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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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02
Mar18

USA - ATÉ NAS IGREJAS FAZEM O CULTO DAS ARMAS

António Garrochinho
Ironicamente, na Igreja da Unificação e da Paz Mundial da Pensilvânia, se respira de tudo, menos paz. Em seu último ato, os fieis chegaram trajados de branco, cantaram hinos, comungaram e rezaram por um mundo melhor. Tudo mais ou menos normal se não fosse pelos rifles AR-15 que todos carregam. Em realidade, as mulheres usavam vestidos de noiva brancos e os homens vestiam trajes escuros enquanto sustentavam suas armas .

Muitos usavam coroas, algumas feitas de balas, enquanto os funcionários da igreja vestiam roupas brancas e rosadas.
A estranha igreja americana onde os paroquianos portam rifles AR-15 01

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Depois asseguradas com abraçadeiras de plástico, como vemos em algumas fotos.
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A celebração provocou o fechamento de uma escola próxima cancelando as aulas.
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O colégio alegou que a área era perigosa e, depois do antecedente do massacre da Flórida, decidiu que nesse dia era melhor dar uma folga ao seus alunos.
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De fato, em frente às portas da igreja tinha um muro de policiais que detinham a passagem de manifestantes contra a congregação.
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Uma igreja que, contrário ao que possa ser pensado, tem seguidores em todo mundo.
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Ali as pessoas acham que o rifle de assalto AR-15 simboliza a "vara de ferro" no livro do Apocalipse, alentando os casais a trazer suas armas.
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O reverendo Sean Moon, que dirigiu a cerimônia, orou por um reino policial de paz e uma milícia cidadã:
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- "Oremos para que todos os cidadãos, através do direito que Deus todo-poderoso lhes deu para guardar e portar armas, possam se proteger mutuamente pelo florescimento humano."
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Moon é filho do falecido reverendo Sun Myung Moon, um autoproclamado messias que fundou a Igreja da Unificação, e que os fieis consideram como um culto.
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Tim Elder, diretor de missões mundiais do Santuário de Unificação, disse aos fiéis que a cerimônia devia ser uma bênção para os casais.
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Disse também que o rifle não devia ser tratado como um objeto inanimado, e sim como uma "indumentária religiosa".
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Com seu culto às armas, a Igreja do santuário tem às vezes ares de milícia armada.
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Por verdade, para aqueles que se perguntam o que tem o AR-15 para ser o autoproclamado por muitos como "a arma dos Estados Unidos", os assistentes à cerimônia deixaram algumas pistas. Como disse Sreymom Ouk, de 41 anos, à saída do evento:
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- "Meu AR-15 é a arma mais útil para defender a minha família contra psicopatas e bandidos. As pessoas têm direito a portar armas, e no reino de Deus, temos que proteger isso."
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- "Espero não ter que usá-las contra outro ser humano, mas em todos os lugares deste país onde as leis sobre armas são mais estritas, a criminalidade está em seus máximos níveis", assegurou outro fiel.
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Fonte: CBS News.
Fotos: AP.
www.mdig.com.br

02
Mar18

INTERPRETAÇÕES

António Garrochinho




INE afirma o seguinte: “Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) registou um aumento de 2,7% em volume, uma taxa superior em 1,1 pontos percentuais (p.p.) à verificada no ano anterior, tendo atingido, em termos nominais, 193 mil milhões de euros. O contributo da procura interna para a variação do PIB aumentou para 2,9 p.p. (1,6 p.p. em 2016), devido sobretudo à aceleração do Investimento. A procura externa líquida registou um contributo negativo de 0,2 p.p. (contributo nulo em 2016), observando-se uma aceleração das Exportações ligeiramente menos intensa que a das Importações de Bens e Serviços.”

Segundo Margarida Peixoto, num artigo de opinião no Negócios disfarçado de notícia, “o Governo de esquerda põe PIB a crescer ‘à la direita’”:  “o modelo de crescimento que se verificou foi o defendido pelos economistas mais ortodoxos, geralmente mais próximos dos partidos de direita: um crescimento em que a procura aparece como consequência e não como causa do crescimento da actividade económica”.

