Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

20
Mar18

A minha gata

António Garrochinho


a minha gata
é caçadora que tudo mata
quando no buraco põe a pata
esperançada esta de facto
que lá esteja um pastel de nata
e nunca um rato
António Garrochinho
20
Mar18

Cambridge Analytica: A empresa que terá roubado mais de 50 milhões de perfis do Facebook, utilizou os demónios interiores das pessoas para ganhar eleições, entre elas a vitória de Trump.

António Garrochinho




"Explorámos o Facebook para roubarmos milhões de perfis de utilizadores. E construímos modelos para explorarmos aquilo que sabíamos sobre eles, para nos dirigirmos aos seus demónios interiores. A empresa foi criada com essa finalidade", disse Christopher Wylie, um programador que ajudou a recolher esses dados pessoais quando trabalhou na Cambridge Analytica.
O QUE É A CAMBRIDGE ANALYTICA?
A empresa Cambridge Analytica é suspeita de se ter apropriado de dados de 50 milhões de utilizadores do Facebook para ajudar políticos a vencer eleições em 2016, incluindo nos EUA, Argentina, Quénia e o Grã-Bretanha (Brexit).
A ideia para a criação da Cambridge Analytica foi do britânico Alexander Nix. O seu objectivo era desenvolver perfis psicográficos de potenciais eleitores com base na sua actividade online, para que fosse possível bombardear esses eleitores com propaganda mais eficaz durante uma campanha. (info via:http://bit.ly/2GNcF4A)

Videos Channel 4 news:1ª parte - http://bit.ly/2FOkjKx
2ª parte - http://bit.ly/2FO9k7S
FINANCIAMENTO DA EXTREMA-DIREITA
«Nix conseguiu convencer o magnata norte-americano Robert Mercer a investir milhões na empresa, onde a sua filha Rebekah faz parte da administração, e o então director do site Breitbart, um site com ligações à extrema-direita norte-americana, Stephen Bannon imaginou que poderia usar os perfis psicográficos da Cambridge Analytica para "mudar a cultura americana", diz o New York Times num artigo publicado este sábado.»
Com o apoio, e o dinheiro, de duas figuras da extrema-direita norte-americana, faltava à Cambridge Analytica a matéria-prima para transformar a sua ideia numa ferramenta poderosa para as campanhas políticas – é aqui que entram os mais de 50 milhões de perfis de utilizadores roubados ao Facebook.
«Com uma aplicação chamada thisisyourdigitallife (esta é a sua vida digital), a troco de uma pequena quantia, voluntários autorizavam a recolha de informações. A aplicação puxava também, sem autorização, informação sobre os perfis dos amigos e de amigos de amigos desses voluntários, o que fez crescer o bolo para 50 milhões de utilizadores.»
DIRIGENTES DO CAMBRIDGE ANALYTICA FILMADOS A DIZEREM QUE UTILIZARAM SUBORNOS E PROSTITUTAS PARA DESACREDITAR POLÍTICOS
Na segunda-feira, a estação televisiva Channel 4 News transmitiu filmagens ocultas em que o diretor executivo da Cambridge Analytica, Alexander Nix, explica táticas que a sua empresa pode usar para desacreditar políticos online.
Alexander Nix foi filmado a dar exemplos de como sua empresa poderia desacreditar rivais políticos, organizando várias campanhas de difamação, incluindo a criação de encontros com prostitutas e situações encenadas em que um suborno poderia ser filmado.
"... nós simplesmente colocamos informações na internet, e depois é simplesmente vê-la crescer, damos um pequeno impulso de vez em quando ... como um controle remoto. Isto tudo tem que acontecer que acontecer sem que ninguém pense, 'isso é propaganda', porque no momento em que você pensa 'que é propaganda', a próxima pergunta é 'quem publicou isto?' ".
Nas eleições do Quénia em 2017, por exemplo, a Cambridge Analytica trabalho para a campanha do presidente Uhuru Kenyatta. Vários videos com notícias Fake foram colocados nas redes sociais e enviados para eleitores. Mais de 90% dos quénianos disseram que viram ou ouviram histórias falsas sobre candidátos opisitores ao presidente.

VÍDEO



(info via http://bit.ly/2FO9k7S)
20
Mar18

CDU DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO CONTRA ENCERRAMENTO DE ESCOLA BÁSICA ANTÓNIO ALEIXO

António Garrochinho

A CDU/Vila Real de Santo António manifestou-se contra contra o alegado encerramento da Escola Básica António Aleixo, em Vila Real de Santo António, pugnando por “melhoramentos, mais funcionários e professores”.
Também conhecida como Escola Primária do «Lazareto» ou do «Farol», foi, desde a sua inauguração, “o lugar onde várias gerações de crianças residentes na zona sul da cidade vila-realense estudaram e desenvolveram outras atividades”, destacou a CDU.
Depois de, em setembro do ano passado, a câmara ter informado que o estabelecimento seria mantido, mais recentemente “foi dada a informação de que a direção do agrupamento estava a prever o encerramento da EB António Aleixo em virtude de um conjunto alargado de dificuldades materiais e humanas”, sustentou a coligação entre PCP e «Os Verdes», em comunicado.
A força partidária recordou que a EB António Aleixo resistiu ao fecho de escolas primárias em todo o país, continuando a dar “uma resposta de proximidade e qualidade a largas dezenas de famílias duma zona da cidade que tem vindo a crescer e que continua a receber mais moradores”.
“O eventual encerramento da EB António Aleixo, a concretizar-se, seria um sinal de desinvestimento do governo PS na escola pública, que mantém restrições à contratação de professores, mas também consequência da falta de interesse e intervenção da maioria PSD na câmara municipal para a resolução dos problemas que são agora apontados como motivo para o encerramento, como a falta de refeitório, de condições para a atividade física ou dificuldade de transporte de crianças para outras atividades fora da escola”, critica a CDU/VRSA.
Pedindo às famílias afetadas pela intenção de encerramento da EB António Aleixo que “não se devem resignar”, a coligação entende que a solução passa por “exigir investimento em pessoal e instalações e não em fechar portas”.
“Só a luta dos pais, alunos, professores e funcionários poderá impedir o encerramento da escola. É necessário defender os serviços públicos de proximidade e contrariar o caminho de encerramento de escolas, centros de saúde, postos de correios e balcões da administração pública. É esse o compromisso da CDU”, conclui a força partidária.

regiao-sul.pt
20
Mar18

ATENÇÃO JOSÉ MANUEL FERREIRA :) - Já abriram as inscrições para o Concurso de Fado de Vila do Bispo

António Garrochinho



As inscrições são gratuitas e podem ser feitas via postal – Centro Cultural de Vila do Bispo, Largo do Município, 8650-407 Vila do Bispo, por telefone 282 630 600, por e-mail (tania.lucas@cm-viladobispo.pt) e ainda pessoalmente nos serviços da cultura a funcionarem no Centro Cultural.Se sabe e gosta de cantar o fado, então inscreva-se no concurso de Fado Cerveja Sagres Concelho de Vila do Bispo, que se realiza de 21 de Abril a 19 de Maio.
Aberto a todos os interessados, o concurso é composto por duas vertentes: a sénior, que se destina a pessoas maiores de 18 anos, e a juvenil para pessoas entre os 6 e os 17 anos.
As normas de participação, a ficha de inscrição e a declaração de responsabilidade (para concorrentes com idades inferiores a 18 anos) encontram-se disponíveis no site da Câmara Municipal de Vila do Bispo aqui.
O grande vencedor da vertente sénior receberá um prémio monetário no valor de 1000 euros, o segundo 500 euros, o terceiro classificado receberá 250 euros e o 4º e 5º classificados receberão 150 euros, cada.
Quanto à vertente juvenil, o vencedor receberá, também, um prémio monetário no valor de 300 euros, o segundo de 200 euros e o terceiro de 150 euros.
Divulgar e estimular o gosto pelo Fado, Património Imaterial da Humanidade, bem como dar a conhecer novos talentos musicais, são alguns dos objetivos da Câmara de Vila do Bispo ao promover esta iniciativa.

www.sulinformacao.pt
20
Mar18

Há uma nova loja no Algarve com roupa cool e barata para os miúdos

António Garrochinho


Precisa de comprar casacos, vestidos, calças e sapatos para os miúdos? A Norte Moda tem tudo.
Loja gira.


Em 1999, os galos de Barcelos começaram a ter concorrentes à altura: tinha nascido a barcelense Norte Moda, com roupa para homem, mulher e criança feita em Portugal.
Os anos passaram e a marca cresceu de tal maneira que já tem 28 lojas em Portugal. Uma delas acaba de abrir no Albufeira Shopping, em Albufeira. O espaço fica no piso -1 (ao pé da Béllissima) e só tem propostas para miúdos.
algarve
Bons outfits para os mais novos.
Há, por exemplo, vestidos e T-shirts a partir de 3,99€ e camisas desde 9,99€. As peças mais caras são os casacos, que chegam aos 30€. A nova loja segue o horário do shopping — está aberta todos os dias entre as 10 e as 23 horas.

nit.pt
20
Mar18

Opinião: E se Lesbos fosse no Algarve?

