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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

14
Jun18

Este foi o destino trágico da criança prodígio mais famosa do século XX

António Garrochinho


Ser um génio não é uma tarefa tão fácil assim, pelo menos não para o prodígio infantil mais destacado do século 20 – William Saydis. Seu QI foi estimado em 250-300, sendo ele a pessoa com o maior QI já registado na história.
Há um grande interesse do público não somente nas habilidades mentais dessas pessoas, como em suas vidas pessoais, de modo que hoje iremos conhecer o trágico destino da criança prodígio mais famosa do século XX. Veja a seguir:
William Saydis era uma pessoa única. Isso é evidenciado pelos seguintes fatos: com um ano de idade, o garoto não só podia sentar e segurar uma colher, como também podia escrever. Aos quatro anos, ele leu as obras de Homero em seu idioma original. Dois anos depois, ele estudava lógica aristotélica. Aos oito, o menino já tinha quatro livros completos de autoria própria, um deles era uma monografia sobre anatomia, fora que conhecia oito línguas estrangeiras com perfeição.
A essa taxa de desenvolvimento, a chegada da criança aos 11 anos na Universidade de Harvard parecia absolutamente lógica. Seu conhecimento de matemática era muito profundo: enquanto ainda estudava, ele começou a dar palestras sobre o espaço e as quatro dimensões no Harvard Math Club.
Aos 16 anos ele era quase graduado e basicamente “um homem adulto”. Neste momento ele dava muitas entrevistas e as especificidades de seu pensamento interessavam não apenas os cientistas, mas também os jornalistas. William Saydis afirmou que gostaria de levar uma vida de eremita, de permanecer solteiro, de não ser tentado pelo sexo e por mulheres e dedicar-se completamente ao desenvolvimento intelectual.
O pai da criança prodígio era Boris Saydis, um judeu que emigrou para os EUA de Berdichev, agora uma cidade ucraniana. Na Universidade de Harvard, o pai recebeu um doutorado em psicologia, tornou-se um psiquiatra e um poliglota, fundou um novo campo de conhecimento – psicopatologia.
A mãe de William Saydis se formou na Universidade Médica da Universidade de Boston, mas não prosseguiu com a carreira, decidindo permanecer em casa para cuidar do lar e criar seu filho.
Os pais médicos vieram com seus próprios métodos para transformar um filho comum em um gênio. William tornou-se realmente especial em suas opiniões políticas e religiosas. Aos seis anos de idade o gênio se declarou ateu. Então, na sua juventude, ele foi preso por participar da manifestação de maio em Boston. Ele foi sentenciado a três anos de prisão e, apesar de o próprio pai ter passado dois anos em prisão solitária como prisioneiro político, ele tentou proteger seu filho do direito de se expressar de uma maneira muito incomum.
Ele concordou com o promotor do caso de enviar seu filho a um sanatório em New Hampshire por um ano e o proibiu de pensar em revoluções e mudar o sistema estadual sob a ameaça de prisão em um hospital psiquiátrico. Enquanto isso, o jovem desenvolveu sua própria teoria quase liberal, realizou pesquisas no campo da história dos EUA e escreveu sua alternativa, fazendo campanha contra o chamado para a Primeira Guerra Mundial.
O conflito com os pais e o medo da prisão internamente quebraram William Saydis. A vida adulta, ele passou sozinho, sendo que trabalhou primeiro como contador, não terminando a faculdade por “ter sido convidado a sair” e logo foi enviado a um sanatório.
Por todo seu sucesso intelectual, William Saydis estava emocionalmente despreparado para a idade adulta e quando a glória caiu sobre este homem, ele não estava absolutamente preparado para isso.
Ele não conseguia se comunicar com pessoas, encontrar amigos pois não se fazia entender e era socialmente passivo, apesar de genial e com um alto QI.
Quando ele tentou ser um professor em Harvard, os alunos nem ouviam as aulas, porque eram mais velhos. Em vez disso, eles buscaram informações pessoais sobre ele, descobrindo que William nunca tinha tido uma namorada e virando alvo para chacota, inclusive pela mídia.
“Eu quero viver em reclusão, eu odeio você e eu odeio a multidão!” – gritou ele durante uma reportagem.
Após escapar do sanatório em 1921, ele cortou relações com seu pai e foi trabalhar em Nova York com tarefas bem simples. Em 1944 ele recebeu uma indenização por um acordo judicial, em que o jornal The New Yorker levantou difamações e informações falsas a seu respeito.
Sidis morreu em 1944 em Boston, vítima de uma hemorragia cerebral aos 46 anos de idade. Seu pai havia morrido da mesma maneira em 1923, aos 56 anos.
Um homem tão dotado pela natureza, infelizmente perdeu a sua liberdade e foi perseguido durante sua vida inteira por seu alto QI. Já dizia o tio Ben do Homem Aranha: “Com grandes poderes, há grandes responsabilidades” e esse foi o trágico fim do homem que, por possuir um grande poder, virou propriedade social.

