O INE afirma o seguinte: “Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) registou um aumento de 2,7% em volume, uma taxa superior em 1,1 pontos percentuais (p.p.) à verificada no ano anterior, tendo atingido, em termos nominais, 193 mil milhões de euros. O contributo da procura interna para a variação do PIB aumentou para 2,9 p.p. (1,6 p.p. em 2016), devido sobretudo à aceleração do Investimento. A procura externa líquida registou um contributo negativo de 0,2 p.p. (contributo nulo em 2016), observando-se uma aceleração das Exportações ligeiramente menos intensa que a das Importações de Bens e Serviços.”
Segundo Margarida Peixoto, num artigo de opinião no Negócios disfarçado de notícia, “o Governo de esquerda põe PIB a crescer ‘à la direita’”: “o modelo de crescimento que se verificou foi o defendido pelos economistas mais ortodoxos, geralmente mais próximos dos partidos de direita: um crescimento em que a procura aparece como consequência e não como causa do crescimento da actividade económica”.
Segundo o INE, a causa do crescimento está mesmo na procura interna – metade do crescimento deve-se à evolução do consumo privado e a outra metade à evolução do investimento. O que deve ser sublinhado é que a aceleração do investimento está a ocorrer num quadro em que o único saldo com que nos devemos verdadeiramente preocupar - o externo - não entra em terreno negativo. E isto porque a procura externa praticamente compensou o efeito nas importações do crescimento da procura interna.
O crescimento do investimento deve-se certamente à melhoria das expectativas de vendas, dado que, segundo os inquéritos do INE aos empresários, foi o pessimismo fundado sobre estas que o travou durante tanto tempo. Para esta alteração não há-de ter sido indiferente a política de recuperação de rendimentos, como aliás Peixoto reconhece, acrescentando a chamada fada da confiança, que estaria associada ao “controlo das contas públicas” (o défice é uma variável, na realidade, fundamentalmente endógena, ou seja, dependente do andamento da economia). Não percebo o que é que tudo isto tem a ver com os partidos da direita ou com os seus eventuais modelos.
De qualquer forma, e depois de tantos anos de quebra, algum dia o investimento privado tinha de recomeçar a recuperar, mesmo que sem grande ajuda do investimento público. A questão central é sempre a do tempo. Mas também é por isso que não devemos embandeirar em arco. Como lembra Sérgio Anibal no Público, numa notícia bem mais objectiva, a base de que parte a recuperação indispensável do investimento é “precupantemente baixa”, dado que “o nível de investimento, em termos reais está 30% abaixo do registado em 2001”. Isto para não falar da regressão estrutural que entretanto ocorreu, graças às políticas da troika no quadro do euro, e da dívida externa acumulada. Tudo isto continua a ser frágil, até porque os instrumentos nacionais de política económica são escassos e as novas formas dependência externa estão aí, a começar no maior controlo estrangeiro da banca.
02
Mar18
USA - ATÉ NAS IGREJAS FAZEM O CULTO DAS ARMAS
António Garrochinho
Ironicamente, na Igreja da Unificação e da Paz Mundial da Pensilvânia, se respira de tudo, menos paz. Em seu último ato, os fieis chegaram trajados de branco, cantaram hinos, comungaram e rezaram por um mundo melhor. Tudo mais ou menos normal se não fosse pelos rifles AR-15 que todos carregam. Em realidade, as mulheres usavam vestidos de noiva brancos e os homens vestiam trajes escuros enquanto sustentavam suas armas . |
Muitos usavam coroas, algumas feitas de balas, enquanto os funcionários da igreja vestiam roupas brancas e rosadas.


Depois asseguradas com abraçadeiras de plástico, como vemos em algumas fotos.

A celebração provocou o fechamento de uma escola próxima cancelando as aulas.

O colégio alegou que a área era perigosa e, depois do antecedente do massacre da Flórida, decidiu que nesse dia era melhor dar uma folga ao seus alunos.

De fato, em frente às portas da igreja tinha um muro de policiais que detinham a passagem de manifestantes contra a congregação.

Uma igreja que, contrário ao que possa ser pensado, tem seguidores em todo mundo.

Ali as pessoas acham que o rifle de assalto AR-15 simboliza a "vara de ferro" no livro do Apocalipse, alentando os casais a trazer suas armas.

O reverendo Sean Moon, que dirigiu a cerimônia, orou por um reino policial de paz e uma milícia cidadã:

- "Oremos para que todos os cidadãos, através do direito que Deus todo-poderoso lhes deu para guardar e portar armas, possam se proteger mutuamente pelo florescimento humano."

Moon é filho do falecido reverendo Sun Myung Moon, um autoproclamado messias que fundou a Igreja da Unificação, e que os fieis consideram como um culto.

Tim Elder, diretor de missões mundiais do Santuário de Unificação, disse aos fiéis que a cerimônia devia ser uma bênção para os casais.

Disse também que o rifle não devia ser tratado como um objeto inanimado, e sim como uma "indumentária religiosa".

Com seu culto às armas, a Igreja do santuário tem às vezes ares de milícia armada.

Por verdade, para aqueles que se perguntam o que tem o AR-15 para ser o autoproclamado por muitos como "a arma dos Estados Unidos", os assistentes à cerimônia deixaram algumas pistas. Como disse Sreymom Ouk, de 41 anos, à saída do evento:

- "Meu AR-15 é a arma mais útil para defender a minha família contra psicopatas e bandidos. As pessoas têm direito a portar armas, e no reino de Deus, temos que proteger isso."

- "Espero não ter que usá-las contra outro ser humano, mas em todos os lugares deste país onde as leis sobre armas são mais estritas, a criminalidade está em seus máximos níveis", assegurou outro fiel.

Fonte: CBS News.
Fotos: AP.
Fotos: AP.
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