António Garrochinho

Resultado de imagem para JOSE MANUEL PUREZA

Em Tebas, a uma hora de Atenas, vivem-se dias de espera sem esperança. Num campo dirigido pela Organização Internacional das Migrações, estão muitas centenas de refugiados. Gente, muita gente, que fugiu de infernos vários, que enfrentou a morte no mar durante a fuga à morte a que a metralha e as tiranias a haviam condenado e que sonhou que podia ser gente do outro lado do mar.
No Iraque eram médicos. No Afeganistão eram professoras. Na Eritreia eram pescadores. Na Síria estudavam Direito. As barbáries cortaram-lhes o fluxo da vida. Ousaram aspirar a retomá-lo na terra prometida da democracia, dos direitos humanos e da prosperidade – assim prometida, desde logo, pelos discursos dos líderes da dita terra – a Europa.
Mas todas as suas ilusões se esvaíram nas praias de Lesbos, em Bari ou em Lampedusa. A promessa transformou-se em acantonamento. O horizonte de uma vida digna foi substituído por uma pilotagem da sobrevivência. A expetativa deu lugar à resignação a uma existência pantanosa e totalmente determinada pelos humores eleitorais de políticos com toda a abertura para a xenofobia e nenhuma abertura para a solidariedade em ação. Em Tebas caminhei entre centenas de olhares vazios, centenas de vidas suspensas, centenas de negações do que lhes/me disseram ser a Europa.
Perguntámos à mulher iraquiana para onde sonhava ir. E ela respondeu que não tem sonhos, que vai para onde puder trabalhar. Era engenheira civil. Perguntámos ao jovem sírio se punha a hipótese de ir para Portugal. E ele respondeu que não tem preferência de destino, desde que lhe permitam continuar a estudar Direito.
Em Tebas fala-se de Portugal. Falam os jovens voluntários que nos campos de refugiados da Grécia aprendem o melhor e o pior da humanidade. Falam os visitantes que ali vão testemunhar que a Europa não é só hipocrisia e que há quem aqui ponha os direitos de todos à frente da estupidez de alguns.
Fosse assim verdade que, em Portugal, a prática do acolhimento corresponde ao discurso tão auto-elogioso sobre Portugal como país exemplar nesta matéria. Mas não há mesmo correspondência. Uma coisa não bate com a outra. O isolamento, a falta de meios para uma inserção escolar efetiva, os obstáculos no acesso aos serviços públicos essenciais, a descontinuidade entre o período de acolhimento financeiramente suportado por fundos europeus e o que vem a seguir e em que se joga a vida destas pessoas – tudo sinais de que o país tão contentinho consigo mesmo por acolher refugiados durante 18 meses é quase tão fantasiado como o humanismo europeu em Tebas.

www.asbeiras.pt
20
Mar18

CHEGOU A PRIMAVERA

António Garrochinho


EMBORA FRIA CHEGOU A PRIMAVERA
E O ALGARVIO PELO VERÃO ESPERA
PELOS DIAS AFÁVEIS E QUENTES
O VERÃO PODE SER BONITO
MAS A PRIMAVERA É O GRITO
QUE AOS OLHOS NOS PÕE CONTENTES

poema: António Garrochinho
gif animado.António Garrochinho
20
Mar18

Livro “Vítimas da Ditadura no Algarve” é apresentado na FNAC do Fórum Algarve

António Garrochinho


O livro “Vítimas da Ditadura no Algarve”, da autoria de Idalécio Soares, é apresentado no próximo sábado, 24 de Março, às 21h30, na FNAC do Fórum Algarve, em Faro. 
«Manuel Paula Ventura, João Feliciano Galvão, José da Mónica e outros, cujas histórias se contam neste livro, foram alguns dos muitos milhares que viram as suas vidas prejudicadas, quando não interrompidas por este regime», diz a “Sul, Sol e Sal”, editora da obra.
«Com origens sociais, personalidades e percursos de vida muito diferentes, eles tiveram, todavia, algo em comum: o terem, em determinado momento das suas vidas, e independentemente das escolhas políticas que fizeram (ou não fizeram), sido apanhados pela malha da ditadura», conclui.



www.sulinformacao.pt
20
Mar18

São Brás de Alportel criou uma equipa de sapadores florestais

António Garrochinho


A equipa de sapadores florestais de São Brás de Alportel foi oficialmente criada no dia 15 de Março, após a contratação dos cinco elementos que a irão compor.
Esta equipa vai trabalhar «na área da silvicultura preventiva, na vertente da gestão de combustível florestal com recurso a técnicas manuais, moto manuais, mecânicas ou fogo controlado, entre outras», segundo a Câmara de São Brás de Alportel.
Outra incumbência dos sapadores florestais é «a manutenção e proteção de povoamentos florestais no âmbito da gestão florestal e do controlo de agentes bióticos nocivos, a silvicultura de carácter geral, a manutenção e beneficiação de infraestruturas de defesa da floresta e de apoio à gestão florestal são outros trabalhos que o grupo vai realizar».
«Esta é uma equipa muito desejada pelos são-brasenses, com uma missão relevante que requer muito empenho. Confiamos que vão ser eficazes no seu trabalho de defesa do nosso riquíssimo património natural e humano», acredita Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel.
Os sapadores florestais são uma primeira linha de prevenção dos incêndios florestais, não só pelo trabalho que fazem fora da época mais crítica para a ocorrência de fogos, mas também pela vigilância e pela primeira intervenção, bem como o apoio a operações de rescaldo.
A constituição desta equipa, no concelho de São Brás de Alportel, aconteceu após a aprovação de uma candidatura apresentada pelo município a um programa lançado pelo Governo.


«Em todo o país, foram aprovadas 20 de 120 candidaturas apresentadas. Cada candidatura aprovada inclui a entrega de uma viatura devidamente equipada, no valor de 40 mil euros», que o município são-brasense recebeu a 3 de Agosto, numa cerimónia realizada em Oliveira do Hospital presidida pelo primeiro-ministro António Costa.
«A par da viatura, o Governo atribuiu um apoio financeiro para fazer face, durante os primeiros cinco anos, às despesas necessárias para a constituição de uma equipa de cinco sapadores florestais municipais», acrescentou a Câmara de São Brás.


www.sulinformacao.pt
20
Mar18

O Drama, a Tragédia, o Horror!

António Garrochinho



Manhã de domingo, algures no Ribatejo
Enquanto a câmara nos mostrava umas estradas parcialmente alagadas, a jornalista fugia afogueada da intempérie e lançava perguntas a quem encontrava à mão.
Num notável esforço para dramatizar a situação traçava cenários de grande catástrofe e procurava com denodo sinais de destruição.
Às perguntas sobre as cheias os entrevistados respondiam com um sorriso.
Cheias? Isto são só inundações, menina.  E pequenitas.Todos os anos temos cá disto e bem pior.
Mas a ponte está cortada ao trânsito, como fazem para ir trabalhar?
( Eu que me lembro bem dos idos de 70 , quando  duas vezes por semana atravessava a ponte parcialmente alagada numa Renault 4 por onde entrava água até me ensopar as galochas, não pude deixar de esboçar um sorriso com o horror da repórter, perante uma ponte cortada ao trânsito, mas com as faixas de rodagem parcialmente visíveis e por isso transitável por veículos TT em caso de emergência)
A entrevistada não sorriu por compaixão, mas sempre foi dizendo:
- Temos de ir à volta, menina. Paciência! Já estamos habituados, porque todos os anos acontece o mesmo.
E os prejuízos das cheias para a agricultura?
-Ó menina!- respondeu condescendente o agricultor. Esta água é ouro para os campos. Renova-os e torna-os mais férteis.
A jornalista –repórter, ou vice versa, estava descoroçoada com a indiferença dos ribatejanos a uma tão grande catástrofe.  Para ela aquelas estradas parcialmente alagadas e os terrenos circundantes  submersos eram uma paisagem digna do Inferno de Dante.  Aquele cenário era  o espelho do drama, da tragédia, do horror!
Tive vontade de lhe telefonar e convidá-la para ver as fotografias dos anos 70 que tenho no meu espólio. Especialmente uma, onde o meu  supervisor do PNUD, um belga de provecta idade vai sentado no capô da Renault 4 ( com água até meio das portas) a dar-me orientações para não cair em buracos, nem sair da estrada.
Antigamente é que havia cheias, menina! O que acabou de ver e reportar aos telespectadores com tanta emotividade, foi apenas um  transtorno para os ribatejanos.

cronicasdorochedo.blogspot.pt

20
Mar18

350 quilos da infestante azola retirados num dia do rio Guadiana

António Garrochinho


Azolla filiculoides



A Capitania do Porto de Vila Real de Santo António retirou, na sexta-feira passada, cerca de 350 quilos de azola do rio Guadiana, numa tentativa de controlar a expansão desta planta invasora.
Tratou-se de uma «medida preventiva», para «evitar a obstrução do canal de navegação e, consequentemente, interferir com a segurança da navegação», explica a Autoridade Marítima Nacional.
O aparecimento de Azolla filiculoides (azola) na ribeira de Oeiras, afluente do Guadiana, tinha sido denunciado no princípio do ano, pela Câmara Municipal de Mértola, que comunicou esse facto à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), entidade responsável pelo curso de água.
A Câmara solicitou à APA a remoção «urgente» da planta infestante. Também a Capitania do Porto de Vila Real de Santo António foi alertada.
O Município de Mértola, em nota de imprensa divulgada no início do mês de Março, dava conta de que, «com a subida das águas, devido à chuva sentida na última semana, a espécie invasora deslocou-se para o Rio Guadiana».


