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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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04
Fev18

A LIGA SALAZAR

António Garrochinho

A Liga Salazar
Já não bastava a campanha merdiática do colinho, agora os nossos adversários condimentam-na ainda mais, ao denominar a Liga como a Liga Salazar. Desrespeitam inclusivamente o patrocinador oficial, o que nem isso leva ao Proenca a intervir quando quem fala, não é alguém do Benfica (tudo bem, mantém a lógica de quando apitava).

Uma da maiores mentiras contadas nos meandros da bola é a ligação benfiquista ao regime salazarista. Basicamente, a premissa é que quando o Benfica ganhava tudo a partir dos anos 60, só o conseguia porque tinha o apoio do regime por trás. De certa forma, fizemos o mesmo quando associamos as vitórias do Porto apenas aos árbitros, e quando demos por ela, o Porto dominava a toda a linha e obteve imensas vitórias no exterior. E fazem agora novamente os nossos adversários com o mito do colinho. Ou seja, quando não se ganha, há que arranjar desculpas.
A diferença nesta alusão a Salazar, é que esta é uma situação passada, numa altura que até o Pinto da Costa era um catraio, se calhar nem isso. Porque duvido sequer que 99% dos animais que foram ao centro de estágio da Maia e que destilam ódio nas redes sociais, saibam sequer o que foi o Estado Novo.

Na verdade, a historia foi algo inversa: como o Benfica ganhava tudo, inclusivamente no exterior, então o regime tinha que se associar aos êxitos do Benfica, para se confundir com os mesmos. Como em qualquer regime fascista ou totalitário, nenhum governo pode ser associado a causas perdidas ou a derrotas qualquer que seja a natureza. Basta ver o que se passa na Coreia do Norte, por exemplo.
Mas pronto, já se sabe que uma mentira muitas vezes contada se torna um facto insofismável. E esta e uma táctica que fez escola por aqueles lados, como a famosa mentira sobre o Calabote, que começou com o Pedroto, 20 anos depois do acontecimento. Alias, nessa altura nem polémica havia e os relatos apontam para uma convivência saudável entre os intervenientes, pelo menos fora dos relvados.

