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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

15
Mai18

Reclusos estão a limpar Armona num «contributo à sociedade»

António Garrochinho


Cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Olhão (EPO) estão desde esta segunda-feira, 14 de Maio, a limpar a Ilha da Armona. Paulo Simplício, de 48 anos, é um deles e confessa como é «bom estar cá fora e dar o nosso contributo à sociedade». 
Pás, enxadas, ancinhos, sacos de lixo e luvas são alguns dos acessórios que esperam pelos reclusos do EPO na chegada à Ilha da Armona, antes das 9h00.
Começam por limpar chorão das praias (planta invasora), mas também hão-de cortar ramos de árvores e verdes. São duas semanas em que, no horário normal de trabalho, estes reclusos em regime aberto trabalham ao ar livre, sob a supervisão de um guarda prisional e o apoio de funcionários do Município e da AmbiOlhão.
Paulo Simplício faz parte das brigadas de trabalho do EPO. «Recentemente estive na Direção Regional de Agricultura a participar nas Hortas Solidárias, fiz pinturas e agora estou na limpeza da praia», diz.
Este homem de 48 anos, natural de Olhão, está a cumprir uma pena de prisão de cinco anos e seis meses, mas agarra a enxada com energia para começar a limpeza do chorão que se estende pelo areal.
Por já ter cumprido mais de metade da pena a que foi condenado, e pelo seu bom comportamento, Paulo está em regime aberto na cadeia olhanense, onde também trabalha. No âmbito do protocolo existente entre esta instituição e o Município de Olhão, participa agora nesta ação de limpeza que, para António Camacho, vereador com o pelouro do Ambiente, não é mais do que a ligação de «duas entidades que, em parceria, desenvolvem iniciativas com o objetivo da inserção social destas pessoas, mas tendo também um objetivo de cariz ambiental, devolvendo mais qualidade à nossa ilha».
De acordo com Júlio Melo, diretor do EPO, a relação com a Câmara de Olhão não poderia ser melhor.
«Venderam-me a Câmara de Olhão como um monstro inacessível, mas não é nada disso. Temos uma ótima relação e estamos ambos a trabalhar para a comunidade local. Nas obras que temos feito e noutras que vamos fazer é o Município de Olhão que fornece os materiais, o que é uma grande ajuda», refere o responsável pela cadeia de Olhão.
Quanto à Brigada de Trabalho que por estes dias está na Ilha da Armona testemunha: «estes homens já deram provas de que podemos confiar no seu trabalho e aproximam-se cada vez mais da liberdade condicional», acrescenta Júlio Melo.
O Município de Olhão, além de assegurar o transporte, paga o salário pelo trabalho desenvolvido na Ilha e a AmbiOlhão fornece material de apoio e a alimentação aos ‘funcionários’ desta limpeza especial.

www.sulinformacao.pt

15
Mai18

Portugal está entregue

António Garrochinho


por Amato
A China prepara-se para controlar completamente e em simultâneo a produção e a distribuição de energia elétrica em Portugal.

Quando acabo de ler aquilo que escrevi sinto arrepios de frio na espinha. Mas pergunto-me: serei o único?

Um país estrangeiro, jogando o jogo do mercado, que de livre não tem nada, diga-se, está prestes a colocar ambas as mãos num setor vital para a soberania do nosso país e ninguém se atemoriza com a gravidade da situação. Nenhum dos partidos políticos com assento parlamentar, e entristece-me ter que admitir isto, parece muito preocupado. Pelo contrário, PS e PSD, quais melhores amigos reencontrados volvido tanto tempo de afastamento, rejubilam com esta possibilidade de entrada de capital chinês em Portugal. Costa ri-se, Rio ri-se. Riem-se os dois.

Serão débeis mentais? Ou será isto o derradeiro apogeu vitorioso desta linha política mercenária que vê isto como o ambicionado corolário de décadas de delapidação do património e setores estratégicos portugueses?

Portugal está entregue. Está vendido. Não tem mais nada de seu. Se a China quiser, desliga-nos a tomada. De um dia para o outro. Se não for a China, é outro qualquer. É isto a nossa política. Foram estas as nossas escolhas democráticas.


portodeamato.blogs.sapo.pt

15
Mai18

Israel, 200 armas nucleares apontadas para o Irão - Manlio Dinucci

António Garrochinho


 A decisão dos Estados Unidos de sair do acordo nuclear iraniano - assinado em 2015, por Teerão, pelos 5 membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e pela Alemanha - provoca uma situação de extremo perigo não só para o Médio Oriente.