A operação de retirada da azola, a 16 de Março, contou com o apoio do engenheiro do Departamento Marítimo do Sul e decorreu em articulação com o Município de Mértola e os Bombeiros de Mértola.
?A Azolla filiculoides é uma espécie invasora, conforme listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 dezembro, que flutua na superfície da água, com uma elevada taxa de crescimento.
Trata-se de um pequeno feto anual de água doce, de cor esverdeada, azulada ou avermelhada, que se desenvolve à superfície, pertencente à família Salviniaceae. Apresenta normalmente cor verde, mas, em condições de stress ambiental, o lobo dorsal adquire uma coloração avermelhada devido à presença de pigmentos (antocianinas) existentes nas folhas.
Em condições favoráveis (temperatura elevada, caudais reduzidos e disponibilidade em nutrientes, principalmente fósforo), multiplicam-se rapidamente, dando origem a tapetes de cor tipicamente verde-avermelhada que cobrem a superfície da água.



Esses tapetes de azola, além de serem um perigo e entrave à navegação, também causam problemas de eutrofização da água.
www.sulinformacao.pt
20
Mar18

Estado português deu benefícios fiscais de 271 milhões às petrolíferas GALP e ENI

António Garrochinho


As petrolíferas GALP e ENI (através da sua subsidiária SAIPEM) receberam, respetivamente, «mais de 70 milhões e de 201 milhões de euros em benefícios fiscais» do Estado português, denunciou hoje, em comunicado, o movimento Climáximo.
«O argumento falacioso levantado pelo Secretário de Estado, de que havia autorizado a perfuração no mar porque as empresas já tinham investido 70 milhões de euros fica portanto exposto: três governos já deram quase quatro vezes esse valor em benefícios fiscais às petrolíferas», salienta aquele movimento ambientalista que luta pela justiça climática.
«Todo o processo das concessões petrolíferas em Portugal cobre-se hoje de um enorme manto de opacidade e mentiras: o governo tem de revogar a autorização do furo de Aljezur e cancelar as concessões ainda em vigor», sublinha.
Segundo a Climáximo, «a opacidade do processo de concessões petrolíferas em Portugal ganhou hoje mais um novo episódio de vergonha, com a descoberta de que a GALP e a SAIPEM, diretamente envolvidas no furo petrolífero autorizado pelo governo para ocorrer este ano no mar de Aljezur, receberam benefícios fiscais de 271 milhões de euros entre 2010 e 2016».
De acordo com os dados revelados pelo movimento, em 2010 e 2011, a GALP recebeu 34 milhões de euros na Zona Franca da Madeira, enquanto, em 2015 e 2016, recebeu mais de 32,8 milhões, principalmente por isenções fiscais no Imposto Sobre Produtos Petrolíferos.
Entre 2012 e 2014, os benefícios fiscais da GALP em Portugal foram mais baixos, principalmente porque a sua sede fiscal se deslocou para a Holanda.
• Em 2010, a SAIPEM Portugal, dividida em SAIPEM Perfurações e Construções Petrolíferas e SAIPEM SGPS, recebeu 5.767.081 euros;
• Em 2012, recebeu 43.636.284 €;
• em 2013, recebeu 24.086.513 €,
• em 2014, recebeu 53.068.618€,
• em 2015, recebeu 42.899.518€;
• em 2016, recebeu 32.498.501€.
Entretanto, a SAIPEM Portugal Comércio Marítimo Unipessoal Limitada, empresa proprietária do navio autorizado a fazer o furo de petróleo em Aljezur, o SAIPEM 12000, recebeu quase 200 milhões de euros em benefícios fiscais na Zona Franca da Madeira.
A SAIPEM Portugal Comércio Marítimo Unipessoal Limitada, além de ser proprietária do SAIPEM 12000, é 100% propriedade da SAIPEM SpA, empresa que era uma divisão da ENI e cujo maior acionista é também a ENI, concessionária da área “Santola”, onde está projetado o furo de Aljezur.
«Em 2014, a SAIPEM Portugal foi mesmo o maior recetor de benefícios fiscais do país. Nestes cinco anos, recebeu mais de 201 milhões de euros», revela a Climáximo.
Os dados de benefícios fiscais para 2017 ainda não estão publicados pela Entidade Tributária e Aduaneira, «mas há poucos motivos para crer que não tenha sido mais um ano de dezenas de milhões de euros em benefícios fiscais às petrolíferas, atribuídos quer através do offshore da Madeira, quer através do Impostos Sobre Produtos Petrolíferos».
Além disso, diz ainda o movimento, «antes de 2010 seguramente existirão mais dados relevantes em termos de benefícios».
A Climáximo defende que, «entre as muitas falsidades invocadas pelo secretário de Estado da Energia Jorge Seguro Sanches, para autorizar o prolongamento pela terceira vez do furo ao largo de Aljezur, baseadas quase exclusivamente num relatório da Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis (ENMC), foi dito que as empresas já haviam investido 70 milhões de euros na concessão entre 2007 e 2016. Ora, mesmo que tal fosse verdade, hoje ficamos a saber que, só numa parte desse período (entre 2010 e 2016), três governos sucessivos (o segundo governo de José Sócrates, o governo de Passos Coelho e o atual governo de António Costa) permitiram a estas empresas receber benefícios fiscais num valor que é quase o quádruplo daquele invocado pela ENMC».
«Esta entidade, cuja extinção foi aprovada em 2016 pelo Parlamento, mas que se mantém em funcionamento, é uma caixa de ressonância dos gabinetes de comunicação das petrolíferas», acrescenta o comunicado.
A Climáximo considera que «depois das sucessivas contestações à realização deste furo, do profundo desprezo pela opinião de populações, movimentos, autarquias, este novo capítulo da história das concessões petrolíferas em Portugal mancha um processo já de si sujo com a ignomínia do apoio direto, com o dinheiro dos cidadãos, à indústria petrolífera».
Por isso, o movimento defende que «está na hora do atual governo, que não perde um momento para propagandear que está empenhado no combate às alterações climáticas enquanto apoia o investimento em fósseis e enche com 265 milhões de euros em benefícios fiscais os cofres das petrolíferas, ganhar vergonha».
O governo «tem de revogar a autorização do furo de Aljezur e cancelar as concessões petrolíferas em terra e no mar em Portugal. E tem, definitivamente, de parar de subsidiar a indústria petrolífera e, aliás, todas as empresas sediadas no paraíso fiscal da Madeira».
A Climáximo termina o seu comunicado apelando «a toda a população», para que «se junte a movimentos, autarquias, associações de estudantes e populações de todo o país e, no próximo dia 14 de Abril, às 15h00, em Lisboa, marche connosco, do Largo Camões até à Assembleia da República, na Manifestação “Enterrar de Vez o Furo, Tirar as Petrolíferas do Mar”».


www.sulinformacao.pt
20
Mar18

Outra Preocupação Climática Desmascarada: A Floresta Amazônica Encontra-se Surpreendentemente Resistente à Seca

António Garrochinho


As florestas tropicais da Amazônia são parte integrante do ecossistema terrestre. Como Louis Santiago, professor da Botany & Plant Sciences da Universidade da Califórnia em Riverside, afirma: "Por causa de seu tamanho, o que acontece na Amazônia afeta o mundo inteiro". Enquanto os alarmistas das mudanças climáticas alegam que as florestas exuberantes da Amazônia estão em perigo, verifica-se que as árvores que compõem o dossel da floresta tropical são mais resistentes do que se pensava anteriormente.


Santiago, que também tem um cargo no Smithsonian Tropical Research Institute, inspirou-se pela primeira vez aprofundando-se sobre como as árvores da Amazônia lidaram com as condições da seca em 2013.

Uma das maiores preocupações enfrentadas pelas árvores durante uma seca é o potencial para desenvolver uma condição conhecida como falha hidráulica. Esta condição ocorre quando as raízes de uma árvore sugam bolhas de ar, as quais então bloqueiam o fluxo de água e nutrientes dentro do xilema (o sistema vascular interno das árvores). É muito semelhante a uma embolia em seres humanos.

Para estudar a resistência das árvores da Amazônia à seca, Santiago e sua equipe examinaram quão facilmente elas desenvolveriam uma falha hidráulica. Os ramos de árvores reunidos a partir das copas da Guiana Francesa foram usados ??para realizar suas experiências.



O que eles encontraram foi chocante: as árvores tropicais realmente desenvolveram sua própria maneira de sobreviver em secas. As plantas tinham uma camada especial de células projetadas para armazenar água e equilibrar a pressão osmótica, de modo que a água possa ser distribuída para onde for mais necessária.

