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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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27
Mar18

ENTREVISTA COM ANTÓNIO COSTA - Costa afasta possibilidade de bloco central após legislativas de 2019

António Garrochinho



Costa afasta possibilidade de bloco central após legislativas de 2019"Acho legítimo e natural que o PCP queira também, conforme se vai concluindo a legislatura e se vai aproximando das eleições, sinalizar quais são as suas marcas identitárias e diferenciadoras relativamente ao PS" 

António Costa considera viável uma reedição da plataforma de esquerda que apoia o atual Governo e vê a solução de um bloco central como "negativa" para a democracia. Em entrevista à revista Visão, o primeiro-ministro não descarta o apoio do Partido Socialista a uma eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República, ressalvando no entanto que primeiro é preciso saber se Marcelo será ou não recandidato.
Na entrevista que será publicada na íntegra esta quinta-feira, o primeiro-ministro e líder socialista vê como possível uma repetição do apoio parlamentar de esquerda que sustenta o atual Governo minoritário na Assembleia da República, apesar das críticas crescentes por parte de algumas forças partidárias, nomeadamente o PCP. 

"Acho legítimo e natural que o PCP queira também, conforme se vai concluindo a legislatura e se vai aproximando das eleições, sinalizar quais são as suas marcas identitárias e diferenciadoras relativamente ao PS", refere o chefe de Governo.

Em relação ao novo líder dos sociais democratas - Rui Rio - o secretário-geral socialista continua a afastar o cenário de bloco central (PS e PSD) na próxima legislatura, como já havia feito anteriormente. 

VÍDEO



"Temos de distinguir o que são soluções de Governo, (...) sempre achei que soluções tipo bloco central são negativas para a democracia, porque a empobrecem, diminuem a escolha que os eleitores têm para procurar caminhos alternativos. Num sistema partidário como o que temos em Portugal, necessariamente as soluções de Governo serão polarizadas ou pelo PS ou pelo PSD e, portanto, a junção dos dois diminuía a possibilidade de geração de alternativas", sustenta o primeiro-ministro. 

Sobre Rui Rio, que assumiu este ano a presidência do PSD, António Costa considera que "está manifestamente a incomodar grande parte do PSD e da chamada direita inorgânica, aquilo que alguns costumam designar a direita do Observador".
Apoio do PS a Marcelo?

A questão do apoio a uma recandidatura do atual Presidente da República por parte dos socialistas não é totalmente excluída pelo atual primeiro-ministro, ainda que prefira falar desse assunto só em 2020. 
VÍDEO


"Para já, para já é preciso saber se é candidato presidencial, visto que ele próprio já disse publicamente que ainda não tomou a decisão sobre essa matéria. O PS sempre teve como tradição apoiar candidatos e não propor candidatos. Portanto, aguardemos para ver quem são os candidatos em 2021 e, depois, o PS seguramente tomará a sua decisão", responde.

A questão dos incêndios foi tema incontornável nesta entrevista, em que António Costa recusou qualquer hipótese de demissão caso as tragédias ocorridas no último verão se repitam. 

"Demitir-me, se houver mais incêndios? Quando há um problema, a solução não é demitirmo-nos, é estarmos prontos para resolver o problema. É isso que temos feito e é misso que vamos continuar a fazer", responde.

Justiça, Angola, Economia

Nesta entrevista, António Costa demarca-se da ideia de que haja politização da justiça, advogando que não lhe parece que esse juízo seja partilhado pela sociedade portuguesa, "nem que haja motivos para o fundamentar".

Interrogado sobre as pressões para uma eventual recondução da Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, o líder do executivo desdramatiza e aponta que "é da tradição o Governo não fazer propostas, nessa matéria, que o Presidente da República não possa aprovar". 

“No que diz respeito ao Governo, no momento próprio falaremos com o senhor Presidente da República e concertaremos com ele a proposta que faremos”, acrescenta. 

Sobre os protestos das autoridades políticas angolanas contra a intenção de a justiça portuguesa julgar o seu ex-vice-presidente Manuel Vicente em Portugal, o primeiro-ministro afirma compreender a pressão diplomática e económica que está a ser exercida no sentido de transferir o processo para Angola.
VÍDEO



"Se num Estado estrangeiro fosse levantado um processo-crime contra o nosso Presidente da República, contra o primeiro-ministro ou contra deputados, muito provavelmente Portugal também diligenciaria no sentido de preservar as imunidades de que essas entidades gozam no nosso país", sublinha o primeiro-ministro. 

Ainda em matéria de justiça, António Costa demarca-se também dos casos que envolvem o Benfica, frisando que não é adepto do clube por causa dos seus dirigentes."Num Estado de Direito, ninguém está acima da lei", salienta.

Em matéria financeira e económica, o primeiro-ministro reconhece mudanças no Conselho de Finanças Públicas, organismo presidido por Teodora Cardoso. "O Conselho de Finanças Públicas ganhou nova confiança na estratégia que temos vindo a adotar. Significa que água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Os factos impuseram-se aos preconceitos", frisa o primeiro-ministro

No que respeita à questão da eutanásia, o secretário-geral do PS defende que a legislação não deve limitar a liberdade de opção individual. Assume, no entanto, que o seu "arreigado otimismo" lhe coloca dificuldades em "aceitar a prática da eutanásia como uma boa solução".

c/ Lusa
www.rtp.pt



27
Mar18

VÍDEO - O VULCÃO NA ETIÓPIA QUE EXPELE LAVA AZUL

António Garrochinho



O vídeo que ilustra este post mostra uma erupção diferentes às demais. A cor azul que rodeia a lava é produzida pelas labaredas dos gases sulfúricos. O vulcão, localizado na Etiópia, contém grande quantidade de enxofre puro, que emite uma cor violeta ao arder, enchendo o ar de fumaça tóxica. O fotógrafo francês Olivier Grunewald especializou-se nesta classe de imagens, que toma sem utilizar filtros nem modificações de imagem. Para consegui-lo, tem que esperar até o anoitecer, quando as chamas azuis são visíveis.

