Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

15
Fev18

Bruxelas promete 50 milhões de euros a somar ao milhão e meio já entregue para incêndios em Portugal

António Garrochinho

Bruxelas promete 50 milhões de euros para incêndios em Portugal
De Ricardo Figueira

Últimas notícias: 15/02/2018
Portugal recebe mais de metade da verba que o Fundo Europeu de Solidariedade desbloqueou também para Espanha, França e Grécia.

 Bruxelas promete 50 milhões de euros para incêndios em Portugal

A Comissão Europeia vai dar mais de 50 milhões de euros a Portugal para ajudar à reconstrução das áreas destruídas pelos incêndios mortíferos que varreram o país, no verão e no outono.

Bruxelas vai desbloquear mais 49,1 milhões, a somar ao milhão e meio que foi entregue em novembro, o que soma um total de 50,6 milhões de euros pagos pelo Fundo Europeu de Solidariedade. Portugal tentou obter esta ajuda logo depois do incêndio de Pedrógão Grande, em junho, mas na altura os prejuízos não eram suficientes para acionar o fundo.

Agora, a Comissão propõe mais de 100 milhões de euros, não só para Portugal, como para três outros países afetados por desastres naturais no ano passado: "A Comissão aceitou os pedidos de Portugal, Espanha, França e Grécia para que recebam apoio do Fundo Europeu de Solidariedade, na sequência dos desastres naturais que sofreram em 2017. Visitei o centro de Portugal no final o ano passado e fiquei chocada com a amplitude dos estragos. Vi muita dor, depois desta tragédia que custou tantas vidas humanas", disse a comissária europeia para as Políticas Regionais, Corina Cretu. 

Esta ajuda da União Europeia pode vir a repetir-se nos próximos anos e até aumentar, se continuar a tendência para o aumento dos desastres naturais nos países no sul da Europa.

VÍDEO





pt.euronews.com
15
Fev18

CICLISMO - VOLTA AO ALGARVE EM BICILETA - Team Sky toca o céu na Fóia

António Garrochinho


A Team Sky dominou completamente a segunda etapa da Volta ao Algarve, hoje disputada ao longo de 187,9 quilómetros, entre Sagres e o alto da Fóia, em Monchique. Michal Kwiatkowski impôs-se na etapa e Geraint Thomas assumiu o comando da classificação geral.

A chegada coincidia com uma contagem de montanha de primeira categoria, no topo de uma subida com 15 quilómetros até ao ponto mais alto do Algarve, a 900 metros de altitude. A Sky atacou a corrida no ponto mais duro da escalada, a cerca de 8 quilómetros da meta. O bielorrusso Vasil Kiryienka isolou-se e obrigou os adversários a gastar energias na perseguição.

O esforço dos rivais foi aproveitado por Michal Kwiatkowski para se impor na tirada, ao fim de 4h49m51s de corrida. Na roda e com o mesmo tempo chegaram Bauke Mollema (Trek-Segafredo), Geraint Thomas, Daniel Martin (UAE Team Emirates) e Jaime Rosón (Movistar Team).

Como a corrida não atribui bonificações nas chegadas e nas metas volantes, os cinco melhores da classificação geral estão todos com o mesmo tempo. 

O desempate faz-se por pontos. Comanda Geraint Thomas, seguido por Jaime Rosón, Michal Kwiatkowski, Daniel Martin e Bauke Mollema.

Cumpriu-se o objetivo da organização da corrida quando decidiu que a Fóia deveria ser subida pela vertente mais longa e menos inclinada: fazer com que as diferenças no final da etapa fossem diminutas para que tudo permaneça indefinido e emocionante na luta pela Camisola Amarela Algarve.

Antes da entrada na espectacular subida final, os animadores da jornada foram Lukas Pöstlberger (Bora-hansgrohe), Yves Lampaert (Quick-Step Floors), Benjamin King (Team Dimension Data), John Degenkolb (Trek-Segafredo), Marcos Jurado (Efapel), Oscar Pelegri (Rádio Popular-Boavista) e Ricardo Mestre (W52-FC Porto). Atacaram ao quilómetro 11, chegaram a ter mais de 7 minutos de vantagem, mas sucumbiram ao acelerar do pelotão, na aproximação à Fóia. 
Pöstlberger e King foram os mais resistentes, acabando alcançados a 9 quilómetros da chegada, momentos antes do ataque da Team Sky.

O estadunidense Benjamin King (Team Dimension Data) aproveitou a fuga para conquistar a Camisola Azul Liberty Seguros, de melhor trepador. 

O polaco Michal Kwiatkowski, além de ganhar a etapa, passou a vestir a Camisola Vermelha Cofidis, da regularidade, embora esteja empatado em pontos com o vencedor da primeira etapa, Dylan Groenewegen (Team LottoNL-Jumbo). O holandês Sam Oomen (Team Sunweb) reforçou o comando na classificação da juventude, sendo cada vez mais dono da Camisola Branca Águas do Algarve. 

A Quick-Step Floors segue na dianteira por equipas.

Classificações/Results

 Etapa/1st Stage: Sagres – Fóia, 187,9 km

1.º Michal Kwiatkowski (Team Sky), 4h49m51s (38,896 km/h)
2.º Bauke Mollema (Trek-Segafredo), mt
3.º Geraint Thomas (Team Sky), mt
4.º Daniel Martin (UAE Team Emirates), mt
5.º Jaime Rosón (Movistar Team), mt
6.º Patrick Konrad (Bora-hansgrohe), a 3s
7.º Bob Jungels (Quick-Step Floors), mt
8.º Pieter Serry (Quick-Step Floors), mt
9.º Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano-ULI), mt
10.º Richie Porte (BMC Racing Team), mt

Geral Individual/Overall
1.º Geraint Thomas (Team Sky), 9h37m49s
2.º Jaime Rosón (Movistar Team), mt
3.º Michal Kwiatkowski (Team Sky), mt
4.º Daniel Martin (UAE Team Emirates), mt
5.º Bauke Mollema (Trek-Segafredo), mt
6.º Patrick Konrad (Bora-hansgrohe), a 3s
7.º Bob Jungels (Quick-Step Floors), mt
8.º Pieter Serry (Quick-Step Floors), mt
9.º Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano-ULI), mt
10.º Louis Meintjes (Team Dimension Data), mt

voltaaoalgarve.com
15
Fev18

Quem financiou Hitler e a Alemanha nazi? (VÍDEO LEGENDADO)

António Garrochinho


A Alemanha, na sequência da derrota na Primeira Guerra Mundial, foi obrigada a pagar severas reparações de guerra às potências vencedoras, o que levou o país à “Grande Inflação” de 1923 [em que um dólar valia 4,2 triliões de marcos], e foi depois atingida pela crise financeira mundial de 1929.

De que forma pôde uma Alemanha que estava industrial e economicamente de rastos em 1933, ano da subida de Hitler ao poder, ter-se tornado no espaço de seis anos [1933-1939] na mais poderosa potência militar e industrial da Europa? 
Antony Cyril Sutton [acima] foi professor de economia na California State University de Los Angeles e investigador no Hoover Institution da Universidade de Standford de 1968 a 1973.

Penetrando uma cortina de duplicidades, o professor Sutton revela um dos factos mais notáveis e silenciados da Segunda Guerra Mundial - que os principais bancos de Wall Street e grandes empresas americanas apoiaram a ascensão de Hitler ao poder financiando e negociando com a Alemanha nazi.

Através de documentos originais e testemunhas oculares, Sutton chega à desagradável conclusão de que a catástrofe da Segunda Guerra Mundial foi extremamente lucrativa para um selecto grupo de insiders financeiros e industriais. O autor apresenta uma descrição minuciosa dos papeis desempenhados por J.P. Morgan, T.W. Lamont, Rockefeller - General Electric e Standard Oil, e os bancos National City, Chase Bank, Kuhn & Loeb Company, a General Motors, a Ford Motor Company e muitos outros na preparação da guerra mais sangrenta e destruidora da história.





citadino.blogspot.pt
15
Fev18

Descontruir a nova narrativa económica da direita (1): desemprego estrutural, legislação laboral e produtividade

António Garrochinho



Esta publicação vem na sequência de uma anterior (ver aqui) onde me propus a desconstruir as principais ideias apresentadas pelos protagonistas da nova narrativa económica da direita.

Este texto tratará da ideia número 1:

“A economia portuguesa aproxima-se da sua taxa de desemprego estrutural, logo o governo não conseguirá reduções adicionais significativas da taxa de desemprego, devendo focar-se em atingir ganhos de produtividade; reduzir a taxa de desemprego estrutural é um processo de longo-prazo, só alcançável com o aprofundamento da flexibilização da legislação laboral”.

Esta ideia tem sido veiculada em diferentes momentos do tempo e sob diversas formas. O exemplo mais recente é-nos dado pelas declarações de Fernando Alexandre em entrevista à TSF/Dinheiro Vivo (ver aqui), onde afirma: “O desemprego já está a entrar em valores que começam a aproximar-se daquilo que os economistas chamam de taxa natural de desemprego, que é uma taxa de desemprego a longo prazo, o que limita a possibilidade de crescer reduzindo o desemprego e que é o que tem permitido o crescimento da economia nos últimos anos. Essa pode ser uma restrição, ou seja, para crescermos nos próximos anos vamos precisar de ter aumentos de produtividade (...)”.

Antes de avançarmos para a análise crítica desta citação, é oportuno reconhecer a aparente razoabilidade do raciocínio. A taxa de desemprego portuguesa encontra-se nos 7,9%, abaixo da taxa natural de desemprego calculada pela Comissão Europeia para os anos de 2017 (9,9%) e 2018 (9,1%). Se a taxa de desemprego natural constituísse, de facto, uma limitação à expansão do emprego, como defende Fernando Alexandre, o decréscimo adicional da taxa de desemprego seria inviável num horizonte de médio-prazo. Incapaz de crescer em volume -aumentando o número de trabalhadores que produzem o mesmo valor de produto médio - a economia portuguesa teria de crescer através do aumento da produtividade – mantendo ou reduzindo o número de trabalhadores empregados, mas aumentando o valor de produto médio produzido por trabalhador.

