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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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10
Mai18

Washington expõe estratégia de domínio mundial

António Garrochinho


José Goulão



Aos cabos de guerra não se pedem metáforas nem se exige diplomacia; falam pouco e, quando o fazem, disparam palavras cruas e directas com alvos escolhidos e objectivos afinados consoante a estratégia mais actual, os quais ultrapassam, em muito, a necessidade canónica de manter despertos os instintos exterminadores das hostes sob o seu comando.
Por isso, quando figuras como o almirante John M. Richardson, chefe de operações navais do Pentágono, e o general norte-americano Curtis Scaparrotti, comandante das forças aliadas na Europa, dizem de sua justiça é aconselhável ouvi-los, obrigatório entendê-los. E estampar as suas sentenças como legendas dos movimentos militares que vierem a desencadear.
Para acolher e divulgar as mais recentes mensagens do almirante Richardson foi escolhida a BBC, um pilar da mundialização anglo-saxónica, fenómeno mais simploriamente conhecido como «globalização». Tecnicamente qualificada como «entrevista», a performance do chefe de operações navais do Pentágono não passou de um discurso que, para ser mais eficaz, foi formatado com a ajuda de um profissional da estação para introduzir as variações temáticas e retirar-lhe os vícios monocórdicos.
De uma penada, o almirante John M. Richardson revelou que os Estados Unidos renovaram a estratégia militar e, em consequência, adoptaram medidas que elevam os patamares de disponibilidade e de presença territorial dos seus corpos expedicionários de âmbito mundial.
«A nossa estratégia de defesa nacional», anunciou o chefe de operações navais do Pentágono, «torna claro que estamos de regresso a uma era de competição entre grandes potências, na qual o ambiente de segurança se torna cada vez mais desafiador e complexo».
Existe pois, segundo o almirante Richardson, «uma reorientação das forças armadas norte-americanas perante um mundo de renovada competição entre grandes potências e distante das campanhas de contra-insurgência que têm sido desencadeadas nas últimas décadas».
«é a primeira vez que um alto responsável norte-americano nomeia a Federação Russa como o inimigo num contexto militar de nova guerra fria.»
Em primeira leitura deduz-se que o Pentágono retoma um dispositivo de tipo «guerra fria», tendencialmente mais «quente» do que esta, tendo em conta a proliferação de conflitos activos, e deixa para segundo plano o sistema de agressões isoladas – embora estrategicamente convergentes – provavelmente por não ter conseguido alcançar uma única vitória nessas guerras que deveriam ter sido resolvidas em meia dúzia de dias, segundo as profecias oficiais.
A maior prioridade, definiu o almirante, «é combater a Rússia». Não sendo novidade, tendo em conta as movimentações no terreno e os objectivos subjacentes a numerosas operações militares e políticas que se sucedem em cadeia, é a primeira vez que um alto responsável norte-americano nomeia a Federação Russa como o inimigo num contexto militar de nova guerra fria.
Em função da prioridade definida, prosseguiu o almirante Richardson, «estamos a reactivar a Segunda Esquadra para responder a esses desafios, principalmente no Atlântico Norte». Teoricamente desactivada em 2011, a ressuscitada esquadra terá jurisdição sobre navios, meios aéreos e forças terrestres numa área entre o Pólo Norte e o Mar das Caraíbas, entre a costa leste dos Estados Unidos e a zona central do Atlântico, uma área cuja dimensão o chefe militar avaliou em 17,5 milhões de quilómetros quadrados.
Conjuguemos agora os anúncios do chefe de operações navais do Pentágono com as considerações político-militares tecidas pelo general norte-americano Curtis Scaparrotti, o qual, como comandante das forças aliadas em território europeu é, de facto, o chefe operacional do mega-exército resultante da unificação de quase todas as tropas da Europa e, por inerência, da União Europeia.
Nessa qualidade, e com a maior naturalidade colonial, Scaparrotti dissertou perante o Congresso dos Estados Unidos sobre as contingências impondo uma renovação da estratégia militar de Washington e aliados, designadamente na Europa.
«A Rússia lançou uma campanha de desestabilização para alterar a ordem internacional, confundir a NATO e minar a liderança dos Estados Unidos no mundo inteiro», proclamou.
Como exemplos deste inadmissível desafio de Moscovo a um status quo segundo o qual o mundo é um território norte-americano, o general citou a «anexação ilegal da Crimeia» e a «desestabilização na Ucrânia Oriental» – por sinal situações que decorrem do golpe fascista dado em Kiev sob direcção operacional de Washington e o patrocínio político da União Europeia.
O general Scaparrotti explicou ainda aos congressistas que a reorientação da estratégia militar deve ser acompanhada por um «combate à desinformação russa», da responsabilidade dos Estados Unidos, em parceria com a NATO, de maneira a assegurar «uma informação verídica e transparente».
Da qual podem ser exemplos – ainda que não citados pelo cabo de guerra – os casos em torno da suposta tentativa de assassínio do espião Skripal e filha, além dos episódios com armas químicas na Síria, tanto as que não foram usadas em Duma como as que não existiam em alvos atingidos pelos mísseis da tripla aliança Trump-Macron-May, no passado dia 14 de Abril.
Acontecimentos relatados com uma veracidade e uma transparência tão inquestionáveis como «a liderança dos Estados Unidos no mundo inteiro».
Que sucede, entretanto, enquanto ecoam as palavras do almirante Richardson e do general Scaparrotti, por definição homens de poucas falas e muito mais acção?
Iniciou-se a ressurreição da Segunda Esquadra norte-americana, gigantesco corpo da NATO com quartel-general em Norfolk, na Virgínia. Quando foi teoricamente extinta, em 2011, a monumental esquadra era constituída por 120 navios de guerra, 4500 aviões e 90 mil efectivos.
Enquanto isso, nos últimos dias de Abril os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, entre eles o inefável dr. Azeredo Lopes, declararam-se de acordo em agregar mais quatro países à pacífica aliança: Bósnia-Herzegovina, FYROM (Macedónia), Geórgia e a Ucrânia, onde os grupos de assalto nazis pontificam à cabeça das organizações militares nacionais.

