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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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18
Mai18

OUTRO ASSIS QUE FALA DO PODRE QUE É O PS DE QUE ELE FAZ PARTE - Sousa Pinto sobre Sócrates: “Continuamos a apreciar uma boa fogueira no Rossio”

António Garrochinho


O deputado socialista Sérgio Sousa Pinto afirmou, em entrevista ao Público e à Renascença, que “é difícil ao PS chegar a uma maioria absoluta” e lembra que o partido “sempre teve condições para governar” em governos minoritários “porque sempre reconheceu o princípio de que o partido que tem mais votos é o que tem direito a governar“. Sérgio Sousa Pinto — que saiu da direção do PS em rutura por não concordar com a formação de um Governo com o apoio da esquerda — sugere assim que o PS só não tem condições de governação garantidas em 2019 porque rompeu com a tradição política em Portugal em 2015.
Sobre o caso Sócrates, Sérgio Sousa Pinto diz que o Estado de direito não lhe atribui “a responsabilidade nem de julgar, nem de condenar ninguém“, mas constata que em Portugal “o entusiasmo pelo funcionamento do Estado de direito continua a ser mais pequeno do que o entusiasmo pelos apedrejamentos e pelos autos-de-fé“. E, naquilo que é uma crítica aos socialistas que se demarcaram de Sócrates — César, Costa, Galamba, entre outros — Sérgio Sousa Pinto atira: “Em 500 anos continuamos a apreciar uma boa fogueira no Rossio, com as pessoas em labaredas, e pouca gente preza verdadeiramente o que é mais importante. E o mais importante é que o Estado de direito português dá sinais de maturidade, aparentemente oferece razões para que nele confiemos.”
Sérgio Sousa Pinto expôs ainda a fragilidade do acordo à esquerda, dizendo que Rui Rio chegou apertou a mão a António Costa que apareceu “ladeado de figuras da chamada ala esquerda do PS, que tanto batem palmas a um acordo com a esquerda, como batem palmas a acordos com a direita.” O socialista destaca que bastou este momento e a “coreografia do frentismo começou a rachar por todo o lado”. É, por isso, que acredita que após as legislativas  “as circunstâncias que vamos viver são inteiramente novas e em larga medida imprevisíveis”.
Questionado sobre se moção de Pedro Nuno Santos — um dos rostos da chamada “ala esquerda” — é um posicionamento para o futuro, Sérgio Sousa Pinto concorda que o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares quer marcar terreno “e abanar dizendo: ‘não se esqueçam de mim, estou aqui na cadeia de montagem‘.”
A nível de ideologia, Sérgio Sousa Pinto avisa que é preciso dizer aos portugueses que “não há nada fora do socialismo democrático e das sociedades de tipo ocidental. Só há um dilema: ou trair, como fez o Syriza e se converteu num partido do socialismo democrático, ou “venezuelizar” o país e a economia. Não há mais nada, tudo o resto são aldrabices, são fantasias, são ilusões.
O socialista diz que muitas vezes reflete sobre quem será a direita do PS e pensa que pode ser ele próprio por ser crítico da solução à esquerda, mas admite que possa ser o próprio primeiro-ministro: “Também já pus a hipótese de ser o dr. António Costa a direita do partido. Isso é tudo uma grande questão lá dentro do Governo que eu não estou em condições de poder…”
Sérgio Sousa Pinto, que preside à Comissão de Negócios Estrangeiros, criticou ainda o facto do Parlamento português ter elogiado a continuidade da União Europeia no acordo com o Irão ao invés de criticar os EUA e a Administração Trump. O socialista criticou ainda o facto de Marcelo e Costa terem demonstrado estar felizes com a decisão da justiça portuguesa enviar o processo do vice-presidente angolano Manuel Vicente para Angola. “Os tribunais decidiram, não compete ao poder político português andar a celebrar uma decisão do poder judicial”, critica Sousa Pinto.

observador.pt


18
Mai18

AOS PREPOTENTES, AOS FASCISTAS E CORRUPTOS INCOMODA-OS A INTERNET -Francisco Pinto Balsemão: “A Internet transformou-se numa lixeira”