O vício deste raciocínio – como será fácil de antever – reside no conceito de taxa natural de desemprego. Fernando Alexandre evoca-o de forma concludente a meio da entrevista, servindo-se da sua validade técnica para demonstrar a superioridade do seu argumento. Veremos que esse caminho lógico está longe de ser linear. Para ilustrar as suas fragilidades, dedicaremos as secções seguintes história deste conceito e às suas implicações presentes.

A história de um conceito

A teoria de taxa natural de desemprego foi seminalmente proposta por Milton Friedman no final da década de 60 e viria mais tarde a ser aperfeiçoado por economistas como Richard Layard, Stephen Nickell e Richard Jackman.

Que postula esta teoria? No essencial, que cada economia possui uma taxa de desemprego natural que depende das suas condições estruturais e que qualquer tentativa das autoridades públicas de fixar um valor de desemprego abaixo do seu valor natural – por via orçamental, monetária ou cambial - é inviável e indesejável no longo-prazo. Porquê? Porque a taxa de desemprego natural é a única consistente com as expetativas de rendimento real de trabalhadores e empresários. De acordo com esta tese, caso a autoridade pública coloque a taxa de desemprego abaixo do seu nível natural, o nível de exigências salariais dos trabalhadores aumentará e deixará de ser compatível com as expetativas de rendimento dos empresários. Nesse momento, os empresários terão que aumentar os preços para manter a sua margem de lucro, o que causa o aumento do nível geral de preços, ou seja, inflação. De referir que é este é um processo cumulativo: se no período seguinte a taxa de desemprego continuar abaixo do seu nível natural, a inflação voltará a subir. É por gerar esta escalada da inflação – criando instabilidade económica sem aumentar os salários reais dos trabalhadores – que os governos são desaconselhados a gerir a procura agregada (aumentando os gastos e/ou investimento público, baixando as taxas de juro reais ou depreciando a moeda) de modo a baixar o desemprego.

Segundo a teoria, que deve então fazer o governo? Deixar de lado a gestão da procura agregada e focar-se na diminuição da taxa de desemprego estrutural. Como? Por duas vias principais. A primeira passa por implementar medidas que facilitem a adequação da força de trabalho às necessidades da estrutura produtiva, onde se incluem a formação profissional – que impede que os trabalhadores não respondam às ofertas de emprego por ausência de qualificações específicas – e a melhoria da rede de transportes e telecomunicações – que impede que o desemprego seja elevado por existir uma grande disparidade regional entre as ofertas de emprego e os trabalhadores desempregados. Mas esta via, embora presente em muitas recomendações, adquiriu sempre pouco protagonismo.

Qual é, então, a via privilegiada por esta teoria para baixar a taxa de desemprego? Baixar o salário de reserva dos desempregados – isto é, o montante de salário a partir do qual estão dispostos a aceitar uma oferta de emprego – e diminuir as expetativas salariais dos trabalhadores empregados. Como? Por um lado, diminuindo o poder reivindicativo dos trabalhadores – através da criação de condições mais difíceis à sindicalização e à negociação coletiva, facilitando os despedimentos individuais e coletivos, por via da descida do montante das indemnizações e do aumento das circunstâncias em que a rescisão é possível. Por outro lado, diminuindo a generosidade e a duração das prestações sociais em caso de desemprego. Em conjunto, estes dois tipos de medidas garantem a diminuição das expetativas salariais dos trabalhadores e, por conseguinte, garantem uma taxa de desemprego mais baixa compatível com uma taxa de inflação constante.

É importante notar que as prescrições desta teoria se posicionaram em profundo contraste com a atuação económica que os governos das democracias ocidentais vinham seguindo desde o pós-guerra. A maioria dos governos reconhecia no pleno emprego um objetivo central da sua atuação e intervinha ativamente na economia para o atingir. Os números do desemprego da época refletiam esse compromisso, com um número elevado de países a apresentar taxas médias de desemprego entre os 3% e os 5% nas décadas de 50 e 60.

Então como é que a teoria da taxa natural de desemprego se tornou hegemónica no pensamento económico convencional? É uma pergunta sem resposta linear. A afirmação de uma teoria faz-se sempre através de uma sucessão de eventos que favorece a sua aceitação e este caso não é exceção. Foram essencialmente três: i) a crise petrolífera da década de 70, cujo reflexo nos custos da energia recolocou a inflação no centro das preocupações macroeconómicas; ii) a emergência de governos conservadores na Europa e Nos EUA, que acolheram com agrado a legitimidade que a teoria atribuía às suas convicções e iii) um paradigma económico dominante (síntese neoclássica) que estabelecia uma relação ingénua entre inflação e o nível de desemprego. Tomados no seu conjunto, estruturaram um ambiente intelectual e político propenso à aceitação da teoria da taxa natural de desemprego que viria a estender-se pelas décadas seguintes.

O processo de enraizamento da sua importância na definição da política económica reforçou-se nas décadas de 80 e 90, grosso modo, em duas fases distintas: i) na década de 80, com os programas de assistência financeira do FMI a imporem alterações de legislação laboral, fundados neste teoria, como condicionalidade para o financiamento a países em vias de desenvolvimento; ii) na década de 90, sobretudo a partir com a publicação do Job Study da OCDE em 1994, momento a partir do qual essa influente organização internacional passou a incluir o mesmo perfil de recomendações de reforma do mercado de trabalho ao leque dos países.

Antes de avançarmos para a secção seguinte, é pertinente sublinhar as transformações que o modelo da taxa natural de desemprego impôs na mundividência política e económica. Destacam-se duas: i) o abandono do pleno emprego como objetivo central da política económica. Movendo-se num quadro em que existe um limiar mínimo de desemprego não influenciado pela sua ação de curto-prazo, e receando os efeitos inflacionários de colocar a economia abaixo desse limiar, a resignação dos governos em relação a taxas de desemprego elevadas passa a ser uma norma. ii) a construção de um senso comum económico caracterizado por uma oposição entre proteção de trabalhadores e desempregados e a possibilidade de taxas de desemprego reduzidas, conduzindo os governos a reduzirem os direitos laborais em nome da diminuição global do desemprego e do aumento de bem-estar económico que daí adviria.

Com um profundo reflexo nas nossas vidas, estas ideias tiveram o mérito de colonizar o pensamento social-democrata/socialista europeu, dando um contributo chave para os modelos socio-liberais da terceira-via. De centro-esquerda ou de centro-direita, todos os governos vêm seguindo políticas que têm este enquadramento conceptual como pano de fundo. As discussões em torno da legislação laboral, tão presentes na discussão política atual em Portugal, são disso o mais evidente exemplo.

De seguida, analisaremos a forma como a estimação da taxa natural de desemprego pela Comissão Europeia e a sua adoção implícita nas regras orçamentais foram decisivas para o fortalecimento institucional desta visão.

Estimação empírica – uma história de insucesso com reflexo nas nossas vidas

Nesta secção vamos admitir, por conveniência do argumento, que existe uma taxa natural de desemprego, determinada por fatores estruturais e invariante em relação à procura agregada. Isto é, vamos adiar a discussão sobre a existência teórica do conceito para a secção seguinte, enquanto nos focamos no debate sobre a sua estimação empírica.

A Comissão Europeia estima a taxa natural de desemprego para os países da União Europeia e divulga os dados publicamente na base de dados AMECO.

As estimativas da Comissão Europeia têm implicações nas decisões dos governos nacionais por duas vias: em primeiro lugar, porque estabelecem os valores de taxa de desemprego até aos quais os governos devem olhar como sustentáveis as descidas da taxa de desemprego. Por outro lado, as estimativas da taxa de desemprego natural são uma componente fundamental para o cálculo dos valores do PIB potencial, com determinante influência nas margens orçamentais dos estados-membros, uma vez que é a partir dele que se estima o muito discutido saldo estrutural, conceito essencial nas metas do tratado orçamental. Este será o tema do segundo post, pelo que apenas assinalarei de forma breve, mais adiante, as implicações de uma má estimação da taxa natural de desemprego neste domínio.

Existe mais do que método para calcular a taxa natural de desemprego. A Comissão Europeia utiliza um método designado por filtro de Kalman, cujos detalhes técnicos não iremos explorar neste texto. Todos os métodos utilizados aplicam algum tipo de filtro estatístico que procura separar a componente cíclica e a componente natural (ou estrutural) da taxa de desemprego, cujo valor é posteriormente divulgado.

Mas este filtro garante que a taxa de desemprego reflete, de facto, as características estruturais do mercado de trabalho, tais como a teoria da taxa natural de desemprego os postula, isto é, fatores como nível de proteção social dos trabalhadores, dos desempregados e a tipologia da negociação salarial? A resposta é não. Qualquer filtro estatístico separa apenas, de forma mais ou menos sofisticada, a componente cíclica e a componente de tendência de uma série temporal, neste caso a taxa de desemprego ao longo do tempo. Em si, o filtro estatístico não incorpora nenhuma teoria sobre os determinantes da taxa natural de desemprego. Com efeito, atestar a qualidade da estimativa obtida implica avaliar empiricamente se o seu valor é determinado pelos fatores estruturais que a teoria prevê.

Foi a esta tarefa que se dedicaram um conjunto de economistas da Universidade de Linz numa investigação recente (ver aqui). Os autores estimaram dois modelos principais, tendo por base os dados de onze países da União Europeia.

No modelo nº1, escolheram como variável dependente a taxa de desemprego natural calculada pela CE e como variáveis dependentes um indicador compósito da flexibilidade do mercado laboral calculado pela OCDE – que agrega fatores como o montante das indemnizações por despedimento e as cláusulas de proteção dos contratos – a percentagem nacional de sindicalizados, a despesa orçamental em políticas ativas de emprego (cursos de formação, estágios profissionais, etc.) e os apoios sociais em caso de desemprego. Segundo a teoria da taxa natural de desemprego descrita na secção anterior, todas as variáveis mencionadas deveriam desempenhar um papel central na explicação da estimativa da taxa natural de desemprego. Todavia, os resultados concedem um fraco apoio a essa tese. De todas as variáveis elencadas, apenas duas se mostram estatisticamente significativas. Entre essas, a despesa em políticas ativas de emprego tem um impacto contrário ao previsto na teoria – aumentando, em vez de diminuir a taxa de desemprego estrutural – e os benefícios em caso de desemprego, embora possuam o impacto previsto pela teoria (reduzem o desemprego natural) têm um coeficiente de impacto reduzido e apresentam uma baixa significância estatística.

