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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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18
Mar18

a flor

António Garrochinho



a flor da liberdade
um dia será mais verdade
e inundará todos os corações
aqueles que vivem com paixão
e guardam na memória e no coração
a verdade
António Garrochinho
18
Mar18

PCP afirma estar em curso no país um "Bloco Central informal" PSD/PS

António Garrochinho

O secretário-geral do PCP afirmou hoje que está em curso no país um "Bloco Central informal" entre PSD e PS, convergência em que os sociais-democratas já preparam uma revisão constitucional a pretexto de uma reforma na justiça.

PCP afirma estar em curso no país um "Bloco Central informal" PSD/PS

Esta análise foi feita por Jerónimo de Sousa no encerramento de uma conferência nacional promovida pelo PCP sobre educação, intitulada "A escola pública" e que decorreu na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
De acordo com o líder comunista, a convergência do PS com os partidos à sua direita "ficou bem patente no bloco de oposição que formou contra as propostas do PCP de alteração às normas gravosas da legislação laboral".
"A opção do PS de se unir na votação ao PSD e CDS no chumbo das iniciativas do PCP mostra que há muito a fazer para remover a velha política que indistintamente governos de uns e de outros levaram à prática no país com graves consequências sociais. É significativo o posicionamento do PS e a sua convergência com PSD e CDS e não pode deixar de ser reconhecido como um momento marcante da nova fase da vida política nacional", advertiu Jerónimo de Sousa.
Na perspetiva do secretário-geral do PCP, na atual fase política, é também "significativo o processo de reaproximação [PS/PSD] e de assumida articulação e procura de consensos envolvendo o conjunto dos partidos responsáveis pela governação que conduziu o país à grave situação de fragilidade e atraso económico e social em que se encontra".
"Uma convergência que está em curso em novos domínios, dos fundos comunitários à descentralização, dando expressão a uma espécie de Bloco Central informal, entre PS e PSD, com a nomeação de interlocutores das partes e com o PSD a ousar já propor a revisão da própria Constituição da República a reboque de uma pretensa reforma da Justiça", frisou Jerónimo de Sousa.
Neste contexto, Jerónimo de Sousa avançou com mais um exemplo de entendimento político entre socialistas e sociais-democratas, referindo que esta semana PS, PSD e CDS se "concertaram na solução que engendraram e aprovaram de desregulação do transporte de passageiros em automóveis ligeiros para servir as multinacionais, como a Uber".
"Uma solução que se traduz num ataque concertado ao sector nacional do táxi. Anda mal o PS se procura a solução para os problemas nacionais com o PSD e CDS, em vez de romper com as políticas do passado de exploração e empobrecimento do povo e de afundamento do país", avisou.
Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa também se referiu de forma crítica aos recentes congressos do PSD e do CDS-PP, considerando que "tentaram fazer esquecer, com novas operações de maquilhagem e tomando novas roupagens - com muita evidência e exuberância desmedida no congresso do CDS -, a desastrosa política que promoveram de cortes nos salários, pensões, prestações sociais, brutal aumento da carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho".
"Congressos lavandaria, particularmente o do CDS, agora assumido como 'partido de todos e para todos'. Salvo seja camaradas", desabafou o líder comunista, provocando então risos na plateia.
Neste ponto do seu discurso, Jerónimo de Sousa atacou particularmente o CDS-PP, dizendo que esta força política, no passado recente, já se "tentou fazer passar por partido dos reformados, partido dos contribuintes e partido dos agricultores, umas vezes mais popular e outras vezes mais democrata-cristão".
"Mas este CDS foi executante do corte das reformas, teve intervenção direta com a dra. Assunção Cristas no estado em que foi deixada a floresta e arruinou muitos pequenos e médios agricultores. Teve também o dedo na Secretaria de Estado [dos Assuntos Fiscais] que fez a enorme carga fiscal que todos nós sentimos", disse.
O secretário-geral comunista dirigiu-se depois à presidente do CDS, aconselhando-a, novamente, a ler a fábula de La Fontaine "da rã que queria ser boi" - uma alusão irónica de Jerónimo de Sousa ao objetivo do CDS-PP de se tornar a prazo o maior partido português.
"Não pode passar ao esquecimento aquilo que o CDS e PSD fizeram ao povo português", acrescentou.


www.noticiasaominuto.com
18
Mar18

Reviver a História: Saga das Mulheres Guerreiras – “As Ahosi de Daomé”

