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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

23
Abr18

OS ÓCULOS

António Garrochinho


AH AH AH AH AH AH AH AH !
Li aqui no face um comentário de um amigo a uma pergunta sobre a jornalista da "SIC"

PORQUE É QUE A CLARA DE SOUSA SÓ USA AQUELES ÓCULOS ENORMES QUANDO ENTREVISTA O MARQUES MENDES ?

a resposta do meu amigo que me levou a fazer este boneco foi:

É PARA NÃO PISAR A MERDA !

23
Abr18

Pacheco, esse profeta da desgraça

António Garrochinho




(José Neves, 22/04/2018)
pacheco_caricatura
(Publico amiúde os artigos que Pacheco Pereira dá à estampa, nomeadamente no Público e na Sábado. Não desconheço os antecedentes dele, mas há que reconhecer que, nos anos da troika foi das poucas vozes que, vinda da direita, denunciou a criminosa austeridade imposta pela governação pafiosa. A propósito de um texto de Pacheco que ontem publiquei (Ver aqui ), foi produzido por um leitor habitual deste blog, em comentário, o artigo abaixo.
Como o debate e o contraditório são sempre salutares, decidi dar-lhe especial relevo.
Comentário da Estátua, 23/04/2018) 

O caso, Pacheco, é que não fazes de Cassandra tu és a própria Cassandra mesmo no sentido em que os cristãos referem Deus sobre qualquer virtude. Claro, sobre maldades, Deus já não é a própria coisa em si como diria Kant.
Cassandrices tuas:
– Viste em Cavaco o melhor político e governante do país de todos os tempos e hoje é considerado o pior de todos de sempre e a maior desgraça que veio ao mundo no actual Portugal. E com a tua pronta e mui-elevada ajuda.
– Como disse o “Coelhone” foste conselheiro cultural de Rio no Porto e a Cidade tornou-se uma miséria cultural e em guerra aberta contra os agentes culturais e melhores artistas de teatro e música locais.
– Viste armas de destruição maciça no Iraque e deste o apoio a Bush e Durão para invadir o Iraque. Viu-se depois que, realmente, houveram milhares de bombas terríveis sobre o Iraque mas foram as deixadas pelos teus amigos que apoiaste acerrimamente.
Na política tens sido sempre uma Cassandra por inerência e, novamente, voltas a sê-lo com Centeno. Sempre arengaste a língua contra o tal país sem emenda que não conseguia ter finanças certas e controladas e andava ao deus-dará ao mais pequeno abalo no mundo económico. Na tua inevitabilidade natural de ser Cassandra já vês desgraças e mortes aos molhos nos corredores dos hospitais e nem reparas que os teus camaradas PSD, das Ordens dos doutores e enfermeiros (e Rio e Cristas, claro, fazem política com isso), todos os dias põem uma notícia cá fora sobre qualquer queixa mixuruca que surja.
Também podias pensar que é preciso obrigar os administradores a gerir melhor os dinheiros ou achas que, como fazem os magistrados, que deve dar-se tudo o que cada sector pedir, à balda, sem estudar os casos? E como todos pedem, é fácil, lá se ia outra vez o bom controlo financeiro. Se se dá mais dinheiro para a Cultura ou outro ministério logo a azarenta Cassandra vem dizer que não é a lançar dinheiro sobre os assuntos que se resolvem os casos; se não se dá o gajo “vê” os hospitais sem uma bomba de oxigénio e montes de gente a morrer.
Para quem acompanha a tua carreira cada vez é mais visível o teu falhanço e desastrosa visão política pois, em tudo que pegas ou pregas sai merda quase de certeza.
Não há duvida a tua melhor ocupação é mesmo “andar aos papéis” porque já tens experiência e assim podes fingir de historiador.


estatuadesal.com

23
Abr18

Deputado do PS publica recibo de vencimento no Facebook

António Garrochinho
"Cada um de vós dirá se é muito ou pouco", escreveu Ascenso Simões
O socialista Ascenso Simões publicou no Facebook, esta segunda-feira, os seus recibos de vencimento enquanto deputado na Assembleia da República, relativos ao mês de abril deste ano. Na mesma publicação apresenta dois documentos: um relativo ao seu vencimento e outro a despesas de transporte.
"Estes foram os meus recibos relativos a Abril. Estou disponível para explicar cada uma das parcelas. Cada um de vós dirá se é muito ou pouco. Quando aceitei a função já sabia quais eram as regras", escreveu o deputado eleito por Vila Real.
Assim, Ascenso Simões apresenta um ordenado ilíquido de 3.624,41 euros, mais 1.591,37 euros de ajudas de custo e 370,32 euros relativos a exclusividade, que aparecem, segundo o próprio, "erradamente" indicados "como despesas de representação".


A publicação surge depois de o Jornal de Notícias ter noticiado, esta segunda-feira, que os deputados da Assembleia da República, com os apoios e subsídios estatais, quase que duplicam o salário. Segundo o mesmo jornal, este ano, a Assembleia da República já somou 1.206.140, 86 euros em despesas de deslocações dos deputados. Em 2017, o valor chegou aos 3.221.092, 76 euros.
O tema surge também depois da polémica, divulgada pelo Expresso, dos deputados da Madeira e Açores que somaram à compensação fixa paga pelo Parlamento para deslocações às ilhas um subsídio social de mobilidade. Esta situação já levou, inclusivamente, à renuncia de um deputado do Bloco de Esquerda, Paulino Ascenção.
Numa nota enviada à comunicação social, disse que "esta foi uma prática incorreta" e que, por isso, apresenta o seu "pedido desculpa".


www.dn.pt
23
Abr18

POEMA: SEM VIDA…

António Garrochinho
POEMA:

SEM VIDA…

Há um mundo impronunciável
onde os horizontes são da cor do sangue
derramado pelas cidades…pelas ravinas…
…pelas estradas de pó e pedras…
…pelos jardins-que-lá-não-existem…


É o mundo onde morreu a alegria saudável
da gravidez do mar,
do voo das gaivotas de carne e osso e onde
os pássaros vomitam fogo e morte…
e os búzios morrem nas areias do deserto, 
nas suas casas-sacrários-violados, a fugirem da música
oposta à estridência do cristal ,
que adorna de luz e cor
a Alma de uma qualquer catedral

É o Mundo
onde a luz desfigurada
perdeu o eixo da Linguagem da Paz*
* onde os Poemas não podem viver-mais-que-chorar,
as Vidas amortalhada-das-crianças-a-nascer*

*É o Mundo abominável onde as flores têm medo de aparecer,
em-primaveras- que-até-podem-não-acontecer*

Maria Elisa Ribeiro
ABL/018



lusibero.blogspot.pt
23
Abr18

Como os EUA ocupam 30% da Síria e roubam o seu petróleo, água e gás

António Garrochinho



Como os EUA ocupam 30% da Síria e roubam o seu petróleo, água e gás

– O controle de recursos-chave promove a partição do país e desestabiliza-o, mas o objectivo final é o Irão

por Whitney Webb [*]



















Após o lançamento dos ataques aéreos "limitados" contra a Síria, dia 13 de Abril, a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley,anunciou , que o país manterá a sua presença ilegal na Síria até que os objectivos estado-unidenses na área sejam cumpridos, o que abre a porta para a sua ocupação indefinida.