Comentando suas descobertas, Santiago explicou: "As árvores tropicais, comparadas com as florestas temperadas, possuem três vezes mais células vivas que cercam o xilema que podem facilitar esses processos, os quais não são observados pelos experimentos típicos que conduzimos para determinar a vulnerabilidade de uma planta".



No comunicado de imprensa, os pesquisadores apontaram rapidamente que a floresta amazônica contém mais de 20% do dióxido de carbono (CO2) do mundo e aponta para o CO2 como causa da seca.

Mas, como Mike Adams relatou, o CO2 é essencial para a vida vegetal. É um elemento-chave para o processo da fotossíntese - a qual é como as plantas criam a energia necessária para prosperar.

Além disso, a pesquisa mostrou que níveis mais altos de CO2 podem realmente proteger as plantas contra as condições da seca. Uma pesquisa de 2016 indicaram que as plantas respondem a altos níveis de CO2 e, finalmente, precisam de menos água para sobreviver.

Como o site Phys explica:

Quando a atmosfera da Terra retém mais dióxido de carbono, as plantas realmente se beneficiam de ter mais das moléculas que precisam para construir seus corpos ricos em carbono. As plantas tomam o dióxido de carbono através de pequenas aberturas chamadas estômatos que cobrem suas folhas. Mas, à medida que extraem o dióxido de carbono, a umidade escapa. Quando o dióxido de carbono  é mais abundante, os estômatos não precisam estar abertos por tanto tempo, e as plantas perdem menos água. As plantas, portanto, extraem menos água do solo através das raízes.

Os chamados especialistas afirmaram que mais de dois terços do planeta estarão sob condições de seca no próximo século. Mas quando esta surpreendente resposta da planta ao aumento dos níveis de CO2 é contabilizada, o número de áreas de seca é cortado pela metade. Mais, esses cálculos nem incluem a capacidade de crescimento extra da experiência das plantas graças ao efeito de fertilização por CO2.

Em última análise, parece que o CO2 não é o monstro que dizem ser - como Mike Adams reiterou muitas vezes antes, ele é essencial para a vida vegetal. Ainda mais, parece que o CO2 pode realmente ajudar a proteger as plantas em tempos de seca.
www.anovaordemmundial.com

20
Mar18

Acções de protesto em Lisboa, no Porto, em Coimbra e em Évora Dia do Estudante com manifestações e concentrações no Superior

António Garrochinho



Os estudantes do Ensino Superior têm protestos agendados para quarta e quinta-feira, por todo o País. Assinalam o Dia do Estudante na rua, em protesto por mais financimento para as instituições e contra o actual regime jurídico.
Estudantes do Ensino Superior têm reivindicado mais condições de acesso e frequência, nomeadamente o fim das propinas e o reforço da Acção Social Escolar
Estudantes do Ensino Superior têm reivindicado mais condições de acesso e frequência, nomeadamente o fim das propinas e o reforço da Acção Social EscolarCréditos
Estão agendadas para a próxima quinta-feira, dia 22, uma manifestação em Lisboa (Saldanha, 13h30) e concentrações no Porto (Cordoaria, 22h) e em Évora (frente à Câmara Municipal), de acordo com um comunicado da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (AEFCSH) da Universidade Nova de Lisboa.
A estrutura estudantil lançou o manifesto e a campanha «24 de Março – é tempo de sair à rua» junto do movimento associativo estudantil, tendo por base as principais reivindicações dos estudantes do Ensino Superior.
Também em Coimbra está agendada uma manifestação, aprovada pelos estudantes em reunião magna da Associação Académica de Coimbra, para amanhã, com início na Porta Férrea, às 17h.

Governo mantém situação de subfinanciamento

O subfinanciamento das instituições é denunciada pelos estudantes, que leva a que se generalize o recurso a «propinas, taxas de matrículas, pagamentos de melhorias de exames» como fontes de financiamento, denuncia a AEFCSH. Estas constituem «barreiras socioeconómicas que contribuem para vedar o acesso e frequência dos estudantes no Ensino Superior».
A falta de financiamento faz-se sentir também no plano da acção social, «na escassez de bolsas e valores extremamente diminutos para fazer face a todas as despesas que o Ensino Superior acarreta». A AEFCSH acrescenta ainda a «falta de residências e residências degradadas, um desconto de passe escolar totalmente insuficiente e o preço das refeições sociais que em nada corresponde ao seu propósito social».

Estudantes contra passagem de universidades a fundações

Para além dos problemas relacionados com o financiamento, o actual Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES) é outra das razões que motivam os protestos. Este diploma legal permite que as instituições se possam transformar em fundações públicas de direito privado, Este caminho, para além de representar uma abertura aos interesses de empresas privadas, aproveitando a situação crónica de subfinanciamento, «retirou espaço aos estudantes nos órgãos de gestão das faculdades», aponta a AEFCSH.
O Dia do Estudante assinala-se a 24 de Março, no próximo sábado. Foi promulgado pela Assembleia da República em 1987, assinalando o desfile que deu início à crise académica de 1962.


www.abrilabril.pt
20
Mar18

A fábula Barreiras Duarte

António Garrochinho



(Por Fernanda Câncio, in Diário de Notícias, 19/03/2018)
Pronto, já está: o secretário-geral de Rio caiu. Estamos contentes e saciados? Felizes com a nossa democracia, o nosso jornalismo, a nossa academia, a nossa justiça? Que bom.

Antes da atual polémica, só associava o nome do ex secretário-geral do PSD (demitiu-se enquanto escrevia este texto) a um episódio em que me causou boa impressão. Em agosto, numa altura em que o seu partido apresentava um candidato autárquico com discurso xenófobo em Loures, verberou duramente Passos por este, no último comício do Pontal, associar imigração a criminalidade e terrorismo e manifestar preocupação pela possibilidade de “qualquer um poder entrar em Portugal”.
Numa articulada entrevista ao Expresso, Barreiras Duarte, que foi secretário com a tutela da Imigração em governos de Barroso, Santana e do próprio Passos, criticou aquilo que descreveu como “análises e proclamações políticas baseadas no achismo” e, afirmando que a atual política de imigração portuguesa é sobretudo fruto de governos PSD (o que pode ser contestado) e não advém de “visões securitárias”, manifestou a sua preocupação por “agora o PSD, pelo que se percebe, também [ter] racistas e xenófobos, que pelos vistos têm apoios internos para defenderem essas posições”. A uma pergunta direta sobre o discurso de Passos, respondeu: “Até mete dó a contradição e a incoerência de algumas pessoas que brincam com o fogo, ao abordarem de forma populista e generalista estas matérias, descurando potenciais efeitos de ricochete sobre os portugueses [emigrantes].” E manifestou a sua convicção de que “o PSD nunca foi, não é, nem deverá ser um partido político com discursos (e espero práticas) com tiques “trumpistas” e “lepenistas” (…) Porque, a acontecer, estará a hipotecar muito do seu futuro de partido político moderado, tolerante e humanista. E a acantonar-se na direita política retrógrada, caceteira, populista e oportunista. (…) Aliás, não deixa de ser curioso verificar a incoerência de pessoas que se têm assumido tão liberais, defensoras da sociedade aberta, do globalismo, da circulação de capitais e de empresas, e que nestas matérias são por um Portugal a preto e branco e fechado. O PSD nunca foi isso e no futuro deverá tudo fazer para combater isso.”
Tive pois dificuldade em reconhecer a pessoa apresentada na entrevista como estando a fazer “um doutoramento sobre políticas de imigração” no autor de uma tese (ou relatório) de mestrado de 2014 escrita com os pés e na qual nem as dedicatórias escapam ao ridículo e ao péssimo português – sendo que, parece, a profusão de textos que tem publicado na imprensa (curiosamente sobretudo no Sol, onde saiu a primeira notícia sobre o caso Berkeley) padece de problemas semelhantes – e que, para meu espanto, terá sido valorada com 18. Quanto ao apresentar-se como “visiting scholar” de uma universidade californiana onde nunca terá posto os pés e com a qual não terá tido qualquer contacto académico nem consigo comentar, de tão patético.
Mas, confesso, se acho muito preocupante descobrir que existe um deputado, ex governante e alto dirigente partidário que alegou um estatuto académico a que não tinha direito e aparentemente não consegue escrever uma frase que faça sentido e com as vírgulas no sítio, assim como que uma tese nesses preparos tenha uma nota tão elevada, se considero tudo isso notícia, não posso deixar de anotar que todos estes factos têm anos e surgiram agora, por magia, nos media, quando Barreiras Duarte foi nomeado secretário-geral da direção de Rio.
E dessas evidências se retiram várias coisas, que estão longe de se ater à pessoa e caso de Barreiras Duarte. Uma é que o sistema de acreditação e de avaliação em algumas universidades portuguesas – e todos os escândalos conhecidos ocorreram com privadas –, é algo de inadmissível e que tem de ser resolvido. Outra é que os media funcionam demasiadas vezes como braço armado de interesses muito óbvios e repositório acrítico e assanhado de “campanhas”, sem o mínimo de distância e reflexão. Por exemplo, onde é que vimos, nesta chusma de notícias, questionar a antiga direção do PSD, o ex PM e o ex ministro Miguel Relvas (do qual Barreiras Duarte foi secretário de Estado e que também teve um pequeno problema académico), sobre se sabiam alguma coisa sobre o que agora se revelou? Ou a universidade (a privada Autónoma) e o orientador, por acaso Diogo Leite de Campos, do PSD, sobre a qualidade daquela tese ou relatório ou que raio é? Porque é que o que é estrutural suscita tão pouco interesse e tudo se parece resumir a “demite-se ou não se demite”, “cai ou não cai”?
Como se não bastasse o gritante de alguém ter colocado a questão Berkeley numa “pastinha” até dar jeito usá-la, lá voltámos a ver a PGR, depois do caso Centeno, a mergulhar de cabeça na refrega político-mediática. A que propósito correu a anunciar um inquérito? Qual o crime em causa, se a acusação de que o ex governante teria forjado um documento foi logo desmentida por quem acusou?
Entendamo-nos: é irresistível gozar Barreiras Duarte – eu própria o fiz no Twitter, analisando o seu quilométrico CV no site do parlamento e gracejando, entre outras coisas, sobre apresentar-se como conselheiro económico de um município chinês: “Põe no CV tudo o que apanha do chão”. Mas uma coisa são piadas nas redes sociais, outra o jornalismo, a política, a justiça. Era bom poder distinguir.