António Garrochinho


As guerreiras “Ahosi” de Daomé (Atual Benin, país do continente Africano) são a única unidade feminina reconhecida historicamente, ou seja, nunca antes no século XVII foram encontrados registros de um exército somente de mulheres guerreiras na História Mundial. Como vimos anteriormente, nos artigos anteriores da saga de nossa página Reviver a História“Mulheres Guerreiras”, a arte da guerra era comum a mulheres de diversas tribos celtas da Antiguidade e, historiadores e arqueólogos acreditam que de fato existiram mulheres nórdicas que dominavam instrumentos de guerra e faziam parte dela. Entretanto, em nenhum desses casos (e outros que ainda vamos ver) não existiu uma oficialidade da mulher na luta, muito menos enquanto parte de uma unidade militar e é isso, além de um treinamento brutal, que faz das Ahosi africanas diferentes desses casos.
steampunk-sistas1Ao que tudo indica, as Ahosi, que significa “mulheres do rei” e que também eram conhecidas por “mino” traduzido para o português como “mães” ou “minha mãe”, e ainda como “gebto”; inicialmente não eram guerreiras mortais, mas sim caçadoras de elefantes, isso no fim do século XVII, onde encontramos os primeiros registros sobre elas. De acordo com a teoria mais popular, as Ahosi foram formadas sob o reinado de Hwegbajá com essa intenção, entretanto, já no século XVIII, o novo rei Agadja, filho do anterior, ficou encantado com a ferocidade delas e decidiu que as transformaria de caçadoras de elefantes em suas guarda-costas, mulheres aptas a protegê-lo dentro do palácio. Outra teoria indica que a unidade militar das Ahosi, enquanto guerreiras palacianas, foi criada em 1645 pelo rei Ada Onzoo; suas armas de guerra eram tacos, lanças e arcos de guerra. De um número inicial de 800 mulheres guerreiras, foram se expandindo de forma tão rápida que chegaram a ser metade do exército real, em torno de mais de 4000 guerreiras.
O treinamento de uma guerreira Ahosi era forte, bruto e procurava não apenas transformar uma mulher de Daomé em uma guerreira mortal, mas também a insensibilizá-la a fim de que suas dores fossem superadas, de que jamais o medo fizesse parte de suas batalhas e que sua sede de sangue nunca se extinguisse. Além de tudo, seu treinamento exaustivo e brutal era também uma forma de lembrá-las a sempre superarem os homens nesses mesmos quesitos, não como forma de demonstrar sua superioridade a fim de derrotá-los, mas para demonstrar que por serem mulheres, elas poderiam provar ser tão boas quanto eles. Vivendo em uma sociedade patriarcal, as daomenianas que desejavam fazer parte do exercito Ahosi ainda tinham essa prova a mais.
imagem 03 artigoParte desse treinamento era escalar um muro coberto de sebes de espinho sem mostrar dor como demonstração de sua resistência. O treinamento também envolvia prisioneiros de guerra que seriam armados com tacos, então as Minos definiriam quantos elas poderiam matar. Outra parte do treinamento era jogar prisioneiros de guerra para fora de uma plataforma elevada, onde aos gritos de uma multidão aguardavam que os novos recrutas acabassem com o prisioneiro. Sua ferocidade no treinamento era acompanhada por uma ferocidade em batalha.
O recrutamento das Ahosi era bem interessante, algumas entravam para a unidade a fim de escapar da pobreza, outras para ter renome e fama, algumas eram enviadas pelo próprio pai, caso ele percebesse que ela não daria uma boa esposa a um “bom daomeniano”. E ainda há casos de maridos que enviavam suas esposas por acharem que serviriam melhor ao rei do que a eles mesmos.
220px-dahomey-amazonerAproveitando o “gancho” é importante ressaltar que, ainda que fosse parte de um corpo militar feroz, agressivo e brutal, ainda que se provassem tão intimidadoras quanto os homens de Daomé, as Ahosi eram mulheres e como tal, vivendo em uma sociedade patriarcal e machista, deveriam servir aos homens, por isso era comum esses pais ou esposos enviarem filhas e esposas ao exército das Ahosi, pois elas serviriam melhor às necessidades do Estado do que as deles. Importante também lembrar é que essas mulheres eram proibidas de ter contato sexual com qualquer homem, a fim de não engravidar, ou seja, tinham sua vida sexual e reprodutiva controlada pelo rei. Qualquer homem que as tocasse, seria instantaneamente morto, por ordem real.
Daomé era um país de muita influência na África e participou ativamente do imperialismo africano no continente, conquistando diversos territórios próximos ao reino, como a Nigéria. Além do mais, no reinado do rei Gezo, com a ajuda direta do exercito das Ahosi, Daomé chegou ao seu ápice de influência política no continente, subjulgando o império Oyo.
imagem do artigo 02Ainda que com grande poder do reino de Daomé e da ferocidade das Ahosi, ambos os elementos não foram suficientes a fim de parar outro imperialismo, o dos europeus. Com uma tecnologia de guerra superior e um pacto político-econômico a fim de dividir Ásia e África a seus próprios interesses, não demorou muito para que uma guerra entre França e Daomé fosse estabelecida, dois grandes confrontos ocorreram na ultima década do século XVIII. Daomé atacou uma cidade colonizada pela França, e esse fato desencadeou os conflitos.
Após a derrota e a dominação colonial europeia, o rei Behanzin foi exilado, a França assumiu o controle político da Daomé e imediatamente a Unidade das Ahosi foi extinta, não permitindo a entrada de mulheres em legiões do exército. Ao que se indica apenas 50 mulheres Ahosi sobreviveram a essa guerra e teriam seguido rumo aos Estados Unidos para se juntarem ao Buffalo Bill Wild West show.
guerreirasdaom31
Artigo escrito por Jéssica Melo Prestes.
Referências:
18
Mar18

NOSSA RESPOSTA É A LUTA ! PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO - Em todo país, manifestantes vão às ruas para denunciar execução de Marielle Franco

