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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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14
Mai18

A russofobia do The Sun

António Garrochinho


Segundo o Russia Today (RT), os tabloides britânicos têm feito grande esforço para assustar os adeptos de futebol que vão para o Campeonato do Mundo, apresentando todo o russo como um brutal agressor. Agora, o The Sun atingiu um novo patamar, descaradamente roubando o trabalho de um fotógrafo fora deste contexto.

Uma manchete no The Sun no sábado disparou: “ULTRA VIOLENCIA!” em letras maiúsculas. O artigo em si é quase só uma coleção de fotos, que diz "revelar a vida dentro do submundo corajoso de Moscovo, onde os fãs de futebol hardcore e boxeurs nus dominam as ruas". Acrescentamos algumas legendas incrivelmente perspicazes criadas pelo tabloide.

Infelizmente para o The Sun, a pessoa que tirou as fotos decidiu não ficar em silêncio e compartilhou sua decepção com a RT. E disse que as fotos foram "claramente retiradas do contexto".

As fotos foram tiradas pelo fotógrafo Vladimir Milivojevich, nascido na Sérvia e conhecido por Boogie. Muitas das fotos retratam, na verdade, cenas de cidade - como a maioria dos projetos de Boogie, que vão de Nova Iorque a São Paulo e de Bangkok a Tóquio.

“O facto é que, da maneira como fotografo, como vejo as coisas, costumo capturar algumas imagens escuras, eu acho que mesmo se eu fotografar flores e papoulas, acaba por parecer escuro ”, disse Boogie à RT.

Mas é Moscovo que está a obter o tratamento do The Sun, é claro. O artigo do The Sun começa por afirmar que as fotos foram tiradas "antes da primeiro Campeonato do Mundo da Rússia neste verão". Não diz quando, mas depois fornece uma hiperligação (link) para o álbum de Boogie, que diz "2015" no topo…

Isso, mais a manchete e o uso aleatório das palavras “ultras” e “futebol”, são apenas os únicos elos fornecidos aos supostamente assustadores mobs (personagem hostil dos videojogos) do futebol russo.

A colecção de fotos apresenta fotos de idosos ex-presidiários, facilmente identificáveis pela tinta azul desbotada das suas tatuagens, algumas imponentes arquiteturas e monumentos soviéticos, ensombradas pelo estilo de Boiei, algum alojamento degradado e algumas pessoas a trabalharem num ginásio improvisado de kickboxing. Algumas das fotos têm claras referências de futebol no álbum. O The Sun escolheu duas. Um deles mostra um homem e uma criança num estádio. O menino usa um cachecol do Spartak de Moscovo, enquanto o homem usa uma camisa vermelha que parece ter estampada com Suíça. A outra foto relacionada com o futebol mostra uma jovem bonita no metro de Moscovo, também usando um cachecol do Spartak - e segurando uma cesta de flores. Cuidado com ULTRA VIOLENCE, fãs ingleses!

O The Sun tem a arte da legenda. Basta esta: "Dois homens compartilham uma fumaça e uma cerveja em plena luz do dia." Oh Moscovo, que caíste tão baixo!...

De novo um pouco de esforço para que a realidade se encaixe na narrativa. Uma legenda diz: “Cartazes nacionalistas estão pendurados em Moscovo com mensagens e imagens pró-governo”. O poster supostamente nacionalista é uma imagem de cadetes de escoltas militares a marchar. A "mensagem pró-governo" continua por decifrar...

É claro que os tabloides e parlamentares britânicos há algum tempo se empenham em tentar convencer o público de que qualquer homem, mulher e criança russos são bandidos feridos, treinando dia e noite para emboscar os infelizes amantes do futebol que se atrevem a viajar para o Campeonato do Mundo de 2018. De documentários assustadores, passando por audiências de comissões parlamentares, a artigos como este do The Sum - não impedirão o esforço dos adeptos britânicos façam uma viagem russa para aproveitar o jogo e o misterioso país-urso.


antreus-dois.blogspot.pt
14
Mai18

FEMEN foi detida por amamentar bebé na praça do Vaticano

António Garrochinho


Um vídeo apareceu mostrando um ativista do autoproclamado grupo "sextremista", celebrando o Dia Internacional da Mãe aparecendo de topless na Cidade do Vaticano para protestar contra a política da Igreja Católica.
Um ativista feminista de topless foi detida pela polícia depois de tentar amamentar um bebê na Praça de São Pedro, no Vaticano. A mulher com as palavras "Alma Mater" escritas em seu peito nu, que é em latim "Mother Feeding", supostamente convocou o papa a reconhecer o direito das mulheres de amamentarem onde quer que desejem 

VÍDEO

 Numa declaração no site do FEMEN também lê-se, o protesto público da amamentação é condenar a Igreja Católica por sua posição sobre o aborto, a comunidade LGBT e a violência contra as mulheres.
O grupo afirma que os jornalistas, que cobriram o protesto, foram presos pela polícia, enquanto a maioria de suas imagens foi confiscada.
Não é a primeira vez que os "sextremistas" têm como alvo a Igreja Católica. Em dezembro passado, uma ativista feminina de topless tentou capturar uma estátua de Jesus no presépio na Praça de São Pedro. 

sputniknews.com
14
Mai18

Este túmulo ninguém pode visitar - Túmulo de Qin Shi Huang, China

António Garrochinho




Alguns guerreiros de terracota são visíveis para o público - mas a grande maioria permanece fora dos limites.
Os Guerreiros de Terracota de Xi'an são uma das descobertas mais importantes de todos os tempos. Milhares de estátuas únicas, únicas e realistas, retratando os antigos guerreiros chineses, encheram as cavernas subterrâneas do complexo funerário do primeiro imperador da China, Qin Shi Huang . Mas, embora o local seja uma das atrações turísticas mais proeminentes da China, a própria tumba ainda permanece um mistério guardado.
A tumba provavelmente permanecerá selada no futuro previsível, pois há rumores de que existem armadilhas que a protegem dos invasores. Há também uma alta concentração de mercúrio dentro da tumba que seria mortal para qualquer um que entrasse sem as devidas precauções. O único vislumbre que temos neste tesouro são os 2.000 guerreiros que estão expostos ao público. Ainda assim, dizem que outros 6.000 permanecem dentro do túmulo, junto com uma infinidade de outros tesouros.
www.farandwide.com
14
Mai18

UMA ILHA PROIBIDA

António Garrochinho


Há os confins da terra e depois há a Ilha Heard. Uma das ilhas mais remotas do mundo, a Ilha Heard pertence tecnicamente à Austrália, mas pode ser encontrada em algum lugar entre Madagascar e a Antártida.
A ilha é conhecida por seus dois vulcões ativos, mas na maior parte é completamente coberta de gelo . Habitantes incluem focas, pássaros e quatro tipos de pinguins. Os humanos, no entanto, não têm permissão para visitar, embora os desembarques nas ilhas McDonald nas proximidades sejam permitidos apenas por "razões científicas convincentes".