Qualquer que seja o Blog, página de Facebook,comentários de origem anti-benfiquista, de vez em quando, lá nos chamam eles "o clube do regime".
Depois são as fotografias com Salazar, a saudação fascista por parte dos jogadores, etc. Enfim, um mar sem fim de acusações e evidências para lavar o cérebro dos mais pobres de espírito, que infelizmente são muitos, e outros que não o sendo, ficam toldados pelo ódio.
Por exemplo, Rui Moreira (imaginem) mostrou, num programa televisivo, uma imagem do Benfica a fazer a saudação fascista.
Para alguém supostamente bem instruído, deveria saber que a mesma era obrigatória em qualquer evento que estivesse presente alguém do governo de então. O seu clube, por exemplo, assim como o Sporting, faziam-no regularmente porque possuíam no seu elenco directivo precisamente membros desse governo (mas depois aprofundaremos esse tema).
Também não sou burro o suficiente de dizer que o nosso clube não o fazia, como muitos benfiquistas apregoam. Não é verdade! Também o fez.
Não é por aí que a porca torce o rabo.
Mas se quiserem associar o Benfica ao Estado Novo, convinha pelo menos consubstanciarem-se com factos reais. Convinha pelo menos que se usasse a Historia, porque convenhamos que não foram factos passados no tempo do Condado Portucalense.
E analisando a mesma, poderão verificar que se algum clube pode ser associado ao regime, de algum modo, esse clube não é com certeza o Benfica. Sim, é verdade que Eusébio não foi para a Juventus, porque Salazar não deixou, porque o considerava património nacional. E daí? Até à queda do Muro de Berlim, jogadores de leste nunca poderiam abandonar os seus países até aos 27 anos. Tudo para salvaguardar os resultados nacionais e não dos clubes individualmente! Um exemplo muito simples: nos anos 80 qual foi o principal clube soviético? Dinamo de Kiev, que contava com uma equipa fortíssima, base da seleção da URSS. Um clube ucraniano! Comparem o que fazia nessa altura a URSS e os seus clubes e o que aconteceu depois.
Mas tudo bem, vamos então enumerar fatos históricos engraçados:
1 - O primeiro facto, e provavelmente aquele que demonstra a ignorancia das pessoas, tem a ver com o anacronismo da acusação. O Estado Novo teve início em 1926 e começou a desintegrar-se em 1961 com as crises estudantis e a guerra colonial, como deveriam saber muitos adeptos rivais mais idosos e sobretudo os mais cultos. Senão, poderão comprovar em qualquer livro, enciclopédia ou com qualquer pessoa culta e objetiva, que tenha vivido esses tempos. Até aí o Sporting era a força dominante, e foi precisamente na fase decadente do antigo regime que o Benfica emergiu como força dominante do desporto português, e o Sporting começou a perder protagonismo. Basta contar os campeonatos antes e depois
2 - Um facto sintomático do quão "favorecido" era o Benfica durante a era dourada do Salazarismo. Os poderes públicos apoiavam tanto os “encarnados” que em 1956 escolheram o Sporting – por convite - para participar na primeira edição da Taça dos Campeões Europeus, apesar do campeão da época anterior ter sido... o Benfica;
3 - A propalada falta de resultados do Benfica depois da revolução dos cravos, que eles invocam, começou em 94, 20 anos (!) depois do 25 de Abril. Até lá ganhamos metade dos 20 campeonatos disputados e ainda fomos a 3 finais europeias. O Sporting desde o 25 de Abril ganhou 4 campeonatos, até hoje! Menos que o numero de casamentos do Pinto da Costa e os mesmos que Benfica ganhou nos últimos 6 anos! Se somarmos o percurso depois de terminada a crise do Benfica, então, o Glorioso ganhou 15 campeonatos e foi a 5 finais europeias. Sim, não foi uma força dominante, mas longe do deserto que os adversários querem fazer passar.
4 - Para que não pensem que estamos a tentar insinuar que o Sporting era o clube do regime, o primeiro clube e único a deter o estatuto de utilidade pública entre 1928 e 1959 (época dourada do Salazarismo), e todos os benefícios associados a esse estatuto, sabem quem foi? Foi o FC Porto. Em 1928, o seu presidente era um ilustre PIDE Urgel Horta, importante figura do regime, como se pode comprovar na fotografia, e obteve junto do seu grande amigo Óscar Carmona essa gentileza. O Benfica e Sporting, por exemplo só obtiveram o mesmo estatuto em 1960!
5 - Tanto SCP como FCP sempre tiveram entre os seus dirigentes altas figuras do Estado Novo. No SCP Salazar Carreira, Góis Mota, Casal Ribeiro. No FCP Augusto Pires de Lima, Cesário Bonito, Ângelo César, o tal Urgel Horta. Tudo ministros e deputados da União Nacional. Em contrapartida, os benfiquistas elegiam em eleições democráticas opositores ao Regime como Manuel da Conceição Afonso, o Capitão Júlio Ribeiro da Costa, Felix Bermudes ou o próprio Borges Coutinho (em cuja casa, nos Açores, se planeou o sequestro do Sta. Maria, contra o antigo regime). Isto para não falar em alguns adeptos ilustres desde esses tempos, sobretudo um tal de Álvaro Cunhal (apenas o pai do comunismo português).
6 - Góis Mota, figura do regime, era presidente do Sporting quando em 56 irrompeu de pistola em punho no balneário dum árbitro ao intervalo num jogo que o SCP empatava com o Atlético (podem verificar, é um facto relatado até por Sportinguistas). Aposto que Bruno de Carvalho o tem como ídolo.
7 - No início dos anos quarenta, em plena época dourada de Salazar, o F.C.Porto beneficiou da ajuda dos seus influentes homens do poder para, através de dois cirúrgicos alargamentos, evitar cair para a segunda divisão, após se ter classificado em terceiro lugar no seu campeonato regional, que na altura apurava as equipas (os dois primeiros) para a prova nacional. Podem ir verificar.
8 - O Estádio das Antas foi inaugurado a 28 de Maio (de 1952), dia comemorativo da revolução que deu origem ao Estado Novo (verifiquem se quiserem, os portistas podem é não gostar do resultado do jogo). O antigo campo do Sporting que o Benfica viria a ocupar em 1941 ficava no topo do Campo Grande, então conhecido como Campo 28 de Maio. Não só o Benfica nunca assim o designou (era, simplesmente, o campo do Campo Grande) como o inaugurou a… 5 de Outubro.
9 - O Benfica foi campeão europeu em 61,com jogadores que faziam parte dos movimentos de libertação das colónias, como Santana e Coluna. Obviamente que Salazar não teve alternativa senão engolir o sapo e colar-se ao êxito do clube, aproveitando-se dele para efeitos políticos.
10 - O hino do Benfica (“Ser Benfiquista”) cantado por Luís Piçarra não é o original do clube. O primeiro hino, composto por Félix Bermudes, chamava-se “Avante Benfica” e foi silenciado pelo regime, por motivos óbvios. Félix Bermudes foi perseguido pela PIDE.
11 - Álvaro Cunhal, José Saramago, Xanana Gusmão, Jerónimo de Sousa, António Vitorino de Almeida, Artur Semedo, Manuel Alegre, Miguel Portas e muitas outras figuras da esquerda portuguesa... tudo adeptos do Benfica de longa data, alguns infelizmente já falecidos. Portanto, acham mesmo que figuras ilustres da esquerda como aquelas, algumas delas figuras centrais da luta contra o Estado Novo iriam mesmo apoiar um clube do Regime????? E qualquer região predominantemente comunista, já agora, qual o clube dominante em termos de apoio? Benfica! E qual o clube associado à burguesia lisboeta, mais associada a movimentos de direita? Sporting!
12 - Ainda antes de haver democracia no País já ela era praticada no Benfica! O Benfica foi a primeira associação do país com eleições livres o que era repudiado pelo Estado Novo e as suas eleições vistoriadas pela PIDE
13 - Qual a cor do Benfica? Vermelho! Cor associada a regimes comunistas e não ditatoriais de direita como o Estado novo. Daí terem sido designados por Encarnados. Ao contrário do Real Madrid por exemplo – que usava cores queridas aos falangistas de Franco. Já agora, quais as cores do Estado Novo? Azul e Branco!
E mais poderia continuar, mas não vale a pena.
Em todo o caso, só uma última curiosidade:
Qual o nome da primeira esposa de Jorge Nuno Pinto da Costa, e mãe de Alexandre Pinto da Costa?
Manuela CARMONA Graça! imaginam de quem era familiar?
A Chama Imensa 

04
Fev18

SABIA QUE O EX PRESIDENTE DO URUGUAI JOSÉ PEPE MUJICA FOI GUERRILHEIRO DOS "TUPAMAROS" ?

António Garrochinho



José Alberto "Pepe" Mujica Cordano  nascido em 20 de maio de 1935) é um político uruguaio que foi o 40º presidente do Uruguai entre 2010 e 2015. 


Ex-guerrilheiro dos Tupamaros , foi preso por 15 anos durante a ditadura militar nos anos 70 e 80. Membro da coalizão da Frente Amplo de partidos de esquerda, 


Mujica foi Ministro de Pecuária, Agricultura e Pescas de 2005 a 2008 e um senador depois. Como candidato da Broad Front, ganhou as eleições presidenciais de 2009 e assumiu o cargo de presidente em 1 de março de 2010.
Ele foi descrito como "o" presidente mais humilde do mundo "devido ao seu estilo de vida austero e sua doação de cerca de 90% de seu salário mensal de $ 12,000 para instituições de caridade que beneficiam pessoas pobres e pequenos empresários. 

OS TUPAMAROS

Nos anos 1960, o Uruguai era conhecido como “Suíça latino-americana”, por ter, entre outras características, um regime democrático relativamente consolidado. Seus dois partidos políticos ocupavam rotativamente o poder e angariavam a predileção dos eleitores: os “blancos” e os ”colorados”. Outros partidos de esquerda, de diversos matizes políticos, nunca obtiveram grande expressão.
O Partido Comunista Uruguaio, fiel à linha política de Moscovo, mantinha-se na legalidade e acreditava na linha pacífica para chegar ao poder, não apoiando nenhuma tentativa de luta armada. Por esse caminho também atuava o Partido Socialista, que depois de 1959 adotara a linha castrista.






