Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

01
Fev18

Chile transforma 10 milhões de hectares de terra em parques nacionais protegidos

António Garrochinho


Um pouco mais de 10 milhões de hectares de terra no Chile foram designados como novos parques nacionais. Este foi o ponto culminante dos 25 anos de trabalho de conservação de Kristine McDivitt Tompkins e seu falecido marido, Douglas Tompkins. O decreto, assinado pela presidente chilena Michelle Bachelet e McDivitt Tompkins, CEO e presidente da Tompkins Conservation, sinaliza o crescente papel da nação sul-americana como líder em questões de conservação.

Chile transforma 10 milhões de hectares de terra em parques nacionais protegidos
Tompkins Conservation doou 1 milhão de acres de terras privadas, criando o Parque Nacional Pumalín e o Parque Nacional da Patagônia Chile, com o governo chileno contribuindo com 9 milhões de hectares adicionais. É uma conquista incrível que vê uma massa terrestre aproximadamente igual ao tamanho da Suíça, tornando-se terreno exclusivo de desenvolvimento da natureza. Também cumpre uma promessa que a presidente Bachelet e McDivitt Tompkins assinaram em 2017 para criar 5 novos parques nacionais no Chile e expandir outros 3.

Além da criação de dois novos parques nacionais, Bachelet também anunciou planos para ligar uma rede de parques em todo o país ao longo de uma trilha turística de 2.500 quilômetros. O objetivo é estimular o ecoturismo e devolver o dinheiro e emprego à economia local, enquanto sustenta os habitats naturais.

VÍDEO
www.mdig.com.br
01
Fev18

MONOWI A CIDADE AMERICANA APENAS COM UM HABITANTE

António Garrochinho


Bem-vindo a Monowi, Nebraska, Estados Unidos, população: 1. De acordo com os dados do Censo dos EUA, Monowi é a única cidade do país com apenas um morador. Elsie Eiler, de 84 anos, a única habitante, é a prefeita, delegada, funcionária pública, tesoureira, bibliotecária, dona do boteco... entre outras funções. Todos os anos, ela prega um sinal na porta de seu estabelecimento convocando às eleições para prefeito e depois vota nela mesma.


Monowi: Assim é a vida na cidade com apenas um habitante
A lei federal também exige que Dona Elsie faça um plano rodoviário municipal anualmente para garantir o financiamento estadual e pague 500 dólares em impostos para manter a água e a energia elétrica ativadas. Ela também faz a documentação necessária para manter o status de Monowi como cidade para evitar que se torne um povoado fantasma.
Monowi: Assim é a vida na cidade com apenas um habitante
Considerada uma das localidades menos povoadas do mundo, Monowi conta com uma rua, uma biblioteca, uma igreja e vários edifícios abandonados, além do bar da Dona Elsie, administrado desde 1971. O curioso é que ela mesma outorga a licença de venda de bebidas e cigarros que ela mesma vende e arrecada seus próprios impostos.

VÍDEO


Na década de 1930, Monowi era uma parada obrigatória na Rodovia Elkhorn, com uma população movimentada de 150 pessoas, três mercearias, vários restaurantes e até uma cadeia. Dona Elsie foi criada em uma fazenda nos arredores da cidade e conheceu seu marido Rudy na escola primária. Depois de se formar no ensino médio, Rudy se alistou na Força Aérea dos EUA. Enquanto ele servia na Guerra da Coréia, a mulher, que sonhava em ser aeromoça, mudou-se para Kansas City para trabalhar em uma companhia aérea.
Monowi: Assim é a vida na cidade com apenas um habitante
Dona Elsie se casou com Rudy aos 19 anos, e criaram dois filhos em Monowi. Em 1971, o casal decidiu reabrir a taberna que pertencia ao pai dela. No momento em que a Taverna Monowi abriu, no entanto, a pequena cidade começou seu declínio. Após a Segunda Guerra Mundial, as economias rurais colapsaram em todo o Centro-Oeste, e comunidades inteiras começaram a desaparecer no interior do país.
Monowi: Assim é a vida na cidade com apenas um habitante
Em 1960, a igreja realizou o último funeral para o pai de Dona Elsie, e entre 1967 e 1970, a agência dos correios e o último mercadinho fecharam sua portas. A escola fechou em 1974. Em meados dos anos 70, ambos os filhos de Dona Elsie se mudaram para encontrar trabalho e, em 1980, a população da cidade despencou para 18. Vinte anos depois, Rudy e Elsie compreendiam toda a população de Monowi até que Rudy faleceu em 2004 .
Monowi: Assim é a vida na cidade com apenas um habitante
Apesar de viver sozinha, a mulher diz que ela nem sempre é assim. Seis dias por semana ela abre a taberna às 9:00 da manhã e passa 12 horas atendendo seus frequentadores regulares, a maioria dos quais conhece por toda a vida.

- "É como uma grande família", disse. - "Há clientes da quarta e quinta geração chegando. É muito legal quando as pessoas que você lembra quando bebês trazem seus filhos para me mostrarem."
Monowi: Assim é a vida na cidade com apenas um habitante
Além da taberna, há um outro edifício público em Monowi, a Bibiloteca do Rudy. Um ávido leitor, o desejo moribundo de Rudy era transformar sua coleção privada em uma biblioteca pública. Monowi agora tem uma pequena biblioteca pública com uma seleção de mais de 5.000 livros e revistas. Dona Elsie, naturalmente, é a bibliotecária e há uma chave no bar para quem quer verificar algum livro.
Monowi: Assim é a vida na cidade com apenas um habitante
Elsie tem cinco netos e dois bisnetos, de seus dois filhos. O mais próximo deles moram em Ponca, Nebraska, a cerca de 90 quilômetros de distância, mas outros vivem tão longe quanto a Holanda.

VÍDEO

- "Eu sei que sempre poderia contar com meus filhos sempre que quiser ou precisar, mas então eu teria que fazer todos os novos amigos novamente", disse a mulher. - "Enquanto eu tiver forças para estar aqui, é aqui que eu realmente quero ficar."

www.mdig.com.br
01
Fev18

Governo não assume compromisso de virar à esquerda

António Garrochinho


O primeiro-ministro, António Costa, discursa durante o debate quinzenal na Assembleia da República, em Lisboa. 1 de Fevereiro de 2018

O tema das leis laborais foi introduzido por Hugo Soares (PSD), Catarina Martins (BE) e Jerónimo de Sousa (PCP). O primeiro quis tirar do primeiro-ministro uma garantia, dando voz à principal aspiração do patronato: que, nesta legislatura, as leis do trabalho não serão tocadas.
António Costa foi parco nas resposta, como, aliás, seria de novo quando confrontado com mexidas concretas cuja discussão já está agendada. O secretário-geral do PCP pediu uma clarificação face ao projecto comunista que vai a plenário amanhã, que repõe o valor do pagamento do trabalho extraordinário para o sector público e privado aos níveis anteriores a 2012, quando o governo do PSD e do CDS-PP o reduziram brutalmente.
Já a coordenadora do BE colocou a tónica nos contratos a prazo, a que Costa respondeu com a intenção de criar uma espécie de taxa de rotatividade – fazendo depender a contribuição para a Segurança Social do tipo de vínculo laboral, ainda que, na lei, estejam já tipificadas as condições em que são permitidos os contratos a prazo e aquelas em que estes são ilegais. O problema têm sido os meios e a vontade de dar combate à ilegalidade.

Altice há quatro meses para repôr serviço a vítimas dos incêndios

Outro dos temas que marcaram o debate na Assembleia da República foram as consequências da gestão privada dos serviços públicos. A situação dramática em que a multinacional francesa que comprou a PT está a deixar algumas das vítimas dos incêndios, que ainda não têm serviço porque a operadora quer cobrar a reposição das infra-estruturas foi levada ao plenário por Jerónimo de Sousa.

Apesar da voz grossa que já fez em anteriores momentos, António Costa lavou as mãos do assunto, remetendo a responsabilidade para o regulador do sector. A verdade é que a Altice detém um monopólio nas telecomunicações em grande parte do território nacional, beneficiando de infra-estruturas construídas quando a empresa ainda era pública. Agora, nas mãos de privados, quer que voltem a ser os portugueses a pagar os seus lucros futuros.

Novos aumentos de comissões na Caixa são «inaceitáveis»

Mas o anúncio de uma nova subida nas comissões no banco público levou a que o primeiro-ministro fosse questionado. A primeira a pedir explicações foi Assunção Cristas (CDS-PP), esquecendo que a decisão foi tomada pelo seu antigo colega de governo, Paulo Macedo, hoje na administração da Caixa. Ao mesmo tempo que Cristas sublinhava a defesa da Caixa pública, escondia a decisão do seu governo de privatizar uma parte substancial e lucrativa da instituição: os seguros.
Heloísa Apolónia (PEV) foi muito crítica em relação à subida generalizada das comissões bancárias, sugerindo mesmo o fim das comisssões para as contas à ordem. Já após o debate, o PCP lembrou, em comunicado, que as comissões já pesam 450 milhões nas receitas da Caixa e classificou como «inaceitável» o terceiro aumento no último ano. O partido exige que o Governo assuma responsabilidades e trave a «gestão de natureza privada» que tem guiado o banco público ao longo dos últimos anos.

www.abrilabril.pt
01
Fev18

Porque foi que os homens deixaram de usar saia, salto alto e peruca

António Garrochinho


No corte de Luis XIV havia poucas coisas tão importantes quanto ostentar saltos vermelhos

Cincinato abandona o arado para ditar leis a Roma, de Juan Antonio Ribera (1806)
Cincinato abandona o arado para ditar leis a Roma, de Juan Antonio Ribera (1806)


Antes de ser apropriado pelas mulheres, o salto alto foi um símbolo de status para os homens. 

A afirmação é da historiadora Maude Mass-Krueger, em um texto publicado no Google Arts & Culture no qual conta a história desse acessório e que foi lido e compartilhado nos últimos dias. 

Esse não era, porém, o único acessório que os homens usavam e que são vistos hoje como próprios das mulheres: ao longo da história, elas também ficaram com as saias e a maquiagem. Por que eles deixaram de usá-los?
Em seu texto, Bass-Krueger lembra que os primeiros as usar saltos altos foram os ginetes persas no século X, para manter as botas nos estribos com mais facilidade. No século XVII, a moda dos saltos altos chegou aos aristocratas europeus, transformando-se em símbolo de virilidade e poder militar. A autora se aprofunda no caso de Luis XIV: “Durante o seu reinado, quanto mais altos e mais vermelhos fossem os saltos altos, mais poderoso era quem os usava”. O rei só autorizava o uso de saltos dessa cor às pessoas mais próximas.
No século XVIII, os saltos altos chegam aos sapatos femininos e acabam tendo a sua altura reduzida nos masculinos. Com a Revolução Francesa, o salto alto para homens desaparece, por ser associado à aristocracia. Mas isso não ocorre de modo absoluto, como se pode ver, ainda, em alguns modelos de bota.

Frederico Antelo Granero, professor de História da Indumentária do Centro Superior de Design IED Madri, lembra que homens e mulheres têm compartilhado ao longo da história vários detalhes e complementos de roupas considerados hoje, em grande parte, femininos: “Desde o Egito antigo se usam perucas, maquiagem, saias, túnicas...”. O mesmo aconteceu com as cores: a cor rosa nem sempre foi um tom feminino e o azul nem sempre foi identificado com o masculino.
Luis XIV com saltos altos vermelhos em retrato de Hyacinthe Rigaud (1701)
Luis XIV com saltos altos vermelhos em retrato de Hyacinthe Rigaud (1701)

Túnicas, togas e saias

As saias vêm aparecendo há vários anos nos desfiles de moda masculina. “Mas isso não acontece apenas nas passarelas”, observa Elvira González, do Museu do Vestuário de Madri. “Depende da tradição, cultura e costumes de cada lugar”. Elas também eram usadas comumente em outras épocas: egípcios, gregos, romanos e astecas usavam túnicas, togas e saias, por serem fáceis de fabricar e de usar. As calças eram usadas principalmente para montar a cavalo.
A partir do século XIV, começa a aparecer “uma diferenciação na confecção de roupas para os dois sexos”, como escreve Giorgio Riello em Breve História da Moda. A maior diversificação também contribuiu para que a moda se tornasse “um instrumento de rivalidade social” dentro de “uma sociedade fortemente hierarquizada”.
Mesmo assim, os homens ainda não haviam passado a usar exclusivamente a calça, como mostra o fato de que, em 1701, o czar Pedro I aprovou uma lei que obrigava todos os homens russos a usar calças, com exceção de sitiantes e religiosos.