14
Mai18

MASSACRE ISRAELITA DE HOJE JÁ SOMA 37 MORTOS E CENTENAS DE FERIDOS

António Garrochinho

37 palestinos mortos por tiros israelitas na Faixa de Gaza

Ao menos 37 palestinos morreram nesta segunda-feira em Gaza por tiros de soldados israelenses na fronteira, onde dezenas de milhares de pessoas protestam contra a transferência a Jerusalém da embaixada americana em Israel, de acordo com um balanço do ministério da Saúde de Gaza.

A Autoridade Palestina acusou Israel de cometer um "massacre horrível" na fronteira da Faixa de Gaza e pediu uma "intervenção internacional".

As vítimas fatais elevam a 91 o número de palestinos mortos na Faixa de Gaza desde o início de um movimento de protesto em 30 de março.

Este é o dia mais violento do conflito israelense-palestino desde a guerra de 2014 no território.

Um dos 37 mortos é um adolescente de 14 anos, informou o ministério da Saúde da Faixa de Gaza, o território palestino governado pelo movimento islamita Hamas.

Yusuf al-Mahmud, porta-voz da Autoridade Palestina, pediu em um comunicado "uma intervenção internacional imediata para frear o massacre horrível em Gaza cometido pelas forças israelenses de ocupação contra nosso heroico povo".

O porta-voz do governo da Turquia, Bekir Bozdag, afirmou que a "administração americana é tão responsável como Israel por esta matança".

Milhares de pessoas protestam desde o início da manhã na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel.

Os soldados israelenses abriram fogo quando os manifestantes se aproximaram da cerca na fronteira.

No domingo e nesta segunda-feira o exército israelense lançou panfletos em Gaza para advertir os palestinos que participam nas manifestações que se expõem ao perigo e que não permitirá que se aproximem da cerca de segurança ou ataquem os soldados.

AFP


Governo palestino acusa Israel de cometer 'massacre horrível' em Gaza

A Autoridade Palestina acusou Israel de cometer um "massacre horrível" na fronteira da Faixa de Gaza com aquele país, onde 37 manifestantes palestinos morreram em confrontos com as forças israelenses antes da inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.

Yusuf al-Mahmud, porta-voz da Autoridade Palestina, pediu em um comunicado "uma intervenção internacional imediata para frear o massacre horrível em Gaza cometido pelas forças israelenses de ocupação contra nosso heroico povo".


paginaglobal.blogspot.pt
14
Mai18

Torra eleito presidente do governo regional da Catalunha | Puigdemont é o presidente "legítimo"

António Garrochinho

Quando o candidato eleito formar o governo regional, terminará a tutela política imposta por Madrid na Catalunha

O parlamento da Catalunha elegeu esta segunda-feira Quim Torra como presidente do governo regional desta região espanhola, que poderá assim recuperar o estatuto de autonomia perdido em outubro de 2017 com a tentativa de independência liderada por Carles Puigdemont.

Quando o candidato eleito formar o governo regional (Generalitat), terminará a tutela política imposta por Madrid na Catalunha na sequência da proclamação da independência da região em 27 de outubro de 2017.

A eleição põe também fim a um impasse político de quase cinco meses depois das eleições regionais de 21 de dezembro em que os partidos independentistas voltaram a ter uma maioria no parlamento da Catalunha.

Quim Torra foi indicado pelo ex-presidente catalão Carles Puigdemont refugiado na Alemanha e a aguardar uma decisão sobre o mandato europeu de detenção emitido pela justiça espanhola que aguarda pela sua extradição para o julgar.

Quim Torra foi hoje eleito em segunda votação por 66 votos dos dois grandes partidos independentistas, 'Juntos Pela Catalunha' (direita) e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, socialista), tendo votado contra 65 deputados regionais dos Cidadãos (liberais), Partido Socialista da Catalunha (associado ao PSOE), Partido Popular (PP, direita), 'En Comú-Podem' (extrema-esquerda).

A abstenção dos quatro deputados do pequeno partido independentista de extrema-esquerda 'Candidatrura de Unidade Popular' (CUP) foi essencial na eleição de Quim Torra, que assim conseguiu ganhar por maioria relativa, depois de ter falhado a primeira votação no sábado em que precisava da maioria absoluta dos 135 deputados regionais.

Puigdemont é o presidente "legítimo"

No discurso que fez esta manhã, Quim Torra voltou a sublinhar que Carles Puigdemont é o presidente "legítimo" do governo regional da Catalunha e prometeu ser "leal ao mandato" para "construir um Estado independente em forma de República".

"Todos irão ganhar direitos com a República", disse Torra durante a apresentação do seu programa perante os parlamentares regionais, defendendo uma "nação plena" catalã e sublinhando que "ninguém irá perder direitos. A República é para todos e não interessa em quem se vote".

Quim Torra anunciou que irá criar um "conselho de Estado no exílio" com o ex-presidente regional Carles Puigdemont, que considera ser "o presidente legítimo" da Catalunha.

O candidato também defendeu a criação de uma assembleia constituinte para escrever uma Constituição para a futura República catalã.

O Governo espanhol, dirigido por Mariano Rajoy, já avisou que poderia a qualquer momento voltar a intervir na Catalunha se Quim Torra violar a Constituição.

O porta-voz do executivo espanhol, Ínigo Méndez de Vigo, assegurou que Madrid não "terá dúvidas em voltar a atuar com firmeza" se se repetir a situação como aquela que levou à intervenção do Governo central na Catalunha.

Torra é uma das figuras menos conhecidas dos independentistas catalães, mas em 2015 dirigiu durante vários meses a poderosa associação cívica separatista Omnium Cultural.

Este editor, de 55 anos, entrou na política em dezembro passado quando foi eleito deputado regional na lista "Juntos pela Catalunha" formada por Carles Puigdemont e tendo por base deputados que pertencem ao Partido Democrático e Europeu da Catalunha (PDeCAT, direita) e personalidades independentes.

paginaglobal.blogspot.pt

14
Mai18

Trinta e sete palestinos foram mortos esta segunda-feira por tiros de soldados sionistas de Israel

António Garrochinho



O balanço continua ficando mais pesado ao longo do dia. 

Trinta e sete palestinos foram mortos esta segunda-feira  por tiros de soldados israelitas durante confrontos entre manifestantes e moradores de Gaza militares, o Ministério da Saúde em Gaza. 

E mais de 500 palestinos ficaram feridos esta segunda-feira durante os confrontos.

Milhares de manifestantes se reuniram em diferentes pontos da fronteira com Israel para protestar contra a transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém. 