Apesar de a presença militar dos EUA na Síria verificar-se desde 2015 – justificada como um meio de conter o Daesh (ISIS) – as tropas estado-unidenses desde então tornaram-se uma força de ocupação pois não se retiraram após a derrota do Daesh no nordeste da Síria. Actualmente, os EUA ocupam aproximadamente um terço do território sírio – cerca de 30 por cento – incluindo grande parte da área leste do Rio Eufrates, abarcando grandes bocados das regiões de Deir Ezzor, Al-Hasakah e Raqqa.

Embora os EUA tenham actualmente de 2.000 a 4.000 tropas estacionadas na Síria, anunciaram o treino de uma "força de fronteira de 30 mil pessoas composta por aliados curdos e árabes na área, os quais seriam utilizados para impedir que o nordeste da Síria ficasse sob o controle do legítimo governo sírio. Apesar de ter recuado um pouco após a reacção adversa da Turquia, os EUA continuaram a treinar "forças locais" na área. Fontes militares russas asseveraram que antigos membros do Daesh – aos quais foi permitido abandonar cidades atacadas pelos EUA e seus apaniguados, como no caso da batalha de Raqqa – devem ser incluídos nas fileiras desta força.

Isto, juntamente com a insistência do governo dos EUA em manter a ocupação até que o presidente sírio Bashar al-Assad seja removido do poder, mostra que o governo estado-unidense não tem intenção de permitir a reunificação da Síria e continuará a ocupar a região no longo prazo.

Soldado dos EUA passeia-se numa posição recém instalada em Manbji, norte da Síria. 04/Abril/2018 (AP/Hussein Malla)A ocupação ilegal da Síria pelos EUA tem sido amplamente reconhecida nos media independentes e corporativos, mas pouca atenção têm dado na identificação das implicações mais vastas desta ocupação e nos principais objectivos dos EUA ao impedir o controle do governo legítimo e democraticamente eleito da Síria. Como é frequente no caso de ocupações dos EUA, tanto históricas como actuais, é um esforço que decorre de dois objectivos: a aquisição de recursos para corporações dos EUA e a desestabilização de um governo visado para uma mudança de regime apoiada pelos EUA.

Controle de reservas de combustíveis fósseis e trânsito das mesmas 

O nordeste da Síria é uma região importante devido aos seus ricos recursos naturais, particularmente combustíveis fósseis na forma de gás natural e petróleo. Na verdade, esta área contém 95 por cento de todo o potencial sírio de petróleo e gás – incluindo al-Omar, o maior campo petrolífero do país. Antes da guerra, estes recursos produziam cerca de 387 mil barris de petróleo por dia e 7,8 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano , e eram de grande importância económica para o governo sírio. Contudo, muito significativamente, aproximadamente todas as reservas de petróleo sírias – estimadas em cerca de 2,5 mil milhões de barris – estão localizadas na área actualmente ocupada pelo governo dos EUA.

Além do maior campo petrolífero da Síria, os EUA e seus apaniguados no nordeste da Síria também controlam instalação de gás da Conoco , a maior do país . A instalação, que pode produzir cerca de 50 milhões de pés cúbicos de gás [1,42 milhões de metros cúbicos] por dia, foi originalmente construída pela gigante ConocoPhillips estado-unidense, a qualoperou a instalação até 2005, quando as sanções da era Bush tornaram difícil operar na Síria. Outras companhias estrangeiras de petróleo, como a Shell, também deixaram a Síria devido a estas sanções.

Com os EUA agora a ocuparem a área, o petróleo e gás produzido nesta região já está a beneficiar corporações estado-unidenses de energia às quais Trump e sua administração têm numerosas ligações . Segundo Yeni Safak , os EUA, juntamente com responsáveis sauditas, egípcios e turcos efectuaram reuniões onde foram tomadas decisões para extrair, processar e comercializar os combustíveis fósseis obtidos na região, sendo dados aos curdos uma fatia atraente dos lucros. A partir de 2015 diz-se que os curdos estão a ganhar mais de US$10 milhões por mês.

O Curdistão da Síria exporta o seu petróleo para o Curdistão do Iraque, com o qual partilha uma fronteira, e ele é então refinado e vendido à Turquia. Embora não haja corporações envolvidas publicamente, o negócio entre curdos sírios e iraquianos foi intermediado por "peritos em petróleo" e "investidores" não identificados. Os curdos na Síria e no Iraque nem mesmo assinaram o acordo pessoalmente. Eles foram posteriormente "informados" do acordo pelos Estados Unidos e instruídos para supervisionarem da operação.
Altos oficiais russos falam aos media em       frente de imagens aéreas de       camiões de petróleo próximos da fronteira da Turquia com a       Síria numa conferência em Moscovo. 02/Dezembro/2015. (Vadim       Savitsky/ Russian Defense Ministry Press Service via AP)Uma fonte do Governo Regional do Curdistão (GRC) disse àNOW News que "em relação ao Curdistão sul, era uma companhia e não o GRC que assinava o acordo e é essa economia que manuseia directamente as quantias em cash a cada mês". Considerando que mais 80 companhias estrangeiras estão envolvidas no comércio de petróleo do GRC, a maior parte delas com sede nos EUA, podemos seguramente assumir que muitos dos mesmos actores também estão envolvidos no desenvolvimento do comércio de petróleo do Curdistão sírio.

Grandes interesses corporativos 

Numerosas conexões da administração Trump à indústria petrolífera tornam clara esta aliança. O antigo secretário de Estado Rex Tillerson, que foi despedido em Março, era anteriormente o executivo de topo da ExxonMobil, uma companhia de petróleo que intermediou unilateralmente um acordo petrolífero com curdos iraquianos por trás das costas do governo do Iraque e manifestou interesse em desenvolver o petróleo sírion na parte do país actualmente ocupadas pelos EUA.

A ExxonMobil também tinha um grande interesse no proposto pipeline do Qatar, cuja rejeição por Assad foi um factor que provavelmente disparou o conflito sírio. O próprio Trump, antes de assumir a presidência, também tinha investimentos consideráveis na ExxonMobil – bem como em 11 outras grandes companhias de petróleo e gás, incluindo a Total, ConocoPhillips, BHP e Chrevron.

Além disso, muito embora Tillerson se tenha ido, seu substituto, Mike Pompeo, é igualmente um amigo da indústria de petróleo e gás estado-unidense. Pompeo é o primeiro receptor de dinheiro das indústrias Koch, a qual tem numerosos interesses na exploração do petróleo e do gás, perfuração, pipelines e refinação de combustíveis fósseis.

Se bem que a ocupação estado-unidense da Síria seja sem dúvida motivada pelo desejo de explorar para si mesmo os recursos de petróleo e gás da região, a sua recusa em abandonar a área também decorre da preocupação de que, se abandonar, seu principal rival, a Rússia, pretenderia as riquezas de petróleo e gás do nordeste da Síria. Na verdade, de acordo com um esquema de cooperação energética assinado em Janeiro, a Rússia terá direitos exclusivos para produzir petróleo e gás em áreas da Síria controladas pelo governo sírio.

