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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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17
Mai18

PARA QUE O POLVO FIQUE TENRO

António Garrochinho


Vais cozinhar o polvo como uma profissional a partir de agora, com este segredo fantástico e eficaz para que o polvo fique sempre tenro e macio!
O polvo normalmente fica duro e parece elástico? Com esta dica o polvo cozido ficará sempre tenro e macio, sem excepção!
Existem dezenas de truques e dicas para o polvo ficar tenro e suculento. Mas será que todos resultam? A seguir vais ver o truque infalível de um chef, para que o polvo fique sempre tenro e saboroso.
Em tempos longínquos, em algumas aldeias próximas da costa portuguesa, havia o costume de bater no polvo com um pau de madeira forte.
É sem dúvida um método que resulta, mas que caiu em desuso por violento e também porque suja tudo à volta. No entanto se tem de um quintal ou espaço grande e quer cozinhar um polvo que esteja fresco, o resultado é 100% garantido: depois de algumas pancadas ao longo de todo o polvo, ele fica tenrinho.
Existe quem substitua esta metodologia por outras menos “agressivas”: colocar o polvo dentro de um saco de plástico e passar com um rolo de cozinha com bastante força, por várias vezes, um pouco como se estivéssemos a estender a massa.
8 Dicas para que o polvo não ficar tipo pastilha elástica
Bata no polvo com um pau de madeira
Antes de cozer polvo, coloque-o dentro de um saco plástico e passe o rolo de cozinha
Aplique choques térmicos ao polvo. Com ele ainda congelado, coloque-o dentro de água a ferver e retire-o (assiste ao vídeo para aprender a técnica)
Cozer o polvo com uma cebola
Congelar o polvo antes de cozinhar
Cozer o polvo com a sua própria água
Colocar uma rolha na cozedura do polvo
Colocar na máquina de lavar roupa na parte da centrifugação
E você? Qual técnica usa?
Cozer polvo – Tecnica de choques térmicos
Choques térmicos é uma técnica fácil de fazer e muito efetiva para obter um polvo suculento e macio. Aprenda como se faz!
Tempo de preparação:
40-45 min
Ingredientes:
1 polvo
1 cebola média
Preparação:
Congele o polvo.
Quando ele estiver bem congelado, mergulhe-o numa panela com a água a ferver e logo tire-o da água.
Volte a mergulhá-lo e tire-o outra vez.
Mergulhe o polvo novamente e agora deixe-o cozinhar durante 40-45 minutos.
Adicione uma cebola média descascada.
O tempo depende do tamanho do polvo.
Fique atento e quando ele ficar bem cozido e macio, tire-o da água.
Assista ao vídeo para ver esta técnica na prática.


VÍDEO 
17
Mai18

Atenção restaurantes, faturas com 'prato do dia' dão direito a multa

António Garrochinho


O Fisco considera incorreto, e com motivo para multas, a emissão de faturas simplificadas com a descrição 'prato do dia', 'fruta do dia' ou 'sobremesa do dia', revela uma informação vinculativa da Autoridade Tributária (AT).

Atenção restaurantes, faturas com 'prato do dia' dão direito a multa

"
Tem de separar os pratos das bebidas, e a descrição do serviço prestado aos clientes tem de ser de ser suficientemente precisa para se poder determinar, nomeadamente em sede de inspeção, qual a taxa de IVA aplicável", explica a AT, numa informação vinculativa divulgada na quarta-feira.
Este esclarecimento do Fisco surge na sequência de um pedido de um restaurante/bar que inspecionou em julho do ano passado e a quem abriu um processo de contraordenação, com direito a multa, por estarem incorretas faturas que continham a designação 'prato do dia', e a respetiva taxa de 13% de IVA (Impostos sobre o Valor Acrescentado), sendo as bebidas e sobremesas faturadas à parte.
AT alegou tratar-se de uma infração à lei, nomeadamente por omissões ou inexatidões de elementos obrigatórios, que devem constar na fatura, e o restaurante pagou a multa, pedindo de seguida esclarecimentos ao Fisco.
"Quando o serviço incorpore elementos sujeitos a taxas distintas para o qual é fixado um preço único [caso de um 'menu'], o valor tributável deve ser repartido por várias taxas", recorda a AT naquela informação vinculativa, lembrando também que, quando não é feita aquela repartição, se aplica a taxa mais elevada (23%) à totalidade do serviço.
O Fisco conclui assim que a restauração tem de separar os pratos das bebidas, e descrever o serviço prestado aos clientes para assim se poder determinar, nomeadamente em sede de inspeção tributária, qual a taxa de IVA aplicável.
No caso dos menus, adianta o Fisco, o valor a atribuir a cada parcela do serviço de alimentação e de bebidas não pode ser definido arbitrariamente, mas deve obedecer às regras de repartição do valor tributável pelas diferentes taxas de IVA.
A AT, numa outra nota vinculativa, em resposta a um estabelecimento de vendas 'online', que perguntou sobre a emissão de faturas em português de artigos descritos em inglês, esclareceu sobre a língua que deve ser usada nas faturas emitidas pelos comerciantes.
"Existe a obrigação legal de redação de fatura em língua portuguesa, sem prejuízo de a mesma poder conter versão em língua estrangeira", esclarece o Fisco, admitindo que, "a título excecional", tem vindo a aceitar faturas em língua estrangeira "quando tal não prejudique a correta liquidação do impostos e desde que seja garantida a sua tradução em português sempre que a AT o julgue necessário".



www.noticiasaominuto.com
17
Mai18

Furo de prospeção de petróleo em Aljezur pode avançar e sem Avaliação de Impacte Ambiental

António Garrochinho


A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) dispensou de Avaliação de Impacte Ambiental o furo de prospeção de petróleo ao largo de Aljezur, pelo consórcio Eni/Galp.
Em conferência de imprensa, no último dia do prazo previsto para anunciar a sua decisão, Nuno Lacasta, presidente da APA, justificou a decisão, dizendo que «não foram identificados impactos negativos significativos» na realização do furo de prospeção petrolífera, por isso decidiu não ser necessário submeter o processo a AIA.
No Algarve, o PS regional, agora liderado pelo deputado Luís Graça, já veio a público, em comunicado manifestar que «a decisão da Agência Portuguesa do Ambiente é contrária aos interesses do Algarve e do país e que de certa forma a APA acaba de declarar a sua irrelevância».
A decisão daquela Agência, de isentar a prospeção de petróleo de Avaliação de Impacte Ambiental, «contrariando recomendações da Assembleia da República e a opinião unânime das associações e organizações não governamentais de defesa do Ambiente», revela, segundo os socialistas algarvios, que «este organismo tornou-se inútil, se não mesmo um obstáculo, para a construção das opções políticas de defesa e valorização do Ambiente em Portugal».
A Federação do PS Algarve exorta ainda o Governo «a constituir, com carácter urgente, a Comissão Técnica de Acompanhamento, prevista no artigo 4.º da Lei n.º 37/2017, aprovada por proposta apresentada pelo próprio Grupo Parlamentar do Partido Socialista, de forma a assegurar o acompanhamento de todo o processo de prospeção de uma forma independente, transparente e credível, indicando imediatamente os elementos que a constituem e dando a estes total autonomia e liberdade para verificar o cumprimento contratual e das melhores normas de segurança e praticas ambientais».
De acordo com elementos remetidos à APA pela ENI, o furo a realizar no mar, a 46 quilómetros de Aljezur, para avaliar as potencialidades do leito submarino, terá uma profundidade de cerca de 1.070 metros de profundidade. A perfuração durará cerca de quatro dias, mais três dias para a mobilização e o posicionamento dos meios.
Em Janeiro passado, o Governo tinha permitido, por despacho do secretário de Estado da Energia, a prorrogação, por um ano, do período inicial de prospeção e pesquisa de petróleo na bacia do Alentejo, por considerar que o atraso na operação não podia ser atribuído ao consórcio.
A pesquisa e eventual exploração de hidrocarbonetos em terra e no mar, no Algarve, tem vindo a ser alvo de intensa contestação no Sul do país, juntando a uma só voz associações ambientalistas, movimentos de cidadãos, autarquias, associações empresariais, pessoas singulares e empresas, Região de Turismo, bem como partidos.
A mais recente posição de força tomada pelo Algarve ocorreu em finais de Fevereiro, em Loulé, quando a região se uniu para dizer um sonoro e definitivo “Não!” à prospeção e exploração de gás e petróleo ao largo de Aljezur «e em toda a costa portuguesa».
Foi a 22 de Fevereiro que a Câmara de Loulé foi palco de uma reunião que juntou representantes dos mais variados setores, da qual saiu uma posição conjunta, com especial enfoque no furo de pesquisa que o consórcio Eni/Galp se prepara para fazer ao largo de Aljezur.
Já depois disso, a APA resolveu colocar em discussão pública a possibilidade de se fazer, ou não, uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) para o furo de pesquisa de hidrocarbonetos que a concessionária ENI-Galp quer realizar em Setembro ao largo da Costa Vicentina. O processo de discussão pública decorreu até 14 de Abril, tendo hoje sido conhecida a decisão final da APA, que abre as portas ao avanço do furo.
No seu comunicado desta tarde, a Federação do PS/Algarve sublinha discordar «em absoluto da decisão da Agência Portuguesa do Ambiente», lamentando «que este organismo público não defenda o ambiente, como é seu dever, prescindindo do conhecimento, do estudo e da ciência».
Os socialistas acrescentam que «a região do Algarve já tem o seu petróleo, muito mais lucrativo e muito menos nocivo que o crude, que se chama turismo e esta atividade assenta na qualidade e na excelência ambientais».
Mesmo a nível energético, e em tempos de «descarbonização», «o Algarve tem um enorme potencial em matéria de energias renováveis. Dos 900 megawatts de energia eólica e solar licenciados nos últimos dois anos e meio pelo Governo metade serão produzidos no Algarve.
www.sulinformacao.pt
17
Mai18

