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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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05
Jun18

PCP critica atitude do Governo de "perseguição aos pequenos proprietários"

António Garrochinho

Jerónimo de Sousa insiste nas críticas à lei da limpeza dos terrenos, lamentando aquilo que considera ser uma "campanha persecutória contra os pequenos e médios proprietários", que "lançou o pânico".

"Tendo terminado o prazo para limpeza dos terrenos, surge agora o reafirmar das ameaças, pela voz de secretários de Estado e ministros, de que vêm aí as multas e que este ano seriam a dobrar. Este vez repressivo sobre os pequenos proprietários levanta uma questão: então e a intervenção do Estado nas matas e propriedades estatais? Nada se conhece. Quanto à limpeza por parte dos grandes concessionários das energias e autoestradas, nem uma palavra", afirmou o líder comunista, em Mangualde, no fecho da 11ª Assembleia da Organização Regional de Viseu do PCP.

Naquele que foi um dos distritos mais fustigados pelos incêndios florestais durante o ano passado, Jerónimo de Sousa sublinhou que não é com uma política repressiva que se resolvem os problemas da floresta portuguesa.


SOM AUDIO - JERÓNIMO DE SOUSA



O repórter José Ricardo Ferreira registou as críticas tecidas por Jerónimo de Sousa
O secretário-geral do PCP criticou ainda o Movimento pelo Interior que veio a público defender várias medidas radicais em benefício desta zona do país, apontando o dedo a alguns elementos do movimento, como os ex-ministros Jorge Coelho, Silva Peneda e Miguel Cadilhe.

"Assistimos ao lançamento com muito foguetório e grande aparato institucional de mais um conjunto de propostas, estas agora ditas radicais, para inverter o processo de despovoamento e desertificação pela mão dos ex-ministros Jorge Coelho, Silva Peneda, Miguel Cadilhe, que, em uníssono com PS, PSD e CDS, se apressaram a saudar. Ter-lhe-ão dado algum rebate de consciência, algum sentimento de autocrítico do que fizeram? Não cremos", defendeu.

Num discurso de cerca de meia hora, Jerónimo de Sousa centrou os reparos no governo PS e avisou que o PCP não vai assinar um "cheque em branco" ao Orçamento de Estado do próximo ano. "É do exame concreto que dele fizermos, da verificação se ele corresponde aos interesses dos trabalhadores e do povo, do caminho que se faça no sentido do avanço na reposição de rendimentos e direitos que nós decidiremos", vincou.

www.tsf.pt

05
Jun18

SEM PAPAS NA LÍNGUA

António Garrochinho


SE QUISERMOS ENCONTRAR NA NET PARA NÃO FALAR DE OUTROS ARQUIVOS, "ERROS" DE FIGURAS DA NOSSA HISTÓRIA RECENTE E DE TODOS OS QUADRANTES POLÍTICOS, O DIA , O MÊS, O ANO, NÃO CHEGARÁ PARA AQUILO QUE RECOLHEMOS.

QUANDO DIGO ERROS REFIRO-ME A FALHAS, A POSTURAS , A PALAVRAS, QUE OS JORNALISTAS LOGO ABUTRES SEQUIOSOS DE VENDER, APONTAM COMO TRAIÇÕES E NAS MAIS COMPLETAS TEORIAS DE CONSPIRAÇÃO, SEMEIAM NO POVO, QUE MUITAS VEZES SEM QUALQUER PROVA CONFIA E DIVULGA, MUITAS VEZES DETERIORANDO IRREMEDIAVELMENTE AS FIGURAS DESSES PROTAGONISMOS QUE NEM SEMPRE SÃO VERDADEIROS E NA MAIOR PARTE DAS VEZES SÃO DESCONTEXTUALIZADOS.

NÃO HÁ TELHADOS DE VIDRO PARA A MÁ LÍNGUA DO JORNALIXO LACAIO E DOS MENSAGEIROS POLÍTICOS QUE UTILIZAM A DIVISÃO PARA PODEREM REINAR.

TODO O MUNDO MENTE, NÃO SEJAMOS INGÉNUOS.

FIDEL DISSE: A HISTÓRIA ME JULGARÁ ! E ESTA FRASE SERVE TAMBÉM PARA TANTA GENTE QUE FOI E É DENEGRIDA COM MENTIRAS E QUE QUANDO A INVEJA, O ÓDIO, SE ESPALHA, FICA SEM DEFESAS PARA CONTRARIAR O VENENO QUE SE DERRAMA SOBRE A SUA PESSOA.

