Lisboa, Santarém, Évora e Algarve eram as regiões onde a organização atuava. Negócio legal escondia a fuga ao fisco
Reuniões periódicas com os distribuidores, discussão de estratégias para cativar clientes - como gerir os contactos, que produtos novos podiam oferecer-lhes - e um proveito anual de 17 milhões de euros.
Esta podia ser considerada uma empresa de sucesso onde todos os colaboradores tinham funções distribuídas. O problema é que o seu principal negócio era a exploração de apostas e jogos ilegais baseada numa rede de distribuidores que trabalhavam em estabelecimentos de Lisboa, Santarém, Évora e Algarve, recolhendo o dinheiro que os donos desses, maioritariamente, cafés conseguiam com a venda de jogo ilegal - fosse em máquinas instaladas na casa ou com a disponibilização de registos para o cliente jogar online num site idêntico aos dos apostas legais. Além disso, a firma não pagou nenhum imposto sobre os rendimentos conseguidos.
A Unidade de Ação Fiscal da Guarda Nacional Republicana recolheu informações após algumas denúncias e descobriu que paralelamente a uma empresa legal de distribuição de jogos de matraquilhos e de setas funcionava uma sociedade de exploração de jogos de forma ilegal e que pagava prémios melhores do que os sites legais. Segundo contou ao DN fonte da investigação, o líder da empresa - que até disponibilizava apoio jurídico para os donos dos cafés que eram descobertos e constituídos arguidos - tinha todo o material informático distribuído ligado a um servidor e, assim, conseguia saber diariamente quanto dinheiro cada uma das suas centenas de máquinas colocadas em vários pontos conseguia. Quando foi descoberto disse, segundo o investigador, que a sua maior concorrência era "a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa".


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