Olivier deve trabalhar com uma máscara de gás para evitar respirar a fumaça tóxica e não é a primeira vez que viaja pelo mundo para tomar imagens de lava azul. Em janeiro, ele viajou a Indonésia para fotografar o vulcão Kawah Ijen, que é o tema de um novo documentário produzido por Grunewald e Régis Etienne, o presidente da Sociedade de Vulcanologia de Genebra, que foi lançado no início deste ano.

VÍDEO
www.mdig.com.br

27
Mar18

Não bastou Napoleão, nem Hitler. Os líderes ocidentais não aprendem as lições do passado.

António Garrochinho



As «democracias ocidentais» vão revelando a sua verdadeira face já nem se dando ao trabalho de manter as aparências quanto ao respeito das liberdades fundamentais em que deveriam assentar a sua legitimidade. Se há uns bons anos as capitais europeias tomaram posição firme contra a Áustria por incluir no governo um neonazi confesso (Haider) e eleger outro para a presidência (Waldheim), passaram a mostrar outra complacência com as progressivas derivas fascistas verificadas na Hungria de Orban, na Polónia de Kaczynski ou Ucrânia de Poroshenko. Igualmente para não esquecer a vindicta imposta aos gregos por se atreverem a eleger para o governo um partido de esquerda, condenado a perder a face e os valores à medida que se foi acocorando às ordens ditadas pelo sr. Schäuble.
As últimas semanas têm sido, porém, de total perda dos escrúpulos, que pudessem restar, seja com a conivência assumida com Rajoy para tratar os independentistas catalães como criminosos em vez de serem tidos pelo que representam: os representantes da vontade soberana de um povo democraticamente expressa em sucessivos atos eleitorais. Ou a cumplicidade com a estratégia de Theresa May em fazer dos russos oportunos inimigos de estimação para distrair os britânicos dos efeitos potencialmente devastadores de um Brexit, agora revelado como mais uma das cerejas em cima do bolo implantadas pela tal Cambridge Analytica, a empresa financiada por plutocratas de extrema-direita para que desse cabo dessas remanescentes veleidades democráticas em todos os continentes.
Às tantas devemo-nos interrogar se, tal como nenhuma prova concreta surge a relacionar a Rússia de Putin com o envenenamento do seu ex-espião em solo britânico, também se justificam dúvidas pertinentes sobre a origem das tais fake news, que deram a vitória a Trump e ao Brexit.
Para quem leu John Le Carré torna-se crível que os autores do atentado em causa sejam, afinal, os mesmos que, acolitados em empresas como a agora denunciada, trabalhem ativamente nos seus objetivos, incluindo na sua ação a criação de um clima de suspeição em torno do diabolizado Vladimir Putin. Só que os mais avisados questionarão se os métodos de Mariano Rajoy serão mais democráticos que os do senhor do Kremlin? Ou se a vil Arábia Saudita deverá ser mais respeitada como aliada do que a Rússia ou a China, contra quem se atiça uma nova Guerra Fria.
Felizmente que Portugal pôs-se à margem da indecorosa expulsão de diplomatas russos, que Theresa May invocará junto do seu eleitorado para desmentir o óbvio isolamento em que se encontra. E quero crer que, bem mas esperto do que qualquer dos líderes ocidentais - de Trump a Merkel, de Macron a Tusk - Putin não tardará a dar-lhes o devido troco. Com dispendiosos juros, que é para não se armarem tão estupidamente ao pingarelho…
A História mostrou sobejas vezes que os mais arrogantes agressores da Rússia encontram nessa imprudente atitude o princípio da sua desgraça. Mas há quem não aprenda nada com o que o passado lhes deveria ter demonstrado...


ventossemeados.blogspot.pt
27
Mar18

27 de Março de 1845: Nasce o cientista alemão Wilhelm Conrad Röntgen, primeiro Nobel da Física , pela descoberta dos Raios X.

António Garrochinho



No dia 27 de Março de 1845 nasce na Alemanha o físico que causaria uma revolução nas ciências ao descobrir que a radiação pode atravessar substâncias opacas à luz comum.


O físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen estudou na Holanda e na Suíça, licenciando-se em Zurique. Pela descoberta dos raios X, em 1901, foi o primeiro a receber o Prémio Nobel de Física.


Röntgen interessou-se pela Física após haver estudado engenharia mecânica. Em Novembro de 1895, já trabalhando como professor da Universidade de Würzburg, na Alemanha, observou um fenómeno surpreendente ao fazer experiências com um tubo de raios catódicos.
Sabia-se, na época, que certos materiais emitiam luz quando expostos a raios catódicos. 

O tubo de raios catódicos tinha sido inventado pelo inglês William Crookes (1832-1919) anos antes. Era um tubo de vidro, dentro do qual um condutor metálico aquecido emitia electrões – os raios catódicos – em direcção a outro condutor.


Quando Röntgen ligou o tubo, uma placa de material fluorescente – bário – brilhou. Ele desligou o tubo e o brilho desapareceu. O brilho persistiu quando Röntgen colocou um livro e uma folha de alumínio entre o tubo e a placa. Alguma coisa saía do tubo, atravessava barreiras e atingia a placa de bário.


Röntgen concluiu que o tubo emitia, além dos raios catódicos, algum tipo de radiação desconhecida. Por isso deu-lhe o nome provisório de raios X. Ele preferiu aperfeiçoar as suas experiências antes de divulgá-las. Em menos de dois meses, havia acumulado conclusões suficientes para publicar os resultados a que tinha chegado.


Em Dezembro, fez a radiação atravessar a mão da sua esposa, Bertha, durante 15 minutos. Do outro lado, colocou uma chapa fotográfica. Depois de revelá-la, viam-se nela os contornos dos ossos da mão: era a primeira radiografia da história. A imprensa noticiou o facto com destaque em 5 de Janeiro de 1896.