estatuadesal.com
20
Mar18

Sobre o mercado de trabalho atual: do século XXI ao século XIX, um retorno a Marx. 11- De onde vem o sofrimento dos trabalhadores no século XXI? Ruturas e continuidades entre gestão moderna e a lógica de gestão tayloriana – Parte I/ II

António Garrochinho






A modernização da gestão afirma ser uma ruptura radical com a lógica tayloriana. Afirma abrir espaço para a autonomia, a liberdade de iniciativa, a responsabilidade dos assalariados e promover modos de trabalho em consonância com a evolução da sociedade. Esta está cada vez mais individualizada e as políticas postas em prática nas empresas mostram a importância agora dada às qualidades pessoais de cada assalariado: a sua capacidade de adaptação, a sua criatividade, o seu gosto pelo risco ...
Parte II
(Danièle Linhart, Setembro, 2017, Tradução Júlio Marques Mota)

  1. O surgimento de um novo modelo: entre inovações e renovações
Antes de tudo, era necessário preservar a relação de forças: as direções das empresas rapidamente se convenceram da perigosidade de uma situação em que, devido à gestão coletiva dos assalariados, estes procuravam massivamente afirmar os seus interesses. e valores.
2.1. Estabelecimento de uma individualização sistemática da gestão de assalariados e da organização do seu trabalho.