«desde 1991, as forças armadas norte-americanas dispararam 2250 mísseis de cruzeiro durante guerras em vários continentes provocadas pelos Estados Unidos e com envolvimento da NATO»
Ao Mediterrâneo, com as miras focadas na Síria mas para «combater a influência russa», chegou o poderosíssimo grupo de combate imperial comandado pelo super porta-aviões Harry S. Truman, nave com mais de 300 metros de comprimento movida por dois reactores nucleares e que pode lançar vagas sucessivas de mais de uma centena de caças e helicópteros militares.
Acompanham-no uma imponente frota pronta a disparar mais de mil mísseis de cruzeiro: o cruzador Normandy, os contratorpedeiros Arleigh, Burke, Bulkeley, Forrest Sherman, Farragut, Jason Dunham, The Sullivans e a fragata alemã Hessen.
O grupo junta-se a quatro contratorpedeiros e a numerosos submarinos de países da NATO já presentes na região. Sobre os objectivos reais, que não os proclamados, desta presença recorda-se que, desde 1991, as forças armadas norte-americanas dispararam 2250 mísseis de cruzeiro durante guerras em vários continentes provocadas pelos Estados Unidos e com envolvimento da NATO: Jugoslávia, Bósnia Herzegovina, Sudão, Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria – incluindo já os 103 lançados em 14 de Abril último.
Como sabem os que estão familiarizados com o mantra propagandístico da Aliança Atlântica, a tal informação «verídica e transparente» que tanto motiva senhores da guerra como o almirante Richardson e o general Scaparrotti, os grupos de combate dispondo de incalculável potencial de extermínio movem-se pelo mundo com um arreigado intuito «defensivo» e um tenaz apego à «segurança nacional» não se sabe bem de quem; porém, ameaçada cobardemente pelas populações civis de cidades como Alepo, Damasco, Homs, Bagdade, Mossul, Kirkuk, Tripoli, Beirute, Cabul, Falluja, Hebron, Gaza, Belém e tantas outras de uma lista infindável de antros incapazes de compreender a liberdade, a civilização, a democracia e os direitos humanos levados pacificamente até eles por refinados e cirúrgicos engenhos de morte. 
Para que a segurança destas imensas forças não seja abalada enquanto cumprem as suas missões há que relembrar a situação de apronto em que se encontram as forças navais norte-americanas para a Europa e África, designadamente a Sexta Esquadra, que têm quartéis-generais nas regiões italianas de Nápoles e Gaeta; e a Quinta Esquadra, pronta para o que der e vier a partir da sua base no Bahrein.
E porque o mundo é um só, graças à «ordem internacional» – e também imperial – estabelecida sob «a liderança dos Estados Unidos», renasceu na era de Obama a afamada Quarta Esquadra, velho polícia da América Latina com longa e sangrenta história para garantir a «segurança nacional» de sucessivas ditaduras latino-americanas – restauradas agora em formato «benigno» graças aos golpes no Paraguai, regime que obedece a Trump instalando a sua embaixada em Jerusalém, e no Brasil de Temer.
As reactualizações estratégicas do Pentágono anunciadas por cabos de guerra como Richardson e Scaparrotti, e as significativas movimentações bélicas que lhes sucedem desvendam um novo/velho alvo de guerra que cola ainda mais a Administração Trump ao fascismo sionista de Netanyahu, mesmo que o afaste ligeiramente de aliados europeus, um distanciamento que nunca passa, porém, de simples verbalizações sem quaisquer consequências quando chega a hora de disparar os mísseis. 
A revogação, por Donald Trump, do acordo com o Irão e a imediata gratidão que o primeiro-ministro de Israel tornou pública revelam que Washington e Telavive atingiram o ponto de sintonia absoluta no projecto de guerra contra Teerão.
Fica escancarado o caminho para a tentativa de consumação de um outro grande objectivo dos fascismos sionista e saudita e do complexo militar e industrial norte-americano: reduzir a pó a influência do Irão no Médio Oriente, de modo a concretizar o novo mapa regional – mesmo que a versão final deste seja ignorada até pelos próprios «cartógrafos.
A integração de uma guerra contra o Irão no processo cada vez mais evidente de criação de «um novo Médio Oriente» implica uma reactualização do tipo de intervenção imperial na Síria, uma vez que o conflito conduzido por Washington, Londres e Paris através de interpostos grupos terroristas não fez o pleno dos objectivos prioritários: desmantelar o país e derrubar o regime em Damasco.
«A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) inspeccionara por cinco vezes as instalações desde 2014 e nunca ali detectou um único indício capaz de conduzir à produção de engenhos com essas características.»
Ao contrário da informação «verídica e transparente» difundida por ocasião dos bombardeamentos terroristas de 14 de Abril, o palácio presidencial foi um dos alvos dessa operação. As forças militares sírias tinham concentrado, porém, muitas das suas capacidades antimíssil na defesa das estruturas do regime, pelo que abateram todos os engenhos com esses destinos.
O esforço, porém, obrigou a desproteger outras instalações e, por isso, os agressores conseguiram destruir o centro de investigação de Barzeh, onde era fabricada a maior parte dos medicamentos genéricos utilizados no país.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) inspeccionara por cinco vezes as instalações desde 2014 e nunca ali detectou um único indício capaz de conduzir à produção de engenhos com essas características.
Os sinais de alteração do tipo de guerra contra a Síria têm-se acumulado nos últimos dias através de bombardeamentos sucessivos contra instalações do exército nacional, provocações protagonizadas por Israel alegadamente para atingir as estruturas iranianas que ajudam a defender a independência síria.
De certa forma pode dizer-se que a guerra contra o Irão já começou em território sírio, podendo a colaboração militar entre os dois países servir de pretexto à ampliação da área regional da agressão estrangeira.
Como se o Império, agraciado dogmaticamente com a «verdade» e arrastando a Europa como apêndice, ainda necessitasse de pretextos quando se trata de garantir a manutenção da ordem internacional «sob a liderança dos Estados Unidos no mundo inteiro». 