A descoberta de Röntgen fez enorme sucesso na medicina, porque permitia, pela primeira vez, observar o interior do corpo mantendo-o intacto. Nesta época, ainda não se sabia que estes raios, em excesso, podem prejudicar o organismo. Ao usar os raios X nas suas pesquisas, o físico francês Becquerel, alguns meses mais tarde, descobriu a radioactividade.


Röntgen recusou um título de nobreza que lhe foi oferecido e preferiu não patentear qualquer aparelho ou processo relacionado com os raios X, pois desejava que a humanidade beneficiasse da sua descoberta.


Sem ela, não conheceríamos as estruturas das moléculas, não haveria esperanças de curar o cancro, não teríamos informações importantes sobre o interior de uma série de organismos (inclusive das múmias), nem poderíamos ver as explosões do Sol.


Os raios X são ondas electromagnéticas de comprimento muito curto, cerca de um milhão de vezes menor do que 1 milímetro. As técnicas de detecção de imagem por raios X propiciaram a descoberta da ressonância magnética, da ultra-sonografia e da medicina nuclear. 

A tomografia computadorizada, uma super evolução do raio X, equivale a cerca de 130 mil radiografias

.Fontes: DW
wikipedia (imagens)

 File:Roentgen2.jpg
Wilhelm Conrad Röntgen
File:Nobel Prize diplom Wilhelm Conrad Röntgen.jpg
Diploma do Prémio Nobel  de Wilhelm Conrad Röntgen
27
Mar18

27 de Março de 1809: Invasões francesas. Começa a investida sobre a cidade do Porto pelo exército de Soult

António Garrochinho


Falhadas as tentativas de entrar em Portugal pelo Minho (13 de Fevereiro, em Vila Nova de Cerveira, e 16 do mesmo mês, em Caminha), o marechal Soult, que comandava os soldados de Napoleão, inflecte para o interior da Galiza, subindo o rio Minho até Orense, à procura de um local para mais facilmente entrar em Portugal. Acaba por encontrar na veiga de Chaves o melhor local para atacar Portugal, o que acontece a 10 de Março. Dando assim início à segunda invasão francesa.

Dois dias depois, conquistada que estava a cidade de Chaves, os franceses iniciam a marcha para o Porto, por Braga. A guarda avançada dos franceses derrota as forças portugueses em Salamonde, dia 16, e quatro dias depois voltam a ser derrotadas às portas de Braga, em Carvalho d'Este. Estava aberto o caminho para o Porto.

Obrigado a atravessar o rio Ave em Santo Tirso face à feroz defesa montada pelos portugueses na Trofa, Soult acampa em S. Mamede de Infesta, dia 26 de Março, à frente de 18 mil dos 25 mil com que iniciara a guerra em Portugal. Os sete mil de diferença respeitam a baixas e aos soldados que foi deixando pelo caminho a guarnecer as posições conquistadas.

Neste interim, o brigadeiro Silveira, comandante da divisão que defendia Trás-os-Montes, reocupou Chaves, aprisionando a guarnição francesa (dia 25).

Já com o inimigo à vista o Porto concluía as obras de defesa, de forma atabalhoada, embora com aparente imponência. A linha defensiva do Porto seria constituída por 20 mil homens (somente dois mil seriam tropas regulares) apoiada por 35 baterias dispostas num longo semicírculo que se estendia de Campanhã à Foz - Campanhã, Senhor do Padrão, Monte Cativo, Monte das Enfestadas, Cativo, Bonfim, Antas, Póvoa de Cima, Quinta dos Congregados, Lindo Vale, Lapa, Sério, Regado, Monte Pedral, Falperra, Prelada, Lordelo, Ramalde, Senhora da Luz, etc. - um total aproximado de 200 canhões.

O pior é que destas peças só cerca de 20 podiam fazer fogo. As outras serviam de sustentáculo de amarração de navios. Com isto terão querido os defensores imitar o estratagema engendrado pelo arcebispo D. Gonçalo Pereira, que, no reinado de D. Afonso V, simulara com velas de embarcações as muralhas da cidade, defendendo o Porto e sustendo os ímpetos atacantes do infante D. Pedro, como relata Duarte Nunes de Leão.

Só que os tempos eram outros e Soult não se deixou ir no engodo. Dia 29 dá-se o ataque final. A infantaria francesa entra pelas baterias de Aguardente, de Santo António (Regado) e de S. Francisco (Monte Pedral) e a cavalaria pela de S. Barnabé (Prelada) - olhando para o mapa da cidade, as posições atacadas situam-se mais ou menos ao centro da linha defensiva. Só o brigadeiro Vitória consegue manter por mais tempo a linha do Bonfim a Campanhã, e retirar com ordem, já na cidade o inimigo avançava por toda a parte, num ou noutro local travado por desesperadas resistências.

A população foge em direcção à Ribeira, na tentativa de passar a ponte das barcas que unia o Porto a Vila Nova de Gaia. É então quer se dá a tragédia. Segundo uns, a ponte não aguentou o peso de centenas e cedeu; segundo outros (talvez o mais provável), as autoridades mandaram abrir os alçapões existentes na ponte para retardar o avanço francês. A onda de fugitivos não se apercebeu da armadilha e impelia os dianteiros para o buraco e para as águas do rio. De Gaia, os portugueses faziam fogo sobre os franceses. No meio, estava a população indefesa... Não se sabe ao certo quantos terão morrido afogados, mas há muitas dúvidas quanto ao número de quatro a cinco mil vítimas apontadas em alguns relatos.

Vencida a resistência, seguiram-se três dias de saques, até que Soult põe travão aos seus soldados e estabelece a ordem na cidade. Entre 29 de Março e 11 de Maio instala-se no Palácio dos Carrancas - actual Museu Nacional Soares dos Reis -, demorando em cumprir as ordens de Napoleão, que o queria em Lisboa em Fevereiro. Com o apoio do jornal "Diário do Porto" prepara abaixo-assinados para pedir ao imperador o título de rei do Norte e assume-se protector da cidade.