Os resultados descritos no parágrafo anterior já seriam condição suficiente para colocar em causa a credibilidade das estimativas do desemprego natural publicadas pela Comissão Europeia. Mas as conclusões tornam-se mais inequívocas quando olhamos os resultados do modelo 2. Nesse modelo, os autores analisam as variáveis já descritas, mas adicionam como variáveis explicativas o investimento e a taxa de juro de longo-prazo. Recordemos que, segundo a teoria da taxa de desemprego natural, estas variáveis não deveriam desempenhar qualquer papel explicativo, dado que se assume a sua invariância em relação a qualquer variável influenciável pela política monetária ou pela política orçamental. Os resultados do modelo são reveladores: o investimento é muito significativo e possui um elevado coeficiente de impacto – de todas as variáveis do modelo, assume-se claramente como a mais relevante variável explicativa. Quanto às variáveis estruturais do mercado de trabalho, tal como no modelo número 1, apenas a despesa com políticas ativas de emprego e a generosidade dos apoios socias de desemprego se mostram estatisticamente significativas (a primeira com um sinal de impacto contrário ao previsto pela teoria e a segunda com reduzido coeficiente de impacto e significância estatística).

Estes resultados estão em linha com outros estudos empíricos com modelização semelhante para os países da OCDE (ver aqui) ou para o Canadá (ver aqui).

De referir, antes de prosseguirmos para as implicações destes resultados, que os ecos da descrença nas estimativas da taxa de desemprego natural provêm também dos economistas que constituem o a equipa técnica da comissão. Em 2012, Fabrice Orlandi, membro do staff da Diretoria-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, assinou um estudo (ver aqui) intitulado “Desemprego Estrutural e os seus determinantes nos países da EU”. Embora não avalie o impacto direto do investimento, o autor analisa o impacto que os choques de procura relacionados com os efeitos de bolha do mercado imobiliário teriam na taxa de desemprego natural. O estudo conclui que os efeitos da procura agregada podem ter efeitos persistentes nas estimativas da taxa de desemprego natural, chegando mesmo a afirmar que em algumas circunstâncias “constituem os seus principais determinantes”.

Estes resultados são devastadores para a qualidade das estimativas da taxa de desemprego natural da CE. Lembremos que, para serem conformes com as premissas da tese da taxa de desemprego natural e das suas conclusões, apenas as variáveis institucionais do mercado de trabalho deveriam demonstrar bom desempenho empírico a explicar as estimativas alcançadas. Se variáveis associadas à procura agregada – como o investimento – são determinantes dessas estimativas, então a taxa de desemprego nada tem de “natural” na aceção que a teoria lhe dá. Esta constatação conduz a duas importantes implicações:

i) A taxa de desemprego natural publicada pela CE é um mau referencial de pleno emprego para os governos nacionais. As estimativas da CE estão claramente sobrestimadas, já que incluem fatores não estruturais como determinantes. Isto sugere que a ação mais sensata dos governos seria favorecerem programas que estimulassem a procura agregada e aproximassem a economia do pleno emprego, ao invés de se resignarem com taxas de desemprego elevadas, por receio de enfrentarem taxas de inflação crescentes.

ii) As estimativas imprecisas da taxa de desemprego natural têm um efeito restritivo na política orçamental dos estados-membros. Sobre este tema falarei mais aprofundadamente no próximo texto. De momento, basta notar que: as estimativas da taxa de desemprego natural são uma componente fundamental no cálculo do PIB Potencial, indicador que, por sua vez, é utilizado para calcular o saldo estrutural, variável determinante para as metas do Tratado Orçamental. Se a taxa de desemprego natural for sobrestimada (como sucede com as estimativas da CE), geram-se estimativas subestimadas do PIB potencial. Estimativas subestimadas do PIB Potencial refletem-se, por sua vez, num output gap (diferença entre o PIB real e o PIB potencial) menor do que o esperado e, por conseguinte, a uma sobrestimação do défice estrutural. Este impacto pode ascender a centenas de milhões de euros, que se refletirão nas escolhas orçamentais das autoridades nacionais em áreas como a Saúde e a Educação e, por consequência, nas nossas vidas.

iii) As estimativas imprecisas da taxa de desemprego natural têm um efeito restritivo na política monetária dos estados-membros. Pelo mesmo encadeamento causal exposto anteriormente, um output gapmenor do que o verificado contribui para uma política monetária mais restritiva do Banco Central Europeu (BCE). No presente, este efeito é irrelevante, porque as taxas de juro do BCE estão perto de 0%. Contudo, em períodos de taxas de juro positivas, o BCE tenta variar a sua taxa de juro diretora de modo a conduzir o output gap a zero, uma vez que o output gap é tido como aquele que garante a inflação constante e, por conseguinte, o que cumpre o mandato de estabilidade de preços do BCE (refira-se que esta característica teórica, que se costuma designar por divina coincidência, é mais uma imposição de construção dos modelos DSGE, pelos quais se guia o BCE, do que uma relação empírica comprovada). Ora, se o modelo subestima o output gap, isso implicará uma descida menos pronunciada das taxas de juro diretoras e, por consequência, uma reação menos eficaz num episódio de recessão.

Mas, afinal, existe mesmo uma taxa natural de desemprego?

A existência de uma relação empírica inversa entre inflação e desemprego é uma ideia instituída, que encontra fundamento nos registos históricos e em várias correntes do espectro do pensamento económico. Na verdade, a intuição que lhe subjaz parece é razoável: em períodos de maior utilização da capacidade produtiva e, por conseguinte, de menor desemprego, a economia tem dificuldade em corresponder quantitativamente aos aumentos de procura de bens. Com efeito, o preço dos bens finais tende a aumentar quer como forma de refrear a procura, quer como forma de manter a margem de lucro face ao aumento dos custos com os fatores produtivos e com os consumos intermédios.

Esta ideia encontra aceitação em muitos economistas de inspiração keynesiana. Na verdade, é Joan Robinson que escreve, na sua obra de 1937, Essays on the Theory of Employment, “(...) quando o desemprego é muito baixo, é introduzido um rápido aumento nos salários nominais, a procura por moeda aumenta, a taxa de juro aumenta, o investimento diminui e o desemprego volta a subir”. (tradução livre).

Com efeito, rejeitar a teoria da taxa natural de desemprego não implica rejeitar qualquer relação inversa entre taxa de inflação e desemprego. Implica somente rejeitar uma relação muito particular entre estas duas variáveis, com três características fundamentais: unicidade, estabilidade e invariância às componentes da procura agregada (investimento, em particular). Essas características não encontram sustentáculo lógico porque:

i) A variação da inflação não reage a valores específicos da taxa de desemprego. Estimativas da Curva de Phillips – curva que procura estabelecer uma relação entre desemprego e a variação da taxa de inflação – demonstraram que a inflação pode ser insensível a largas variações da taxa de desemprego. Esta evidência indica que procurar um valor único da taxa de desemprego abaixo do qual a inflação aceleraria, poderá ser um exercício votado ao fracasso.

ii) O processo de crescimento económico é cumulativo e depende da procura agregada no longo prazo. O conceito de taxa natural de desemprego está teoricamente enfeudado à tese de acordo com a qual o crescimento económico de longo-prazo depende apenas de fatores do lado oferta (acumulação de fatores produtivos como o capital e o trabalho, e as suas respetivas produtividades), que, por sua vez, não são influenciados pelas componentes cíclicas da procura agregada (isto é, o comportamento cíclico do consumo, do investimento privado e público, etc.). O que significa isto na prática? Na prática, significa que, por exemplo, uma recessão pronunciada como a que Portugal viveu recentemente não tem reflexos de longo prazo na sua tendência futura de crescimento. Esta convicção vem há muito sendo criticada por autores de inspiração keynesiana, que sustentam que a procura agregada tem efeitos de longo-prazo. Em particular, enfatizam que uma economia próxima do pleno emprego tem um importante efeito acelerador no investimento e na produtividade, já que cria incentivos à aquisição de bens de capital em maior número e mais recentes para corresponder à procura crescente.

iii) As margens de lucro fixadas pelos empresários dependem do comportamento cíclico da procura agregada. Como pertinentemente assinalou o economista Robert Rowthorn, o estabelecimento das margens de lucro é condicional no regime de acumulação de capital presente e passado e nas suas consequências para a concorrência. Mais investimento implica, a prazo, maior capacidade instalada e, por conseguinte, maior capacidade de resposta quantitativa por parte dos concorrentes. Com efeito, tudo o resto constante, o poder de mercado de cada empresário diminui, diminuindo a sua margem de lucro e o potencial efeito de inflação crescente por tentativa de manter uma margem de lucro constante.

Nos últimos anos, a reflexão crítica sobre a teoria da taxa natural de desemprego extravasou as fronteiras da economia mais heterodoxa. Economistas influentes no seio do Mainstream como Laurence Ball ou Lawrence Summers publicaram artigos em que alertavam para a persistência dos efeitos das recessões no crescimento de longo-prazo das economias. No plano mais mediático, um artigo recente (ver aqui) do Financial Times assinado por Matthew C. Klein, muito crítico do conceito de taxa natural de desemprego, reacendeu o debate na blogosfera sobre o tema. O artigo foi apoiado pelo economista Jo Michell no seu blog (ver aqui) e, embora não totalmente acolhido pelo influente economista Simon Wren-Lewis (ver aqui), mereceu pelo menos o reconhecimento da validade de alguma das críticas levantadas. Num artigo recente (ver aqui), Olivier Blanchard, anterior economista chefe do FMI, reflete também sobre as fragilidades de taxa natural de desemprego e, embora conclua que o conceito continua a ter relevância teórica, não deixa de levantar um conjunto de críticas relevantes, que deveriam ser escutadas por aqueles que fervorosa e acriticamente se orientam pelas suas prescrições.