Segundo o INE, a causa do crescimento está mesmo na procura interna – metade do crescimento deve-se à evolução do consumo privado e a outra metade à evolução do investimento. O que deve ser sublinhado é que a aceleração do investimento está a ocorrer num quadro em que o único saldo com que nos devemos verdadeiramente preocupar - o externo - não entra em terreno negativo. E isto porque a procura externa praticamente compensou o efeito nas importações do crescimento da procura interna.

O crescimento do investimento deve-se certamente à melhoria das expectativas de vendas, dado que, segundo os inquéritos do INE aos empresários, foi o pessimismo fundado sobre estas que o travou durante tanto tempo. Para esta alteração não há-de ter sido indiferente a política de recuperação de rendimentos, como aliás Peixoto reconhece, acrescentando a chamada fada da confiança, que estaria associada ao “controlo das contas públicas” (o défice é uma variável, na realidade, fundamentalmente endógena, ou seja, dependente do andamento da economia). Não percebo o que é que tudo isto tem a ver com os partidos da direita ou com os seus eventuais modelos.

De qualquer forma, e depois de tantos anos de quebra, algum dia o investimento privado tinha de recomeçar a recuperar, mesmo que sem grande ajuda do investimento público. A questão central é sempre a do tempo. Mas também é por isso que não devemos embandeirar em arco. Como lembra Sérgio Anibal no Público, numa notícia bem mais objectiva, a base de que parte a recuperação indispensável do investimento é “precupantemente baixa”, dado que “o nível de investimento, em termos reais está 30% abaixo do registado em 2001”. Isto para não falar da regressão estrutural que entretanto ocorreu, graças às políticas da troika no quadro do euro, e da dívida externa acumulada. Tudo isto continua a ser frágil, até porque os instrumentos nacionais de política económica são escassos e as novas formas dependência externa estão aí, a começar no maior controlo estrangeiro da banca.



02
Mar18

Mídia: EUA e Reino Unido treinaram terroristas para encenar ataque químico na Síria

António Garrochinho



Os grupos terroristas na região síria de Ghouta Oriental estão se preparando para encenar um ataque com o uso das armas químicas e depois acusar o exército sírio, comunicou a agência de notícias síria SANA, citando uma fonte militar anônima.

De acordo com a fonte, os líderes de grupos como Tahrir al-Sham (anteriormente conhecido como Frente al-Nusra), Faylaq al-Rahman e Ahrar al-Sham receberam instruções dos EUA, Reino Unido e seus aliados para usar substâncias químicas perto da linha da frente com o exército sírio, bem como alvejar os civis e acusar Damasco dessas ações, informa a SANA.

Em 26 de fevereiro, o Ministério da Defesa russo declarou que os líderes dos grupos terroristas preparavam provocações com o uso das substâncias tóxicas em Ghouta Oriental a fim de acusar Damasco do uso de armas químicas.

Anteriormente, os Capacetes Brancos, que repetidamente falsificam fatos e informações, afirmaram que o governo sírio usou gás de cloro contra a cidade de Al-Shifoniya, em Ghouta Oriental, matando uma criança e causando uma "asfixia de grande escala" entre a população local, segundo a agência Anadolu.

Comentando os relatos, a porta-voz do Departamento da Defesa dos EUA, Dana White, disse que os EUA "ainda não viram nenhuma prova" do uso das armas químicas pelo governo sírio em Ghouta Oriental.

Contudo, em fevereiro, a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, acusou Damasco do uso das armas químicas perto da cidade síria de Saraqib, alegação que foi refutada pelo governo sírio.

Quase uma semana atrás, o Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade a Resolução 2401, que exige que todas as partes do conflito cessem imediatamente as hostilidades e adiram à pausa humanitária de longo prazo em todo o território sírio para garantir as entregas de ajuda humanitária, bem como evacuar os feridos.


Sputnik Brasil

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02
Mar18

Passos | ÚLTIMO DIA

António Garrochinho

Ana Alexandra Gonçalves* | opinião

Num contexto de circo a arder, leia-se PSD a arder, Passos Coelho despediu-se do Parlamento. Escassos dias depois de se ter despedido da liderança do PSD. Deixará saudades entre as hostes laranjas, como se vê pelas dificuldades que a orfandade do ex-primeiro-ministro coloca à nova liderança, desde logo a começar pela própria liderança da bancada parlamentar, com o Presidente a conseguir o pior resultado de que há memória.