ERROS, TODA A GENTE COMETE ! MAS TAMBÉM NÃO É MENTIRA QUE EXISTE QUEM OS COMETENDO NUNCA SE RETRATA E CONTINUA NA SENDA DA MENTIRA AINDA COM MAIS FORÇA.

HÁ TRAIÇÕES CINICAMENTE ELABORADAS, ESTUDADAS, E NÃO SÃO POUCAS AS QUE FERIRAM QUASE DE MORTE O NOSSO POVO. HÁ ERROS QUE SÃO NATURAIS, POR INGENUIDADE, POR IGNORÂNCIA, POR FALTA DE EXPERIÊNCIA E HÁ MUITA COISA APONTADA COMO ERRO QUE NEM SEQUER EXISTIU NA NOSSA HISTÓRIA.

APALPADO O PULSO AO POVO, CONTABILIZADOS OS ESTRAGOS, OS QUE MENTEM, RETIRAM DIVIDENDOS SEM SE PREOCUPAREM COM A HONESTIDADE NEM COM A DIGNIDADE HUMANA.

PARA ELES O QUE CONTA É O SEU UMBIGO E HÁBEIS NA RETÓRICA UTILIZAM A LÁBIA DA BANHA DA COBRA, O SILÊNCIO, O FICAR NAS COVAS, COMO SERPENTES NA EMBOSCADA, QUE É A SUA MANEIRA, NATUREZA, DE ESTAR NA VIDA.

António Garrochinho

05
Jun18

demagogo e aldrabão

António Garrochinho

E de repente ao estilo retrógrado e fascista herdado do antigo regime e do Carneiro que chegava a auto rotular-se de "socialista" vem mais um demagogo e aldrabão debitar uma série de lérias e mentiras descaradas dizendo dar dinheiro aos futuros filhos dos Portugueses.
O veneno antigo é o veneno de hoje e na súcia laranja nada os impede de mentir com todos os dentes que têm dentro da pocilga para atingir o poder a troco de promessas que já fizeram vítimas e continuarão a fazer enquanto o povo não abrir a pestana.
Este aldrabão com traços salazaristas completa a outra, a Cristas, a Marilu dos swaps, o Passos da desgraça e todos os outros que continuam ricos e impunes no panorama da política à Portuguesa.
AG
05
Jun18

MACACOS TAILANDESES USAM ROCHAS PARA ABRIR FRUTOS DO MAR

António Garrochinho





Um clipe fascinante do documentário da BBC Wild Thailand de 2017 mostra como os macacos que vivem no mar se adaptaram ao seu ambiente empregando inteligentemente ferramentas, especificamente pedras, para quebrar as duras conchas dos frutos do mar que se tornam acessíveis durante a maré baixa. As conchas são difíceis de quebrar, mas sempre engenhosos, esses macacos encontraram uma solução inteligente. Eles descobriram que as rochas são marteletes de marisco perfeitos.

VÍDEO


www.mdig.com.br
05
Jun18

IMAGENS E VÍDEOS - O VULCÃO FUEGO NA GUATEMALA JÁ FEZ 67 VÍTIMAS E DEZENAS DE FERIDOS

António Garrochinho


A violenta erupção do vulcão de Fogo, na Guatemala, que iniciou no domingo pela tarde deixou ao menos 67 mortos. As imagens e vídeos da região mostram paredes e colunas de cinzas que superam os 6.000 metros de altura. As autoridades falam em mais de 3.100 evacuados até o momento. O vulcão é um dos mais ativos da América Central, se encontra a 44 quilómetros ao sudoeste da cidade da Guatemala, a uns 16 quilómetros de um popular destino turístico da Antiga Guatemala.
VIDEO









Segundo explicou Sergio Cabanas, coordenador nacional de desastres, quatro pessoas morreram após a lava tomar uma casa.
A violenta erupção do vulcão de Fogo, na Guatemala, em imagens e vídeos
Duas crianças morreram queimadas enquanto estavam de pé em uma ponte para ver a erupção.

Esta é a segunda vez que o Vulcão do Fogo entra em erupção neste ano.
A violenta erupção do vulcão de Fogo, na Guatemala, em imagens e vídeos
Ainda que nesta ocasião a erupção é a mais violenta ocorrida em décadas.
O presidente da Guatemala, Jimmy Morales, comunicou através do Facebook que já implementaram o sistema nacional de emergência.
A violenta erupção do vulcão de Fogo, na Guatemala, em imagens e vídeos
Ele também disse que estava considerando declarar estado de emergência nas áreas de Chimaltenango, Escuintla e Sacatepequez.
O aeroporto internacional Aurora da Cidade de Guatemala fechou sua única pista de aterrissagem devido à cinza vulcânica.