FRANÇA Zona ocupada perto de Nantes é evacuada sob violência

António Garrochinho



A comuna de Notre-Dame-des-Landes, a noroeste de Nantes, em França, está ser alvo de uma segunda operaçâo policial.

A primeira intervenção foi realizada em abril, com confrontos que deixaram feridos 45 agentes e 130 protestantes.
Aos jornalistas, o General Richard Lizurey, diretor-geral da Gendarmerie, a guarda nacional francesa, esclarece quem é o alvo desta intervenção: "Todos os que estâo em processo de regularização, que entregaram os papéis, já validados ou em análise, não precisam de se preocuopar. Esta ação policial destina-se apenas àqueles que optaram por não regularizar a sua situação e que estão a agir fora da lei. Dei uma lista a todos os agentes, de forma a que tudo esteja claro. As pessoas que estâo em processo de legalização não têm com o que se preocupar, todos os outros devem sair"
Três horas, após o início da operação, com um helicóptero a sobrevoar a zona, era disparado gás lacrimogéneo em resposta aos projéteis e barricadas dos protestantes.
O conflito em Notre-Dame-des-Landes começou na década de 60 do século XX, quando o governo francês decidiu construir um aeroporto em terrenos agrícolas na região. Em janeiro deste ano, o governo recuou na decisão.

VÍDEO


pt.euronews.com
17
Mai18

Os enormes túneis subterrâneos de 12 mil anos de idade que se estendem pela Europa

António Garrochinho
Os arqueólogos descobriram, na moderna Alemanha, milhares de túneis subterrâneos que datam da Idade da Pedra. Esses dutos se estendem por toda a Europa, da Escócia à Turquia, deixando os pesquisadores intrigados sobre sua função original. Qual o propósito desses túneis enigmáticos? Eram usados como túmulos? Eram câmaras gigantes usadas em rituais religiosos? Eram esconderijos destinados a oferecer proteção contra depredadores ou simplesmente os protegeriam de uma catástrofe global?
Em todo o continente europeu, os arqueólogos começaram a explorar os diversos túneis. Muitos especialistas, entre eles o alemão Dr. Heinrich Kush, acreditam que essas passagens megalíticas foram usadas como estradas modernas, permitindo a transição de pessoas e se conectando a lugares distantes de toda a Europa. No livro "Segredos da porta subterrânea para um mundo antigo" (em alemão, Tore zur Unterwelt), o Dr. Kush afirma que as evidências dos túneis subterrâneos foram encontradas debaixo de dezenas de assentamentos neolíticos espalhados por toda a Europa.
Estas enormes galerias são chamadas muitas vezes de antigas estradas. Curiosamente, muitos destes grandes túneis ainda existem em toda a Europa e os pesquisadores estão começando a localizá-los e descobri-los para aprender mais sobre eles. O Dr. Kush afirma que "pela Europa, havia milhares desses túneis, desde o norte da Escócia até o Mediterrâneo. Se intercalam entre cantos e em alguns pontos os espaços são maiores, há assentos, câmaras de armazenamento e quartos. Nem todos se conectam, mas, juntos, é uma enorme e incrível rede subterrânea”.

17
Mai18

Governo suspende licenças para pesquisa de petróleo até 2019

António Garrochinho

O governo decidiu travar a atribuição de licenças para a prospeção e pesquisa de petróleo no mar português até ao final de 2019. “Estabelecemos uma moratória, não sendo possível atribuir novas licenças de pesquisa e prospeção de petróleo até ao fim desta legislatura”, anunciou Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, pouco depois da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ter concluído que o consórcio composto pela italiana Eni e pela Galp pode avançar com a realização de um furo para avaliar se existe petróleo a mais de 40 quilómetros ao largo de Aljezur.
A Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis tinha pedido à APA para avaliar ser era necessário realizar uma Avaliação de Impacte Ambiental ao projeto Sondagem de Pesquisa Santola 1X, na zona de Aljezur. A APA concluiu que não era preciso realizar esse estudo dado que “o projeto não é suscetível de provocar impactes negativos significativos”. Todavia, estipulou 50 medidas adicionais, que devem ser aplicadas com o desenrolar do processo.
“O governo acompanha esta decisão da APA e também as 50 medidas impostas, que tem a ver com questões de segurança e de limitação do risco ambiental, acreditando que estas medidas são adequadas ao projeto que está em causa”, explicou Santos Silva. Ainda assim, deixou uma garantia: “Esta decisão não coloca nenhuma alteração aquilo que é o compromisso de Portugal, assumido pelo governo, de sermos neutros em carbono até ao ano de 2050”.
Francisco Ferreira, da Associação Zero, não poupou críticas à decisão. “Para um país que se diz líder nas energias renováveis, e quer ser neutro em carbono até ao ano de 2050, é um desastre do ponto de vista da imagem e da coerência”, referiu ao DN/Dinheiro Vivo.
O ministro, no entanto, lembrou que, a confirmar-se a existência de reservas de petróleo no mar português, e se a exploração avançar – o que exigirá uma avaliação de impacto ambiental – isso pode ajudar no futuro a diminuir a fatura da importação de petróleo.
Principais beneficiários da decisão da APA e do anúncio do Governo, nem a Eni nem a Galp quiseram comentar os desenvolvimentos ao projeto, quando contactadas pelo Dinheiro Vivo. O tema da prospeção de petróleo em Portugal é central para a Galp.
“Estamos a cumprir todo o nosso plano, como foi planeado”, garantiu Carlos Gomes da Silva, o CEO da empresa, em fevereiro, no Capital Markets Day 2018, que decorreu em Londres. Nessa altura, apontava ainda o início dos trabalhos para a habitual janela temporal com boas condições climatéricas, entre abril e junho, que agora foi adiada para setembro/outubro.
A italiana Eni, que detém 70% do consórcio, tinha já apontado a data de início da perfuração de petróleo na costa vicentina “entre o fim do terceiro trimestre e o início do quarto trimestre de 2018”, com a duração das atividades de perfuração (para avaliar a presença de hidrocarbonetos líquidos) estimada em 46 dias. A petrolífera italiana acredita que este furo “poderá ajudar a equilibrar as necessidades energéticas de Portugal”.
Em janeiro, o Governo deu “luz verde” ao adiamento por mais um ano do período inicial da prospeção, por considerar que o atraso não é da responsabilidade do consórcio. No despacho assinado a 8 de janeiro, o secretário de Estado da Energia, Seguro Sanches, citado pelo Expresso, disse estar a agir “na prossecução do interesse público”, para evitar indemnizações ao consórcio, que já teria realizado “investimentos superiores a 76 milhões de euros”.

www.dinheirovivo.pt

17
Mai18

Câmara de Almada subtrai apoio à Cultura

António Garrochinho


A Plataforma Cultural de Almada critica os «injustificáveis» cortes financeiros e denuncia: «o presente Executivo tem dado mostras de uma inoperabilidade surpreendente, no que toca à cultura».