Fora do Porto os franceses vão sofrendo revezes sucessivos. A cavalaria de Caulaincourt, que ocupara Penafiel, é rechaçada na ponte de Canaveses (31 de Março); Botelho de Sousa reocupa Braga (5 de Abril), Silveira ataca e reocupa Penafiel (dia 13); o mesmo Silveira (de 18 de Abril a 2 de Maio) defende a ponte de Amarante do ataque francês comandado por Loison (o "maneta"), obriga Caulaincourt a retirar de Vila Real (dia 8) e volta a derrotar Loison em Moure (dia 12).

Enquanto isso, Arthur Wellesley (futuro duque de Wellington), nomeado comandante-chefe do exército anglo-português, chega a Gaia.

Depois de observar as posições, repara na importância estratégica de um edifício existente no Monte do Seminário (actual Colégio dos Órfãos). Ordena, então, a sua ocupação, o que é feito por uma pequena força que leva consigo três peças de artilharia. Quando Soult dá conta, já Wellesley tinha no Porto cerca de 600 homens, suficientes para travar as investidas francesas que deixam desguarnecida a Ribeira. Apercebendo-se disso, e com o apoio das populações ribeirinhas que lhe disponibilizam barcaças, Wellesley faz passar para o Porto o grosso das tropas que comandava em plena luz do dia (dia 12 de Maio). Duas horas depois, a cidade estava libertada. Dizem até que a fuga de Soult foi tão precipitada que Wellesley ainda encontrou quente o almoço que o francês se preparava para comer...

Seis dias depois, Soult abandonava Portugal por Montalegre, sempre perseguido pelo exército anglo-português. Terminava assim a segunda invasão francesa.

O Porto voltaria a ser notícia 11 anos mais tarde, com o Sinédrio, a associação encabeçada por Manuel Fernandes Tomás, José da Silva Carvalho e Ferreira Borges que lidera o pronunciamento de 1820 e dá início ao liberalismo.

Fontes: JN
wikipedia (imagens)
 
O Marechal Soult

27
Mar18

A inenarrável questão russa

António Garrochinho



por Amato, em 27.03.18
Por que razão é que o presidente russo havia de ordenar o homicídio de um duplo espião libertado por si próprio há sete anos e há sete anos a viver em solo britânico?

Será que subsistia algum segredo russo que, ao longo destes sete anos, este espião ainda não havia revelado aos serviços secretos britânicos?

E por que razão é que a Rússia havia de escolher como método um gás tóxico perigosíssimo — a mais pequena quantidade é capaz de exterminar vilas inteiras — para assassinar um só indivíduo e que podia ser associado a si própria?

Não me sabem dizer? Não interessa, pois não?

A questão é tão inenarrável, de tão absurda que é, que nem vale a pena prosseguir.

As sociedades estão convertidas nisto, nesta massa de distraídos e de alheados que comem tudo o que lhes é dado, por mais absurdo que seja. Somos uma massa, no fundo, de vulgares preconceituosos e ignorantes. Que assim seja: os russos é que são maus, são um perigo para a paz mundial! Os ocidentais são uns santos que nos protegem! Carreguem, jornais “de referência”. Carreguem, televisões e rádios. Carreguem, opinion makers! Lavagem cerebral da melhor!


portodeamato.blogs.sapo.pt

27
Mar18

O SILÊNCIO DOS VELHACOS

António Garrochinho



Desta vez não protestaram porque o défice chegou aos 3%, não acusaram os portugueses de gastarem acima das possibilidades, nem mesmo a múmia” do regime veio lembrar-nos o que já nos tinha avisado algures num qualquer discurso ou livro. Ficaram todos em silêncio, não mandaram o Bento teorizar sobre os excessos dos portugueses, o Costa do BdP nem se deixou ver, nem mesmo a incansável Teodora apareceu.

Já não precisa da ajuda do FMI para forçarem uma alteração na distribuição dos rendimentos, já não lhes convém que o rating da dívida desça e arraste o rating da banca, nem se repara no representante da associação de bancos, o senhor do BCP fugiu das televisões, nem mesmo o pessoal do Passos Coelho terá reparado no défice.

Ficaram todos em silêncio, terão pensado com os seus botões que foi bom o Centeno ter sido cuidadoso, indo além do previsto no orçamento, desta forma precaveu-se de ultrapassar os 3%, reabrindo o procedimento por défices excessivos. Não convém criticar porque mexer na merda aumenta o mau cheiro, também não se pode elogiar porque não seria de bom tom elogiar a esquerda. Todos ficaram calados, até a Cristas deve ter preferido ir limpar mato a saber das novidades orçamentais.

Todos os velhacos ficaram calados, eles sabem o que fizeram, sabem que não foram os seus que pagaram os 17.000.000 de euros com que a banca foi ajudada e agora que tudo passou o melhor é esquecer. Esquecer os que iam a Belém e a São Bento preocupados com a saída dos centros de decisão e depois decidiram afundar o país. Os que faziam ameaças aos governos e forçaram a intervenção do FMI para encobrir os seus podres e corrupção.