Desde 2014, os EUA tem estado agressivamente a tentar limitar o sector dos combustíveis fósseis da Rússia, particularmente suas exportações para a Europa, e substituí-las por combustíveis fósseis produzidos nos EUA. Comoescreveu em 2014 o antigo porta-voz do Congresso, John Boehner, "A capacidade para virar as mesas e colocar liderança russa em xeque está debaixo dos nossos pés, na forma de vastos fornecimento de energia natural". Permitir ao sector dos combustíveis fósseis russo que se fortaleça, quer na Síria ou alhures, prejudicaria objectivos estratégicos dos EUA, a razão fundamental das corporações estado-unidenses e a visão dos EUA de manter um mundo unipolar a qualquer custo.

Localização: mapas de pipelines e um jogo de soma zero com a Rússia 

Além dos seus recursos em combustíveis fósseis, a localização estratégica da Síria torna-a crucial para o fluxo regional de hidrocarbonetos . Ter a secção nordeste da Síria sob o controle dos EUA e dos seus apaniguados poderia ter um efeito profundo sobre pipelines existentes e futuros . Como notou o New York Times em 2013: "A localização ímpar da Síria e a sua força tornam-na no centro estratégico do Médio Oriente".

Por essa mesma razão, grande parte da política dos EUA quanto ao Médio Oriente tem sido destinada à tomada de controle do território e a pressionar pela partição de países a fim de assegurar rotas seguras para o trânsito de petróleo e gás. Na Síria, tais planos para a partição do país com este objectivo remontam ao princípio da década de 1940 , quando os interesses petrolíferos europeus no país começaram a aumentar. Desde então, vários países tentaram ocupar partes do norte da Síria a fim de assegurar o controle da região para estas finalidades estratégicas, incluindo a Turquia e o Iraque além das potências ocidentais.

Campos de petróleo e gás na Síria.Já existe um pipeline crucial no nordeste da Síria que conecta campos de petróleo sírio ao pipeline Ceyhan-Kirkuk. Embora esse pipeline sofresse danos pesados em 2014, há planos para reconstruí-lo ou construir um novo pipeline ao seu lado. Portanto, o nordeste da Síria também tem infraestrutura exportadora de petróleo que poderia ajudar a escoar facilmente o seu petróleo para a Turquia e a seguir para o mercado europeu.

Além disso, o conflito na Síria – agora no seu sétimo ano – foi, em parte, iniciado em consequência de choques sobre duas propostas de pipeline que precisavam garantir a sua passagem através do país. A Síria, não muito tempo antes de a guerra por procuração financiada pelo estrangeiro assolasse o país, preteriu uma proposta apoiada pelos EUA que transportaria o gás natural do Qatar para a Europa em favor de uma proposta apoiada pela Rússia que transportaria gás natural originário do Irão.

Apesar de estes propostos pipelines já não serem de motivação tão poderosa como chegaram a ser – em grande parte devido à desavença do Qatar com outras monarquias do Golfo e à melhoria das suas relações com o Irão – a parte nordeste da Síria continua como chave para os objectivos dos EUA. De acordo com a publicação alemã Deutsche Wirtschafts Nachrichten , os EUA desenvolveram planos para construir um novo pipeline a partir do Golfo Pérsico até o norte do Iraque e para dentro da Turquia através do nordeste da Síria, com o objectivo final de abastecer petróleo à Europa. A Rússia, pelo seu lado, opôs-se a este plano, pois procura manter suas próprias lucrativas exportações de combustíveis fósseis para a Europa.

Terra e água 

Além de combustíveis fósseis e pipelines, o nordeste da Síria possui várias outras vantagens chave em termos de recursos. A principal delas é a água – um recurso de primeira importância no Médio Oriente. A porção da Síria controlada pelos EUA abriga os três maiores reservatórios de água do país , os quais são alimentados pelo Rio Eufrates.

Um destes reservatórios, agora controlado pelos EUA e seus apaniguados, o Lago Assad, é a maior albufeira de água do país e abastece Aleppo, mantida pelo governo , com a maior parte da sua água potável. Este reservatório também abastece a cidade com grande parte da sua energia eléctrica, a qual é gerada pela central da Barragem Tabqa, também localizada no território ocupado. Outra central hidroeléctrica chave está localizada na Barragem Tishrin e também é controlada por forças apaniguadas dos EUA.

Combatentes curdos tomam       posição no topo do Monte Annan, com       vista panorâmica da Barragem Tishrin, após a sua captura aos       militantes do ISIS, ao sul de Kobani, Síria. 27/Dezembro/2015. (Foto:       Rodi Said)Além dos seus abundantes recursos aquíferos, o nordeste da Síria também possui cerca de 60 por cento das terras férteis do país, um recurso chave em termos de sustentabilidade e independência alimentar. Antes do conflito, a Síria investiu fortemente em infraestruturas de irrigação naquela área a fim de permitir a agricultura ali mesmo com uma seca regional severa. Grande parte da infraestrutura de irrigação é alimentada pela ocupada Barragem Tabqa, a qual controla a água da irrigação de 640 mil hectares de terra agrícola.

Plano de jogo para a ocupação:   a partição 

Ao contrário dos recursos fósseis do nordeste, os EUA não estão à espera de ganho financeiro com os recursos de água e agrícolas da região. Ao invés disso, o interesse é estratégico e serve dois objectivos principais.

Em primeiro lugar, o controle sobre aqueles recursos – particularmente a água e o fluxo do Eufrates – dá aos EUA uma vantagem chave que poderia utilizar para desestabilizar a Síria. Exemplo: os EUA poderiam facilmente cortar água e electricidade a partes da Síria mantidas pelo governo através do fechamento ou desvio de electricidade e água das barragens a fim de pressionar o governo sírio e a população civil.

Embora acções tendo civis como alvos constituam um crime de guerra, os EUA já utilizaram tais tácticas na Síria anteriormente, como na batalha de Raqqa quando cortaram o abastecimento de água à cidade enquanto os seus apaniguados assumiam da cidade em poder do Daesh (ISIS). Outros países, como a Turquia , também cortaram o caudal do Eufrates em duas ocasiões durante o conflito sírio, a fim de ganhar uma vantagem estratégica.

Ao controlar grande parte da água e da terra agrícola do país – sem mencionar os seus recursos fósseis – a ocupação dos EUA não cumprirá apenas o seu objectivo de desestabilizar o governo sírio privando-o da sua receita; ele também abre caminho para um conflito mais vasto da Síria e seus aliados, os quais estão ansiosos para evitar outra ocupação a longo prazo dos EUA no Médio Oriente e recuperar o território para a Síria.

Outro modo como os EUA tem o poder para desestabilizar a Síria através da sua ocupação do nordeste é o seu plano para ter os sauditas a reconstruírem grande parte da área . Apesar de os EUA inicialmente aliarem-se aos curdos no nordeste sírio, a oposição da Turquia levou Washington a centrar-se mais no trabalho com árabes naquela área, particularmente aqueles aliados com ou anteriormente partes de grupos wahabitas aliados dos sauditas, a rime de criar um enclave controlado pela Arábia Saudita que poderia ser utilizado para desestabilizar áreas controladas pelo governo sírio durante anos. A área está destinada a tornar-se a algo como a província de Idlib, a qual é basicamente um enclave de terroristas wahabitas.