De resto, Rui Rio que aparentemente quer romper com a herança deixada por Passos Coelho sente a sua vida particularmente dificultada por quem vê na mediocridade e naquela espécie de neoliberalismo de pacotilha o caminho a seguir - o único caminho a seguir.

Passos Coelho, diz-se por aí, com manifestas dificuldades em esconder um sorriso jocoso, fará o seu caminho no mundo académico e dificilmente regressará ao partido: deixou seguidores da sua espécie de ideologia, mas seguidores que estão disponíveis para seguir um outro líder, com a mesma base ideológica, mas com um menor desgaste. Afinal de contas, embora deixe herdeiros, Passos Coelho sai desgastado aos olhos de um país que vê a esquerda tomar decisões bem menos gravosas e com resultados incomensuravelmente melhores. Passos Coelho representa para o país um capítulo encerrado que encontrou a sua justificação numa falsa premissa: uma bancarrota e um resgate forçado por si próprio e pelo inefável Paulo Portas. Nem um nem outro deixam saudades para um país que quer respirar novamente. 

*Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo da Razão

Foto: Rio Cruz, em Expresso
paginaglobal.blogspot.pt

02
Mar18

As laranjas de Lisboa

António Garrochinho




A CM de Lisboa aprovou uma proposta do BE para a atribuição gratuita de livros escolares nos 2º e 3º ciclo do ensino público. O PSD, sempre ao lado dos mais desfavorecidos, votou contra.
Poucos dias depois, alguma imprensa  noticiou que os livreiros estavam muito preocupados, porque a distribuição gratuita dos livros escolares iria obrigar ao encerramento de muitas pequenas livrarias e consequente desemprego de milhares de pessoas.
Inicialmente pensei pois, é chato, mas quantos empregos é que já foram destruídos pela IA, que um dia nos via destruir a nós?   Depois percebi a razão das notícias e a sua origem, mas  reagi com a indiferença de quem não lamenta aqueles que, sempre afoitos a dizer mal do Estado,  sustentam os seus negócios privados à custa desse mesmo Estado.
Há dias leio que os vereadores do PSD querem que a gratuitidade dos livros se estenda ao ensino privado. 
Tive de ler duas vezes para me certificar que não havia lapso, antes de entrar em fúria com a hipocrisia e incoerência da  turba laranja. 
Não vale a pena tentar explicar a essa gente que quem anda no ensino privado não precisa desse benefício e a exigência do PSD é imoral. Até porque, pior do que esta exigência em flic flac, é o facto de o PSD ter anunciado que vai apresentar queixa ao Provedor de Justiça, por considerar haver diferença de tratamento entre os estudantes do ensino público e os do privado.
Definitivamente, esta malta laranja não tem um pingo de vergonha na cara


cronicasdorochedo.blogspot.pt
02
Mar18

O complexo militar-industrial ataca de novo - Despesas de guerra levam os EUA à bancarrota

António Garrochinho

por John W. Whitehead [*]






















Será que precisamos de gastar mais dinheiro com as nossas forças armadas (cerca de US$600 mil milhões este ano) do que o conjunto dos sete maiores países seguintes? Precisamos de 1,4 milhões de pessoal militar no activo e 850 mil reservistas quando o inimigo de momento – ISIS – conta escassas dezenas de milhares? Se assim é parece que há algo radicalmente errado na nossa estratégia. Deverão 55% dos gastos discricionários do governo federal irem para despesas militares e apenas 3% para os transportes quando há mais mortos e feridos americanos devido à falta de infraestruturas do que ao terrorismo? Será que a Califórnia necessita quase tantas bases militares ativas (31, de acordo com militarybases.com), como tem de universidades do Estado (33)? E o Estado precisa de mais pessoal militar em serviço ativo (168 mil, segundo a revista Governing ) que professores nas escolas públicas (139 mil)?"
Steve Lopez, Los Angeles Times


Registem as minhas palavras:   as despesas militares da América levarão a nação à bancarrota. Mas os gastos da América em guerras já levaram a nação a uma bancarrota de 20 milhões de milhões de dólares.