António Garrochinho


Milhares de pessoas saíram às ruas para expressar luto e revolta pelo assassinato da militante e vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes. Os atos ocorreram em todo o país nesta quinta-feira (15).
Pela manhã, as plenárias e tendas do Fórum Social Mundial, que ocorre em Salvador (BA), foram utilizadas para lembrar a luta da militante. As atividades foram interrompidas em diversos momentos para falas de protesto contra o assassinato de Marielle e Anderson, executados a tiros na noite desta quarta (14) no Rio de Janeiro. Em seguida, os presentes marcharam pelas ruas da capital baiana.
Presente no Fórum, a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) lamentou o ocorrido em uma das mesas da conferência. “Não há golpe sem barbárie e sem violência. O que aconteceu com a Marielle Franco foi um assassinato, uma execução”, disse a ex-presidenta. “Este bárbaro assassinato e essa indignidade que aconteceu hoje têm que causar em nós a mais profunda indignação”, completou.
No Rio de Janeiro, cidade onde Marielle viveu e atuou por toda a vida, os cariocas se reuniram para se despedir da vereadora e do motorista Anderson em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Por volta das 14h, durante o velório, a emoção tomou conta dos presentes, em sua maioria mulheres negras. No final da tarde, a manifestação ultrapassou a marca dos 50 mil participantes.
Em Brasília, Marielle foi homenageada em uma sessão solene no Congresso Nacional. Os presentes seguravam girassóis e faixas pretas para marcar o luto. Companheiras de partido, como a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), e outros parlamentares exaltaram a trajetória política da vereadora carioca. No início da noite, um ato com movimentos populares ocorreu na praça Zumbi dos Palmares.
Noite de luta
Na capital paulista, os servidores públicos municipais, em luta contra a reforma da Previdência, expressaram apoio e solidariedade com um minuto de silêncio em memória de Marielle e Anderson.
Alguns professores seguiram do centro de São Paulo para a Avenida Paulista, onde ocorreu o  “Ato Contra o Genocídio Negro – Marielle Presente” no Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Lá, milhares de manifestantes caminharam em direção à Rua da Consolação e entoaram palavras de ordem contra a militarização da Polícia Militar e pelo fim da intervenção federal no Rio de Janeiro.
Lideranças de movimentos populares e de partidos políticos, como a vereadora Sâmia Bomfim (PSOL-SP), participaram do protesto. Ela ressaltou a importância da união da esquerda na atual conjuntura.
“Marielle foi assassinada pelo Estado e pelo poder, a mando daqueles que não admitiam ver uma mulher negra e favelada no comando. Eles fizeram isso para tentar calar a voz das mulheres, mas escutem aqui: olhem para este Masp lotado, olhem para o mundo todo. Vocês vão ter que calar milhões de pessoas”, disse emocionada a vereadora paulistana.
Também presente na manifestação, Iara Bento, militante da Marcha das Mulheres Negras, afirmou que Marielle é símbolo de uma juventude que está sendo exterminada.
“Hoje a Paulista lotada significa que a nossa juventude não aguenta mais, ela não quer mais ser morta. E se nós queremos mudar o que hoje está acontecendo no sistema político do nosso país, é dessa juventude que nós precisamos. E nós não podemos nos calar diante do que está acontecendo no Brasil. Marielle, presente!”, conclamou.
Em Curitiba (PR), cerca de 2,5 mil pessoas participaram de uma vigília em solidariedade aos familiares e amigos da vereadora Marielle e Anderson na Praça Santos Andrade.
Militantes também saíram às ruas em Belo Horizonte (MG) contra o genocídio da população negra. O ato ocorreu na Praça da Estação. Já na capital alagoana, as homenagens ocorreram em frente à Câmara Municipal de Maceió.
Em Pernambuco, o ato público tomou conta da frente do portão de entrada da Câmara dos Vereadores de Recife, onde houve falas de representantes de partidos de esquerda e movimentos populares.
Daniela Portela (PSOL-SP), se solidarizou com a companheira de partido. “Mariella trazia voz às pessoas que foram silenciadas e invisibilizadas ao longo da história do Brasil. Não temos como desvincular sua morte com as denúncias que vinha fazendo contra os desmandos da intervenção militar”, afirmou.
A cobertura minuto a minuto do Brasil de Fato também registrou atos em Florianópolis, Porto Alegre, Fortaleza, Londrina, Santos e outras cidades.
Homenagens no exterior
As manifestações de solidariedade não se restringiram ao Brasil e também ganharam eco no Parlamento Europeu, onde eurodeputados pediram a suspensão das negociações comerciais entre a Europa e o Mercosul.
“Pedimos para a Comissão uma suspensão imediata das negociações com o Mercosul até que haja o fim da violência e intimidação contra a oposição política e defensores de direitos humanos”, declararam os partidos que compõem a aliança Esquerda Europeia Unida.
No Reino Unido, jovens fizeram uma vigília em frente ao Parlamento Britânico. Na Argentina, manifestantes se concentraram em frente ao obelisco de Buenos Aires em repúdio ao assassinato da militante.
Edição: Thalles Gomes
Ilustração: Ato no Rio de Janeiro, onde 50 mil pessoas se despediram da vereadora e do motorista assassinados. Mídia Ninja
18
Mar18

O homem que respira há 18 anos graças a um motor do limpador de para-brisa feito por seu pai

António Garrochinho
- "Em 2001, quando tinha 26 anos, perdi a capacidade de controlar minha cadeira de rodas. Tive fortes infecções pulmonares e problemas para engolir a comida. Comecei a perguntar-me: É o final de minha vida? Por que agora, em um momento tão inoportuno? Não quero morrer! Perdia o fôlego a cada 5 minutos e meus pais ajudavam-me a respirar de outra maneira, apertando meu peito. Em junho de 2001, aceitei o Sacramento da Unção dos Enfermos com pouca fé em melhorar minha saúde... mas fiz."


O homem que respira há 18 anos graças a um motor do limpador de parabrisa feito por seu pai

Assim relata Greg em seu blog o ponto de inflexão de sua vida, um presente de 20 anos graças à ajuda de sua família e, sobretudo, ao esforço de um pai -engenheiro eletrônico- que fabricou dezenas de artefatos para melhorar sua qualidade de vida.

- "A extrema-unção não surtiu efeito, mas influiu poder ao meu pai que decidiu fazer um dispositivo para melhorar minha respiração (especialmente a exalação). Para isso foi a um depósito de ferro-velho e comprou um motor do limpador de para-brisa. Quando o dono se inteirou para que o queria se negou e disse que fosse ao médico, mas meu pai
insistiu..."

VÍDEO


Os Łojewski, uma família polonesa estabelecida no subúrbio de Varsóvia, não têm os suficientes recursos para fazer frente a uma doença degenerativa tão exigente. Só dispõem da imprescindível máquina para a assistência da tosse e limpar secreções e precisam da ajuda de um hospital de crianças local. No entanto, conseguiram superar as mil dificuldades e corresponder as necessidades da vida de Greg.

Greg foi diagnosticado com distrofia muscular de Duchenne desde que tinha 3 anos. Em 2001, quando os músculos respiratórios começaram a falhar, decidiu que não ia usar um respirador. Era muito caro, provoca muitas infecções, exigia uma traqueotomia e limitava mais que a proposta de seu pai.

Primeiro foram as massagens. Uma ajuda mecânica externa que substituía os músculos atrofiados para conseguir mover a caixa pulmonar e evitar que o débil corpo de Greg entrasse em anoxia (falta de oxigênio). Estas massagens passaram a ser cada vez mais necessárias e o Seu Łojewski desenhou um bastão acoplado ao motor de um limpador de para-brisa para que apertasse seu peito 18 vezes por minuto. Ao princípio era apenas um sistema auxiliar, mas há 5 anos é imprescindível para sua vida. A máquina funciona todas as noites enquanto dorme e cinco horas durante o dia. Isso lhe mantém vivo.
O homem que respira há 18 anos graças a um motor do limpador de parabrisa feito por seu pai
Greg e seu pai em 2006. Via: Site do Greg
O invento foi tão bem sucedido que melhorou a oxigenação de Greg e diminuiu os 'engasgos' respiratórios e as infecções provocadas por eles. Construiu mais três. Dois para outras tantas cadeiras de rodas e outro para o automóvel. Todos com motores de limpadores de para-brisa. Isto lhe permite sair de casa, viajar de trem e ser um pouco mais independente em sua cadeira de rodas.