Seda, perucas e maquilhagem

Um fragmento de ‘A família de Felipe V’, de Jean Ranc (1723)
Um fragmento de ‘A família de Felipe V’, de Jean Ranc (1723)
Ao longo dos séculos XVII e XVIII e, sobretudo, durante o Rococó francês, a indumentária é particularmente vistosa e adornada. Para os dois sexos, mas principalmente para as classes mais abastadas. O escritor britânico Tobias Smollet, citado por Riello, escreveu que, em Paris, um inglês que quisesse se mostrar respeitável precisava passar por uma “metamorfose total” e usar perucas grandes e trajes de seda com bordados, em vez das roupas de lã e flanela que se usavam na Inglaterra.
E ele não menciona a maquiagem: assim como a saia, recentemente foram lançadas linhas de maquiagem para homens, mas ao longo da história podemos encontrar exemplos de seu uso por parte de homens e mulheres. No Egito antigo, por exemplo, usava-se o Kohl nos olhos e nas pálpebras, além de maquiagem de ocre vermelho para os lábios e as bochechas; no século I D.C., os homens também se aplicavam pigmentos vermelhos nas bochechas, e na França dos séculos XVII e XVIII virou moda não só a maquiagem, mas também as pintas postiças. Luis XIII já tinha popularizado as perucas, depois de ficar calvo aos vinte anos de idade (boa, Luis!). Além disso, elas encobriam as micoses, os piolhos e a sujeira. No século XVIII, começou-se a enchê-las de talco também.
Durante o Rococó, também se usou cor de rosa, como se pode ver nesses retratos de Luis XVI. Não era algo excepcional: o rosa era associado ao vermelho, cor do sangue e da força, enquanto o azul era visto como mais delicado e afável. Até a Primeira Guerra Mundial, a cor mais comum para os bebês era o branco, não os tons pastel de rosa e azul. Depois, e mais precisamente até meados do século, o mais comum para as crianças era justamente o rosa.

A prisão da moda feminina

Luis XVI (de rosa) dá instruções para o capitão La Perouse, de Nicolas André Monsiau (1785)
Luis XVI (de rosa) dá instruções para o capitão La Perouse, de Nicolas André Monsiau (1785)
Evidentemente, isso não quer dizer que as sociedades nas quais os homens trajavam saias ou usavam saltos altos fossem mais igualitárias. “De modo algum”, enfatiza Antelo, retomando o caso do Rococó: “A indumentária masculina sempre destacou o seu papel social, enquanto a mulher teve o seu papel limitado inclusive por meio do vestuário”. No caso daqueles períodos, Antelo compara os enormes vestidos e os espartilhos, que dificultavam a mobilidade das mulheres, a “uma prisão”.
Além disso, o uso de rendas, sedas, sapatos de salto, maquiagem e outros acessórios por homens não implicava a adoção de uma característica feminina, e sim a vontade de manifestar seu status. Todas essas roupas estavam associadas à masculinidade e ao poder. E, como observa Antelo, a moda reflete a sociedade. Portanto, não é de se estranhar que, após o excesso do Rococó e com a Revolução Francesa, o cetim tenha sido substituído pelo algodão e o uso de espartilhos reduzido, entre outras mudanças, "com certa intenção de gerar igualdade e apagar as fronteiras de classes".

O dândi e o homem contemporâneo

No século XIX, as calças se tornaram completamente identificadas como roupas de moda masculina. E não apenas as calças: como explica Antelo, a moda masculina contemporânea é herdeira desse período.
Com o surgimento do dândi britânico, "que surgiu em resposta ao modelo anterior, ao Rococó da corte de Versalhes", começa a ser construída "uma visão de masculinidade que tem perdurado desde então". Esta nova tendência considera que "a elegância masculina está na simplicidade, embora, analisando essa estética, na verdade inclui muita etiqueta e muitas regras sobre cores, roupas, horas do dia, ocasiões...".
Caricatura de George Bryan Brummell (1805)
Caricatura de George Bryan Brummell (1805)
O centro da moda ocidental passa da França para a Inglaterra, especialmente com seu terno de três peças. Esses trajes, escreve Riello, são de cores escuras: preto, cinza, verde escuro... Desaparecem as cores brilhantes, as sedas e os bordados. O dândi não prega o excesso, e sim a moderação. O inglês George Bryan Brummell, considerado o arquétipo deste movimento, escrevia que, se alguém se virasse para olhá-lo, "é que você não está bem vestido, seu traje é muito rígido, muito sóbrio, muito na moda".

Vamos usar saia novamente?

A moda masculina contemporânea há décadas vai além do terno de três peças. Há mais variedade de roupas, acessórios e cores. Mas não parece fácil que voltemos a usar saias, não importa a frequência com que apareçam nas passarelas e, como em meados do ano passado, em alguns protestos, tanto de trabalhadores franceses do setor de transporte quanto de estudantes britânicos.
A mudança na direção oposta é mais comum: as mulheres não tiveram qualquer inconveniente na adoção de roupas masculinas, como no caso das calças. "O homem tem sido associado ao poder em todos os âmbitos", diz Antelo, "por isso, quando uma mulher adotava essas roupas, entendia-se como uma mensagem de empoderamento positivo". Por outro lado, "se um homem adotasse certas cores ou materiais ainda associados ao frágil, ao que precisa de proteção, muitos continuariam interpretando aquilo como uma mensagem de fraqueza".
A este respeito, Antelo lembra as tentativas de introduzir maquiagem para os homens: "Lembro de uma linha de maquiagem masculina que era promovida há alguns anos dizendo que não era perceptível. Mas, claro, por que um homem deveria usar maquiagem para não ser notado?". Houve exceções, claro, como David Bowie. Mas nem todos são David Bowie.
Antelo não acredita que homens e mulheres vão se vestir igual: "Podemos ver mudanças em cores, estampas e materiais, mas as morfologias de homens e mulheres são muito diferentes". Com certeza a moda continuará mudando, à medida que a sociedade mude. "É semelhante à arte: você pode analisar a sociedade através da indumentária".

brasil.elpais.com
01
Fev18

Jerónimo desafia Costa e PS a repor horas extraordinárias

António Garrochinho


O secretário-geral do PCP desafiou hoje o primeiro-ministro a "andar para a frente" na legislação laboral, nomeadamente com a reposição do pagamento do trabalho extraordinário, mas António Costa limitou-se a afirmar que vão continuar "juntos".

Jerónimo desafia Costa e PS a repor horas extraordinárias


Não está na hora de mudarem de posição? Começando por atacar os graves problemas resultantes dos desequilíbrios causados pela legislação laboral, profundamente injusta? Esperaremos que nos acompanhem. Percebemos que o PSD não acompanha, está na sua génese... Que fazer então? Parar, andar para trás? Ou andar para à frente no sentido do progresso e justiça social devida aos trabalhadores?", perguntou Jerónimo de Sousa, no debate parlamentar quinzenal
O líder comunista referia-se a um projeto de lei do seu partido que será votado no plenário de sexta-feira para repor os valores do pagamento por trabalho suplementar a todos os trabalhadores, cortados em metade desde 2009, e garantiu mais iniciativas para "ultrapassar o grave problema da caducidade nas convenções coletivas de trabalho, usada como elemento de chantagem, bem como a eliminação do tratamento mais favorável ao trabalhador".
"Poderá não ir à velocidade que todos desejávamos... mas não é por ser mais lento que deixa de acontecer porque o caminho não é nem andar para trás, nem ficar a marcar passo, mas andar para a frente", respondeu Costa, sem falar concretamente da reposição do pagamento de trabalho extraordinário e em dia feriado, mas focando-se nas melhorias económicas do país.
O primeiro-ministro garantiu que o Governo vai continuar no "combate à precariedade nos setores público e privado", na "melhoria do salário mínimo nacional", na "dinamização da contratação coletiva" e "contratos para jovens", além da aposta na inovação e modernização da economia.
"Vamos avançar e, com certeza, juntos", reforçou António Costa, perante o desafio de Jerónimo de Sousa.
O líder do PCP reconhecera que, "nestes dois últimos anos, foi possível interromper alguns dos aspetos mais brutais da política de exploração e empobrecimento que há muito fazia o seu caminho" e que "a política de recuperação de rendimentos, ainda que limitada, foi positiva para os trabalhadores e fez também crescer a economia e o emprego".
Contudo, alertou para "traços negativos que permanecem: estagnação média dos salários reais e crescimento da precariedade", criticando o processo de integração de precários na função pública, que "ameaça eternizar-se" ou os "valores muito reduzidos no descongelamento de carreiras".
"O crescimento económico é necessário para a criação de emprego, mas a criação de emprego contribui para o crescimento económico", teorizou o chefe do Governo, elogiando a "sociedade portuguesa, com as novas orientações políticas da maioria", a qual, "nos últimos dois anos", criou "288 mil postos de trabalho líquidos" e "78% assente em emprego estável e não precário", ou seja, contratos sem termo.
A iniciativa legislativa do PCP prevê o pagamento do trabalho extraordinário com um acréscimo de 50% na primeira hora e de 75% nas seguintes e o direito a descanso compensatório correspondente a igual período das horas trabalhadas ou a um acréscimo de 100% no salário pelo trabalho em dia de feriado.

www.noticiasaominuto.com
01
Fev18

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP - Sobre o escândalo do novo aumento das Comissões Bancárias na CGD

António Garrochinho

Perante o anúncio de um novo aumento das comissões bancárias na Caixa Geral de Depósitos, que atingem já cerca de 450 milhões de euros por ano, o PCP considera que:
Se não é aceitável o número de operações já hoje taxadas pelo Banco Público e o valor atribuído a cada uma delas, equiparando-o a um qualquer banco privado cujo único objectivo é o lucro máximo, mais escandaloso é o facto de no espaço de um ano estas taxas sofrerem, com este, o terceiro aumento.
A actividade do Banco Público deve centrar-se na actividade bancária, na captação de poupanças e empréstimos, virando a sua actividade prioritariamente para o apoio às famílias e à economia, privilegiando as PME, e não procurar resultados pela via mais fácil que é aprofundar a exploração das famílias que acreditam na importância da existência do Banco Público.
O Governo não pode continuar a colocar-se na posição de que existe um regulador e por isso persistir em não intervir na gestão do Banco Público, impedindo que se mantenha uma gestão de natureza privada, que foi a verdadeira responsável pelo processo de reestruturação em curso.

01
Fev18

ARQUIVADO

António Garrochinho

O Ministério Público arquivou o inquérito que envolvia o ministro das Finanças, Mário Centeno, sobre alegados benefícios em troca de bilhetes para um jogo de futebol do Benfica, revela hoje a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.

FICA O DESGASTE, A CANALHICE QUE A CORJA BOLORENTA DA JUSTIÇA E A DO JORNALIXO ETERNAMENTE LACAIA E SERVIDORA DOS INTERESSES NEOLIBERAIS/FASCISTAS CONTINUARÁ A USAR PARA DENEGRIR TUDO O CHEIRE A ESQUERDA MESMO A DO SOCIALISMO NA GAVETA.
AG
01
Fev18

COM OS MEUS BOTÕES

António Garrochinho

POUCO FALTA PARA SE ANDAREM A VENDER "SANTINHOS", ESTATUETAS, BUGIGANGAS, DO ANTÓNIO COSTA PARA COLOCAR EM MOLDURAS OU EM CIMA DO FRISO DO FOGÃO DE SALA.

SE O POVO NÃO ABRIR OS OLHOS E LUTAR DEFINITIVAMENTE PELOS SEUS DIREITOS NO MOVIMENTO DE MASSAS, ALGO DE TERRÍVEL PODE ACONTECER.

DIGO ISTO POIS NÃO SOU O ÚNICO A VER, A ASSISTIR, A ESTA PAZ PODRE E AO QUE SE PASSA COM A GERAÇÃO JOVEM, O SEU DESINTERESSE PELA POLÍTICA, E NOS DESASTRES QUE DAÍ PODEM ADVIR.

QUANDO O PS SE APANHAR COM A MAIORIA ABSOLUTA O DESTINO DAS BUGIGANGAS 
QUAL SERÁ ?