A segunda-feira é de fato marcada pela inauguração da embaixada americana. A medida, anunciada em 6 de dezembro por Donald Trump durante seu reconhecimento histórico da cidade como capital de Israel, é o dom supremo de sua administração em seu aliado estratégico, para marcar o 70 º  aniversário do Estado.

www.lemonde.fr


14
Mai18

Dezenas de países boicotam inauguração de embaixada dos EUA em Jerusalém

António Garrochinho


Jerusalém, 13 mai (EFE).- Dezenas de países, entre eles muitos europeus, não marcarão presença neste domingo em um evento do Ministério das Relações Exteriores de Israel, que contará com a participação do titular desta pasta e do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, para celebrar a inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, que acontece amanhã.
No evento, programado para a tarde de hoje na sede do ministério israelense, ao qual devem comparecer cerca de mil pessoas, participarão as máximas autoridades israelenses assim como a delegação americana que chegou ao país para a inauguração, que inclui Ivanka Trump, filha e assessora do presidente Donald Trump, e seu marido e também assessor presidencial, Jared Kushner.
Entre os 86 embaixadores e encarregados de negócios convidados para a cerimônia, 40 confirmaram presença, mas a maioria dos representantes dos países europeus não assistirão ao evento por não concordarem com a mudança da máxima representação diplomática dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém, por romper com o consenso da comunidade internacional.
Entre os países que não comparecerão ao evento estão Espanha, Reino Unido, França e Itália. No entanto, outros países do Velho Continente confirmaram a presença de seus representantes, entre eles Romênia, Hungria, Áustria e República Tcheca, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores israelense.
De acordo com a emissora de notícias israelense "Channel 10", as autoridades tchecas, húngaras e romenas bloquearam um comunicado conjunto da União Europeia (UE) que criticava a mudança da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém.
Ontem à noite, a delegação da UE em Israel comunicou através do Twitter que "seus Estados-membros seguirão respeitando o consenso internacional sobre Jerusalém", assim como a resolução 478 do Conselho de Segurança da ONU de 1980, na qual1 ficou decidido que os Estados-membros deveriam retirar suas embaixadas da Cidade Sagrada em rejeição à anexação unilateral de Jerusalém Oriental por Israel.
Entre os que participarão do evento de hoje estará também a ministra de Relações Exteriores da Guatemala, Sandra Jovel, que chegou ao país para inaugurar na próxima quarta-feira a embaixada de seu país em Jerusalém, seguindo os passos de Washington.
Também participam do evento os representantes de outros países latino-americanos como República Dominicana, El Salvador, Honduras, Panamá, Peru e Paraguai.


noticias.bol.uol.com.br

14
Mai18

Há 11 administradores a ganhar mais de um milhão

António Garrochinho
Pedro Queiroz Pereira numa foto de 2004
Pedro Queiroz Pereia, chairman da Semapa, foi o que maior remuneração conseguiu
Nas empresas do PSI 20 há 11 administradores que ganharam mais de um milhão de euros em 2017. Pedro Queiroz Pereira, presidente do conselho de administração (chairman) da Semapa, foi o que mais dinheiro conseguiu. Mas a EDP é a que tem mais gestores a ganhar acima de um milhão, incluindo António Mexia, o presidente de comissão executiva (CEO) mais bem pago.
A elétrica é, aliás, a cotada que mais dinheiro reserva para os órgãos sociais. Pagou mais de 13,7 milhões ao conselho de administração e ao conselho geral e de supervisão. Segue-se a Galp (6,7 milhões), a Semapa (5,8 milhões) e a Mota-Engil (5,5 milhões).
Entre os 11 administradores que ganham mais de um milhão na bolsa portuguesa, cinco pertencem à EDP. António Mexia ganhou 2,28 milhões de euros brutos. Manso Neto, líder das Renováveis mas que recebe o seu salário através da elétrica, teve uma remuneração superior a 1,6 milhões. Os administradores Stilwell de Andrade e António Martins da Costa receberam, cada um, mais de 1,4 milhões. E Nuno Alves, administrador financeiro, teve direito a quase 1,1 milhões.
Mas os valores ficam longe do obtido por Pedro Queiroz Pereira. O gestor que domina a Semapa e a Navigator teve remunerações de 4,7 milhões (1,3 milhões pagos pela Semapa e 3,4 milhões por outras empresas em relação de domínio ou de grupo). João Castello Branco, o CEO da Semapa, obteve uma remuneração de 1,47 milhões. E Diogo da Silveira, CEO da Navigator, auferiu 1,15 milhões.
Pedro Soares dos Santos encerra o pódio dos administradores que mais ganham. O CEO da Jerónimo Martins levou para casa mais de dois milhões. Carlos Gomes da Silva, da Galp, auferiu mais de 1,7 milhões; e Ângelo Paupério, co-CEO da Sonae, ganhou 1,18 milhões.