Manifestação dos Tupamaros, em Montevidéu. Crédito: Reprodução
Manifestação dos tupamaros em Montevidéu 
O Movimento de Libertação Nacional — Tupamaros (MLN) nasceu em 1962, quando jovens socialistas se indignaram com o trabalho a qual eram submetidos nas plantações de cana-de-açúcar em Bella Unión, no Departamento de Artigas, fronteira com o Brasil. Formaram o Sindicato dos Cortadores de Cana-de-açúcar e pediram a consultoria de um certo estudante de direito que decidiu abandonar a faculdade para ajudar os cortadores. Seu nome era Raúl Sendic, que em pouco tempo se tornaria um dos nomes mais importantes das esquerdas armadas da América Latina.
Sendic liderou, em Montevidéu, marchas e manifestações dos cortadores de cana — trabalhadores que não recebiam salários fixos, moravam em choupanas construídas no meio dos canaviais e trabalhavam até 16 horas por dia. Uma das reivindicações era a desapropriação de 22 mil hectares para distribuir terras aos trabalhadores. Raúl Sendic percebeu que, dentro daquele sistema político, a luta dos cortadores seria infrutífera. Em 1963, rompeu com o Partido Socialista e foi à luta.






José Pepe Mujica, guerrilheiro Tupamaro que passou 15 anos na prisão e posteriormente seria eleito presidente do país. (Foto: Reprodução)
José Pepe Mujica, guerrilheiro Tupamaro: 15 anos na prisão e futuro presidente do Uruguai 
Os tupamaros — nome que homenageia Túpac Amaru, o imperador inca morto pelos espanhóis em 1571 — não acreditavam nas eleições. De base nacionalista, o grupo foi influenciado pela Revolução Cubana, pela Revolução Chinesa e pelos estudos de Régis Debray. Ao contrário, porém, do que pregavam essas experiências, os tupamaros atuavam nas cidades, por dois motivos: primeiro, porque o pampa uruguaio não era refúgio ideal para guerrilheiros; segundo, porque o país era maoritariamente urbanizado.
Em julho de 1963, Sendic e um grupo de jovens roubaram armas do Clube Suíço com o intuito de empreender ações armadas de grande porte. Da Financeira Monty levaram certa de um milhão de dólares. Relatos da época contam que, quando havia clientes na fila dos bancos assaltados, os guerrilheiros ordenavam aos caixas que registrassem cada depósito, pois assim somente o banco arcaria com o prejuízo. Ao povo, os tupamaros se apresentavam como benfeitores: roubavam caminhões de alimentos e os distribuíam nos bairros humildes.






Aloísio Dias Gomide, cônsul brasileiro sequestrado pelos Tupamaros. Crédito: Revista O Cruzeiro
Aloísio Dias Gomide, cônsul brasileiro, no dia de seu casamento. Em 1970, ele foi sequestrado pelos tupamaros 
Com o tempo, os tupamaros começaram a atuar de forma mais violenta. Em junho de 1969, incendiaram a sede da General Motors (GM); em 31 de junho de 1970, realizaram dois sequestros: o policial norte-americano Daniel Anthony "Dan" Mitrione, que ministrava aulas de tortura a agentes uruguaios, e o cônsul brasileiro Aloísio Dias Gomide. Mitrione apareceu morto, amarrado e amordaçado, com dois tiros na cabeça, em 10 de agosto. 

Dias Gomide foi libertado após seis meses de cativeiro.
Em 1973, veio o golpe militar, e os tupamaros entraram em decadência. Nos últimos seis meses de vida da organização, mais de mil militantes foram presos, cerca de 700 só em Montevidéu. Numa autocrítica divulgada na ocasião, o jornal “Correo Tupamaro” anunciou: “Nossas deficiências foram: por um lado, subestimar o inimigo, que era muito mais poderoso do que acreditávamos [...]; por outro, não avaliáramos, em termos justos, a grande capacidade de luta do povo — confiávamos excessivamente nas nossas próprias forças”.