Agora, a administração de Trump está a pressionar por um orçamento 4,4 milhões de milhões de dólares no ano fiscal de 2019 . Um plano que irá acrescentar 7 milhões de milhões de dólares ao já insustentável défice federal durante os próximos dez anos, a fim de manter o império militar dos EUA no exterior e expandir dramaticamente o estado policial interno . Trump também quer que os contribuintes americanos paguem o custo de construção daquela infame muralha fronteiriça .

Na verdade, Trump pode vir a ser considerado, como o analista político Stan Collender advertiu, "o Presidente com maior aumento de défice e dívida de todos os tempos" .

Num rápido esclarecimento: " Um défice orçamental é a diferença entre o que o governo federal gasta e o que recebe . A dívida nacional, também conhecida como dívida pública, é o resultado de o governo federal pedir dinheiro para cobrir anos e anos de défices orçamentais".

Agora, o governo dos EUA está a operar no negativo em todas as frentes: gasta muito mais do que o que obtém (e cobra aos contribuintes americanos) e pede emprestado a governos estrangeiros e à Segurança Social para manter o funcionamento do governo e o financiamento das suas intermináveis guerras no exterior.

É desta forma que os impérios militares fracassam e caem: por expandirem-se até ao limite e consumirem-se até à morte. Assim aconteceu em Roma . Está a acontecer de novo.

Não satisfeito em meramente servir de polícia do mundo, nas últimas décadas os EUA gradualmente transformaram o seu próprio território num campo de batalha com polícias militarizadas e armas mais adequadas a uma zona de guerra.

Desde a tomada de posse, o presidente Trump – tal como os seus antecessores – tem marchado ao ritmo das forças armadas. Agora Trump quer 716 mil milhões de dólares para expandir no exterior o império militar da América e milhares de milhões de dólares mais para contratar polícias, construir mais prisões e financiar mais programas de guerra – às drogas/ ao terrorismo/ ao crime – que corroem a Quarta Emenda Constitucional e não deixam o país mais seguro.

Mesmo as verbas solicitadas para infraestruturas pouco farão para remediar a desintegração de estradas, pontes, ferrovias, rodovias, redes eléctricas e barragens do país.

Não importa em quanto irá recortá-lo, este não é um orçamento que vise aperfeiçoar a União, estabelecer justiça, garantir a tranquilidade interna, providenciar a defesa comum, promover o bem-estar geral ou garantir as bênçãos da liberdade para o povo americano .

Não, este orçamento que visa favorecer os poderosos interesses do dinheiro (militares, grandes empresas e segurança) que controlam o Estado profundo e mantêm o governo preso nas suas garras.

No entanto, a campanha de Trump prometera equilibrar o orçamento e drenar os pântanos da corrupção .

A gritante verdade económica é que basicamente é o complexo militar-industrial – e não os doentes, os idosos ou os pobres – que estão a empurrar os EUA para a falência.

Como mostra o jornalista de investigação Uri Friedman, já há mais de 15 anos que os Estados Unidos têm estado a combater o terrorismo com um cartão de crédito , "essencialmente a financiar as guerras por meio de dívidas, sob a forma de compras de títulos do tesouro dos EUA por entidades baseadas nos EUA como fundos de pensões, Estados e governos locais e por países como a China e o Japão.

A fusão ilícita entre a indústria de armamentos e o Pentágono, contra a qual o presidente Dwight Eisenhower advertiu há mais de 50 anos, hoje talvez represente a maior ameaça à frágil infraestrutura da nação.

Tendo sido cooptada por gananciosos fornecedores de armamento, políticos corruptos e governantes incompetentes, os EUA ao expandirem o seu império militar estão a sangrar o país a uma taxa de mais de 15 mil milhões de dólares por mês (ou 20 milhões por hora) – e isto é só o que o governo gasta em guerras no exterior. Não incluindo o custo de manutenção e de pessoal militar dos EUA nas mais de 1 000 bases espalhadas por todo o globo .

Incrivelmente, embora os EUA constituam apenas 5% da população mundial, têm quase 50% das despesas militares totais do mundo , gastando mais em despesas militares do que as 19 maiores nações seguintes no seu conjunto .

Na verdade, o Pentágono gasta mais em guerra do que todos os 50 Estados federados juntos gastam em saúde, educação, bem-estar e segurança .

As guerras não são baratas.