OU O GATO AS DERRUBA E AS FAZ EM CACOS REMETENDO-AS PARA O LIXO, OU PASSARÃO A SER VENDIDAS A 50 CÊNTIMOS EM QUALQUER FEIRA DE VELHARIAS.

HÁ AINDA A OUTRA HIPÓTESE.
ANTÓNIO COSTA VENCE TUDO E TODOS, A OPOSIÇÃO DE ESQUERDA DISSIPA-SE E FARÁ A TRAVESSIA DO DESERTO E DO RESULTADO DE TAL DIÁSPORA COMO HÁ EXEMPLOS NA HISTÓRIA DA EUROPA, O POVO, ESSE, TERMINA A AGONIA, E IRREMEDIAVELMENTE É VÍTIMA DA SUA INÉRCIA E FALTA DE DISCERNIMENTO NAS ESCOLHAS QUE FEZ DURANTE MAIS DE 40 ANOS.

António Garrochinho
01
Fev18

O OUTRO LADO DA HISTÓRIA DO ASSALTO AO SANTA MARIA

António Garrochinho


Para o capitão Henrique Galvão, o assalto ao Santa Maria foi uma vitória. Para o comandante Jorge Soutomaior, um fracasso. José António Barreiros traduziu o relato de Soutomaior. O resultado, diz, é um livro que dá uma visão diferente daquela operação
Chama-se Eu Roubei o Santa Maria – relato de uma aventura real. É uma visão diferente do que se passou entre a madrugada de 22 de Janeiro e o dia 2 de Fevereiro de 1961, quando o paquete Santa Maria foi tomado por ex-combatentes galegos da Guerra Civil de Espanha e dissidentes do Estado Novo. O advogado José António Barreiros traduziu o relato escrito em 1972 pelo comandante Jorge Soutomaior, herói na Guerra Civil espanhola, que conta a sua versão dos bastidores da operação. O livro é lançado na próxima quarta-feira.
Porque decidiu traduzir o livro Eu Roubei o Santa Maria?
Porque esta versão do apresamento do Santa Maria era ignorada, apesar de ter sido escrita em 1972.
Vingava ainda na memória colectiva a narrativa de Henrique Galvão, assente numa lógica de “culto da personalidade”, que esquecia a verdadeira natureza política galaico-portuguesa do Directório Revolucionário Ibérico de Libertação (DRIL) e fazia tábua rasa das contradições internas e internacionais do acto. Havia que abrir caminho ao outro lado da História. Os historiadores que digam onde está a verdade.
Que papel teve o comandante galego na tomada do Santa Maria?
Soutomaior, oficial de Marinha, foi o responsável pela operação militar de tomada do navio e condução do mesmo, sendo Henrique Galvão o dirigente político. Do ataque resultou a funesta morte do piloto Nascimento Costa e ferimentos em outros oficiais. Salazar tentou que o acto fosse considerado como pirataria, mas acabou por ser reconhecido pelos EUA como um acto de beligerância legítima, tendo o Brasil dado asilo político aos ocupantes do navio.
Quem era Jorge Soutomaior?
Jorge Soutomaior é o nome de guerra de um galego, herói na Guerra Civil espanhola do lado republicano. Chamava-se José Hernández Vázquez. Nasceu em 1904. Refugiado na Venezuela, formou com o professor Velo Mosquera um movimento de libertação da Galiza.É nesse quadro que pactuam com o general Humberto Delgado, em Caracas, e fundam o Directório Revolucionário Ibérico de Libertação, movimento que visava criar uma Ibéria livre das ditaduras peninsulares. Morreu no final dos anos oitenta.
IMG_0008
Diz que o relato de Soutomaior dá uma versão diferente da história do Santa Maria. Pode concretizar?
Há substanciais diferenças. Por um lado, conta a origem do DRIL, o papel dos galegos neste movimento, a sua participação na tomada do barco. Depois, porque detalha os conflitos ideológicos e de personalidade entre Soutomaior e José Velo com Henrique Galvão, que Soutomaior considera um traidor à causa, e com Humberto Delgado. Além disso, este livro explica também o papel desempenhado pelos norte-americanos e os brasileiros no desfecho da operação, nomeadamente no campo do apoio que estes países deram à luta anticolonialista. O ataque ao Santa Maria inseriu-se não só na luta contra as ditaduras ibéricas mas também na luta contra o colonialismo. E aqui os portugueses não tinham a mesma visão das coisas. A tese de Galvão é a de que do assalto resultou uma vitória. Para Soutomaior, no entanto, foi um fracasso. Para o capitão, foi um acto de heroicidade lusitana, para o comandante, um esforço frustrado de um colectivo galaico-português.
As origens políticas de Delgado e Galvão e de Velo e Soutomaior auguravam um relacionamento difícil?
Os detractores de Delgado e Galvão apodaram-nos de “fascistas dissidentes”, por serem figuras directamente ligadas ao Estado Novo e às suas instituições, enquanto Velo e Soutomaior têm um passado de luta no campo republicano e antifranquista. Além disso, os galegos são pela independência das colónias como forma de se alcançar subsequentemente a democracia na Península Ibérica, ao passo que Delgado e Galvão entendem que as colónias fazem parte do “património histórico” de Portugal.
Jornal de Notícias
Pode associar-se a tomada do paquete ao início da guerra colonial em Angola, no dia 4 de Fevereiro de 1961?
Pode. Um dos sentidos estratégicos da operação seria o rumo a Angola, onde a situação estava preparada. Em que medida haverá em tudo isto mão americana, eis a questão. A Marinha dos EUA, mau grado a radiogoniometria, só localizou o Santa Mariaquatro dias depois, permitindo que fosse uma plataforma de propaganda mundial contra a política colonial de Salazar.
O arranque da insurgência em Angola decorre de apoios americanos, antes de a URSS se comprometer, através de Cuba, no esforço de guerra civil que levaria à independência de Angola. Sucede que o DRIL era um movimento de galegos apoiado pelo regime cubano de Fidel Castro, de ascendência galega. Eis nisto as contradições estratégicas da operação e, afinal, da história da “descolonização exemplar”.
image.aspx
Abordagem ao paquete

DO ‘SANTA MARIA’ PARA O MUNDO O “MAIOR COMÍCIO” ANTI-SALAZAR

Há 56 anos, não havia redes sociais, mas a tomada de um paquete com 600 passageiros e 350 tripulantes por um punhado de 23 revolucionários mal armados teve o efeito de um comício à escala planetária: a comunidade internacional virou as costas a Salazar.
00-foto-01
“Se não foi outra coisa”, o assalto ao paquete português “Santa Maria”, na madrugada de 22 de Janeiro de 1961, no mar das Caraíbas “foi o maior comício do mundo contra Salazar, foi um comício à escala planetária, foi um sufrágio mundial à credibilidade do regime fascista”. Camilo Mortágua, então com 27 anos, foi um dos 12 exilados políticos portugueses em Caracas, Venezuela, a embarcar na aventura do Directório Revolucionário Ibérico de Libertação (DRIL). Com 11 espanhóis, idealizaram apossar-se do navio, rumar à ilha de Fernando Pó, apoderar-se de uma canhoneira e de armas da guarnição militar espanhola, apontar a Luanda, assumir o poder na colónia portuguesa, instalar um governo provisório e irradiar a sublevação armada contra as ditaduras peninsulares.
Liderados pelo capitão Henrique Galvão, importante quadro dissidente do regime e delegado plenipotenciário do general Humberto Delgado (outro dissidente, depois de ter ocupado destacados cargos), derrotado na farsa das eleições presidenciais de 1958,  os revolucionários acabariam por ver frustrados os seus objectivos. Mas não completamente os políticos imediatos. “Pretendia-se uma operação com impacto”, conta Mortágua [ler entrevista]. E teve: a “Operação Dulcineia” – em alusão à quimérica dama do D. Quixote (“D. Quixote de la Mancha”) de Cervantes – convocou a imediata atenção dos média de todo o Mundo, que se precipitaram a enviar repórteres.
Com os jornais do país submetidos a férrea censura e manipulados pelas notas oficiosas do Governo, apenas os estrangeiros podiam narrar o acontecimento (a primeira captura de um navio por razões políticas, como viria a sê-lo o desvio de um avião da TAP 11 meses depois) e  colocar na agenda internacional a ditadura. Foi através da cadeia de televisão norte-americana NBC que Galvão, que partilhava a liderança da operação com o comandante “Jorge Soutomaior” (nome de guerra do galego José Hernánez Vasquez, ex-combatente comunista na Guerra Civil de Espanha), invocou a condição de combatente político e neutralizou a arma diplomática de Salazar. Acusando os revolucionários de pirataria, o ditador pretendia que os aliados na NATO, com a frota norte-americana no Atlântico à frente, recapturassem o paquete. França e Holanda não reagiram; a Inglaterra desistiu face à pressão trabalhista. Só os Estados Unidos se fizeram ao mar, com cinco vasos de guerra e uma esquadrilha de aviões.
A esquadra aeronaval dos EUA localizou o “Santa Maria” cinco dias após a aventura começar.  O barco zarpara no dia 20 do porto venezuelano de La Guaira, com destino a Miami. Dissimulada entre os 600 passageiros seguia uma parte do comando revolucionário; a outra embarcou clandestinamente e acoitou-se com armas. Três outros homens, Galvão entre eles, entrariam no dia seguinte em Curaçao.
Santa-Maria-PIDE-b
A acção foi desencadeada cerca da 1.10 horas do dia 22. Foi rápida – coisa de dez ou 15 minutos. Na tomada da ponte de comando, um oficial de bordo é morto e outro gravemente ferido. O desembarque humanitário de feridos, no dia 23, na ilha de Santa Lucia – decisão controversa na liderança –  foi fatal: denunciou a presença do navio, atrasando a navegação para África.
Só no dia 25 foi avistado, mas não abordado. Galvão insistiu com os EUA que se tratava de um acto político e não de pirataria vulgar. John Kennedy, recentemente eleito, cede. Entre 27 e 31 de Janeiro, decorrem conversações entre os líderes do comando e o contra-almirante Allen Smith, em representação dos EUA, atentas à alteração política no Brasil: hostil aos revolucionários, o presidente cessante, Kubitchek de Oliveira, seria substituído no dia 1 de Fevereiro por Jânio Quadros, democrata amigo de Delgado. No dia 2, o navio chega a Recife e os revolucionários recebem asilo político.
Mas já nada será como dantes. “O governo fascista de Salazar está menos seguro no poder do que julga”, sentencia o clandestino “Avante!”, classificando a operação do “Santa Maria” como “uma séria derrota” e anunciando “um novo período de ascenso revolucionário”. E 1961 foi muito agitado


centrodeestudosportugues1.wordpress.com
01
Fev18

Seca ameaça produção de arroz no Litoral Alentejano

António Garrochinho


Segundo contas reveladas pelo município de Alcácer do Sal, a não produção de arroz causaria um prejuízo de 12 mil milhões de euros ao País, com especial impacto naquela região
A acompanhar o presidente na reunião com Capoulas Santos estiveram representantes da Associação de Regantes, da Associação de Agricultores de Alcácer, da Aparroz e da Soprasado, que expuseram a situação de seca e os riscos de não se conseguir produzir arroz em 2018.
Num comunicado, a Câmara de Alcácer do Sal recorda que «os canteiros começam a encher no final de Abril/início de Maio», e que, actualmente, «a Barragem de Vale do Gaio só dispõe de 12% de água e a do Pego do Altar de 9%».
Por outro lado, defende-se que «na impossibilidade de produzir arroz, os solos da região, demasiado salinizados, inviabilizam a opção por culturas alternativas com mínimos aceitáveis ou qualquer rendimento». Acrescentando que, a não produção de arroz «causariaainda um prejuízo de 12 mil milhões de euros ao País (que teria de proceder à importação do mesmo)», e far-se-iasentirparticularmentena regiãonomeadamente na manutenção dos postos de trabalhodestasassociações.
A curto prazo, o presidente e os orizicultores solicitaram ao ministro da Agricultura a redução do custo da importação da água de Alqueva, mas este «respondeu que não consegue, nem tem capacidade para o diminuir».
A comitiva apontou sugestões ao ministro da Agricultura, como a condução da água do Alqueva às barragens de Vale do Gaio e Pego do Altar, «o que é tecnicamente possível», e a possibilidade de criação de mais duas barragens, «que chegaram a estar projectadas e que permitiriam aproveitar água que não está a ser devidamente usufruída». Salientaram ainda que se poderia aproveitar a água do Sado, convertendo-se em água doce, realçando que teriam de construir-se diques para separar a água do seu sal.
Refere-se no comunicado que, num sentido mais imediato, «o ministro comprometeu-se a explorar todos os mecanismos que o Estado prevê e permite em situações de seca severa, e que não passam por decisões da União Europeia».
Os agricultores pediram apoio para fazer face aos «prejuízos incalculáveis» que vão ter e que «sejam accionadas linhas de crédito bonificadas, que não estão a ser disponibilizadas aos produtores do vale do Sado». 
Entretanto, o presidente da Câmara de Alcácer do Sal informou que vai solicitar uma reunião ao ministro do Ambiente e que vai continuar a procurar soluções a médio prazo e também medidas que minimizem os prejuízos para estes produtores.

www.abrilabril.pt
01
Fev18

COMO SOMOS UM PAÍS LIGADO AO MAR, UTILIZAMOS ESTAS EXPRESSÕES.