misteriosdomundo.org

14
Jun18

Ku Klux Klan: seita chegou a reunir cem mil membros nos EUA agindo contra negros

António Garrochinho



Criada em 1866, organização que prega o ódio racial ganhou força em 1915 e até conseguiu eleger representantes. Na era Kennedy, investigação do FBI em meio a assassinatos

A chuva forte que desabou sobre Washington não impediu que 40 mil pessoas fossem, em 8 de agosto de 1925, participar da abertura do primeiro congresso nacional da Ku Klux Klan. Realizado para tirar a seita racista da clandestinidade, mesmo com tanto quórum, o congresso foi um fiasco.
Criada em 1866, a organização foi fundada por soldados confederados que queriam afogar a mágoa da derrota para o Norte. No entanto, para que pegassem em armas, foi um pulo. Em seguida, passaram a agir contra os negros. A reação do governo foi suprimir o "habeas corpus".
Em 1915, depois de anos à sombra, a KKK ganhou fôlego ao ser liderada pelo professor de história William Simmons. Na noite de Ação de Graças, na Georgia, Simmons, chamado de "bruxo imperial" (dirigente supremo) e 16 seguidores encapuçados, os "cavaleiros invisíveis", participaram de rituais em torno de uma cruz em chamas e prometeram retomar a cruzada pela supremacia branca. Na KKK só eram aceitos americanos brancos que não tivessem sangue judeu ou orientação católica.
Na década de 20, depois do ingresso de Clark Tyler, que trabalhava para levantar fundos, a KKK recrutou cem mil seguidores. Em seguida, os homens passaram a se interessar por política e ingressaram no Partido Democrata. Em 1923, na eleição presidencial, a KKK apoiou o democrata John W. Davis, que perdeu para o republicano Calvin Coolidge.
Mesmo depois do fracasso, em 1925, a KKK conseguiu ter êxito em algumas eleições regionais. Nos anos 70, chegou a escolher candidato às eleições presidenciais dos EUA. Antes, suas atividades clandestinas acabaram na mira do FBI na era Kennedy, em meio aos seus métodos brutais e criminosos, incluindo espancamentos e assassinatos cometidos por seus integrantes.
Recentemente, membros da KKK no Sul dos Estados Unidos, embora enfraquecidos, sem contar mais com o apoio de dezenas de milhares de adeptos, atacaram decisões da Justiça e a entrada de imigrantes no país. Um dos alvos foi a permissão do casamento homossexual no Alabama.
Aliados de ativistas neonazistas, integrantes da Ku Klux Klan participam de marchas de grupos supremacistas brancos, como em Charlottesville, na Virgínia, onde uma pessoa morreu no dia 12 de agosto de 2017 após um atropelamento provocado por um terrorista que jogou o carro contra uma manifestação antifascista. Os membros da KKK cobram das autoridades que LGBTs, imigrantes e judeus não tenham os mesmos direitos civis dos demais americanos.
Sociedade secreta. Integrantes da Ku Klux Klan participam de cerimônia da seita racista nos EUA: FBI investigou crimes envolvendo a organização
Sociedade secreta. Integrantes da Ku Klux Klan participam de cerimônia da seita racista nos EUA: FBI investigou crimes envolvendo a organização Arquivo / 16/07/1957
















acervo.oglobo.globo.com
14
Jun18

TERRORISTAS - SÉCULO XX

António Garrochinho
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 Ze’ev JabotinskyUcrânia