AbrilAbril
foicebook.blogspot.pt
10
Mai18

O fim da planície e a morte do azeite: um dos maiores crimes ambientais de Portugal

António Garrochinho


Há muito que não visitava a cidade que me educou e viu nascer: Beja. Recordo-a na imensidão da planície, entre a mutação persistente de um colorido que fazia desta região uma das belas do mundo. Recordo: o verde trigais; o amarelo dos pimpilhos; o branco da magarça; o roxo da sevagem; os cinzas que antecedem a chuva; o vermelho das papoilas… recordo os coelhos, as lebres, as perdizes, os bibes… Recordo o sentido da rotatividade que, contrastando, dava vida ao azul de um céu sempre puro. Um olhar sempre novo. Técnicas ancestrais de exploração da terra, não deixaram perder uma matriz ecológica que protegeu  a planície e permitiu, ao longo dos séculos, alimentar a nação e manteve este lugar insólito como um dos mais belos do Mundo. Lá, onde a vista não alcança, descansava o olhar num horizonte tão longo,  belo e definido.

Fui a Beja e fiquei chocada: petrifiquei o olhar na inexistência da planície. Um extenso olival, onde as árvores eram tantas que não cabiam no terreno ocupado, era apenas intervalado pela vinha plastificada e por intervenções que removeram a camada superficial, de forma profunda, do solo, na sua totalidade.
 São visíveis, ainda, alterações a nível da orologia.  Estes terrenos, no espaço de cinco dias,  juntaram-se a outros tantos e deram origem a milhares de hectares de olival. 

Não há vida na planície; não há vida nem rochas: removidas repousam num cemitério criado para o efeito. Percorri uma área de 33 km (e sei que a área é muito superior); de  toda a imensidão que ladeia a estrada: existe apenas um superintensivo olival. São milhares e milhares de hectares. Do horizonte já nem há memória; o plantio impede que se vislumbre o que me pareceu: o maior crime ambiental em  Portugal.
                                                                                                                                                     Cemitério de rochas
Fiquei incrédula com o infindável que a minha vista não alcança e decidi pesquisar: o que se passa na planície de Beja que parece incógnito ao país?


De imediato, percebo a pequenez do que visualizei. A catástrofe é muito mais grave- a ser verdade as parcas notícias de alguns dos principais meios de comunicação portugueses.

De acordo com o que li, a devastação não se limita à totalidade da flora e da fauna; engloba a totalidade do património arqueológico e paisagístico. Centenas (se não mais) de sítios arqueológicos foram profanados e destruídos: uma Necrópole da Idade do Ferro; uma ponte, um aqueduto e uma villa da época romana; um dos mais importantes “recintos de fossos” da pré-história portuguesa e muitos outros, inscritos no Plano Diretor Municipal (PDM) de Beja como área de sensibilidade arqueológica (um dos casos que relato refere-se a uma zona com mais de 18 hectares de importantes vestígios pré-históricos). A intensa mobilização dos solos, deixou visíveis materiais que comprovam a total destruição de (de acordo com o que li) centenas de sítios arqueológicos (no bloco de rega Baleizão-Quintos, as equipas do Impacte Ambiental registaram 193 ocorrências de âmbito arqueológico).



Avancemos,  a minha indignação é muito grande.
Percebi que em Beja não se sai da cidade e as janelas devem estar fechadas. Ninguém viu ou tomou conhecimento do grave atentado ao património que circunda a cidade? É um caminhante que ao deparar-se com a destruição do “povoado da Salvada 10” decide contatar um arqueólogo (a planície, ainda, não viram que já lá não está); e este informou a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA). Verificada e constada a sua total profanação:
 “Os proprietários foram identificados e notificados pela DRCA para suspender a intervenção para que fosse avaliada “a extensão dos danos e ponderadas as medidas corretivas” com a indicação de que a “inobservância de providências limitativas decretadas constitui crime” .
Mas não suspenderam e continuam; e continuam numa intensa e total movimentação  dos solos.


É incrível. No Alentejo, conseguem-se esconder milhares e milhares de hectares de um olival superintensivo e as pessoas não vêem o que destroem: “os autarcas de Beja não receberam qualquer pedido para a plantação do olival nem para a instalação do sistema de rega”; os proprietários das máquinas são surpreendidos pelo Jornal  “Público” quando este questiona sobre as profanações; apesar de alegadamente terem destruído património, não sabiam da sua existência e garantem ter cumprido a lei: “implicou rasgos na terra que “não ultrapassaram os 30/40 centímetros”- argumento contrariado pelas dimensões dos socalcos que vi e das rochas retiradas e depositadas no cemitério. A intervenção foi muito além do referido, por toda a planície.
As profanações do património histórico e paisagístico são atribuídas às culturas superintensivas de amendoeiras e olival. No entanto, pelo que observei, a vinha também me parece responsável pela danificação do património paisagístico.

Não se cansem que a história ainda é longa- infelizmente.
Após este primeiro contato com a inércia do país, decidi saber a quem pertenciam as terras e quem as explorava.
Encontrei esta referência relativamente às culturas de amendoeiras: “Prado Portugal S. A. terá arrasado “quase duas dezenas de sítios arqueológicos” para plantar amendoeiras, segundo relata o jornal”
Entre o olival, brilhava um edifício e o nome “Oliveira da Serra”: o edifício é apresentado como o maior lagar do mundo (fica bem a um país tão pequeno); “Oliveira da Serra” é o azeite que sirvo na minha mesa (doeu-me e, não havendo explicação que contrarie tudo o que fui lendo, observando e deduzindo, ficarei envergonhada).
Aqui e ali fui retirando informações. Pouco percetíveis, para mim. Compra-se, vende-se e formam-se grupos; não sabemos quando nem onde e quem fez. Pelo que percebi: a Sovena é proprietária da “Oliveira da Serra” e veicula na sua página : “ é em 2007, em parceria com a Atitlan, que se cria o projeto Elaia, cujo objetivo é a plantação de cerca de 10 mil hectares de olival”. Este projeto adquiriu olivais à SOS Corporación Alimentaria- empresa de capitais espanhóis.
O projeto Elaia destinava-se a "criar um dos maiores e melhores" olivais intensivos (200 a 300 árvores por hectare e sistema de rega gota a gota) e transformou-se em culturas superintensivas (de 1800 a 2000 árvores por hectare).  Pelas minhas contas: muitos hectares têm mais do que  2000 árvores.
Não sei quem foi; mas sei que a profanação é intensa. Mesmo com o sistema gota a gota o Alqueva depressa se esgotará. Não podemos esquecer que o mar Aral (o maior do mundo) desapareceu em menos de quarenta anos devido ao cultivo do algodão; dele, não restou vida: são os químicos os reis do solo, numa área de milhares de quilómetros. É muito cedo para se saber o verdadeiro impacto da situação, na saúde dos que lá habitaram: uma vez que as mutações genéticas ocorrem essencialmente na quarta geração. Será este o destino do Alentejo? Não. Pelas dimensões da barragem do Alqueva, o Alentejo não terá dez ou vinte anos de vida.