António Garrochinho

Dizemos, por exemplo:
que o negócio foi «por água abaixo» ou que «vai de vento em popa», ou «na crista da onda»;
ou que «andamos à deriva» ou a «remar contra a maré», mas que esperamos «chegar a bom porto»;
e que vamos de «rota batida» para algum lado;
e que procuramos «não meter água»;
quando comemos qualquer coisa que nos faz mal, podemos ficar «mareados»;
e que quando nos zangamos, temos vontade de atirar com qualquer coisa «pela borda fora».
Estas são algumas das expressões mais frequentes e óbvias.
Mas as palavras, não expressões, palavras mesmo, passam mais despercebidas.
Por exemplo: o verbo abordar que tem como primeiro significado encostar um navio a outro para o assaltar.
Ou então o adjetivo emproado que é um adjetivo derivado de proa, a parte da frente do navio.


ciberduvidas.iscte-iul.pt

01
Fev18

Afinal quem foi Leonora Carrington, a “rebelde” do surrealismo?

António Garrochinho


Pintora e escritora, Leonora Carrington (1917-2011) foi a última sobrevivente do movimento surrealista, ao qual se juntou ao lado (e não pelo braço) de Max Ernst, de quem foi amante na juventude. Mas afinal quem foi aquela que ficou conhecida – pela liberdade com que viveu a sua filiação no movimento – como a rebelde do surrealismo? A pergunta que se faz há décadas tem agora resposta. Em ano de comemorações do centenário da artista britânica, um curso da Universidade Internacional Menéndez Pelayo, em Santander, reconstituiu a sua história, que em breve será apresentada no Hay Festival de Segóvia (22 a 24 de Setembro).
Leonora esteve internada numa clínica psiquiátrica quando procurava salvar Max Ernst. Uma aventura com escala em Lisboa, e que cruza boa parte da história do século XX.


Embora tenha sido Max Ernst a abrir-lhe as portas do surrealismo, Carrington sempre se recusou a ser vista como a musa do pintor alemão, umas das mais emblemáticas e fulgurantes figuras daquele movimento, e a ser reduzida à condição de sua amante: “A ideia de musa é algo que nunca vou compreender muito bem. Baseia-se na divindade grega, mas eu entendo as musas como senhoras que se dedicam a coser meias ou a limpar a cozinha. Quem foi a musa de Dostoiévski? A sua epilepsia, talvez? Eu prefiro que me tratem pelo que sou: artista”, refutava Carrington em entrevista ao jornal El País, em 1993. Em plena primeira metade do século XX, e numa sociedade ainda fortemente patriarcal, meio artístico incluído, a artista sempre se afirmou enquanto mulher, exercendo a sua liberdade sem limites.



Antes de se apaixonar por Ernst, Carrington já se tinha apaixonado pela reprodução de uma pintura dele, The Children Menaced by a Nightingale ("As crianças ameaçadas por um rouxinol"), executada em 1924, quando a artista tinha sete anos. Curiosamente, seria a sua a mãe a oferecer-lhe, quando era uma jovem estudante de arte, o primeiro exemplar de Surrealism, editado pelo crítico Herbert Read – mesmo assim, talvez não estivesse preparada para receber, não muito tempo depois, a notícia de que Leonora tinha abandonado Londres com o pintor surrealista. Carrington, então com 20 anos, e Ernst, de 46, conheceram-se num restaurante da capital britânica, o Barcelona, com Man Ray, Lee Miller e Paul Eluard. Foi com ele que percebeu que as suas pinturas se inscreviam naturalmente nas vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas guerras mundiais. Cortou as ligações com a família e refez a vida com Ernst. Amaram-se durante três anos em Saint Martin d'Ardèche, em França, até que o avanço nazi destruiu o amor idílico e artístico entre os dois.

Nos seus anos franceses, Leonora Carrington e Max Ernst costumavam reunir-se à mesa do café Les Deux Magots, em Paris, com outras personagens do movimento, como Joan Miró e André Breton. Ao núcleo duro juntavam-se frequentemente Pablo Picasso e Salvador Dalí. “Eram um grupo essencialmente de homens, que tratavam as mulheres como musas. Isso era bastante humilhante. Por isso, não quero que me chamem de musa de nada nem de ninguém. Jamais me considerei uma mulher-criança, como André Breton queria ver as mulheres. Nunca quis que me entendessem assim, nem tão pouco ser como os outros. Eu caí no surrealismo porque sim. Nunca perguntei se podia entrar”, explicava a pintora na mesma entrevista feita na Cidade do México.

A detenção de Max Ernst, primeiro pela polícia francesa e depois pelas autoridades nazis, que o enviaram para um campo de concentração, separou-os. A guerra dividiu os surrealistas como tinha dividido outras famílias. Leonora, que se confessava burguesa, detestava política e não queria ouvir falar de comunistas, ficou sozinha e fez-se à estrada para o salvar. Para ela, o surrealismo não era um movimento político. “Foram os nazis que começaram a perseguir-nos. Éramos fundamentalmente anti-fascistas, gente que sentia um profundo pesar por ver que Pétain [primeiro-ministro francês à época] entregou França nas mãos de Hitler”, diria a pintora ao jornal espanhol.

Decorria o ano de 1940, Espanha tinha acabado de sair de uma terrível guerra civil, ainda assim o perigo não a deteve. Sozinha, atravessou os Pirinéus para salvar o seu amante. Madrid era o destino, ia em busca de um passaporte para poder tirar o pintor da prisão. A aventura não podia ter corrido pior. Leonora não tarda a chamar a atenção das autoridades espanholas, que a internam, com a aquiescência da embaixada britânica e dos próprios pais da artista, primeiro num convento e depois numa clínica psiquiátrica no Norte do país, em Santander. Para assegurar que a paciente não causará problemas durante o transporte, dão-lhe doses maciças de luminal e anestesiam-na com uma injecção na espinha dorsal. É neste estado que é confiada ao responsável da clínica, Luis Morales, que por sua vez a atará de pés e mãos e a medicará com Cardiozol, um medicamento que provoca alucinações e que, antes da introdução dos electrochoques na terapia psiquiátrica, era usado para induzir convulsões.

“Os meus pais andavam à minha procura. Quando descobriram que estava em Espanha, que tinha acabado de sair de uma guerra, a embaixada britânica encarregou-se de me internar num hospício”, relembrou a autora e escritora britânica ao mesmo El País.

Depois de se ter recusado durante algum tempo a falar do que sofrera no seu meio ano de internamento, Leonora acabou por deixar o relato da sua experiência em Down Below (1944), um livro agora reeditado para assinalar o seu centenário, e que foi publicado em Portugal com o título Em Baixo (Black Sun, 1990).

Após esses seis meses de internamento – em condições atrozes, se dermos crédito ao seu testemunho –, é entregue aos cuidados de uma enfermeira e dama de companhia, com quem viaja para Lisboa, cumprindo instruções dos seus pais, que pretendem embarcá-la rumo à África do Sul, onde seria novamente internada numa instituição psiquiátrica. Mas a paciente estava mais lúcida do que a sua guardiã esperaria e conseguiu escapulir-se, refugiando-se na embaixada mexicana em Lisboa, onde trabalhava o diplomata e escritor Renato Leduc, que conhecera quando este estava colocado em Paris e frequentava os meios surrealistas.

Quis o fado que viesse a encontrar também em Lisboa o próprio Max Ernst, o amante que perdera um ano antes. Mas foi com Leduc que fugiu para as Américas, acabando por instalar-se na Cidade do México em 1942. E também foi com ele que se casou.

Mas o que aconteceu em Lisboa?
Quando finalmente chegou a Lisboa, em 1941, Leonora Carrington pensava que Max Ernst já estava morto. Nalgumas versões da história, como a que Withney Chadwick recapitula em Women Artists and the Surrealist Movement, os dois reencontram-se num mercado; noutras, o reencontro dá-se sobre a Baixa da cidade, no topo do Elevador de Santa Justa. Leonora tê-lo-á abraçado para se certificar de que estava mesmo vivo.

Max Ernst chegara a Lisboa acompanhado da coleccionadora de arte americana Peggy Guggenheim, que o tinha ajudado a libertar-se do campo alemão em que o haviam encerrado. Estavam juntos, Ernst e Guggenheim. Não se sabe se o pintor terá confessado que tinha companhia. Nem se sabe se ela lhe terá dito que fora internada como louca apenas porque queria um passaporte para resgatá-lo da prisão. 

O que disseram um ao outro ficou em segredo. O que é certo é que voltaram a separar-se. Se formos muito românticos, acreditemos que a despedida aconteceu com os dois a olharem Lisboa desde o topo do Elevador de Santa Justa; ou entre os corredores do mercado. Ele partiu de avião na companhia de Peggy Guggenheim, que viajava ainda com o ex-marido e os filhos. Ela partiu com Leduc num barco que levava, por coincidência, alguns dos quadros de Ernst para a América.

O casamento com Leduc, 20 anos mais velho do que Leonora Carrington, terá sido a solução que ambos encontraram para retirar a artista da tutela dos pais, evitando um novo internamento e permitindo-lhe deixar Lisboa enquanto esposa de um diplomata.

Quando voltou a ver Max Ernst em Nova Iorque, foi já como mulher de Leduc. E os encontros com o ex-amante passaram a ser hábito. O marido da artista era amigo de Picasso, com quem passava horas em Nova Iorque a discutir tauromaquia, e às conversas juntava-se o agora esposo de Peggy Guggenheim, Max Ernst.

Em segredo ficou também o que Leonora sentiu de cada vez que o encontrou nestas tertúlias em Nova Iorque, entre 1941 e 1942, antes de se fixar definitivamente na Cidade do México. A artista nunca respondeu a perguntas sobre a sua vida amorosa anterior a 1945. Dos sentimentos de Max Ernst sabemos mais, a partir da autobiografia do seu filho Jimmy Ernst: "Num minuto ele era o homem que eu recordava de Paris – vivo, brilhante, espirituoso, e em paz – e de repente via no seu rosto a expressão de quem acorda de um pesadelo. Cada dia em que ele a encontrava, e isso acontecia muitas vezes, acabava assim." Mas a história nunca foi contada na primeira pessoa.

Leonora Carrington acabaria por divorciar-se de Renato Leduc e por voltar a casar, desta vez com Emeric Weisz, fotografo húngaro amigo de Breton, que tinha chegado ao México, juntamente com outros refugiados da Segunda Guerra Mundial, num barco português saído de Casablanca.

“Foi então que conheci Octavio Paz, Diego Rivera, Frida Kahlo e José Clemente Orozco. Na verdade, o Orozco e o Rivera não me interessavam minimamente, por serem muralistas políticos”, recordaria a artista ao El País.

Da pintura para a escrita


Filha rebelde de um magnata do têxtil, Leonora Carrington tinha sido expulsa de vários colégios antes de começar a estudar pintura em Florença e em Londres, com cerca de 16 anos. As suas pinturas de figuras estruturadas e complexas ilustravam a sua própria vida. No universo pictórico e literário que construiu ao longo da vida, mostrava um mundo original, onde as fronteiras entre o humano e o desumano, a fantasia e a realidade, a morte e a vida se dissolviam. Entre as suas obras destacam-se La giganta, Quería ser pájaro, Laberinto, El despertar, Y entonces vi a la hija del Minotauro e El juglar.