VÍDEO




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05
Jun18

Falar de racismo em Portugal incomoda e é por isso também que importa

António Garrochinho



Desafiámos Mamadou Ba a pronunciar-se sobre o episódio ocorrido este fim-de-semana na Feira do Livro durante um debate sobre activismo no qual era um dos participantes.
Mamadou Ba (Público, 04.06.2018)
No dia 2 de Junho, a convite de Joana Gorjão Henriques [jornalista do PÚBLICO e autora de Racismo no país dos brancos costumes], fui à Feira do Livro de Lisboa discutir ativismos em torno deste seu último livro, editado pela Tinta da China, na companhia de Ana Tica, Beatriz Gomes Dias e Raquel Rodrigues.
Com vivacidade, intensidade e acutilância, as magistrais intervenções das minhas companheiras de ativismo puseram o dedo na ferida, vincando o caracter estrutural do racismo na sociedade portuguesa, mostrando como o ativismo pode – e está cada vez mais a consegui-lo – quebrar o tabu sobre a sua existência e desconstruir o mito de uma certa excecionalidade do legado colonial português que seria uma espécie de maleita virtuosa que preveniria o racismo.
Enquanto decorria o debate, uma funcionária da APEL, visivelmente incomodada, manifestava a sua discordância com o teor da conversa, tecendo comentários e referindo-se a nós como “esta gente”. Ainda estávamos a meio do debate quando ela começou a pedir para apressarmos o seu fim, uma vez que se iria seguir um outro evento no mesmo local. Continuou a insistir para acabarmos o debate de imediato, estava a Raquel Rodrigues no uso da palavra. Quando chegou a minha vez, após ter agradecido à Joana pelo seu contributo na visibilidade do ativismo, de me orgulhar de ter ali três mulheres negras a usar da palavra, a falar por e sobre si próprias e sobre nós todo/as, o que achava mais um passo na conquista de lugar no espaço público, eis que sou diretamente interpelado pela funcionária nos seguintes termos: “Vê lá se te despachas!”
Aconteceu-me um momentâneo bloqueio mental. Não é que não esteja habituado a ser interrompido ou até, por vezes, apupado durante uma intervenção. Consoante as circunstâncias e os contextos, costumo lidar com frieza ou ira. Mas naquele momento, nem uma nem outra coisa aconteceram. Por instantes, tive um nó na garganta. Porque ficou claro para mim que, não fosse o debate sobre ativismo anti-racista e as e os seus protagonistas serem sujeitos racializados negros, obviamente que esta cena não teria nunca acontecido nos moldes em que aconteceu. Senti-me terrivelmente violentado, desrespeitado e humilhado e senti uma profunda desilusão tendo em conta o contexto e o ambiente.
Ainda assim, a indignação da editora Tinta da China, pela voz de Bárbara Bulhosa, da quase totalidade da assistência, das minhas companheiras de mesa foi um bálsamo para mim, bem como a avalancha de reclamações no livro de reclamações [da Feira do Livro] foi motivo de orgulho e esperança.
O que aconteceu connosco na Feira do Livro, e a inaceitavelmente tardia reação da própria APEL, levantam a questão sobre qual o nosso lugar na sociedade portuguesa. Pois a questão do lugar é das mais centrais no debate sobre o racismo nas sociedades como a nossa, onde a colonialidade, âncora da banalização do racismo, assume relevância cultural. A invisibilidade do corpo negro no espaço público prende-se, em larga medida, com o lugar de fala que lhe é reconhecido e/ou atribuído. Porque falar é poder. Poder de luta, de confronto com a realidade, de capacidade de propostas e de potencial transformador das relações de força. A partir do momento em que negras e negros querem e podem falar por si, sobre si próprios e a sua condição, mas também com e sobre a sociedade, com autonomia política, estala o verniz. O que aconteceu na Feira do Livro inscreve-se basicamente na lógica do que tem acontecido ultimamente no país, em que vozes negras que ousam falar do racismo e da sua ligação com o legado colonial sofrem uma injunção ao silêncio.
Sabemos que dói quando se toca na ferida, mas se não a tratarmos enquanto é tempo será muito mais difícil extirpar a gangrena e evitar episódios como aquele que aconteceu no sábado. A sociedade e as instituições têm de se habituar que o debate sobre racismo jamais será quando e como quiserem. O episódio de sábado revela o quão importante é não deixar o espaço do debate aos arautos da verdade única que querem silenciar o ativismo para continuar a legitimar o racismo.
Os sujeitos racializados negros vão continuar a afirmar com autonomia e determinação a escolha do momento de fala. E a força e as circunstâncias do seu aparecimento no espaço público são, efetivamente, uma posição política clara de luta pelo reconhecimento do seu direito à palavra, o seu direito ao lugar na sociedade portuguesa. Mais do que objetos de uma condição histórica determinada apenas por outrem, assumem-se como sujeitos políticos que lutam pela sua afirmação.
No sábado ficou claro que falar de racismo na sociedade portuguesa ainda incomoda e é por isso que importa manter o debate aceso no espaço público. O nosso ativismo nunca foi para mendigar lugar, mas sim para conquistar lugar, direito e legitimidade política para ocupar todos os espaços de cidadania em liberdade.

