronteira diminuíram em 2017
A Casa Branca eo Congresso tentaram negociar um meio para promulgar legislação que ofereça proteções semelhantes, mas nenhum acordo final foi alcançado.
A imposição da imigração - e a dura retórica do presidente Trump - pode ter levado a uma queda no número de pessoas que tentam atravessar ilegalmente os EUA nos primeiros meses da nova administração, mas os números se recuperaram em 2017.
A conversa do novo presidente sobre uma repressão contra os imigrantes ilegais faz parecer que teve um passeio fácil sob o presidente Obama, mas ele foi rotulado como deportador em chefe por algum motivo.
Entre 2009 e 15, a administração de Obama deportou mais de 2,5 milhões de pessoas - a maioria dos quais foi condenada por alguma forma de infração criminal ou foram recém-chegadas.
Mas cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados ainda vivem nos EUA, muitos do México.
A agência de Imigração e Alfândega lançou uma série de incursões em todo o país desde que ele foi eleito - uma mudança do foco da administração Obama em áreas ao longo da fronteira dos EUA - levando a um aumento mensal de 40% em relação à última parte da administração anterior .
Isso ainda não levou a mais deportações. Em vez disso, há uma acumulação de mais de 600.000 casos em espera de revisão final por juízes de imigração.
Linha cinza de apresentação curta

Como a economia está passando por Trump?

Durante a campanha, Trump prometeu criar 25 milhões de empregos ao longo de 10 anos e se tornar "o maior presidente de empregos ... sempre".
Ele costumava afirmar que a taxa de desemprego atual era mais de 40%. Agora ele é o CEO da América, ele está abraçando as mesmas figuras desempregadas que ele descartou como "falso".
A trajetória básica da economia sob o presidente Trump permanece a mesma coisa que o presidente Obama.
A taxa de desemprego atingiu um mínimo de 17 anos de 4,1% em outubro e permaneceu lá, colocando o mercado de trabalho em ou perto do chamado emprego a mais de 81 meses consecutivos de crescimento.
Gráfico: trabalhos
Os mercados de ações atingiram recordes, os preços do petróleo permanecem baixos, a confiança dos consumidores e das pequenas empresas é dinâmica e a inflação está sob controle.
As vendas no varejo começaram a aumentar, embora as vendas de automóveis diminuíram em 2017. O crescimento salarial permanece lento.
A Casa Branca estabeleceu um objetivo de crescimento de 3%, que os EUA superaram no segundo e terceiro trimestres de 2017, marcando 42 meses consecutivos de expansão econômica.
E os republicanos esperam que seus cortes de impostos ajudem a impulsionar o crescimento, embora os especialistas discutam se a história fornece evidências de que alguém segue o outro.
Gráfico: boom do mercado de ações
Linha cinza de apresentação curta

Quais contas a Trump assinou em lei ou passou por conta própria?

"Nós assinamos mais legislação do que ninguém. Nós quebramos o registro de Harry Truman", disse Trump no final de dezembro.
O presidente assinou 107 contas durante seu primeiro ano no cargo, seguindo seus três antecessores mais recentes em totais, de acordo com o site não partidário GovTrack , que acompanha as contas no Congresso dos EUA.
Gráfico: Contas assinadas pelo Congresso durante o primeiro ano no cargo
O Sr. Trump cai atrás de George W. Bush (118) e Barack Obama (124), mas conseguiu passar a revisão mais abrangente do sistema tributário dos EUA em mais de três décadas antes do final do ano.
O presidente também afirmou ter passado mais legislação do que qualquer presidente desde Harry Truman, que estava apenas correto durante seus primeiros 100 dias no cargo. Ele ficou atrás das administrações anteriores, descobriu o GovTrack.
Mais de 30 partes da legislação assinadas em lei pelo presidente parecem ser modificações ou extensões ao direito existente, uma análise feita pela National Public Radio mostra .
Uma dúzia de contas focada em homenagear pessoas ou organizações, incluindo renomear um prédio em Nashville e nomear pessoas para um conselho do museu, a análise encontrada.
O presidente também exerce o poder político através de ordens executivas unilaterais e memorandos, o que lhe permite ignorar o processo legislativo no Congresso em certas áreas políticas.
Ele desperdiçou pouco tempo ao usar essa ferramenta, mudando-se para retirar -se do acordo comercial da Trans-Pacific Partnership (TPP), reduzir os regulamentos de negócios e avançarcom a construção de dois oleodutos controversos.
Mas as ordens executivas são limitadas em seu poder, porque não podem atribuir a esses fundos fundos novos ou introduzir novas leis. Ambos os poderes são detidos pelo Congresso.
Linha cinza de apresentação curta