O plano dos EUA para criar um enclave wahabita no nordeste da Síria foi mencionado explicitamente num relatório de 2012 da Defense Intelligence Agency (DIA). Aquele relatório declarava :
"O OCIDENTE, PAÍSES DO GOLFO E TURQUIA [QUE] APOIAM A OPOSIÇÃO [SÍRIA]... HÁ A POSSIBILIDADE DE ESTABELECER UM PRINCIPADO SALAFISTA DECLARADO OU NÃO DECLARADO NO LESTE DA SÍRIA (HASAKA E DER ZOR) E É EXACTAMENTE ISTO O QUE QUEREM AS POTÊNCIAS QUE APOIAM A OPOSIÇÃO, A FIM DE ISOLAR O REGIME SÍRIO..." (em maiúsculas no original)
Apesar da derrota do Daesh, a sua presença do no nordeste sírio, como revela a DIA, foi cultivada para dar um pretexto para o controle estrangeiro da região.

O xadrez da partição:   pensar dois movimentos à frente 

Se os sauditas ou os curdos acabarão finalmente por dominar a parte da Síria actualmente ocupada pelos Estados Unidos não vem agora ao caso. O propósito principal dos EUA ao ocupar a porção nordeste da Síria é seu objectivo de longo prazo de dividir o país em partes, separando com isso de modo permanente o nordeste do país do restante.

No decorrer do conflito sírio o governo dos EUA tentou repetidamente vender ao público a ideia da partição, argumentando que está é a "única" solução para o conflito "sectário" na Síria. Contudo, este sectarismo foi cinicamente engendrado e alimentado por potências estrangeira precisamente para provocar o actual conflito na Síria e em última análise justificar a partição.

Um mercenário anti-governamental       apoiado pelos EUA guarnece uma metralhadora       pesada, à esquerda, próximo a um soldado americano quando tomam       posições em Tanf, uma passagem fronteiriça entre a       Síria e o Iraque. (Hammurabi's Justice News/AP)

















WikiLeaks revelou que a CIA esteve envolvida na instigação anti-Assad e em manifestações "sectárias" já em Março de 2011.Documentos desclassificados da CIA mostram que o plano para pressionar pela partição engendrando o sectarismo directamente a fim de enfraquecer o Estado sírio remonta a pelo menos a década de 1980. A ideia da partição foi também reiteradamente apregoada pela administração Obama, a qual declarou em várias ocasiões que "pode ser demasiado tarde" para manter a Síria como um todo.

Embora a administração Obama tenha chegado e partido, a administração Trump também está na linha de pressionar pela partição, graças à recente nomeação de John Bolton para a posição de Conselheiro de Segurança Nacional. Como informou recentemente a MintPress , Bolton advoga há muito a combinação do nordeste Sírio com o noroeste do Iraque a fim de criar um novo país, ao qual Bolton chamou de "Suninistão", que dominaria os recursos de combustíveis fósseis dos dois países e contaria com os recursos chave da água e da agricultura da região para sustentar a população. Bolton pediu aos estados do Golfo Árabe, como a Arábia Saudita, que financiassem a criação daquele estado – portanto as tentativas recentes da administração Trump para negociar um "acordo" com os sauditas pelo qual eles tomam o controle da parte ocupada pelos EUA na Síria se concordarem em pagar US$4 mil milhões pela reconstrução.

Visando o Irão 

Embora tenha controle de recursos chave para dividir a Síria e desestabilizar o governo em Damasco, o principal objectivo dos EUA na ocupação do nordeste sírio, rico em petróleo e água, visa não a Síria mas sim o Irão.

Como a firma de inteligência Stratfor , com sede nos EUA, notou em 2001, tomar o controle do nordeste da Síria complicaria muitíssimo a rota terrestre entre a Síria e o Irão bem como a rota terrestre entre o Irão e o Líbano. Em Janeiro, Tillerson deixou claro este objectivo. Ao falar na Universidade de Stanford, Tillerson observou eu "diminuir" a influência do Irão na Síria era um objectivo chave para os EUA e uma grande razão para a sua ocupação do nordeste.

Com o corte da estrada entre Teerão e Damasco, os EUA desestabilizariam e enfraqueceriam muitíssimo o "eixo de resistência" da região e, assim, os EUA – juntamente com seus aliados regionais – seria capazes de aumentar muito sua influência e controle regional. Dada a aliança entre a Síria e o Irão, bem como seu acordo de defesa mútua, a ocupação é considerada necessária a fim de enfraquecer ambos os países e um precursor chave para planos da administração Trumppara isolar e travar guerra contra o Irão.

Com informações internas a advertirem da posição declínante dos EUA como "única super-potência mundial", os EUA não têm intenção de abandonar a Síria, pois está a tornar-se cada vez mais desesperador manter sua influência na região e manter também a influência das corporações que mais se beneficiam com o império estado-unidense. 
Agradecimento: ao jornalista investigador Rick Sterling, especializado na guerra da Síria, que forneceu à MintPress algumas imagens e informação pertinente que foi utilizada neste artigo. 

[*] Redatora da MintPress Ness e colaboradora de Truth in Media, de Ben Swann.   Tem trabalhos publicados em Global Research, Ron Paul Institute e 21st Century Wire.   Também faz apresentações de rádio e TV na RT e Sputnik. 



O original encontra-se em www.mintpressnews.com/... 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
23
Abr18

Os obscuros meandros da Justiça

António Garrochinho



Nos últimos dias têm sido notícia  múltiplas sentenças de absolvição ou penas suspensas  envolvendo casos de pedofilia, violações sexuais e violência doméstica.   Consideradas "aberrantes" pela opinião pública, as sentenças encontram sempre respaldo na lei, fundamentando-se em argumentos aparentemente inatacáveis, mas contrários ao senso comum. 
Um dos argumentos  utilizado  para justificar a pena suspensa  a um  professor que abusava dos seus alunos e explicandos ( o arguido era acusado de 156 crimes, dos quais  89 foram provados) ,  foi  que o arguido já  tinha sido julgado socialmente, durante o período em que decorreu o julgamento.
Não tenho o direito de julgar  quem proferiu uma sentença deste teor, mas ninguém me pode negar o direito de  suspeitar que tais argumentos para justificar penas tão leves em crimes tão hediondos, não radicam apenas numa legislação permissiva e benevolente.
No entanto, se eu estiver enganado e, na verdade, o "julgamento social"  deva  ser considerado como pena suficiente para crimes repugnantes , sou obrigado a admitir que o mesmo argumento possa vir a ser invocado para Ricardo Salgado, José Sócrates, Miguel Macedo ou Duarte Lima, por exemplo.  É que apesar de os seus crimes serem aberrantes, a  forma  abjecta e despudorada como os seus casos têm sido expostos pela comunicação social, com a conivência e cumplicidade de agentes da justiça empenhados na condenação social daqueles arguidos, me parece também suficientemente severa para justificar a sua absolvição. Até porque, pelo que se tem visto nas "reportagens" da SIC, não há uma única acusação provada, mas apenas suspeitas de um juiz e um procurador.
Aconselha no entanto a prudência, que me abstenha de proferir tal afirmação, pois  se por mera hipótese académica Sócrates e Ricardo Salgado viessem a ser absolvidos por falta de provas, então a Justiça ficaria pelas ruas da amargura e o descrédito seria total e irreversível.