Companhia de Dança de Almada
Companhia de Dança de AlmadaCréditos/ Cardapio
Na reunião pública da Câmara de Almada (PS), ontem realizada, os grupos de teatro e de artes performativas, através da Plataforma Cultural da cidade, criticaram o facto de, «passados mais de seis meses sobre a tomada de posse, o presente Executivo tem dado mostras de uma inoperabilidade surpreendente, no que toca à cultura». 
Na comunicação pedem que a autarquia liderada por Inês de Medeiros inicie, desde já, «um diálogo informado e respeitoso com os agentes no terreno para a elaboração de uma política cultural sustentada para o presente quadriénio» e «honre os compromissos financeiros vigentes entre o Município e os grupos».
A lista de críticas é encabeçada pelas companhias protocoladas – a Companhia de Teatro de AlmadaTeatro Extremo e Companhia de Dança de Almada, que «sofreram cortes financeiros injustificáveis», colocando «em risco» a «prossecução do seu trabalho para os próximos quatro anos». 
Além de não terem sido ainda pagos os cachês da Mostra de Teatro, realizada em Novembro, e da Linha de Apoio à Actividade Teatral para 2018 ainda não ter sido lançada, «pondo em causa a actividade de uma vintena de colectivos», os signatários denunciam o facto de os mecanismos de apoio associativo existentes estarem «bloqueados, através de despropositadas e mesquinhas exigências burocráticas». 
Acrescentam que a organização conjunta da Mostra de Teatro deste ano «está suspensa» e condenam o «asfixiamento» da actividade do Teatro Municipal António Assunção «por via de um sub-financiamento que ignora e desonra um protocolo vigente».
A plataforma admite estar em risco a caracterização de Almada como «Cidade do Teatro», sublinhando que representa «um dos concelhos onde mais se conquistou no campo da Cultura, como demonstra o prestígio que Almada goza, como município e comunidade, em todo o País».

Nem no tempo da troika

Numa carta enviada às redacções, o Teatro Extremo acrescenta que «Almada é uma cidade associada à Cultura, porque sempre soube valorizar o que possuía: as suas gentes e as estruturas artísticas que se foram formando num processo criativo sempre em movimento».
Quanto à perda de financiamento por parte da autarquia, ressalva que «nem nos tempos mais negros da troika [isso] sucedeu». 
No que respeita a este grupo de teatro, o corte é de quase 18% relativamente a 2017. O grupo explica que, apesar de no protocolo estabelecido com o Município para este ano, o reordenamento das verbas até aumente nominalmente o financiamento ao «Sementes», «esse rearranjo foi feito à custa da transferência das verbas anteriormente destinadas à produção e criação do Teatro Extremo e não por qualquer apoio suplementar, o que enfraquece a sua capacidade de ser uma proposta artística alternativa para a livre escolha da população do concelho».
«A Cidade do Teatro é feita por cidadãos informados e exigentes, agentes activos e não passivos, eles próprios criadores do seu advir e que, como tal, não deixarão de manifestar igualmente a sua incompreensão pelo desinvestimento inexplicável», conclui.


www.abrilabril.pt
17
Mai18

CLÁSSICOS E NEO CLÁSSICOS

António Garrochinho


Carlos Matos Gomes in facebook

Clássicos e neoclássicos. Argumentum baculinum – argumento do cacete. Argumentos do C. Clássicos. Nero incendiou Roma e acusou os cristãos, por serem intrinsecamente maus e ameaçadores. Hitler incendiou o Reichstag e acusou os comunistas, os ameaçadores. Para Bruno de Carvalho, a violência é chata, mas o crime faz parte do dia a dia. A culpa do crime é do dia a dia. Para os neoclássicos de recorte internacional, o argumento continua a ser o do cacete: Para Trump e Netanyahou, foram os palestinianos que - ab abrupto -, aproveitando o facto de não poderem sair do seu campo de concentração em Gaza, atacaram os pacíficos israelitas e se intrometeram na trajectória das suas balas. Argumentum baculinum. Que sit tibi terra levis. Que a terra seja leve aos neoclássicos.

17
Mai18

ALCOCHETE

António Garrochinho



Quando as estações televisivas fazem longos diretos com os borra-botas em coluna fascista atravessando a cidade à ida e vinda de um jogo de futebol. Quando se mandam polícias pastorear borra-botas pela cidade. Quando os líderes dos clubes são boquirrotos. Quando as capas de jornais desportivos privilegiam as palavras dos boquirrotos em vez do rasgo corrido de Gelson. Quando colunistas de jornais aceitam mostrar-se indigentes, já que o assunto é, julgam eles, só de camisola e emblema. Quando essa arte e ciência que encanta miúdos e velhos é comentada em prime time por tipos talvez de meia-idade e certamente com um terço de inteligência. Quando, com muito share, insultos recíprocos são trocados por gente paga, cara e cara separadas por um palmo mas nunca havendo um gesto honrado que desagrave os desaforos lançados nos perdigotos. Quando as assembleias gerais presididas por bombeiros incendiários têm mais destaque do que o ato luminoso do Perdigão, do Desportivo de Chaves, a cuidar de uma bola. Quando os talentosos Paulinho, do Braga, e o Rafa, do Portimonense, são menos conhecidos do que o Pedro Guerra e o Francisco J. Marques, cujas conversetas têm o dom de tornar a alma dos adeptos mais pequena. Quando se vandaliza em grupo uma estação de serviço e já nem se noticia porque o autocarro dos gatunos e brutos vai a caminho de um estádio... Então, quando tantos miseráveis quandos se acumulam, arriscamo-nos a ver um admirável, forte e grande Bas Dost ferido e com uma lágrima por nós todos.


Ferreira Fernandes
DN
17
Mai18

Que desculpas esfarrapadas, Augusto!

António Garrochinho


Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros e número dois na hierarquia do governo, optou por utilizar argumentos muito pouco sustentáveis para justificar a decisão de autorizar o furo para pesquisa de petróleo por parte do consórcio ENI/GALP ao largo de Aljezur, dispensando qualquer estudo de impacto ambiental.

Diz o ministro que “a confirmarem-se reservas de petróleo ao largo de Aljezur, servirão para diminuir a dependência de Portugal das importações do combustível fóssil”. Diz ainda que o Governo "tem interesse em conhecer os recursos petrolíferos na costa portuguesa".

Acontece que o contrato assinado com a ENI/GALP nada diz sobre o destino a dar a eventuais descobertas de petróleo. Como faria qualquer empresa privada, caso descubra petróleo, o consórcio vendê-lo-á nos mercados internacionais a quem pagar mais, guardando para si os lucros e pagando uma miséria ao Estado português (ver mais sobre isto aqui).

Vale a pena também ter presente que o contrato não visa a simples prospecção (para ver se há ou não petróleo no fundo do mar), antes assegura ao consórcio o direito de explorar eventuais descobertas, pagando uma miséria ao Estado português e deixando para este mesmo Estado os custos de eventuais acidentes ambientais de grandes de dimensões (que são raros, mas acontecem).

Não sei se o governo fez tudo o que estava ao seu alcance para cancelar estes contratos lesivos para o interesse público. Se o fez e não foi bem sucedido bastava dizer que os compromissos assumidos têm de ser respeitados. Não precisámos do resto.


17
Mai18

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP Sobre actos de violência recentes no campo desportivo

António Garrochinho



O desporto é um factor do processo global de desenvolvimento que compete ao Estado promover quer quanto à democratizacção da sua prática quer quanto aos valores que o devem rodear.
Contribuir para elevar a consciência de que o desporto é um direito que uma sociedade democrática deve realizar, e não um espaço para agitar animosidades, rivalidades e conflitos, deve ser inscrito como objectivo.
A pedagogia do desporto, a começar no desporto escolar, e os valores a ele associados de solidariedade, de superação competitiva e de usufruto lúdico, deve estar no centro da acção política.
Condenando as manifestações de violência que se têm registado no campo desportivo, o PCP sublinha que os acontecimentos recentes em torno do futebol, com as dinâmicas específicas que os envolvem, não são separáveis de expressões anti-democráticas como a conflitualidade gratuita, o populismo ou o incentivo ao ódio, mais amplamente disseminadas na sociedade.
Mais do que nova legislação, o que se impõe é o cumprimento efectivo da legislação já hoje existente relativa à violência no desporto e ao combate à actividade criminosa.