Uma coisa que não foi bem - cuidados de saúde

A saúde sempre foi uma prova precoce para o presidente Trump depois que ele fez uma peça central de sua campanha eleitoral.
O Ato de Cuidados Acessíveis do presidente Obama ajudou mais de 20 milhões de americanos anteriormente não segurados a finalmente obter cobertura de saúde, mas sofreu com o aumento dos prémios e o Sr. Trump disse que "revogou e substituiu imediatamente".
A lei republicana da Câmara finalmente passou apesar de uma avaliação condenatória do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), uma agência federal não partidária, que disse que resultaria em mais de 24 milhões de americanos não segurados até 2026.
Mas o Senado não conseguiu levar sua própria versão controversa para uma votação, citando a falta de apoio. Isso marcou um episódio embaraçoso para o presidente Trump e o Partido Republicano, que controla a presidência e as duas câmaras do Congresso pela primeira vez em 11 anos.
Gráfico: Projeção de pessoas sem cobertura de saúde sob o plano republicano
Mas o Sr. Trump se moveu para suavizar a lei de assinatura de seu antecessor de outras maneiras. Ele suspendeu os pagamentos às companhias de seguros que os ajudam a compensar o custo de segurar os americanos mais pobres e mais doentes.
A administração também cortou o financiamento para encorajar os americanos a se inscreverem nos intercâmbios de saúde geridos pelo governo, enquanto os republicanos do Congresso presos uma provisão na lei fiscal que eliminou o mandato individual, a exigência de que todos os americanos compram seguro de saúde ou enfrentem uma multa. Muitos consideraram o mandato como a chave para garantir a lei poderia funcionar.
A revogação do mandato pode levar os americanos mais saudáveis ??a ignorar os seguros, levando os prémios aos clientes mais doentes.
O CBO estima que o número de americanos não segurados poderia aumentar em 13 milhões até 2027, enquanto os prémios no mercado individual poderiam aumentar 10% ao ano durante a próxima década. Mas até que o mandato seja oficialmente removido em janeiro de 2019, ainda não está claro se vai roil os mercados de seguros.

www.bbc.com
19
Jan18

Publicada hoje portaria que confirma idade da reforma aos 66 anos e 5 meses em 2019

António Garrochinho





A idade normal de acesso à reforma vai subir, conforme previsto, um mês em 2019 para 66 anos e 5 meses, confirmou hoje o Governo numa portaria publicada em Diário da República.

Assim, a partir do próximo ano, quem quiser reformar-se sem penalizações terá que ter 66 anos e cinco meses.
Esta subida acontece através da aplicação da formula de calculo em vigor e reflete a esperança média de vida aos 65 anos entre o ano 2000 e o ano anterior ao do início da pensão, calculada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e o respetivo fator de sustentabilidade.
Em 2018, a idade normal de acesso à pensão é de 66 anos e 4 meses. Desde 2016 que a idade da reforma tem aumentado um mês por ano.
c/Lusa
19
Jan18

Ordem dos Médicos quer acabar com baixas médicas até três dias

António Garrochinho



Em entrevista à agência Lusa quando se cumpre, na sexta-feira, um ano da sua eleição como bastonário, Miguel Guimarães entende que os atestados médicos de curta duração "não deviam ser necessários", bastando ao trabalhador responsabilizar-se pela sua situação.
Para evitar abusos, a legislação laboral podia ser adaptada de forma a impedir a repetição consecutiva de justificações de doença sem atestado médico.
VÍDEO