www.dn.pt
14
Mai18

A raiva às mulheres sem medo

António Garrochinho


A forma como em Portugal se reage à afirmação pública de mulheres é um tratado de misoginia e sexismo. O caso da espanhola Irene Mozo, que escreveu cona num cartaz político e mostrou pêlos nas axilas, é eloquente.
Dezenas de milhares de pessoas na rua para defender uma miúda violada por um grupo de energúmenos e gritar por justiça. Um convento de carmelitas descalças a fazer um post no Facebook para a apoiar e homenagearA Polícia Nacional de Espanha a publicar um tuite no mesmo sentido. Dezenas de políticos a censurar uma decisão judicial que, apesar de ter condenado os violadores a uma pena pesada - nove anos de prisão - e de ter considerado que a vítima não consentiu livremente nos atos sexuais a que a submeteram, não qualificou como violenta a forma como foi submetida. O próprio Rajoy a admitir que a lei precisa de ser melhorada.
Olho para Espanha e tenho inveja. A frase "fazes a uma, fazes a todas" é ali levada a sério. Há uma consciência da relação de poder entre homens e mulheres e do facto de que a igualdade estatuída na lei há algumas décadas ainda não a aboliu. Há a noção de que é preciso denunciar e lutar. Que há muito a fazer até chegarmos onde temos de chegar, onde é justo.
E tenho inveja porque em toda a minha vida nunca vi em Portugal mulheres aos milhares nas ruas para defender outra, para se defenderem. Nunca vi uma reação assim face a decisões judiciais sexistas e insultuosas - e se as houve, basta lembrar as do juiz desembargador Neto de Moura, que em 2017 citou a Bíblia, o Código Penal de 1886 e os castigos aplicados às "mulheres adúlteras" para "enquadrar" o ataque de um homem com uma moca de pregos à ex mulher; a da Relação de Porto, em 2011, relativa à violação de uma paciente grávida pelo seu psiquiatra, absolvendo-o por "não ter usado muita violência"; a do Supremo Tribunal Administrativo que em 2014 decretou que a partir dos 50 o sexo já não tem importância para as mulheres porque já não podem ter filhos.
O que vi, demasiadas vezes, foi o contrário: ataques selváticos a mulheres por todos os motivos possíveis, sempre a reconduzirem-se ao essencial -- serem mulheres. O que vejo é raiva. Raiva em geral às mulheres e, o que é pior, de mulheres a mulheres. Uma raiva mesquinha, achincalhante, ignorante, de quem com ou sem consciência disso defende o statu quo e a chamada "ordem natural das coisas".
Olhar para os ataques de que Irene foi alvo por exemplo no Twitter, onde deu mostras de uma inteligência, capacidade argumentativa e pedagógica e paciência impressionantes, é assistir a uma espécie de catálogo das reações a uma mulher que ousa erguer-se no espaço público. Desde logo, a apreciação física: uma parte considerável dos comentários, de homens e mulheres, foram sobre o corpo de Irene. Particularmente significativa é a fúria contra os pêlos nas axilas, aliás um clássico: de cada vez que surge uma imagem de mulher que não se depila temos uma espécie de linchamento generalizado. Sucedeu com Madonna, com a filha de Madonna e em inúmeros outros casos.
Deus e o diabo estão nos detalhes. E este é muito esclarecedor do policiamento obsessivo do corpo feminino e da prescrição do que neste é admissível, ou seja, do que este pode fazer e ser - do que uma mulher pode ser e fazer, porque as mulheres são vistas sobretudo como corpos. Equiparar a não depilação, como tantas vezes vi fazer, a uma espécie de manifestação anti-natureza, como se as mulheres não tivessem naturalmente pêlos e a ideia do corpo feminino como corpo depilado não fosse um decreto cultural e social, um padrão de comportamento, é de um tal absurdo que custa a crer. E, no entanto, é o que temos. Haverá melhor prova da ausência de desconstrução dos papéis de género e de pensamento sobre o assunto, da forma como as pessoas dão como adquiridos e inquestionáveis totais ridículos e como reagem irracionalmente quando são postos em causa?
Igualmente eloquente foi a reação ao uso do calão "cona". Se em Espanha o termo "coño" é bastante mais comum e "aceite" que cá, a questão fundamental torna a ser o que é considerado aceitável numa mulher - um cartaz empunhado por um homem com a palavra ou a sua congénere masculina jamais atrairia um milionésimo da indignação e seria visto como uma manifestação de humor. Mas numa mulher o uso daquela palavra é considerado "grosseiro" e "impróprio", portanto violento. A agressividade e a violência, mesmo se discursivas, são vistas como não "pertencendo" ou "ficando bem" às mulheres, como típicas dos homens; um homem agressivo é assertivo e corajoso; uma mulher agressiva é desequilibrada, histérica, "masculina" - "anti-natural", portanto. Porque as mulheres devem ser submissas e doces e, claro, caladinhas.
Resgatar uma palavra usada como insulto e rebaixamento das mulheres e erguê-la como desafio, com orgulho, num cartaz político, tinha de fazer rebentar os curtos fusíveis de quem nunca dedicou um segundo a pensar sobre estereótipos de género e a forma como conformaram e conformam o nosso mundo, quanto mais na opressão que significam para mulheres - e homens. Irene saiu à rua para gritar que está farta dessa opressão e que não tem medo. E é isso, ela sabe, que mais assusta e enraivece a turba: não termos medo.

Fernanda Câncio
www.dn.pt
14
Mai18

Setenta anos depois, os jovens não esqueceram

António Garrochinho


Opinião

É em cima desta memória, que é o seu pecado original, que o Estado de Israel está construído.
No dia 7 de Fevereiro de 1948, Ben-Gurion, à época presidente da Agência Judaica, visitou Lifta, uma vila nos arredores de Jerusalém cuja população fora expulsa pela acção das milícias sionistas. No regresso, reflectindo sobre o alcance daquelas operações militares, partilhou os seus pensamentos com o Conselho Central do seu partido:
“Quando cheguei agora a Jerusalém, senti que estava numa cidade judaica [...]. É verdade que nem toda a Jerusalém é judaica, mas existe já nela uma zona judaica: quando se entra na cidade, através de Lifta e Romema (...) – não há árabes. Cem por cento de judeus [...]. Se continuarmos, é realmente possível que nos próximos seis ou oito meses existam mudanças consideráveis no país, muito consideráveis, e a nosso favor.” [1]
Ben-Gurion sabia do que falava. Nos meses seguintes, perto de 800 mil pessoas foram expulsas das suas casas e terras – o equivalente a cerca de 90% da população do território que o plano de partilha da Palestina consagrado na resolução n.º 181 da Assembleia Geral da ONU, de 29 de Novembro de 1947, atribuía a um futuro Estado judaico – 531 povoações foram destruídas, 11 áreas urbanas totalmente esvaziadas de população. Desde os finais de 1947 e durante pouco mais de um ano, a Palestina foi varrida por uma tempestade de destruição, mortes e atrocidades pontuada por massacres como os de Balad al-Shaykh, Deir Yassin, Ayn al-Zaytun, Tantura, Dawaymeh.
É em cima desta memória, que é o seu pecado original, que o Estado de Israel está construído. O sonho de um território etnicamente limpo está no coração do projecto sionista e é ele que orienta a política do Estado de Israel desde a sua constituição, seja pela expulsão da população ali residente há gerações, seja pela acção de um aparelho político, jurídico e militar que segrega e discrimina a população palestina, reduzindo-a a uma condição de sub-existência. Yosef Weitz, o homem forte do todo-poderoso Fundo Nacional Judaico, escreveu-o com cristalina clareza no seu próprio diário no dia 20 de Dezembro de 1940: “A única solução é uma Terra de Israel (...) sem os árabes. Não há espaço aqui para compromissos.” [2]
A propaganda de Israel glosa à saciedade a figura da vítima indefesa, ameaçada desde o seu nascimento, lugar de refúgio vital e derradeiro de uma história de perseguições e sofrimentos de que os crimes do nazismo foram a expressão mais radical e violenta. Mas nenhuma das declarações de dirigentes sionistas aqui reproduzidas foi proferida depois de 15 de Maio de 1948. E a maior parte dos crimes aqui evocados ocorreu bem antes dessa data.
A generalidade das potências ocidentais viu no sionismo a solução para a sua “questão judaica”. Kishinev, Auschwitz, Buchenwald não são lugares na Palestina, mas foi para lá que uma estranha e duradoura aliança entre o anti-semitismo, os interesses imperiais das potências ocidentais e o movimento sionista projectou a solução para tal problema. Foi essa aliança que inventou o mito da terra sem povo para um povo sem terra. A declaração do secretário britânico Arthur Balfour, proferida no dia 2 de Novembro de 1917, assegurando o apoio do Império Britânico à consumação do projecto sionista referia-se à população da Palestina como “colectividades não-judaicas”, e cem anos depois, na cerimónia que evocou aquela data, Theresa May voltaria a repetir aquela mesma expressão. Mas até alguns dos primeiros sionistas que visitaram a Palestina no último terço do século XIX sabiam como era falsa essa lógica que reduzia a população da Palestina à condição de negativo, sem identidade própria, nem relação com a terra que habitava e onde tinha as suas raízes.
Em 1988, no Conselho Nacional reunido em Argel, a OLP ofereceu ao mundo a possibilidade de uma solução política para a questão palestina, naquela que foi a primeira e mais dolorosa concessão feita até hoje em todo este processo. Abdicando de 78% do seu território, muito mais do que os 56% que a resolução n.º 181 da ONU atribuía ao Estado de Israel, o povo palestino reclamou o seu direito a constituir um estado livre, independente e soberano nos territórios ocupados em 1967: margem ocidental do rio Jordão, faixa de Gaza, Jerusalém Oriental.
Contudo, o processo de Oslo – tornado possível à custa exclusiva do sacrifício histórico da decisão da OLP – só trouxe a intensificação da campanha de limpeza étnica e segregação da população palestina, com a expansão imparável dos colonatos, a construção do Muro de separação, a multiplicação da malha de checkpoints e da rede de infra-estruturas que servem apenas os colonos, a repressão brutal e indiscriminada e o bloqueio criminoso a Gaza. Com a complacência, a cumplicidade ou o apoio activo das grandes potências, o território da Palestina outrora administrado pelo Mandato Britânico foi submetido, de facto, a uma ordem segregadora, um Estado policial e racista, um verdadeiro regime de apartheid. No passado dia 1 de Maio, com a aprovação no Knesset da nova lei de nacionalidade, foi colocada uma nova pedra nesse edifício. Com ela, Israel dispensa até o qualificativo de “democracia”: estado confessional, exclusivo para os seguidores de uma religião, em qualquer parte do mundo onde vivam, é tudo quanto lhe basta. 
E uma vez mais, o mundo silencia a ignomínia. Os Estados Unidos da América anunciaram o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel. Assim como a extrema-direita racista e xenófoba no poder em Israel dispensa até um simulacro de democracia, também Trump se isenta da observância do direito e da legalidade internacional. Convém não esquecer: Jerusalém é terra duplamente ocupada, contra a resolução n.º 181 da ONU, à sombra da qual Israel reclama a sua existência como Estado, e contra a resolução n.º 242, que considera ilegal a ocupação dos territórios tomados pela força em 1967. As potências europeias são cúmplices deste estado de coisas, caucionando o insulto norte-americano, ou legitimando a lógica segregacionista de Israel, ao ponto de, em alguns casos, criminalizar até o exercício democrático da crítica à política dos governos daquele país.
Setenta anos volvidos, entretanto, os descendentes dos que foram mortos ou expulsos das suas casas naqueles anos de 1940, ou depois durante a campanha de ocupação total da Palestina, em 1967, mostram ao mundo, da forma mais singela e dramática, que, ao contrário do que Ben-Gurion chegou a imaginar, muitos velhos terão morrido, mas os jovens não esqueceram. Na coragem e determinação com que enfrentam as patrulhas do exército israelita dispostas como verdadeiros pelotões de fuzilamento ao longo da Faixa de Gaza, na dignidade com que suportam as humilhações diárias, com que defendem cada oliveira, cada centímetro de terra, ao mesmo tempo que afirmam a sua condição de palestinos, transformam em carne viva a pergunta lancinante de Mahmoud Darwish: “Senhoras e senhores de bom coração, a terra dos homens é mesmo de todos os homens? Onde está então o meu casebre?” Nas suas vozes, o passado e a memória faz-se presente e promessa de futuro.
[1] Gershon Rivlin e Elhanan Oren, The War of Independence: Ben-Gurion’s Diary, Tel-Aviv, Ministry of Defence, 1982, pp. 210/211, citado por Ilan Pappe, The Ethnic Cleansing..., p. 68
[2] Diário de Josef Weitz, 20.12.1940, citado por Benny Morris, The Birth of Palestinian Refugee Problem Revisited, Cambridge University Press, 2004, pp. 53/54