VÍDEO


Mas os inventos do Seu Łojewski não se limitaram ao respirador dinâmico. Também desenhou um periférico para que Greg possa escrever e atualizar o blog. Uma mouse ativado com os movimentos do queixo que permite clicar usando o teclado virtual especial para pessoas com deficiência motora. Suas mãos já não têm a precisão requerida.
O homem que respira há 18 anos graças a um motor do limpador de parabrisa feito por seu pai
Greg e o mouse de queixo desenhado por seu pai. Via: Site do Greg
O talento de seu pai sempre está ali. Inovando. Em 2015, as noites de Greg eram cada vez piores. Ele tinha problemas para dormir e acordava a cada 10 minutos afogado com uma secreção que devia ser eliminada:

- "Meus pais e eu acabávamos muito cansados. Finalmente, uma noite meu pai decidiu velar o meu sono e descobriu que eu tinha apneia do sono causada pela inércia da língua ao ficar com boca aberta. Ele fechou minha mandíbula e comecei a dormir pacificamente. Depois atou temporariamente meu queixo com uma elástico. Depois de muito tempo dormi o resto da noite em paz sem acordar. No dia seguinte, meu pai melhorou o dispositivo. A partir de então os problemas com a apneia terminaram"contou Greg em seu blog.
O homem que respira há 18 anos graças a um motor do limpador de parabrisa feito por seu pai
O invento do senhor Łojewski para evitar as apneias. Via: Site do Greg
Ele também fabricou um sistema para ligar a cadeira de rodas à bicicleta para que o filho possa das passeios pelas imediações de sua casa.

VÍDEO


É o amor paternal que alimenta esta incrível história. Um pai que deixou seu trabalho em tempo integral quando Greg tinha 9 anos e entregou meia vida e seu talento ao filho doente, mas sobretudo feliz. Uma mãe que sempre esteve ali até que, em 2017, o câncer lhe cobrou a vida,deixando o filho disposto a viver, relatar e compartilhar sua experiência para ajudar outros doentes sem recursos. Reconhecendo inclusive seus erros:

- "Durante muito tempo estivemos buscando ajuda de curandeiros e herbanários. Não ajudaram porque é impossível consertar defeitos genéticos com ervas. Ademais, foi um desperdício de tempo precioso que poderia ser utilizado para a reabilitação. Os curandeiros e herbanários com frequência são fraudulentos..."

Triste e surpreendentemente a história de Greg não foi viral em nenhum lugar. Ninguém da mídia polonesa nem internacional dedicaram uma linha sequer a sua façanha, aos inventos de seu pai ou a divulgar sua biografia ou os conselhos para outros doentes.

Nós pensávamos em traduzir todo o prefácio existente em seu blog, mas notamos que o site infelizmente tem poucas referências externas e que o melhor seria colocarmos vários links como forma de pelo menos popularizá-lo um pouco e levar mais internautas a visitá-lo para ler sua história. Da mesma forma seu canal do Youtube tem menos de 230 assinantes. Sua façanha, seu projeto de vida e o talento de seu pai certamente não merecem esta indiferença.

Se você quiser enviar uma mensagem de apoio a Greg pode mandar um e-mail em inglês (ou polonês) a lojewski_garrobawppontopl. Para conhecer sua história completa visite seu blog.



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18
Mar18

AS ESCULTURAS DE JOHNSON TSANG

António Garrochinho
Com uma compreensão finíssima da cerâmica e da anatomia, o artista honconguês Johnson Tsang cria esculturas antropomórficas estranhas e inesperadas, empurrando os limites do realismo em suas obras de rostos retorcidos nas maneiras mais surrealistas. Em sua última série, Open Mind(primeiras 7 fotos), Tsang incorpora gestos manuais e materiais metafóricos para transmitir uma sensação de mente aberta em suas esculturas.

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As expressivas esculturas faciais retorcidas de Johnson Tsang 01
Diferente do que a maioria poderia pensar, Tasang não cresceu em um meio artístico, apesar de sempre ter sido muito criativo. Devido a uma origem humilde e inclusive notas precárias na escola, ele inicialmente se concentrou na área de vendas de ar condicionado e fritadeira de batata. Depois se dedicou a uma carreira de policial por 13 anos.

Ele teve seu primeiro contato com a arte em uma aula de modelagem de argila em 1991 e ficou maravilhado com o que podia fazer:

- "A argila parecia tão amigável. Eu ouvia cada palavra em minha mente e era exatamente o que estava esperando. Todo toque era reconfortante. Sentia que estava tocando a pele humana. Encontrei paz e alegria nisso. Eu me senti amado desde então."

Tsang, agora com 58 anos, é um criador prolífico, e conta que completa em média uma nova escultura a cada semana. Esculturas nas quais as formas humanas parecem saltar sem esforço através de objetos funcionais como tigelas, pratos e copos. Ele também explora muito bem as propriedades da argila no máximo, contorcendo os rostos de suas esculturas anônimas que muitas vezes parecem ser feitas de borracha.

O artista compartilha novos trabalhos em seu site, bem como no Instagram e no Facebook, onde também narra suas obras em andamento.
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As expressivas esculturas faciais retorcidas de Johnson Tsang 02
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As expressivas esculturas faciais retorcidas de Johnson Tsang 23

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18
Mar18

Longyearbyen a ilha onde é proibido morrer desde 1950

António Garrochinho





Longyearbyen, um pequeno povoado norueguês situado nas ilhas Svalbard, bem no meio do caminho entre a Noruega e o Polo Norte, além de não ver a luz do Sol durante quatro meses ao ano e de temperaturas que chegam aos -46 graus Celsius, os 2.144 habitantes são proibidos de morrer. Não se trata de uma lei em sentido estrito, mas sim de uma recomendação oficial em vigor desde 1950 e há uma explicação para tão insólita advertência.