Os Maiores Terroristas do século 20 - Zeev JabotinskyUcraniano nascido em Odessa, o judeu Ze’ev Jabotinsky foi o chefe supremo da Irgun Zvai Leumi (Organização Nacional Militar), fundada em 1937 com objetivo de estabelecer um estado judeu-fascista na Palestina. Apesar de judeu, Jabotinsky compartilhava das mesmas ideias racistas que o austríaco Adolf Hitler colocaria em prática anos depois. Em “A muralha de ferro”, livro escrito por ele em 1926, Jabotinsky diz: “Nunca poderemos permitir coisas como o matrimônio misto porque a preservação da integridade nacional só é possível mediante a pureza racial, e para tal, temos de ter esse território onde nosso povo constituirá os habitantes racialmente puros.” Em 1946, o Irgun Zvai Leumi explodiu parte do hotel Rei Davi, sede do poder britânico em Jerusalém, matando 91 pessoas. No mesmo ano, um ataque a bomba no escritório do governo britânico em Jerusalém deixou nove mortos. O terror continuou no restante da década com vários assassinatos de lideranças britânicas na Palestina, policiais, soldados e civis.
Zeev Jabotinsky

Shoko AsaharaJapão


Shoko AsaharaO acupunturista Shoko Asahara foi o fundador do Aum Shinrikyo (Ensinamento da Verdade Suprema). Fundado em 1984, o movimento prega o fim do mundo através de um Armagedom nuclear; a raça humana será destruída exceto aqueles que se juntarem ao Aum Shinrikyo. Aos seus seguidores, Asahara dizia ter poderes sobrenaturais tais como levitar e ler mentes. Além disso, sua urina era vendida como bebida mágica. O Aum Shinrikyo é o responsável pelo pior ataque terrorista da história do Japão, quando em 1995 lançou o gás letal Sarin no metrô de Tóquio, matando 13 pessoas e intoxicando mais de seis mil. Mais de mil pessoas ficaram com sequelas, que vão desde a cegueira a problemas de locomoção. Antes do ataque ao metrô, o Aum havia assassinado um advogado e toda sua família e testado o gás Sarin em uma cidade rural matando oito pessoas. Asahara foi condenado à pena de morte em 2006 e aguarda execução. Vinte anos depois do ataque, o apocalipse pregado pelo guru ainda não aconteceu.
Shoko Asahara

Timothy McVeighEstados Unidos


Timothy McVeighTimothy James McVeigh, ex-fuzileiro das forças armadas dos Estados Unidos, foi um excelente soldado, tendo ganho a medalha de bronze por seus feitos na Guerra do Golfo em 1990. Durante sua estadia no exército, era notória sua disposição para aguentar a dor nos mais terríveis exercícios impostos por seus superiores; o que para os outros era uma tortura, para Timothy, era um prazer. Depois de deixar o exército, começou a destilar sua raiva contra o governo americano que acusava de tirano. Escreveu cartas para jornais acusando o governo americano de roubar seu próprio povo através dos altos impostos. Em 1995, arquitetou e executou sozinho o segundo pior ataque terrorista da história dos Estados Unidos: deixou um caminhão bomba em frente ao edifício Alfred P. Murrah na Cidade de Oklahoma. A explosão matou 168 pessoas. Ele esperava, com esta ação, inspirar uma revolta contra o governo americano. Acusado de 11 crimes federais, McVeigh foi executado com uma injeção letal no dia 11 de junho de 2001, apenas quatro anos após receber a pena de morte.
Timothy McVeigh - Os Maiores Terroristas do Século 20