www.publico.pt
14
Mai18

14 de Maio de 1948: É constituído o Estado de Israel

António Garrochinho


No dia 14 de Maio de 1948, o presidente da Agência Judaica David Ben-Gurion proclama em Tel Aviv o Estado de Israel, estabelecendo o primeiro Estado judeu em 2 mil anos. “Nós proclamamos por este acto o estabelecimento do Estado Judeu na Palestina, que se chamará Israel”, disse numa cerimónia no Museu de Arte, Ben-Gurion, que se tornou o primeiro chefe do governo do novo Estado. 


À distância, o ruído dos tiros podiam ser ouvidos do conflito que imediatamente eclodiu entre judeus e árabes, assim que o exército britânico se retirou mais cedo naquele dia. No dia seguinte, forças do Egipto, Transjordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram por terra, enquanto o Egipto lançou um ataque aéreo. 


Israel tem as suas origens no movimento sionista, criado no final do século XIX pelos judeus que viviam no Império Russo e que reclamavam o estabelecimento de um espaço territorial judaico após séculos de perseguição. Em 1896, o jornalista judio-austríaco Theodor Herzl publicou um panfleto político chamado ‘O Estado Judeu’, que sustentava que a criação de um Estado judeu era o único meio de proteger os judeus contra o anti-semitismo. Herzl tornou-se o líder do sionismo, reunindo o primeiro congresso sionista na Suíça em 1897. A Palestina, controlada então pelo Império Otomano, foi escolhida como o lugar mais desejável para a sua localização por ser o lar bíblico do povo judeu. 


Após a Revolução Russa de Fevereiro de 1905, crescentes contingentes de judeus russos e da Europa Oriental começaram a imigrar para a Palestina, juntando-se aos poucos milhares que haviam chegado antes. Os colonos judeus insistiam no uso do idioma hebraico em vez do idisch, a língua dos judeus ashkenazi da Europa. Com o colapso do Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial, os britânicos tomaram a Palestina como protectorado. Em 1917, Londres publicou a “Declaração Balfour”, que afirmava a intenção de estabelecer um ‘lar judeu’ na Palestina. Apesar do protesto dos Estados árabes, a declaração foi incluída no mandato britânico sobre a região, autorizada pela Sociedade das Nações em 1922. 


Com isso, árabes e judeus deram início em 1929 a um enfrentamento aberto na Palestina. A Grã-Bretanha, na tentativa de apaziguar os árabes, tentou limitar a imigração judaica. Como resultado do Holocausto, muitos judeus entraram ilegalmente na Palestina durante a Segunda Guerra Mundial. Grupos judaicos radicais passaram a empregar o terrorismo contra as forças britânicas, sob a alegação de estarem a trair a causa sionista. Após o término da Segunda Guerra Mundial, diante das atrocidades nazis contra os judeus vindas a público em 1945, a União Soviética e os Estados Unidos aceitaram adoptar a causa sionista. A Grã-Bretanha, incapaz de encontrar uma solução, transferiu o problema para as Nações Unidas, que em Novembro de 1947 aprovou a Partilha da Palestina. 


Os sionistas tomaram posse de mais da metade da Palestina embora englobassem menos da metade da população local. Os árabes enfrentaram as forças sionistas, contudo em 14 de Maio de 1948, os judeus já tinham garantido o controle da sua área da Partilha e também da parte árabe. 