A individualização está no cerne do novo modelo de gestão. Fundada em meados da década de 1970, foi uma resposta às exigências dos assalariados que, durante a maior greve do século XX, exigiram mais dignidade, autonomia, liberdade e reconhecimento no trabalho. Tinha a vantagem, do ponto de vista dos empregadores que a introduziam, de reverter um equilíbrio de poder que se lhes tornara muito desfavorável. Esta individualização, que passava por horários variáveis, a individualização de prémios e, depois,  os salários igualmente variáveis, culminou com a personalização de objetivos e das avaliações, das formações e carreiras, contribuiu largamente,  ao introduzir uma concorrência sistemática entre os assalariados, para  desestabilizar ou mesmo  eliminar os coletivos de trabalho (Linhart, 2009).
Ora, estes (coletivos informais, ilegais, não registados nos organigramas e constituídos por assalariados confrontados lado a lado na duração da sua vida profissional às mesmas condições de trabalho, remuneração e "carreira") desempenham um papel importante na regulação de dificuldades físicas e psíquicas relacionadas com o trabalho. Estes coletivos  desempenham um papel importante na gestão destas dificuldades, nas complexidades do trabalho e nos efeitos de esgotamento físico e psíquico. O elemento mais decisivo nessa gestão é a capacidade destes coletivos em ganhar autonomia, em produzir significados, pondo em sinergia a experiência de cada um, as suas competências, as suas qualidades, em torno de valores partilhados relacionados com a sensação de um destino comum na empresa. Através da partilha de conhecimentos e das  práticas próprias à sua atividade, estes coletivos de trabalhadores funcionam como apoio profissional (eles rotineiramente praticam a entreajuda), mas também emocional e psicológico, pois reduzem a ansiedade sobre o desconhecido. Eles contribuem para uma certa serenidade no trabalho, ajudando-se uns aos outros para lidar com as condicionantes de vários tipos incluídos em qualquer atividade profissional. Eles também colocam o trabalho no contexto de uma relação de força, no centro das questões políticas. Eles também dão um sentido ao sofrimento, eles colocam‑no  em relação com a ganância do patrão, que "sempre quer mais". Na verdade, os coletivos desempenham um papel vital na decodificação da dor e do sofrimento experimentados no trabalho. A questão essencial não é quem sofre e como, mas de onde vem o sofrimento e porquê? Para os coletivos, o sofrimento não deve estar relacionado com falhas, deficiências, fraquezas pessoais, a falta de adaptação, mas sim com condições de organização do trabalho relacionadas com  um contexto económico particular e político.
Esta ameaça aos coletivos tem sido difícil de combater pelos sindicalistas, porque o discurso dos gestores pretendia satisfazer as profundas aspirações dos assalariados. A personalização do trabalho era por eles  apresentada como a única maneira de passar a ter em conta e reconhecer os méritos, competências e a  qualidade do empenhamento de cada um, a única maneira de introduzir mais liberdade no trabalho.
Mas, por tudo isso, está fora de  questão pensar que a personalização, a individualização ou  mesmo as margens concedidas de autonomia levem a uma perda de controle da administração sobre os seus assalariados.
2.2. Empregados, garantes de uma segunda vida de taylorismo
Na realidade, o desafio para a gestão declina-se de uma nova maneira. É necessário que cada assalariado deva ter de concordar em transformar-se num pequeno gabinete de estudo de tempos e de métodos para aplicar a si mesmo os princípios de economia de custos e tempo em permanência e isso de acordo com situações que variam em função da muita diversificada natureza do trabalho. A continuidade com o taylorismo encontra-se, portanto, nos princípios, mas as condições para a sua implementação diferem. Agora, o próprio empregado é responsável pela organização de seu trabalho, de alguma forma, um subcontratado. Mas deve assumir essa responsabilidade confiando estritamente nos critérios, nos métodos, nas formas de fazer, nos objetivos definidos pela sua direção e pela sua hierarquia e em função dos meios que lhe serão disponibilizados sem que ele nisso possa interferir.
É-lhe exigido, portanto, que se saiba adaptar, que saiba compreender o que se espera dele, estar disponível, sempre fiel e totalmente empenhado com o seu trabalho, e ter muita atenção para fazer uso de si mesmo da forma mais apropriada do ponto de vista da sua gestão. Os novos métodos que se difundem sobre as empresas industriais e terciárias (lean production [1], lean management, que consistem em diminuir tudo: a força de trabalho, os orçamentos, os atrasos, os erros, os stocks, etc.) não se baseiam em nenhuma lógica inovadora mas sim numa aplicação rigorosa e exacerbada dos princípios tayloristas. Os assalariados, portanto, têm de se mobilizar dentro de limites muito estreitos, definidos pelas modernas ferramentas de gestão, que permitem também um controle de eficiência incomparável. Eles têm que desenvolver de forma relativamente autónoma os seus esforços num universo extremamente codificado, supostamente para os orientar para soluções organizacionais, de acordo com a única racionalidade do seu empregador. Imagina-se pois em que medida este novo modelo com princípios antigos se baseia numa contribuição subjetiva ativa dos assalariados.
Para obter que eles aceitam e joguem este jogo com lealdade, no quadro das margens de autonomia que lhes são concedidas, é necessário seduzi-los, convencê-los, conquistar a sua adesão. Isto será objeto de uma fase participativa orquestrada, na década de 1980, através de todos os tipos de círculos de intercâmbio, grupos ad hoc, grandes massas onde se trata de criar uma cultura de empresa ex nihilo, um espírito comunitário compatível com a empresa; depois, uma fase de produção de valores morais (com a promulgação de cartas éticas, códigos de ética, regras de vida destinadas a definir o empregado virtuoso, aquele que tem o seu lugar na empresa); finalmente, a de uma solicitação mais narcisista (de Gaulejac, 2005) que convida os assalariados a descobrir quem são eles realmente, o que é que  eles realmente desejam, encorajando-os a  medirem-se  contra os outros e a abordar um ideal do eu.
Esse desafio constante, essa redução da atividade profissional a uma conquista narcisista, tem como objetivo levar os assalariados a fazer uso de si mesmos de acordo com os objetivos, critérios e métodos impostos pela administração: eles têm que mobilizar a sua inteligência e criatividade, para alcançarem a utilização mais produtiva de si mesmos, de acordo com os critérios estabelecidos pela administração, dependendo de dispositivos concebidos por outros a eles alheios e pensados ??contra o seu profissionalismo. Essa lógica é uma fonte potencial de sofrimento e representa, sem qualquer dúvida, um risco psicopatológico muito real.
Os dispositivos participativos, éticos e de transação narcisista foram implantados para convencer, seduzir e extrair o consentimento; estes dispositivos são concebidos em  testemunho também da benevolência da administração. Eles são projetados para orientar os assalariados que têm de ultrapassar uma difícil situação limite e enfrentar o trabalho quase que coercivo, um trabalho exigente e intensivo que lhes pedem que seja feito.
Os departamentos de recursos humanos, às vezes rebatizados de benevolência e felicidade com os seus Chief Happiness Officers ( no original em inglês), estão lá para os acompanhar e tentar resolver o máximo possível todos os problemas que possam surgir no contexto das suas vidas privadas e domésticas; esses profissionais do enquadramento propõem serviços de zelador, massagens, sessões de meditação, treinos, números verdes de psicólogos de apoio, os psy greens, dicas para manter a boa saúde: eles estão lá para ajudar os assalariados a trabalharem com o espírito livre e disponível, em boa forma para que eles se envolvam plenamente nas suas missões, num estado de espírito positivo. Orange, por exemplo, agora considera que "cada assalariado é único" e deve ser tratado como tal.
2.3. A negação moderna da profissionalização dos assalariados
Mas isto não significa, do ponto de vista da gestão moderna, confinar-se unicamente aos esforços feitos para efetuar uma metamorfose de identidade. Devemos encontrar o meio de garantir que todos os assalariados, independentemente do grau de adesão ou de resistência, aqui e agora sejam forçados a trabalhar de acordo com os critérios e os métodos impostos e não podendo impor o seu ponto de vista profissional sobre a maneira como se deve trabalhar.
Em seguida, surge uma estratégia que é um decalque da estratégia de Taylor, porque consiste em despojar os assalariados dos seus saberes, dos conhecimento relacionados com a sua profissão e a sua experiência, que poderiam constituir recursos individuais e coletivos legitimando a afirmação de outro ponto de vista no seu trabalho.
Esta estratégia assume a forma de uma política de mudança permanente (apresentada como uma necessidade num mundo onde está tudo sempre a mudar e como prova da sua capacidade de gestão para lidar com o aumento da incerteza). Reestruturamos constantemente os departamentos e serviços, reestruturamos constantemente os empregos, externalizamos e depois internalizamos funções, renovamos o software, mudamos as equipas com uma forte frequência, estabelecemos uma mobilidade sistemática, incluindo a hierarquia de proximidade; em suma, existem reformas em curso que transformam as estruturas, o funcionamento das empresas, que perturbam o conteúdo e o próprio ambiente de trabalho.
Nesta turbulência, os assalariados veem todos os seus parâmetros de referência, uma parte dos seus conhecimentos e experiência a tornarem-se obsoletas. Eles passam por um processo de serem colocados perante situações de incompetência. Essa estratégia de mudança sistemática provoca a impotência profissional, porque lhes falta a noção de distância, de recuo, a experiência para estabelecer um controle sobre o trabalho.
Os assalariados são reduzidos ao nível de aprendizes permanentes. O que é considerado estar a  garantir a sua subordinação, porque um aprendiz deve concordar em dar garantias para ser aceite. Ele deve mostrar a sua boa vontade e especialmente não entrar numa lógica de contestação, se quer ser considerado permanente no seu trabalho.
Quando tudo muda durante todo o tempo, os assalariados deixam de se poder sentir no seu trabalho como na sua casa, na sua empresa, uns com os outros comos sendo os seus colegas. Para eles, é cada vez mais difícil dominar o seu ambiente de trabalho, e ainda mais grave, é cada vez mais difícil ter domínio sobre o seu próprio trabalho. É a sua experiência que é invalidada, as suas competências, é  o seu conhecimento que é desestabilizado. Tudo o que eles conseguiram construir para ultrapassar os constrangimentos e as dificuldades das suas missões cai regularmente por terra e ao ritmo sustentado das reformas e transformações impostas. O seu ambiente de trabalho torna-se hostil, eles têm permanentemente de se estarem  a adaptar, permanentemente a descobrirem as modalidades necessárias para poderem ter domínio sobre a sua atividade: saber que pode ser uma pessoa recurso, que as relações podem ser estabelecidas com os diferentes serviços ou interlocutores, onde encontrar as informações pertinentes, como encontrar conforto nas suas decisões.  Eles têm que reinventar as rotinas que permitem ganhar tempo e consagrarem-se mais eficazmente aos incidentes, às contingências, num contexto que se torna mais complexo e incerto. Com esta política de reformas sistemáticas, os assalariados estão numa posição permanente de desaprendizagem e reciclagem, como se analisa tão bem em Jean-Luc Metzger (1999), uma situação que pode levá-los à situação de esgotamento profissional extremo, dita de burn-out em inglês.
Perdidos no tumulto destas múltiplas mudanças, desorientados e oprimidos, com falta de informação e formação, tudo os empurra para mendigar ajudas técnicas, procedimentos, soluções padronizadas.
Assiste-se a um paradoxo perturbador que leva a que no momento em que se pede ou exige cada vez mais aos assalariados (excelência, empenhamento total e tomada de riscos), face a um trabalho cada vez mais complexo, mergulhamo-los artificialmente num estado de incompetência, que gera apreensão e angústia.
Essas práticas de desestabilização devem acelerar a renúncia dos assalariados aos seus valores profissionais e ao seu ajustamento aos valores recomendados pela organização oficial. A desestabilização dos assalariados é ainda mais compreensível, quando esta situação é analisada como um ataque em regra contra os recursos que eles têm para se afirmar no seu trabalho e impor um ponto de vista e, nomeadamente, contra a experiência que eles acumulam ao longo do tempo. Esta experiência é recusada sobre três registos:  o trabalho (que é uma espécie de experiência coletiva coagulada e validada), a estabilidade no trabalho que permite acumular conhecimentos necessários para enfrentar as situações de trabalho, e as redes socioprofissionais na empresa que ajudam a fazer emergir pessoas recursos.
Na sequência dos princípios tayloristas, há uma desestabilização do conhecimento a favor das "competências" cuja capacidade de adaptação se torna um elemento primordial. Todos os discursos em termos de gestão e, em particular, os de Medef, insistem na importância crucial dos saber-estar, da capacidade de adaptação, das aptidões, o que se chamará  as competências. Para se integrar rapidamente num ambiente que está em constante mudança, diplomas, qualificações, profissões, já não oferecem a garantia de adaptabilidade necessária neste contexto; a profissão tal como a experiência podem ser consideradas como obstáculos à adaptação, possíveis pontos de apoio para atitudes consideradas rígidas, imutáveis e contrárias às necessidades de fluidez e de renovação. Os assalariados já não devem estar mais a contar com esse tipo de recursos, eles devem aceitar em os abandonar e repor constantemente os ponteiros do seu “relógio” profissional a zero.
Despojar o assalariado da sua experiência profissional, não é apenas para remover a base de que  ele tem necessidade para não se deixar ultrapassar pelo seu trabalho, para se sentir à altura de o fazer, armado para o realizar e ter direito a afirmar o seu ponto de vista. É também retirar-lhe uma parte da sua identidade, aquilo que foi constituído em torno dessa experiência e graças a ela. Mudar constantemente de trabalho é também está a afetar a constância da identidade dos assalariados.
De certa forma, exige-se deles que sejam conscienciosos, mas sem consciência…
Por um lado, a gestão enfraquece, prejudica subjetivamente os assalariados, tornando-lhes o exercício do seu trabalho menos fácil e menos seguro enquanto, por outro lado, se tende a fornecer-lhes ferramentas supostamente para lhes trazer soluções e recursos. Em suma, como observa Emmanuel Diet (2012), eles são obrigados a confiar naquilo que os nega, que os desqualifica, isto é, aqueles dispositivos de gestão de pessoal que transmitem valores contrários aos deles e pior ainda, valores que espezinham a sua identidade, a sua moral e o seu profissionalismo. Eles devem estar ativos na implementação da destruição de uma grande parte de si mesmos.
O objetivo da desestabilização crónica é obrigar os assalariados a implementar as ferramentas da gestão do pessoal escolhidas pelas suas direções, essas ferramentas que "carregam com elas regras tácitas de ordenação organizacional", ferramentas que combinam "as virtudes instrumentais das ferramentas e os recursos persuasivos, pedagógicos e micropolíticos "(Boussard e Maugeri, 2003). Estas ferramentas devem colocar os assalariados num molde e criar-lhes os reflexos adaptados aos objetivos
A modernização dos processos de gestão que se quer ser  portadora da humanização do trabalho, que afirma a sua rutura com o taylorismo, inventou uma nova forma de trabalho que tem muitos aspetos preocupantes. A lógica taylorista não desapareceu, mas foi repensada e metamorfoseada. Agora pretende ser incorporado em ferramentas disponibilizadas para assalariados que devem mobilizá-las com consciência em função de situações flutuantes, mesmo que sejam contrários aos seus valores de profissão, aos seus valores profissionais.
As avaliações no contexto de entrevistas individuais com o supervisor hierárquico com base nos objetivos e métodos de trabalho que lhes foram prescritos, são cada vez menos avaliações profissionais, mas sim situações de homens e mulheres que estão a encontrarem-se confrontados com uma avaliação na realidade não das suas capacidades mas da sua pessoa, da sua personalidade. E isso no contexto de uma comparação com os outros. Pode-se pensar na dimensão dos efeitos produzidos.
A precariedade subjetiva, não é apenas o medo de ser levado um dia a uma má prática profissional que o pode levar a perder o seu emprego, mas também é colocar-se a si mesmo em perigo, por um ataque ao sentimento do seu valor, da sua dignidade, da sua legitimidade.
A estratégia de mudança permanente visa precisamente criar as condições que encorajem os assalariados a virarem-se para esses dispositivos, como verdadeiras boias de salvação. Em nenhum momento está previsto levantar a questão da sua relevância, isto é, da relevância dos critérios que eles veiculam. No entanto, eles estão longe de ser tão neutros, objetivos e universais como eles se apresentam: eles estão lá para determinar os atos profissionais de acordo com determinados objetivos específicos de rentabilidade que definirão os critérios de qualidade do trabalho esperado.
A mania dos números e a mania da quantificação destinadas a validar as abordagens de gestão modernas pela objetividade que os números devem transmitir, mascaram (como no tempo de Taylor e da sua ciência universal e imparcial) o desejo de restringir e controlar comportamentos de acordo com instruções que podem ser muito questionáveis. Por exemplo, Bruno e Didier (2013) mostram no seu livro sobre benchmarking que aceitar números e as quantificações da gestão moderna é inscrever-se de mediato numa definição partidária da qualidade de trabalho esperada, da sua finalidade e do seu sentido, o da administração que reivindica trabalhar em benefício de todos.
A proeza desta estratégia é, portanto, conseguir transformar assalariados s em situações de emprego estável (funcionários públicos e funcionários em contratos permanentes) em trabalhadores que  se vivem como precários e, portanto, sujeitá-los sem limites à subordinação que é a peça central da relação salarial.