A par da pintura, Carrington tinha um gosto especial pela escrita, e foi por aconselhamento médico que voltou a escrever, já no México: Pierre Maville deu-lhe a solução para se libertar das inquietações do passado. Ainda não tinha 30 anos quando começou a entregar-se à ficção, reunindo-a mais tarde em The Complete Stories of Leonora Carrington, histórias que falavam sobre si.  

The Debutant, uma das histórias compiladas nesse volume, dava conta das suas reinvidicações contra a família, que acusava de a ter tratado como um objecto, ao prometer a sua virgindade, o corpo que era seu. Os pais de Carrington queriam que se casasse com um membro da realeza britânica, e por isso a artista debutou aos 17 anos na corte de Jorge V. O conto acompanha uma hiena, a personificação de uma menina debutante que, tal como Leonora, não queria ser entregue a outros.

A mulher que fugiu de casa e andou por vários países para ser fiel a si mesma, que foi símbolo da vanguarda no México, preferiu nos últimos anos discrição e privacidade, mas não a teve. A sua vida agitada, com muitas aventuras pelo meio, valeu à escritora Elena Poniatowska, sua amiga durante mais de 50 anos, o prémio Biblioteca Breve 2011, com a biografia Leonora. 

A rainha Isabel II condecorou-a com a Ordem do Império Britânico em 2005. O seu mérito foi e ainda hoje é reconhecido. Mas afinal quem foi Leonora Carrington? Na já referida entrevista ao El País, a própria respondia: “[Foi] uma pessoa como qualquer outra, que descobriu na vida o que podia. Ou talvez alguém que tenha sobrevivido com muito 'cabrón trabajo', como se diz no México. É por isso que eu não gosto que me chamem de musa”, concluía.

Leonora Carrington morreu a 25 de Maio de 2011 na Cidade do México, com 93 anos.



01
Fev18

É CONSIDERADO UM DOS MAIORES LETRISTAS DE FADO DE TODOS OS TEMPOS, CARLOS CONDE

António Garrochinho


31868_127485333935858_8091775_n
























"Carlos Augusto Conde (1901-1981) é um dos poetas fundamentais do fado, fazendo parte de uma geração que qualifico de ouro que não se pode ignorar", afirma o autor do livro em entrevista à Agência Lusa.
Carlos Augusto Conde nasceu no dia 22 de Novembro de 1901, no lugar do Monte, na Murtosa (distrito de Aveiro). conhecido como autor de letras de fados e também de cegadas, que eram umas peças em verso, musicadas, muito populares nas décadas de 20 e de 30 do século Vinte. Para o fado, foram várias centenas de letras que produziu e o entronizaram como um dos maiores letristas do fado do séc. XX. A sua poesia foi celebrizada por vozes como Amália Rodrigues, Ada de Castro, Maria da Fé, Fernando Maurício, Fernanda Maria, Maria Amélia Proença, Alfredo Marceneiro, Alfredo Duarte Júnior, Maria Albertina, Lucília do Carmo, João Ferreira Rosa, Carlos Ramos, Deonilde Gouveia, António Rocha, Natália dos Anjos, Raul Pereira, Argentina Santos, Vítor Duarte, Carlos Duarte, Francisco Pedro, Miguel Silva, Joaquim Pimentel, Rodrigo, Adelina Ramos, Alcindo Carvalho, Manuel de Almeida ou Carlos do Carmo. Faleceu a 13 de Julho de 1981. Em 2001 a Câmara Municipal de Lisboa consagra este poeta popular na memória dos lisboetas, homenageando-o na freguesia em que mais tempo residiu ao atribuir o seu nome a uma rua de Campolide, no Bairro do Alto da Serafina.

VÍDEO
Guitarra portuguesa: Luís Ribeiro
Viola de fado: Jaime Martins
Viola baixo: Luís N´Gambi
Letra: Carlos Conde / Música: Frederico de Brito Projecto


aldeia-de-gralhas.typepad.fr
01
Fev18

SABIA QUE....

António Garrochinho

Maria Teresa Horta lembra-se bem daquela noite terrível. A escritora portuguesa acabara de sair de casa. Um carro acendeu as luzes. Ela começou a andar, à procura de um táxi, mas deteve-se. "Vejo que o carro avança, tenta atropelar-me, eu fujo para dentro do passeio, ele pára mais adiante." Dois homens saíram do carro. "Correram para mim, deitaram-me ao chão. E começaram a bater com a minha cabeça no chão e a dizer uma frase espantosa que era 'isto é para tu aprenderes a não escreveres como escreves'."
Um passante foi em socorro de Maria Teresa Horta. Levou-a ao hospital, porque ela estava a sangrar. Os agressores fugiram. Maria Teresa Horta acabara de escrever o livro de poesia "Minha Senhora de Mim", que era, nas palavras da autora, "uma escrita de erotismo, uma escrita dos sentidos, uma escrita que ainda não se tinha visto em Portugal. Que era uma mulher a falar do seu corpo, a falar do corpo do homem."
Eram os inícios dos anos setenta. O ditador fascista português António Salazar já morrera, mas o seu sucessor, Marcello Caetano, deu seguimento à linha conservadora do regime.
01
Fev18

O ex - engenheiro da NASA , Mark Rober, criou uma banheira de areia líquida de areia que é tão surpreendente quanto parece

António Garrochinho



O engenheiro Mark Rober cria uma banheira de areia líquida
O ex - engenheiro da NASA , Mark Rober, criou uma banheira de areia líquida de areia que é tão surpreendente quanto parece. Ele trouxe o leito fluidizado à vida adicionando ar em todos os lugares certos na base de sua banheira de hidromassagem. 


Rober então encheu a banheira com areia, sentou-se sobre ela e afundou-se na poeira borbulhante quando o ar estava ligado.






VÍDEO




01
Fev18

“Com Tom Jobim foi tudo platónico” diz a Garota de Ipanema

António Garrochinho


É a musa da segunda música mais tocada no mundo: Garota de Ipanema. 

Agora que o Rio de Janeiro faz 453 anos, recordamos 

a entrevista onde Heloísa Pinheiro conta como enfeitiçou 

Vinicius e Jobim

“Com Tom  Jobim foi tudo platónico” diz a Garota de Ipanema

Para quem não sabe, "a coisa mais linda" e "mais cheia de graça" que inspirou Vinicius de Moraes e António Carlos (Tom) Jobim a comporem o tema Garota de Ipanema – segunda música mais tocada no mundo, atrás de Yesterday, dos Beatles – existe, está viva e lançou em 2012 um livro no Brasil [altura em que deu esta entrevista à SÁBADO]: A Eterna Garota de Ipanema. Mais: aos 67 anos, a empresária e apresentadora Helô Pinheiro continua bonita e bem-humorada. Ao telefone, quando a jornalista pediu desculpa pela voz roufenha, justificando-se com uma constipação, ela brincou, com sotaque português: "Está cons-ti-pa-da?! Aqui a gente usa esse termo para falar de mal da barriga." A conversa começou assim, a rir.
Fala muito bem português.



A família do meu marido é portuguesa. A mãe de Penafiel, o pai das Taipas. E tenho portugueses do lado da minha avó, mas mais para trás. Fiz a lua-de-mel em Portugal, sabia?

Sabia. E para ir conhecer a família do seu marido recusou um convite enviado pelo Palácio de Buckingham para tomar chá com a Rainha.
É. Fui comer no Pedro dos Leitões, na Bairrada, e de lá fomos para casa de umas tias, em Taipas. Não podia deixar a minha família para ir visitar a família de Inglaterra.

Tanto estou apaixonado que a gente fez esta música para você.' Comecei a pensar que aquilo podia ter um fundo de verdade, mas era uma coisa tão fora das minhas expectativas. Ele tinha 30 anos, era casado, tinha filhos e eu era... virgem. Heloísa Pinheiro sobre Tom Jobim
Tinha 19 anos quando António Carlos (Tom) Jobim, que mal conhecia, quis casar consigo.
Ele pediu para falar comigo, sentámo-nos num banco, na praia, e ele disse, de supetão: ‘Quero casar com você.’ Achei que estava brincando. Depois, com mais calma, explicou-me que não estava bem com a mulher, que se tinha apaixonado por mim. Ele era tão lindo... Eu estava namorando firme mas tremi. Para me convencer, ele falou: "Tanto estou apaixonado que a gente fez esta música para você." Comecei a pensar que aquilo podia ter um fundo de verdade, mas era uma coisa tão fora das minhas expectativas. Ele tinha 30 anos, era casado, tinha filhos e eu era... virgem.

Foi a primeira conversa, mas já o conhecia.
Em 1962, quando eu tinha 16 anos, passava em frente de um bar, o Veloso, e eles – o Tom, o Vinicius – brincavam: "Bonitinha, vem cá." Eu morria de vergonha, era muito tímida. Mas não sabia que era o Tom, que era o Vinicius, sabia que eram uns homens que brincavam sempre que eu passava, vinda da escola, muitas vezes de uniforme.

No seu livro conta que Tom levou Vinicius ao Veloso para a ver passar.
Foi o Tom que me revelou, anos mais tarde. Disse que eles ficaram me esperando e eu não passava. Quando passei, o Tom perguntou ao Vinicius: "Não é a coisa mais linda?" E Vinicius respondeu: "A mais cheia de graça."

Astrud Gilberto, uma das intérpretes do tema, chegou a ser dada como Garota de Ipanema.
Ela cantava muito a música nos Estados Unidos e achavam que era ela a Garota. Mas depois, com montes de meninas aparecendo e reclamando o título, Tom e Vinicius decidiram contar. Em 1965, Vinicius chamou-me e fizemos uma reportagem para a revista Manchete. Mais tarde, quando fui capa da Playboy, foi o Tom que escreveu o texto: "Heloísa, minha brisa/minha terna inspiração/quando eu vejo Helô Pinheiro/corro para o banheiro, vou tomar a extrema unção"...

Era completamente apaixonado por si.
Mas sempre foi uma coisa platónica. Na última página do meu livro tem um cartãozinho, que só agora mostrei, com a letrinha dele: "Para a minha paixão platónica."
O seu marido tinha ciúmes dele e do Vinicius.
Até dizia que ia bater neles. Mas depois de os conhecer, ficaram amigos. Saíamos juntos.

Vinicius era seu confidente. Com o Tom ficou sempre uma pedra no sapato, verdade?
Sim, mas ele foi meu padrinho de casamento. Não queria, dizia que nos casamentos em que era padrinho a noiva separava-se rápido. Não quis saber. Foi, vestiu um fato, que era uma coisa difícil de conseguir, e gravata. Vinicius estava no festival de Cannes.

A seguir, Tom Jobim separou-se e casou com uma mulher parecida consigo.
Diziam que sim. Uma vez, disse-me à frente da mulher: "Você não quis casar comigo, eu casei com ela porque se parece com você." Ela ficou calada, quieta. Mas não deve ter gostado. Tanto que éramos para sair todos juntos e eles já não foram.

Tal como o Tom, era filha de pais separados. Imagino que isso não fosse comum, na época.
Foi muito difícil. Eu tinha 5 anos e fui morar com a minha avó num orfanato, que ela dirigia. Até que a minha mãe conseguiu um apartamento no Leblon, e um emprego, e a minha avó largou o orfanato para ficar connosco. Éramos nós as três, o meu irmão e o meu tio. O meu pai era militar e servia noutras bases. Sentia muito a falta dele.

Fala dele como um homem muito afável.
Era uma pessoa maravilhosa, mas se mexessem com a família ou com os amigos  tomava as dores dos outros. Uma vez, em criança, o porteiro deu-me um cascudo [palmada na cabeça] porque achou que eu tinha riscado uma parede. Quando contei ao meu pai, parecia um dragão. Foi lá, armado, e brigou tanto com o homem que tive medo que saísse  tiro.
Questionava: "Será que isso é michê ou cachê?" Michê é negócio de mulher que entrega o corpo, sabe? Mas o orçamento lá de casa era curto e um dia pensei: "Não estou a fazer nada de mal" e fiz um anúncio para uma rádio. Heloísa Pinheiro sobre a mãe
Quando nasceu, ele nem a quis ver.
Porque era menina. Era muito machista. Minha mãe contava que ele dizia: "Para quê outro filho? Queria um filho homem, veio. Já chega." Quando ficou grávida, com medo da reacção dele, ela ficava cavalgando para ver se perdia o bebé. Não perdeu. Eu nasci e quando o meu pai soube que era mulher não quis nem ver. Mas todo o hospital ficou encantado – eu tinha olho azul e cabelo preto. Alguém comentou e ele acabou indo ver. Ficou apaixonado e foi agarrado a mim a vida toda.