www.pcp.pt

17
Mai18

Amigos da onça, sabotadores e outros que tais

António Garrochinho



1. Há coisa de trinta anos, quando ainda era recente a minha militância no Partido Socialista, costumava frequentar a sede do Rato a pretexto das excelentes conferências aí propiciadas no âmbito do Gabinete de Estudos. Numa delas deliciei-me com a aula aprofundada, que João Cravinho ministrou evidenciando notável clareza no que estava a acontecer numa altura em que emergia um novo mais que tudo das direitas, vindo de Boliqueime para, durante duas dúzias de anos (com um breve intervalo de permeio) dar cabo da vida de muitos portugueses das classes mais desfavorecidas.
Na altura ganhei tal admiração por quem fora Ministro da Indústria e Tecnologia num dos governos de Vasco Gonçalves, que o acreditei capaz de grandes feitos pelo país e pelos seus cidadãos. Infelizmente, quando voltou a ocupar cargo ministerial durante o governo de António Guterres não lhe vislumbrei o tal grão-de-asa para que o julgara talhado.
De aí por diante fui-lhe acompanhando os passos sem voltar a encontrar-lhe esses méritos. Mas as suas posições mais recentes, não só dizendo pior de Sócrates, que Maomé do toucinho, e logo pondo em causa os que com ele tinham sido ministros, demonstra o quanto a idade teve nele três efeitos coincidentes: por um lado a falta de gratidão por quem o nomeou para cargo muitíssimo prestigiado, e ainda melhor remunerado no BERD (Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento  ); por outro a manifesta a falta de discernimento de quem deixou de compreender a diferença entre o essencial e o acessório; e, finalmente, o despeito por ninguém mais dele se ter lembrado no Partido onde julgou trilhar carreira, que ambicionaria recompensada com outro tipo de consideração.
A exemplo de outras personalidades políticas, que me chegaram a suscitar justificada admiração numa determinada altura e depois se transformaram em caricaturas ao estilo de Mr. Hyde, João Cravinho faz jus à mesma fórmula com que Donald Tusk mimou o seu homónimo na Casa Branca: com um «amigo» assim o PS dispensa quaisquer outros inimigos...
2. Parece que as direitas não ficaram nada satisfeitas com a nomeação do novo diretor da Polícia Judiciária., oriundo da Unidade Nacional Contra o Terrorismo. Esperemos que ele traga consigo saber e competência bastante para desarmadilhar muitas das minas por elas lançadas quotidianamente através dos pasquins do costume e que visam pôr em causa a honorabilidade dos membros do Governo.
A substituição dos detentores de altos cargos da Administração Pública, que terão sido nomeados ou passado incólumes durante o período do governo de Passos Coelho, poderá facilitar o sucesso de quem, em cada ministério, tem de olhar à volta para adotar as melhores estratégias sem se esquecer das possíveis sabotagens praticadas na retaguarda.
3. Os acontecimentos criminosos relacionados com o Sporting estão a ocupar tempo demais nas televisões, mas têm sido elas as maiores fomentadoras da ambiência pútrida em que anda mergulhado o mundo do futebol nacional. Se o Fado se reciclou com a inteligência e o talento de muitos dos seus novos intérpretes e se Fátima tende a perder influência à medida, que a razão ditar as cabeças de quem ali busca inexistentes transcendências, o Futebol tornou-se no super F alienador, eficaz na capacidade em estupidificar quem nele investe as emoções, que melhor seriam aplicadas em lutar pela alteração das causas propiciadoras das suas frustrações. O país muito ganharia se as catarses dos seus explorados se virassem contra os que os exploram de forma obscena (vide a comparação das remunerações dos administradores das empresas cotadas com os dos trabalhadores nelas empregados!)
4. As cotações na Bolsa de Xangai estão em alta e prometem assim continuar. Inteligentemente o regime de Pequim vai sorrateiramente ocupando os espaços vazios abandonados por Trump, que prometendo tornar a América grande, lhe vai diminuindo rapidamente a influência. Se a China estava fadada para se tornar na maior das superpotências do século XXI, o pato-bravo da Casa Branca abre-lhe autoestradas para que o acesso a essa liderança mundial se torne mais fácil...
5. Ainda ontem dizia a uns amigos que quem compra artigos no IKEA deveria levar um tiro por ser marca criada por um nunca arrependido nazi. Daí que ninguém me venha alguma vez a encontrar nos seus corredores. E, do mesmo modo, também a Amazon ou a Starbucks podem esperar sentadas se têm alguma expetativa de me fazerem seu cliente. Razão para isso: a odiosa conduta perante a Câmara de Seattle que quis criar uma taxa municipal às empresas mais lucrativas da cidade a fim de coletar verbas para socorrer aos sem-abrigo da cidade. Resultado: comprou uma guerra, que a obrigou a recuar, baixando a taxa de 500 dólares anuais por empregado para uns mais exíguos 275. E, no entanto, quaisquer das empresas abrangidas pela nova legislação apresentou lucros de muitos milhões no ano transato. Boicote ativo contra o seu crapuloso comportamento é o mínimo que elas merecem...
17
Mai18

17 de Maio de 1749: Nasce Edward Jenner, responsável pela descoberta da vacinação contra a varíola

António Garrochinho


Edward Jenner nasceu na localidade inglesa de Berkeley, no dia 17 de Maio de 1749. Com apenas treze anos de idade já ajudava um cirurgião em Bristol. Formou-se em Medicina em Londres, e logo em seguida retornou à sua cidade natal, onde realizou experiências relativas à varíola, na época uma das doenças mais temidas pela humanidade.

Ao observar que pessoas que ordenhavam vacas não contraíam a varíola, desde que tivessem adquirido a forma animal da doença, Jenner extraiu o pus da mão de uma ordenhadora que havia contraído a varíola bovina e inoculou-o num menino saudável, James Phipps, de oito anos, em 4 de Maio de 1796. O menino contraiu a doença de forma branda e logo ficou curado. No dia 1 de Julho, Jenner inoculou no mesmo menino líquido extraído de uma pústula de varíola humana. James não contraiu a doença, o que significava que estava imune à varíola. 

A princípio, a experiência não obteve reconhecimento, apesar de, em 1878, Jenner ter publicado a sua pesquisa no livro “An Inquiry into the Causes and Effects of the Variolae Vaccinae, a Disease Known by the Name of Cow Pox".

O reconhecimento no seu país só foi alcançado após médicos de outros países adoptarem a vacinação e obterem resultados positivos. A partir de então, Edward Jenner ficou famoso por ter inventado a vacina.


wikipedia (imagens)

Edward Jenner by James Northcote.jpg
Edward Jenner - Retrato de James Northcote

Edward Jenner aconselha um agricultor  a vacinar a sua família
17
Mai18

Defesa e promoção da Paz no Algarve

António Garrochinho


defesa e promocao da paz no algarve 1 20180516 1353736307
O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) promoveu, em parceria com diversas entidades, um diversificado programa de ações de educação para a paz e de cultura da paz, no Algarve, durante os dias 9 e 10 de Maio, envolvendo centenas de pessoas, em que participaram Ilda Figueiredo, presidente da direcção do CPPC, Sofia Costa do núcleo local do CPPC e Isa Martins do SPZS.
As iniciativas incluíram, na área da educação para a paz, debates com jovens e professores da Escola Secundária Dr.ª Laura Ayres, em Quarteira, da Escola Secundária de Loulé e da Escola Secundária Tomás Cabreira, em Faro e com pais e encarregados de educação, na Casa da 1.ª Infância, em Loulé.
Na área da cultura para a Paz merece especial destaque a sessão cultural «Sons, Cores e palavras pela Paz», no Club Farense, em Faro, em que participaram a Associação Consoante o Motivo, alunos do curso de Teatro da Escola Secundária Tomás Cabreira, que cantaram e leram poemas, os músicos Luís Galrito e António Hilário, o Grupo Coral II Capítulo, a artista plástica Dina Dias, do coletivo da PAS - Peace and Art Society, que pintou uma tela enquanto decorria a iniciativa e que no final a ofereceu ao CPPC.
A sessão no Club Farense foi apresentada por Sofia Costa, Ilda Figueiredo interveio destacando o papel do CPPC ao longo de dezenas de anos e dando particular importância à preocupante evolução da situação internacional no momento em que se comemoram os 73 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, destacando a campanha contra as armas nucleares, a exigência da dissolução da NATO e a solidariedade com a Palestina, a Síria e outros povos do Médio Oriente vítimas de ingerências externas e agressões, por parte dos EUA, Israel, Arábia Saudita, países da União Europeia e seus aliados.
Por último, merece também destaque a assinatura de um novo protocolo do CPPC com a Câmara Municipal de Silves, pelas respectivas presidentes, a que se seguiu a apresentação, pela Presidente da CM de Silves, Rosa Palma, do selos de Silves pela Paz e de uma palestra proferida por Ilda Figueiredo, no salão nobre da CMS.
Paralelamente às iniciativas distribuíram-se documentos do CPPC, designadamente o boletim Notícias da Paz, e recolheram-se assinaturas para a petição pela subscrição e ratificação, por parte de Portugal, do Tratado de Proibição de Armas Nucleares, aprovado no âmbito das Nações Unidas por 122 países.
A petição também está disponível em http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=nao-armas-nucleares

www.cppc.pt

17
Mai18

Israel, um Estado réprobo

António Garrochinho

Forças de segurança israelitas carregam sobre manifestantes palestinos que protestam contra a decisão de reconhecimento unilateral pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel. 15 de Dezembro de 2017, Jerusalém.
Forças de segurança israelitas carregam sobre manifestantes palestinos que protestam contra a decisão de reconhecimento unilateral pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel. 15 de Dezembro de 2017, Jerusalém.Créditos

Israel é um país fascista que pratica uma criminosa política de apartheid. Os sionistas carimbam de anti-semita quem o afirme, mesmo que o seu subscritor seja judeu ou descendente de judeus. É falso
Quando Israel, fundado em 14 de Maio de 1948, comemora 70 anos de existência, os palestinianos manifestam-se na Grande Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, assinalando a data em que começaram a ser violentamente despojados das suas terras, casas e locais de trabalho para que esse estado artificial fosse implantado.