É tão grave a situação que decidi consultar a lei. Faz-me confusão que ninguém reaja ou limite a atuação destes grupos (ou de quem, de facto, está atrás do fim de uma região tão linda). Não consigo perceber os benefícios que a região obtém da destruição do seu património e da contaminação de solos e lençóis de água. Emprego? Li tanto sobre a existência de trabalhadores, oriundos de países estrangeiros, que vivem em regime de escravatura. E quem quer um emprego que signifique o nosso fim, dos nossos filhos, netos… Estará o meu país a destruir-se e a permitir a existência de escravatura para enriquecer grandes grupos? Será que Portugal não vê o impacte ambiental das atividades desenvolvidas? Temos ministro da agricultura? Não percebo nada de política.

Consultei o site do Ministério da Agricultura e partilho o lá veiculado:
“Os compassos a usar dependem da variedade, do solo, da possibilidade da cultura ser ou não regada e do destino a dar à azeitona - azeite ou conserva.
Para azeite devem ser plantadas entre 200 e 300 árvores/ha, devendo as linhas distarem 7 m entre si, para facilitar a colheita mecânica.
Para conserva podemos plantar mais de 300 árvores/ha”
Ops! Senhor Ministro? Não vi sete metros. Sabia que as plantações destinadas ao fabrico do azeite, no Alentejo, são de 2000 ou mais árvores por hectare? Concluo que aquele que era um dos melhores azeites do mundo: passa a óleo de gota do Alqueva com o dobro dos produtos químicos.


E os sobreiros e azinheiras? Há muitos por ali. Consultei o DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 121 — 25 de Maio de 2001
“) Povoamento de sobreiro, de azinheira ou misto —formação vegetal onde se verifica presença de sobreiros ou azinheiras, associados ou não entre si ou com outras espécies, cuja densidade satisfaz os seguintes valores mínimos:
i) 50 árvores por hectare, no caso de árvores com altura superior a 1 m, que não atingem 30 cm de perímetro à altura do peito;”
Ops! Senhor Ministro da Agricultura? A lei não fala em 2000 árvores.
O Diário da Republica pode estar enganado? Porque não se faz cumprir a lei?
 “Nos povoamentos de sobreiro ou azinheira não são permitidas:
a) Mobilizações de solo profundas que afectem o sistema radicular das árvores ou aquelas que provoquem destruição de regeneração natural;
b) Mobilizações mecânicas em declives superiores a 25%;
c) Mobilizações não efectuadas segundo as curvas de nível, em declives compreendidos entre 10% e 25%;
d) Intervenções que desloquem ou removam a camada superficial do solo.”
A camada superficial do solo nem sequer existe.
Artigo 19.o
Embargo
A Direcção-Geral das Florestas e as direcções regionais de agricultura poderão requerer ao tribunal competente o embargo de quaisquer acções em curso que estejam a ser efectuadas com inobservância das determinações expressas no presente diploma.

Artigo 20.o
Medidas preventivas
A Direcção-Geral das Florestas e as direcções regionais de agricultura podem apreender provisoriamente os bens utilizados nas operações ou intervenções em áreas ocupadas por povoamentos de sobreiro ou azinheira, ou por exemplares isolados destas espécies, efectuadas com desrespeito ao disposto no presente diploma e adoptar as medidas destinadas a fazer cessar a ilicitude.

Artigo 22.o
Sanções acessórias
Sempre que a gravidade da infracção ou da culpa do agente o justifique, o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas pode aplicar ao infractor as seguintes sanções acessórias:
a) Perda, a favor do Estado, de maquinaria, veículos e quaisquer outros objectos que serviram ou estavam destinados a servir para a prática da contra-ordenação;
b) Perda, a favor do Estado, dos bens produzidos pela prática da infracção, incluindo a cortiça
extraída e a lenha obtida;
c) Privação de acesso a qualquer ajuda pública por um período máximo de dois anos.”
Não se espantem: descobri que a plantação de Olival é subsidiada. Pagamos: o fim da planície; a degradação da qualidade do azeite; a poluição; a destruição da fauna, da flora e do património histórico; a existência de escravatura- e, certamente, não referi tudo.
É possível desenvolver uma região sem recurso ao crime e à escravatura- ambos ocorrem, na sua forma gravosa, no Alentejo que vos descrevi.. É esse desenvolvimento que todos queremos. A lei portuguesa não pode aplicar-se, apenas, à pessoa singular. Os grandes grupos tem a obrigatoriedade de a cumprir e o nosso país o dever de os sancionar aquando do incumprimento. De contrário, a legislação portuguesa tem que ser alterada;  deve, obrigatoriamente, referir quais são as leis e quantas pessoas deve ter um grupo para não haver obrigatoriedade no seu cumprimento. Ou seja, definir um número de pessoas, a partir do qual: qualquer ação é considerada “não crime”.
Vamos continuar calados  e a discutir a vida do vizinho do lado?
Ler também: 

https://navegantes-de-ideias.blogspot.pt/2018/02/fortes-novas-alentejo-desenvolvimento.html                                                                         
Sem Sorrisos
Guida Brito
navegantes-de-ideias.blogspot.pt


10
Mai18

Atenção: há um telefonema fraudulento em nome da PSP

António Garrochinho


Esquema tem feito cada vez mais vítimas dentro e fora de Lisboa, principalmente em horário pós-laboral e aos fins de semana e feriados
A PSP está a alertar para um esquema de telefonemas fraudulentos, em que os burlões tentam conseguir dinheiro identificando-se como agentes daquela força de segurança.
Os burlões ligam para as pessoas a avisar que têm uma coima de milhares de euros da Autoridade Tributária e dizem que para resolver a situação basta transferir uma quantia de poucas centenas de euros para o NIB que disponibilizam na chamada.
Numa publicação na rede social Facebook, a Polícia de Segurança Pública afirma que o esquema "tem sido feito a um cada vez maior número de vítimas em Lisboa e não só, principalmente em horário pós-laboral e fins de semana/feriados".
A PSP termina dizendo que o esquema é falso, e pede aos utilizadores para denunciarem a ocorrência e partilharem o aviso.