Como conclusão desta secção deve retirar-se que o conceito de taxa natural de desemprego vem sendo desafiado por um conjunto de economistas de diferentes espectros. O que divide esses economistas é mais o tom e a intensidade das críticas, do que a crítica em si. Mesmo que a palavra crítica seja demasiado forte, pode pelo menos afiançar-se que existe uma reserva generalizada em relação ao conceito de taxa natural de desemprego, o que desaconselha decididamente a que importantes decisões de política pública estejam dependentes de um conceito tão amplamente aceite como frágil.

Se pode existir uma relação entre inflação e desemprego para níveis de desemprego reduzidos, devemos abandonar o objetivo de pleno emprego numa economia de mercado?

A resposta é não. Como vimos na secção anterior, não existe uma relação entre inflação e desemprego estável e invariante à procura agregada. No entanto, estou disposto a aceitar que para níveis de desemprego reduzidos – muito mais reduzidos do que a maioria das estimativas publicadas pela comissão – a inflação pode acelerar. No entanto, esta constatação não deve impedir que as autoridades públicas deixem de fixar o pleno emprego como objetivo central da sua ação. Pelo contrário, deve-se procurar um enquadramento institucional que favoreça a possibilidade de perseguir conjuntamente os objetivos de pleno emprego e de inflação estável.

Foi nesse sentido que dois economistas de inspiração keynesiana, Sidney Wientraub e Henri Wallich propuseram em 1971, num artigado publicado no Journal of Economic Issues, um imposto que designaram por tax-based incomes policy, cuja tradução mais precisa será, eventualmente, política de rendimentos de base fiscal. Convencidos de que a política de rendimentos era um importante instrumento complementar à política orçamental e monetária, estes economistas advogavam que as autoridades públicas deveriam fixar uma taxa máxima de crescimento nominal dos salários, penalizando as empresas que praticassem aumentos salariais nominais superiores ao objetivo com uma taxa adicional, cujo valor dependeria do intervalo entre o aumento salarial da empresa e a meta estabelecida.

Esta medida aplacaria os incentivos para a criação de uma espiral salários-preços, ao mesmo tempo que conservaria o poder de compra real dos salários.

Esta menção breve a este instrumento pode parecer descontextualizada numa época em que a inflação elevada está longe de constituir um problema maior de política económica. É, no entanto, instrumental para demonstrar que qualquer relação inversa entre desemprego e inflação nunca é condição bastante para abandonar o pleno emprego como objetivo central de uma política que se quer progressista.

E a produtividade?

A evolução da produtividade é uma das mais difíceis grandezas económicas de modelizar. Não se ambiciona nas linhas seguintes de um texto que já vai longo, com efeito, elaborar sobre os seus principais determinantes. Abordaremos apenas o tema, na medida em que se pretende desconstruir as circunstâncias em que o discurso económico da direita amiúde a evoca.

Sobre a evolução da produtividade dir-se-á apenas que depende certamente de fatores fundamentais como o desenvolvimento do capital humano (onde se inclui a edução e a formação da população), bem como a rapidez de acesso e difusão às principais inovações tecnológicas que percorrem o desenvolvimento das economias capitalistas modernas. Na verdade, é minha convicção que a teoria que melhor descreve os movimentos de longo-prazo da produtividade na economia global é a teoria das ondas longas do desenvolvimento capitalistas, explicando a sua evolução à luz das grandes inovações tecnológicas da história contemporânea (carvão, eletricidade, automação) e da sua aplicação à estrutura produtiva, da qual a obra de Chris Freeman e Francisco Louçã, Ciclos e Crises do Capitalismo Global, é uma publicação maior (ver aqui)

Assim, o que nos vai ocupar nesta secção não é desvendar os grandes mistérios da evolução da produtividade, mas antes a seguinte questão: mantendo tudo o resto constante, regimes de procura perto do pleno emprego favorecem ou desfavorecem a evolução positiva da produtividade?

Estudos empíricos sucessivos (ver aqui um exemplo) apresentam evidência de que economias que se encontram perto do pleno emprego durante períodos sustentados de tempo apresentam uma maior evolução da sua produtividade. A esta regularidade estatística dá-se o nome de lei Kaldor-Verdoorn, em homenagem aos dois economistas. O canal explicativo privilegiado para ilustrar esta relação são as economias crescentes à escala. Segundo os autores, a maioria das economias industrializadas operam em setores em que se verificam economias crescentes à escala – isto é, casos em que um aumento da dotação de trabalho e capital dessas indústrias, conduz a um aumento de produção mais do que proporcional– pelo que uma maior procura favorece o aumento da produtividade.

Note-se que esta conclusão contrasta com aquilo que é sugerido por Fernando Alexandre. Recorde-se que Fernando Alexandre aconselha a economia portuguesa a apostar em aumentos de produtividade, por oposição a aumentos em volume (expansão pelo aumento da procura e do emprego). Ora, o que a lei Kaldor-Verdoorn sugere é exatamente o contrário: a convergência da procura agregada em relação ao pleno emprego e o aumento da produtividade são estratégias complementares, que se reforçam mutuamente, e não alternativas, como sugere Fernando Alexandre.

Claro que talvez este seja uma forma demasiado polida de argumentar contra o contexto em que a vulgata do pensamento económico de direita fala de produtividade. Vulgarmente, vem sempre acompanhada de uma narrativa moral em como os trabalhadores portugueses se têm de esforçar mais e ser mais dedicados ao trabalho. Esta ideia de que a produtividade depende de um estado de vontade comum é tão rasteira e implausível que nem merece resposta.

Resumo

Ao longo deste texto pretendeu demonstrar-se que:

i) A taxa de desemprego natural não é um bom indicador da expansão do emprego na economia portuguesa. Como deixámos evidente, as estimativas da taxa natural de desemprego publicadas pela Comissão Europeia assentam em proposições teóricas erradas; e, mesmo que aceitemos essas proposições teóricas, as estimativas não são precisas. O facto de essas estimativas encontrarem como determinantes fundamentais elementos da procura agregada, demonstra que estão sobrestimadas e são maus indicadores de política económica.

ii) As más estimativas da taxa natural de desemprego têm um impacto profundo nas nossas vidas. As más estimativas têm impacto nas nossas vidas, porque conduzem os governos a aceitarem elevados níveis de desemprego involuntário e porque, ao gerarem um cálculo do output gap mais reduzido, favorecem uma política monetária mais contracionista e uma política orçamental mais restritiva, uma vez que torna as metas do tratado orçamental mais difíceis de atingir.

iii) A existência de uma relação inversa entre inflação e desemprego não nos deve levar a abandonar o pleno emprego. Pelo contrário, devem estruturar-se quadros institucionais alternativos, como a política de rendimentos de base fiscal proposta por Sidney Wientraub e Henri Wallich.

iv) A expansão da procura agregada e a evolução da produtividade não são realidades conflituantes. Na verdade, são realidades complementares, como demonstra a lei Kaldor-Verdoorn. O pleno emprego é condição necessária, embora não suficiente, para o aumento mais célere da produtividade.

v) O pleno emprego como variável central do planeamento económico é uma condição necessária a uma política de esquerda. Uma política de esquerda que se compraz com níveis de desemprego involuntário elevados, sustentando-se em teorias com pouca credibilidade, não o é de facto. Como nos diz a canção de Sérgio Godinho, “(...) é como querer fazer arroz de cabidela, sem o frango, nem o arroz, nem a panela”. É por isso que nos devemos posicionar claramente ao lado da revogação da legislação laboral implementada pelo programa da Troika, desmascarando os falsos pressupostos em que assenta a sua virtude.

Espero que este texto tenha cumprido o fim a que se propôs: refutar aquela que descrevi como a primeira ideia da nova narrativa económica da direita portuguesa. A segunda ideia ficará para um texto futuro, que se espera mais curto, a bem do tempo do autor e da paciência dos leitores.

ladroesdebicicletas.blogspot.pt

15
Fev18

15 de Fevereiro de 1867: Primeira execução pública da valsa "Danúbio Azul", de Johann Strauss

António Garrochinho


 

A obra-prima de Johann Strauss (filho) estreou a 15 de Fevereiro, num baile de Carnaval no salão de uma piscina pública. O Compositor não esteve na apresentação. Muitos consideram a famosa valsa o hino nacional da Áustria.


A priori, a escolha das composições a serem executadas como bis após um concerto cabe ao maestro da orquestra. Porém, no tradicional Concerto de Ano Novo da Filarmónica de Viena, o regente não tem escapatória. Após o encerramento da parte oficial do programa, o público sabe de antemão o que vai ouvir. Aos aplausos incessantes e pedidos de bis, seguem-se os primeiros violinos num acorde de lá maior, em tremolo, agudo e pianíssimo. E quando as trompas começam a soar, a plateia aplaude de novo, entusiasticamente. Todos os anos, repetem-se duas obras clássicas, uma delas é a valsa Danúbio Azul, de Johann Strauss filho. A segunda, a Marcha Radetzky, de Johann Strauss pai.


Danúbio Azul é uma peça para orquestra, que acabou mais identificada com a Áustria do que o próprio hino nacional do país. Originalmente, a obra tem o nome An der schönen blauen Donau (No Belo Danúbio Azul), mas, em alemão, ela é habitualmente chamada Donauwalzere, em português, Danúbio Azul.


A valsa estreou num baile de Carnaval, a 15 de Fevereiro de 1867, no salão da piscina pública Dianabad de Viena. Por acaso, a obra não foi regida pelo seu compositor, Johann Strauss, na sua primeira execução pública. Na mesma noite, o vienense tinha uma apresentação marcada na corte imperial. Um compromisso que não poderia ser trocado por um baile de Carnaval.