Para compreender quais são as implicações desta decisão, tomada sob pressão de Israel, que define o acordo como sendo “a capitulação do Ocidente ao Eixo do Mal, liderado pelo Irão", devemos partir de um facto inequívoco: é Israel que tem a Bomba, não é o Irão.




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Há mais de cinquenta anos, Israel produz armas nucleares nas instalações de Dimona construídas, sobretudo, com a ajuda da França e dos Estados Unidos. Não é inspeccionada porque Israel, a única potência nuclear no Médio Oriente, não adere ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nuclear, que o Irão assinou há cinquenta anos. As provas de que Israel produz armas nucleares foi demonstrada há mais de trinta anos, por Mordechai Vanunu, que trabalhava na fábrica de Dimona: depois de serem examinadas pelos principais especialistas de armas nucleares, elas foram publicadas pelo jornal The Sunday Times em 5 de Outubro de 1986. Vanunu, raptado em Roma pelo Mossad e transportado para Israel, foi condenado a 18 anos de prisão e, depois de libertado em 2004, foi submetido a severas restrições.
Israel possui hoje (embora sem admiti-lo) um arsenal estimado de 100 a 400 armas nucleares, entre as quais há mini-bombas nucleares e bombas de neutrões da nova geração, e produz plutónio e trítio em quantidades que permitem a construção de uma outra centena. As ogivas nucleares israelitas estão prontas para lançamento em mísseis balísticos, como o Jericho 3, e pelos caças F-15 e F-16 fornecidos pelos EUA, aos quais se juntam agora os F-35.
Consoante confirmam as numerosas inspecções da AIEA, o Irão não tem armas nucleares e compromete-se a não produzi-las, submetendo-se ao acordo através de um rigoroso controlo internacional. No entanto - escreve o antigo Secretário de Estado americano, Colin Powell, em 3 de Março de 2015, num email que veio a público – “em Teerão, sabem muito bem que Israel tem 200 armas nucleares, todas apontadas para Teerão, e que nós (USA) temos milhares delas".
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Os aliados europeus dos EUA, que formalmente continuam a apoiar o acordo com o Irão, estão, fundamentalmente, alinhados com Israel. A Alemanha forneceu-lhe quatro submarinos Dolphin, modificados para lançar mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares. A Alemanha, a França, a Itália, a Grécia e a Polónia participaram, com os EUA, no maior exercício internacional de guerra aérea na História de Israel, a Bandeira Azul 2017 h [1]. A Itália, ligada a Israel por um acordo de cooperação militar (Lei n. 94, 2005), participou com os caças Tornado do 6º Stormo, de Ghedi, adaptados para transportar bombas nucleares B-61 dos EUA (que em breve serão substituídas pelas B61-12). Os EUA, com o F-16 da 31st Fighter Wing de Aviano, estão adaptados para a mesma função.

As forças nucleares israelitas estão integradas no sistema electrónico da NATO, no âmbito do "Programa de Cooperação Individual" com Israel, um país que, embora não sendo membro da Aliança, tem uma missão permanente no quartel general da NATO, em Bruxelas.

De acordo com o plano testado no exercício EUA-Israel Juniper Cobra 2018, as forças dos EUA e da NATO viriam da Europa (especialmente das bases em Itália) para apoiar Israel numa guerra contra o Irão [2]. Pode começar com um ataque israelita contra as instalações nucleares iranianas, como o que foi realizada em 1981, em Osiraq, no Iraque.

No caso de haver uma retaliação iraniana, Israel poderia usar uma arma nuclear, iniciando uma reacção em cadeia com resultados imprevisíveis.

foicebook.blogspot.pt
15
Mai18

BLOGUER CHINESA FAZ TRANSFORMAÇÕES INCRÍVEIS NO SEU ROSTO

António Garrochinho
Não há nenhuma dúvida na atualidade de que as orientais são as rainhas da maquilhagem cosmética e artística na rede. Há um sem números de artigos no MDig, cada um deles para deixar qualquer um de queixo caído e inclusive com medo de como uma garota de aparência simplória se transforma em um verdadeiro mulherão com a maquilhagem. Mas se você por acaso ainda não viu a capacidade dessas garota tome como exemplo a blogger chinesa He Yuhong, de 26 anos, que publica seu trabalho em seu canal de vídeos do Miaopai.