O défice não ultrapassou os 3%, a dívida vai descendo, o Estado vai poupando, tudo corre bem, até já correram com o Passos e meteram o Rio para ajudar a esquecer. Os bancos começam a apresentar lucros, o Macedo meteu a CGD na linha e já é um banco como qualquer outro, o crédito ao consumo volta a dar lucros como nunca deu. Tudo corre bem e o melhor é ficarem em silêncio. Perderam-se os anéis mas ficaram com os dedos, aos poucos vão voltar a ter oa aneis, vão aparecer novos Ricardos, qualquer dia haverá outro BPN para vender ações a oportunistas, até pode ser que apareça um BANIF ou que o Ricardo ou o Ricciardi resgate o negócio da família, os que dantes faziam sarrabulho optam agora por o silêncio, é o silêncio dos velhacos.

jumento.blogspot.pt

27
Mar18

HUMOR - O PROVADOR DE VINHOS

António Garrochinho
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Numa conhecida vinícola da serra, o degustador havia falecido e o proprietário começou a procurar alguém que fizesse o trabalho. Um velho, jeito de antigo malandro, bêbado e mal vestido, apresentou-se para solicitar o lugar.
O proprietário, que não gostou do candidato, procurou arranjar maneira de livrar-se dele. Então, na presença de outros dirigentes da empresa, mandou dar-lhe um copo de vinho para ele testar. O velho provou e disse:
– É um Moscatel de três anos, elaborado com uvas colhidas na parte norte da região, guardado em um barril inox. É de baixa qualidade, porém, aceitável.
-Correto – disse o chefe. Outro copo por favor.
– É um Cabernet, safra 2008, com uvas colhidas nas encostas ao sul da região, guardado em barril de carvalho americano a oito graus de temperatura. Ainda faltam uns três anos para que alcance sua mais alta qualidade.
– Absolutamente correto. Um terceiro copo.
– É um espumante elaborado com uvas Chardonnay, completada com 15% Pinot Noir, de alta qualidade e exclusiva, disse o bêbado.
O proprietário não acreditava no que estava vendo e fez um sinal com os olhos para sua secretária e pediu a ela que fizesse algo. Ela saiu da sala e regressou com um copo de urina.
O malandro provou e, calmamente, disse:
– É de uma ruiva de vinte e seis anos de idade, com três meses de gravidez e se não me derem o emprego, digo quem é o pai!”

27
Mar18

“A Ignóbil Porcaria”

António Garrochinho





Engenharias eleitorais
Jorge Cordeiro

O sistema eleitoral voltou à liça. Por mãos e dizeres diversos aí estão repostos os velhos e recorrentes argumentos. Ungidos das melhores intenções. Inundados dos mesmos equívocos e sombreados contornos. Neste empreender de fazeres recalcados pelo não realizar, está de regresso a aziada contrariedade pela adiada materialização desta “reforma estrutural”. Para o relançamento da obra, embargada que tem estado mais por razões de conjuntura do que de vontade dos empreiteiros, aí estão convocados os materiais argumentativos para lhe dar corpo. Na almejada reconfiguração arquitectónica que querem dar ao edifício, estendido sobre o estirador o sistema político que querem de facto redesenhar, é vê-los a deitar mãos à obra.

Deixemos de lado os apologéticos hinos à cidadania, as loas à “sociedade civil”, o apego aperfeiçoativo de que se reclamam. Entendamos-los como aplainamentos prévios a inevitáveis e legítimas interpelações. E sobretudo não nos impressionemos com as aparentes inquietações que vão desfiando: as imperfeições da proporcionalidade do método de Hondt; o frágil poder de escolha dos eleitores; a inexistente responsabilização dos eleitos; o inquietante nível abstencionista. A que se poderá adicionar o mais eloquente, estilístico e imbatível propósito de “levar a cidadania a reencontrar-se com a política”. A frase é digna de estante, embora com um simples GPS se resolvesse o desiderato. Vencidos que estão no texto, até à linha que nos encontramos, aspectos de forma e elenco de intenções, passemos à identificação do verdadeiro ser que reúne tantos saberes. O sistema político, a parte que lhe corresponde de organização eleitoral e o seu lugar no regime democrático e na Constituição da República é de há muito objecto de inconformismo. O que se busca com a sua alteração é uma menos sobressaltada imposição de conhecidos projectos políticos.

Percorramos alguns dos argumentos. Primeiro, a revisão do sistema eleitoral, dizem, seria um imperativo para obviar ao «declínio do sistema partidário» que identificam ser «mais sensível nos partidos que mais estiveram no poder». Observando o concentrado de mentes pensantes ser-se-ia levado a concluir, a partir das suas palavras, o que um leigo alcançaria quanto à verdadeira raíz do problema: o conteúdo da política dos partidos que ao longo de quatro décadas governaram. Segundo argumento, a «representação proporcional personalizada» seria o condão que reconciliaria eleitos e eleitores, melhoraria a proporcionalidade. Aos que desconfortáveis com o método de “Hondt” o questionam, alegando não ser um método proporcional perfeito escondem, de facto, o seu incómodo com a consagração constitucional do princípio. Refutando imobilismos sugere-se para alívio da inquietude quanto à proporcionalidade que levem em linha de conta que ela se assegura tanto mais quanto maior o número de deputados e a dimensão dos círculos e mais perfeita irromperá se aos círculos distritais se adicionar um círculo de aproveitamento nacional. Terceiro, os círculos uninominais, alegam, aproximaria eleitos e eleitores, não prejudicaria a representação nacional, significaria «melhores deputados e melhores partidos». Não se desperdiçará espaço a comentar afirmações como as de Ribeiro e Castro que fosse este o método em vigor e «provavelmente não teríamos tido “bancarrota” nem troika.»! Convencidos de que o escrutínio dos elencos governativos resultavam de processo distinto do que agora se discute, acabamos soterrados por tão demolidora ilação. 