Embora o governo federal obscureça tanto os seus gastos militares que números exatos são difíceis de obter, sabemos que desde 2001 o governo dos EUA gastou mais de 1,8 milhões de milhões de dólares nas guerras do Afeganistão e do Iraque (isto é, 8,3 milhões por hora ).

Isso não inclui guerras e exercícios militares travados por todo o globo, que se espera aumentarem a factura total para mais de 12 milhões de milhões de dólares até 2053 , incluído as despesas com veteranos e juros de dívidas.

Lembrem-se, estas guerras em curso – crivadas de corrupção, trapalhadas e incompetência – pouco têm feito para proteger o país, enquanto enriquecem o complexo militar-industrial e fornecedores privados da defesa, às custas dos contribuintes.

Recentemente, por exemplo, uma das principais empresas de contabilidade concluiu que uma das maiores agências do Pentágono "não contabiliza centenas de milhões de dólares dos seus gastos" .

Considere-se apenas o facto de que cada soldado deslocado no Afeganistão custa aos contribuintes americanos 2,1 milhões de dólares por ano . Imagine o que poderia ser feito com esse dinheiro se fosse gasto nas necessidades internas aqui no país.

Infelizmente, isso não vai acontecer tão cedo. Não enquanto os interesses do dinheiro em Washington continuarem a tomar as decisões e ter lucros com os despojos das guerras.

A guerra tornou-se uma enorme oportunidade de ganhar dinheiro e os EUA, com o seu vasto império militar, são um dos melhores compradores e vendedores. Não só têm o maior orçamento de defesa , também ocupam o primeiro lugar como o maior exportador de armas do mundo .

O complexo militar-industrial americano ergueu um império insuperável na história pela sua amplitude e alcance, dedicado à perpétua realização de guerras por toda a parte da terra.

Por exemplo, ao erigir um estado de vigilância securitária nos Estados Unidos, o complexo militar-industrial tem perpetuado um império mundial militar com tropas americanas estacionadas em 177 países (mais de 70% dos países do mundo). Neste processo, foram gastos milhares de milhões construindo instalações militares de luxo através do mundo.

Por exemplo, a embaixada dos EUA, construída no Iraque, apelidada de "Fortaleza Bagdade", abrange 104 hectares e possui uma "cidade dentro de uma cidade", o que inclui seis edifícios de apartamentos, um aquartelamento de Marines, piscina, lojas e paredes com a espessura de 4,5 metros O campo Anaconda no Iraque, como muitas bases militares americanas espalhadas por todo o globo, foi estruturado para se assemelhar a uma mini-cidade com piscinas, restaurantes fast-food, campos de golfe em miniatura e cinemas.

Enquanto a maioria dos americanos dificilmente pode arcar com o custo de aquecimento e arrefecimento de suas próprias casas, o governo americano gasta 20 mil milhões de dólares por ano só para fornecer ar condicionado a instalações militares no Iraque e no Afeganistão .

No essencial, o que estamos a fazer é "instalar ar condicionado lá nos desertos do Afeganistão, Iraque e outros lugares", observou o general de brigada reformado Steven Anderson, especialista em logística, antigo chefe logístico do general David Petraeus no Iraque.

Há uma boa razão para que "excessivo", "corrupto" e "ineficiente" estejam entre as palavras mais comummente aplicadas ao governo, especialmente ao departamento de defesa e seus fornecedores. Por exemplo, um estudo do Government Accountability Office descobriu US$70 mil milhões de sobrecustos do Pentágono causados por falhas de gestão. Para colocar isto em perspectiva, equivale a uma vez e meia todo o orçamento anual do Departamento de Estado, de 47 mil milhões de dólares.

A fraude é galopante.

Uma auditoria do governo, por exemplo, descobriu que o fornecedor militar Boeing tem maciçamentesobrecarregado os contribuintes com os custos das peças sobresselentes, resultando em dezenas de milhões de dólares de gastos excessivos. Como observado no relatório, o contribuinte americano paga :
US$71 por um pino de metal que deveria custar apenas 4 cêntimos; US$644,75 por uma pequena engrenagem menor que uma moeda de dez centavos vendida a US$12,51, um aumento de preço superior a 5 100 por cento; US$1 678,61 por outra minúscula peça, também menor que uma moeda, que poderia ter sido comprada internamente no Departamento de Defesa por US$7,71: um aumento de 21 mil por cento; US$71,01 para um delgado pino de metal que o Departamento de Defesa tinha em stock, não utilizados às dezenas de milhares, por 4 centavos, um aumento de mais de 177 000 por cento.
A burla nos preços tornou-se uma forma aceite de corrupção dentro do império militar americano. E se os contribuintes acham que os preços dos combustível são altos, considere-se apenas o que estão sendo forçados a desembolsar, uma vez que as despesas de entrega de combustível para as tropas no exterior são facturadas internamente entre 18 e 30 dólares por galão (4,76 a 7,93 dólares por litro) no Iraque e Afeganistão .