Raúl Sendic, líder dos Tupamaros, um dos principais nomes da luta armada  Revista O Cruzeiro da América Latina
Raúl Sendic, líder dos tupamaros 
memorialdademocracia.com.br
Lucia e Pepe Mujica, amor e guerrilha
Uma história latino-americana. Como dois guerrilheiros tupamaros, que nem sabiam os nomes recíprocos, mantiveram, por doze anos, um romance nas masmorras da ditadura uruguaia. Por Victor Farinelli, na Rede LatinAmérica
Primavera de 1973. Ela não se chamava Ana, mas era assim que todos a conheciam. Ana, a guerrilheira, detida numa prisão militar feminina, construída especialmente para mulheres da guerrilha tupamara, nalgum lugar desconhecido no interior do Uruguai, com uma carta na mão, que era de Emiliano, ou Ulpiano, ou seja lá qual fosse o seu verdadeiro nome.
Em junho daquele ano, o fim do MLN-T (Movimento de Libertação Nacional, também conhecido como Tupamaros), foi um dos episódios que marcou o início da ditadura uruguaia, e levou centenas de jovens revolucionários à prisão, quinze deles como reféns de guerra. Ulpiano era um deles. Se os tupamaros ainda livres voltassem a atuar, ele seria fuzilado.
Um torturador pontapeia as grades da cela, enquanto ri jocosamente e relembra as últimas humilhações, de diferentes tipos, que a fez sofrer. Ana continua a ler a carta. Ele insiste:
– És a nossa preferida, bebé. Vais ficar aqui milhares de anos.
A raiva fá-la apertar o papel nas suas mãos até quase rasgá-lo:
– Olha, daqui a doze anos eu vou sair daqui e viver a minha vida. Você viverá com o fantasma dessas perversões, atormentando até ao dia da sua morte.
Enquanto ele aumentava o volume das gargalhadas, Ana buscava algo onde escrever uma resposta. Precisava contar a sua verdade, que o seu nome não era Ana, que era filha de uma família de classe média de Pocitos, bairro nobre de Montevidéu. Tinha uma irmã gémea, tinha uma família enorme, sofria pelas saudades e pelo medo, mas não medo da morte, era o único medo que não tinha, pois bastava-lhe a certeza de sair dali e para se encontrar com ele.
Lucía TopolanskyLucía Topolansky
Dias depois, o seu advogado forneceu-lhe papel, caneta e a grande coincidência das suas vidas. Ele era casado com a advogada de Ulpiano. Os dois nada podiam fazer pelos dois guerrilheiros. Livrá-los da prisão no meio a uma ditadura era impensável. Mas puderam ser um casal de carteiros, trabalhando por um amor que lutava para sobreviver.
Dois prisioneiros a viver um típico amor tupamaro. O MLN surgiu em meados dos anos 60, fundado por um grupo de estudantes socialistas que queriam fazer a revolução no Uruguai. Diferente das guerrilhas urbanas de outros países, os tupamaros começaram a atuar antes de instalada a ditadura. A vida na clandestinidade impedia que houvesse relações fora da organização e não se podia saber o verdadeiro nome da pessoa amada. O amor deles nasceu quando ela se chamava Ana e ele Ulpiano, e não importava a verdade.
Amor que nasceu com um passo para fora da prisão. Ela, uma estudante de arquitetura com talento para a falsificação de documentos, fazia-lhe uma identidade falsa, e assim se conheceram. Ana tinha um namorado que também era do MLN, chamava-se Blanco Katrás, que meses depois seria capturado junto com ela. Ana só passou alguns meses na cadeia, mas Blanco seria executado pela polícia uruguaia. “Não era o primeiro namorado que eu perdia naquelas condições, e naquela altura, já tinha visto muitos outros companheiros morrerem. Não há tempo para sentir pena quando é preciso salvar a própria pele”, pensava Ana, libertada em 1972, antes de encontrar refúgio na mesma cave em que estava escondido Ulpiano – na época, um dos homens mais procurados do país.
A caça aos tupamaros no Uruguai passou a ser mais intensa nos anos 70, com a ajuda dos Estados Unidos. Os tupamaros sequestraram e assassinaram um agente do FBI, em agosto de 1970 (Dan Mitrione, que anos antes esteve no Brasil, ensinando técnicas de tortura aos militares). Ulpiano era acusado de fazer parte dessa operação – que é narrada pelo filme “Estado de Sítio”, de Costa Gravas.
Ninguém sabe se foi aí, no ocaso do movimento tupamaro, quando viviam de cave em cave pelos bairros do centro velho de Montevidéu, que começou a história de amor de Ana e Ulpiano. “Eles passaram a andar juntos na época mais dura, quando nem sempre havia um teto. Às vezes, era preciso dormir em pântanos fora do perímetro urbano da cidade. Talvez a relação, digamos, física, não tenha começado nessa época, mas com certeza o carinho mútuo sim”, relata Henry Engler, um ex-tupamaro, amigo pessoal de Ulpiano.
O pouco que se sabe sobre o começo da relação é que eles se tornaram imprescindíveis um para o outro nesses últimos meses do MLN, antes do fim definitivo da organização, em junho de 1973. Ambos foram presos. Ana foi levada a uma prisão de mulheres. Ulpiano tornou-se refém, ficava numa solitária, sob ameaça de morte se algum ex-companheiro voltasse a atuar
Tentaram trocar correspondências entre si para sobreviver, com a ajuda dos advogados-carteiros. Ela se confessou, disse que se chamava Lucía, Lucía Topolansky, e que sonhava em sair dali e encontrá-lo. Ele respondeu com a sua própria revelação: “o meu nome é José Alberto Mujica”.
A carta-desabafo de Pepe Mujica, ex-Ulpiano, era a mais bela carta de amor de todos os tempos, segundo as companheiras de presídio de Lucía – “era toda sentimentalona, como todas as coisas do Pepe”, segundo María Elia Topolansky, irmã gémea de Lucía, também ex-tupamara. Passou por todas as mãos e fez sucesso até entre os carcereiros – “naqueles anos, cada carta que chegava era para todas”, conta Lucía, sobre a falta de ciúmes com o bilhete.
José MujicaJosé Mujica
Diz a lenda que a ternura das palavras de Mujica amoleceu as restrições que havia para correspondência entre presos, e assim eles puderam trocar mais cartas que os demais casais tupamaros separados entre prisões.
Essa situação durou exatamente os doze anos que Lucía deu de prazo ao seu torturador, até que o seu amor renasceu como na primeira vez, com um passo para fora da prisão. No dia 14 de março de 1985, ela e a irmã gémea saíram da cadeira e foram para a enorme casa da família – no mesmo dia em que Pepe foi libertado, depois de onze anos na solitária, “conversando com os ratos e agarrado na esperança”, segundo ele mesmo. “No dia seguinte, Lucía foi-se embora, foi morar com o Pepe, e nunca mais voltou”, conta María Elia Topolansky.
Desde então, vivem juntos numa quinta de um bairro de classe baixa, na periferia de Montevidéu. Começaram por cultivar flores e vendê-las no mercado municipal, mas sem esquecer os ideais políticos. Pepe candidatou-se e foi eleito deputado em 1995. Em 2000, passou a ser senador, e Lucía deputada. Em 2005, ela foi eleita senadora, e nesse mesmo momento, trinta anos depois do começo da relação, vinte anos depois de começarem a viver juntos, decidiram formalizar o matrimónio. Cinco anos antes de Pepe assumir como presidente do Uruguai.
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Ana, La Guerrillera
A melhor forma de mergulhar na história de amor de Pepe Mujica e Lucía Topolansky, e também na história dos Tupamaros, é mergulhar na história dela. Por isso os jornalistas e historiadores uruguaios Nelson Caula Alberto Silva escreveram o livro “Ana, La Guerrillera”(link is external), que traz detalhes de tudo o que se contou neste tópico e muito mais episódios sobre a criação do MLN, a vida na clandestinidade e a disputa política que levou o Uruguai à sua mais recente ditadura.
Depois do golpe de Estado de 27 de junho de 1973, os militares mantiveram na prisão os dirigentes tupamaros Raúl Sendic, Eleuterio Fernández Huidobro, Mauricio Rosencof, José Mujica, Adolfo Wasem, Julio Marenales, Henry Engler, Jorge Manera e Jorge Zabalza, na qualidade de reféns e como troféus de guerra durante todo o tempo que durou a ditadura, quer dizer, até 1985. Os dirigentes tupamaros ficaram reclusos em condições infrahumanas de contínua tortura, em quase total incomunicação (comprovadas posteriormente por organismos como a Cruz Vermelha Internacional) e sob a ameaça de serem executados se houvesse alguma ação do MLN-T, qualquer que fosse. 