Começou a fazer publicidade muito cedo, apesar da oposição da sua mãe.
No fundo, ela questionava: "Será que isso é michê ou cachê?" Michê é negócio de mulher que entrega o corpo, sabe? Mas o orçamento lá de casa era curto e um dia pensei: "Não estou a fazer nada de mal" e fiz um anúncio para uma rádio, achando que era uma coisa pequena – saiu uma foto enorme, no jornal. A minha mãe acabou por entender e passou a ir comigo a esses trabalhos. Até que veio a história da Garota de Ipanema.

Por causa da sua mãe, e do seu marido, recusou ser protagonista de um filme, viajar à volta do mundo.
Eram três contra: mãe, pai, marido. E eu não queria briga. Mas, olhando para trás, percebo que perdi grandes oportunidades.

Como é que convenceu o seu marido a deixá-la entrar numa telenovela [Cara a Cara]?
Ele perdeu tudo. Tinha uma vida boa, os pais tinham uma siderurgia com filiais em S. Paulo, Ribeirão Preto, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, e moravam numa casa de três andares com elevador dentro. O pai dele era português, e português não gosta de ser desleal. Importou material para o governo, o governo disse que não podia suportar a despesa, a carga deteriorou-se e, como ele fez questão de pagar a todo mundo, faliu. Enfrentámos algumas dificuldades. Nessa altura, chamaram-me para uma novela da Rede Bandeirantes. Quando contei ao Fernando, ficou passado – estava sentado no sofá e quase foi engolido pela almofada. Teve medo que eu o abandonasse. Mas fiquei ali, ao lado dele. Tinha 33 anos e três filhos. Segurei a família.

A Globo convidou-a para participar em Água Viva, que fez sucesso em Portugal.
E em Coração Alado. Achei que ia fazer carreira mas vivia em S. Paulo e não podia ir e vir assim para o Rio e o meu filho estava doente.

Teve um acidente, não foi? Ficou com sequelas?
Ficou. Tem 30 anos e é uma criança. Joga futebol, nada superbem, anda de bicicleta, mas não lê nem escreve e tem dificuldade em falar. Está sempre comigo, é superbonzinho, mas tem de fazer um monte de terapia.

Como é que o seu marido reagiu quando decidiu posar a primeira vez para a Playboy, em 1987?
Aí já tinha descambado tudo! O convite veio para ele, pedindo permissão, e ele fez algumas exigências à produção: "Não pode ter perna aberta; não pode ficar escachada." Disse-me: "É um dinheirinho para você, já que não posso te dar o que queria." Tomámos a decisão em conjunto e ficou uma coisa muito light, não ofende ninguém.

Uma das suas filhas venceu um concurso que elege a Garota de Ipanema.
A mais velha, Kiki. Tinha um corpo lindo. Ganhou porque merecia, não por ser minha filha.

Foi com ela que posou novamente para a Playboy?
Não, foi com a mais novinha, Ticiane, casada com o empresário Rodrigo Justus. Trabalham ambos na TV Record.

Teve uma guerra com os herdeiros de Tom Jobim e Vinicius de Moraes por causa da marca Garota de Ipanema.
Foi difícil mas está resolvido. Eles desistiram, e eu também, mas não voltámos a falar. De repente, nem foram eles que começaram isso, foi ideia de algum advogado para arranjar dinheiro. Na loja do Rio, que vende moda de praia, ninguém mexeu. Quando abri no shopping, em S. Paulo, devem ter pensado que eu estava rica e shopping dá muito status.
O Roberto Carlos é a coisa mais linda, mais cheia de graça, para mim. A gente teve um lancezinho de paixonite. Eu era fã mesmo, mas nada que levasse até um quarto. Heloísa Pinheiro A garota de Ipanema
Tem uma história com Roberto Carlos.
Ah, o Roberto Carlos é a coisa mais linda, mais cheia de graça, para mim. A gente teve um lancezinho de paixonite. Eu era fã mesmo, mas nada que levasse até um quarto.

Conheceram-se num voo, ele deu-lhe boleia e um beijo, e convidou-a para ir ao show dele.
É... e eu fiz a bobagem de levar todo mundo para ver o show, incluindo o meu marido. Quando fui cumprimentá-lo ao camarim e perguntei "Cadê a nossa foto, a que a gente tirou?", ele respondeu: "Joguei fora pela janela do avião" [risos]. 

entrevista em 2015

www.sabado.pt
01
Fev18

VÍDEO - GRANDE REPORTAGEM - CONTRA A SOLIDÃO

António Garrochinho

Resultado da sua pesquisa para A VELHICE EA SOLIDÃO





Reportagem Especial  aborda um dos grandes problemas que as pessoas mais velhas vivem hoje em dia, a solidão no fim da vida. Os últimos dados disponíveis revelam que pelo menos 35 mil idosos vivem sozinhos ou isolados, sem ninguém por perto. Seja no interior do país ou nas cidades, é possível encontrar respostas

VÍDEOS

01
Fev18

AS TRÊS MAIORES POTÊNCIAS MILITARES DA TERRA: COMO COMPARAR AS FORÇAS ARMADAS DE AMERICANOS, RUSSOS E CHINESES?

António Garrochinho

As forças armadas de americanos, russos e chineses são as três mais poderosas forças militares na terra, porque são as três únicas que podem utilizar praticamente todos os modernos tipos de sistemas de armas conhecidos.

dinamicaglobal.wordpress.com
    Tríade Nuclear: A última arma que assegura a posição desses como as três melhores potências militares do mundo. Todas as três têm a capacidade de manter a “tríade nuclear”, i.e. têm substancial capacidade de entrega nuclear do ar, mar e terra. Os Estados Unidos governa os mares com a Marinha dos EUA, e, portanto, o seu arsenal nuclear estão concentrados submersos em água, dentro de uma dezena de SSBNs classe Ohio à espreita em todos os quatro cantos de todos os Oceanos. A Rússia tem uma enorme massa de terra, e, portanto, seus locais mais estratégicos para entrega de mísseis nucleares estão sobre os maiores lançadores do mundo, no móvel-transportador-eretor TOPOL-M. A China tem terreno montanhoso adequado para empregar seus pequenos e médios lançadores transportador eretor como o DF-31. Os Estados Unidos tem capacidade de ataque de retaliação garantido pela imensidão dos Oceanos. A rússia tem capacidade de ataque de retaliação garantido pela sua enorme massa de terra, enquanto a China tem capacidade de ataque de retaliação garantido por suas centenas cadeias de montanhas.
    Anti-Mísseis Balísticos de Defesa: Para anular cada ameaça ICBM do outro, os Estados Unidos desenvolveram e pôs em campo o Ground-based Midcourse (GDM) sistema de intercepção de mísseis balísticos terrestre (de longo alcance e mísseis balísticos intercontinentais) e THAAD + o sistema AEGIS/SM-3 naval (sistema de mísseis de curto a médio alcance). Entretanto, a Rússia pôs em campos o S-400 Triumf para intercepção de mísseis de curto a médio alcance, enquanto a China recentemente pôs em campo um móvel de interceptação de mísseis balísticos de médio curso baseado no sistema de longo alcance e interceptação de míssil balístico intercontinental HQ-19/TEL. Só a China e os Estados Unidos têm realizado com sucesso, a interceptação de mísseis balísticos de médio curso, com a China a ter mais sucesso nos testes de interceptação com o KKV (Kinetic Kill Vehicles) do que os EUA.
    Principais Tanques de Batalha: O M1A2 Abrams pesa em torno de 60 toneladas, o ZTZ-99A pesa 50 toneladas, enquanto o T-14 Armata pesa cerca de 48 toneladas. Todos os três tanques possuem significativa proteção contra todos os armamentos anti-tanque, armadura de ccmposto sofisticado, avançado sistema de tiro automático com mira a laser.
    Caças Stealth de Quinta Geração: Atualmente, apenas a Força Aérea dos EUA atua com uma frota de jatos de combate F-22A de Quinta Geração. A China está a aproximar-se rapidamente, com o Chengdu J-20, que iniciou com baixa taxa de produção. A Rússia ainda está testando o Su-50 PAK-FA.
    Transportador Aéreo Estratégico: A Força Aérea dos EUA mantem uma frota de cerca de 200 aviões de transporte C-17 Globemasters, com capacidade de carga útil de 73 toneladas, dando-lhe um substancial levar a frente uma implantação sobre a Rússia e a China. A rússia mantêm cerca de 90 IL-76s, com cargas de 52 toneladas cada. A China acaba de iniciar a produção do Y-20 Kunpeng, com dois no serviço, cada um com capacidade de carga útil de 50 (D-30) a 60 toneladas (WS-20). Há planos para a construção de pelo menos 100 Y-20s para atender às necessidades atuais.
    Bombardeiros Estratégicos: Os Estados Unidos mantiveram uma frota de cerca de 60 bombardeiros B-1 Lancer e 20 bombardeiros stealth B-2 Spirit para o rápido ataque global contra qualquer adversário que não se alinhar com o seu interesse e hegemonia, enquanto a Rússia mantêm 13 Tu-160s utilizados em suas patrulhas de dissuasão nuclear estratégica, e cerca de 60 Tu-22M para se defender contra as forças navais dos EUA. A China tem uma frota de cerca de 100 bombardeiros H-6K principalmente para missões anti-navio para se defender contra as incursões dos Grupos de combate de porta-aviões dos EUA e manter um 800 km de suporte contra qualquer adversário distante do litoral chinês.
    Porta-aviões: Os Estados Unidos mantêm uma frota de 10 porta-aviões da classe Nimitz, cada um com deslocamento de 100.000 toneladas quando totalmente carregado, enquanto que o único porta-aviões da China, o Liaoning, desloca com cerca de 60.000 toneladas e é uma plataforma de treinamento para os caças de combate J-15, com o próximo porta-aviões internamente construído para ser lançado em 2017. A Rússia mantem um porta-aviões da era Soviética com um elevado perfil de mudar para o principal transportador de caças multi-propósito MiG-29.
    Sistemas de Aviso e Comando Aerotransportado: AWACS são importantes multiplicadores de força para grandes poderes no ar. O atual sistema topo-de-linha AEWC&C da PLAAF, o KJ-2000, supõe-se ser de uma geração inteira à frente aeronaves E-3 AWACS e E-2 Hawkeye dos EUA. Enquanto os AWACS dos EUA ainda são rotodomes rotativos, o AWACS chinês utiliza rotodome fixo que reduz o desgaste devido ao menor número de peças mecânicas móveis.
    Sistemas de Navegação por Satélite: Os Estados Unidos possui o sistema GPS, a China possui o sistema Beidou (BÚSSOLA), enquanto a Rússia possui o GLONASS. Todos os três sistemas são independentes e todos têm ou estão perto de uma cobertura global. O sistema de navegação por satélite é vital para a navegação básica e rastreamento de alvo, e orientação de míssil/projétil para vários tipos de armas militares, incluindo mísseis balísticos intercontinentais, mísseis de cruzeiro, munições guiadas com precisão e projéteis de artilharia. Os Estados Unidos, a China e a Rússia não temem se o sistema de navegação por satélite dos seus adversários estão sendo negados a eles, uma vez que cada um deles tem a sua própria versão do sistema de posicionamento global.
    Potência das Forças Armadas (2015):
    China: Pessoal Ativo de linha de Frente = 2,335,000; População = 1,3 bilhão → 2 pessoas do exército para cada 1.000 civis; Gastos militares por ano= US$ 215 bilhões = 1,9% do PIB

    Estados Unidos: Pessoal Ativo de linha de Frente = 1,400,000; População = 321 milhões → 4 pessoas do exército para cada 1.000 civis; Gastos militares por ano = US$ 596 bilhões = 3,9% do PIB

    Rússia: Pessoal Ativo de linha de Frente = 766,000; População = 142 milhões → 5 pessoas do exército para cada 1.000 civis; Gastos militares por ano = US$ 66 bilhões = 5,9% do PIB
01
Fev18

TORNAR A AMÉRICA GRANDE OUTRA VEZ

António Garrochinho


Um quadro que representa o pré-candidato ao governo dos EUA Donald Trump foi exposto em uma galeria de arte de Londres, depois de ter sido censurado em solo norte-americano, onde a autora, a artista Ilma Gore, diz ter recebido ameaças de morte de simpatizantes do político republicano. A obra foi batizada como "Make America Great Again" ("Tornar a América Grande Outra Vez"), o mesmo slogan utilizado por Trump em sua campanha eleitoral

01
Fev18

Documentos culpam governo da Espanha pela morte de Garcia Lorca

António Garrochinho






Poeta foi fuzilado em 1936, durante a Guerra Civil Espanhola

O poeta espanhol Frederico Garcia Lorca é nome fundamental na literatura mundial / Divulgação

O poeta espanhol Frederico Garcia Lorca é nome fundamental na literatura mundial



Pela primeira vez na história, vem a público um documento oficial que comprova a responsabilidade do governo espanhol no fuzilamento do poeta Federico García Lorca pelas forças antirrepublicanas durante a Guerra Civil Espanhola.