Incrivelmente, apesar dos relatos de corrupção, abuso e desperdício, às mega-corporações por trás de grande parte desta inépcia e corrupção continuam a ser adjudicados contratos militares de milhares de milhões de dólares.

Os argumentos podem mudar para justificar as razões pelas quais forças militares americanas estão no Afeganistão, no Iraque ou em quaisquer outros lugares, mas o que permanece constante é que aqueles que governam estão a alimentar o apetite do complexo militar-industrial.

O que começou em 2001 como parte de um alegado esforço para eliminar a al-Qaeda transformou-se numa mina de ouro para o complexo militar-industrial e o seu exército de fornecedores privados.

Considere-se que o Pentágono em 2008 gastou mais dinheiro a cada cinco segundos no Iraque do que o salário médio anual nos EUA . Mesmo assim o Congresso e a Casa Branca querem que os contribuintes aceitem que a única maneira de reduzir a subida do défice da nação é cortar em programas como a Segurança Social e o Medicare.

Como Martin Luther King Jr. reconheceu, sob um império militar a guerra e os seus lucros tomarão sempre a precedência sobre as necessidades básicas do povo.

Simplesmente, não podemos manter o nosso excessivamente extenso império militar.

"O dinheiro é o novo gorila de 400 quilos" , comentou um oficial sénior da administração envolvido no Afeganistão. "Isto desloca o debate de: "está a estratégia a funcionar?", para "Podemos poupar isto?" Quando se vê as coisas desta forma, o âmbito da missão que temos agora é muito, muito menos defensável".

Ou como um comentador observou: "Hipotecar o futuro do nosso país não deve ser confundido com defendê-lo."

Inevitavelmente, os impérios militares entram em colapso.

Como escreve Cullen Murphy, autor de Are We Rome? e editor-geral da revista Vanity Fair:
Daqui a um milénio, a América será difícil de reconhecer . Pode não existir como um Estado-nação na forma como existe atualmente – ou até mesmo não existir. Serão as transições futuras graduais e pacíficas ou abruptas e catastróficas? Nossos descendentes irão viver vidas produtivas numa sociedade melhor do que a que vivemos agora? Aconteça o que acontecer, irão os valiosos aspectos do legado da América permanecer através do tecido das civilizações que virão? Será que os historiadores, um dia, terão razão para perguntar: o que fez a América realmente cair?
O problema com que lutamos não é senão um império americano distorcido, com mega-empresas, complexos industriais-militares e de segurança e crescente militarização. Com os olhos postos no domínio absoluto.

Contudo, todos os impérios militares acabam por cair.

No auge de seu poder, até mesmo o poderoso Império Romano não poderia ignorar uma economia em colapso e militares florescentes. Períodos prolongados de guerra e falsa prosperidade económica levam à derrocada. Como o historiador Chalmers Johnson prevê:
"O destino de impérios democráticos anteriores sugere que tal conflito é insustentável e será resolvido numa das duas maneiras. Roma tentou manter seu império e perdeu sua democracia . Grã-Bretanha optou por permanecer democrática e no processo perdeu o seu império. Intencionalmente ou não, o povo dos Estados Unidos já foi levado bastante longe na via de um Império não-democrático".
Gostaria de sugerir que o que temos é uma confluência de fatores e influências que vão além de meras comparações com Roma. É uma união do 1984 de Orwell com o seu sombrio governo totalitário – isto é, fascismo, a união do governo com os poderes corporativos – e um estado de vigilância total com um Império militar que se estende por todo o mundo.