A honra de apresentar Danúbio Azul num palco pela primeira vez coube a Rudolf Weinwurm, da Associação Masculina de Canto Coral de Viena. Afinal, fora a associação que havia encomendado a valsa de concerto e tivera de esperar o fim da guerra entre a Prússia e Áustria, provocada pelo então primeiro-ministro prussiano, Otto von Bismarck. Patriota, Strauss alegava falta de condições de compor algo alegre durante o conflito. Somente quando a paz foi assinada em 3 de Outubro de 1866, o vienense dedicou-se ao trabalho.


Assim, Danúbio Azul ficou pronta com mais de seis meses de atraso. Com a Áustria ocupada pelos prussianos, foi o próprio Bismarck quem definiu a data de apresentação da nova composição de Strauss, que possivelmente se sentiu desconfortável ao saber que sua estreia foi executada pela banda do regimento alemão de infantaria 42, Jorge V, rei de Hannover, que estava estacionada em Viena.


Naquela noite, a música de Strauss foi acompanhada de um texto cantado, de autoria de Josef Weyl, um dos membros do coral. Tida como medíocre, a letra acabou por ser mais tarde abandonada, de modo a que a valsa se consagrou pela sua composição musical.


Há quem confunda a autoria de Danúbio Azul, devido ao facto de pai e filho terem o mesmo nome e ambos terem sido compositores de valsas. Mas, embora Johann Strauss pai tenha composto muitos clássicos, como a Marcha Radetzky, foi o seu filho que se consagrou como o rei da valsa.


E, apesar da popularidade de Danúbio Azul, muitos músicos apontam outras composições como as melhores de Strauss: Rosas do Sul (Rosen aus dem Süden), Vozes da Primavera (Frühlingsstimmen) e Vida de Artista (Künstlerleben), entre outras.


Isto não quer dizer, porém, que Danúbio Azul não tenha admiradores entre os mestres da música erudita. Richard Wagner, por exemplo, não escondia seu encanto pelo primor da introdução da valsa, e Johannes Brahms teria anotado certa vez num guardanapo um comentário sobre a obra-prima de Strauss: "Infelizmente não é minha."

Fontes: DW
wikipedia(imagens)

File:Donauwalzer.jpg


 File:Johann Strauss 1898.jpg
Johann Strauss (filho)


VÍDEO


15
Fev18

15 de Fevereiro de 1564: Nasce em Pisa, Galileu Galilei

António Garrochinho


A vida e a obra de Galileu constituem elementos de importância central para a compreensão da revolução científica que mudou o pensamento ocidental no período pós-Reforma. 

Galileu nasce em Pisa, em 15 de Fevereiro de 1564, como o mais velho de sete irmãos. O seu pai, músico e comerciante de lã, queria que o filho estudasse medicina, mas o menino diz ao pai que pretendia ser monge. Aos 11 anos, Galileu é enviado para um mosteiro jesuíta. Depois, no entanto, volta atrás e, aos 17, ingressa na Universidade de Pisa para estudar medicina. 

Aos 20, dentro de uma catedral, Galileu nota que o archote que descia do tecto por uma longa corrente balançava sem parar. Curioso para saber quanto tempo o archote levava para ir e vir, ele usa o próprio pulso para medir o tempo. Ali, descobre algo de que ninguém se havia dado conta: o período de cada balanço era exactamente o mesmo. A lei do pêndulo, que seria usada para regular relógios, faz Galileu tornar-se imediatamente famoso. 

Com excepção da matemática, Galileu aborrecia-se com o currículo da universidade. O pai, longe de se mostrar encantado com o progresso do filho, uma vez que os rendimentos de um matemático eram aproximadamente os mesmos de um músico, insiste que ele complete os estudos de medicina. Pouco adianta, pois Galileu abandona a Universidade de Pisa sem se formar. 

Para garantir o sustento, passa a dar aulas particulares. A sua grande ambição, porém, era ser professor de matemática numa grande universidade. Mas, embora Galileu se mostrasse simplesmente brilhante na disciplina, ofendia muita gente da área, que acabava por escolher outros candidatos.

Ironicamente, é uma conferência sobre literatura que muda o destino de Galileu. A Academia de Florença debatia sobre uma controvérsia que já durava 100 anos: “onde se localizava e qual eram a forma e as dimensões do Inferno de Dante”. Galileu queria enfrentar seriamente a questão, mas do ponto de vista de um cientista. Extrapolando o texto de Dante, no trecho em que afirma que “a face do gigante Nimrod era tão comprida e tão ampla quanto a cúpula da basílica de São Pedro, em Roma”, Galileu deduz que o próprio Lúcifer tinha o braço 2 mil vezes mais comprido que o braço normal. A plateia fica impressionada e demora pouco para Galileu ser indicado para a mesma Universidade de Pisa de onde saíra sem diploma. 


Na época, travava-se um debate sobre uma das leis de Aristóteles sobre a natureza: objectos mais pesados caíam com maior rapidez que objectos mais leves. As teses de Aristóteles eram tomadas como dogmas. Diz a lenda que Galileu decidiu comprová-la. Precisava lançar os objectos de uma grande altura. Uma construção perfeita para esse fim estava à mão – a Torre de Pisa, de 54 metros de altura. Galileu sobe até o topo carregando uma variedade de pedras de diversos tamanhos e pesos. Solta-as aos pares, bem diferenciadas, e todas elas chegam ao solo ao mesmo tempo. A demonstração é testemunhada por uma multidão de estudantes e professores. Aristóteles estava errado. 


Apesar de Galileu ser um cristão fervoroso tinha um temperamento conflituoso e viveu numa época atribulada, em que a Igreja Católica endurecia a vigilância sobre a doutrina para enfrentar as derrotas sofridas na Reforma Protestante. O seu conflito pessoal com a autoridade religiosa tornou dramática a extensão e a profundidade da mudança de abordagem da natureza. 


O Papa Urbano VIII percebe a aceitação generalizada do modelo heliocêntrico e convoca Galileu a Roma para ser julgado. Após um julgamento longo e atribulado, o cientista é condenado à prisão por tempo indefinido e a rejeitar publicamente as suas ideias. Os livros de Galileu são incluídos no Index, censurados e proibidos, mas foram publicados nos Países Baixos, onde o protestantismo prevalecia, livre da censura do Santo Ofício. Galileu havia escolhido justamente a Holanda para executar a experiência com o telescópio que construíra. Conta-se que, ao sair do tribunal, teria dito a frase célebre: "Eppure se muove!" (No entanto, ela move-se), referindo-se à Terra. Galileu consegue comutar a pena de prisão para confinamento, primeiro no palácio do embaixador da Toscana em Roma, depois na casa do arcebispo Piccolomini em Siena e, mais tarde, na sua própria casa de campo, em Arcetri, na Itália, onde morre. 


Hoje, o nome de Galileu Galileu está indissoluvelmente associado a uma profunda mudança no equilíbrio entre a filosofia especulativa, a matemática e a evidência experimental no estudo dos fenómenos naturais, no início do século XVII. O período coberto pelas suas publicações científicas começa com o anúncio das suas primeiras descobertas astronómicas com o telescópio, em 1610, e encerra-se com a primeira tentativa sistemática de estender o tratamento matemático da física, indo da estática para a cinemática e para a resistência de materiais, em 1638. 


Em 12 de Setembro de 1982, o papa João Paulo II, ao visitar a Universidade de Pádua, revogou as acusações de heresia da Santa Inquisição e reabilitou postumamente Galileu Galilei. 

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Ficheiro:Justus Sustermans - Portrait of Galileo Galilei, 1636.jpg
Galileu Galilei por Justus Sustermans
Galileu mostra ao Doge de Venezao uso do telescópio - Giuseppe Bertini
Galileu frente ao tribunal da inquisição romana, pintura de Cristiano Banti
15
Fev18

EUA "Tiroteios em escolas tornaram-se parte do quotidiano"

António Garrochinho


De acordo com a organização de controlo de armas EVERYTOWN FOR GUN SAFETY, só este ano tiveram lugar 18 incidentes deste tipo.

 "Tiroteios em escolas tornaram-se parte do quotidiano"
PARTILHE ESTA NOTÍCIA

Estudantes de braços no ar escoltados para fora de uma escola. Os nomes de Columbine e Sandy Hook vêm à memória. Agora, a tragédia chama-se Parkland.

"É assustador ver o quão normal se tornou" 

Missy Jenkins Smith
Conselheira escolar
De acordo com a organização de controlo de armas EVERYTOWN FOR GUN SAFETY, só este ano tiveram lugar 18 incidentes deste tipo nos Estados Unidos.

Missy Jenkins foi atingida por disparos durante um tiroteio numa escola do Kentucky em 1997. Hoje ela é conselheira numa escola.

"Eu e os estudantes com quem trabalho chegámos a um ponto em que os tiroteios em escolas se tornaram algo normal - e isso não era assim... é assustador ver o quão normal se tornou" afirma Missy Jenkins Smith.

Ava Olsen, de oito anos de idade, refere-se ao dia 28 de setembro de 2016 como "o dia mau". Foi nesse dia que perdeu o seu melhor amigo Jacob.

Foi por isso que escreveu uma carta ao presidente.

"Eu vi e ouvi tudo o que se passou e fiquei muito assustada. Eu amava-o e um dia íamos casar. Odeio armas, arruinaram a minha vida e mataram o meu melhor amigo. Não quero que isso aconteça de novo", afirma.

Em dezembro, ela recebeu uma resposta do presidente Trump.

"Obrigado pela sua carta. É preciso coragem para partilhar esta história comigo".


Uma história que infelizmente se tornou em algo muito familiar... é apenas mais um "dia mau".


VÍDEO


pt.euronews.com
15
Fev18

Os dois sentidos de uma âncora

António Garrochinho





A divulgação pelo INE dos dados mais recentes sobre o crescimento económico está a suscitar uma onda de desvalorização.

Ouvindo a mais recente crónica na Antena 1 de Helena Garrido, que condiz com outras já aventadas (nomeadamente no Parlamento), percebe-se que as críticas assentam em duas ideias: 1) nada disto se deve ao Governo e era inevitável, porque a seguir a qualquer crise, tudo desabrocha em força, como que por "milagre"; 2) mas mesmo que fosse, o que está a acontecer não é sustentável, porque assenta em actividades pouco produtivas (como os do turismo).