Quarto, os círculos uninominais contribuiriam para cada deputado deixar de «ser um escolhido» para «passar a ser um eleito», tudo em harmoniosa  metamorfose cuja perfeição e zénite se alcançaria com a «admissão de candidatos independentes». O que resultaria desse miraculoso ungimento baseado na notoriedade, no populismo e no insuflar mediático – testado no plano local – seria uma Assembleia recheada de Isaltinos e Valentins. Quinto argumento, apresentado como de monta, de que um círculo nacional de compensação asseguraria sempre a representação proporcional da conversão de votos em número de mandatos, é uma patranha. De novo o jogo de aparências. A  indução de voto útil na disputa uninominal rearrumará nessa dinâmica e nos critérios mediáticos das disputas uni-pessoais a intenção do voto, desvalorizará projectos e propostas em nome de protagonistas e “Messias”. Como alguém assinalou, destes círculos resultarão quase só deputados do PS e do PSD incompensáveis com a actual composição numérica da AR.

ardilosa engenharia eleitoral encontra enraizamento percursor no País. Já em 1901 o Decreto Eleitoral – que ficaria conhecido como “A Ignóbil Porcaria” –  havia com a manipulação de círculos eleitorais, na altura agregando a áreas urbanas rurais, assegurado que menos votos traduzissem maior número de mandatos. Uma alteração que negociada entre as duas formações políticas dominantes – “regeneradores” e  “progressistas” – perpetuava no poder os interesses políticos instalados. Nada de novo, portanto.



foicebook.blogspot.pt
27
Mar18

ASSIM VAI O MUNDO

António Garrochinho
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(Eldad Mario Neto, in Facebook, 26 de Março de 2018)



Toda a geração que gere o poder político e financeiro está, ou começa a estar, profundamente arredada da realidade social que a cerca.

As novas gerações estão a dar mostras de estarem completamente fartas dos arquétipos de intervenção sócio-políticas clássicas.

Importa, pois, entender que as novas tecnologias de comunicação constituem, nos tempos que correm, o veículo mais eficaz de transmissão das ideias e da própria organização da luta contra os “sistemas” clássicos da estrutura(s) do poder e da difusão das alternativas ideológicas.

Num Mundo cada vez mais globalizado, em que as elites concentram a maior parte da riqueza produzida, em que as desigualdades sociais se agravam desmesuradamente e o investimento na indústria persuasiva do armamento assume contornos tão preocupantes, torna-se imperioso repensar o método e a forma de “estado” que surgirá a breve prazo.

A própria noção da representatividade democrática dos cidadãos vai sofrer uma profunda alteração.

Os “blocos” da polarização política e económica são bem mais complexos e difíceis de interpretar e de regular pelas Instâncias Internacionais. A Europa, os EUA, a Rússia, a China, a África, o Médio Oriente e a América Latina protagonizam hoje, cada qual de “per si”, a regulação dos seus interesses económicos e sociais. O que estava confinado aos dois Mundos, o Ocidente e o Leste Europeu e que, de certa forma, estabeleciam um equilíbrio geo-estratégico por todos aceite e reconhecido, fragmentou-se exponencialmente.

O capitalismo, nesta sua nova fase da evolução histórica, optou decisivamente pela liquidação das estruturas internacionais clássicas do poder político, económico, militar, ideológico e social.

O Brexit, os nacionalismos de tendência independentista, a desagregação progressiva do estado social, a instauração de regimes antidemocráticos em toda a América Latina e em Países do norte da Europa foram completamente premeditados e constituíram a nova “ordem” que a lógica da concentração da riqueza engendrou e está a levar a cabo.
A sucessiva tendência de privatização da saúde, da justiça, da educação, da desregulamentação do trabalho e da família são a directa consequência desta lógica e da ideologia que lhe vai subjacente.

Todos estes factos têm vindo a arredar das formas clássicas do exercício do poder e da noção da representatividade democrática, mormente dos partidos políticos, as gerações mais novas.

A corrupção generalizada, a falta de ética no exercício da “res pública”, a invasão pelo terceiro mundo do chamado Mundo Moderno, as chacinas internacionais, os fenómenos recentemente ocorridos nos Estados Unidos decorrentes da liberalização da venda e uso de armas, os assassinatos de líderes políticos, as prisões dos independentistas catalães, descredibilizam cada vez mais as democracias e as clássicas organizações do poder político e, sobretudo, a ideia da representatividade democrática dos cidadãos.

Qual vai ser o RUMO que as novas gerações vão trilhar no sentido da organização e regulação dos interesses, da repartição justa da riqueza, da representação do poder e da Democracia?

Será cedo para entender? Talvez, mas, seguramente, começa a ser tarde para repensar este fenómeno e a realidade que aí vem.





estatuadesal.com
27
Mar18

A segunda calamidade

António Garrochinho


 


A tragédia dos fogos de 2017 está longe de ter terminado. As perdas de vidas e bens vieram somar-se a décadas de abandono e isolamento das populações. No fim-de-semana, não faltaram acções de propaganda. Em vez de serem criadas condições que minimamente compensassem os danos é a ofensiva do governo sobre a “limpeza” dos terrenos, e é um manto de insensibilidade, falta de meios e burocracia que tudo entrava, e condena as populações à impotência e ao desespero.


Os holofotes mediáticos têm-se ocupado na discussão do relatório sobre os incêndios de Outubro. Seis meses passados, fala-se daqueles dias de terror que deixaram uma parte do país com uma paisagem de guerra como se fosse a mais urgente discussão. Ignora-se que pessoas e territórios permanecem dentro de um cenário de guerra e com escassa informação sobre o futuro.

Os dados oficiais apontam para 1700 casas de habitação permanente e 6500 de segunda habitação com necessidades de intervenção superiores a 25 mil euros. O número de casas de primeira habitação destruídas é dez vezes superior à dos incêndios de Pedrógão, cujos fundos de apoio constituídos chegaram aos 12 milhões, mas alguém achou que o problema se resolvia com 30 milhões (17 mil euros/casa). Pondera-se aumentar o valor? Não. Dificulta-se a elegibilidade. Obviamente, sabe–se que há uma parte das pessoas que, sem rede técnica ou familiar, não está em condições de garantir toda a papelada. A parte mais fraca. Serão varridos das estatísticas.