Blogueira chinesa é desafiada a se converter em Mona Lisa e a transformação é inacreditável
Os posts dela são nada menos que espetaculares e a transformação de seu rosto em obras-primas da pintura, a Mona Lisa em particular, provaram ser um grande sucesso.

VÍDEO

Ela se tornou massivamente viral nas mídias sociais chinesas, com seu vídeo sendo visto mais de 20 milhões de vezes.
Blogueira chinesa é desafiada a se converter em Mona Lisa e a transformação é inacreditável
- "Quando você vê seu rosto como um pedaço de papel em branco, as oportunidades são infinitas", disse He ao Mail Online. Ela começou a provar comol novos horizontes quando um seguidor sugeriu que ela deveria expandir suas transformações de celebridades chinesas e ocidentais para incluir obras de arte clássicas, e como você pode ver por si mesmo, ela certamente teve sucesso.
Blogueira chinesa é desafiada a se converter em Mona Lisa e a transformação é inacreditável
He Yuhong é fã inconteste da pintura a óleo, por isso, quando viu o feedback positivo no vídeo da Mona Lisa, começou a criar outros temas da arte. Cada criação leva entre 4 a 6 horas, às vezes o dobro, pois já aconteceu dela não gostar do resultado, lavar o rosto e começar tudo de novo.

www.mdig.com.br
15
Mai18

ANGOLA-EUA-ISRAEL… A MESMA LUTA

António Garrochinho


ANGOLA-EUA-ISRAEL… A MESMA LUTA
Angola presente no acto vergonhoso - e sangrento! - da inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém.
Depois… vejo sobrolhos franzidos… ou gente a “assobiar para o ar” sempre que insinuo que muitos “camaradas” do MPLA que estão no poder, para além de serem corruptos e ladrões, se transformaram num belo bando de ƒı‘ƒ˙øß∂@π†™@

15
Mai18

Conheça a Moto mais Cara do Mundo

António Garrochinho

Inspirada no modelo Harley-Davidson Softail Slim S.
A marca suíça de relógios e joias, Bucherer, apresenta a Harley-Davidson Blue Edition, um modelo que resulta de uma colaboração com a marca conterrânea Bündnerbike. O lançamento aconteceu a 4 de maio e já alcançou o estatuto de moto mais cara do mundo, avaliada em cerca de 1.79 milhões de dólares. 
Inspirada no modelo Harley-Davidson Softail Slim S, da emblemática marca homônima, recebe, na versão de 2018, acabamentos premium. A sua estrutura é soldada de forma exímia e as jantes, por exemplo, feitas à medida. Com elementos decorativos de topo e ultramodernos, nas suas especificações estão incluídas luzes LED resistentes ao calor e um motor iluminado por dentro. 

VÍDEO



O aspecto luxuoso deve-se, em grande parte, aos elementos banhados a ouro que pintam determinados pontos da moto – isto sem esquecer as seis camadas de tinta azul que levou para chegar à tonalidade final. Para além disso, uma joia de alta-joalharia e um relógio da Bucherer foram colocados no modelo e estão protegidos por um vidro blindado. 
Para a construção de Harley-Davidson Blue Edition foram precisas 2.500 horas de trabalho, oito especialistas de cada empresa e um ano de trabalho de desenho e produção.



www.redking.com.br

15
Mai18

IMAGENS INTERESSANTES

António Garrochinho

Desde o surgimento da primeira câmera fotográfica, a humanidade nunca mais parou de se maravilhar com imagens impressionantes.
O fato é que o nosso mundo é um lugar totalmente incrível, e por causa disso, nossa vida passa a ser passível de situações extraordinárias. Por isso que hoje as câmeras fazem parte de nossas vidas, já que com o uso dela podemos compartilhar com o mundo situações únicas e impressionantes.
A internet é o lar de bilhões de imagens, e muitas delas são tão incríveis que mais se parecem com edições profissionais de Photoshop. Mas acontece que o mundo e o maior editor de todos.
Nós trouxemos uma lista com 18 imagens impressionantes que fará você repensar o quanto algumas situações podem se assemelhar com edições de Photoshop. Confira:
1 – Veja como o padrão de cores desta ave pode ser surreal. 

Foto/Reprodução

2 – O encontro de dois oceanos é maravilhoso. 

Foto/Reprodução

3 – Foto sob longa exposição, mostrou todo o processo de queimada de um incenso. Incrível. 

Foto/Reprodução

4 – Essa faca foi magnetizada e atraiu a serragem de maneira incrível. 

Foto/Reprodução

5 – Um lugar de abandono de vagões de trem. Visto de cima é espetacular. 