Ora, esta linha de crítica - até bem real - tem apenas por alvo o Governo e como tal é uma contradição que falha o objectivo. Se o Governo não é o responsável, por que não criticar quem o seja (a UE)? Se o emprego não é bom (que não é) porque não propor formas de o tornar melhor, e - já agora - como fazê-lo, se os contrangimentos são europeus? Mas esse passo no racionínio nunca é dado. Seja por incapacidade ou falta de vontade. E porque o alvo é, estranhamente... o Governo apoiado pela esquerda.


Na verdade, se olharmos para uma série longa da evolução do PIB (acima), verifica-se que, à medida que se vai aprofundando a articulação e entrosamento dos instrumentos de política económica de Portugal nas agendas comunitárias, o nosso ritmo de progressão e crescimento tende a abrandar e a pulsar ao ritmo do coração europeu.

Olhe-se para a sintonia nos mais diversos aspectos da actividade económica, patente nos dados do INE sobre a confiança económica, e ver-se-á que apenas podemos estar bem dispostos se os europeus estiverem bem dispostos. E no entanto, estar sintonizados nesta fase é o mesmo que perpetuar o atraso ou um pouco menos de atraso.   





Podemos desagravar uma política imposta de fora, mas será uma política imposta de fora. E ainda por cima - como mostrou Varoufakis durante a crise grega - sem que essa política seja discutida, sem que se debata alguma coisa de profundo ou mesmo de económico. 

E isso diz muito sobre os fracassos e os sucessos sentidos nos últimos anos. Mas muito mais sobre a capacidade de um desenvolvimento de longo prazo soberano, independente e tendo como preocupação o bem-estar de todos.

Uma âncora segura um barco numa tempestade, mas também o impede de navegar quando é preciso.  



ladroesdebicicletas.blogspot.pt
15
Fev18

NOVEMBER WITHOUT WATER - Ana Paula Tavares

António Garrochinho


NOVEMBER WITHOUT WATER

Olha-me p´ra estas crianças de vidro
cheias de água até às lágrimas
enchendo a cidade de estilhaços
procurando a vida
nos caixotes de lixo.

Olha-me estas crianças
transporte
animais de cargas sobre os dias
percorrendo a cidade até os bordos
carregam a morte sobre os ombros
despejam-se sobre o espaço
enchendo a cidade de estilhaços.




voarforadaasa.blogspot.pt
15
Fev18

Produção de citrinos no Algarve continua a atrair novos investimentos

António Garrochinho


Há 17 mil hectares de citrinos plantados e em produção no Algarve, mais 6 mil que há nove anos. Os dados foram revelados ao Sul Informação por Fernando Severino, diretor regional de Agricultura e Pescas do Algarve, que salienta o «grande interesse» que o setor citrícola continua a ter na região.
Mas estes citrinos já não são só as laranjas e tangerinas que se começaram a plantar em força nos anos 50 dos século passado, quando foi construída a Barragem do Arade, em Silves. Agora há a aposta em novas variedades, ao gosto do consumidor mais requintado. «Também se tem verificado uma certa procura por limão, com novas áreas a serem plantadas», acrescentou Fernando Severino.
Com uma produção anual de «250 a 300 mil toneladas» e concentrando «70% dos citrinos nacionais», o Algarve continua a ser a verdadeira capital da laranja em Portugal. Mas, a nível regional, quem reclamou e registou esse título foi Silves, que tem uma produção anual estimada de «5500 a 6000 hectares de citrinos», sendo, por isso, «um dos dois principais concelhos algarvios produtores, a par de Tavira».
Precisamente para celebrar essa sua capitalidade, Silves organiza, a partir de sexta-feira, dia 16, e até domingo, dia 18, a 2ª Mostra Silves Capital da Laranja.
Este ano, a principal novidade será a apresentação da «Rota da Laranja», marcada para sexta-feira, às 10h30. A Câmara Municipal, que promove o certame, pretende que esta rota seja «um importante e estrutural produto turístico, resistente à típica sazonalidade da procura turística que a região conhece, dando a conhecer e contribuindo para a dinamização de um produto identitário e de excelência do concelho».
No fundo, será uma rota por diversos produtores de citrinos ou de produtos à base de citrinos (doçaria, licores, cerveja, gastronomia), que permitirá dar a conhecer aos visitantes a paisagem e a riqueza deste produto. Haverá percursos diferentes consoante o meio de transporte dos visitantes (a pé, de bicicleta, de carro), que os levarão a descobrir não só os diversos aspetos das laranjas – desde a árvore à mesa -, mas também a conhecer os vários recantos do concelho de Silves.
Mas a Mostra em si contará com a presença de dezenas de expositores ligados à citricultura, vinhos, agricultura, produtos regionais, doçaria, artesanato e gastronomia, bem com algumas associações e entidades locais e regionais.
O destaque em mais uma edição desta mostra que promove a marca Silves Capital da Laranja vai para a realização de um ciclo de conferências, nas quais especialistas nacionais e internacionais debaterão temas centrais para a produção e produtores de citrinos.
Os cocktails também regressarão, com a realização do “Festival de Barmen Silves Capital da Laranja”. Além de barmen consagrados, o festival dará oportunidade aos jovens alunos do curso profissional do Agrupamento de Escolas Silves-Sul de mostrar o muito que têm aprendido.
Quanto ao cartaz de espetáculos, é forte e quase que só feito no feminino: estão previstas as atuações de Raquel Tavares (16), Amor Electro (17) e “Moçoilas” (18).
Rosa Palma, presidente da Câmara de Silves, disse ao Sul Informação que a Mostra se destina a «Promover um produto nosso, associando-o a Silves». É que, salientou a autarca, «muitas pessoas apenas associam o Algarve à praia e ao sol, mas nós somos também produtores de laranja ou de vinhos». E é preciso reforçar a promoção desses aspetos.
Serão, portanto, três dias para celebrar um setor que se mantém em força na região algarvia.


Apesar dos investimentos em outras culturas, como os frutos vermelhos e o abacate, parecerem estar mais na moda no Algarve, a verdade é que a citricultura continua a ser um setor forte e que atrai investidores. O diretor regional de Agricultura revela que «o volume de negócios gerado pelos citrinos do Algarve está estimado em 70 a 80 milhões de euros por ano», mantendo o setor com muita atratividade.
«Nos últimos anos, tem havido o arrancar de pomar velho, para plantar novo, com áreas maiores e com novas técnicas, o que permite aumentar as produções», explicou ainda.
Uma das razões para este renovado interesse num setor tradicional é sobretudo, segundo Fernando Severino, a maior facilidade atual de escoamento da laranja algarvia, que já é uma marca reconhecida, não só no resto do país, como nos mercados para onde é cada vez mais exportada.
«Há mais escoamento, mais exportação, mais organização comercial. Ainda não é tanta como gostaríamos a nível de organizações de produtores, mas já existe e bem estruturada mais a nível de privados. Neste momento, há uma certa concentração da produção e mais organização para exportação», disse aquele responsável.
Fernando Severino acrescentou que há produtores privados já com áreas muito extensas que exportam 80 a 90% da sua produção, garantindo bons preços. «Continua a haver muito interesse pela produção de citrinos no Algarve. E isto apesar de um pomar levar cinco, seis anos a começar a produzir e mais do que isso a atingir a plena produção».
Também a autarca silvense Rosa Palma destaca o investimento que tem sido feito, nestes últimos anos, na citricultura do seu concelho. «Hoje pode dizer-se que, devido às novas variedades, há produção de citrinos ao longo do ano todo. É um setor importante na economia e também no que diz respeito ao emprego». Por outro lado, reforça, «grande parte dos citrinos aqui produzidos são para exportação».
A presidente da Câmara só lamenta que não haja «mais apoios, mais bem pensados», para levar os jovens agricultores a investir no setor. «Trata-se de um investimento que só tem retorno passados uns dez anos e não há nada que apoie quem investe nesse período crítico».
Além do fruto fresco, os citrinos também já têm, há anos, uma fábrica de sumo de laranja no Algarve, a Lara, instalada em Silves. Inicialmente lançada por um empresário local, que nunca conseguiu levar o projeto a bom porto, depois comprada pelos espanhóis, a Lara foi há meia dúzia de anos adquirida por um grupo brasileiro, um dos maiores produtores de sumo de laranja do mundo.
Mas nem toda a laranja aí transformada é algarvia. «A Lara usa fruta algarvia, mas frequentemente se queixam de não chegar para as necessidades. Se o ano comercial for bom e a fruta tiver qualidade, há mais escoamento, nomeadamente para exportação, e há menos fruta a ir para a indústria e eles terão de recorrer à importação de outros mercados», nomeadamente de Marrocos, explicou o diretor regional de Agricultura.

www.sulinformacao.pt
15
Fev18

FARO - Concerto leva músicas de Morricone e Gonçalo Pescada ao Lethes

António Garrochinho


Morricone
O acordeão, bandoneon e acordina de Gonçalo Pescada junta-se ao piano de Yan Mukirtumov para um concerto de músicos do famoso maestro e compositor Ennio Morricone no próximo sábado, 17 de Fevereiro, a partir das 21h30, no Teatro Lethes, em Faro.
Será apresentado um vasto programa do famoso maestro e compositor Ennio Morricone, responsável pela composição e arranjo de mais de 500 bandas sonoras para numerosos filmes e programas de televisão.
O concerto é promovido pela Associação Música XXI.