cronicasdorochedo.blogspot.pt

23
Abr18

Na semana passada foi inaugurada com pompa e circunstancia uma nova empresa em Évora. O presidente da câmara, que varias vezes se referiu a esta empresa como exemplo foi mesmo cortar a fita da CAPGEMINI

António Garrochinho



Na semana passada foi inaugurada com pompa e circunstancia uma nova empresa em Évora. O presidente da câmara, que varias vezes se referiu a esta empresa como exemplo foi mesmo cortar a fita da CAPGEMINI PORTUGAL. Depois, a oposição pegou numa entrevista dada pelo presidente do grupo para pedir explicações sobre o que disse o senhor à comunicação Social sobre a falta de mão de obra na cidade e sobre os preços caros da mesma...queixa-se o senhor de "estar a ir mais lento do que o previsto por um problema de oferta e que deveria ser o mais fácil de resolver". Lançadas estas afirmações logo um bando de gente desatou a dizer que por cá ninguém quer é trabalhar, que são uns malandros e por ai segue o discurso...
Já há algum tempo me ando a conter em falar sobre esta empresa ( e as da sua laia), para não colocar agua fria no sonho de alguns, mas agora não vai dar...o senhor pós-se a jeito!
Ora a empresa não consegue realmente profissionais qualificados, mas não por falta ou por nao querem trabalhar, não consegue porque veio para o Interior a achar que isto é um País do 3º mundo e por isso oferece aos engenheiros informáticos metade do valor que a mesma paga em Lisboa, o porquê ele explica quando é questionado "aqui não tem empregos ou aceitam este valor ou ficam no desemprego ou mudam de cidade"! Há quem tenha que aceitar mesmo...e estes desgraçados passam a trabalhar para a empresa não só durante o tempo de trabalho mas também nas horas vagas e sem que lhes paguem...o porque é simples, como os profissionais não aceitam estes valores, a empresa vai buscar desempregados ao Centro de emprego (pelos quais recebe) de outras áreas que não sabendo programar tem de ser ensinados pelos seus colegas (que não recebem por isso), colegas esses que passam 8 horas de trabalho a dar formação e resolver problemas e que depois quando vão para casa tem de fazer o seu trabalho de programação porque tem metas a atingir. Assim eles ficam com escravos ao preço da uva! Mas há informáticos (a grande maioria) que lhe diz que não e bem! Mas esta empresa tem outros laivos de prepotência, ela tem um código de conduta para os funcionários que passa por indicar o tipo de roupa a usar, as formas de se dirigirem aos superiores e ...tem até um capitulo de como deve o funcionário receber em sua casa o chefe. Este capitulo é hilariante..."A mulher do funcionário nunca deve abrir a porta para receber o chefe! As mulheres da casa devem sentar-se por ordem de idade! A mulher do funcionário só se senta depois de servir todos os convidados. Só ela pode tirar a loiça da mesa e sempre levando só dois pratos de cada vez! A mulher do funcionário nunca deve falar com o chefe a não ser que ele lhe faça uma pergunta directa. Os filhos do funcionário não podem jantar ao mesmos tempo que os convidados! Todas as mulheres da família devem estar vestidas de acordo a receber o chefe! " Pois é minha gente...uma anedota de ir às lágrimas...sabem como sei isto? Porque tive esse código na minha casa e ficou logo ali decidido que o "chefe" nunca viria jantar cá a casa e caso viesse ia espetar com ele a lavar a loiça! Pois o senhor queixa-se que a cidade é cara e que não tem mão-de-obra qualificada. Já eu queixo-me que existam empresas destas instaladas na minha cidade! Precisamos de empregos? Sim precisamos! Mas não de empresas que são cancros no tecido empresarial! Quanto aos políticos de cada vez que vem uma empresa destas para os seus territórios, aconselho a primeiro perceberem se eles vem por bem, ou se querem só fazer de nós escravos...Não pode valer tudo para se ter emprego! Há e já agora cobrem-lhes o valor de mercado pelas rendas é que estes senhores tem benefícios ficais, que os outros empresários não tem, tem todos os negócios do estado nas mãos, os dos bancos, Hospitais, seguradoras (ate parece que fazem parte do gangue dos donos disto tudo) e muitos milhões de lucros por ano!
23
Abr18

Fotogaleria: Loulé é “criativo” e deu-se a conhecer a jornalistas e agentes turísticos

António Garrochinho




A Moura Encantada de Salir não apareceu, o poeta António Aleixo não disse nenhuma quadra, mas os encantos de Loulé não deixaram de estar em destaque. Um grupo de jornalistas e agentes de viagens participou esta quinta-feira, 19 de Abril, em mais uma fam trip (viagem de familiarização), onde o passado e o futuro do maior concelho do Algarve se deram a conhecer, no âmbito do projeto “Loulé Criativo”. 

O dia começou na Câmara de Loulé, bem no centro da cidade, onde a comitiva foi recebida por Pedro Pimpão, vice-presidente da autarquia, e Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), entidade que promoveu a iniciativa, na qual o Sul Informação participou.

E se a premissa destas fam trips é “Redescobrir os Segredos do Algarve”, foi isso que aconteceu durante toda a manhã.

Depois de visitar o Mercado Municipal, ex-líbris da cidade e onde havia muitos turistas encantados com os produtos algarvios, e a escultura representando António Aleixo, sentado à entrada do café Calcinha, o grupo teve oportunidade de conhecer alguns projetos do “Loulé Criativo”.

Na Casa da Empreita, no Centro Histórico de Loulé, trabalha a dona Margarida Cortez, de 71 anos. O objetivo daquele espaço é recuperar um ofício tão tradicional do concelho.

Enquanto ia trabalhando a palma, comentava a dona Margarida: «isto é uma distração que temos e não deixamos assim cair a tradição». Com a septuagenária, estão, de momento, seis pessoas a aprender a arte da empreita.

Dali até à oficina de caldeireiros, na rua da Barbacã, é um passo. Esta é também uma profissão com grande história no concelho de Loulé. O mestre Analide Carmo é quem está aos comandos desta oficina, que recebe muitas visitas de estrangeiros interessados em ver (e em perceber!) como se faz uma típica cataplana algarvia. E ali, recorde-se, até já se fez uma cataplana gigante, para um hotel…

Antes do almoço, também se visitou o pólo museológico dos Frutos Secos, bem como o Museu de Loulé, que está desfalcado devido à cedência de peças para a exposição “Loulé: Territórios. Memórias. Identidades”, patente no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa.

Depois de um repasto na Tasquinha do Lagar, em Querença, com ensopado de borrego na ementa, a parte da tarde foi passada no interior do concelho de Loulé. Em Salir, visitou-se o pólo museológico daquela vila e ouviu-se falar da Lenda da Moura Encantada, que, diz-se, ainda aparece em dias mais agrestes…

A longa jornada continuou com uma visita à Quinta da Tôr, nascida em 2013 e cuja produção de vinho é de perto de 100 mil garrafas por ano. Os projetos passam por aumentar mais a adega, já num futuro próximo.

No final, provou-se o vinho e fez-se um brinde a Loulé.