Mas mesmo os que conseguem manter-se nas listas e cumprem todos os prazos tremem a cada decisão que lhes é comunicada – os discursos sobre participação cidadã ficam para outras núpcias. É dessa forma que vão sabendo de um megaconcurso de obra internacional, ainda sem conhecerem o projecto que lhes cairá em sorte. Será que poderão afastar-se desta festa de grandes empreiteiros pedindo o apoio directo e tratando das coisas por si? A lei diz que sim, mas a sua operacionalização impediu-o. Entre 7/12 e 31/1 teriam de ter contratado equipas de projectistas, realizado todos os projectos, licenciando-os junto dos municípios, elaborado os projectos de execução e efectuado três consultas a empreiteiros. Desde 31/1, quantos projectistas se terão apresentado para falar com as pessoas afectadas? Arrisco: nenhum.

E as segundas habitações? Não será difícil de prever que as primeiras habitações começarão a ser reerguidas no meio de ruínas do que não foi financiado. Estamos a falar de muita gente que investiu todas as suas poupanças na “casa da terra” e que tinha um impacto económico nos territórios – pelas visitas regulares ou compras directas aos produtores locais.

Por esta e outras razões, está em curso uma segunda calamidade naqueles territórios – calamidade produto da acção do Estado. Daqui a uns anos criar-se-ão comissões e relatórios para registar o que desde o início é óbvio à vista de quem quiser olhar.



www.odiario.info

27
Mar18

O BEBERRANAS ANÃO POLÍTICO RANGEL QUER QUE PORTUGAL EXPULSE DIPLOMATAS RUSSOS

António Garrochinho

O eurodeputado do PSD Paulo Rangel considera que a decisão do ministério dos Negócios Estrangeiros português de não expulsar diplomatas russos é “totalmente inexplicável” e fala em “jogo ideológico”. No dia em que mais de 100 diplomatas russos foram expulsos de vários países europeus como retaliação pelo alegado envenenamento do ex-espião Sergei Skripal, no Reino Unido, Rangel reagiu, em declarações à Rádio Renascença, à decisão do Governo português de não alinhar na estratégia conjunta de vários países.
Para o eurodeputado, tal decisão explica-se pelo facto de o Executivo nacional ser apoiado no Parlamento pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda. “A primeira coisa que me ocorre é que, sendo o Governo sustentado por dois partidos que são contra a integração europeia, que são contra a integração de Portugal na NATO, o Governo está a fazer jogo ideológico com uma matéria que é fundamental para a geopolítica portuguesa”, disse Rangel. O eurodeputado acrescenta que as medidas anunciadas pela tutela de se focar na “concertação no quadro da União Europeia” são “uma resposta demasiado pequenina”para a gravidade da matéria em causa.
É obviamente uma situação delicada, mas o ministério dos Negócios Estrangeiros está a falar contra a tradição da diplomacia portuguesa. Portugal é um aliado histórico do Reino Unido, é membro da NATO, tem também uma relação preferencial com os Estados Unidos e noutras situações similares nunca deixou de ser solidário com estes países”, acrescentou o eurodeputado, que falou num “sinal negativo”.
“Não tenho dúvidas que o Foreign Office, em Londres, tomará também ele ‘boa nota’, já que Portugal toma ‘boa nota’ do que fazem tantos países, também ele tomará ‘boa nota’ de que Portugal, num momento desta gravidade, não foi um aliado solidário com o Reino Unido”, disse ainda Paulo Rangel, referindo-se ao comunicado enviado pelo ministério onde dizia tomar “boa nota” das decisões tomadas por países como EUA, França e Alemanha sobre a expulsão de diplomatas russos.