Bem-vindos a Longyearbyen, a ilha onde é proibido morrer desde 1950
Lamentavelmente não se trata de que os habitantes da aldeia tenham descoberto o almejado segredo da imortalidade. Senão porque simplesmente não é possível ter acesso aos serviços funerários na cidadezinha. Em Longyearbyen não há mortuários nem velórios e muito menos enterros.

Quando uma pessoa fica doente e sua enfermidade reveste certa gravidade, a recomendação oficial é que o enfermo seja transladado ao continente no caso de uma possível morte. As mulheres nos últimos dias da gravidez também devem abandonar o lugar e se dirigir à Noruega continental a dar luz.
Bem-vindos a Longyearbyen, a ilha onde é proibido morrer desde 1950
A razão desta estranha norma não tem a ver com a falta de instalações médicas. Longyearbyen tem um pequeno hospital. O problema está relacionado com as baixas temperaturas e com o permafrost de 10 a 40 metros. A máxima dos últimos 17 anos foi 18 graus em junho, e o normal é que o termômetro nunca passe do zero durante oito dos 12 meses do ano. O frio é tão extremo que os mortos enterrados ali simplesmente não se decompõem.

Quando descobriram esta eventualidade, as autoridades de Longyearbyen decidiram proibir o enterro de seus habitantes na localidade por temor a que os cadáveres frescos possam disseminar doenças.

O temor não é infundado. Em 1998, uma equipe de pesquisadores exumou vários corpos e encontrou neles vírus vivos de uma epidemia mortal de gripe que arrasou a pequena localidade mineira... em 1918. Em realidade, os mortos que não se decompõem são um problema que afeta toda Noruega, mas em Longyearbyen é especialmente extremo.

O que sim é permitido na cidade é incinerar um defunto fora de Svalbard e devolver suas cinzas ao local na rua número x já que as ruas de Longyearbyen também não têm nomes, só números. A norma não inclui as mortes acidentais.
Bem-vindos a Longyearbyen, a ilha onde é proibido morrer desde 1950
A ilha é o lar também de mais de mil ursos polares, mas os habitantes de Longyearbyen estão bem acostumados a sua presença. De fato, sim há uma lei oficial que obriga os moradores a portar um rifle se caso se aventurem fora do povoado e não é incomum ver os moradores com um rifle pendurado no ombro, mas as armas são proibidas em qualquer edifício.

Os gatos também são terminantemente proibidos porque afetam as aves da ilha. No entanto as renas autóctones parecem cachorrinhos de tão dóceis. A caça do cervídeo é proibida e assim elas vagam pela cidade e geralmente não são incomodadas pelas pessoas.
Bem-vindos a Longyearbyen, a ilha onde é proibido morrer desde 1950
O sol se põe a cada ano pela última vez em 25 de outubro e não vai mostrar mais a sua cara no horizonte até o dia 8 de março, quando acontece uma celebração de uma semana, chamada "solfestuka", para receber o retorno do sol e toda a cidade se reúne nos degraus do antigo hospital precisamente às 12:15 para aguardar sua chegada.

Ademais, na cidade mais ao norte do mundo, estão, logicamente, o restaurante (com uma das maiores adegas da Europa com mais de 20 mil garrafas), a igreja, o banco, os Correios, o museu, o aeroporto comercial e a escola mais ao norte do mundo.
Fonte: Johnny Jet.

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18
Mar18

Último viveirista de Cacela Velha não produzirá mais ostras enquanto não fizerem «alguma coisa por esta ria»

António Garrochinho








Jorge Minhalma já era, há alguns anos, o último produtor de ostras de Cacela Velha. Há uma semana, depois da tempestade Ema ter assolado a costa algarvia, decidiu deixar de lutar contra as muitas adversidades que vem enfrentando – e que afastaram muitos outros desta atividade -, deitou ao mar as 400 mil ostras que tinha no seu viveiro e desistiu. As bancadas e sacos, esses, vão ficar guardados, longe de água, e só voltarão a ser utilizados «no dia em que alguém fizer alguma coisa por esta ria».
A ria de Jorge Minhalma é a de Cacela Velha, a enseada frente a esta aldeia histórica que marcou, durante séculos, o final da Ria Formosa, a Nascente. Foi nela que explorou, nos últimos 20 anos, dois viveiros que já antes haviam pertencido ao sogro, que os recebera de seu pai. Uma herança passada de geração em geração que termina agora, debaixo da areia que entrou na ria por uma barra aberta em 2010, com o intuito de ajudar os viveiristas.
«O temporal foi a gota de água. O assoreamento da Ria, naquela zona,  já se arrasta há alguns anos, desde que abriram a barra. O temporal deu o golpe final. Tenho o meu viveiro com mais um metro de altura. De uma maré à outra, as ostras só conseguem apanhar água meia hora. É impossível sobreviverem estando só esse tempo debaixo de água», explicou Jorge Minhalma ao Sul Informação.
Sentado na mesa do estabelecimento comercial que explora em Tavira – «antes este era o armazém do meu negócio de compra e venda de peixe, que tive de deixar» -, o último viveirista de Cacela Velha explicou o que o levou a desistir.
«Para estar a perder a produção, bancadas, sacos e tudo o resto, a melhor solução foi deitar ao mar os juvenis e ficar apenas com umas poucas bancadas e sacos, mais como experiência, para ver se morrem ou sobrevivem e para poder ir buscar algumas, se me apetecer comer. Quando fizerem alguma coisa por esta Ria, logo investimos outra vez», disse.
Jorge Minhalma a deitar fora as ostras – Foto Fatinha Afonso|ADRIP
Uma decisão que não foi, de certeza, tomada de ânimo leve. «O investimento que fiz foi-se todo, todo. Foi perda total. Foram-se perto de 400 mil ostras. Já em 2012 me tinha acontecido a mesma coisa, noutro viveiro que tenho em Cacela. Aí, perdi cerca de 100 mil unidades».
O assoreamento da ria, naquela zona, «é causado pela entrada da areia da duna primária. É o caos total para a Ria Formosa, para a própria praia, que deixou de existir na maré cheia».
Tudo por causa de uma barra aberta em 2010, que veio alterar as dinâmicas locais. Tanto assim é que, atualmente, o cordão dunar frente a Cacela quase já não existe. O que há é uma espécie de praia, com o mar a chegar perto da arriba na maré cheia e a recuar até à ilha na maré vazia, deixando umas poucas zonas com apenas alguns centímetros de água.
Sul Informação falou com Sebastião Teixeira, diretor regional da Agência Portuguesa do Ambiente, que admite que se deu «um galgamento generalizado da duna, que depositou areia na ria», nesta zona. «Estamos agora a analisar a situação, para percebermos o que se irá fazer», assegurou.
Quanto à escolha do local para abrir a barra, criticado por Jorge Minhalma, mas também pela Adrip – Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural de Cacela, o responsável pela APA na região salientou que «a barra já esteve aberta frente ao forte muitas vezes, ao longo dos séculos», sem que isso tenha colocado em risco a arriba ou posto em causa a dinâmica económica local.