JOANA LOPES in facebook
05
Jun18

Rosalina Ribeiro estava "muito preocupada" com comportamento de Duarte Lima

António Garrochinho

Rosemary Spínola, amiga íntima da companheira do milionário português Tomé Feteira, revelou esta segunda-feira em julgamento que Rosalina Ribeiro, na sua última viagem ao Brasil, manifestou-se "muito preocupada" com o comportamento do advogado Duarte Lima, a quem confiara dinheiro.
Amiga de longa data de Rosalina Ribeiro, assassinada em 2009, Rosemary Spínola prestou declarações como testemunha, via Skype, a partir do Brasil, no julgamento em que o antigo deputado do PSD está acusado do crime de abuso de confiança, por alegadamente se ter apropriado indevidamente de cinco milhões de euros que pertenciam a Rosalina Ribeiro, morta a tiro e cujo corpo foi encontrado numa berma de estrada em Maricá, perto do Rio de Janeiro.
A testemunha contou ao tribunal que, na sua última viagem ao Brasil, "Lina" (Rosalina) lhe confidenciou estar "muito preocupada" com o advogado Duarte Lima porque este "não estava a agir de forma correta com ela", tendo-lhe dito igualmente que confiara ao advogado uma "importância grande" em dinheiro porque havia o risco de a sua conta ser bloqueada no âmbito da partilha da fortuna do milionário Tomé Feteira.
Rosemary Spínola disse que não soube precisar a quantia exata que terá ficado à guarda de Duarte Lima, nem em que contas ou país esse dinheiro terá sido colocado, mas garantiu que o advogado português era quem aconselhava Rosalina Ribeiro e "tratava das coisas" dela, no âmbito do processo de inventário da fortuna de Tomé Feteira.
Dizendo ser das poucas amigas íntimas de Rosalina Ribeiro, a par da cantora Maria Alcina, que reside no Brasil, a testemunha relatou ainda ao tribunal que "Lina" lhe comunicou, com preocupação, que Duarte Lima queria que ela assinasse uns documentos "que não eram verdadeiros".
Acrescentou que a assinatura destes documentos estava relacionada com os "negócios" que Rosalina Ribeiro tinha com Duarte Lima.
Tudo isto ocorreu na última viagem de Rosalina Ribeiro ao Brasil, pouco tempo antes de ter sido assassinada, frisou a testemunha, atualmente aposentada e que mantinha uma conta bancária conjunta com Rosalina Ribeiro, por vontade desta última, para pagamento de condomínio e outras pequenas despesas, quando a companheira do milionário se ausentava para Portugal.
Apesar de nada saber sobre o rasto do dinheiro alegadamente confiado por Rosalina Ribeiro a Duarte Lima, Rosemary Spínola disse ter conhecimento que "Lina" tinha contas na Suíça porque foi o próprio Tomé Feteira, ainda em vida, que lhe disse ter deixado a Rosalina uma "importância grande" em dinheiro na Suíça.
Os esclarecimentos da testemunha foram prestados na sequência de perguntas da procuradora Paula Soares, do coletivo de juízes, dos assistentes e do advogado de defesa, tendo o mandatário de Duarte Lima requerido ao tribunal a junção aos autos de depoimentos de Rosemary Spínola no âmbito do processo de homicídio de Rosalina Ribeiro que correu termos na justiça brasileira.
Numa anterior sessão de julgamento, Olímpia Feteira, filha única do milionário Lúcio Tomé Feteira, observou que Duarte Lima era um advogado "na sombra" de Rosalina Ribeiro, companheira do seu pai e a quem acusa de ter pretendido apoderar-se da fortuna deixada por Lúcio Tomé Feteira.
Entretanto, Duarte Lima foi condenado em 2017 pela Relação de Lisboa a seis anos de prisão por burla qualificada e branqueamento de capitais no processo Homeland, relacionado com negócios imobiliários que integram o caso BPN.
O antigo líder parlamentar do PSD esgotou os recursos na Relação e no Supremo Tribunal de Justiça, estando o caso ainda pendente no Tribunal Constitucional.
No Brasil, Duarte Lima está acusado do homicídio de Rosalina Ribeiro. O antigo deputado e advogado declara estar inocente.