"Nós propusemos que se acabassem com os atestados médicos de curta duração. Isto é de uma importância fenomenal", afirmou o bastonário dos médicos, exemplificando com o caso das segundas-feiras, por tradição o dia pior das urgências nos hospitais.
Muitas pessoas sentem-se mal ou doentes durante o fim de semana e precisam de faltar ao trabalho na segunda-feira. Recorrem então ao serviço de urgência ou ao centro de saúde para serem observadas e conseguirem um atestado que lhes permita justificar a ausência no trabalho.
"O que acontece quando se vai ao médico pedir um atestado porque se estava com uma dor de cabeça ou indisposição? O médico vai passar o atestado, não tem grande alternativa. Estamos a falar de uma coisa de curta duração e que nem dá tempo para [o médico] investigar qualquer doença que possa existir", exemplificou Miguel Guimarães.
O bastonário refere que outros países já prescindiram de atestados médicos de curta duração e acredita que esta medida retiraria 15% a 20% dos casos nas urgências e nos médicos de família, nomeadamente à segunda-feira.
A Ordem dos Médicos está consciente de que a ideia não envolve apenas o Ministério da Saúde, mas também pelo menos o Ministério do Trabalho.
"Os atestados médicos de curta duração não são bons para a sociedade. Depois, a legislação pode ser adaptada para não permitir abusos. [A medida] ia descongestionar as coisas e ia ser melhor para as pessoas. Muitas vezes as pessoas vão aos serviços quando deviam estar em casa a recuperar, a descansar", argumentou Miguel Guimarães.
A proposta mantém-se em cima da mesa do ministro da Saúde e aguarda apreciação da tutela, bem como eventual avaliação por parte do Ministério do Trabalho.

www.rtp.pt
19
Jan18

Mil euros para expôr a intimidade da filha de 8 anos

António Garrochinho


Diz o Correio da Manhã que os ” pais da criança apresentada no primeiro episó-
dio do programa da SIC “ Supper Nanny” “receberam mil euros por expor a filha”.  A SIC por seu turno, na ficha do programa informa que as imagens foram captadas com autorização dos protagonistas, esperando com isso justificar a exibição de um programa que viola claramente um conjunto de questões éticas e deontológicas que requerem urgente intervenção  por parte do regulador dos media (a ERC).
Os meios de comunicação social estão legal e eticamente obrigados a protegerem a imagem e a identidade das crianças em situações consideradas “de risco”, à luz de um conjunto de instrumentos legais como  a Convenção sobre os Direitos da Criança, a Lei Tutelar Educativa e a Lei de Protecção de Crianças e Jovens , nas quais se encontram tipificadas situações de risco para as crianças, sendo as mais frequentes e mediatizadas os “maus tratos físicos ou psíquicos” e os “abusos sexuais”.  A criança exposta no programa da SIC não se enquadra nesta situação. Contudo, parece evidente que a crer nas imagens exibidas a criança assume “comportamentos que afetem gravemente a sua (…)  formação, educação ou desenvolvimento sem que os pais, (…) se lhes oponham de modo adequado a remover essa situação”.(al. g, art.º 3.ºdo último dos diplomas citados).
De facto, a criança que protagoniza o programa é apresentada como sofrendo de graves distúrbios comportamentais que mereceriam acompanhamento médico e psicológico em vez de ser despudoradamente exposta, como fez a SIC. Independentemente do consentimento dos “pais”  para a captação das imagens exibidas, que devassam claramente a intimidade da filha, aquela  Mãe necessita de apoio médico ou social  porque quem expõe a intimidade de uma filha de 8 anos a troco de mil euros, não está seguramente em condições de educar uma criança.
Mas se esta Mãe merece reprovação, a SIC não a merece menos. desde logo pela falta de transparência do próprio programa. Em que condições foram captadas as imagens? A criança foi consultada? As câmaras eram visíveis ou estavam ocultas? Apesar da autorização da Mãe, esta visionou e participou na selecção das imagens exibidas? Tratando-se de uma criança cujos pais estão separados, o Pai foi chamado a pronunciar-se sobre as imagens, mesmo tendo autorizado que a filha fosse filmada?
E o que dizer do papel da psicóloga, apresentada no programa como “educadora”? Qual o código de conduta que enquadra a sua participação no programa? Em que condição se volta para os telespectadores com gestos e movimentos fisionómicos como se fosse uma actriz de uma série televisiva?
São questões que não podem deixar de ser respondidas pela SIC e pelas entidades que no nosso País supervisionam a protecção das crianças e a regulação da actividade televisiva. Depois da condenação do programa por parte  de entidades como o  Instituto de Apoio à Criança (IAC) e de especialistas, como os citados aqui, e aqui, impõe-se que a SIC reveja a sua decisão de exibir o programa nas condições do primeiro ou, se o não fizer, que a ERC se pronuncie.