Foto/Reprodução

6 – Barro seco na pele forma uma aparência incrível. 

Foto/Reprodução

7 – Geleiras de formas sobrenaturais na Islândia
Foto/Reprodução

8 – Um ovo depois de ser esquecido por um ano dentro da geladeira. Quando quebrado estava assim por dentro. 

Foto/Reprodução

9 – As cores desta aranha é simplesmente incrível. 

Foto/Reprodução

10 – Nuvens vistas do alto sendo perfeitamente alinhadas por duas correntes de vento. 

Foto/Reprodução

11 – A pele ressecada desta lagartixa cria um efeito 3D. 

Foto/Reprodução

12 – Esse é um girassol bem diferente de tudo o que você já viu. 

Foto/Reprodução

13 – Uma nuvem de tempestade majestosa. 

Foto/Reprodução

14 – O interior de uma folha iluminada por trás é incrível. 

Foto/Reprodução

15 – No Japão alguns riachos ficam cobertos de pétalas de cerejeira. 

Foto/Reprodução

16 – Essa formação rochosa mais lembram escamas gigantes. 

Foto/Reprodução

17 – Uma maravilha da natureza aleatória. 

Foto/Reprodução

18 – Esse homem poliu por algumas horas uma madeira branca, e assim ficou seu braço coberto por serragem. 

Foto/Reprodução

As imagens mostradas acima mais lembram edições do que situações reais, não é mesmo?

zipnoticias.net
15
Mai18

Palestina, o Dilúvio e a Árvore

António Garrochinho


O DILÚVIO E A ÁRVORE

Quando a tempestade satânica chegou e se espalhou
No dia do dilúvio negro lançado
Sobre a boa terra verdejante
“Eles” contemplaram.
Os céus ocidentais ressoaram com explicações de regozijo:
“A Árvore caiu!
O grande tronco está esmagado! O dilúvio deixou a Árvore sem vida!”

Caiu realmente a Árvore?
Nunca! Nem com os nossos rios vermelhos correndo para sempre,
Nem enquanto o vinho dos nossos membros despedaçados
Saciar nossas raízes sequiosas
Raízes árabes vivas
Penetrando profundamente na terra.

Quando a Árvore se erguer, os ramos
Vão florir verdes e viçosos ao sol
O riso da Árvore desfolhará
Debaixo do sol
E os pássaros voltarão
Sim, os pássaros voltarão com certeza
Voltarão.
FADWA TUQAN (ler mais, aqui

VÍDEO
Hoje, no Largo Camões



conversavinagrada.blogspot.pt
15
Mai18

15 de Maio de 1906: Nasce Humberto Delgado, o "General sem Medo"