Como temos visto com a militarização da polícia, o crescimento da confiança no militarismo como solução para nossos problemas tanto no interior e como no exterior afecta os princípios básicos sobre os quais a sociedade americana deve funcionar. Devemos ter em mente que um império militar será governado não por nobres ideais de igualdade e de justiça, mas pelo poder da espada. Os militares estão treinados principalmente para conduzir a guerra, não para preservar a paz.

Aqui bate o ponto: se o império americano cair e a economia americana entrar em colapso – e com isto os últimos vestígios da nossa República constitucional – a culpa será o governo e seus orçamentos de guerra de milhões de milhões de dólares. Claro que o governo já antecipou esta ruptura.

É por isso que o governo transformou a América numa zona de guerra, a nação num Estado de vigilância e rotulou "nós, o povo" como combatentes inimigos. Durante anos, o governo tem trabalhado com os militares a preparar-se para agitação civil generalizada provocada por "colapso económico, perda do funcionamento político e da ordem legal , resistência ou insurgência interna deliberada, intensificação de emergências na saúde pública, desastres naturais e humanos catastróficos".

Tendo passado mais de meio século a exportar guerra para terras estrangeiras, a lucrar com a guerra e a criar uma economia nacional aparentemente dependente dos despojos de guerra, os falcões da guerra há muito voltaram sobre nós os seus apetites pelo lucro, trazendo para casa os materiais de guerra – tanques militares, lançadores de granadas, capacetes de Kevlar, metralhadoras de assalto, máscaras de gás, munições, aríetes, binóculos de visão noturna, etc. – e entregando-os à polícia local, transformando assim a América num campo de batalha.

Como deixei claro no meu livro Battlefield America: The War on the American People , esta é assim que a polícia vence e "nós o povo" perdemos.

Há mais de 50 anos, o presidente Dwight Eisenhower advertiu-nos para não deixar que a máquina de guerra conduzida pelo lucro pusesse em perigo as nossas liberdades e processos democráticos. Fracassámos em prestar atenção a esta advertência.

Como Eisenhower reconheceu num discurso na American Society of Newspaper Editors, em 16 de abril de 1953, as consequências de permitir que o complexo militar-industrial empreendesse guerras, exaurisse os nossos recursos e ditasse as nossas prioridades nacionais, vão além da vida.
"Todas as armas que são fabricadas, cada navio de guerra lançado, cada foguetão disparado, representa, no seu significado final, um roubo aos que têm fome e não são alimentados, àqueles que têm frio e não são vestidos. Este mundo em armas não está a gastar dinheiro sozinho. Está a gastar o suor dos seus trabalhadores, o génio dos seus cientistas, as esperanças dos seus filhos. O custo de um bombardeiro pesado moderno é isto: uma escola moderna em mais de 30 cidades. São duas centrais elétricas, cada uma servindo uma cidade de 60 mil habitantes. São dois hospitais totalmente equipados. São umas cinquenta milhas de estradas alcatroadas. Pagamos por um único avião de combate meio milhão de alqueires ( bushels ) de trigo. Pagamos por um único destróier com casas novas que poderiam ter abrigado mais de 8 000 pessoas... Isto não é um modo de vida, no sentido verdadeiro. Sob as nuvens de guerras ameaçadoras, a humanidade está suspensa numa cruz de ferro".
17/Fevereiro/2018

[*] Procurador constitucional dos EUA, fundador e presidente do Rutherford Institute. Seu último livro é Battlefield America: The War on the American People . Contacto: johnw@rutherford.org 

O original encontra-se em www.informationclearinghouse.info/48814.htm 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
02
Mar18

Até sempre, direita

António Garrochinho


O MEC (Miguel Esteves Cardoso) é um brincalhão, mas parece, neste delicioso vídeo, que a ironia lhe saiu pela culatra. Em 2014 a SIC juntou de novo os intervenientes do programa a Noite da Má Língua. Nele MEC colocou a possibilidade de a Geringonça vir a existir (aliança PS+PCP+BE), pretendendo com isso fazer humor por se tratar de uma hipótese inverosímil. Todos riram e gozaram de fininho com a ideia. 
Que chatice, a realidade acabou por lhes trocar as voltas pelo que o MEC e muitos outros direitolas devem andar com um sorriso amarelo desde que este Governo tomou posse, como se pode ver no vídeo.
Divirtam-se e para o MEC fica o recado da sabedoria popular: o último a rir é o que ri melhor.
Estátua de Sal, 01/03/2018