Músicas que vão ser interpretadas:

– Tema do Filme “O Bom, O Mau e O Vilão”
– “Marcha em Lá” (filme: O Regresso do Espião)
– “Playing Love, Mozart Reencarnado” (filme: Lenda de 1900)
– Tema do filme “O Amor da Minha Vida”
– Tema da série televisiva “O Polvo”
– “Amapola” (filme: Era Uma Vez na América)
– “Farewell to Cheyenne” (filme: Aconteceu no Oeste)
– “Il vento, il grido, Chi Mai” (filme: O Profissional)
– Tema do filme “Lolita”
– “Oboé de Gabriel” (filme: A Missão)
– “Maturity, Nuovo Cinema Paradiso” (filme: Cinema Paradiso)
– “The Ecstasy of Gold” (filme: O Bom, O Mau e O Vilão)

VÍDEOS - MORRICONE


GONÇALO PESCADA


www.sulinformacao.pt
15
Fev18

NESTE DIA – Massacre do dia de São Valentim – por Carlos Loures

António Garrochinho



(1899 -1947)

Carlos Loures





Já não chegava o Natal, o Dia da Mãe, o Dia do Pai… Agora temos mais «tradições» que nos chegam, quase todas, do outro lado do Atlântico – algumas delas foram daqui, da Europa e são-nos agora devolvidas, já devidamente recicladas – um verdadeiro massacre comercial a que os americanos nos sujeitam. Lembro dois – o Dia das Bruxas e o Dia de São Valentim, dia dos namorados – hoje, 14 de Fevereiro.

Os americanos são hábeis a fabricar tradições. O Pai Natal foi criado em 1929, ano negro do Crash. A Coca-Cola lançou o Santa Claus para dar uma ajuda à grave quebra bolsista. Sempre me pareceu insensata a moda americana de sublinhar as sitcoms com gargalhadas ou ahs de desapontamento – então as pessoas não sabem quando se devem rir? Do mesmo modo, um dia dos namorados é uma ideia tonta, mas vejo muita gente que o não é a alinhar no atentado ao bom senso que é haver um dia dos namorados – como se todos os dias não o fossem. E a lenda de São Valentim até é uma história dramática – não a conto – Aliás, há mais do que uma versão.

A lenda chegou aos Estados Unidos com os emigrantes. Reciclada a história é-nos agora devolvida sob a designação de “Valentine’s Day” para gáudio de comerciantes e dos que ainda não  sabem que o dia dos namorados é quando uma, de preferência duas pessoas, querem.

Mas não é  desta «tradição» americana, que se veio juntar ao massacre do marketing, que me quero hoje ocupar. É de uma outra tradição americana também levada pelos emigrantes – o gangsterismo que, nos anos 30 do século XX se apresentava em todo o seu esplendor. É outro massacre que vou recordar. Queria lembrar o dia 14 de Fevereiro de 1929 (sempre o ano do Crash) – nos Estados Unidos estava-se em plena Lei Seca e o negócio da venda clandestina de bebidas alcoólicas, dominado pelas redes mafiosas, ia de vento em popa.  Nesse dia, junto ao muro de uma garagem de Chicago, apareceram sete corpos com vários tiros presumivelmente de metralhadora ligeira Thompson, aquelas de carregador em forma tambor. Seis dos corpos foram identificados como pertencentes a membros da quadrilha de “Bugs” Moran. Outro pertencia a Reinhardt H. Schwimmer, que se provou não pertencer à quadrilha. Um dos primeiros, Frank Gusenberg, foi encontrado ainda com vida. Recusou-se a dizer a quem se devia aquele massacre: “Ninguém me baleou”, disse pouco antes de expirar – tinha catorze balas no corpo.

A cilada em que os homens de Moran caíram foi, como toda a gente logo percebeu, organizada pelo gang de Al Capone, um ítalo-americano. Nunca se conheceu o verdadeiro motivo para o crime, presumindo-se, no entanto, que terá sido uma retaliação por uma tentativa mal sucedida para assassinar Jack McGurn, um dos lugar-tenentes de Capone. Segundo se diz, teria sido ele a comandar a armadilha que foi realizada com requintes – alguns dos bandidos de Capone estavam com fardas de agentes da polícia. Aliás, a Polícia de Chicago chegou a ser apontada como autora do massacre. Outro motivo, provavelmente o principal, seria a concorrência que o gang de Bugs Moran fazia ao de Al Capone no contrabando de bebidas na área de Chicago.

Este incidente, conhecido como «O massacre do dia de São Valentim» mudou o equilíbrio de forças na área de Chicago. O bando de Moran entrou em declínio. Capone prosperou, gozando de estranhas cumplicidades, inclusive dentro do aparelho policial, conseguiu ir escapando às acusações que lhe iam fazendo por numerosos crimes que o seu bando cometia. Controlava informadores, pontos de apostas, casas de jogos, bordéis e redes de prostituição, bancas de apostas em corridas de cavalos, clubes nocturnos, destilarias clandestinas e cervejarias. Chegou a facturar 100 milhões de dólares norte-americanos por ano, durante a “Lei seca”. Lei que para ele foi uma bênção.

Em 1929 (ainda e sempre este ano a perseguir-nos) sucedeu uma coisa que à época só podia acontecer nos Estados Unidos –  Alphonsus Gabriel Capone, um criminoso sem escrúpulos, frio e violento, pelo seu êxito dos negócios,  foi nomeado o homem mais importante do ano, juntamente com personalidades da estatura moral e intelectual de  Albert Einstein e de Mahatma Gandhi. Em 1931, quando estava no auge do seu reinado, um pormenor insignificante perdeu-o: foi condenado por evasão fiscal e esteve preso durante onze anos.


aviagemdosargonautas.net
15
Fev18

Sobre la Fábula del “Capitalismo Bueno”

António Garrochinho

Es urgente salir de este sistema en el que un puñado capitaliza sobre la sangre, sudor y lágrimas de las mayorías. No hay ningún “capitalismo bueno”: lo que existe es un sistema de explotación, y las “variaciones” sintomáticas que percibimos, son solamente en función de la etapa de este cáncer social
Cada día se incrementa la pobreza a nivel mundial, a la par que las grandes fortunas crecen de manera exponencial los capitalistas degradan cada vez más el planeta, y esclavizan y cosifican a más seres vivos. Excluyen a millones de seres humanos de una vida sana y digna. Exterminan especies y ecosistemas.
Millones de seres humanos,  empobrecidos por el saqueo que perpetran las multinacionales que capitalizan sobre la destrucción de montañas y ríos, terminan apiñándose en los cinturones de miseria de las grandes ciudades.
Se intensifica el éxodo de seres humanos, desde los países más brutalmente saqueados, hacia la Metrópoli del Capitalismo. Pero los países enriquecidos a costa de empobrecer a otros, cínicamente quieren a las riquezas, pero a las personas no. Crecen los muros y las alambradas a la par que disminuye el análisis y la empatía. La arena de las playas se blanquea de la osamenta de miles de naufragados en su intento por huir de la caldera capitalista en que los hombres-caja-fuerte han convertido a sus países, a punta de saqueo y guerras imperialistas.
La patronal de los países de la Metrópoli capitalista, que también intensifica la explotación contra las y los trabajadores de la Metrópolis, y que precariza sus condiciones de vida, necesita un “Chivo Expiatorio” para echarle la culpa que ella no quiere cargar: usa sus medios de comunicación para alienar a las mayorías, aduciendo que la precarización de sus condiciones de vida se debe a: “los inmigrantes”. Se intensifica en los medios de alienación masiva la promoción del racismo y del fascismo, incrementando así la división de la clase trabajadora, y multiplicando los niveles de violencia racista.
La violencia contra las mujeres es también intensamente promovida por los medios de alienación masiva, dado que el machismo es una parte fundamental de la superestructura capitalista: galopan las ganancias de unos pocos sobre la monstruosidad del Feminicidio.
La cosificación del ser humano es promovida a saciedad. Y todo valor de “solidaridad” es reemplazado por valores consumistas. La noción de “justicia social” busca ser borrada, y suplantada por la perversa “Caridad”, cuando no lo es por el “hedonismo Zen”, o ya directamente por el “hedonismo VIP”, todavía más egocentrado y triste.
Mientras los medios de alienación capitalista adocenan a la gente con su promovido “no cambies el mundo, cámbiate a ti mismo” (como si no se pudiera intentar hacer las dos cosas a la vez); los capitalistas continúan depredando. Implementan con mayor intensidad la Obsolescencia Programada (envejecimiento prematuro y programado de las cosas),  convirtiendo este planeta en un basural. Envenenan la tierra y los alimentos de manera cancerígena, asesinan por hambreamiento a un niño cada 5 segundos, en un mundo en el que la agricultura actual alcanzaría para alimentar a 12 mil millones de personas…
Los capitalistas se aprovechan de la precarización de las condiciones de vida (que ellos mismos precarizan) para ampliar su cantera de esclavizables: crece la esclavitud moderna, la prostitución, el tráfico de niños.
Es urgente salir de este sistema en el que un puñado capitaliza sobre la sangre, sudor y lágrimas de las mayorías.
Ante la inevitabilidad de la constatación (por parte importante de la población mundial) del incremento de la explotación, de la miseria, y del saqueo de la naturaleza, los grandes capitalistas arremeten con sus tanques de pensamiento: se trata de colonizar nuestras mentes y manejar la percepción de la realidad.
Estos tanques de pensamiento intentan plantear el problema bajo luces deformantes, y para “ganar tiempo” se inventaron esta falsa dicotomía entre “capitalismo salvaje” versus un supuesto “capitalismo con rostro humano”.
El Capitalismo es salvaje por naturaleza, puesto que se basa en la explotación: no hay un “capitalismo menos salvaje” dado que la violencia y aceleración de la misma es intrínseca a la aceleración de acumulación capitalista.
Se agigantan las grandes fortunas sobre cadáveres.
En la etapa actual del Capitalismo, los antaño “Estados de Bienestar” en Europa, son desmantelados. Pues tras la caída de la URSS, ya los capitalistas no se necesitan molestar en enmascarar parte de sus crímenes, fingiendo que el Capitalismo preserva “bienestar”, al menos para los del autoproclamado “primer mundo”.
Recordemos que el primer país en tener una seguridad social fue la URSS, porque las y los trabajadores soviéticos la instauraron a poco de tomar el poder (primer país en tener una sanidad universal y gratuita, una educación universal y gratuita, derecho a voto de las mujeres, vivienda como un derecho concreto y tangible, etc). Al existir estos derechos en la vecina URSS, los capitalistas europeos entendieron que era necesario, para frenar el descontento social en los países capitalistas, permitir unos mínimos en cuanto a seguridad social. Así, la lucha de las y los trabajadores, combinada con la existencia de la URSS, permitió conseguir algunos derechos… Los mismos que hoy están desapareciendo.
Hoy los acumuladores de capital y devoradores de nuestras horas de vida, se dan un festín de explotación; no tienen ya que guardar ninguna “compostura”: ya lograron acabar con la URSS, ya pasaron los años necesarios para privatizarlo todo y adocenar a saciedad, ya sus medios de alienación masiva han inyectado un odio tenaz contra el comunismo. Ya los explotados pueden devorarse entre ellos, empapados de racismo, machismo y odio contra los revolucionarios: los explotadores han trabajado los parámetros de la sumisión al milímetro.
Pero todavía estamos vivos, y solo la lucha nos hará libres.
Cada día se acelera más la acumulación capitalista, y con ella la exclusión, la explotación, el saqueo, la represión, el Terrorismo de Estado, las guerras imperialistas, el fascismo, racismo, machismo, y todas las formas de violencia.
Por lo tanto es urgente luchar contra el Capitalismo, y no creer que, tal vez, sería posible “un capitalismo menos malo”. Eso sería como pretender que debemos pugnar por un supuesto “machismo menos malo”… Cuando lo que existe es un sistema de explotación, y las “variaciones” sintomáticas que percibimos, son solamente en función de la etapa de este cáncer social.