www.dn.pt
10
Mai18

GNR abateu 43 vacas e bezerros. Proprietária vai apresentar queixa

António Garrochinho


Ministério diz que autoridades se limitarem a cumprir a legislação
As autoridades, com o apoio do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), abateram a tiro mais de 40 vacas e bezerros que pertenciam à Ganadaria Vaz Monteiro, depois de os animais terem invadido outras propriedades e provocado danos materiais, segundo a explicação oficial.
A notícia é avançada pelo JN, que cita a proprietária das 43 vacas e bezerros que foram abatidos a tiro pela GNR de Mação e pelo SEPNA. O Ministério da Agricultura conhece a situação e esclareceu que os animais "invadiram outras propriedades e provocaram danos materiais, incluindo um acidente de viação".
"Quarenta snipers chegaram e atiraram aos bichos, mataram 18 de uma vez e, de seguida, mais 25", disse ao jornal Rita Vaz Monteiro, a proprietária da ganadaria, que vai apresentar queixa à Polícia Judiciária.
Os animais terão fugido para uma exploração vizinha, assustados com o ataque de dois cães, mas o dono permitiu que lá estivessem até que a proprietária os recolhesse, garante Rita Monteiro.
O assunto terá chegado a reunião de câmara e a proprietária alega que tentou recolher os animais com recurso a tranquilizantes, sem sucesso, mas nunca esperou este desfecho.
O Ministério da Agricultura afirmou que os animais "se reproduziram sem controlo e sem registo" e disse que as autoridades se limitaram a cumprir a legislação que "determina o abate em caso de impossibilidade de captura dos animais"

www.dn.pt
10
Mai18

"Se saco azul do BES falasse, haveria grande competição entre PS, PSD e CDS"

António Garrochinho


10
Mai18

eutanásia

António Garrochinho



DESDE O THOMÁZ À THOMÁZIA
EMBORA TRISTE A EUTANÁSIA
É UMA ESCOLHA, É UM DRAMA
MAS O POVO NÃO ESQUECE
QUE OS FASCISTAS E O CDS
MATARAM MAIS GENTE HUMANA


António Garrochinho





10
Mai18

VEJA COMO OS MARINHEIROS FINLANDESES SOBEM A BORDO DUM NAVIO DE 200 METROS EM MOVIMENTO

António Garrochinho


Se acrescentássemos alguns pixels desproporcionados a este vídeo poderia passar perfeitamente como uma das últimas cenas de um videogame, o momento em que você tem que voltar ao abrigo ou esconderijo. No entanto, nem há esconderijo nem é um videogame, é uma cena da vida real na Finlândia. A forma em que o homem do vídeo salta casualmente ao cargueiro Tavastland, um enorme cargueiro de 200 metros, em movimento, na área de Hailuoto, enquanto o barco rompe o gelo sobre as águas abaixo zero é toda uma surpresa para muitos, inclusive para quem está escrevendo estas linhas.

Jamais teria imaginado que existia semelhante “técnica” para subir a bordo de um destes cargueiros. Simplesmente genial.

VÍDEO

www.mdig.com.br
10
Mai18

É CERTO QUE O "MENINO DE OURO" GAMOU BEM FUNDO OS BOLSOS DOS PORTUGUESES E ENTÃO OS OUTROS ? A TECNOFORMA, CAVACO, OS SUBMARINOS, A CONTA EM NOME DO CDS, O PARTIDO DA MANÉLA DESBOCADA ? - MANUELA MOURA GUEDES : O PARLAMENTO FICOU DE ORELHAS MOUCAS, CE

António Garrochinho


VÍDEO




Manuela Moura Guedes disse ontem que o antigo primeiro-ministro tentou controlar a Justiça e o sistema financeiro em Portugal e desafiou o Ministério Público a fazer uma investigação sobre a atuação de Pinto Monteiro, procurador-geral da República durante os mandatos de José Sócrates. A jornalista disse ainda que o Partido Socialista tem medo do que pode acontecer até às eleições legislativas. Manuela Moura Guedes esteve ontem na Edição da Noite da SIC Notícias



expresso.sapo.pt
10
Mai18

OLHÓ AVANTE ! - COMBATER A POBREZA

António Garrochinho



Margarida Botelho 

Combater a pobreza

O Instituto Nacional de Estatística publicou esta semana os resultados do inquérito anual sobre rendimentos e condições de vida dos portugueses.

De acordo com os dados divulgados, um total de dois milhões e 399 mil portugueses estavam em risco de pobreza ou exclusão social em 2017, menos 196 mil em relação a 2016. Para este efeito, o INE considera que o limiar da pobreza é o rendimento de 454 euros por adulto. Do total de pessoas em pobreza ou exclusão social, 18% (431 mil) eram menores de 18 anos.

Estes são indicadores que se somam a outros já conhecidos: mais de 700 mil trabalhadores têm salários inferiores a 600 euros, 59,6% recebem menos de 818 euros, as reformas e pensões têm valores muito baixos. O número de portugueses vítimas de pobreza é, por si só, a expressão mais visível de uma espiral de desigualdades sociais que afecta de forma estrutural o País, um brutal libelo acusatório contra a política de direita. O facto de quase um quinto das crianças e jovens viverem numa situação de pobreza não pode deixar de exigir respostas políticas que lhe ponham fim.

A diminuição em quase 200 mil do número de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza num espaço de dois anos mostra bem a razão do PCP: uma redução que não pode ser desligada da sua determinação na reposição e conquista de rendimentos, salários e direitos que tem sido possível concretizar correspondendo às razões de luta dos trabalhadores e do povo. Mas ao mesmo tempo mostra o muito que é necessário concretizar para enfrentar e eliminar a pobreza em Portugal.