vaievem.wordpress.com
19
Jan18

Eleição direta para Áreas metropolitanas pode ser inconstitucional

António Garrochinho


A eleição direta das áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa pode ser inconstitucional.
O alerta surge num estudo, pedido pela Associação Comercial do Porto (ACP), que até encontra vantagens na medida defendida pelo Governo (cuja implementação foi adiada para 2021).
Mas questiona a opção do Executivo PS de converter as comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR) numa "espécie de associação regional dos municípios" e condena a inexistência de um trabalho de reflexão que suporte as alterações legislativas já anunciadas.
Os autores do estudo - António Figueiredo, da Quaternaire Portugal, Alberto Castro e Leonardo Costa, da Universidade Católica, e Luísa Neto, da Faculdade de Direito do Porto - duvidam que o sufrágio direto das áreas metropolitanas seja um "desiderato estável" e uma "intenção firme" do Governo, não só pela ausência de fundamentação, mas também por se revelar "sujeito às acelerações ou recuos do tempo político". A falta de consenso político fez com que fosse adiada, na tentativa de não prejudicar a aprovação da lei-quadro para a descentralização de competências para o poder local. Diploma está em banho-maria no Parlamento.
Um dos obstáculos é a falta de fundamento constitucional. A Constituição só considera "três autarquias como possíveis, freguesias, municípios e regiões, não sendo claro se as áreas metropolitanas poderiam ser caracterizadas como autarquias atípicas", lê-se no estudo, a que o JN teve acesso e que é apresentado hoje. A condição é ultrapassável, mas exige enorme consenso político, pois não basta aprovar nova legislação. Teria de alterar-se a Constituição, o que exige maioria de dois terços no Parlamento.
Os especialistas advertem que a proposta, associada à eleição indireta pelos municípios dos líderes das CCDR, poderá induzir "processos de fratura política e territorial", colocando as autarquias metropolitanas contra as câmaras não metropolitanas. Corre-se o risco das duas medidas serem "encaradas como um sucedâneo imperfeito e oculto da regionalização". O estudo, já entregue ao ministro Eduardo Cabrita, sugere que se reforce o poder de coordenação da CCDR, mantendo-as na órbita do Estado.
No entanto, a eleição direta das áreas metropolitanas também encerra vantagens, podendo ser um impulso ao desbloqueio da descentralização e permitindo "acordos mais avançados de transferência de competências" do Estado. Abriria a porta a uma governação económica mais eficaz e ao escrutínio democrático de problemas que não são discutidos em eleições municipais nem nacionais.
O presidente da ACP, Nuno Botelho, considera que é urgente discutir e esclarecer a opinião pública sobre uma matéria que divide a sociedade. E só deverá avançar, caso haja consenso. Com o estudo concluído, a ACP promove hoje um debate no Palácio da Bolsa (Porto) com Eduardo Cabrita, Rui Moreira e Fernando Medina.