A terceira  parte deste texto será publicada, amanhã, 20/02/2018, 22h


aviagemdosargonautas.net
20
Mar18

Padre pede donativo ao jovem que meteu baixa depois de ganhar Euromilhões

António Garrochinho


A paróquia de Lousado, em Vila Nova de Famalicão, quer que o mais recente euromilionário português faça um donativo para as obras de restauro da igreja e da residência paroquial.
O pedido (em forma de convite) foi publicado no "Boletim Paroquial" distribuído nas missas do passado domingo. Eusébio Esteves Baptista, o sacerdote de Lousado e responsável máximo pelo jornal, lançou um apelo ao ao vencedor de 61 milhões de euros. "Será que o feliz sortudo vai ter um gesto de altruísmo e oferecer uma dádiva a esta paróquia de Lousado", questiona.


www.jn.pt
20
Mar18

Paris vai analisar viabilidade económica do transporte público gratuito

António Garrochinho

A autarca de Paris, Anne Hidalgo, anunciou na segunda-feira a encomenda de um estudo sobre a gratuitidade do transporte público ma capital francesa.


Em comunicado, a autarquia parisiense anunciou que o estudo, encomendado a três assessores do executivo municipal, vai servir para "objetivar o debate", com o fim de "analisar se existe um modelo económico viável".
No texto, adiantou-se que "todas as grandes metrópoles do mundo estão hoje implicadas na redução do lugar da viatura individual poluidora e no desenvolvimento da mobilidade limpa", acrescentando-se que "está em jogo a necessidade de melhorar a qualidade do ar e proteger a saúde dos cidadãos".
Com isto em vista, Hidalgo foi citada a dizer que é necessário "reforçar a atração dos transportes coletivos, o que passa pela melhoria da rede, da sua regularidade e do seu conforto, mas também por um questionamento das tarifas".
Depois de mencionar o exemplo da Alemanha, onde se vai analisar a gratuitidade do transporte público em cinco cidades, entre as quais Bona e Essen, ou da capital da Estónia, Talin, Hidalgo recordou que nenhuma cidade da dimensão de Paris avançou para o transporte gratuito.
"Em particular, haverá que avaliar se existe um modelo económico viável: hoje nada diz que seja possível", assinalou Hidalgo, e recordou que "a gratuitidade para o utilizador implica necessariamente identificar outras fontes de financiamento que suportem o custo dos transportes coletivos".

www.jn.pt
20
Mar18

Subsídio por morte com atraso cada vez maior

António Garrochinho

O subsídio por morte, com o qual as famílias pagam o funeral de familiares falecidos, está a chegar com uma demora de seis a doze meses e o prazo de pagamento tem vindo a piorar.
É o que asseguram as duas associações que congregam empresas funerárias, garantindo que há já empresas com dificuldades de tesouraria. A Segurança Social fala de normalidade no pagamento das prestações sociais por morte.

NOTÍCIA DESENVOLVIDA NA EDIÇÃO DE IMPRENSA
vídeo

www.jn.pt
20
Mar18

“ROSINHA DOS LIMÕES”, o fado alternativo dos Marafados de Odemira (c/vídeo)

António Garrochinho


Marafados
“Marafado – Estar zangado ou irritado; quem é maroto ou travesso”. Este é, muito provavelmente, o pensamento mais imediato ao ver o nome da nova aposta nacional da Music For All. O raciocínio é lógico, e correto do ponto de vista gramatical, contudo não podia estar mais longe da verdade: Marafados significa na verdade… marar (“galar”) os fados.
Composto por Lúcia Silva, Francisco Ferreira e Rui Queimado, três espíritos inquietos e apaixonados pela música, os Marafados (Odemira) são um convite a olhar, e ouvir, a música tradicional portuguesa de forma absolutamente original. Estreiam-se com “Rosinha dos Limões”, tema icónico do cancioneiro popular a que emprestam a sua singularidade e que serve de primeira amostra para o álbum que editarão ainda em 2018.
Os Marafados é o projeto de Lúcia Silva, Francisco Ferreira e Rui Queimado, trio que vem dar uma nova vida à música tradicional portuguesa. Tudo começou em 2016, quando Francisco é desafiado por Lúcia, professora de música de profissão, para um iniciar um projeto… diferente. Ao saber que o objetivo era apostar no Fado, Francisco ficou sem saber o que dizer: homem do Reggae, do Ska e do Punk, o Fado era-lhe completamente estranho.
Perante a insistência de Lúcia não houve alternativa senão arriscar por um caminho nunca antes navegado. Francisco pegou então na viola e… fez-se história: “Toda a roupagem instrumental e melódica emocionou-me, tocou-me, e ali viajei, bem alto, bem longe! Não sei se naquele dia fizemos Fado… mas o ponto de partida foi esse”.
Com a luz verde do Francisco Ferreira, foi a vez de Lúcia desafiar uma outra pessoa a integrar o projeto – Rui Queimado. Oriundo de outros universos musicais, Rui aceitou prontamente o convite, completando assim o trio que hoje conhecemos como Marafados.
Quanto ao nome do projeto… a explicação pode ser surpreendente. A palavra remete-nos, naturalmente para o Algarve, estando o seu significado ligado a “estar zangado ou irritado” ou ainda “a quem é maroto ou travesso”, contudo a verdadeiramente explicação é… ligeiramente diferente: é que Marafados significa marar (“galar”) os fados.
O primeiro concerto surge no final de 2016 e, daí em diante, o trio nunca mais parou. Embebidos pelo entusiasmo que só a descoberta de território desconhecido proporciona, avançam dia após dia rumo ao futuro. Recheados de emoção e talento, os Marafados estreiam-se agora, sob o selo da Music For All, com “Rosinha dos Limões”, clássico intemporal que recriaram de forma improvável e surpreendente.

VÍDEO
Categories: AlentejoNacional

planetalgarve.com
20
Mar18

O que dizem os resultados das eleições de ontem na Rússia e a russofobia do Expresso - António Abreu in facebook