www.jn.pt
05
Jun18

45% dos alunos não situam Portugal no mapa da Europa

António Garrochinho
Dificuldade em usar rosa-dos-ventos, em prova de aferição do 5.º ano, ilustra problemas para analisar e interpretar informação
É apenas um indicador analisado, entre centenas, num relatório que abrange dois anos de provas de aferição - 2016 e 2017 - de várias disciplinas e anos de escolaridade. Mas não deixa de ser preocupante. Pelo menos do ponto de vista simbólico. Entre os mais de 90 mil alunos que realizaram as provas de aferição de História e Geografia do 2.º ciclo, no ano passado, 45% não conseguiram localizar Portugal continental em relação ao continente europeu utilizando os pontos colaterais da rosa-dos-ventos. Ou seja: não conseguiram localizar o país no Sudoeste da Europa.
Utilizando os pontos cardeais, acrescenta o relatório, apenas 45% dos estudantes localizaram corretamente "o continente europeu em relação ao continente asiático, o continente africano em relação ao continente europeu e Portugal continental em relação ao continente americano".
Para Hélder de Sousa, presidente do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), responsável pelas provas, os dados não surpreendem. Mesmo tratando-se da primeira prova externa que, de forma universal, analisou os conhecimentos de Geografia entre os alunos de 10/11 anos. "Sendo Portugal na Europa, parece de facto ter um grande impacto", reconhece. "Mas visto no âmbito do uso da cartografia em termos gerais é um problema já muito antigo", revela.
Aplicar o conhecimento
O "problema", acrescenta, não estará exatamente no conhecimento da matéria. Mas na capacidade de o aplicar quando não se trata apenas de repetir factos memorizados: "Em alguns relatórios, na análise que se faz da Geografia do ensino secundário, uma das coisas um pouco anacrónicas é a dificuldade que os alunos têm em utilizar a informação cartográfica, quando a Geografia é a área em que, por excelência, estas áreas deviam estar mais consolidadas", ilustra.
O exemplo da Geografia, acrescenta, "é transversal" para outras áreas analisadas em que, quando se entra "no processo de interpretação, análise, explicação dos fenómenos", os resultados pioram. "É aí que normalmente os alunos falham e perdem pontos, com resultados que se vão afastando cada vez mais daquele que é o nível de excelência", conta.
Por exemplo, na Matemática, os alunos "revelam grandes dificuldades com o conceito da divisão". As frações, consideradas nucleares para a continuidade da disciplina, são outro calcanhar de Aquiles apontado, quer nos relatórios de 2016 quer nos de 2017. No Português, a interpretação de textos e a capacidade de os redigir corretamente aparecem frequentemente entre os problemas sinalizados.
Helder de Sousa ressalva que as provas de aferição dão origem a relatórios "aluno a aluno e, sobretudo escola a escola, tendo em vista a melhoria de processos", mas admite que pode haver um denominador comum, relacionado com a tradição de "perder muito tempo a explicar a matéria e não dar atenção aos processos". E defende que os resultados "obrigam-nos a repensar no processo que temos em termos de sala de aula", num "processo interativo entre a atitude dos professores e dos alunos".

www.dn.pt
05
Jun18

Itália: A FSM denuncia o assassinato de sindicalista migrante da USB

António Garrochinho


A Federação Mundial de Sindicatos (FSM), representando mais de 92 milhões de trabalhadores em todo o mundo, denuncia fortemente o assassinato do sindicalista italiano da filial, Soumaila Sacko, que foi morto a tiros em 3 de junho. Este assassinato, seguindo o de Abdel Salam em Piacenza, outro trabalhador migrante que foi morto, é tragicamente acrescentado a uma longa série de ações racistas, xenófobas e antissindicais, desencadeadas pelas políticas da União Européia e do Estado burguês italiano. . Não é por acaso que este assassinato ocorreu apenas algumas horas após as declarações racistas do novo ministro italiano do Interior, M. Salvini.
Desta vez, o assassinato a sangue-frio de nosso irmão aconteceu nos campos da Calábria, onde mais de 4 mil trabalhadores migrantes trabalham e vivem. Mais uma vez, a FSM declara que a resposta de classe deve ser a migrante conjunta e os trabalhadores italianos lutam contra o sistema capitalista que gera pobreza, guerras e refugiados desenraizados.
Como movimento internacional de classe, convocamos todos os trabalhadores migrantes a ingressarem nos sindicatos de classe e a lutar por um trabalho e uma vida digna. Ao mesmo tempo, apoiamos a chamada USB para uma manifestação nacional em Roma, no dia 16 de junho.
A grande família da FSM estende suas mais sinceras condolências aos parentes, familiares e colegas de nosso irmão Soumaila Sacko.
O Secretariado da FSM