(Wikipedia(link is external))
04
Fev18

INTOXICAÇÃO NOJENTA E ALIENANTE.

António Garrochinho

QUANDO A DIREITA E OS ADEPTOS DO SOCIALISMO NA GAVETA NÃO GOSTAM DE UMA NOTÍCIA, OU DE UMA PERSONALIDADE QUE OS DESMASCARA E INCOMODA, DIZEM QUE FULANO TAL É AO "ESTILO SOVIÉTICO".

POR VEZES TAMBÉM ACONTECE QUE AQUILO A QUE ELES CHAMAM VENENOSAMENTE O "ESTILO SOVIÉTICO" É ORIGINÁRIO DE QUADRANTES QUE NADA TÊM A VER COM A ESQUERDA MAS SIM COM OS INCENDIÁRIOS QUE SERVEM ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE OS SECTORES MAIS RADICAIS FASCISTAS, SECTORES OMNIPOTENTES COMO A NOSSA "JUSTIÇA" E SECTORES DA DA GRANDE BURGUESIA.

SÃO CONSERVADORES RETRÓGRADOS QUE MESMO ENTRE ELES NÃO PARTILHAM A GAMELA E SÃO ABSOLUTISTAS RAIVOSOS.

António Garrochinho
04
Fev18

Nacionalismo na Córsega agita-se antes da visita de Macron

António Garrochinho

A capital da ilha, Ajaccio, foi o palco de manifestações pacíficas em nome de mais autonomia para a região.


Milhares de pessoas saíram este sábado às ruas de Ajaccio em defesa de uma maior autonomia da Córsega face ao estado francês.
A três dias da visita do presidente de França, Emmanuel Macron, à ilha, os nacionalistas corsos, liderados pelo presidente do conselho executivo, Gilles Simeoni, reivindicam mais poderes - sobretudo a nível fiscal -, criticam a falta de diálogo do governo francês e exigem a amnistia para os nacionalistas que ainda se encontram presos.
"O que as pessoas me dizem na rua é que se nem conseguimos manter um diálogo com França, então significa que a Democracia está morta”, afirmou esta semana o líder corso, acrescentando: "Não concordo que bombas sejam mais eficazes do que dialogar, mas a questão é que se não falam connosco muitos cidadãos poderão achar que esse é o único recurso que lhes resta".
Depois de mais de quatro décadas de tensão e ataques terroristas, que provocaram a morte de pelo menos 40 pessoas, a Córsega agita-se novamente, recuperando a relação conturbada do passado com o continente, em que as armas apenas foram colocadas de lado definitivamente em 2014. Em causa nestes protestos esteve também o reconhecimento da língua corsa como um dos idiomas oficiais da ilha. Uma exigência que vai contra a Constituição nacional, que define o francês como a única língua do país, e contra o Executivo de Édouard Philippe, que chegou a demonstrar abertura para algumas mudanças na relação do poder central com a Córsega.
Os nacionalistas chegaram ao poder na Córsega em 2015 e reforçaram a sua força nas eleições locais de 2017, quando Gilles Simeoni conseguiu a maioria absoluta. Agora, a ilha - que conta com cerca de 330 mil habitantes e é conhecida por ser o berço de Napoleão - sonha com uma maior autonomia.
Recorde-se que a Córsega apenas passou a fazer parte de França após 1768, depois de as tropas francesas terem invadido a ilha até então italiana.

VÍDEO


pt.euronews.com
04
Fev18

INDIVÍDUO DE EXTREMA DIREITA MILITANTE DA "LIGA NORTE" DISPAROU DUAS HORAS SOBRE EMIGRANTES ANTES DE SER DETIDO PELA POLÍCIA

António Garrochinho

Homem dispara sobre imigrantes na cidade italiana de Macerata

Seis pessoas ficaram feridas e uma delas corre risco de vida.


Na cidade italiana de Macerata um homem disparou contra imigrantes, dentro de um carro e durante duas horas, antes de ser detido pela polícia.

A agência de notícias Ansa divulgou imagens do suspeito algemado e com uma bandeira de Itália. 

Segundo o presidente da câmara da cidade, seis pessoas ficaram feridas e uma delas corre risco de vida.

O homem detido pela polícia tem 28 anos e foi candidato pela Liga Norte, partido de extrema-direita, nas eleições locais de 2017.

O ataque aconteceu na cidade onde, na última semana, uma jovem de 18 anos foi assassinada, alegadamente por um imigrante da Nigéria.

VÍDEO





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04
Fev18

04 de Fevereiro de 1902: Nasce Charles Lindbergh, o primeiro piloto a sobrevoar o Atlântico num voo sem escalas.

António Garrochinho


Charles Lindbergh nasceu em Detroit, nos Estados Unidos da América, no dia 4 de fevereiro de 1902. Foi o primeiro aviador a realizar a façanha de atravessar o Atlântico, sozinho a bordo de um monoplano, num voo sem escala, tornando-se um herói da noite para o dia. Quando aterrou no Aeroporto Le Bourget em Paris, em 21 de maio de 1927, 33 horas depois de ter partido de Nova Iorque, tinha à espera uma multidão de 150 mil pessoas.


A partir de então, tudo o que ele fazia era acompanhado por um público ávido de novidades. Em 1929, Lindbergh casou-se com Anne Morrow, filha do embaixador americano no México. O primeiro filho do casal foi sequestrado e morto em 1932, uma tragédia que comoveu o mundo. A Justiça condenou o presumível autor do crime à morte, num julgamento até hoje considerado polémico.