Um registro policial e cartas de ministros revelam que o Lorca foi preso e assassinado por motivos políticos.
Em entrevista ao jornal El País a sobrinha do poeta, Laura García Lorca, afirmou a importância histórica desses documentos, que encerrariam as diferentes versões que circularam ao longo das últimas oito décadas sobre o fuzilamento do escritor.

"A polícia reconhece o que já sabíamos: que foi um crime político porque o consideravam, nessa ordem, socialista, amigo de (líder socialista) Fernando de los Ríos, maçom e homossexual", disse Laura.

O autor de Bodas de sangue foi fuzilado aos 38 anos, em 19 de agosto de 1936 - um mês após o início da Guerra Civil Espanhola. Seus restos mortais jamais foram encontrados.
Os documentos revelados agora são de 9 de julho de 1965 -29 anos depois, portanto, da morte de García Lorca. Na época, a ditadura franquista havia pedido a informação à polícia a pedido de Marcelle Auclair, uma hispanista francesa que trabalhava em uma biografia sobre o escritor.

A informação, no entanto, acabou sendo censurada pelo regime, como comprova a correspondência entre ministros espanhóis também encontrada agora.

O que a ditadura franquista, que governou a Espanha de 1939 a 1976, quis esconder é um relatório escrito à máquina por um policial da 3ª Brigada Regional de Investigação Social de Granada. O texto não deixa dúvidas de que a ordem de prisão do poeta -identificado como "socialista pela tendência de suas manifestações"- foi um pedido do governo.

"No quartel da Falange, instalado na rua San Jeronimo, se encontravam o chefe do batalhão don Miguel Rosales Camacho quando nele se apresentaram o deputado obrerista pela CEDA, don Ramón Ruiz Alonso, don Juan Trescastro, don Federico Martín Lagos e outra pessoa que não foi possível identificar, com uma ordem de detenção emitida pelo Governo Civil contra FEDERICO GARCÍA LORCA".

No parágrafo seguinte, o documento descreve o que aconteceu com Federico García Lorca, depois de ter sido detido em uma operação que envolveu, segundo o documento, soldados das Guardias de Asalto (as forças de segurança do regime franquista).

O poeta foi levado aos "calabouços (da sede do) Governo Civil" de Granada, cidade onde nasceu e viveu durante toda a vida. Mais adiante, o registro diz que ele foi retirado do local e conduzido a Viznar, onde foi fuzilado depois de "confessar".
BRUMAS

Ao El País, José Luis Ledesma, professor de história contemporânea da Universidade de Zaragoza, comentou que a revelação desses documentos é algo sem precedentes. Ele também destaca o caráter confidencial do arquivo, que reconhece abertamente o que já era sabido -embora jamais confirmado- por pesquisadores de Lorca e da Guerra Civil Espanhola.

"Publicamente, até onde sei, nunca aceitaram que a morte do Lorca procedesse de uma ordem superior. Sempre aludiam a disputas fora de controle, cercando-a de brumas", disse Ledesma.




jconline.ne10.uol.com.br


MORTE DE FEDERICO GARCÍA LORCA





                                                    
Em 1937, Pablo Neruda perguntava:  “Como se atrever a destacar um nome dessa imensa selva de nossos mortos?”  É certo: todas as vidas têm o mesmo valor desmedido.  Mas há mortes que ganham força e alcance pelo símbolo em que se convertem, como sublinha a filóloga Isabel Clúa na introdução  da antologia poética;  “O Crime foi em Granada”.

“O Crime foi em Granada”, assim se erguia a voz de Antonio Machado na primeira reação poética diante de um assassinato tão absurdo e injusto.  A terra natal de Lorca convertida em seu leito de morte.  Morrer na própria terra como símbolo universal da pior das guerras (sim, existem as piores): aquela em que se enfrentam pessoas de uma mesma raiz e de um mesmo sangue.

“Eu sou espanhol por inteiro e me seria impossível viver fora dos meus limites geográficos; mas odeio ao que é espanhol e nada mais; sou irmão de todos e execro o homem que se sacrifica por uma ideia nacionalista, abstrata, pelo simples fato de que ama a sua pátria com uma venda nos olhos.  

O chinês bom está mais perto de mim que o mau espanhol.  Canto a Espanha e a sinto até a medula, mas, acima de tudo, sou homem do mundo e irmão de todos.  Assim, não creio na fronteira política”.  


Dado que para a sua condenação, o poeta não teve direito a julgamento nem sentença, essas palavras suas, numa entrevista dada poucos dias antes de sua morte, podem servir para ilustrar a absoluta incompatibilidade entre a sua forma de sentir e a nebulosa nacionalista que se espalhou pelo país.

A dor e seu manto 
Vêm mais uma vez ao nosso encontro 
E uma vez mais no beco do pranto 
Chuvosamente entro

Miguel Hernández converte a noticia terrível da morte do poeta num presságio, o de outras mortes e o do começo de uma longa ditadura.  

A notícia correu de boca em boca, primeiro do lado republicano; depois, com ressonância internacional.  Uma mancha que seguiria pesando sobre o regime que governaria depois da guerra.  Machado e Hernández, ambos poetas, acabaram também sendo vítimas da violência franquista, com armas menos estrondosas que as balas que martirizaram Lorca.  


Miguel Hernández morreu de tuberculose na prisão, enquanto Machado encontraria o destino ao cruzar a fronteira da França.

A vida de exílio é outra forma de morrer, como foi a sorte de muitos outros, entre os quais a do poeta Luis Cernuda, engrossando a sombra do sofrimento provocado pelo franquismo, que assinalou:

Por isso te mataram, porque eras / Verdura e nossa terra árida / E azul em nosso ar obscuro.


O fascismo italiano registrou o seu primeiro e simbólico caso de violência com o assassinato de um político socialista, Giacomo Matteotti.  

O nazismo, com a chamada “Noite dos Longos Punhais”, deu seu salto para a frente na radicalização política.  


Na Espanha, o assassinato de Lorca marca uma tônica distinta: a primeira vítima simbólica de um sacrifício, cuja notícia alertou o mundo, seria um poeta.  


A guerra incivil de Franco abrigou, como acontece em todas as ditaduras, travada contra os humanistas e os pensadores.  Assassinaram, prenderam e exilaram todos os intelectuais que ousaram enfrentar o poder.  

A liberdade de expressão ficou reservada aos poderosos e também aos psiquiatras.

Antonio Vallejo Nájera e outros se encarregariam de propiciar tratamentos de choque contra a decadência da raça espanhola.  

As mulheres que no teatro de Lorca tinham encontrado uma referência de igualdade (em virtudes e defeitos) com o homem, voltaram a ser relegadas a uma condição de inferioridade respaldada por Nájera, o psiquiatra favorito do regime franquista:  


“Atrofia a inteligência da mulher como as asas das mariposas da ilha de Kerguelen, visto que a missão dela no mundo não é lutar na vida, mas carregar a descendência de que tem de lutar por ela”.  


Os filhos das republicanas eram separados das mães, com o beneplácito do gabinete de Investigações Psicológicas, para isolar esse “gene vermelho”.

Ficava proibida uma condenação tão revolucionária como aquela, na obra de Lorca, dirigida pela Velha a Yerma, punida pela negação do seu direito à maternidade: 

“A culpa é de seu marido, estás ouvindo?”  


Deixaria que me cortassem as mãos.  

Nem seu pai, nem seu avô, nem seu bisavô se comportaram como homens de casta”.  
Yerma, assassinando o esposo, também assassina o filho que ele nunca quis lhe dar.  Tiradas vistas como delirantes saídas da mente de um dramaturgo homossexual.

Com Lorca morreu mais que o homem, o intelectual, o escritor, o dramaturgo, o músico e o poeta.  

Morreu uma voz que abria a Espanha ao mundo.  Fechou-se por muitos anos a porta entre a cultura oficial e a cultura dos ciganos.  

Caiu a vasta ponte lançada pelo poeta com os negros dos Estados Unidos.  Secou-se o manancial subterrâneo que desde o simbolismo e o surrealismo francês fez brotar os versos desse andaluz universal.  
Miguel de Unamuno condenou o franquismo a uma impotência intelectual e cultural que se instalou, de fato, ao longo de uma ditadura cinza e interminável: “Vencereis, mas não convencereis”, vaticinou em 1936, o filósofo.

Só o dogmatismo de um catolicismo tão obscuro como o dos piores anos da contrarreforma serviria de falso argumento a Franco.  
O ditador sem estatura não tinha o super-homem de Nietzsche como livro de cabeceira, mas a mão incorruptível de Santa Teresa.  

“Esse escritor morreu no meio dos revoltosos.  São acidentes naturais da guerra”, assim o ditador Franco, mais uma vez tendo somente o argumento do vencedor, despachava a imprensa, conforme lembra Ian Gibson, o historiador que dedicou anos da sua vida à investigação da morte de García Lorca.  


O poeta Antonio Machado exortou:

Edifiquem, amigos,/ De pedra e sonho, no Alhambra,/ Um túmulo para o poeta,/ Sobre uma fonte onde chore a água / E eternamente diga: / O crime foi em granada, / em sua Granada!

O assassinato de Lorca segue pesando sobre as frágeis asas d eum país com muitos problemas de identidade.  

Os festivais de teatro, os violões dos ciganos, as vozes de Camarón de la Isla, de Enrique Morente, de Leonard Cohen e muitas outras repetem como um eco suas obras imortais.  


A sua ausência segue rondando a árida paisagem desta terra esquartejada.

Casa dos Rosales, em Granada, onde García Lorca foi preso.


mosqueteirasliterarias.comunidades.net

01
Fev18

ELA É ESPECIALISTA NA MANIPULAÇÃO DE IMAGENS - A incrível arte de Monica Carvalho

António Garrochinho
Monica Carvalho, é uma Sueca que vive em Berlim, e adora criar foto manipulações para confundir seu cérebro.

Seu trabalho é tão único porque ela combina entre dois "mundos", sua técnica de fusão suave torna seu trabalho muito admirado.Em seu processo de inspiração, ela encontra semelhanças entre fotos em termos de cor, textura e forma.


fotos-surreais-embaralha-sua-mente-01

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-02

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-03

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-04

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-05

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-06

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-07

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-08

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-09

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-10

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-11

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-12

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-13

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-14

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-15

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-16

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-17

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-18

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-19

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-20

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-21

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-22

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-23

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-24

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-25

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-26

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-27

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-28

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-29

fotos-surreais-embaralha-sua-mente-30

01
Fev18

CARTA DE BRAGA – “…e guarda o telemóvel!” – por ANTÓNIO OLIVEIRA

António Garrochinho




Costumo juntar-me com alguns amigos num café simpático e onde podemos juntar duas mesas sem qualquer reclamação do gerente. Ali falamos das pequenas coisas que podem ajudar a vencer o desgaste do tempo e que, como em todos os grupos do género, servem também para manter laços e rotinas que ainda resistem aos avanços das tecnologias.

Na última vez, depois do café obrigatório, o Sousa dá o ponto de partida para uma conversa animada, ao contar que um engenheiro qualquer dos EUA encontrou o maior número primo de que se tem conhecimento! Uma coisa com um tamanho monstruoso, mais de 23 milhões de dígitos!