Fotos: Fabiana Saboya | Sul Informação

VÍDEO





www.sulinformacao.pt
23
Abr18

PCP assinala 25 de Abril em 14 localidades algarvias

António Garrochinho


O PCP está a promover, desde ontem, domingo, 14 iniciativas noutras tantas localidades algarvias para assinalar o 44.º aniversário do 25 de Abril de 1974 “com os olhos postos no presente e no futuro”.
O conjunto de iniciativas arrancou ontem, domingo, em Aljezur, e prossegue amanhã, terça-feira, 24, em Salir (Loulé).
Na quarta-feira, dia 25, decorrem iniciativas em Lagos, Portimão, Albufeira, Silves, Faro, São Brás de Alportel, Pechão, Olhão, Fuseta, Tavira e Vila Real de Santo António. A última sessão está agendada para sábado, 28, em Alcoutim.
“As comemorações do aniversário da Revolução de Abril, constituem uma importante oportunidade para afirmar os valores da liberdade, da democracia, da paz, da justiça e do progresso social”, refere o PCP/Algarve.
Prevendo a participação de mais de mil democratas e patriotas, muitos deles também integrantes das listas da CDU, os comunistas dizem manter “os olhos postos no presente e no futuro”.
Nas iniciativas marcadas para o Algarve, os problemas e lutas regionais também estarão presentes, nomeadamente “os graves problemas nos serviços públicos”, as portagens na Via do Infante e as obras estruturantes “sucessivamente adiadas”, como a requalificação da EN125, o Hospital Central do Algarve, a eletrificação da linha férrea e a ponte internacional em Alcoutim, enumeram os comunistas.


regiao-sul.pt
23
Abr18

Criação de emprego não acompanha subida dos lucros nas grandes empresas

António Garrochinho


As principais cotadas na Bolsa de Lisboa lucraram 3500 milhões de euros no ano passado, mas o número de postos de trabalho que criaram em Portugal não terá chegado aos 4 mil.
Um desempregado lê os anúncios no Centro de Emprego da Amadora, 2 de Setembro de 2013

As empresas do PSI-20, o principal índice da bolsa nacional, aumentaram o número de trabalhadores ao seu serviço em cerca de 15 mil, em 2017, de acordo com o Dinheiro Vivo. No entanto, a maior parte destes postos de trabalho foi criada fora do País. As três empresas que representam 90% da criação de emprego – a Jerónimo Martins, a Mota-Engil e a Sonae – contrataram cerca de 14 mil novos trabalhadores, mas mais de 11 mil fora de Portugal.
Isto significa que o número de postos de trabalho criados pelas empresas mais lucrativas do País não terá ultrapassado os 4 mil em 2017, num ano em que os lucros chegaram ao nível mais alto: 3500 milhões de euros.
A criação de postos de trabalho por parte de algumas empresas, como a Ibersol (restauração), a Corticeira Amorim ou a Navigator e a Altri (celuloses), acabou por ser anulada pelas reduções em algumas das que apresentaram lucros mais elevados, como as dos sectores energético (EDP, Galp, REN) e bancário.
Para além de um ano recorde em termos de lucros, 2017 fica marcado também pelos elevados dividendos que as empresas propuseram entregar aos seus donos. No caso dos CTT ou da NOS, o valor superou mesmo os seus lucros anuais.


www.abrilabril.pt
23
Abr18

Mais de 600 mil inquilinos precários em Portugal

António Garrochinho


A Associação dos Inquilinos Lisbonenses alerta para os constantes aumentos das rendas e para o facto da maioria dos contratos ser válida apenas por um ano. Uma situação que também preocupa os proprietários, que reconhecem a existência de vários senhorios apostados apenas no lucro.

Há cada vez mais "paraquedistas". É a expressão usada por António Frias Marques, que representa os proprietários, para se referir aos donos das habitações que arrendam os imóveis por um período máximo de um ano. O problema, afirma o presidente da Associação Nacional de Proprietários, é que estes donos de imóveis julgam que "as rendas sobem até ao céu", por isso, optam por fazer contratos de arrendamento de duração mais curta na expectativa que a cada novo contrato surja um novo inquilino disposto a pagar mais que o anterior.
Não será o comportamento de todos os proprietários. Sublinha Frias Marques que há quem privilegie a estabilidade na relação contratual com os inquilinos. O conselho da associação é que se façam contratos de cinco anos.
A juntar a este problema, as rendas continuam a aumentar de forma imparável. Segundo dados do Índice Confidencial Imobiliário, revelados pelo Diário de Notícias, em Lisboa, desde 2011, o valor médio das rendas aumentou 36%. A mesma tendência no Porto, ainda que a subida não tenha sido tão acentuada.
Romão Lavadinho, da Associação dos Inquilinos Lisbonenses, está preocupado. Afirma que nesta altura não são só os mais novos que correm riscos e avança com um número: existem mais de 600 mil inquilinos precários em todo o país.
Para ilustrar o problema, o Diário de Notícias conta o caso de Maria de Lurdes de Melo, 65 anos. Mora na Rua Castilho, em Lisboa, há mais de 40 anos e paga 350 euros por um T1. O senhorio opôs-se, num primeiro momento, à renovação do contrato. Mais tarde, recuou e apresentou uma proposta para que Maria ali possa continuar a viver. Em vez de 350 euros, o proprietário sugere que Maria passe a pagar 900.
A Associação Nacional de Proprietários contesta os números dos inquilinos. Para António Frias Marques, 600 mil inquilinos é um número muito elevado. O representante defende que a maioria dos contratos oferecem estabilidade aos inquilinos e acredita que o problema das rendas altas pode ser resolvido com o aumento da oferta de habitação pública.
Já a Associação dos Inquilinos Lisbonenses considera que as dificuldades de acesso à habitação atualmente só se resolvem com o reforço dos direitos dos inquilinos. Romão Lavadinho espera que o Governo promova alterações nesse sentido.
O Governo apresenta esta segunda-feira o novo pacote para a politica de habitação. A cerimónia, no ministério do Ambiente, vai ser presidida por António Costa. O Governo aposta em quatro novos instrumentos para responder às necessidades habitacionais e para promover o arrendamento acessível e a coesão territorial.
No pacote da Nova Geração de Políticas de Habitação, estão previstos o programa 1.º Direito, que procura apoiar quem não consegue pagar a renda, e o Programa de Arrendamento Acessível, que pretende promover uma oferta alargada de habitação para arrendamento a preços reduzidos, compatível com os rendimentos das famílias. Vão ser também apresentados o programa Da Habitação ao Habitat e o programa Chave na Mão, que pretende facilitar a mobilidade para o Interior do país.


www.tsf.pt
23
Abr18

Profissionais de saúde receberam 112 milhões de euros em patrocínios

António Garrochinho


Ordem dos Médicos diz que Ministério da Saúde entregou formação de quem trabalha nos hospitais e centros de saúde às empresas farmacêuticas.



Os profissionais de saúde são os maiores beneficiários dos patrocínios da indústria farmacêutica. No ano passado, 2017, os valores registados na plataforma de transparência do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) atingiram um recorde: 80,9 milhões de euros, entre eles 42 milhões para os profissionais de saúde.