www.jn.pt
19
Jan18

OBRAS | Trânsito cortado na ligação Almancil-Vale do Lobo

António Garrochinho


Na sequência do arranque da empreitada “Ligação da Variante à EN 396 a Vale do Lobo e Quinta do Lago – Troço entre a EM 527-2 e a VNC 522”, o trânsito vai estar cortado na via de ligação de Almancil a Vale do Lobo, a partir do dia 24 de janeiro e por um período de 150 dias.
Este corte total de trânsito tem em vista levar a cabo os trabalhos de infraestruturas enterradas e movimentos de terras da referida empreitada, por forma a salvaguardar a segurança dos utentes (moradores, automobilistas, peões e trabalhadores envolvidos nos trabalhos).
De referir que nos períodos do Carnaval (10 a 13 de fevereiro) e da Páscoa (30 de março a 1 de abril), onde não existirá qualquer condicionamento ao tráfego rodoviário.
Esta empreitada consiste na requalificação /beneficiação da via existente, entre a EM 527-2 (estrada Almancil – Quarteira) e a VNC 522 (estrada Vale do Lobo – Quinta do Lago) com cerca de 2200 metros de extensão, na qual serão construídas 3 rotundas. Ao nível de infraestruturas, estão incluídas na obra a execução da rede de esgotos pluviais, ampliação das redes de abastecimento de água e de esgotos domésticos, rede de telecomunicações,  redes de iluminação pública e baixa tensão.
O valor estimado da obra é de 2.187.426,27 €.
A Autarquia apela à compreensão de todos para eventuais incómodos causados.

planetalgarve.com
19
Jan18

Taxistas insistem na necessidade de regulamentar o sector

António Garrochinho
As associações representativas dos taxistas acusaram esta quinta-feira o ministro da Administração Interna de «alheamento» face à legislação e às decisões judiciais aplicáveis às plataformas digitais, e ameaçaram com acções de luta no início de Fevereiro.
CréditosManuel Araújo / Agência Lusa
Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), saiu da reunião sem grandes esperanças em relação à actuação futura do ministro Eduardo Cabrita nesta matéria.
«A reunião foi reveladora de um desconhecimento total por parte do ministro do que se está a passar. Essa foi a evidência maior que tiramos desta reunião. Penso que o senhor ministro tem de ter a consciência de que o que se está a passar no nosso país, através de uma multinacional [Uber] que chegou a Portugal, montou a barraca, fez o Governo ajoelhar e, mais uma vez, aqui ficou provado hoje que este Ministério está alheio e não demonstrou vontade em encontrar uma solução eficaz para resolver o problema», criticou o presidente da FPT.
No encontro, que decorreu no Ministério da Administração Interna, em Lisboa, esteve presente igualmente o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio de Almeida.
«A reunião correu extremamente bem, muito simpática, mas vim com as mãos vazias e continuo com elas vazias. No fim desta reunião, entendo que o senhor ministro está completamente alheio daquilo que se está a passar em Portugal ao nível da legislação e das decisões de tribunais que proíbem estas plataformas de trabalhar em Portugal», lamentou o presidente da ANTRAL.
Os taxistas aguardam por uma resposta positiva do Governo nas próximas duas a três semanas, nomeadamente que «cumpra a lei e as decisões judiciais», proibindo ou impedindo que «empresas de transportes» como a Uber ou a Cabify continuem a «operar ilegalmente», ou então dizem que vão avançar com formas de luta já no princípio de Fevereiro, sem especificar quais serão.
«O que nós dissemos ao senhor ministro é que, se no prazo de 15 dias ou no princípio do mês que vem, se nada houver, a indústria vai movimentar-se e, com certeza, que iremos fazer algo, e por tempo indeterminado», avisou Florêncio de Almeida.
A ANTRAL e a FPT pediram uma reunião com o ministro Eduardo Cabrita a 20 de Dezembro, dia em que o Tribunal Europeu de Justiça considerou a Uber uma «empresa de transportes», que carece de «licenciamento» e de «contratos de trabalho» com os parceiros que com ela colaboram.
Contudo, esse parece não ser o entendimento do Governo. A Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, continua a trabalhar a regulamentação do transporte de passageiros em veículos descaracterizados, onde se incluem a Uber e a Cabify.
O presidente da FPT discorda e diz que a decisão do Tribunal Europeu de Justiça é clara. «São empresas de transportes e como tal têm de ter um enquadramento jurídico em Portugal e cumprir com as leis da República. O argumento deste Ministério é exactamente o argumento do responsável da Uber quando foi agora para Braga dizer que havia um vazio na lei, e enquanto não houver regras mais claras, vão continuar a trabalhar. Estava a ouvir o ministro e a lembrar-me do representante da Uber», afirmou Carlos Ramos.
Nesse sentido, para o presidente da FPT já existe uma lei em Portugal para as empresas de transportes: Lei de Base dos Transportes. Legislação que as empresas de transporte de passageiros em viaturas descaracterizadas não cumprem, seja porque as viaturas que executam esse transporte não estão licenciadas pelas respectivas câmaras municipais, ou porque os condutores não estão habilitados com o competente certificado e capacidade profissional.