www.wftucentral.org

05
Jun18

Brasil | Democracia sem povo

António Garrochinho

Não é segredo para ninguém que as elites brasileiras sempre foram avessas à democracia.

Joan Edesson de Oliveira* | opinião

Acostumadas ao mando sem questionamentos desde o rico berço, historicamente resolveram as suas querelas e buscaram saída para as grandes crises da nação via conciliação pelo alto, deixando de lado o povo.

Assim agiram em inúmeros momentos da vida nacional. Mesmo quando houve ampla participação popular, as elites procuraram assumir o controle da situação, impedindo assim que o povo conduzisse o seu próprio destino.

Em um momento de grave crise como o que atravessamos, não causa espanto, portanto, que as elites tentem buscar saídas sem a inclusão do povo, sem a participação da maioria da população. Tampouco causa estranheza que parcelas do judiciário embarquem em fantasias desse tipo, desprezando a opinião do povo como se fora mero detalhe. O poder judiciário no Brasil, desde as origens, foi sempre íntimo do poder econômico, dividindo quase sempre a mesma alcova.

Duas declarações de altos dignatários do poder judiciário na última semana demonstram bem esse espírito de casta, essa distância dos anseios populares.

Primeiro foi o ministro Luiz Fux, aquele da vasta e vaidosa cabeleira, que hoje preside o Tribunal Superior Eleitoral. Num fórum de debates promovido pelo jornal O Globo, ao comentar sobre os impactos da greve dos caminhoneiros, o ministro afirmou que a mesma pode prejudicar a realização das eleições deste ano. Mesmo a uma distância considerável do pleito, o ministro afirmou que “a greve acendeu o sinal amarelo sobre as eleições”. Desconfiado que sou, como todo bom matuto, soou como se o ministro estivesse dando ideia.

Não é a primeira vez que o ministro fala sobre anulação das eleições. Em abril, em outro fórum, desta vez promovido pela revista Veja, Fux afirmou que as eleições podem até ser anuladas por conta de fake News. Irônico que o ministro tenha falado isso num evento patrocinado por uma revista que tem se revelado campeã de notícias falsas.

Fux parece ter certa obsessão pelo tema da anulação das eleições. Desconfio que ele sonha em mudar o nome do tribunal, mantendo a sigla, para Tribunal Sem Eleições. Na minha opinião, quem acendeu o sinal amarelo sobre as eleições foi a fala do próprio Fux.

Ainda nesta semana chamou a atenção também a ministra Cármen Lúcia, a cândida, aquela que acredita no funcionamento das instituições. Ela agendou o debate sobre a possibilidade de mudança do sistema de governo sem a participação direta do povo, sem a consulta popular. Há alguns que acham que o povo, nesses processos, sempre atrapalha. Falando à revista Veja (sempre ela), a ministra afirmou que “não se reivindica o que não se conhece”. No Supremo, afirmou que “não fazemos milagre, fazemos direito”. São três falas/ações distintas, mas que precisam ser juntadas para melhor compreensão.

Fosse eu o célebre personagem de Voltaire, acreditaria piamente que os tribunais brasileiros fazem direito ou, mais otimista ainda, acreditaria que fazem justiça. Matuto arisco, repito, penso que se não fazem milagres propriamente ditos, praticam grandes malabarismos e contorcionismos jurídicos. Creio que os tribunais são mais profanos e menos sagrados do que se pensa.

O certo é que, para voltar ao título da coluna, boa parcela das elites sonha com uma democracia sem povo e, de preferência, sem eleições, que só servem mesmo para tumultuar a vida nacional e permitir, muito raramente, que um trabalhador se eleja presidente da República. O ato falho de ministros da mais alta corte de justiça do país mostra que alguns acalentam, nem tão secretamente, os mesmos sonhos.

Acho que, se não quisermos que o Título Eleitoral vire peça de museu, teremos que nos mobilizar muito e lutar bastante para garantir a realização de eleições limpas em 2018.