Israel: um regime de apartheid

Quando os EUA deslocalizam a sua embaixada para Jerusalém, em rompimento do consenso internacional sobre o estatuto dessa cidade, bem patente no boicote generalizado aos festejos de Trump & companhia; quando Benjamin Netanyahu celebra esse sucesso e a vitória no Festival da Eurovisão, com uma canção e encenação parvóides, anunciando a próxima edição nessa cidade, numa declaração circense em linha com o número televisivo em que colocou em causa o acordo nuclear com o Irão – que o tem cumprido rigorosamente, como os inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica comprovam, sem margem para qualquer dúvida excepto para a dupla Trump / Netanyahu, que à verdade dizem nada com a regularidade dos dias se sucederem às noites – há que afirmar e sublinhar, com todas as letras, que Israel é um país fascista que pratica o apartheid e uma política criminosa. Há que o afirmar sem tergiversações sabendo-se que os sionistas, de forma cobarde, cínica e hipócrita, como é seu timbre, vão carimbar de anti-semita, de anti-judeu quem faça essa afirmação, mesmo que o seu subscritor seja judeu ou descendente de judeus. Nada mais falso. Têm uma bem implantada rede de cumplicidades para que essa mentira faça caminho.

Dos guetos judeus aos guetos palestinos foi um passo

Israel, país que desde a sua origem é um regime conservador e anti-democrático, nasce de um genocídio em que mais de 800 mil palestinianos foram violentamente excluídos das suas terras, das suas casas, para serem confinados – os que sobreviveram – em dois guetos, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Dois guetos que tem sido sistematicamente reduzidos territorialmente por uma delinquente política de colonatos internacionalmente condenada. Nunca Israel esteve disposto a aceitar que, naquela zona geográfica existissem dois Estados, como era intenção dos promotores do Estado de Israel. O seu objectivo foi sempre, continua a ser, a imposição do Grande Israel, a «pátria histórica» dos judeus, baseado numa interpretação do Génesis, da aliança entre Deus e Abraão, com fronteiras que ultrapassam mesmo a dos países limítrofes.

O sionismo, o nazismo e a «pátria histórica» dos judeus

Essa «pátria histórica» dos judeus foi, desde a origem do Movimento Sionista, defendida por um dos seus fundadores, Theodor Herzl, apoiando-se numa eficaz indústria cultural, bem sustentada numa rede comunicacional mercenária, que desde o início não teve apoio de toda a comunidade judaica, mas sim da sua burguesia e de importante sectores da burguesia não-judaica. São muitas as variantes dessa propaganda, vão-se afinando com os tempos, a começar pelo milagre económico do estado de Israel, adubado pelos 92 biliões de dólares dados pelos EUA como ajuda directa, quando a população de Israel era de uns três milhões, continuando a subsidiá-lo com verbas da ordem dos 10 biliões de dólares anuais. Outra das grandes vigas desse edifício de propaganda é a exploração do Holocausto, que transformaram numa rentável marca comercial, denunciada num estudo bem documentado de Norman Finkelstein, judeu filho de sobreviventes do Gueto de Varsóvia, que rasga as virginais vestes de putativas vítimas do holocausto envergadas pelos empresários da indústria do Holocausto1. O poder do lóbi judaico nos EUA actuou rapidamente como é sua norma, Finkelstein foi irradiado das universidades norte-americanas onde era professor.
A promiscuidade entre o nazismo de Hitler e o sionismo de Theodor Herzl tem a mesma raiz ideológica. Hitler, que afirmava e decretava a supremacia racial da raça ariana, que concretizou um dos piores massacres da história, com milhões de vítimas em que se destacam os judeus, era um apoiante do sionismo que, por seu turno, pratica uma política segregacionista, de forma diversa mas igualmente condenável, na base da raça judia e da nação judia, que já massacrou mais de seis milhões de palestinianos. Em 1933, a Federação Sionista da Alemanha enviou uma declaração ao Congresso do Partido Nacional-Socialista em que afirmava que «um renascimento da vida nacional como o que está a acontecer na vida alemã (…) deve também acontecer na nação judaica. A base de um novo Estado Nazi deve também ocorrer na formação de um Estado Nacional Judaico. Com os princípios de um novo Estado Nazi fundado no princípio da raça, devemos enquadrar a nossa comunidade com natureza similar para que se possa estruturar e desenvolver uma Pátria Judaica». A pátria judaica era Israel, nos territórios históricos de fronteiras redescobertos na leitura do Génesis.
«Se os judeus tivessem o seu próprio Estado, onde encontrariam o seu próprio lar, o problema judeu poder-se-ia considerar resolvido já no dia de hoje e pelos próprios judeus. Os verdadeiros sionistas são os que menos se têm oposto às ideias básicas das leis de Nuremberga»
FEDERAÇÃO SIONISTA DA ALEMANHA
São muitos e bem documentados os textos que evidenciam ambas as ideologias como análogas, centradas na etnicidade e no nacionalismo. Os interesses entre o Nacional Socialismo da Alemanha Nazi e o Sionismo Judaico cruzam-se, interceptam-se. Hitler não os desdenhava, tinha entre os seus primeiros financiadores bancos maioritariamente de capitais judeus. A relação entre o sionismo, apartheid e nazismo tem um longo historial que os sionistas de hoje, empurrados pelos ventos da história, procuram por todos os meios ao seu alcance ocultar, mas que é revelado, contundente e diariamente, nas suas práticas e pelos conúbios calhordas e sornas que plantam. Bastante eficazes mas sem poderem apagar nem escusar, ainda que sejam pertinazes em negar, todas as evidências: que na introdução às leis raciais proclamadas pelos nazis em Nuremberga, em 1935, tenha sido escrito: «Se os judeus tivessem o seu próprio Estado, onde encontrariam o seu próprio lar, o problema judeu poder-se-ia considerar resolvido já no dia de hoje e pelos próprios judeus. Os verdadeiros sionistas são os que menos se têm oposto às ideias básicas das leis de Nuremberga, sabem que estas leis são a única solução válida para o povo judeu». Nem rasurar o que Reinhardt Heydrich, chefe dos Serviços de Segurança das SS, depois nomeado Protector dos territórios checoslovacos incorporados no III Reich, escreveu em O Inimigo Visível: «Devemos dividir os judeus em duas categorias: os sionistas e os partidários da assimilação. Os sionistas defendem uma concepção de estado rigorosamente racial, mediante a emigração para a Palestina, prontos para construir o seu próprio Estado (…). Os nossos melhores votos e a nossa melhor boa vontade oficial para que o consigam».
«Devemos dividir os judeus em duas categorias: os sionistas e os partidários da assimilação. Os sionistas defendem uma concepção de estado rigorosamente racial, mediante a emigração para a Palestina, prontos para construir o seu próprio Estado (…). Os nossos melhores votos e a nossa melhor boa vontade oficial para que o consigam»
REINHARDT HEYDRICH, O INIMIGO INVISÍVEL
Encapotam que em 1941, o Herut. partido político de Itzhak Shamir, hoje Likud, concluiu um pacto militar com o 3.º Reich alemão com objectivo de fundar um Estado, mesmo que fosse sob a sua égide colonial. A colaboração já vinha do Imperador Guilherme II que os tinha apoiado financeiramente. Em 1944 o movimento sionista faz um acordo com Adolf Eichmann. David Ben Gurion, do movimento sionista, enviou um seu representante, Rudolph Kastner, para se encontrar com Eichmann na Hungria e concluir um acordo em que os sionistas concordaram em manter silêncio sobre os planos de exterminação de 800 mil judeus húngaros e anular resistências, como tentaram sem êxito no gueto de Varsóvia. A moeda de troca era 600 líderes sionistas serem libertados pelos nazis e enviados para a Palestina. Um historial sórdido de acordos e colaboração entre sionistas e nazis, enquanto os nazis exterminavam milhões de judeus no Holocausto. Mais tarde, para lavar essas suas cumplicidades e traições aos judeus, a Mossad, a polícia secreta israelita, andou pelo mundo a caçar nazis como se os nazis não fossem seus comparsas ideológicos e como se durante o nazismo os sionistas não mantivessem com eles pontuais conivências.