A exposição constante à opinião pública tornou insuportável a vida dos Lindbergh, que deixaram os Estados Unidos e realizaram uma viagem pelo mundo a mando da Secretaria norte-americana da Guerra. Ele trabalhou como uma espécie de embaixador americano informal. Comparecia a recepções, conhecia autoridades, traçava planos para a aviação comercial em escala global.


O casal esteve também na Alemanha, onde ficou impressionado com os progressos tecnológicos do país governado pelos nacional-socialistas. Ambos participaram da abertura dos Jogos Olímpicos de 1936 ao lado de Adolf Hitler, no camarote oficial.


Quando regressou aos Estados Unidos, Lindbergh passou a fazer oposição aberta ao presidente Franklin Roosevelt e a apoiar o trabalho do conservador American First Committee, que pregava a neutralidade americana na guerra iniciada por Hitler.


O seu posicionamento político valeu a suspeita, na opinião pública, de que simpatizava com os nazis. Quando o Japão atacou Pearl Harbor, Lindbergh alistou-se no Exército como voluntário, mas o presidente Roosevelt recusou a sua colaboração. Ele só foi admitido para participar nos combates como piloto em 1944.


Pouco antes do final da guerra, recebeu uma missão especial: a de descobrir em que ponto os alemães se encontravam no desenvolvimento de fogueões. Foi assim que visitou o campo de concentração Dora-Mittelbau, onde morreram 25 mil prisioneiros que realizavam trabalhos forçados – na construção do foguetão V-2.


Vendo em si próprio o grande símbolo romântico da aviação, Lindbergh passou a considerar-se corresponsável pela destruição do planeta. Nos últimos 25 anos de vida, viajou muito pelo mundo defendendo causas ambientalistas. Morreu de cancro, no Havai, em 27 de agosto de 1974.


Um facto da vida do aviador, contudo, permaneceu oculto por décadas: a de que ele levava uma vida dupla. Somente em novembro de 2003, testes de ADN confirmaram que Lindbergh teve três filhos com a chapeleira Brigitte Hesshaimer, no sul da Alemanha.

Fontes: DW
wikipedia(imagens)
Lindbergh junto ao Spirit of Saint Louis
Ficheiro:LindberghStLouis.jpg 
O Spirit of Saint Louis em Paris

VÍDEO



04
Fev18

04 de Fevereiro de 1799: Nasce o escritor e político português Almeida Garrett, defensor do Liberalismo, promotor da reforma do ensino artístico, fundador do futuro Teatro Nacional D.Maria II.

António Garrochinho

             

Iniciador do Romantismo, refundador do teatro português, criador do lirismo moderno, criador da prosa moderna,jornalista, político, legislador, Garrett é um exemplo de aliança inseparável entre o homem político e o escritor, o cidadão e o poeta. É considerado, por muitos autores, como o escritor português mais completo de todo o século XIX, porquanto nos deixou obras-primas na poesia, no teatro e na prosa, inovando a escrita e a composição em cada um destes géneros literários. 

João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu a 4 de Fevereiro de 1799 no Porto, no seio de uma família burguesa, que se refugia em 1809 na ilha Terceira, a fim de escapar à segunda invasão francesa. Nos Açores,recebe uma educação clássica e iluminista (Voltaire e Rousseau, que lhe ensinam o valor da Liberdade), orientada pelo tio, Frei Alexandre da Conceição, Bispo de Angra, ele próprio escritor. Em 1817, vai estudar Leis para Coimbra, foco de fermentação das ideias liberais. Em 1820, finalista em Coimbra, recebe com entusiasmo e otpimismo a notícia da revolução liberal. Em 1821, representa o Catão e publica em Coimbra O Retrato de Vénus,obras marcadas ainda por um estilo arcádico. Arcádicos são igualmente os poemas que escreve durante este período e que serão insertos, em 1829, na Lírica de João Mínimo. Em 1822, é nomeado funcionário do Ministério do Reino, casa com Luísa Midosi e funda o jornal para senhoras O Toucador. Em 1823, com a reacção miguelista da Vila-Francada, é obrigado a exilar-se em Inglaterra, onde inicia o estudo do Romantismo (inglês), e depois emFrança, onde se torna correspondente de uma filial da casa Lafitte. Contacta então com a literatura romântica(Byron, Lamartine, Vítor Hugo, Schlegel, Walter Scott, Mme de Staël), redescobre Shakespeare e, influenciado pelas recolhas de cancioneiros populares, começa a preparar o Romanceiro. Em 1825 e 1826, publica em Paris os poemas Camões e Dona Branca, primeiras obras portuguesas de cunho romântico, fruto da metamorfose estética em si operada pelas novas leituras. Em 1826, publica também o Bosquejo da História da Poesia e Língua Portuguesa, como introdução à antologia de poesia portuguesa Parnaso Lusitano. Em 1826, durante um período de tréguas, regressa a Portugal e mostra-se confiante na Carta Constitucional acordada entre D. Pedro e D.Miguel, mais moderada que o programa vintista. Dedica-se ao jornalismo político nos jornais O Português e O Cronista. Em 1828, depois da retoma do poder absoluto por parte de D. Miguel, exila-se novamente em Inglaterra.Em 1829, publica em Londres a Lírica de João Mínimo e o tratado Da Educação. Em 1830, publica o tratado político Portugal na Balança da Europa, onde analisa a história da crise portuguesa e exorta à unidade e à moderação. Em 1832, parte para a ilha Terceira, incorpora-se no exército liberal, e participa no desembarque emMindelo. Escreve, durante o cerco do Porto, o romance histórico O Arco de Santana e colabora com Mouzinho da Silveira nas reformas administrativas. Em 1834, é nomeado cônsul-geral em Bruxelas, numa espécie de terceiro exílio motivado pelo cada vez maior desencanto em relação à política portuguesa (a divisão dos liberais, a corrida aos cargos públicos), onde contacta com a língua e a literatura alemãs (Herder, Schiller e Goethe). Também exerceu funções diplomáticas em Londres e em Paris. Em 1836, regressa a Lisboa, separa-se de Luísa Midosi e funda o jornal O Português Constitucional. No mesmo ano, após a Revolução de Setembro, é incumbido pelo governo setembrista de Passos Manuel da organização do Teatro Nacional. Nesse âmbito, desenvolverá uma acção notável, dirigindo a Inspecção Geral dos Teatros e o Conservatório de Arte Dramática, intervindo no projecto do futuro Teatro Nacional de D. Maria II e escrevendo ao longo dos anos seguintes todo um repertório dramático nacional: Um Auto de Gil Vicente (1838), Dona Filipa de Vilhena (1840), O Alfageme de Santarém (1842), Frei Luís de Sousa (1843). É por esta altura que inicia um romance com Adelaide Deville, que morrerá em 1841, deixando-lhe uma filha (episódio que inspirará o Frei Luís de Sousa). Em 1838, torna-se deputado da Assembleia Constituinte e membro da comissão de reforma do Código Administrativo. No ano de 1843 publica o 1.º volume do Romanceiro, uma recolha de poesias de tradição popular. Em 1845, lança o livro de poesias líricas Flores sem Fruto e o 1.º volume do romance histórico O Arco de Sant'Ana. Em 1846, sai em volume o "inclassificável" livro das Viagens na Minha Terra, publicado um ano antes em folhetim na Revista Universal Lisbonense. Com este livro, acrítica considera iniciada a prosa moderna em Portugal. Em 1851, depois de um período de distanciamento face à vida política, regressa com a Regeneração, movimento que prometia conciliação e progresso. Nesse ano, funda o jornal A Regeneração, aceita o título de visconde e reassume o seu papel de deputado, colaborando na proposta de revisão da Carta. Em 1852, torna-se, por pouco tempo, ministro dos Negócios Estrangeiros. Em 1853, publica olivro de poesias líricas Folhas Caídas, recebido com algum escândalo: o poeta era, na época, uma figura pública respeitável (deputado, ministro, visconde), que se atrevia a cantar o amor desafiando todas as convenções, e muitos souberam ver na obra ecos da paixão do autor pela viscondessa da Luz, Rosa de Montufar. Em 1854,morre em Lisboa, aos cinquenta e cinco anos.