Em tempo: as entrevistas terem sido concedidas ao jornal O Globo e à revista Veja são mera coincidência, diria o Cândido. Ou não, filosofaria o baiano Caetano Veloso.

*Educador, Mestre em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará

05
Jun18

05 de Junho de 1947: É anunciado o Plano Marshall

António Garrochinho

No dia  5 de Junho de 1947, o secretário de Estado dos EUA, George Marshall, anunciou a ajuda à Europa do pós-guerra. O ponto central do Plano Marshall era a reconstrução da economia e o combate à fome e à pobreza.



As rações de pão, de uma fina fatia por dia, eram constrangedoras, anunciava o jornal londrino News Chronicle, a partir do Estado alemão da Renânia do Norte-Vestefália. Sindicatos da capital estadual, Düsseldorf, advertiam para distúrbios.



Havia protestos e greves não só na zona britânica da Alemanha então dividida, mas também na região ocupada pelos norte-americanos. A catástrofe de fome ameaçava afundar grande parte da Alemanha numa crise, em meados de 1947.



Também por causa do Inverno, que havia sido especialmente rigoroso, a imprensa apresentava  manchetes, diariamente, sobre famintos. As cidades maiores, como Berlim e Hamburgo, anunciavam o colapso das suas reservas económicas  e morais.



Na região industrial do Ruhr, no oeste da Alemanha, zona ocupada pelo Reino Unido,  lorde Francis A. Pakenham observava a miséria pessoalmente. Ele disse ao ministro da Agricultura, Heinrich Lübke, que mais tarde se tornou presidente da Alemanha: "O senhor sabe que os marinheiros estão aí para o transporte de cereais, os navios estão aí e os famintos também. O que falta são as pessoas certas no lugar certo, com o poder na mão".



Um homem no posto certo em Washington usou este poder: George Catlett Marshall, ex-responsável pela maquinaria de guerra dos Estados Unidos e então secretário de Estado. Com um discurso memorável, no dia 5 de Junho de 1947, na Universidade de Harvard, em Nova Iorque, ele delineou a política de estabilização e fortalecimento das forças de resistência económica e politica dos países da Europa Ocidental.



"A política dos Estados Unidos não é dirigida contra um país ou uma ideologia", esclareceu Marshall, "mas contra a fome, a pobreza, o desespero e o caos." E acrescentou: "Quem tentar bloquear a reconstrução de outros países não pode esperar ajuda". Ele  referia-se  ao bloco comunista do Leste Europeu.




 A partir daí, a ajuda financiada pelo Plano Marshall não aconteceu apenas na Alemanha. Até 1952, outros países europeus ocidentais necessitados receberam adubo, matérias-primas, combustíveis, máquinas e medicamentos no valor aproximado de 13 biliões de dólares.


Fontes: DW
wikipedia (imagens)
Mapa da Europa que mostra os países que receberam ajuda do Plano Marshall. As colunas azuis mostram a quantidade total relativa de ajuda por país


George Marshall


VÍDEO

05
Jun18

05 de Junho de 1898: Nasce o escritor espanhol Federico García Lorca

António Garrochinho


No dia  19 de Agosto* de 1936, o escritor espanhol Federico García Lorca é fuzilado pelos franquistas perto de Granada, no sul de Espanha. A guerra civil no país eclodiria menos de um mês depois. O conflito opôs o exército do general Francisco Franco ao governo republicano. As simpatias de esquerda, o seu comprometimento com os mais desfavorecidos e a sua homossexualidade custariam a vida ao poeta. 



Nascido em Fuente Vaqueros, província de Granada, no dia 5 de Junho de 1898, Lorca escreveu uma obra que constitui um dos pontos altos da poesia espanhola do século XX. Após sobreviver a uma infância marcada por graves e consecutivas doenças, estudou Direito e Literatura, inicialmente em Granada e depois em Madrid. Nessa época, por volta de 1919, aproximou-se dos grandes nomes da vanguarda artística espanhola e tornou-se amigo íntimo do pintor Salvador Dalí, do compositor Manuel de Falla, do cineasta Luis Buñuel e do poeta Rafael Alberti. 



Com a publicação de Libro de Poemas (1921), García Lorca despertou a atenção da crítica, e em 1925 passou a colaborar em várias revistas literárias madrilenas, sobretudo em La Gaceta Literaria e na Revista de Occidente. A crítica  consagrou-o em definitivo após a publicação das Canciones Gitanas (1927). No ano seguinte publicou Romancero Gitano (1928), para muitos a maior das suas obras poéticas. Esteve em Nova Iorque, em 1929, como bolsista da Universidade de Colúmbia, e fez ainda uma viagem a Cuba. 