Assim, os israelitas conseguiram derrotar os árabes e ocuparam territórios chave como a Galileia, a costa palestina e uma faixa que ligava a região costeira com Jerusalém. Em 1949, um cessar-fogo patrocinado pela ONU propiciou a Israel o controle permanente das áreas conquistadas. A expulsão pela força de centenas de milhares de palestinianos dos seus lares durante a Guerra deixou o país com uma substancial maioria populacional judaica. 


Durante a Guerra dos Seis Dias, mais uma vez Israel aumentou as suas fronteiras, ficando com territórios da Jordânia, Egipto e Síria, a cidade velha de Jerusalém, a Península do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Montes Golã. Em 1979, Israel e Egipto assinaram um acordo de paz pelo qual Israel devolveu o Sinai em troca do reconhecimento egípcio. Israel e a Organização pela Libertação da Palestina assinaram um acordo de paz em 1993, visando a implementação do Estado palestino na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. O processo de paz não avançou e a partir de 2000 o conflito entre israelitas e palestinianos acirrou-se em Israel e, principalmente, nos territórios ocupados. 

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
File:Declaration of State of Israel 1948 2.jpg
David Ben-Gurion proclama o estado de Israel no dia 14  de Maio de 1948 



Theodor Herzl, visionário do Estado judeu, em 1901
14
Mai18

14 de Maio de 1955 é criado o Pacto de Varsóvia

António Garrochinho



No dia 14 de Maio de 1955, sete países do Leste Europeu reagiram à entrada da Alemanha Ocidental na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO) e fundaram o Pacto de Varsóvia, liderado pela União Soviética.


O Tratado de Amizade, Cooperação e Ajuda Mútua do Leste, ou Pacto de Varsóvia, conforme o nome da cidade onde foi assinado, foi uma reacção à inclusão da Alemanha Ocidental – a Oriental era controlada pelos soviéticos – na OTAN/NATO.

Em pleno auge da Guerra Fria, a União Soviética, a Polónia, as então Checoslováquia e Alemanha Oriental, além de Hungria, Roménia, Bulgária e Albânia, uniram-se num bloco militar de defesa conjunta. O marechal soviético Ivan S. Konev foi nomeado seu comandante.


Composto por um preâmbulo e 11 artigos, escritos em russo, polaco,checo e alemão, o Pacto de Varsóvia entrou em vigor em 4 de Junho de 1955.


Criado com base no artigo 51 da Carta das Nações Unidas, o Pacto de Varsóvia era um tratado regional para a garantia da segurança colectiva. 



14
Mai18

O LINDO POEMA DA CANÇÃO ISRAELITA QUE GANHOU A EUROVISÃO

António Garrochinho




E agora o "lindo poema" da canção israelita que ganhou o festival. "Linda" mensagem que eu não consigo vislumbrar! Gostaria de saber o que viram, leram... É que eu não consigo ver nada de bonito nisto!
Salvador, foste um oásis neste certame, mas voltou tudo ao mesmo, se é que não piorou.
Isto não é Para Português Ler!

Brinquedo - Por Netta Barzilai
Ri, outch, hey, hm, lá
Ri, outch, hey, hm, lá
Ri, outch, hey, hm, lá
Ri, outch, hey, hm, lá
Ri, outch, hey, hm, lá
Ri, outch, hey, hm, lá
Olha para mim, sou uma criatura linda
Não me importo com a tua pregação moderna
Sejam bem-vindo meninos, barulho de mais, vou ensinar-lhes
Pám pám pá hu, turrám pám pá hu
Ei, acho que te esqueceste de como jogar
O meu urso de peluche está a fugir
A Barbie tem algo a dizer
Hey
Ei! O meu rei manda que me deixes em paz
Levo o meu Pikachu para casa
És estúpido, como o teu smartphone
Mulher Maravilha, nunca te esqueças
De que és divina e ele está prestes a arrepender-se
É um rapaz có-có-có-có, có-có-có-có
Có-có-có-có, có-có-có-có
Não sou o teu có-có-có-có, có-có-có-có
Não sou o teu brinquedo (o teu brinquedo, não)
Rapaz estúpido (rapaz estúpido)
Agora vou derrubar-te, fazer-te assistir
A dançar com as minhas bonecas ao ritmo do c...alho
Não sou o teu brinquedo (cululi, cululu)
Nã-nã-nã-não sou boneca
Nã-nã-nã-não sou boneca
(Cululi, cululu) Sinos de casamento a tocar
(Cululi, cululu) Homens do dinheiro bling-bling
Não me importo com o teu dinheiro, rapaz
Pám pám pá hu, turrám pám pá hu
Mulher Maravilha, nunca te esqueças
De que és divina e ele está prestes a arrepender-se
É um rapaz có-có-có-có, có-có-có-có
Có-có-có-có, có-có-có-có
Não sou o teu có-có-có-có, có-có-có-có
14
Mai18

Observatório JN: Os riscos de que não se fala - SOS Floresta

António Garrochinho


SOS Floresta

Observatório JN: Os riscos de que não se fala
Na sequência do trabalho desenvolvido para a elaboração do Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil e da Estratégia Nacional para a Adaptação às Alterações Climáticas, o primeiro aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros de 87/2013 de 11 de dezembro e a segunda pela Resolução do Conselho de Ministros 24/2010 de 1 de abril, foi produzida a Avaliação Nacional de Risco.
Neste documento, aprovado pela Comissão Nacional de Proteção Civil na sua reunião de 28 de janeiro de 2014, é feita "a identificação e caracterização dos perigos de génese natural, tecnológico e mista, suscetíveis de afetar o território nacional". São 25 os riscos identificados, classificados como residual, reduzido, moderado, acentuado e crítico.
Entre os riscos com grau de gravidade acentuado e crítico destacam-se: ondas de calor, sismos, tsunamis, cheias e inundações, rutura de barragens, acidentes aéreos, acidentes em infraestruturas fixas de transporte de produtos perigosos, emergências radiológicas e incêndios florestais.
A Avaliação Nacional de Risco centra-se na avaliação da suscetibilidade e na cartografia dos elementos expostos, identificando o grau de danos potenciais e de probabilidade de ocorrência do risco.
Entretanto o atual Governo aprovou, através da Resolução do Conselho de Ministros 160/2017 de 30 de outubro, a designada Estratégia Nacional para uma Proteção Civil Preventiva (ENPCP). Este diploma define cinco objetivos estratégicos, alinhados com as prioridades do Quadro de Sendai, designadamente: fortalecer a governança na gestão de riscos; melhorar o conhecimento sobre riscos; estabelecer estratégias para a redução de riscos; melhorar a preparação face a ocorrência de riscos; envolver os cidadãos no conhecimento dos riscos.
Passados quatro anos sobre a aprovação da Avaliação Nacional de Risco, sabe-se que este importante documento está esquecido.
As atenções estão totalmente concentradas no risco de incêndio florestal, atendendo à catástrofe de junho e outubro de 2017. Assim, parece que a devida atenção para os demais riscos - os riscos de que não se fala - a que o território nacional está exposto aguardam melhor oportunidade.
Oxalá que, uma vez mais, não seja tarde!
Presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil


www.jn.pt

14
Mai18

Gestores ganham 46 vezes mais que empregados

António Garrochinho


Desigualdade aumentou nos últimos anos. Há 11 administradores a receber mais de um milhão de euros.
Quase um milhão de euros. É a remuneração média dos presidentes executivos das empresas do PSI 20. Este valor aumentou mais de 40% nos últimos três anos, reflexo dos maiores lucros obtidos pelas empresas da Bolsa. E é 46 vezes mais alto do que o custo médio que as cotadas têm com os seus trabalhadores. Há três anos, essa diferença era de 33 vezes.