O mito de «uma terra sem povo» e um «povo sem terra»

O mito original de Israel é a Palestina ser uma «terra sem povo» e os judeus um «povo sem terra», «eleito por Deus» com «direito histórico sagrado». A Palestina, era apresentada, por esses falsificadores da história e da geografia, como uma terra vazia, habitada por populações nómadas. Terra vazia à espera dos judeus, um povo sem terra, originário de uma Palestina do Antigo Testamento, que teriam o direito de ocupar. Contrariando essa versão, os primeiros núcleos de colonos, promovidos pelo movimento sionista, expulsaram manu militari a população palestiniana autóctone que aí vivia e trabalhava. É esse mito que leva à partilha da Palestina pela ONU, em 1947, feita sem nenhuma consulta à população local, com o objetivo de formar dois Estados, o que nunca esteve nas cogitações dos sionistas os quais, tendo obtido um grande apoio económico – recursos financeiros de empresários judeus e não-judeus – e político – apoio nacional e internacional de governos – nunca respeitou os direitos básicos dos palestinianos. Começaram a sua organização militar com grupos paramilitares/terroristas que espalharam o pânico entre a população árabe-palestiniana, grupos esses que, depois de 1948, se transformam nas Forças Armadas de Israel, continuando a disseminar o terror, apesar das resistências internas de grupos pacifistas judeus que se opõem a essas políticas iníquas e da deserção de soldados das Forças Armadas de Israel, até significativa no quadro político-social que se vive em Israel.

Israel: o mito da democracia

O outro mito é Israel ser uma democracia. O governo de Israel é composto inteiramente por sionistas, que negam discutir o direito do retorno dos refugiados palestinianos às suas terras de origem. Israel é um estado confessional, como são muitos dos estados árabes do Médio-Oriente. Pela legislação existente em Israel, é necessário provar, por critérios religiosos ortodoxos judeus, a ascendência judaica por linhagem materna até à quarta geração, para poder possuir terra, trabalhar na terra ou mesmo sublocá-la. A Suprema Corte em Israel ratificou que Israel é o Estado do povo judeu e que, para participar da vida política israelita, organizar um partido político, uma organização política ou mesmo um clube público, é necessário afirmar que se aceita o carácter exclusivamente judeu do Estado de Israel. É um Estado colonial racista. Um Estado com paralelos na Alemanha Nazi, suportado na supremacia e pureza da raça ariana ou na segregação racial das leis Jim Crow nos EUA, na extinta Rodésia ou na África do Sul até 1990.
Israel impôs-se como o braço armado do imperialismo no Médio-Oriente, aliando-se aos estados árabes mais ditatoriais e reaccionários. É o instrumento através do qual qualquer hipótese de revolução árabe progressista é esmagada e com o qual se controla qualquer país do Médio-Oriente, seja qual for o seu regime, que tentar escapar à órbita do imperialismo norte-americano, como é bem verificável nos sucessos dos últimos anos2.
É um estado criminoso e terrorista que impõe uma política de terra queimada na Palestina desagregando os territórios em que tinham sido confinados os palestinianos com a política de colonatos, contra o direito internacional, rasgando com grande descaramento e o silêncio complacente do ocidente as Resoluções da ONU que o condenem. O cúmulo da doblez, da dissimulação, da insolência e da arrogância de Israel, 59.º membro da ONU reconhecido em 1949, é ter conseguido que a narrativa sionista, em 2005, numa sessão especial da Assembleia Geral, fosse adoptada numa resolução pela Recordação Anual do Holocausto. Suprema ironia da história, um estado xenófobo e racista, em que os seus fundadores colaboraram, do primeiro ao último minuto, com os nazis, ser o promotor de uma iniciativa em que se recorda e condena um crime maior contra a humanidade, que vitimou milhões de judeus, crime que muitos ainda persistem em negar. Assim se branqueia a história com uma eficácia exemplar.
Os judeus tem um historial de séculos em que foram perseguidos, por toda a Europa, sofrendo ataques violentíssimos que lhes destruíram vidas e modos de vida, casas e centros religiosos. Foram acções espontâneas ou premeditadas com um rasto de milhões de vítimas. Isso gerou um ethos entre os judeus, sem que isso significasse uma comunidade coesa. Inclusivamente fez germinar um movimento judaico que, inspirado em ideias marxistas e anticolonialistas, aspirava a um estado judaico socialista. Os sionistas, ao contrário do querem fazer crer, nunca representaram os judeus como Max Weber assinala, referindo-se à comunidade judaica alemã: «no caso dos judeus, por exemplo, excepto pelos círculos sionistas e a acção de certas associações promovendo especificamente interesses judaicos, portanto, existem apenas relações solidárias apenas para uma parte relativamente pequena; certamente, judeus frequentemente repudiam a existência de uma “comunidade” judaica»3. Os sionistas subverteram e sepultaram todos essas esperanças. Enterraram-nas bem fundo manipulando sem vergonha e da forma mais despudorada a heróica história de resistência dos judeus.
Têm os judeus direito a um país, ainda que a solução mais justa fosse radicar na Palestina um país multi-étnico, multi-religioso, completamente desmilitarizado. Um território onde convivessem judeus, muçulmanos, cristãos, outros crenças religiosas e não crentes, em igualdade de direitos como muitos prestigiados intelectuais, como o historiador judeu Ilan Pappe, expatriado para Inglaterra, tem defendido4.
Um projecto invalidado por Israel, um estado artificial, fautor de inúmeros crimes; pelo ocidente e também pelos estados árabes, igualmente desenhados a régua e esquadro pelas potências coloniais; todos movidos por interesses económicos e militares a mando do imperialismo norte-americano que é capaz de tudo para sobreviver.
Israel, que pratica uma política terrorista desde a sua fundação, cola o selo de terrorista a quem lute ou se oponha a essa sua política, seja ou não seja terrorista. Também o fazem às organizações que têm espalhado o terrorismo pelo mundo sendo que muitas dessas organizações são seus aliados objectivos e até chegam a receber um vasto leque de apoios como se tem vindo a assistir na Síria. Nada que provoque admiração num país que pratica, dessa a sua fundação, políticas dúplices bem ao estilo do sionismo, que desde sempre utilizou em seu proveito o imenso sofrimento dos judeus em séculos de bárbaras perseguições, enquanto os traía com um dos seus piores carrascos, os nazis. Conta com a cumplicidade da plutocracia que domina os media e com a indulgência dos poderes políticos para manter uma bem activa e oleada máquina de propaganda que lhes permite ser um dos estados mais violadores do direito internacional, sem sofrer qualquer sanção. Gozam de uma escandalosa impunidade à sombra das enormes mentiras que têm propalado sendo capazes de trair tudo e todos, como os sionistas sempre fizeram, a começar pelos judeus, não recuando perante nada que entrave o que resulte em proveito próprio e das classes que são o seu suporte político.
Condenar Israel e o sionismo, é estar ao lado dos judeus e dos semitas, como o fazem diversos movimentos por todo o mundo e a rede internacional de judeus anti-sionistas na sua página na internet.
Boicotar Israel é uma exigência de todos os que acreditam nos valores humanistas, nos direitos do homem, na dignidade humana.

Outra bibliografia

Braia, Nathaniel. Apartheid em Israel, Editora AlfaOmega (2002)
Buzetto, Marcelo. A Questão Palestina, Guerra, Política e Relações Internacionais, Expressão Popular (2016)
Martinez, Brandon. Grand Deceptions, Zionist Intrigue in the 20th e 21st Centuries, Create Espace (2016)
Schoerman, Ralph. The Hidden History of Zionism, Veritas Press (1998)
  • 1.Ver Finkelstein, Norman. A Indústria do Holocausto, Antígona (1998).
  • 2.Sobre a ambição imperial americana, nesta região mas também a nível global, ver, de Chomsky, Noam; Gagnon, Bruce; Kelly, Kathy; McKinney, Cynthia; Pappe, Ilan; Pilger, John; Ramsay, Robin; Terrell, Brian (Authors); Coles, T. J. (Editor), Voices for Peace: War, Resistance, and America’s Quest for Full-spectrum Dominance, Clairview Books (2017).
  • 3.Ver Weber, Max. Sociologia das Religiões, Relógio d’Água (2007).
  • 4.Ver, do autor, Limpeza Étnica da Palestina, Edições Sudermann, São Paulo (2016) e The Biggest Prison on the Earth, A History of Occupied Territories, Oneworld Publications (2016).