www.abrilabril.pt
19
Jan18

OLHÓ AVANTE ! - Talvez um activo em risco

António Garrochinho


Correia da Fonseca 

Talvez um activo em risco


Era um programa habitado pela inteligência e que, transmitido pela RTP2 compreensivelmente por volta da meia-noite dos domingos, terminou agora, esgotadas as treze emissões desde o início previstas. Intitulava-se «Raízes», nele não acontecia mais que uma conversa entre Maria João Seixas e o prof. José Pedro Serra, e quase sempre isso era acontecer muito. Nesta última emissão, falou-se a dada altura da destruição da biblioteca de Alexandria, situada no tempo há bem mais que um par de séculos, e foi então que José Pedro Serra referiu uma projectada ou já por ele empreendida «História Mundial da Destruição dos Livros». Não deixaram de ser então lembrados os autos-de-fé nazis em que foram queimados, em ambiente de sinistra festa, não apenas os livros de Thomas Mann, como Maria João Seixas recordou, mas também obras de outros autores ideologicamente mais à esquerda. E também deverá ter sido referida, ainda que sem as demoras que o assunto justificaria, a institucionalizada acção censória durante a ditadura que Abril derrubou.

Outra «História Mundial»

Por essa altura, talvez muitos telespectadores tenham recordado o «Fahrenheit 451», romance de Ray Bradbury, e/ou a sua notável adaptação ao cinema feita por François Truffaut. Era uma estória terrível, situada entre a advertência e a previsão, que talvez ficasse bem como capítulo último e já profético da tal «História Mundial da Destruição dos Livros» do professor José Pedro Serra. Entretanto, porém, o que decerto é o pior de tudo é que essa destruição não é um caso de pessimista «ficção científica»: prossegue de facto na vida real, ainda que nem todos dêem por isso ou se preocupem. Quando se admite que a leitura de livros nos ecrãs dos computadores pode substituir a leitura de livros em papel sem perda de leitores em número e qualidade, é de facto da destruição dos livros que estamos a falar, semelhantemente ao modo como «e-mails» e «sms»s estão a acabar com as cartas tradicionais excepto quando elas mantêm valor documental como acontece (ainda?) no chamado mundo dos negócios e nas funções oficiais. E para avaliar o que fez o livro pelo avanço civilizacional e pelo progresso das gentes bastará talvez lembrar o relativamente breve período de tempo decorrido entre Gutenberg, falecido já na segunda metade do século XV, e o decisivo «boom» intelectual do século XIX. Em verdade, trata-se de um precioso activo humano que pode estar ameaçado. É claro que o eventual abandono do livro ou a sua decadência como instrumento cultural, isto é, como veículo de entendimento do mundo e da vida, não implica necessariamente o advento da ignorância como dominadora de quase tudo, ainda que certas formas de ignorância mascarada sejam hábeis a avançar. Porém, a expressão «barbárie informatizada» ameaça por vezes vir a ter algum significado concreto. Em verdade, a imaginada «História Mundial da Destruição dos Livros» tem um sentido profético que só por leviandade se desvalorizará. O que é inquietante quando nos lembramos de que também poderia ser imaginada uma «História Mundial da Leviandade Humana».



www.avante.pt

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

António Garrochinho

Links

  •