Jorge Minhalma – Foto: Fabiana Saboya|Sul Informação
Até há poucos anos, a barra abria na zona do Lacém, a poente de Cacela. Mas esta entrada «começou a assorear e a água deixou de vazar, aqui na zona. Os viveiristas pressionaram as entidades para fazer alguma coisa. Mas a solução encontrada foi fazer um rasgo na duna primária, numa zona em que não se devia mexer», segundo Jorge Minhalma.
Na altura, os viveiristas não contestaram a medida, confiando nos conhecimentos técnicos dos promotores da obra. O mesmo não aconteceu em relação à Adrip, que repudiou a decisão e defendeu que não devia avançar.
«Vimos a fazer este alerta desde 2010. A Adrip vem, desde então, a alertar não só para o risco ambiental, mas também patrimonial», disse ao Sul Informação António Vicente, membro da associação.
«Temos um problema, não só do ponto de vista sócio-económico, dos viveiristas e daqueles com atividades ligadas à ria, mas também o risco para a zona urbana de Cacela Velha e o seu património», reforçou.
Por um lado, está em causa a integridade da arriba e, por acréscimo, do forte ali existente. «Tem-se notado um aumento do fluxo de águas, desde que foi aberta a barra. Ele tem sido acompanhado por um galgamento da duna primária, o espalhar das areias e a destruição total da duna. Em Cacela Velha, tem-se notado a água que vem bater mais junto à muralha. Há alguns anos que já quase não existe margem na preia-mar», descreveu.
Mas a Adrip não esquece os viveiristas e mariscadores. «Penso que existe uma tentativa de afastamento das atividades ligadas à ria e que o importa é o turismo e os três meses de Verão. Mas a nós, que vivemos aqui, não é isso que interessa. O Verão são três meses, o resto do ano são nove», disse António Vicente.

António Vicente – Foto: Fabiana Saboya|Sul Informação
Também Jorge Minhalma se mostra preocupado com as duas dimensões do problema. Foi, de resto, com elas em mente que se encontrou, na quarta-feira, com a presidente da Câmara de Vila Real de Santo António Conceição Cabrita, numa reunião onde participaram, igualmente, elementos da Adrip.
«O problema não é só dos viveiristas. Os barqueiros que costumam fazer o transporte para a praia não vão trabalhar este Verão, porque, na maré cheia, uma pessoa passa com água por debaixo dos braços. Isto não é fundura para uma ria. Na ilha, já não há praia, os turistas já não a poderão utilizar. E há o património de Cacela, que também está em risco. O caminho ao lado do forte já não existe», ilustrou.
A presidente da Câmara de VRSA não perdeu tempo, depois de se reunir com Jorge Minhalma e com elementos da Adrip, e aproveitou a presença na região do ministro do Ambiente para lhe pedir, presencialmente, uma reunião, para falar da questão de Cacela Velha.
«Temos de pensar o que queremos ter ali em Cacela, se queremos turismo ou manter o património local. Na minha opinião, devemos manter o património. A nossa costa, até agora, praticamente não teve estragos, mas eu vim a este encontro [na AMAL, com o ministro, por causa dos estragos causados pelo temporal] só para tentar marcar uma reunião com o ministro do Ambiente, para que ele possa ouvir as nossas preocupações, pois os viveiristas estão numa situação crítica», disse Conceição Cabrita, em declarações ao nosso jornal.
Para aquele que se tornou o último produtor de ostras de Cacela Velha, não é preciso inventar nenhuma solução miraculosa, basta olhar para o passado.
«Deverá ser realizada uma intervenção semelhante à que foi feita em 1999, que consistiu no desassoreamento do canal e reforço do cordão dunar. Terão de ser feitas dragagens, como fizeram na altura. Aí sim, ficou a ilha reforçada. Também deviam instalar passadiços para as pessoas não pisarem as dunas. Estou a falar de toda a zona que vai desde a Fábrica até à Manta Rota, que está a ser toda afetada. Em 99, fizeram um excelente trabalho e deixaram-no perder-se», recordou.

Abertura da barra em Cacela Velha em 2010 – Foto: ADRIP
O mesmo não se pode dizer da intervenção que foi feita este século. «Já estou como último produtor pelo menos há cinco anos. A barra foi aberta em 2010 e, assim que o fizeram, os viveiros que ficavam em frente foram todos destruídos. Essas pessoas desistiram logo».  As restantes foram desistindo ao longo do tempo.
Cacela já teve, em tempos, «20 ou 30 viveiristas» e famílias inteiras que tiravam o seu sustento da Ria Formosa. «Inicialmente, eram quase todos viveiros de amêijoa. No tempo do meu sogro, era o que se produzia aqui. Mas hoje em dia já não há nada. Há pessoas que, como eu, continuam a pagar as licenças, mas não estão a produzir», assegurou Jorge Minhalma.
No final do século XX, os produtores da zona de Cacela e da Fábrica começaram apostar em força na ostra. De resto, são muitos os algarvios ( e não só) que provaram esta iguaria, pela primeira vez, no restaurante da Fábrica, que ficou conhecido em todo o país pelas ostras que servia.
«Há pessoas que conseguem de diferenciar as ostras de Cacela só pelo paladar. Há dias, esteve aqui no meu restaurante um casal francês que costuma vir cá pelas ostras. No final de comerem, perguntaram: estas ostras não são das suas, pois não? E eu respondi que não, não são. É que as suas são diferentes e nós gostamos mais, têm um toque a avelã no final, disseram eles», contou.
Jorge Minhalma produz a variedade Crassostrea gigas, também conhecida como ostra-do-pacífico. Ao contrário da larga maioria dos viveiros deste bivalve que existem, atualmente, no Algarve, a ostra usada por este produtor é diploide, que se reproduz, e não triploide, criada em maternidade e estéril. «Não atingem o mesmo tamanho, mas têm outro sabor», defendeu.
«Nós fazemos a captura de juvenis, no próprio viveiro. Vamos retirando e, assim, sabemos que não está contaminada. A ostra francesa tem vindo a ser atacada pelo vírus do herpes, o que leva a uma mortalidade muito elevada. Em França, há viveiros com mais de 90% de taxa de mortalidade». Há poucos anos, os produtores de ostra da Ria de Alvor enfrentaram o mesmo problema.
Até há pouco tempo, usando os juvenis que capturava no seu próprio viveiro e na Ria Formosa, Jorge não tinha «mortalidade quase nenhuma». Mas, mais recentemente, começou a ter perdas, durante o Verão, porque, «com o assoreamento, temos de pôr as mesas mais altas e as ostras, com o calor, cozem». «Este ano, se continuasse com aquilo como estava, a ostra ia morrer toda, ficava com o miolo cozido».