www.resumenlatinoamericano.org
15
Fev18

O CAA ( Cromo Abreu Amorim) CANSOU-SE!

António Garrochinho


amorim2

Na caderneta de cromos do PPD/PSD faltava este exemplar. De ombros largos e casaco ainda mais. Cabelo lambidinho, óculos a condizer e lábios finos que fazem soar as consoantes no final das frases: chama-se ele Carlos Abreu Amorim e cansou-se de tanta inglória “luta”. De uma “luta” contra nada!
O Carlos cansou-se do Abreu e ambos do Amorim. Por Carlos ninguém o conhece, por Abreu (cruzes canhoto) ainda menos e por Amorim tão pouco. Ele só existe na dimensão de um CAA. E cansou-se da vida que tem levado, a de pregador no deserto!
Ele sofre do síndrome da indissolubilidade do nome. Assim por inteiro até pode dizer algo a algumas pessoas mas, mesmo com a ajuda descritiva que acima dei, a maioria ainda se pergunta: Mas quem é?
É mais um desiludido da vida, um agastado com o ressurgir das forças progressistas e um amargurado com o sucesso da Geringonça.
Um ser para quem o crescimento económico é uma grande “chatice” e nunca poderia ser protagonizado por um governo de esquerda. Um cromo para quem a Geringonça é tão enfadante, que o faz perguntar-se: como é que é possível que na época das tecnologias sem limite, dos carros sem condutor, que até estacionam sozinhos e que qualquer dia até voam, como pode uma Geringonça assim funcionar? Ainda por cima com motores anacrónicos, como o PCP? Quem aguenta? Cansei-me, disse ele!
Apostou as fichas todas no cavalo do Lopes e diz agora que não se revê na estratégia do Rio. Mas qual estratégia, alguém sabe? Cansado, diz-se ele, mas eu acho que é de estar há tantos anos sentado naquela cadeira dura no Parlamento, sem cargo para ocupar, nem sequer o de presidente da bancada e sem nada para dizer…
E ocorreu-lhe então a sacramental e usual existencial pergunta: Que faço eu aqui? Coisa que nunca lhe havia ocorrido na vida, nem quando largou o colo do CDS para se lançar nos braços do PPD/PSD, à semelhança do seu arqui amigo Rangel. Nem quando trocou Gaia por Viana e Viana por Lisboa, preparando o regresso ao Porto porque lá por Lisboa, que tem o seu rio poluído, mora agora um Rio do Porto!
E se esse enorme líder, o Passos Coelho, um líder só comparável a Salazar, que colocou a populaça em “su” sítio e a pôs a pão e água, se cansou, porque não poderei eu cansar-me também, raciocinou filosoficamente ele? Se ao menos ainda houvesse crise e uma austeridade para defender…E lembrou-se do seu amigo Marcantónio que também se cansou, do Montenegro que também desertou, foi tratar melhor da vida e até disse “até um dia”, do Rangel que esse tem para aí uns seis empregos…e perguntou-se: quem raio sobra?
E depois, quem apoiar? De quem dizer mal? Do Rio? Esse nem lhe passa cartucho! Do Huguinho? Mas esse coitado… Disse que não acreditava na estratégia do Rio mas, se ao menos a conhecesse, poderia puxar da sua verve e fazer uma mocão ao congresso de ficar na memória, assim como a do Meneses que saiu de lá a chorar. Mas o Lopes diz que vai andar por aí sem sair de Lisboa…Que fazer, como dizia Lenine?
Mas, pensa também ele, para quê ir ao congresso? Se ainda lá aparecesse o Marcelo. Se ainda lá fosse o João Jardim. Ah e se lá fosse o Lopes…sem eles, que raio de congresso será esse?
Estou cansado, diz ele resignado. Vou é descansar. Vou descansar na Faculdade, uma meia dúzia de aulas por mês na oficial, mais meia dúzia numa pararela, um saltinho pelo escritório, um bla-bla numa televisão qualquer, isso é que é vida. Agora, estar sentado naquelas cadeiras duras do Parlamento, sujeito a ouvir as diatribes da Catarina, a aturar a boa educação do Jerónimo e a levar com o Costa de quinze em quinze dias? Cansei-me e pronto.
Se ao menos aparecesse mais um BES para eu poder estar assim numa comissão de inquérito a sério a mostrar toda a minha sabedoria e a minha peculiar maneira de falar…lamentou-se ele. Se ao menos houvesse um Centeno dos primeiros tempos a quem a gente chamava de tudo. Mas o meu país não quer…
No que ele (o País) se tornou, desabafa. Mas o bichinho não o larga, aquele que o faz palrear e, por isso, ele anda a matutar naquela ideia do Lopes ( o Lopes é muito para a frente em ideias), aquela de formar um Movimento, uma boa altura para voltar à extrema direita, onde com muito orgulho cresceu, acrescenta. Sim, extrema direita diz ele porque o resto está tudo ocupado e se ela existe e fecunda por essa Europa fora, porque não aqui também?
O ar por aqui está irrespirável para um “democrata” como eu, assegura ele. E um tipo com o seu passado não se pode sujeitar a estar eternamente num partido que se chama Social Democrata. Razão tem o Lopes em lhe chamar PPD: Partido Popular (tem) Dias!
Como o nosso inestimável e inefável CROMO “CAA”!

aesquerdadozero.wordpress.com
15
Fev18

Faro recebe protesto de motociclistas

António Garrochinho


Faro recebe protesto de motociclistas

Uma manifestação que decorre em vários pontos do país.
 
No próximo domingo, dia 18 de fevereiro, às 15 horas, milhares de motociclistas vão juntar-se em Lisboa (Praça do Rossio), Porto (Av. dos Aliados), Coimbra (Praça da República), Faro (Largo de S. Francisco), Funchal (Av. Sá Carneiro) e Ponta Delgada (Portas da Cidade), em manifestação que visa a defesa dos direitos e interesses dos motociclistas.
 
A responsabilidade da organização é do Grupo de Acção Motociclista que, durante a manifestação em Lisboa, irá entregar ao Ministro da Administração Interna e a todos os grupos parlamentares da Assembleia da República, um manifesto.
 
Documento onde são apresentadas as razões de um protesto contra medidas avançadas pelo Governo que apenas "visam beneficiar o negócio das inspeções e das escolas de condução, à custa dos motociclistas e sem quaisquer benefícios em termos de segurança rodoviária".
 
O protesto justifica-se, segundo a organização, pela "manipulação sistemática dos indicadores de sinistralidade em prol de lobbies económicos, tendo sido anunciadas medidas pelo Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que apenas se centram em interesses económicos e na caça à multa".
 
O manifesto defende também que o trabalho de fiscalização é um dever da policia, mas o que se pretende é "transformar um dever da polícia num negócio de privados".
 
Os motociclistas querem ainda que a existirem inspeções, estas lhes garantam uma mais-valia e que, a provar-se o contrário, os centros de inspeção sejam responsabilizados. O que não se prevê face ao panorama das “inspeções periódicas obrigatórias” em vigor.


 www.algarveprimeiro.com
15
Fev18

O "SONHO AMERICANO, NO PAÍS DA DEMOCRACIA NO MESMO DIA DUAS CENAS DE TIROTEIO, DE MANHÃ EM MARYLAND COM VÁRIOS FERIDOS E NA FLORIDA AO CAIR DA NOITE 17 MORTOS. - VIVA A TERRA DOS YANKEES !

António Garrochinho

No liceu Marjory Stoneman Douglas, um antigo aluno de 19 anos disparou sobre várias pessoas. Este é o 18.º tiroteio de 2018 em meio escolar nos Estados Unidos
Segundo o mais recente balanço das autoridades norte-americanas, pelo menos 17 pessoas morreram na quarta-feira num tiroteio no liceu Marjory Stoneman Douglas, em Parkman, na Florida.

"Lamento informar que 17 pessoas perderam a vida", disse o xerife Scott Israel, citado pela CNN.

O suspeito de ser o autor do tiroteio "é Nikolaus Cruz", um antigo aluno de 19 anos, detido pelas autoridades já fora do perímetro escolar, disse o xerife do condado de Broward.

Nikolaus foi anteriormente expulso da escola e tinha em sua posse, pelo menos, uma espingarda semiautomática.

A maioria das vítimas mortais estava no interior da escola. Contudo, foram também encontradas vítimas mortais no exterior do edifício.

O presidente norte-americano enviou as suas condolências aos familiares das vítimas através do Twitter. "As minhas orações e condolências para as famílias das vítimas do terrível tiroteio na Florida. Nenhuma criança, professor ou qualquer outra pessoa se deve sentir inseguro nunca escola americana", escreveu Donald Trump. 











Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

António Garrochinho

Links

  •