Os números fornecidos à TSF revelam que nos últimos três anos o grupo dos médicos, farmacêuticos, enfermeiros ou dentistas foi sempre o maior beneficiário dos apoios das empresas do setor: 31,3 milhões em 2015, 38,5 milhões em 2016 e agora 42 milhões em 2017.

Ao todo, nos últimos três anos foram 112 milhões de euros para os profissionais da área, mais de metade do total de patrocínios da indústria farmacêutica registados pelo Infarmed, ou seja, 220 milhões.

Os segundos maiores beneficiários dos apoios da indústria são as sociedades médicas ou associações de investigação (17 milhões em 2017), seguindo-se as associações de doentes ou profissionais (7,5 milhões no mesmo ano).

Em 2017 os donativos subiram para todas as entidades, no entanto, esse aumento pode estar relacionado com uma nova lei que entre outras mudanças passou a obrigar, além da indústria farmacêutica, as empresas de material médico a divulgar onde e quanto gastam com patrocínios.

Médicos falam em alerta para o Governo

Reagindo a estes números, o bastonário da Ordem dos Médicos admite que são valores muito elevados, mas garante que não colocam em causa a independência dos profissionais nas decisões que tomam, sublinhando que esta é a única área onde se tem de declarar ao Infarmed, publicamente, os apoios que recebem.


SOM AUDIO



Miguel Guimarães acusa, contudo, o governo de entregar a investigação e formação dos médicos quase exclusivamente à indústria farmacêutica algo que, na sua opinião, não faz sentido.

O representante dos médicos diz que estes números devem chamar a atenção do Governo.
O bastonário afirma que hoje o apoio à formação médica vem quase exclusivamente da indústria, sobretudo dos patrocínios das empresas de medicamentos, sendo valores que deviam chamar a atenção do Ministério da Saúde que "não aposta nada" na investigação e formação dos profissionais de saúde e em especial dos médicos.

Desde março de 2013 que médicos, farmacêuticos, enfermeiros e associações de doentes estão obrigados a declarar todos os patrocínios, subvenções e outros prémios que recebem das farmacêuticas, desde que o valor seja superior a 25 euros.


www.tsf.pt

23
Abr18

A Lei Cristas dos Despejos

António Garrochinho

VÍDEOS



O PCP apresentou em conferência de imprensa, na Assembleia da República, o projecto de lei que revoga a revisão do regime jurídico do arrendamento urbano e lançou o email travarosdespejos@pcp.parlamento.pt para que todos possam fazer chegar contributos sobre o tema.
O Grupo Parlamentar do PCP vai ainda realizar uma audição pública intitulada “Travar os Despejos, Defender o Direito à Habitação” no próximo dia 27 de Abril na Assembleia da República. 
Com esta campanha o PCP reafirma a urgência de travar os despejos e salvaguardar o direito à habitação, o desenvolvimento da actividade económica, em particular do comércio tradicional e manutenção das colectividades de cultura, desporto e recreio. A actual lei desprotegeu totalmente os inquilinos, para beneficiar a especulação imobiliária e os interesses dos grupos económicos.
O PCP apresentou em conferência de imprensa, na Assembleia da República, o projecto de lei que revoga a revisão do regime jurídico do arrendamento urbano e lançou o email travarosdespejos@pcp.parlamento.pt para que todos possam fazer chegar contributos sobre o tema.




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23
Abr18

Um Programa sob a batuta da UE

António Garrochinho


Um Programa sob a batuta da UE

Efabulações a propósito do Programa de Estabilidade . Jorge Cordeiro

A apresentação do Programa de Estabilidade (PE) pelo Governo do PS tem feito correr rios de tinta. Tanta é a escrita lavrada que as probabilidades de sair esborratada a pintura são as que estão expostas à evidência: um percepcionamento distorcido do que aquele documento representa; um carrossel de posicionamentos políticos onde na penumbra das manobras e na sabonária de passados recentes se esbatem ou escondem concepções que não se querem revelar; uma inusitada e conformada rendição aos critérios que aquele documento encerra; uma mina argumentativa para justificar o que por opção política e programática se tem por irrevogavelmente assumido. Sempre fugindo ao óbvio: não é pela submissão externa que os problemas do País têm solução.
Comecemos por onde, não havendo razão em contrário, em regra se deve começar: pelo início. É o caso, não só por imperativo da ordem mas da essência da coisa. Este Programa é um instrumento da União Europeia e da sua política, destinado a moldar as imposições e interesses do directório de potências que comanda o processo de integração, um recurso à figura de “visto prévio” para usurpar o poder soberano de cada Estado à condução da sua política orçamental e económica.
Ver neste documento coisa diferente do que ele é só pode resultar de incurável miopia. Passemos para o domínio da penumbra em que se enreda o tema. Quem for levado na névoa do «somos todos Centeno» arrisca-se a perder a nitidez de visão que o exame da matéria requer. O recurso à polarização no ministro das Finanças com a sua invocação directa, mesmo que aparentemente generalizada na expressão do titular da pasta da Saúde, não dissipa o essencial: não se está no domínio de opções pessoais mas sim de uma trajectória programática em si mesma expressão da submissão do PS e do seu governo ao Euro e à União Europeia. Só por pueril efabulação se pode ler, como já por aí se viu escrito, no texto de Centeno um alegado recado também para o interior do PS! Antecipando previsíveis réplicas dos que já a brandir o aparo atiram que «mas então não é verdade que os ministros das finanças são por força federalista quem manda?» se dirá, concedendo à premissa do arremesso, que assim é, mas que esse assim ser radica na voluntária entrega de parcelas de soberania perante interesses externos. Por razões de higienização política e mínima observação exigível de valores e princípios não se consumirão mais caracteres do que os necessários para registar o concentrado de hipocrisia e cinismo do esbracejo de Cristas e do CDS sobre o teor de um instrumento de que fizeram uso e abuso para justificar o assalto a que se dedicaram sem pestanejar.

A afirmação do interesse nacional exige a não rendição perante os critérios e imposições da União Europeia. Este Programa é, como se disse, da exclusiva responsabilidade do governo. Não consta, pelo menos no que ao autor deste texto é dado saber, qualquer “negociação” do seu conteúdo. Desde logo porque a soberania não se deve negociar. Depois porque a questão não está na discussão se o défice que o governo quer apresentar em Bruxelas é de 0.7%, 1,1% ou 1.4%. Não porque cada décima não tenha uma tradução em margem orçamental mas porque o que se impõe é não a condução da política subordinada ao défice mas sim o da não abdicação do direito e dever de, a cada momento, se responder aos problemas, às necessidades de investimento e ao financiamento das funções sociais. E ainda porque, para lá do que se quer apresentar como irrevogavelmente chancelado por Merkel ou Macron, os órgãos de soberania mantêm o poder para assumir as decisões que lhes cabem, e os trabalhadores e o povo preservam a capacidade de, pela luta, exigir a efectivação dos seus direitos. E por último rejeite-se o filão que se quer explorar, para à sombra do PE, justificar opções próprias que baseadas em critérios de classe se vendem como do interesses de todos. Seja as que decretam que enquanto houver défice não haverá redução de carga fiscal (como se a questão fosse a “carga fiscal” em abstracto e não a desproporção entre a que estão sujeitos os trabalhadores e a que os lucros, dividendos e grandes fortunas beneficiam), seja a insidiosa confusão entre “despesismo” e resposta às necessidades do povo e do País, seja ainda a ideia de que «não se pode dar tudo ao mesmo tempo» depois de se ter tirado tudo de uma vez, seja em matéria de direitos, rendimentos ou investimento (o investimento previsto no PE para 2022 ficará abaixo do que existia em 2011!).
É inaceitável que o potencial alcançado com o crescimento económico seja hipotecado na «redução recorde do défice» em vez de ser reinvestido para robustecer o País e a sua capacidade produtiva. Os que não se incomodam com os milhões consumidos nas PPP e na Banca ou devorados nos juros da dívida continuam a embalar a nação com a fábula da formiga e da cigarra. Sendo que, em boa verdade, vêem-se é no papel daquele inglês que querendo habituar o seu cavalo a não comer o viu sucumbir quando já estava afeiçoado à privação. 