www.jn.pt
14
Mai18

PCP diz que não aumentar funcionários do Estado é "opção política"

António Garrochinho


PCP defende aumentos salariais na Função Pública
PCP defende aumentos salariais na Função Pública D.R: Jornal i 13/05/2018 19:53
Jerónimo de Sousa defende que há dinheiro para aumentos na Função Pública, depois de António Costa ter afirmado que prefere contratar mais trabalhadores para o Estado do que subir vencimentos 
O secretário-geral do PCP criticou, na tarde deste domingo, as declarações de António Costa, que revelou preferir contratar mais funcionários públicos em 2019 do que aumentar salários. Jerónimo de Sousa garante que se trata de "uma opção política", porque há dinheiro. 
"Dizem-nos: têm razão, mas não há dinheiro", disse Jerónimo de Sousa no encerramento de um debate na Biblioteca Orlando Ribeiro, em Lisboa, acrescentando que no entanto existe verba "para pagar uma dívida que não é pagável". 
"Ao mesmo tempo quese  afirma não ser possível um justo aumento salarial para quem não recebe aumentos há nove anos, não faltarão 35 mil milhões de euros para uma dívida do país que não é pagável sem ser negociada", continuou o secretário-geral do PCP, rematando: "O problema não está em não haver dinheiro. Está na injustiça da sua distribuição". 
António Costa afirmou, numa entrevista publicada este domingo pelo DN, que os aumentos na Função Pública em 2019 serão debatidos "no tempo devido", mas admitiu preferir contratar mais trabalhadores do que subir os vencimentos, de maneira a "melhorar a qualidade dos serviços públicos" e "a qualidade de vida" dos atuais trabalhadores do Estado. 

ionline.sapo.pt
14
Mai18

Onde esconde Marrocos o preso político saharaui Abdallahi Abbahah?

António Garrochinho






Desde o dia 7 de Abril que o preso politico saharaui Sidi Abdallahi Abbahah está em local desconhecido após ter sido levado pelas autoridades marroquinas descalço e sem quaisquer pertences da prisão de Kenitra.


Pensava-se que tinha sido transferido para a prisão de Tiflet2, tal como Mohamed Bourial, outro preso politico saharaui do grupo de Gdeim Izik.
A família e a advogada francesa Olfa Ouled não conseguiram, até ao momento, obter qualquer informação das autoridades marroquinas.
Sidi Abdallahi Abbahah foi condenado a prisão perpétua num julgamento sem um mínimo de garantias ou respeito pelos procedimentos jurídicos.
Abdallahi Abbahah denunciou as torturas a que foi submetido durante semanas após a sua detenção arbitrária em Novembro de 2010 em El Aaiún após o brutal desmantelamento do acampamento de protesto pacífico Gdeim Izik.

Fonte: Por un Sahara Libra


14
Mai18

O bando sinistro

António Garrochinho


(Por Júlio, in Blog Aspirina B, 13/05/2018)
A direita portuguesa vai perder as eleições de 2019, segundo as últimas sondagens continuam a dizer. O desespero e a raiva assomam já nos seus colunistas e porta-vozes. Tudo é de esperar dessa cambada raivosa, desde apelos indirectos aos incendiários até elogios à utilização da organização judicial para fins políticos.
Uma equipa sinistra, já muito experimentada, vai estar no terreno, mas não é para apagar incêndios. O seu objectivo é supostamente combater a corrupção, para suposta defesa da democracia. Na verdade, muito insatisfeita com uma democracia que dá vitórias à esquerda, pretende virar contra ela uma justiça politicamente enviesada, ou seja, corrupta. Depois de Sócrates, o seu alvo será agora António Costa, como é óbvio.
A equipa alinha assim (é só a ponta do iceberg):
negraoFernando Negrão – Foi director-geral da PJ entre 1995 e 1999, durante o governo de Guterres. Foi demitido pelo ministro socialista da Justiça, Vera Jardim, e acusado pela PGR de Cunha Rodrigues de violação do segredo de justiça no caso da Moderna (ainda se levava a sério o segredo de justiça). O STJ arquivou a coisa em 2001, por alegada falta de provas. Deputado do PSD desde 2002 até hoje. Breve ministro de Santana Lopes (2004-2005). Foi derrotado nas eleições para a câmara de Setúbal em 2005. Foi derrotado por António Costa nas eleições para a câmara de Lisboa em 2007. Brevíssimo ministro da Justiça do governo fantasma de Passos Coelho (Outubro-Novembro de 2015). Actual líder da bancada parlamentar do PSD (com apenas 35 votos dos 88 deputados), depois de ter perdido a eleição para presidente da Assembleia da República. É um frustradão calejado em derrotas, mas que, em compensação, adora puxar cordelinhos nos bastidores.
rosário
Jorge Rosário Teixeira – A sua carreira foi lançada por Fernando Negrão (ver acima), que o meteu na PJ para chefiar a Direção Central de Investigação e Combate à Criminalidade Económica e Financeira. Saiu da PJ em 1999, não se sabe porquê, quando Negrão foi demitido. Em 2004 caiu de para-quedas no DCIAP, na PGR. É o procurador que tem os processos mais importantes do DCIAP desde que para lá entrou. É o mago da Operação Marquês, de que a direita esperava o desaparecimento do PS da cena política e a recondução do governo de Passos Coelho. Propôs em 2014 ao juiz Carlos Alexandre a prisão de Sócrates para depois o investigar, como a PIDE fazia noutros tempos.
alexandre
Carlos Alexandre – Juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal desde 2004 e, durante muitos anos, o único. Trabalha desde 2004 com o procurador Rosário Teixeira, a quem faz todas as vontades, nomeadamente no processo Sócrates. Embora o juiz de instrução seja incumbido de fiscalizar o procurador nos processos que este conduz, Carlos Alexandre tem basicamente estado às ordens de Rosário Teixeira. É muito pio e participa nas procissões da sua terrinha. Já uma vez disse que a sua vocação era ter sido padre. Noutros tempos teria dado um eficaz juiz do tribunal da Santa Inquisição.
joana
Joana Marques Vidal – Procuradora-geral proposta por Passos e nomeada por Cavaco em 2012, nem é preciso dizer mais nada. Filha de um antigo director-geral da PJ que se gabava de odiar a “classe política” (da democracia). Irmã de um célebre João, ex-chefe do DIAP de Aveiro, que pôs a circular o boato de que Sócrates tinha um fantástico plano para “controlar” os meios de comunicação social. É a responsável máxima de tudo o que a PGR fez e não fez desde 2012. P’ra inglês ver, mandou já duas vezes (2015 e 2018) investigar fugas de informação e violações do segredo de justiça no processo de Sócrates, mas nunca se apurou porra nenhuma. Em Julho de 2018 vai, felizmente, ser despejada da PGR, deixando muitas saudades à direita. O clã Marques Vidal vai, porém, continuar operacional através do mano João, que já é procurador-geral adjunto.
ventinhas
António Ventinhas – É presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, reeleito em Janeiro em lista única. Foi alvo de um inquérito mandado instaurar pelo Conselho Superior do Ministério Público (por 8 votos contra 5) por ter declarado a culpabilidade de Sócrates em 2016, antes mesmo de haver acusados no processo. Defendeu-se com o especioso argumento de que é sindicalista e ficou tudo em águas de bacalhau. Tem acusado o governo de António Costa e a ministra da Justiça de quererem “controlar” o MP para que este não possa investigar a corrupção. Afirmou recentemente estar contra o controlo hierárquico  do MP pela PGR, porque lhe cheira que o próximo procurador-geral não será de direita. Elogiou a Operação Marquês e a actuação de Rosário Teixeira e Joana Vidal nesse processo. É o palhacinho deste quinteto, com ventinhas a condizer.