– E o que tem isso a ver para a minha felicidade? pergunta o Silva, ao mesmo tempo que desliga o telemóvel e logo acrescenta, sem dar oportunidade de o Sousa lhe responder, nem o tempo que me resta de vida chegaria para o escrever! confirmando o rezingar permanente e, na maior parte dos dias, até com ele mesmo.

– Não precisas, porque o teu computador pode fazê-lo por ti! Tal número é usado para criar os códigos que dão segurança a todas as conversações e trocas de correios feitas na net e mesmo as do teu telemóvel! diz o Sousa.

– Está bem, mas de certeza que o Trump vai dar estragar ou dar mau uso a esse tal primo!

Mas também logo começou uma troca de opiniões sobre estes tempos, sobre o avassalador domínio da imagem e do uso permanente dos telemóveis ignorando pessoas, lugares, situações e conveniências e ainda sobre a promoção de tipos como o grosseiro americano da presidência, sempre apoiado no bater as teclas do twitter.

Debate esclarecedor também, por termos chegado à conclusão de que o ser humano tem de enfrentar um novo desafio, o do abstracto, da imaginação e da criatividade, mas dependente de voltar a encontrar lugar para a leitura, por só nela se conseguir encontrar uma explicação para o antes e depois das coisas, porque o óbvio da imagem quer explicar tudo no pouquíssimo tempo que a indústria mediática permite.

Na realidade, nesta sociedade cada vez mais dependente da comunicação imagética, o maior problema reside na distinção entre a atenção e a ignorância e entre perceber e ser percebido. Só assim se pode explicar um modo de vida que rejeita o diferente e procura a homogeneização, tentando com a selfie, mas ao lado de alguém com nome, ultrapassar a dimensão da rua porque, diz Innerarity, qualquer montagem cultural é um mercado de atenção e celebridade!

Por isto mesmo, hoje parece ser insuportável passar despercebido e assumir a invisibilidade porque, os media demonstram-no a toda a hora, onde não há imagem há apenas irrelevância!

É o domínio do poder igualizador da indústria mediática, que transferiu a noção do espectáculo para a rua, transformando-o numa mera representação entre as pessoas através da imagem, talvez a nova forma de expropriação e alienação da sociabilidade humana.

– Mas voltemos ao tal número primo! interrompe o Silva, mais uma vez. O Trump pode dar cabo dessas coisas todas! Ele não o percebe, por nem ter nada que se possa usar debaixo daquela pala loira!

– Pois! E isto também serve para ti que só sabes refilar e nunca estás em lado nenhum! George Steiner, que até devias conhecer, recorreu recentemente a Aristóteles, para afirmar que se não queres estar na política nem descer à praça pública por preferires o descanso da tua vida privada, também não te podes queixar se os bandidos te vierem a governar! Uma afirmação e uma verdade com séculos!

– Também não é tanto assim!

– Volto a responder-te com Steiner! Se tens medo de te enganar, nunca conseguirás enfrentar grandes desafios! O pior é que sempre houve e haverá provas de que o erro se pode evitar! Pensa nisso e guarda o telemóvel!

António M. Oliveira


Não respeito as normas que o Acordo Ortográfico me quer impor


aviagemdosargonautas.net
01
Fev18

SEM PAPAS NA LÍNGUA

António Garrochinho

COMO A VIDA É, OU COMO OS QUE DEVERIAM LUTAR PARA QUE FOSSE COMO É, PERMITIRAM O IMPENSÁVEL.

NUNCA PENSEI ESCREVER O QUE AQUI COLOCO.
HITLER, PINOCHET, FRANCO, SALAZAR, DEVEM DAR VOLTAS DE CONTENTES NO TÚMULO E AGRADECEM AO "JORNALIXO" DA RTP, SIC, TVI, AO EXPRESSO, AO PÚBLICO, AO OBSERVADOR, AO CORREIO DA MANHA E OUTROS PASQUINS, TODO O ESFORÇO TITÂNICO DE RECUPERAÇÃO DO FASCISMO E DO CAPITALISMO MAIS NOJENTO DO PLANETA.

COMO SEMPRE, RESPEITEI E ENALTECI O TRABALHO DOS JORNALISTAS, NO SEU TRABALHO DEONTOLÓGICO DE INFORMAR DE MANEIRA INDEPENDENTE, É POR ISSO QUE HOJE ME É DOLOROSO DIZER QUE ESTOU DESEJANDO QUE ESTE EXÉRCITO DE GENTE PUTREFATA, ANALFABETOS, FALSOS, ALDRABÕES E TRAIDORES DESAPAREÇAM DO MAPA POIS SÃO O CANCRO, A RUÍNA DESTA SOCIEDADE, QUE LHES PÕE O PÃO NA MESA E QUE ELES ESFAQUEIAM COVARDAMENTE A CADA MINUTO.

JULGAM NA PRAÇA PÚBLICA EM SUBSTITUIÇÃO DA JUSTIÇA (TAMBÉM ELA PALHAÇA), MENTEM DESCARADAMENTE E TOMAM PARTE DOS SECTORES MAIS REACCIONÁRIOS E RETRÓGRADOS A TROCO DOS SEUS LUXOS E SALÁRIO.

SÃO ARROGANTES E NÃO VALEM A ÁGUA QUE BEBEM EMBORA SE ARVOREM DE GENTE IMPORTANTE E VÁLIDA.

A ALGUMAS EXCEPÇÕES, MUITAS POUCAS, PEÇO AS MINHAS DESCULPAS .

António Garrochinho
01
Fev18

Operários da corticeira Amorim contestam jornadas de 12 horas

António Garrochinho


Trabalhadores rejeitam o horário concentrado de 12 horas em 3 dias de turnos contínuos e não aceitam o fim do sábado e do domingo como dias de descanso 
Os plenários foram convocados pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos e Similares, Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul e Regiões Autónomas (CGTP-IN).
Em declarações ao AbrilAbril, Rui Aldeano, coordenador da União de Sindicatos de Santarém, explicou que, dos três plenários planeados, apenas dois foram realizados pois a empresa impediu um e tentou fazer o mesmo ao plenário da tarde, que contava com a presença do secretário-geral da CGTP-IN.
«Não conseguiram porque os trabalhadores insistiram e forçaram a barra», reiterou o dirigente, tendo afirmado que o sindicato vai apresentar queixa junto da Autoridade para as Condições no Trabalho (ACT). 
Os trabalhadores da unidade industrial estão contra a intenção da corticeira de aplicar em algumas áreas a laboração contínua com jornadas de 12 horas durante três dias seguidos, dando depois três de descanso.

Intenção amplamente rejeitada

Classificando o novo horário como «muito penoso», os trabalhadores decidiram avançar com uma posição colectiva, estando a recolher assinaturas, que será entregue à administração para evidenciar o descontentamento.
Entre os motivos, apontam para as «profundas consequências negativas na saúde» que implicará trabalhar mais que oito horas diárias, especialmente quando se trata de turnos contínuos sem o devido descanso.
Além disso, o horário tem «implicações gravosas na organização e concilação da sua vida pessoal e familiar», privando-os do tempo de fim-de-semana com a família, como também resultará na diminuição dos seus rendimentos pois vão deixar de receber o trabalho suplementar.
O sindicato irá remeter os protestos dos trabalhadores à administração e à ACT, acompanhados com um novo pedido de reunião urgente.


www.abrilabril.pt
01
Fev18

EM DIRECTO NA TV RUSSA EXALTARAM-SE OS ÂNIMOS E HOUVE AGRESSÕES POR CAUSA DE STALIN (VÍDEO)

António Garrochinho


O porta-voz do governo russo saiu e disse: "Você vê como até mesmo os mastodontes do jornalismo como estes não podem conter suas emoções".


VÍDEO







Um debate acalorado sobre Joseph Stalin despertou as paixões de dois jornalistas russos em televisão completa.
A discussão foi sobre o papel do líder soviético na Segunda Guerra Mundial, onde o historiador Nikolai Svanidze adotou uma posição crítica e disse que era responsável por "uma das derrotas mais catastróficas do Exército Vermelho" .
"No final de 1941, 3,8 milhões de soldados soviéticos foram presos pela Alemanha", criticou o painelista.

 
No entanto, o colunista Maxim Shevchenko o acusou de "cuspir nos túmulos" dos russos uniformizados e enfatizou que a guerra foi conquistada precisamente por causa da "liderança ironica" de Stalin.
O ataque foi respondido duramente por Svanidze, que disparou: "Scoundrel, se eu tivesse você mais perto, eu lhe daria uma boa sova" , a que Shevchenko respondeu: "Covarde" .
Naquele momento, o historiador anti-stalinista levantou-se e deu uma bofetada contra ele , que foi respondido por vários golpes convincentes do pró-soviético que derrubou o contendor e o deixou no chão.

 
A briga foi interrompida por outros jornalistas do jornal Komsomólskaya Pravda , que separaram seus colegas para o nervosismo desencadeado do motorista.
Após o fato, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, lamentou a atmosfera de tensão gerada por Stalin e comentou: "Você vê como até mesmo os mastodontes do jornalismo como esses não podem conter suas emoções" .
Além disso, a autoridade ratificou a decisão do Ministério da Cultura russo de suspender a comédia britânica "A morte de Stalin" em relação à memória do líder da URSS e dos soviéticos caídos em combate na Segunda Guerra Mundial.



www.adnradio.cl
01
Fev18

Os novos Filipes

António Garrochinho


Presidente do CTT, vamo-lo defenestrar
Os Filipes de Espanha privatizaram o Correio-Mor, o PS/PSD/CDS acordaram privatizar os CTT.

A 6 de Novembro de 1520, D Manuel I, publicou a Carta Régia que criava o ofício de Correio-Mor, entregando a gestão deste ao seu Cavaleiro Luís Homem. O serviço de Correio-Mor era público, isto é, qualquer cidadão, mediante o pagamento de uma quantia, podia utilizá-lo.

O Correio-Mor foi um cargo de nomeação régia até 1606, quando foi vendido, pelo Rei Filipe II, ao Marquês português Luís Gomes da Mata, pela quantia de 70 mil cruzados. 

A família Gomes da Mata manteve a posse da exploração dos correios durante dois séculos

A pressão gerada pelo aumento imparável do número de utentes e as inúmeras críticas feitas ao serviço postal prestado pelo Correio-Mor levaram o Rei D. Pedro III a incorporá-lo no Estado, em Janeiro de 1797. 

Para além do objetivo de tornar o serviço eficiente e totalmente público, o Estado pretendia chamar a si uma ótima fonte de rendimentos, e ter o controlo da informação que circulava por via postal.


01
Fev18

A Autoeuropa irá acabar, tudo na vida acaba... até os carros. Que venham então os drones.

António Garrochinho


Trabalhadores da Autoeuropa resolvendo problemas da fábrica... (foto daqui)

Há gente, muita e diversa gente, aqui em Portugal e de aquém e além mar, que diz que os portugueses são os maiores... desde que não sejam sindicalizados. Porque isto de se inscreverem em sindicatos os torna, irresponsáveis, calões, suicidas, parvos. E exemplificam com a Autoeuropa. 

Dizem, nos mais diferentes estilos, desde os mais primários aos que se julgam evoluídos, que quando a Autoeuropa, pata-tá, pata-ti, sair daqui é que vai ser... e depois, uns citam o DN, outros o Público ou o Expresso, outros a imprensa especializada em economia, aquela toda que a propósito de outra notícia é denunciada como manipuladora, por terem colunistas que fazem o frete para assegurarem a avença, e que a precariedade nas redações grassa,  etc, etc. como se essa realidade não fosse transversal a todas as notícias...

Como sabem, há muito que leio a imprensa com pinças, não que receie contágio mas porque não se mexe em matéria em elevado estado de degradação, à mão. 

E sobre a Autoeuropa decidi ir fazer outras leituras: os boletins internos da empresa. Li uns quantos, de 2007, de 2010 e um ou outro mais recente  de 2017 e cheguei a uma conclusão: com trabalhadores daqueles (destes) os alemães não vão embora, e não é o elevado investimento nos processos de fabrico que os inibe... é outra coisa. Outra coisa que a VW não consegue na Índia ou na África do Sul... nem certamente em Marrocos.

Querem se dar ao trabalho de seguir o mesmo caminho que eu segui? Então cliquem na chave de entrada: KVP Cascata. Força, não custa nada.

conversavinagrada.blogspot.pt

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

António Garrochinho

Links

  •