VÍDEO

 estatuadesal.com
02
Mar18

O PARTIDO DO SENHOR PRESIDENTE

António Garrochinho


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Grafitti numa parede de Lisboa no tempo em que Marcelo era líder do PSD
Todos sabemos que Marcelo foi presidente do PSD ainda que para a história tenha ficado uma liderança falhada, uma saída com os cofres do partido vazios e sem recursos para pagar às secretárias que terão sido aumentadas de forma generosa na hora da despedida. Mas isso não significa que o partido fosse dele, era Marcelo que era do partido e não o partido que era dele.
Em Portugal já foram criados vários partidos que eram propriedades pessoais, o mais conhecido foi mesmo de um Presidente da República e da esposa. Ramalho Eanes não resistiu à tentação de ver o seu poder presidencial prolongado num partido e fundou o PRD. Com este regime híbrido a que designam por semipresidencialista há a tentação de o Presidente ambicionar mais poderes, não resistindo à tentação que o prestígio e a confiança no cargo lhe proporcionam.
Por várias ocasiões  Marcelo Rebelo de Sousa já esticou o lençol para além dos limites dos seus poderes e não esconde a tentação de ser um líder do país juntando aos poderes presidenciais a capacidade de orientar toda a ação governativa. Usando o populismo Marcelo tem imposto ao governo sucessivas prioridades, em função das circunstâncias anormais que vão ocorrendo. Num dia é o pagamento da dívida no outro as florestas, de vez em quando são os sem abrigo ou uma qualquer outra causa.
Da mesma forma que aparece a ver os bispos, a quem gosta de beijar os rubis, como líderes espirituais da sua igreja, pastores de um rebanho a que ele pertence, parece que como Presidente se sente na missão de líder espiritual da nação e todos somos ovelhas do seu próprio rebanho. Todos os dias comenta os acontecimentos que vão ocorrendo, aproveitando para dar lições, explicações e orientações. Legionella, boletins clínicos, fogos, acidentes de avionetas, de tudo Marcelo percebe, em tudo se envolve, tudo serve para dar orientações urgentes ao governo.
A tentação de transformar o PSD na sua marioneta, fazendo deste o seu partido é grande e as idas de Rui Rio a Belém sugerem que em vez de ser o Presidente a chamar o líder do partido para o ouvir, já é o líder do partido que vai a Belém ouvir o Presidente. Pela forma como Rui Rio comenta estas idas e pelo ar dócil de Negrão no parlamento fica-se com a sensação de que o líder do PSD vai a Belém ouvir orientações, conselhos e sugestões.
Ao mesmo tempo, alguém de Belém, as tais fontes anónimas do Palácio que Marcelo assegurou que não se iriam ouvir, vão pedindo aos jornalistas para que escrevam que o Presidente não quer uma maioria absoluta. O mesmo Marcelo que em 2017 escreveu no site para elogiar as maiorias absolutas de Cavaco Silva, parece agora dividir para reinar, e descobriu que um Presidente tem mais poderes num país em crise do que num país que não precisa de homilias diárias.
Há um grande risco de Marcelo não resistir à tentação de converter o PSD no seu próprio PRD, usando os “favores” da comunicação social para usar Rui Rio nesta estratégia. Quem torto nasce tarde ou nunca se endireita e Marcelo sempre esteve na política com muita intriga à mistura.


 jumento.blogspot.pt
02
Mar18

Milhares de trabalhadores burlados com empregos falsos no Qatar

António Garrochinho


Burlão dizia ser engenheiro e prometia ordenados entre quatro mil e seis mil euros para obras nos estádios do Mundial de 2022.
Mário Jorge Rodrigues das Neves, de 42 anos, está a ser julgado, no Tribunal S. João Novo, no Porto, por dezenas de crimes de burla. Aproveitando o Mundial de Futebol de 2022 no Qatar, prometia ordenados entre quatro mil e seis mil euros, sacando a joia de inscrição aos candidatos. E, sem nunca dar a cara, conseguiu transformar o cemitério de Penafiel num posto de angariação de operários para obras, após contratar o coveiro, que também foi enganado. Foram milhares de pessoas as vítimas.

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