Voltou a Espanha em 1931 e fundou e passou a dirigir o importante grupo teatral universitário La Barraca. Visitou países da América Latina, fazendo grande sucesso como poeta, dramaturgo e conferencista em países como Brasil, Argentina e Uruguai. Socialista convicto sem nunca ter sido comunista, havia tomado posição a favor da República. Foi preso por ordem de um deputado católico  de direita que justificou a sua prisão sob a alegação de que ele era mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver. 




Em seguida foi executado pelos nacionalistas franquistas em Víznar, com um tiro na nuca, numa execução que teve repercussão mundial. O seu corpo foi deixado em Serra Nevada. Segundo algumas versões, ele teria sido fuzilado de costas, em alusão à sua homossexualidade. A caneta  calava-se, mas emergia em todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta. 




Assim como muitos artistas, Pablo Picasso, Pablo Casals, Salvador Dali e outros -, durante o longo regime ditatorial do generalíssimo Franco, as suas obras foram consideradas clandestinas em Espanha. 



Com o fim do regime, e o regresso do país à democracia, finalmente a sua terra natal rendeu-lhe homenagem, sendo hoje considerado o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes. Lorca tornou-se o mais notável numa constelação de poetas surgidos durante a guerra, conhecida como "geração de 27", alinhando-se entre os maiores poetas do século XX. 



Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) escrita na maior parte em prosa e talvez a sua melhor peça, asseguraram a sua posição como grande dramaturgo. 

Como poeta, destacou-se com as publicações Poema del Cante Jondo (1931), Llanto por Ignacio Sánchez Mejías (1935), Seis Poemas Gallegos (1935), Poeta en Nueva York (1940) publicado em livro postumamente, no México. 


*Algumas fontes referem 18 de Agosto como data da morte


wikipedia (imagens)

Federico García Lorca em 1914


Alma Ausente - Federico García Lorca

No te conoce el toro ni la higuera, 
ni caballos ni hormigas de tu casa. 
No te conoce tu recuerdo mudo 
porque te has muerto para siempre. 

No te conoce el lomo de la piedra, 
ni el raso negro donde te destrozas. 
No te conoce tu recuerdo mudo 
porque te has muerto para siempre. 
El otoño vendrá con caracolas, 
uva de niebla y montes agrupados, 
pero nadie querrá mirar tus ojos 
porque te has muerto para siempre. 

Porque te has muerto para siempre, 
como todos los muertos de la Tierra, 
como todos los muertos que se olvidan 
en un montón de perros apagados. 

No te conoce nadie. No. Pero yo te canto. 
Yo canto para luego tu perfil y tu gracia. 
La madurez insigne de tu conocimiento. 
Tu apetencia de muerte y el gusto de su boca. 

La tristeza que tuvo tu valiente alegría. 
Tardará mucho tiempo en nacer, si es que nace, 
un andaluz tan claro, tan rico de aventura. 
Yo canto su elegancia con palabras que gimen 
y recuerdo una brisa triste por los olivos.


El crimen fue en Granada - Antonio Machado

 Se le vio, caminando entre fusiles,
por una calle larga,
salir al campo frío,
aún con estrellas de la madrugada.
Mataron a Federico
cuando la luz asomaba.
El pelotón de verdugos
no osó mirarle la cara.
Todos cerraron los ojos;
rezaron: ¡ni Dios te salva!
Muerto cayó Federico
—sangre en la frente y plomo en las entrañas—
... Que fue en Granada el crimen
sabed —¡pobre Granada!—, en su Granada.

          2. El poeta y la muerte

  Se le vio caminar solo con Ella,
sin miedo a su guadaña.
—Ya el sol en torre y torre, los martillos
en yunque— yunque y yunque de las fraguas.
Hablaba Federico,
requebrando a la muerte. Ella escuchaba.
«Porque ayer en mi verso, compañera,
sonaba el golpe de tus secas palmas,
y diste el hielo a mi cantar, y el filo
a mi tragedia de tu hoz de plata,
te cantaré la carne que no tienes,
los ojos que te faltan,
tus cabellos que el viento sacudía,
los rojos labios donde te besaban...
Hoy como ayer, gitana, muerte mía,
qué bien contigo a solas,
por estos aires de Granada, ¡mi Granada!»

          3. Se le vio caminar... 
                      Labrad, amigos,
de piedra y sueño en el Alhambra,
un túmulo al poeta,
sobre una fuente donde llore el agua,
y eternamente diga:
el crimen fue en Granada, ¡en su Granada!



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