Em 1999 comemorou-se o Bicentenário do nascimento de Almeida Garrett, com a realização de conferências,publicações das suas obras, espetáculos, actividades escolares, exposições, entre outros eventos.                      

Almeida Garrett. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia(Imagens)
Ficheiro:Almeida Garrett por Guglielmi.jpg
Litografia de Almeida Garrett por Pedro Augusto Guglielmi (Biblioteca Nacional de Portugal)


Passos Manuel, Almeida Garrett, Alexandre Herculano e José Estêvão de Magalhães nos Passos Perdidos, Assembleia da República Portuguesa


Almeida Garret, enquanto voluntário do Batalhão Académico, de sentinela ao Convento dos Grilos durante o Cerco do Porto
04
Fev18

PÃO PÃO QUEIJO QUEIJO

António Garrochinho


A ANTENA 1 (RÁDIO) É TÃO REACCIONÁRIA OU MAIS QUE A ANTIGA "EMISSORA NACIONAL".

A RTP ENTÃO NADA SE DISTINGUE DOS SERMÕES MARCELISTAS DAS "CONVERSAS EM FAMÍLIA"

A ELECTRICIDADE ENCARECE PARA PODERMOS PAGAR (TAXA) A ESTA CAMBADA DE FASCISTAS ONDE POPULAM ALDRABÕES, ANALFABETOS E NAZIS IDEOLÓGICOS COM ORDENADOS NA ORDEM DOS MILHARES DE €.

PAGAMOS TUDO SEM BUFAR !

NENHUM GOVERNO MEXE NAS TELEVISÕES PARA MELHORAR A INDEPENDÊNCIA E A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO E ENTRETENIMENTO.

PUDERA !

À GOVERNANÇA E AOS DONOS DO JORNALIXO LACAIO INTERESSA-LHES A ALIENAÇÃO E A DESINFORMAÇÃO, TAL COMO AO SALAZAR BOTAS NÃO LHE INTERESSAVA A CONSTRUÇÃO DE MUITAS ESCOLAS.
SÓ OS MUITOS RICOS, O CLERO, E COLABORADORES TINHAM ACESSO À CULTURA.

VIVEMOS A VIDA NAQUELA ONDA DO DEIXA-OS FALAR MAS NÃO OS DEIXES ACTUAR, AGIR.

SE SE REBELAM ENTÃO VÊM OS PROCESSOS, OS DESPEDIMENTOS, A PORRADA DA BÓFIA, E ATÉ A INCOMPREENSÃO DOS ACOMODADOS QUE ESTÃO SEMPRE À ESPERA QUE HAJA CONDIÇÕES COMO O BOCAGE ESPERANDO PELA ÚLTIMA MODA.

António Garrochinho
04
Fev18

PCP defende combate à seca com pequenas barragens

António Garrochinho

Nesta sexta-feira, à margem do debate «A seca na região Alentejo - consequências e caminhos», realizado na Universidade de Évora, o líder parlamentar do PCP defendeu a criação de pequenas barragens como forma de reter a água da pouca chuva que cai.

O interior do Alentejo é a região mais afectada pela seca 
O deputado João Oliveira, eleito pelo PCP, defendeu ontem a criação de linhas de apoio directo aos agricultores para a construção de pequenas barragens, considerando as medidas do Governo contra a seca «muito aquém das necessidades».
«Uma das medidas que devia ser considerada prioritária, de resto à semelhança daquilo que aconteceu na seca de 2002, é a criação linhas de apoio directo, não de linhas de crédito, aos agricultores para a construção de pequenas barragens», afirmou.
Segundo João Oliveira, a construção de pequenas barragens permitiria «reter à superfície a água da pouca chuva que cai, pelo menos, para o abeberamento do gado e rega de culturas que ainda possam ser salvas». 
Esta medida permitiria «não apenas minorar alguns dos problemas que estão já criados» aos agricultores, como também dar «uma resposta que pudesse aproveitar a pouca água que venha a cair nos próximos meses», de momento desperdiçada, pois não há capacidade de reter.