António Garrochinho

O que dizem os resultados das eleições de ontem na Rússia e a russofobia do Expresso
A campanha russofóbica instalou-se na nossa comunicação social e no debitar de praticamente todos os comentadores neles creditados.
Então começando pelo número de candidatos. Foram oito. Até agora não falaram das críticas do candidato comunista, Pavel Gradinin, mas tão só do mais queridinho do “ocidente”, Alexei Novalny, que foi impedido judicialmente de se candidatar por crimes cometidos e dados como provados em tribunal.
Nos restantes, a variedade era expressiva, não faltando o direitista extremo, Vladimir Jirinovski, ou uma liberal socialite tipo Paris Hilton, Ksenia Sobchak, e que, aliás, num debate televisivo entre candidatos, o primeiro insultou em termos soezes, com insultos pessoais e sexistas, e afirmando que era uma marioneta de Putin.
Os resultados, quando estavam contadas 99,82% das urnas eleitorais, davam uma vitória a Vladimir Putin com76,66%, acima das sondagens, seguindo-se-lhe também muito acima das sondagens, Pavel Gradinin, do Partido Comunista da Federação Russa, com 11,01% (não confundir com outro candidato que se reclama do comunismo, Maksim Suraikin), Jirinovski com 5,66%, ligeiramente abaixo das sondagens e Ksenia Sobchak com 1,67%. Os restantes quatro candidatos não alcançaram a fasquia dos 1%.
Gradinin criticou a falta de transparência das eleições. Para ele "Está claro que as eleições não são justas".
A ONG Golos, especializada em vigilância eleitoral, disponibilizou um mapa das fraudes no seu site na internet, no qual denunciou mais de 2.700 presumíveis irregularidades como a colocação de mais votos nas urnas, votos múltiplos ou obstáculos ao trabalho dos observadores.
Mas a Presidente da Comissão Eleitoral Central, Ella Panfilova, na sua última conferência de imprensa afirmou que as irregularidades comprovadas foram "relativamente baixas" e acrescentou que a votação foi transparente. E que "Qualquer violação deve ser, antes de mais, comunicada, e então os resultados devem ser cancelados, se houver um motivo para isso. E também é necessário punir os responsáveis em plena conformidade com a lei, incluindo com base no artigo do Código Penal relativo a conspirações organizadas ", e que não houve reclamações graves durante as eleições presidenciais. Face à atitude da porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, que escreveu na sexta-feira anterior à eleição que a Comissão Eleitoral Central russa teria negado o estatuto de observador a 5.000 jornalistas “independentes”, e que isso seria uma prova de que as autoridades do Kremlin "temiam a transparência", Panfilova reagiu “É uma mentira grosseira e incompetente…que faz cair no ridículo o nível de competência das pessoas que representam o Departamento de Estado",
Com a divulgação destes resultados, o Centro de Imprensa da Comissão Eleitoral Central da Rússia terminou ontem seu trabalho.
Um total de 1.649 jornalistas, entre os quais 449 representantes de órgãos de comunicação social estrangeiros, esteve credenciado no centro de imprensa, onde cientistas políticos, sociólogos e observadores internacionais foram fazendo para eles os seus comentários sobre as eleições.
Agora, a Comissão Eleitoral Central russa tem 10 dias, desde ontem, para divulgar o resultado final das eleições.
O Bureau para as Instituições Democráticas e Direitos Humanos da OSCE preparará, dentro de dois meses (!), um relatório com críticas ao processo eleitoral russo. Para já um observador seu no terreno manifestou preocupações quanto a Alexei Novalny não ter sido aceite como candidato, alguma “falta de transparência e de competição efectiva”, que não concretizou, embora tenha afirmado ainda que "em geral, o dia das eleições esteve bem organizado, apesar de pequenas falhas no princípio do voto secreto e da transparência da contagem".
Um ou outro comentador sublinha o facto de a participação ter sido de 67,4% e não os70% desejados por Putin. Essa participação não foi, de facto, atingida. Mas se compararmos esta situação com a participação em eleições presidenciais na União Europeia e EUA, verificamos que nas últimas em Portugal foi de 48,84%, no Reino Unido (que não tem presidenciais, graças à monarquia), nas legislativas, foi de 68,7%, na França de 75,34 % e nos EUA 52,16%, sendo que nestes três últimos casos as eleições foram muito disputadas entre dois candidatos, enquanto, na Rússia, como era esperado por toda a gente, isso não aconteceu.
Quanto a últimas eleições europeias na UE, a participação média foi de 43,11%. Em Portugal foi de 34,5%, a mais baixa registou-se na Eslováquia com 13% e as mais altas foram de 90%.
Não há ainda notícias sobre a forma como decorreram as eleições presidenciais noutros países com cidadãos russos. A excepção para já foram os EUA onde, segundo o embaixador russo “Tudo correu bem, de forma democrática, de acordo com as leis russas. Eu não posso dizer que foi 100% da forma como queríamos, porque, infelizmente, houve actos de provocação. Havia aquelas pessoas que, acho, não entendem o que é uma eleição presidencial e a importância de não interferir com a condução destas" e que “pessoas que, ao chegar às instalações para votarem, foram ameaçadas e forçadas a abandonar o local".
O caso particular da votação na Crimeia
Para os interessados em conhecer os sentimentos populares na Crimeia sobre o regresso desta à Rússia, importará sublinhar que o resultado de Putin foi aqui de 92,14 %. “O povo de Crimeia sempre soube que a decisão tomada em 2014, sobre a adesão à Rússia, era correta, mas ontem, nas eleições, foi colocado um ponto final nesta questão", afirmou o observador alemão Andreas Maurer. Este observador é Professor de Ciência Politica e Integração Europeia da Universidade de Innsbruck.
O ex-ministro do Interior da Ucrânia, Anatoly Mogilev, em entrevista ao canal 112 comentou por que Kiev não tentou impedir a península da Crimeia de se tornar parte da Rússia. Mogilev afirmou que os efetivos ucranianos instalados na Crimeia tinham capacidades para impedir militarmente a alteração do estatuto territorial da península, contudo, as autoridades ucranianas acharam desnecessário fazê-lo. "Na minha opinião, esta decisão não foi tomada por as autoridades da Ucrânia terem achado a Crimeia desnecessária. Mas porque tinham a certeza que em futuras eleições, a Crimeia votaria pela oposição. Por isso, a península foi deixada de lado e esquecida, traindo assim os oficiais ucranianos instalados naquele território”.
Também o ex-deputado ucraniano Andrey Senchenko relatou que, quando a crise ucraniana estava no seu auge, o presidente interino mandou os militares de Kerch, cidade da Crimeia, abrir fogo. Mas os militares recusara-se a cumprir a ordem.
Importa recordar a verdade sobre o eterno pretexto da Crimeia para confrontação ocidental com a Rússia desde 2014.
A península da Crimeia reintegrou-se na Rússia após um referendo realizado em março de 2014. Na votação 96,77% dos eleitores da República da Crimeia e 95,6% dos residentes da cidade de Sebastopol manifestaram-se pela reunificação com a Rússia. Este referendo foi convocado após o golpe de Estado na Ucrânia, que levou os partidos fascistas e saudosos do nazismo ao poder, sem validação eleitoral posterior. Desde esse golpe, as populações de origem russa foram na Crimeia descriminada, despojadas do ensino da língua e da sua história, tendo-se registado assassinatos, espancamentos, saneamentos brutais da administração de cidadãos de origem russa. Nisso residiu a motivação da consulta popular que também viria a ocorrer nas regiões de Donetsk e Luhanski. No caso da Crimeia a Rússia aceitou a integração na Rússia, até porque em Sebastopol estava situada a maior esquadra militar naval da Rússia, sobre a qual Rússia e Ucrânia, depois da tinham acordado antes disso um acordo sobre a manutenção de pessoal militar da Rússia na bases. E porque, depois do golpe fascizante, era natural uma espiral de provocações apoiadas pela NATO. Já no caso das outras duas regiões, a Rússia não considerou a integração delas, provavelmente para não alimentar o subir do nível das provocações da NATO e UE.
O “Expresso”, campeão da russofobia
Limito-me a transcrever este naco de prosa do jornalista Filipe Santos Costa, da secção política, porque os comentários são tão óbvios que não vale a pena consumir bytes com ele.
"Vladimir Putin esmagou a concorrência e foi reeleito com mais de 76% dos votos, numa eleição desenhada à sua medida, como escreve o El País. Confirma-se: Putin é o czar do século XXI. Quando terminar este quarto mandato, em 2024, com 71 anos, Putin terá governado o país por um quarto de século - e só ficará atrás de Estaline em termos de longevidade no poder, nota o Guardian.
A vitória de Putin surge depois de uma campanha marcada por violência, ameaças, intimidação e instrumentalização da comunicação social. O Observador fez um bom retrato desta “máquina perfeita do Kremlin para anular os adversários de Putin”. Se a campanha foi assim, a eleição não foi melhor. As denúncias de fraudes foram muitas.
Na consagração, o senhor todo poderoso da Rússia continuou tão vago sobre os seus propósitos e tão ameaçador como ao longo da campanha. Convocou o país para um "salto radical" e ironizou com a sua perpetuação no poder. "Acha que vou ficar aqui por cem anos?", retorquiu a um jornalista que o questionou sobre planos para se manter para além deste mandato.
O meu camarada de redação Pedro Cordeiro sublinha o contexto em que Putin relegitimou o seu poder: "em nenhum ponto do século XXI as relações da Rússia com o Ocidente foram piores". Vale a pena ler esta análise e recordar a coincidência da retórica violenta de Moscovo com as suspeitas de interferência russa na política doméstica de vários paises ocidentais - e veremos até onde vai a investigação ao conluio entre Trump e os russos.
O conflito entre Londres e Moscovo por causa do ex-espião russo assassinado no Reino Unido parece uma cena de um filme de época. Mas é bem real. Ontem, Boris Johnson, o ministro dos negócios estrangeiros britânico, garantiu ter provas da responsabilidade russa no assassinato do ex-espião Skripal. É mesmo como se tivéssemos voltado aos dias da guerra fria."
Resistiram? Se sim a casa oferece um novo gel desintoxicante. Se não, tem bom remédio também: deixe de ler o pasquim.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

António Garrochinho

Links

  •