foicebook.blogspot.pt
23
Abr18

PÃO PÃO, QUEIJO QUEIJO

António Garrochinho



Por vezes apetece-me dizer que determinada classe política face à sua inércia e a falta de vontade e disponibilidade para resolver os problemas, os elementares problemas que afligem a sociedade portuguesa se reflete infelizmente na sua não necessidade do que a maioria do povo português sofre.
Ou seja: saúde, emprego, tecto, reforma digna.

Não falo da educação, da cultura também ela uma grande mazela na nossa sociedade já que a grande parte dos nossos governantes apesar de canudos e diplomas são uma súcia de ignorantes.

Para colmatar a pouca vergonha existente e apesar de benesses, mordomias, tachos, que usufruem, os políticos da nossa praça (salvo excepções) ainda estão insatisfeitos e reclamam ser mal remunerados.

Com tudo o que recebem e enriquecendo em meia dúzia de anos, veja-se o património, exibido,excluindo o que não está escondido e em nome de outrém.
Bem pagos, recebendo extras por tudo e por nada o que lhes duplica o ordenado, isso porventura tem travado a ruinosa corrupção que a cada dia alastra e como causas empobrece o nosso povo ?




António Garrochinho
23
Abr18

Guerra social e guerra imperialista

António Garrochinho




 Rémy Herrera     
Um novo ponto da situação em França. As lutas prosseguem em várias frentes, e pode abrir-se alguma perspectiva da sua convergência. Macron responde com a repressão e com a tentativa de encenação de um «diálogo directo com o povo». Ao mesmo tempo que promove a guerra social contra trabalhadores e estudantes, intervém activamente na agressão imperialista contra a Síria. Duas faces da mesma moeda.




França está habituada a greves e manifestações. Mas neste início de primavera a atmosfera está invulgarmente pesada, tensa. Os discursos presdenciais e mediáticos afirmando que a ordem está em vias de ser reestabelecida são demasiado frequentes para que possamos estar seguros de que nada de sério esteja em preparação. 

Os descontentamentos subiram de tom nas últimas semanas. Graças a Macron, principalmente, que diz estar a ouvir os protestos e aparece a dialogar com os que o interpelam em particular, mas que faz espancar tudo o que mexe.

Em meados de Abril enviou 2500 militares para evacuar uma centena de activistas da «zona a defender» (ZAD) em Notre-Dame-des-Landes, no oeste do país. Esses militantes, ligados a movimentos ecologistas e autónomos (extrema-esquerda) tinham aí impedido a construção de um aeroporto e permaneciam no local, transformado em ocupação a céu aberto, procurando espaços agrícolas alternativos, colectivos, e recusando a propriedade individualizada. 

No dia seguinte à intervenção os «zadistas» tinham multiplicado por cinco o número dos que afrontavam as forças da ordem. 

Na mesma altura, Macron lançava a polícia de choque para desalojar os estudantes que ocupavam a Sorbonne e Tolbiac para protestar contra a «reforma educativa». Foram de imediato ocupas, ou reocupadas, outras universidades, como em Nanterre – e mesmo Sciences Po, grande escola em que o Presidente da República se diplomou. Em Lille, os estudantes tiveram que encaminhar-se para os exames entre duas alas de polícias.

Os manifestantes parisienses da jornada de acção interprofissional de 19 de Abril – organizada pela CGT e mobilizando 300 000 pessoas em todo o país – tiveram direito a canhões de água e granadas lacrimogéneas quando nada de grave o justificava. À falta de apoio popular, o Presidente entende demonstrar a sua força enviando a tropa contra as resistências pacifistas. 

Apoiado pela alta finança, tem razões para se sentir forte. Tão forte que pôde declarar a guerra social. E pode desafiar o povo, em nome das «reformas necessárias», e desprezando o diálogo social. Hoje o que Macron quer é quebrar a coluna vertebral do movimento operário; a começar pelos ferroviários, na primeira linha de defesa do serviço público, e que proporcionaram uma cristalização das contestações.


Tal como Thatcher, na sua altura, tinha quebrado os mineiros. Entretanto, no 3 de Abril passado, primeiro dos 36 dias de «greve intermitente» na SNCF anunciados a nível nacional pelos sindicatos de ferroviários, a direcção da Eurostar (empresa ferroviária anglo-francesa que tem a seu cargo os comboios de alta velocidade entre a França e o Reino Unido, através do túnel sob a Mancha), tentou deslocar funcionários do depósito de Leyton (leste de Londres) para Paris. Por meio de uma acção conjunta entre a CGT e o RMT (sindicato britânico dos transportes), os operários franceses e britânicos organizaram-se e impediram os patrões de quebrar – ilegalmente – a greve em França com recurso a trabalhadores britânicos. Ficou feita a demnstração da eficácia da solidariedade internacional entre trabalhadores.


No momento presente o que está é causa é de vulto. Confrontam-se duas visões da sociedade: uma, apresentada como «ultrapassada», é a da solidariedade, da justiça social, da esperança reencontrada para a juventude, de um futuro em comum; a outra, neoliberal, estratégia das elites, tem o falhanço garantido e lança a maioria da população num beco sem saída. Por quanto mais tempo irá esta maioria – o mundo do trabalho – recuar face a esta minoria de privilegiados que a esmaga?


No dia 19 os sectores da química, da electricidade e do gás entraram na batalha. Será uma guerra de resistência. A questão colocada neste 19 de Abril é a que é necessária: como encontrar nas lutas as condições para a sua convergência? Apesar das divisões sindicais – nas quais as jovens gerações descobrem aquilo que os mais velhos sabem há muito: que as franjas social-democratas traem os trabalhadores – está em vias de se desenhar uma frente do trabalho. É certo que, de momento, as forças da esquerda política não estão à altura dos desafios. Para todos, a recusa de discutir o colocar em causa o euro e o colete-de-forças europeu entrava o futuro. Apenas esta inorganização da esquerda permite ainda aos burgueses dormir mais ou menos tranquilamente. Emboscada, a extrema-direita observa.


E, tal como a França monárquica conquistou a Argélia esmagando as suas revoluções de 1830 e 1848, faltava uma guerra imperialista para acompanhar a guerra social. Cantando-nos a canção das «armas químicas» antes entoada por Bush, Macron foi para a guerra, docilmente, atrás de Trump e May, para bombardear a Síria. 
As duas faces guerreiras do capitalismo.



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