O contributo decisivo para esse combate impõe desenvolver o País, aumentar salários, nomeadamente o salário mínimo nacional para 650 euros, melhorar reformas e prestações sociais, produzir mais riqueza e distribuí-la melhor.



www.avante.pt

10
Mai18

Donald Trump, o empreiteiro que rompe acordos

António Garrochinho



Há três razões a impedir a designação de besta perfeita ao presidente do EUA. A primeira é o respeito que merece a função e o país, a segunda é o simples dever de educação e, finalmente, saber que ninguém é perfeito.
É enorme a perplexidade perante o mais poderoso líder mundial, capaz de pôr em causa todos os compromissos assumidos pelo seu país, desde a normalização das relações com Cuba até ao acordo sobre o clima e, agora, o difícil e auspicioso acordo obtido sobre a desnuclearização do Irão.
O Irão, com a própria e difícil anuência dos aiatolas, submeteu-se ao acordo unânime dos cinco membros do Conselho de Segurança da ONU (P5), China, França, Rússia, Reino Unido e os EUA, assinando a desistência do programa nuclear estruturado, em curso, altamente perigoso numa região fortemente instável.
O desmantelamento do programa, em fase avançada, monitorizado pela Agência Internacional de Energia Atómica, sob cuja vigilância se mantém, foi escrupulosamente respeitado pelo Irão, como ainda em fevereiro o confirmou a referida agência, ao contrário do que declarou Trump.
O apoio ao perigoso disparate pela Arábia Saudita e Israel é motivo acresciso de preocupação, a juntar à ignorância crassa do cowboy americano que acusou o Irão (xiita) de ser apoiante dos talibãs e da Al-Qaeda, assumidamente sunitas e financiados pelos sauditas.
Será o dissoluto Trump, um sionista desvairado ou sunita desmiolado disfarçado de ignorante?

Quem pode travar este néscio à solta, este irresponsável que a Cambrydge Analytyca levou à Casa Branca? Já nem a Europa, nem mesmo o Reino Unido, satélite habitual da antiga colónia, o acompanham no desvario que ultrapassou as piores previsões.
A decisão de Donald Trump em relação ao Irão, é um perigo iminente para a paz mundial e uma traição ao Irão e à Europa que já teme acompanhá-lo.
Apostila - Ignoro, nos últimos anos, qualquer ataque terrorista ao Ocidente, perpetrado por xiitas.


sorumbatico.blogspot.pt
10
Mai18

Isto já não vai lá com avé-marias

António Garrochinho



Esta notícia é fantástica: as irmãs da congregação Holy Names of Jesus and Mary, de Marylhurst, Oregon, juntamente com outros grupos religiosos, compraram acções de uma empresa produtora de armas e usaram esse poder para influenciar as políticas da empresa.

Spiegel online conta hoje que as freiras conseguiram forçar a empresa Sturm, Ruger & Co. a ser mais transparente, informando o público sobre os perigos das armas que vende e sobre os planos que tem para criar armas mais seguras (accionadas por reconhecimento de impressões digitais, por exemplo), e a assumir as suas responsabilidades no caso de actos de violência com armas produzidas por essa empresa.  

Para mais informações: NYT, em inglês.


conversa2.blogspot.pt

10
Mai18

QUE DESEJA AFINAL, SR. PRESIDENTE?

António Garrochinho


(Joaquim Vassalo Abreu, 09/05/2018)
Que pretende, afinal, sua Exª o Presidente da República, Sr. Prof. Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, Marcelo por parte do padrinho, Rebelo por parte da mãe e Sousa por parte do pai e ainda PSD por adopção, V.Exª que sempre foi um simplificador?
V.Exª que é por demais conhecido por ter dois cérebros em um, o que o ajuda a simplificar, um que dorme enquanto o outro está acordado (um dorme pelos dois), um trabalha e escreve e o outro descansa, às vezes até escrevem os dois, mesmo que o outro pareça adormecido e diga que não responde pelo outro, é o que por aí se diz, e nisso da simplificação é tido como um mestre!
E ligou agora o complicodromo? Porque, o que desejava realmente dizer V.Exª quando fez as afirmações e discursos últimos, no mínimo estranhos para não dizer estapafúrdios, para um indivíduo tão inteligente e simplificador, como todos dizem ser?
Mas, antes de mais, quero-lhe dizer uma coisa, Sr. Presidente: V.Exª pode pensar tudo aquilo que entender, pode dizer tudo o que lhe der na real gana, tecer todos os cenários que lhe aprouver e, ainda, fazer todos os avisos que pretender mas, Sr. Presidente, recorrer aos malfadados incêndios e tragédias do ano passado? Que não se recandidatará se voltarem a acontecer? Isto é, se o ESTADO voltar a falhar, como tanto se disse no ano passado? Por amor da santa, Sr. Presidente…
Mas vamos então começar por aqui Sr. Presidente da República, supremo Chefe de ESTADO e Comandante de todas as Forças Armadas, concluindo de imediato uma coisa deveras simples, que qualquer cidadão minimamente atento concluirá: é que sendo V.Exª o ESTADO, e o ESTADO pelos vistos falhou, em falhando novamente, V.Exª concluirá pelas assunção das suas responsabilidades enquanto chefe desse ESTADO falhado e, como tal, declinará nova candidatura. Certo?
Isto seria o pensamento de um dos seus cérebros, mas temo que não seja bem assim e a outra parte não esteja de acordo! É que há um “mas”, como há sempre e em tudo um “mas”.
 É que tendo eu e muitos de nós concluído que V.Exª sacudiu durante todos estes meses as suas responsabilidades como Chefe de Estado, deixando que se instalasse na opinião pública a tese da Direita e de toda a imprensa que, neste caso, o Estado seria somente o Governo, optou pela posição do bom samaritano, de afagador e confidente de almas, uma espécie de Rainha Santa Isabel dos beijos e dos abraços, de receptáculo de todas as frustrações e mentor de todas as promessas, mas do resto do seu múnus nada de relevante, por que diz o que diz agora? Sim, se até saiu fortalecido do sucedido?
Essa de “se voltar a suceder o mesmo ser impeditivo da sua recandidatura é um indisfarçado “eufemismo” que quer simplesmente dizer: “se se renovar a Geringonça, para quê ser Presidente se a sua ideia de Presidente não consegue cumprir”? Impor um Bloco Central é o seu desejo, não é?
E, seguindo para o segundo capítulo da “complicodometria”, diga-me Exª o que pretendeu dizer quando afirmou que marcará eleições se não houver acordo quanto ao próximo Orçamento? Se não for aprovado um Orçamento, penso que quis dizer….
V.Exª pretende eleições antecipadas, primeiro para eliminar aqueles empecilhos do PC e BE, e depois para poder manifestar aquele poder que pretende ter e ainda não conseguiu porque a “porcaria” desta Geringonça tem conseguido levar a água ao seu moinho e, por isso, não tem podido ameaçar como queria, nem exercer a sua magistratura de influência como pretendia e isso será considerado por si como empobrecedor de uma Presidência, não será também?
Na verdade, a Geringonça foi um sapo demasiado grande que o Sr. Presidente teve que engolir, assim tipo um “aru” das Amazónias que lhe foi imposto. O que V.Exª pretendeu sempre, a meu ver claro, é que houvesse uma “jiga joga” onde V.Exª fosse o árbitro e ao mesmo tempo o “Var”, está a ver?
É o Bloco Central que deseja, seja claro Sr. Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e tal e daí, desiderato conseguido, daí eu até compreender que dando por concluído o seu contributo, o de ter ajudado aqueles intrusos (que nunca compreendeu como ao Poder foram parar…) a apearem-se desse mesmo Poder, decida afastar-se e voltar a dedicar-se aos livros, às memórias…sei lá! Tudo voltará ao passado, a História a renovar-se e o cidadão Marcelo a apaziguar-se…
E há sinais recentes de um refortalecer da velha amizade Rui e Costa, tenha esperança!
Mas deixe-se de fitas Sr. Prof. Dr. Marcelo de coisa e tal! É que já o conhecemos há quarenta e cinco anos, já pensou?