Resposta do Governo é insuficiente

Questionado pela Lusa sobre a eficácia das medidas anunciadas pelo Governo, o deputado do PCP eleito por Évora considerou que «são respostas que ficam muito aquém das necessidades, nomeadamente na resposta imediata aos produtores e criadores de gado».
«Apesar do anúncio que o Governo foi fazendo de medidas, a verdade é que as medidas que têm sido tomadas não foram suficientes», defendeu, referindo que «antecipações de ajudas sempre se fez e não é nada de extraordinário em ano de seca».
João Oliveira deu como exemplo os agricultores de Montemor-o-Novo, no distrito de Évora, que «esgotaram em Dezembro passado» as reservas de alimentação para o gado que tinham para dois anos, sublinhando que «não são com as medidas anunciadas que se consegue recuperar esta situação».
«São precisas medidas mais adequadas e isso exige abertura do ponto de vista orçamental», avisou o deputado, lembrando que o PCP já apresentou iniciativas parlamentares sobre esta matéria.

Municípios alentejanos sem capacidade

Na sessão, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, revelou que são necessários 80 milhões de euros para renovar a rede de abastecimento de água em baixa, que está sob gestão dos 14 municípios do distrito para reduzir as perdas.
«É um valor muito significativo que os orçamentos municipais nem do distrito de Évora, nem de outro distrito qualquer, têm capacidade para suportar», frisou, indicando que será necessário «recorrer a financiamento externo aos municípios».
O autarca notou ainda que existem «poucas verbas» no programa Portugal 2020 para alguns projetos nesta área, lamentando que os governos, tanto o anterior do PSD e do CDS-PP como o actual do PS, procurem «pressionar os municípios para entregarem as redes em baixa a gestão não municipal».

www.abrilabril.pt
04
Fev18

PCP visitou hospitais algarvios e pediu mais profissionais e novos equipamentos ao governo

António Garrochinho

O grupo parlamentar do PCP questionou o governo sobre a situação dos hospitais de Faro e de Portimão, depois de ter visitado as duas unidades, pedindo para acelerar os processos de contratação de profissionais e de renovação e aquisição de novos equipamentos.
Uma delegação do PCP, com o deputado Paulo Sá, eleito pelo Algarve, visitou as Urgências do Hospital de Faro e reuniu com o conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, no dia 23 de janeiro, visitando uma semana depois, no dia 30, as Urgências do Hospital de Portimão.
“Num e noutro serviço de urgência, a delegação do PCP deparou-se com problemas, cuja resolução exige a urgente disponibilização, por parte do governo, de meios humanos e materiais adicionais”, salientam os deputados Paulo Sá e Carla Cruz, no requerimento enviado ao Ministério da Saúde.
De acordo com os deputados, os dois serviços de urgência veem-se forçados a recorrer ao internamento de utentes, apesar de a permanência nas urgências não dever exceder as 12 horas.
Esses internamentos são “uma consequência do facto de diversos serviços dos hospitais de Faro e de Portimão não terem capacidade para receber imediatamente os doentes encaminhados pelos serviços de urgência, pelo que os doentes têm de permanecer internados nas urgências – indevidamente – até poderem ser transferidos para esses serviços”, sublinha o PCP.
Os parlamentares comunistas sustentam que a permanência forçada nos serviços de urgência de Faro e de Portimão chega a prolongar-se por cinco dias, com óbvios inconvenientes para os doentes e também para os profissionais de saúde.
Nas visitas efetuadas às unidades, a delegação do PCP pôde presenciar que os serviços de urgência estão sobrelotados. Na urgência do Hospital de Faro na sala de decisão, com capacidade para 30 doentes, estavam cerca de 60 (taxa de ocupação de 200%). Em Portimão, a sala de decisão estava com uma ocupação de 150%.
“As condições existentes – com macas encostadas umas às outras, ocupando, no Hospital de Faro, todo o espaço disponível – não asseguravam as necessárias condições de dignidade e de privacidade aos doentes, nem de trabalho aos profissionais de saúde. Por exemplo, na sala de decisão das urgências do Hospital de Faro as macas estavam tão próximas umas das outras que não era possível correr as cortinas para isolar os doentes uns dos outros, implicando que os cuidados prestados – como a mudança de fraldas – estavam a ser feitos num espaço aberto, sem assegurar a privacidade dos doentes”, descrevem os deputados do PCP, no requerimento.
Por outro lado, as condições de trabalho para os profissionais de saúde “não eram apropriadas”, uma vez que as equipas têm a dimensão adequada para os serviços de urgência, mas não para acompanhar dezenas de doentes internados indevidamente nesses serviços. “Assim, recursos humanos dimensionados para as urgências propriamente ditas têm também de prestar cuidados aos doentes que aguardam, nas urgências, vários dias até serem transferidos para outros serviços. Esta circunstância coloca os profissionais de saúde sob grande pressão, exigindo-lhes um esforço acrescido”, refere o PCP, que valoriza “a dedicação dos profissionais de saúde, que com o seu empenho garantem o funcionamento dos serviços de urgência”.
As contratações já efetuadas ou em curso são, por isso, “de valorizar, mas são insuficientes face às carências do Centro Hospitalar Universitário do Algarve”, ressalva o PCP, exemplificando que, apesar de estar prevista a contratação, até ao final de 2018, de 22 médicos, o centro hospitalar precisa de mais 120.
“Face à situação nos serviços de urgência dos hospitais de Faro e de Portimão irá o Governo acelerar o processo de contratação de profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, técnicos superiores, assistentes técnicos e assistentes operacionais –, dotando estes hospitais de recursos humanos adequados?”, perguntam os deputados.
Os comunistas também defendem a necessidade de substituir equipamento obsoleto (ventiladores, por exemplo) e adquirir novos equipamentos (ecógrafos e monitores), além de renovar as macas e outro material de apoio (como cadeiras de rodas).
“Irá o Governo acelerar o processo de renovação e aquisição de novos equipamentos no Centro Hospitalar Universitário do Algarve, nomeadamente nos serviços de urgência dos hospitais de Faro e de Portimão?”, questionam, a concluir.


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