estatuadesal.com
14
Mai18

Pecado Original

António Garrochinho


Pecado Original


Cristas e o “pecado original”
Jorge Codeiro

A questão da habitação está na ordem do dia. Não tanto insuflada pelo anúncio das propostas do Governo mas, sim, pela expressão dessa dramática realidade revelada pelo despejo de milhares de famílias, de lojas de comércio tradicional e até de colectividades das zonas onde, em muitos casos, estavam há décadas. 

Há quem se surpreenda com o que, irremediavelmente, a precarização do direito à habitação, consagrado na Lei das Rendas de Cristas, conduziria. Haverá quem se apresse a alegar que o problema da habitação está para lá do regime de rendas. Não alegará em vão. Uma resposta séria  exige a assumpção plena do Estado na promoção directa de habitação e uma lei de solos que priorize a dimensão pública do direito de urbanizar. Mas é inseparável, nas condições concretas da sociedade actual, da garantia de um regime de arrendamento estável. A desregulação do arrendamento da “Lei dos Despejos” de Cristas, aliada à pressão turística, à procura residencial de detentores de elevados rendimentos e sujeitos de benefícios fiscais, conduziram ao brutal aumento das rendas arrastando milhares de famílias para a rua. Despejos e Cristas são duas faces dessa mesma moeda que impiedosamente nega o direito a um tecto. Por mais que a ex-ministra se pinte, por mais que deite mão às cores que disfarcem a negritude do quadro que elaborou, a verdade é que, sem prejuízo de outras medidas, a revogação da Lei das Rendas constitui objectivo essencial. Neste lavar e pôr a corar de responsabilidades passadas em que a líder do CDS revela dotes aprimorados, observe-se o que, ainda há poucos dias, nestas páginas afirmou. Vale a pena reter. Percorrido um extenso lamuriar prenhe de frustração por o “balcão dos despejos” «só ter conseguido promover em dois anos o despejo de 3.700 famílias», confessado o objectivo de «assegurar um mercado liberalizado», inconformada com o «insucesso» da legislação de 2006 por esta só ter imposto escassos milhares de actualizações de renda, Cristas reservou-nos uma daquelas revelações só ao alcance dos mais dotados. Segure-se o leitor, particularmente se estiver entre os que olhando para o óbvio entenda não o negar mais que não seja por pudor, para o impacto: para Cristas o problema não está na Lei mas sim na postura de «senhorios mal formados» acrescentando que «deve ser feito um levantamento das pessoas enganadas que serão desalojadas.» Fica por esclarecer o objectivo de tal levantamento. Supondo que se destine a ir bater à porta de quem os enganou, advinham-se já as filas imensas que se formarão no Largo do Caldas. 

Só nos insondáveis meandros teológicos do “pecado original” se encontrará resposta cabal para o teor da entrevista. Não se soubesse que a  materialidade das opções de Cristas (apoio à especulação imobiliária e protecção dos grandes proprietários) é o determinante e perder-nos-íamos nessa busca idealizante em busca da origem da imperfeição humana e dessa inclinação para o mal e o pecado. Não nos percamos nesses trilhos. Nem se está perante o chamamento da serpente para a tentação da maçã nem da expulsão do Jardim de Eden de um qualquer Adão ou Eva. Aliás, como se vê, porque é em térreos pisos que nos firmamos, se há alguém que acabe expulso é a população. 

Indo o texto longo, ainda que pouco alongado na abrangência desejada, não percorreremos caminhos mais densos que fundam o problema da habitação na sua relação com a propriedade e a renda fundiária. Ainda assim convoquem-se as palavras de Engels para, relativizadas as expressões de há século e meio, revelar os elementos determinantes que estão associados à questão da habitação: «a expansão das grandes cidades modernas dá um valor artificial, colossalmente aumentado, ao solo em certas áreas, em particular nas de localização central; (…) O resultado é que os operários vão sendo empurrados do centro das cidades para os arredores, que as habitações operárias e as habitações pequenas em geral se vão tornando raras e caras e muitas vezes é mesmo impossível encontrá-las, pois nestas condições a indústria da construção, à qual as habitações mais caras oferecem um campo de especulação muito melhor, só excepcionalmente construirá habitações operárias». Atendidas distintas realidades e estratégias dos promotores, incluindo as que resultam da exploração intensiva das políticas de crédito, é essa mesma natureza de classe no uso do solo e nas opções de distribuição territorial da habitação que hoje vemos.

Ainda assim haverá um campo não desprezível para políticas que respondam a problemas prementes. Não por via da insistência em transferir responsabilidades do Estado para as autarquias como confessa a Secretária de Estado: «a nossa velocidade será a das autarquias» Mas sim, com produção pública, apoio ao cooperativismo, reabilitação conduzida a partir do interesse público e não da especulação, um regime de arrendamento que assegure a estabilidade dos inquilinos. Medidas avulsas, mesmo que pontuadas de elementos positivos, assentes no ”livre mercado” só acumularão os factores que negam o direito constitucional à habitação.

 foicebook.blogspot.pt
14
Mai18

Detida no trabalho por erro de identidade em Penafiel

António Garrochinho


Tribunal mandou a GNR buscar empregada de restaurante por faltar a julgamento de acidente em que nunca esteve envolvida.
Uma empregada de um restaurante de Penafiel foi levada sob detenção do seu local de trabalho por dois militares da GNR, munidos de um mandado judicial, para comparecer no julgamento de um acidente rodoviário com o qual nada tinha a ver, no Tribunal da Maia. No final, a juíza pediu-lhe desculpa pelos incómodos causados pela troca de identidades e a mulher apresentou queixa contra desconhecidos pelo uso abusivo do seu nome.

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António Garrochinho

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