estatuadesal.com
10
Mai18

O JOGO DAS CADEIRAS - Há poucos dias o alvorecer começou com a notícia de que um dos meus amigos mais queridos e que eu acho mais brilhantes ia emigrar. Não tem 30 anos, não está sem emprego. Simplesmente o dinheiro não chega para sobreviver e sust

António Garrochinho


Há poucos dias o alvorecer começou com a notícia de que um dos meus amigos mais queridos e que eu acho mais brilhantes ia emigrar. Não tem 30 anos, não está sem emprego. Simplesmente o dinheiro não chega para sobreviver e sustentar a sua família. Esta história podia ter sido escrita há 60 anos. Os vínculos laborais são precários, as dívidas à segurança social acumulam-se, o IVA é dos mais altos da Europa.

Os amigos partem todos os dias. As amigas perdem o emprego. A família não tem pensões dignas. As pessoas próximas trabalham para o Estado há anos com bolsas de 800 euros e sem direitos.

Ao mesmo tempo, esta semana choveram notícias de como vai a corrupção em Portugal. Uma imensa teia que envolve PS e PSD e os favores que nunca acabam aos amigos. A dança das cadeiras que envolve milhares de milhões de euros entre autarcas, deputados, membros do governo, directores de empresas, directores de instituições públicas sempre na mesma roda que não pára de girar.
5 condenações. Foi o número de um ano de processos por corrupção. Mas o pobre que rouba um pacote de leite não se safa.

Um PS, PSD e CDS que, sempre que o assunto surge, impedem as leis que criminalizam o enriquecimento ilícito. Que arranjam sempre uma saída «limpa» aos amigos. Que defendem Sócrates até que as elites digam que já não pode ser e invertem todo o discurso, crucificando seja quem for como se não soubessem o que se passava.

Perdoam-se dívidas a clubes de futebol e injecta-se dinheiro nos bancos enquanto a Segurança Social patrocina despedimentos colectivos com despachos do Vieira da Silva a permitir a inexistência de quotas para os despedimentos (aos milhares).

Apoia-se um Tomás Correia com suspeitas de corrupção e a Santa Casa da Misericórdia (que é financiada pelo Orçamento do Estado) embala o berço.

As mãos deles estão sujas, o sistema corrupto e podre, e todos nós pagamos o preço mais alto que se pode pagar: continuamos sem forma de (sobre)viver, saímos do país, saímos das cidades porque não podemos lá viver, «escolhemos» não ter filhos porque não podemos pagar. Ei-los que partem, novamente, enquanto os mesmos de sempre continuam o jogo das cadeiras.
10
Mai18

A falta de médicos no SNS é uma realidade indesmentível

António Garrochinho





Os três centros de orientação de doentes
urgentes (CODU) estão a funcionar
sem os médicos necessários e não
raras vezes estão a trabalhar com
apenas três, quando deveriam
existir pelo menos seis clínicos.


E nós, por cá, lá vamos cantando e rindo, alimentando aquela vã esperança de que o azar não nos bata à porta... Esta introdução é para os distraídos.

Em situações de emergência médica, um minuto que seja pode determinar o destino de uma vida. A nossa, inclusive. Por isso, não podemos deixar-nos embrulhar pelos argumentos "fraudulentos" do governo, nem pela hipocrisia dos partidos da direita, em relação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), que está a degradar-se, de dia para dia, principalmente no interior do país, onde já se vivem situações dramáticas.

A falta de médicos e de enfermeiros (e foi isto que motivou a última greve médicos, com a duração de três dias, e que está a ter um retumbante êxito) é, actualmente, o problema central do nosso sistema de saúde. E sem os meios humanos necessários, nenhum sistema pode ser funcional.

Mas é bom que se perceba por que razão esta situação está a ocorrer, e também por que razão António Costa nunca se pronuncia (ou poucas vezes se pronuncia) sobre o SNS, chutando o ónus dos encargos para o seu ministro da tutela, que, no primeiro dia da greve, em desespero de causa, até afirmou que (pasme-se), se fosse médico, também teria aderido à greve, afirmação esta que pré-anuncia, a prazo, o fim do seu mandato. Ele irá, certamente, dentro de alguns dias ou semanas, pedir a sua demissão, invocando, como argumento, a falta de condições, para exercer o seu cargo, o que, neste caso, (e só neste caso), o do congelamento da admissão de novos médicos e enfermeiros, é verdadeiro.