observador.pt
27
Mar18

É tempo de romper com a legislação de trabalho de direita

António Garrochinho


precariedade no call center










No quadro da apresentação de um documento do Governo com propostas sobre a precariedade e a contratação colectiva, a CGTP-IN considera:
Apesar do documento caracterizador da situação laboral, apresentado pelo Governo, confirmar que a precariedade constitui a antecâmara do desemprego e é responsável pelos baixos salários, a negação da progressão na carreira, o enfraquecimento da protecção social no presente e no futuro, uma maior pobreza laboral, a instabilidade e insegurança na organização da vida pessoal e familiar, a baixa natalidade e os problemas demográficos com que o país se confronta, as propostas apresentadas pelo Governo não só não resolvem este flagelo que atinge trabalhadores, as famílias e a sociedade, como deixam o caminho aberto à sua perpetuação.
Medidas como:
I) a redução dos contratos a termo certo de 3 para 2 anos; II) a possibilidade da contratação a termo para instalação de empresas com menos de 250 trabalhadores; III) a criação de uma contribuição adicional anual das empresas com níveis de precariedade acima da “média sectorial” para a Segurança Social; são claramente insuficientes e não correspondem àquilo que seria necessário para romper com o modelo de precariedade e baixos salários. Estas medidas, apesar de serem apresentadas como importantes para condicionar a precariedade, na prática não obstam, pelo contrário, à sua manutenção e acentuação. Senão vejamos:
II) O limite de 2 anos para a contratação a termo, permite manter o actual “ritual” de despedir hoje e contratar amanhã o mesmo trabalhador, para ocupar o mesmo posto de trabalho; com efeito, para além da limitação do número de anos da contratação a termo ficar aquém do exigível, a eficácia da medida será tanto maior quanto mais rapidamente for implementado um sistema de articulação das inspecções do trabalho, fiscal e da Segurança Social que fiscalize e puna exemplarmente as empresas que manipulam o processo.
III) Admite e incentiva a contratação a termo no caso de abertura de novas empresas com menos de 250 trabalhadores, dando um sinal claro ao patronato que pode apostar nos baixos salários e no trabalho precário;
Iv) Reconhece o “direito” da empresa manter o nível médio de precariedade no sector e até de a poder aumentar, em troca de uma pequena contribuição anual para a Segurança Social que, muito provavelmente, seria financiada pelo trabalhador no momento da sua contratação com um salário mais baixo.
Não deixando de registar a resposta positiva a reivindicações da CGTP-IN, como a eliminação da norma que permite a contratação a termo para postos de trabalho permanentes de jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração (que não deve excluir os que estão desempregados há mais de dois anos, como o Governo defende); a redução do prazo de garantia para acesso ao subsídio social de desemprego (que continua, inaceitavelmente, a depender dos rendimentos do agregado familiar); a matriz do documento apresentado pelo Governo não dá resposta aos problemas da precariedade decorrentes das empresas de prestação de serviços e persiste no financiamento do patronato para passar ao quadro de efectivos trabalhadores com vínculos precários, que ocupam postos de trabalho permanentes;
No que concerne ao trabalho temporário, a proposta do Governo concentra-se na “introdução de limites ao número de renovações deste tipo de contrato e na informação a prestar ao trabalhador”. Ao fazê-lo, não responde à questão de fundo, que urge resolver: pôr termo à estratégia das empresas utilizadoras que recorrem às empresas de trabalho temporário, para prestar serviço de carácter permanente, com trabalhadores com vínculo precário, baixos salários e menos direitos. Uma situação escandalosa a que urge pôr termo e que passa pelo afastamento das empresas de trabalho temporário, a integração dos seus trabalhadores nas empresas utilizadoras e a aplicação dos salários, dos direitos e da contratação colectiva existente nas mesmas a todos os assalariados.
Reconhecendo que “a caducidade representa um risco de criação de vazios na regulação colectiva”, o Governo em vez de atacar a causa, revogando a referida norma, procura fazê-la perdurar no tempo, a pretexto de “promover um maior equilíbrio nas regras da caducidade”. Acontece que o problema de fundo não está num maior ou menor equilíbrio da regra da caducidade, mas na sua existência e no facto de constituir um instrumento nas mãos do patronato para pôr em causa os direitos individuais e colectivos dos trabalhadores.
É assim que, na falta de argumentos para justificar aquilo que não tem justificação, surge agora a hipótese da introdução da figura da arbitragem e a intervenção do Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social, a pedido das partes. Como é evidente, a dinamização da negociação da contratação colectiva não se faz com medidas desta natureza, mas com a revogação da norma da caducidade e a reintrodução do princípio do tratamento mais favorável.
Neste quadro, importa relembrar porque razão em 2006, o Ministro do Trabalho considerou que, com a caducidade, os “Sindicatos ficam em estado de necessidade” e agora persiste em manter uma lei que mantém nas mãos das associações patronais um instrumento de chantagem que ataca o direito de trabalho, abre espaço à apresentação de normas para a contratação colectiva inferiores às que estão estabelecidas como mínimos na legislação do trabalho e estimula os aliados do patronato a promover o negócio da venda de direitos, através da celebração de IRCT’s com conteúdos miseráveis para os trabalhadores.
O momento que vivemos exige que reforcemos a unidade e coesão e avancemos com uma mobilização geral dos trabalhadores contra este atentado ao direito de negociação dos Sindicatos, consagrado na Constituição da República Portuguesa.
Este é um tempo de esclarecimento, mobilização e luta dos trabalhadores. Um tempo que implica uma forte participação na Manifestação dos Jovens Trabalhadores, que se realiza no dia 28 de Março, em Lisboa, e uma grande mobilização para fazermos do 1º de Maio um dia nacional de luta pelo direito à contratação colectiva e ao direito do trabalho; pelo emprego seguro e com direitos, contra a perpetuação da precariedade, porque não haverá uma política de esquerda enquanto se mantiver a legislação laboral da direita.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 26.03.2018
Este artigo encontra-se em: CGTP-IN – CGTP-IN http://bit.ly/2IVIdFL
27
Mar18

A história da morte dos agentes duplos em Londres é uma historieta para crianças e idiotizados.

António Garrochinho
A razão para a expulsão de diplomatas russos.
A derrota dos Estados Unidos e da Grâ Bretanha na Siria são a razão para a patética "guerra" de expulsão de diplomatas russos da Grã-Bretaha, dos Estados Unidos e dos seus satélites aliados na guerra perdida para fazer da Siria um Iraque a saque e base de apoio da coligação contra o Irão.
A história da morte dos agentes duplos em Londres é uma historieta para crianças e idiotizados.
A expulsão de diplomatas russos de Inglaterra a pretexto de uma alegada e nunca provada ação de envenenamento de um alegado agente duplo - sem qualquer prova - é um fellatio que a senhora May faz aos americanos como resultado da derrota da dita "coligação" na Siria.
Os Estados Unidos (animados pela Inglaterra da May) respondem assim à derrota da sua manobra de desestabilização e ocupação da Siria. É disso que se trata.
A estratégia dos Estados Unidos de ocupar a Siria e de, a partir dali, construir uma base para o ataque ao Irão e ali instituir um regime fantoche e corrupto para vender o espaço para construção de oleodutos falhou redondamente.
A intervenção da Rússia em apoio do governo Sírio, a aliança da Rússia com a Turquia, a abertura de um porto no Mediterrâneo à China deixou os americanos e os seus agentes locais, Israel em estado de choque.
O Médio Oriente deixou de ser uma coutada americo-israelita, como foi desde a IIGuerra Mundial.
Por outro lado os americanos são obrigados a tratar a Coreia do Norte como um parceiro respeitável. Uma nova moeda está a surgir como alternativa ao dólar nos negócios internacionais.
Trump é uma figura desacreditada internamente, como Theresa May em Inglaterra com o Brexit. Nestas circunstâncias, arranjar um inimigo externo é a solução clássica.
É na palhaçada em que estamos. Esta palhaçada tem tudo para correr mal. Nós, os cidadãos do mundo desta parte do mundo estamos, mais uma vez, a ser arrastados para um jogo muito perigoso, comandados por tipos e tipas sem escrúpulos, capazes de tudo.
A Revista Militar do Exército dos Estados Unidos, uma fonte credível e que reflete o pensamento dos militares americanos reconhece a derrota. Já o tinha feito anteriormente, a propósito do Vietname.


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I was interested to see in an article in the new issue of “Military Review,” a publication of the U.S. Army, conclude that, “Russia appears to have won"
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