Efeito da tempestade Ema no viveiro de ostras – Foto: Jorge Minhalma
Jorge Minhalma ainda mantém a esperança de que possa voltar a produzir, mesmo que seja noutro local da ria. Em 2012, procurou trocar a licença de um dos seus viveiros, que foi arrasado – «perdi cem mil ostras, nesse ano» – por outro na zona de Tavira.
«Fui ao Parque Natural da Ria Formosa, à Sociedade Polis, corri tudo, para ver se me arranjavam outro viveiro, na zona de Tavira, dos que estão há muitos anos abandonados, sem produzir e sem pagar licenças», contou.
«Estou à espera de uma resposta da Agência Portuguesa do Ambiente desde então. A única alternativa que me dão é mudar o viveiro de local. Mas já tentei e não consegui. Não percebo porque é que alguém que quer pagar e produzir não pode ficar com as licenças que há anos não são pagas», desabafou.
Enquanto a areia continuar a cobrir os viveiros onde pode, atualmente, trabalhar e não houver abertura da parte da APA para ceder nova licença, num local onde haja condições, Jorge Minhalma só poderá mesmo olhar para a paisagem que atrai tantos turistas a Cacela Velha. Ele ainda poderá fazê-lo saboreando as suas ostras. Os outros, já não.
Fotos: Fabiana Saboya|Sul Informação; Jorge Minhalma; Fatinha Afonso|ADRIP

IMAGENS DOS EFEITOS DA TEMPESTADE E DOS VIVEIRISTAS DA ILHA
18
Mar18

Snowden Critica a Nova Escolha da Cia por Participação em Tortura na Tailândia

António Garrochinho
Gina Haspel posando ao lado de homem morto e torturado com electricidade


Gina Haspel foi acusada de participar de programa tortura, destruindo fitas de vídeo de sessões de interrogatório


O ex-contratado da NSA, Edward Snowden, criticou a administração de Trump na terça-feira por escolher uma oficial da CIA envolvida no programa de tortura para dirigir a agência.

Gina Haspel, que dirigiu uma prisão em uma base secreta na Tailândia durante a administração Bush, foi escolhida para liderar a CIA depois que o atual chefe da agência, Mike Pompeo, foi transferido para substituir Rex Tillerson no Departamento de Estado.

Respondendo a um tweet do presidente que anunciou a escolha, Snowden observou que Haspel havia envolvido-se no ilegal programa de tortura, destruindo as fitas de vídeo de interrogatórios brutais.

"A nova diretora da CIA foi uma parte fundamental do programa de tortura e de seu encobrimento ilegal", disse Snowden. "O nome dela estava na ordem Top Secret exigindo a destruição de fitas para evitar que elas fossem vistas pelo Congresso. Inconcebível."

Snowden também apontou que o Centro Europeu para os Direitos Constitucionais, em 2017, pediu ao Ministério Público alemão emitir um mandado de prisão para Haspel.

Em um artigo de 2017, Glenn Greenwald do site The Intercept, tweetou por Snowden, Haspel não apenas dirigiu um local de tortura, mas teve um "papel extensivo" na tortura de detidos também.

Haspel, que nunca foi acusada por seguir a decisão da administração Obama de não processar os torturadores da era Bush, permanecendo fora de foco durante a maior parte de sua carreira devido ao seu status secreto.

www.anovaordemmundial.com
18
Mar18

Americanos, franceses e ingleses directamente envolvidos na guerra da Síria

António Garrochinho

Serguei Lavrov acusou americanos, britânicos e franceses de «envolvimento directo» na guerra da Síria, operando «ilegitimamente» a partir do território deste país. Em Astana vislumbra-se a paz na Síria, enquanto em Ghuta Oriental prosseguem as operações anti-terroristas e milhares de civis já foram resgatados.
Soldados americanos inspeccionam um quartel do YPG (curdos) após bombardeamento pela Turquia.
Soldados americanos inspeccionam um quartel do YPG (curdos) após bombardeamento pela Turquia.Créditos/ Reuters
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa acusou forças especiais americanas, britânicas e francesas de «envolvimento directo» na guerra da Síria, operando «ilegitimamente» a partir do território deste país.
«Há forças especiais em território sírio, dos Estados Unidos (EUA) – já não o desmentem – do Reino Unido, da França e de outros países», afirmou Serguei Lavrov em entrevista à cadeia estatal cazaque, citada pela iraniana PressTV1. «Isto não é tanto uma «guerra por procuração» como um envolvimento directo na guerra», referiu o diplomata, acrescentando que a coligação dirigida pelos Estados Unidos, supostamente para lutar contra o Daesh, é «ilegítima» do ponto de vista da lei internacional e da Carta das Nações Unidas.
Lavrov referiu que Moscovo está em «permanente diálogo» com o comando do estado-maior-general dos EUA e oficiais de comunicações que «efectivamente dirigem as operações no terreno», ajuntando que «coordenamos acções pelo menos para prevenir confrontos não intencionais».
O diplomata condenou os ataques contra forças sírias e seus aliados em áreas controladas pelos Estados Unidos, os quais diz continuarem a ter lugar apesar das repetidas promessas americanas de a sua presença militar na Síria visar «exclusivamente» a luta contra o terrorismo.
Quanto à atitude da embaixadora americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, que na semana passada afirmou estar Washington preparado para «agir unilateralmente» contra a Síria, tal como fez o ano passado, quando bombardeou uma base aérea governamental após alegações de um ataque com armas químicas, denunciou-a como «totalmente irresponsável».