A nomeação de um novo ministro da Saúde vai dar a António Costa a oportunidade de tentar travar, por mais uns meses, a contestação à sua política em relação ao SNS, ao mesmo tempo que vai alimentando falsas expectativas nos portugueses. Não é ainda chegado o momento em que ele possa vir dizer que virou "mais uma página", do livro que anda a ler, um livro que lhe foi aconselhado por Merkel e por Junker (tudo boa gente, que só querem a felicidade dos portugueses), e onde consta que Portugal tem um serviço de Saúde acima das suas possibilidades, pelo que, a ter de haver cortes, para equilibrar o défice orçamental, terá de ser neste sistema que eles deverão incidir, recomendação esta que Costa se apressou a sublinhar, (no tal livro que anda a ler), e que Centeno - já com as nádegas bem ajustadas ao assento da cadeira do Presidente do Eurogrupo e talvez já espreitando novas oportunidades de carreira - se prontificou a executar, cativando verbas do Orçamento de Estado em vigor, que já se encontram alocadas ao SNS, e que, assim, ficam em suspenso, dependendo a sua libertação, para execução, do equilíbrio das contas públicas, a meio do segundo semestre do ano. Se o défice, nessa altura, estiver controlado, haverá festa rija, pois, além do êxito financeiro, o bodo aos pobres, mesmo à beira das eleições legislativas, vem mesmo a calhar. Se o défice derrapar, então os hospitais e os centros de saúde têm de se amanhar com os técnicos de saúde, que têm actualmente, e esperar pelo próximo ano, e ficando o dinheiro cativo para abater ao défice. Entretanto, quer num caso, como no outro, muitos portugueses vão morrer, por falta de assistência médica atempada, o que será uma situação bem mais grave do que a corrupção de que estão indiciados Sócrates e Pinho, pois uma vida não tem preço no mercado de capitais.

António Costa tem dois problemas graves, que lhe estão a tirar o sono, e ambos com incidência orçamental, e que poderão ter repercussões eleitorais. Um é este, relacionado com o SNS. O outro reporta para os incêndios florestais do próximo Verão, em que um clamor de protestos está a varrer o país, com as várias entidades e instituições ligadas ao sector a pronunciarem-se sobre as graves falhas e carências existentes, ao nível dos meios de ataque aos incêndios, assim como ao nível das estruturas de coordenação. Até parece que é um país inteiro que está a arder.

António Costa, com o caso de José Sócrates e de Manuel Pinho, já perdeu a ambição de conquistar a maioria absoluta, nas próximas eleições legislativas. A canzoada do PSD e do CDS e a imprensa de referência domesticada, que funciona como câmara de ressonância da direita, não vão largar-lhe as canelas, tentando elevar o caso ao nível de estatuto de uma questão de regime, mas esquecendo-se que esses partidos têm muitos telhados de vidro, se nos reportarmos ao regabofe do cavaquismo.

Se tudo correr mal a António Costa, em relação ao SNS e se os incêndios florestais provocarem outra tragédia, poderá ser o fim da Geringonça e o domínio da direita no aparelho do Estado, o que até agradará aos donos da Europa, que não se coibirão de repetir o jogo das chantagens e das ameaças veladas, antes das eleições. Mas isto, acima de tudo, será uma tragédia para o povo português, pois a direita, além de impor a sua ideologia neoliberal, irá descarregar sobre os trabalhadores e sobre os reformados o seu espírito de vingança, movido pelos ódios acumulados, durante os últimos quatro anos.

Para que a Geringonça continue a poder viabilizar um outro governo minoritário, do PS, António Costa tem de mudar de agulha e deixar-se de querer fazer joguinhos com o PSD, de Rui Rio, como aconteceu recentemente, ao aceitar discutir com os sociais-democratas um acordo sobre o SNS, quando se sabe que Rui Rio levará debaixo do braço um plano gizado para favorecer a entrada em força dos agentes privados no SNS.

Alexandre de Castro


alpendredalua.blogspot.pt
10
Mai18

PÃO PÃO, QUEIJO QUEIJO

António Garrochinho


Quem melhor pensa e quem melhor resolve é o povo.
só que os que têm a responsabilidade de gerir, de governar, não lhe "passam cartão" e temem tudo o que cheira ao poder dos que trabalham semeando a mentira, a divisão no seio dos que se querem libertar das políticas da direita fascista e reaccionária.
O cansaço, o arrastar de políticas economicistas de esmola, a propaganda dos "media" que deturpa a todo o minuto a realidade da vida de quem trabalha, são armas que o capitalismo e os seus lacaios sabem utilizar com mestria para enganar os trabalhadores.
Mas a realidade é só uma, os trabalhadores ganham agora o que já ganhavam há mais de dez anos, perderam direitos, embora alguns que já antes tinham sido roubados pelos pafistas tivessem sido repostos.
A escravidão, está mesmo assim todos os dias na forja.
Esta paz podre, cheia de promessas, onde o fosso entre ricos e pobres tem vindo a aumentar escandalosamente com os patrões a arrecadarem milhões continua, e cada vez mais se acentua apesar dos governantes afirmarem ao contrário.
As grandes empresas continuam a
ter lucros exuberantes, a pagarem mal, a não respeitarem contratos, a fugir ao fisco .
O desemprego, o trabalho precário é dolorosamente preocupante.
Perante todas estas tristes realidades não se compreende como pode a "grande maioria" ser escrava de sovinas, gatunos, aldrabões.
Toda a exploração, escravidão, e toda a miséria imposta aos que trabalham, teria rapidamente fim se os explorados se unissem e revoltassem.
Não há poder que consiga anular o poder das massas quando a luta é constante e sem tréguas e se desenvolve nas fábricas, empresas, nas ruas.
A burguesia, os neo liberais fascistas, os sociais democratas, temem e estudam todos os dias artimanhas para enganar os que se que querem libertar do jugo e da canga.
As estratégias dos fascistas modernos são muitas e vão desde o semear de ilusões na classe trabalhadora com promessas de dias prósperos mas que nunca acontecem, até à repressão sindical, policial, e a divisão no seio dos trabalhadores por sindicatos fiéis ao patronato.
Só a luta e a desobediência liberta os que na história recente já vivem em fascismo desde a ditadura de Salazar/Caetano e a maioria dos governos saídos do 25 de Abril.
É preciso afirmar que o povo tem grandes responsabilidades na sua vida de miséria já que não tem sabido aproveitar uma das armas, o voto, que tem colocado no poder os seus algozes.


António Garrochinho

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