www.abrilabril.pt

17
Mai18

Mais 200milhões

António Garrochinho


Do ultimo QREN de responsabilidade do anterior governo há mais de 200 milhões de euros que já são considerados irrecuperáveis e que serão pagos pelos suspeitos do costume : os contribuintes .
Será que Rui Rio, Marques Mendes , Passos e Maria Luís & Portas também vão pedir a lista dos grandes devedores?
Depois da banca , da corrupção, dos benefícios fiscais ainda vamos pagar os milhões incobráveis dos fundos estruturais.
Depois Centeno , os comentadores neo liberais e todos os Danieis Bessas dirão que não há dinheiro .


foicebook.blogspot.pt
17
Mai18

NOS ITALIANOS E A SUA POLÍTICA NADA VEM DE FIÁVEL, ESTAS POSIÇÕES NADAM TÊM A VER COM A EMANCIPAÇÃO DOS QUE TRABALHAM E SOFREM NO MUNDO - Itália à beira de acordo desafia a UE e estende a mão à Rússia

António Garrochinho

Luigi di Maio diz que está preparado para ficar fora do governo, tal como Matteo Salvini, se isso for necessário para garantir acordo


Di Maio e Salvini discutem medidas que põem em causa zona euro. A nível internacional, pedem o fim de sanções contra Moscovo e falam de Putin como "interlocutor estratégico"
O acordo de governo em Itália entre o Movimento 5 Estrelas (M5E), de Luigi di Maio, e a Liga Norte, de Matteo Salvini, está por horas e inclui vários aspetos que fazem soar as campainhas de alarme na União Europeia (UE), como um mecanismo que permita a saída da zona euro ou um pedido de perdão da dívida. Ao mesmo tempo, a nível da política externa, os dois partidos estendem a mão à Rússia, exigindo o "fim imediato" das sanções europeias e defendendo uma abertura a Moscovo.
"Confirmamos a nossa ligação à NATO, com os EUA como aliado privilegiado e uma abertura à Rússia, que não deve ser vista como uma ameaça, mas como um parceiro económico e comercial", diz o rascunho do acordo entre Di Maio e Salvini, ao qual o site Huffington Post italiano teve acesso. Coloca ainda o presidente Vladimir Putin como "interlocutor estratégico" em zonas de conflito como a Síria ou a Líbia, pedindo o "fim imediato" das sanções europeias contra a Rússia.
Os 28 introduziram as sanções pela primeira vez em 31 de julho de 2014, por um período de um ano, em resposta às ações da Rússia que estavam a desestabilizar a situação na Ucrânia, e foram reforçadas em setembro de 2014. Visam os setores das finanças, da energia ou da defesa e têm sido prorrogadas - a última vez, em dezembro, até 31 de julho. Entretanto, a relação da UE com Moscovo deteriorou-se mais devido ao caso Skripal - Londres acusou a Rússia de estar por detrás do envenenamento do ex-espião e da sua filha no Reino Unido, com vários países europeus a expulsarem diplomatas russos.
Mas os sinais de alarme na UE com o rascunho do acordo entre os dois partidos eurocéticos, que saíram vencedores das eleições inconclusivas de 4 de março, vão além da política internacional. Ontem, a ideia de que o futuro governo poderia avançar para a saída do euro, renegociar os tratados europeus (falaram em recuar aos parâmetros pré-Maastricht, o tratado que lançou as bases da união monetária) ou pedir ao Banco Central Europeu o perdão de uma dívida de 250 mil milhões levou à queda da bolsa de Milão.
Mesmo que estas ideias não vão para a frente, com os dois partidos a dizerem que o rascunho datava de segunda-feira e já estava ultrapassado (nomeadamente quanto à moeda única, que não põem em causa), o tom das medidas previstas no rascunho preocupa os mercados e os analistas. "Destruir a Itália para prejudicar a Europa", escreveu o jornal La Repubblica. Salvini rejeitou as críticas e os "insultos" dos media, nomeadamente do Financial Times, que escreveu que "Roma abriu as portas aos bárbaros modernos". Num vídeo no seu Facebook, o líder da Liga Norte respondeu: "É melhor os bárbaros do que os lacaios que vendem a dignidade, o futuro, as empresas e até as fronteiras da Itália. Os italianos em primeiro!"
Por seu lado, Di Maio disse que o governo estaria disponível para dialogar com a UE, mas não para receber ordens dela. "Vai haver diálogo com a Europa, mas não nos vamos subordinar aos eurocratas", afirmou, dizendo perceber que "o acordo possa assustar parte dos burocratas europeus". Antes, já o fundador do M5E, o ex-humorista Beppe Grillo, tinha deixado críticas numa entrevista à Newsweek. "A UE teve muitos méritos no passado, mas agora é disfuncional. Precisa de reforma. O Parlamento Europeu não tem poder, as decisões são tomadas pelos comissários. E, se olharmos para quem está nas comissões, encontramos um político rodeado de sete lobistas. Adivinhem quem toma as decisões?" Grillo defendeu uma "visão da Europa inspirada no modelo suíço de democracia direta", apoiando "um referendo consultivo sobre o euro" e a existência de dois euros diferentes, um para o norte e outro para o sul da Europa.
Os dois líderes estão disponíveis para abdicar de um cargo no executivo para garantir o acordo. "Espero poder estar envolvido no governo, para me pôr à prova. Mas, se for necessário, eu e o Salvini estamos disponíveis para ficar de fora", explicou o líder do M5E. Segundo o rascunho do acordo, será criado um "comité de conciliação", uma estrutura ligada aos partidos e paralela ao governo que será a responsável por resolver os desacordos entre ambos.
RASCUNHO DO ACORDO
"Ultrapassado"
> O rascunho de 39 páginas do acordo de governo, ao qual o Huffington Post italiano teve acesso, datava de 14 de maio. Segundo o M5E e a Liga Norte, está "ultrapassado" e foi "amplamente modificado".
Saída do euro
> O documento inicial falava na saída do euro, mas o discurso foi suavizado. Defendem agora um mecanismo "económico e judicial" para a saída de "forma acordada" se existir "uma vontade popular clara" nesse sentido.
Anulação da dívida
> Uma das medidas é pedir ao Banco Central Europeu (BCE) o perdão de 250 mil milhões de euros da dívida, comprados ao abrigo do quantitative easing. Mas a Liga negou este ponto, dizendo querer contudo que o BCE não contabilize esses títulos quando calcula o nível da dívida (hoje mais de 130% do PIB) para o pacto de estabilidade. A coligação quer cortar nos impostos, rasgar a reforma das pensões de 2011 e garantir um rendimento mínimo para os mais pobres - o que vai custar caro aos cofres públicos.
Imigração
> Partidos dizem que a situação é "insustentável" e defendem um "papel mais decisivo" nas negociações europeias, exigindo que os imigrantes sejam distribuídos pelos Estados membros e não tenham de pedir asilo no país de entrada.

www.dn.pt

17
Mai18

AQUI ESTÁ MAIS UMA OPINIÃO VINDA DAQUELA SEITA QUE NEGOCEIA COM A MORTE EVOCANDO AMOR, ÉTICA E MORAL COISA QUE DESCONHECEM- Podemos aceitar uma lei que vai trazer ainda mais sofrimento?

António Garrochinho


Padre José Nuno Ferrreira da Silva diz que bioética tem de fazer parte deste debate
Padre José Nuno Ferreira da Silva, capelão durante 18 anos do Hospital são João no Porto, doutorado em bioética e professor, defende que quem professa uma religião tem de agir no debate sobre a morte assistida
O presidente francês disse-o há dias e ontem um dos oradores da conferência sobre Como Cuidar com Compaixão repetiu-o para a audiência que estava presente no salão da Academia de Ciências de Lisboa. "Estou aqui para vos dizer que a República espera muito de vós, e espera de vós três dons: sabedoria, compromisso e liberdade." A mensagem estava lançada pelo padre José Nuno Ferreira da Silva sobre o que todos os que ali estavam e que integram comunidades religiosas têm de fazer perante o debate que está a ser desenvolvido na sociedade portuguesa sobre a morte assistida.
"A intervenção é necessária", disse. "Este é o contributo que a sociedade precisa de receber das comunidades. Temos de intervir, temos liberdade para intervir, se não o fizermos há coisas que ficarão comprometidas", disse o sacerdote, que foi capelão durante 18 anos no Hospital São João, no Porto, professor e doutorado em bioética.
José Nuno Ferreira da Silva falava na conferência organizada pelo grupo de trabalho Inter-Religioso - Saúde, que reúne evangelistas, judeus, hindus, muçulmanos, católicos, ortodoxos, budistas e adventistas, e alertou para o facto de "não podermos ser dogmáticos nem fundamentalistas". "Mas o que temos de fazer, temos de o fazer", disse, acrescentando: "Somos herdeiros e sujeitos de uma sabedoria que vem de sempre." No seu discurso evocou a ética e o facto de a bioética não poder estar dissociada do debate sobre a "vida do homem. Pode ser grave se não estiver presente", argumentou. "As religiões não têm o monopólio da verdade. O seu discurso é um serviço e não podemos pretender que seja entendido como uma verdade categórica, mas as comunidades religiosas devem reivindicar a liberdade da religião para participar no debate; assumamos a humildade na forma de o fazer."
O sacerdote defendeu que vivemos na sociedade da direitocracia, mas além dos direitos há deveres e não se pode "não falar de deveres quando todos deixam de o fazer". E "nós, religiões, temos de o fazer".
Durante pouco mais de duas horas, José Nuno Ferreira da Silva e o advogado Fernando Loja dissertaram sobre a necessidade da intervenção no debate sobre a morte assistida. Quiseram deixar algumas certezas, como "a do direito de as igrejas, comunidades e religiões terem um lugar no debate político" - direito que lhes é dado pela herança da tradição e pela própria Lei da Liberdade Religiosa. Mas também deixaram apelos, intervenção, intervenção... e uma reflexão: "Podemos aceitar uma medida legislativa que, em nome do sofrimento intolerável, vai abrir a porta a muito mais sofrimento?" Uma última certeza foi deixada: a de que o dia de ontem foi histórico, aquele que uniu várias confissões religiosas para assinarem uma declaração contra a eutanásia. O documento será entregue à Presidência da República e ao Parlamento. No final, um a um, os líderes religiosos confirmaram porque é que à luz das suas convicções não aceitam a legalização da eutanásia.