António Garrochinho


Político português, nasceu a 15 de maio de 1906, em Boquilobo, concelho de Torres Novas, e morreu a 13 de fevereiro de 1965,  em  Villanueva del Fresno. Jovem oficial, participou no movimento militar de 28 de maio de 1926, que derrubou a República liberal e implantou em Portugal a Ditadura Militar que, poucos anos mais tarde, iria dar lugar ao Estado Novo liderado por Salazar. Durante muitos anos comungou das posições oficiais do regime salazarista, particularmente do seu violento anticomunismo. A sua atitude política, aliada a uma reconhecida competência técnica, levou-o a ascender rapidamente na escala hierárquica (será o general mais jovem da Força Aérea) e a ocupar posições de destaque, nomeadamente como Diretor da Aeronáutica Civil, membro da missão militar que negociou com o Reino Unido as condições de utilização de instalações militares nos Açores na decisiva fase final da guerra contra o Eixo na Europa, e em cargos de elevada responsabilidade na representação de Portugal na orgânica da NATO, nos Estados Unidos. Estas duas últimas experiências colocá-lo-ão em contacto com a vida política das democracias ocidentais, que vivamente o impressionam e o levam a questionar a legitimidade do regime que até aí servira. Regressado a Portugal, aceita o convite de personalidades oposicionistas para se candidatar à Presidência da República, tendo como concorrentes, no campo oposicionista,o Dr. Arlindo Vicente (que virá a desistir a seu favor), e, no campo governamental, o Contra-Almirante Américo Thomaz. Imprime à campanha um ritmo vivo, até aí desconhecido da vivência oposicionista, manifestando-se decididamente contrário à continuação de Salazar à frente do Governo -- quando questionado, publicamente,sobre as suas intenções quanto a Salazar na eventualidade de vencer as eleições, responde secamente"Obviamente, demito-o!", o que equivalia a uma declaração de guerra ao regime. Esta frase, celeremente celebrizada, incomodou os mais conservadores dos seus apoiantes, mas incendiou os espíritos das massas populares que o vitoriaram durante a campanha (com particular destaque para a entusiástica receção popular no Porto). Apesar do apoio popular, os resultados eleitorais oficiais atribuem-lhe a derrota, que tanto o próprio General como a Oposição em geral nunca aceitarão. Convencido de que o regime não poderá ser derrubado pelas urnas,procura atrair as chefias militares para um putsch, ficando desiludido pela falta de recetividade ao seu apelo.Considerando-se em perigo, refugia-se na Embaixada do Brasil, aí ficando largos meses até lhe ser permitido partir para o exílio, onde debalde tentará congraçar os núcleos oposicionistas exilados; somando desilusões e traições,rodeado de colaboradores indisciplinados, dá cobertura à Operação Dulcineia, desencadeada pelo seu aliado Capitão Henrique Galvão (outro dissidente do regime), que consiste na captura do paquete Santa Maria (batizado"Santa Liberdade"), que será utilizado como veículo de propaganda que atrairá as atenções da opinião pública internacional para a situação política no País. A operação coincide com o início da guerra em Angola, fazendo nascer suspeitas de entendimento entre os oposicionistas portugueses e a direção dos movimentos independentistas africanos. A sua tendência para privilegiar a solução militar para o derrube do regime, a sua ousadia (que justifica o qualificativo de "General Sem Medo"), que muitos desentendimentos provocará no seio da oposição no estrangeiro e no interior, leva-o a planear e executar uma nova tentativa revolucionária, com a colaboração de conspiradores militares e civis --tomando de assalto o quartel de Beja (Ano Novo 1961-1962), e eventualmente outras posições, partiria à conquista dos pontos fulcrais do País. Falhando a revolta, o General, que entrara clandestinamente em Portugal, volta a atravessar a fronteira, para nunca mais regressar à Pátria. Desloca mais tarde as suas atividades para o Magrebe, onde procura outros apoios e aliados (Ben Bella, o Partido Comunista Português e os movimentos de libertação das colónias portuguesas, entre outros); os desacordos políticos e as incompatibilidades entre o General, que continua a crer na viabilidade do derrube do regime salazarista pela força das armas, e outros setores, nomeadamente o Partido Comunista Português, que privilegiam a luta política paciente e pacífica, isolam progressivamente o General Delgado, que cada vez mais se distancia da realidade portuguesa. Este isolamento proporciona, em 1965, a montagem de uma armadilha fatal: crendo vir ao encontro de conspiradores do interior que partilhariam as suas ideias, Delgado dirige-se à fronteira de Badajoz,sendo aí assassinado por um comando da PIDE. De 13 de fevereiro até 24 de abril, data em que o seu corpo foi descoberto, perto de Villanueva del Fresno, foi dado como desaparecido.O regime nunca reconhecerá oficialmente as suas responsabilidades pelo facto, mas os seus autores virão a ser levados a juízo após a revolução de 25 de abril de 1974; entretanto, o clamor que se erguera na opinião pública criara significativas dificuldades políticas a Salazar. Após a restauração da democracia, promovido postumamente a marechal, o seu corpo será trasladado com todas as honras para o Panteão Nacional.

Humberto Delgado. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. 



Uma multidão recebe Humberto Delgado na Praça de Carlos Alberto, no Porto, em 1958


VÍDEO

15
Mai18

Mérito e escolhas colectivas

António Garrochinho



Mesmo o mais empedernido liberal reconhece que existe algo de fundamental que distingue bens e serviços como a saúde e a educação da generalidade dos bens de consumo. É essa natureza distinta que fundamenta a provisão pública. Richard Musgrave, um dos fundadores do estudo das finanças públicas, chamou-lhes bens de mérito, e os exemplos que deu, escrevendo em 1959, incluíam os cuidados de saúde, a educação, os almoços escolares e a habitação a baixo custo.

Note-se que não estamos a falar de bens públicos, como a justiça, a segurança pública ou os faróis ao longo da costa, que têm como características a não-rivalidade (o meu benefício pela existência de um farol não reduz o do próximo) e a não-exclusão (a partir do momento em que a sociedade beneficia da existência de segurança pública, ninguém pode ser excluído desse benefício). Este outro tipo de bens, reconhecido pelo menos desde Adam Smith, também justifica a provisão pública, pois o mercado não assegura devidamente a sua provisão. Mas os bens de mérito não são meros bens públicos: o consumo de almoços escolares e da maioria dos cuidados de saúde é rival e perfeitamente passível de exclusão, mas não é por isso que Musgrave – e a maioria de nós – deixa de lhes reconhecer mérito particular.