«Paz para a Síria» reuniu em Astana

A entrevista de Serguei Lavrov ocorreu por ocasião de um novo encontro, na passada sexta-feira, dia 16 de Março, dos países garantes do Processo de Astana/Paz para a Síria, que reuniu os ministros dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, da República Islâmica e da República da Turquia.
A declaração conjunta resultante do encontro realçou o «elevado nível de coordenação tripartida» e acordou em «continuar a interacção efectiva» das partes no sentido de uma melhoria da situação «na Síria e na região».
Conferência de imprensa dos ministros dos Negócios Estrangeiros em Astana, Cazaquistão, 16 de Março de 2018. Créditos
Rússia, Irão e Turquia sublinham o «formato Astana» como um «instrumento efectivo para a paz e estabilidade» na Síria e a sua vontade em obter uma «irreversível redução da violência no terreno», exigindo ao mesmo tempo o respeito pela «soberania, independência, unidade e integridade territorial da República Árabe Síria».
Os três países pretendem ver lançado um processo «inclusivo, livre, justo e transparente», conducente à aprovação de «uma constituição apoiada pelo povo sírio» e à realização de «eleições livres, sob a devida supervisão das Nações Unidas», e apelam à criação de um «Comité Constitucional» em que participem tanto o governo sírio como as forças da oposição.
De imediato, acolhem favoravelmente a resolução 2401 do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a «grave crise humanitária» afectando diversas regiões da Síria, «incluindo Ghuta Oriental, Foua and Kefraya, a província de Idlib, a província de Northern Hama, Rukhban e Raqqa» e sublinham a necessidade de assegurar «acesso humanitário rápido e seguro às áreas afectadas».

Em Ghuta Oriental milhares de civis já foram resgatados

Apenas na sexta-feira, dia 16, cerca de 17 mil civis conseguiram sair das zonas controladas pelos jihadistas em Ghuta Oriental através de corredores seguros pelo exército sírio nas zonas de Harasta e Hammoriyeh.
O total de civis resgatados atinge já os 30 mil, segundo a agência Sana. Unidades do exército, médicos e enfermeiros do Ministério da Saúde, o Crescente Vermelho sírio e a Cruz Vermelha estão a prover às necessidades imediatas dos civis, na sua maioria mulheres e crianças mas também famílias inteiras. Os deslocados estão a ser transportados para alojamentos temporários mas devidamente equipados.

VÍDEO
O alívio entre os civis evacuados era evidente, como constataram diversos correspondentes estrangeiros ao entrevistarem-nos. Diversos refugiados queixaram-se das violências sofridas às mãos dos ocupantes «rebeldes», que os impediram de abandonar as áreas sob ataque do exército sírio, a fim de os usar como «escudos humanos».
«Dispararam, sobre nós, não queriam que fugíssemos, dispararam para as rodas do carro» - disse um dos refugiados.

A ofensiva prossegue

As operações militares prosseguem em Ghuta Oriental. Em três semanas de ofensiva o Exército sírio libertou já 70% do território anteriormente ocupado pelos «rebeldes» e o seu avanço prossegue sobre as três bolsas de resistência (Douma, Harasta e o triângulo Jobar/Kafr Batna/Irbeen) originadas fragmentação do enclave depois da queda de Mesraba e Madyara.
Mapa de Ghuta Oriental, 16 de Março de 2018. CréditosSouthern Front /
www.abrilabril.pt

18
Mar18

Até a S&P

António Garrochinho



O que diz agora a CIP , o dito "Forum para a produtividade"e a inefável Teodora Cardoso ?
Afinal sempre se podia ter ido um pouco mais longe no aumento do salário mínimo como propunha a CGTP
"A competitividade dos bens e serviços de Portugal, aferida pelo custo salarial horário não foi enfraquecida pelos “aumentos consecutivos” do salário mínimo, considerou  a Standard & Poor’s (S&P), em análise à economia portuguesa.
Para justificar a  sua posiçãoS&P mencionou a existência de algumas medidas que compensaram parte dos custos adicionais para os empregadores e recordou que o custo da hora de trabalho em Portugal permanece em 54% da média da Zona Euro”."
A economia, na opinião da S&P, deve manter um ritmo de crescimento forte, se bem que em perda de velocidade, depois de em 2107 se ter expandido 2,7%, “o mais forte ritmo de crescimento em cerca de duas décadas”.
A SA&P prevê agora que o Produto Interno Bruto (PIB) aumente 2,3% em 2018 e 1,8% em 2021, crescimento este que tem uma base alargada, “com contributos positivos de quase todos os setores”

foicebook.blogspot.pt
18
Mar18

As negociatas do governo PSD& CDS

António Garrochinho


Passos Cristas & Maria Luís
Por que razão o Estado não criou um Banco do CTT tal como foi sugerido e reclamado quando estes estavam na esfera publica ?
Agora os privados apoiantes do PSD e CDS  destroem os CTT  porque o que lhes interessa não é o serviço público mas o banco . E ninguém vai preso ...
O presidente executivo do Banco CTT, Luís Pereira Coutinho, faz um balanço "muito positivo" dos dois anos da instituição financeira e espera atingir uma quota de 3% no crédito à habitação no final deste ano. O gestor falava à Lusa por ocasião dos dois anos de actividade do banco do grupo CTT, que foi lançado em 18 de Março de 2016.
o Banco CTT teve uma "posição de partida diferente dos outros bancos, não investiu na construção de uma rede física". Ou seja, o Banco CTT está disponível na rede dos Correios de Portugal, portanto não teve de investir em localizações. "Não corremos os riscos de custos e isso dá-nos alguns graus de liberdade para podermos ser mais agressivos no tema das comissões"


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