www.dn.pt

17
Mai18

Queda de Bruno já é assunto de Estado mas líder resiste a sair

António Garrochinho
Presidente e restante Conselho Diretivo irredutíveis. Marcelo recusa Bruno de Carvalho a seu lado no Jamor. Ferro Rodrigues implacável
A queda de Bruno de Carvalho está iminente e parece ser uma questão a resolver nas próximas horas. Aos graves acontecimentos de Alcochete juntaram-se ontem suspeitas de alegada tentativa de corrupção ativa, não só no andebol mas também no futebol, envolvendo jogos da I Liga da época que agora findou. Inclusivamente tornou-se um assunto de Estado com o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, soube o DN, a querer evitar a companhia do líder leonino no Jamor e o presidente da Assembleia da República, o confesso sportinguista Ferro Rodrigues, a responsabilizar Bruno de Carvalho pelos acontecimentos na Academia, em Alcochete.
Mas vamos por partes. Muitos têm sido os sportinguistas que têm tentado gerar uma onda consensual que passa pela demissão em bloco dos órgãos sociais. Ontem mesmo, sabe o DN, houve uma reunião num hotel de Lisboa e se a mesa da Assembleia Geral e o Conselho Fiscal e Disciplinar estão disponíveis para apresentarem a demissão coletiva, Bruno de Carvalho e o restante elenco do Conselho Diretivo (CD) permanecem irredutíveis. Apesar de ter perdido o apoio de José Eduardo e Daniel Sampaio, que estiveram a seu lado desde a primeira hora, Bruno de Carvalho recusa-se a sair, continuando a considerar ter condições para cumprir o mandato que termina em 2021.
Assembleia contra Assembleia
Há esperança de que Bruno de Carvalho aceite sair antes da final da Taça de Portugal, no domingo, para evitar um foco de tensão desnecessário no Jamor. Há vários planos em cima da mesa, um deles podia levar o vice-presidente para a área financeira, Carlos Vieira, a assumir a presidência interina até eleições, que Jaime Marta Soares deseja convocar até segunda-feira. Mas o entendimento não está fácil. Independentemente disso há movimentações para o surgimento de listas concorrentes, pois o cenário de eleições parece inevitável - José Maria Ricciardi aventou ontem a possibilidade de ser candidato -, isto apesar de o Conselho Diretivo ter pedido ontem uma Assembleia Geral Extraordinária, situação que terá de ser aceite por Jaime Marta Soares e que pode colidir com a vontade do presidente da Assmebleia Geral em querer agendar uma Assembleia Geral... que vise a destituição do CD. Fonte bem colocada no processo vê nesta démarche uma tentativa de Bruno de Carvalho "ganhar tempo".
Jogadores jogam a final, mas...
Com Bruno de Carvalho em funções será muito difícil que não surjam pedidos de rescisão com justa causa. Pondo as coisas de uma outra forma, os futebolistas leoninos, que estiveram ontem reunidos com o Sindicato de Jogadores, resolveram jogar a final da Taça de Portugal mas no comunicado que emitiram deixaram claro que não têm "condições anímicas e psicológicas para de imediato retomarem a atividade". E salientam que vão jogar "sem prejuízo das decisões que cada um tomará". Traduzindo, a decisão de rescindirem unilateralmente depois do encontro do Jamor será individual, mas o DN sabe que com a continuidade de Bruno de Carvalho existirão muitos mais pedidos de rescisão. Fonte bem colocada garante ao DN que já há "empresários a fazerem contas à vida".
Jesus espera até quarta-feira
Por outro lado, ao que o DN conseguiu saber, Jorge Jesus não terá qualquer problema em cumprir o último ano de contrato... sem Bruno de Carvalho. Se a mudança não começar a ganhar forma na segunda-feira, o técnico vai tentar chegar a acordo com o presidente leonino. Caso exista um impasse até quarta-feira, Jesus irá pedir a rescisão unilateral alegando que Bruno de Carvalho foi o autor moral das agressões ocorridas na Academia, fundamento que também será utilizado pelos jogadores.
O desconforto e a miséria
O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa abordou ontem, pela primeira vez, os acontecimentos de Alcochete tendo declarado ser este o momento de combater com eficácia a violência no futebol e confessou sentir-se "vexado pela imagem projetada por Portugal no Mundo. Vexado porque Portugal é uma potência, nomeadamente no futebol profissional, e vexado pela gravidade do que aconteceu".
O que Marcelo Rebelo de Sousa não quis responder era se estaria no Jamor, como é habitual. O DN apurou que o PR não quis responder deliberadamente porque tem sérias dúvidas em sentar-se na tribuna ao lado de Bruno de Carvalho, uma vez que não quer ficar conotado com os incidentes dos últimos dias. Por isso quer esperar por desenvolvimentos até domingo.
Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, sem mencionar o nome do presidente leonino visou Bruno de Carvalho. "Tenho 68 anos de sócio do Sporting, mas não é nessa qualidade que estou aqui a falar, é na qualidade de presidente da Assembleia da República. Não pode ficar impune quem deu passos decisivos para que esta situação gravíssima de ontem tivesse acontecido (...) É bom que as autoridades judiciais, sempre prontas para investigar e bem os políticos, investiguem bem os dirigentes desportivos e aqueles que fazem do futebol português esta desgraça, sobretudo os que fazem do Sporting Clube de Portugal esta miséria que estamos a viver."
A segunda figura do Estado Português foi ainda mais longe sugerindo medidas radicais: "Não me chocaria que a final da Taça de Portugal fosse feita à porta fechada ou na Vila das Aves."
A finalizar António Costa. O primeiro-ministro defendeu a criação de uma autoridade nacional contra a violência no desporto. Havendo "uma infiltração grande no mundo do futebol de comportamentos que são inaceitáveis, que nada têm a ver com o desporto e que têm de ser banidos", disse António Costa, que acrescentou: "Temos de nos dotar dos meios legais necessários para banir este tipo de comportamentos." Certo é que o ataque em Alcochete "não pode ficar.


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17
Mai18

À BEIRA MAR PLANTADOS

António Garrochinho

Guilherme Antunes in facebook

À BEIRA MAR PLANTADOS
Se os fanáticos 50 adeptos do Sporting são gentinha sem cérebro, organismos que se movimentam sem nenhuma exigência cívica, como por exemplo os “comentadores” nauseantes dos canais fascizantes têm responsabilidades cívicas de bandoleirismo militante, de que se destacam os energúmenos Octávio Machado, Pedro Guerra ou Manuel Serrão, o certo é que as televisões alimentam-se desta gestação de neo-fascistas da opinião, da truculência para-criminosa, etc.
Os canais televisivos, especialmente os privados, são organizações criminosas de vária índole, em que a guerra do comentarismo reles do “futebolês” arregimentado com “pivots” imorais ultrapassou tudo o que era imaginável.
O futebol (etc, etc,) em Portugal está podre. Que dizer de canais que se alimentam do Futre com adjectivos de grandiosidade heróica, quando o homem tem um conflito imenso com a sua própria língua. É um analfabeto que defende a legitimidade de corromper os clubes desde que seja para ganhar. E todos ululam de contentamento cívico, sem perceberem, os pobres desgraçados, o que é minimamente elementar nas relações de seriedade entre as pessoas honradas.
«É chato, pá.»

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