Os bens de mérito vêm assim criar um desafio à teoria económica. Não se tratando de bens públicos (que são uma chamada ‘imperfeição’ de mercado), como entender então esta natureza fundamentalmente distinta de alguns bens e serviços, reconhecida intuitivamente pela maioria de nós?

A resposta da economia dominante foi apelar a dois outros tipos de ‘imperfeições de mercado’: as externalidades e as falhas de informação. A educação seria um bem de mérito porque o seu ‘consumo’ beneficia não apenas o próprio como também o conjunto da sociedade (a chamada ‘externalidade’ positiva) e porque as vantagens futuras que advêm da decisão de, por exemplo, estudar mais alguns anos não podem ser perfeitamente calculadas e antecipadas (a falha de informação). Estes dois efeitos seriam aquilo que faz com que as decisões ‘de mercado’ de consumidores e produtores se afastem do nível óptimo para a sociedade, justificando a intervenção pública.

Mas existe outra forma de entender os bens de mérito. Trata-se daqueles bens e serviços que, colectivamente, consideramos responderem a necessidades essenciais e serem fundamentais para a dignidade de cada um. A provisão de cuidados de saúde tem um mérito particular que justifica a provisão pública não porque a saúde seja um bem público no sentido económico, não por causa das suas externalidades positivas ou da incerteza dos seus benefícios, mas porque a sociedade como um todo considera que ninguém, independentemente do seu rendimento, deve dela ser excluído. A garantia da satisfação universal dessas necessidades é algo que, colectivamente, esperamos de uma sociedade decente.

Esta abordagem rompe com o pressuposto da soberania das preferências individuais que caracteriza a economia dominante e abraça explicitamente a política. Passamos da soberania do consumidor para a dignidade do cidadão; do individualismo metodológico para a deliberação política. É uma abordagem mais fiel ao espírito original de Musgrave e à percepção intuitiva da maioria de nós: exigimos que o ensino primário seja universal e gratuito por causa do modelo de sociedade em que queremos viver, e não apenas subsidiado a fim de compensar as suas eventuais externalidades positivas e a incerteza dos seus benefícios individuais.

A partir do momento em que reconhecemos que existe uma esfera de necessidades essenciais cuja satisfação universal deve ser assegurada pela sociedade por via não mercantil, a verdadeira discussão política é sobre onde traçar a fronteira dos bens de mérito. Porque é que o ensino superior deve ser encarado, e co-financiado, de forma distinta do ensino básico e secundário? Porque é que a participação do Estado na provisão de habitação, que é uma necessidade absolutamente básica, é tão residual?

A propósito de questões como as taxas moderadoras na saúde, o pagamento de propinas ou a política pública de habitação, devemos pensar nestas questões em termos dos princípios fundamentais que queremos que norteiem a nossa sociedade. Pedindo conselho, mais do que aos economistas, aos poetas que nos falam da paz, do pão, da habitação, da saúde e da educação.


(publicado no Expresso online
ladroesdebicicletas.blogspot.pt

15
Mai18

A arte de Burning Man.

António Garrochinho



































Mencionou-se há pouco, aqui, o festival Burning Man, por altura do falecimento do seu criador, Larry Harvbey. Mal sabia que em Washington havia uma exposição flamejante de algumas peças do Burning Man. A Graça, que está lá, mandou-me imagens fantásticas, fantásticas. Não perder – não perder! – o trabalho templário de David Best e do Temple Crew:http://davidbesttemples.org/smithsonian-institution/
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malomil.blogspot.pt
15
Mai18

Direitos dos imigrantes

António Garrochinho

Direitos dos imigrantes

Num país que proclama receber os imigrantes  calorosamente e onde o próprio primeiro ministro garante que Portugal precisa deles, a  manifestação de imigrantes à porta da AR não devia ter acontecido.
Mas aconteceu e, ao que parece,  com toda a razão. Como se justifica que imigrantes com contratos de trabalho, a  fazer descontos  para a Segurança Social, estejam ilegais há uma década?  A burocracia não explica tudo e o governo deve uma explicação. Aos imigrantes, obviamente, mas também aos portugueses.



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