António Garrochinho

As redes sociais são uma ameaça para o jornalismo e para a democracia, alertaram esta quinta-feira o presidente do conselho de administração da Impresa e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas, na apresentação das bolsas para jornalismo de investigação da Fundação Gulbenkian

Durante décadas, Francisco Pinto Balsemão e Paulo Portas sentaram-se em campos opostos no jornalismo (o primeiro fundou o "Expresso", o segundo "O Independente) e na política (Balsemão fundou o PSD, Portas esteve 15 anos à frente do CDS/PP). Esta quinta-feira, o presidente do conselho de administração da Impresa, proprietária do Expresso e da SIC, e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros alinharam o discurso sobre a ameaça que as redes sociais representam para o jornalismo e para a democracia. "A Internet transformou-se numa lixeira. É cada vez mais fundamental separar o trigo do joio", sublinhou Francisco Pinto Balsemão. "Vivemos numa sucessão de emoções, que se atropelam umas às outras e depois convertem-se em indignações. Nunca se sabe o fim da história. Passam uns dias e estamos a viver outra indignação", acrescentou Portas.
Os dois encontraram-se na Fundação Gulbenkian para falar de "Democracia e Jornalismo", dois fenómenos que, para Portas, "têm crises paralelas, embora não da mesma natureza". Em comum, porém, têm "um problema de intermediação": entre os leitores e a realidade, no caso do jornalismo; e entre os eleitores e a função política, no caso da democracia. "As redes sociais representam uma ilusão de igualdade e de democratização. Dispensam qualquer critério de qualidade, qualquer racionalidade, e o que temos é um caos crescente. As instituições e o jornalismo tornaram-se muito vulneráveis à coação das redes sociais."
Pode o bom jornalismo ser a resposta a esta crise? Balsemão não tem dúvidas. "Tornou-se ainda mais necessário. E hoje temos meios tecnológicos para fazermos investigação como nunca tivemos. Os jornalistas não podem é trabalhar para brilhar nas redes sociais perante colegas e concorrentes. Têm de trabalhar para fazer jornalismo."

150 MIL EUROS PARA O JORNALISMO DE INVESTIGAÇÃO

O debate entre Balsemão e Portas, moderado pelo jornalista António José Teixeira, integrou a cerimónia de apresentação das bolsas para jornalismo de investigação da Gulbenkian. Destinadas a jornalistas nacionais que apresentem trabalhos de investigação em áreas como política, economia, questões sociais, culturais ou históricas relacionadas com Portugal e os portugueses, as bolsas visam promover a investigação jornalística e contribuir para uma sociedade mais informada e democrática. Em 2018, vão distribuir 150 mil euros por um máximo de 10 projetos.
"Queremos dar um contributo para a manutenção de uma investigação cada vez melhor, cada vez mais dotada de meios, e trabalhar de forma conjunta para fortalecer um dos pilares da nossa democracia", afirmou a presidente da Gulbenkian, Isabel Mota, lembrando que as fundações, "pela sua independência", podem ter um papel fundamental para "assegurar uma informação plural, independente e rigorosa".
"É pelo grande jornalismo que passa o futuro da democracia e daí a nossa aposta", acrescentou Pedro Norton, administrador da fundação e antigo presidente-executivo da Impresa. "Não queremos que este seja um ato isolado. Esperamos que seja o catalisador de mais iniciativas da sociedade civil".
No final da sessão, a jornalista Maria Flor Pedroso, sentada na audiência, quis saber que investigação fariam os dois oradores se fossem contemplados com uma bolsa. "Iria perceber quem é que mandou 50 hooligans bater em jogadores dentro de uma academia privada", respondeu Portas. Já Balsemão promoveria "uma investigação tão profunda quanto possível sobre a transferência de poder em Angola". "É bem pensado", retorquiu Portas, arrancando gargalhadas da audiência. "Mas não duvido que houve mesmo transferência de poder", apressou-se a aclarar.

expresso.sapo.pt

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