7. Theodore Kaczynski (Unabomber)Estados Unidos


Ted KaczynskiTheodore Kaczynski, o Unabomber, escritor, ativista político e brilhante matemático norte-americano graduado pela Universidade de Harvard. Tinha PhD em matemática e era especialista na “teoria da função geométrica”. Em sua tese de PhD, um membro da banca chegou a dizer: “Provavelmente apenas 10 pessoas em todo país entenderiam essa tese“. Em 1969, aos 26 anos, abandona o posto de professor na Universidade de Berkeley para iniciar segundo ele: “A guerra contra o desenvolvimento da sociedade industrial”. Segundo Kaczynski, a Revolução Industrial e suas consequências foram um desastre para a raça humana, roubando das pessoas a autonomia e infligindo no mundo natural danos irreversíveis. Em sua cruzada para tentar reverter essa situação, enviou dezenas de bombas para cientistas nos EUA, deixando um rastro de medo, mortes e amputações. Seu alvo preferido eram cientistas da computação e geneticistas. Foi preso em 3 de abril de 1996 após uma denúncia do seu irmão. Foi condenado a prisão perpétua. 
Unabomber


 Osama Bin LadenArábia Saudita


Osama Bin LadenOsama Bin Laden, desde 2005, era o terrorista mais procurado do mundo. Fundador e líder da rede terrorista Al-Qaeda, tinha um só objetivo: a destruição do Ocidente (leia-se Estados Unidos). Em 2004, Osama Bin Laden assumiu formalmente em um vídeo a autoria do maior atentado terrorista da história: o ataque através de aviões sequestrados ao World Trade Center em Nova York, ao Pentágono em Washington e à Casa Branca também em Washington – esse último avião caiu antes de atingir o suposto alvo. Nos ataques morreram mais de três mil pessoas.  Antes, em 1998, Bin Laden orquestrou os atentados a bomba nas embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e Tanzânia, matando 256 pessoas e ferindo mais de cinco mil. Em 2000, Bin Laden voltou à cena quando 17 militares americanos foram mortos no Iêmen após um ataque suicida de membros da Al Qaeda no navio USS Cole. O terrorista bilionário foi morto em dois de maio de 2011 no Paquistão por forças especiais norte-americanas. Sua posição foi revelada com a ajuda de um médico paquistanês, Shakil Afridi, que medicava na área tribal de Khyber Pakhtunkhwa, região onde o terrorista se escondia com a sua família.
Osama Bin Laden - Os Maiores Terroristas do Seculo 20




Abu Bakr al-BaghdadiIraque

Abu Bakr al-BaghdadiCalado, tímido, insignificante e um craque no futebol. Esse era o perfil, segundo amigos, de Ibrahim Awwadty Ibrahim Ali Muhammad al-Badri al-Samarrai, mais conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi, hoje o terrorista mais procurado do planeta. Líder do grupo extremista Estado Islâmico, sua cabeça vale 40 milhões de reais (na cotação atual do dólar). Era um homem “insignificante” até 2003, quando os Estados Unidos e Inglaterra invadiram o Iraque para supostamente desarmar o regime do país e encerrar o apoio de Saddam Hussein a organizações terroristas. Raivoso, al-Baghdadi jurou vingança por seu povo “humilhado”. Pesou também o fato dele ter sido preso pelos americanos em 2005. Mantido ao lado de terroristas sanguinários, o PhD em Ciências Islâmicas teria se tornado um radical dentro do campo de prisioneiros. Maquiavélico, escondeu suas reais intenções dos ianques que o consideraram uma pessoa “moderada” e “inofensiva”. Foi libertado em 2009. E antes de virar as costas e ir embora, falou a um coronel americano: “Vejo vocês em Nova York”.
Abu Bakr al-Baghadi
14
Jun18

FOI EM 1928 QUE SE COMEÇOU A CONDUZIR PELA DIREITA EM PORTUGAL

António Garrochinho

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Em Portugal e nas suas colónias, até 1928, a circulação automóvel era feita pela esquerda.
Em 1928, um ano após ter sido criada a Junta Autónoma de Estradas, foi legislado o primeiro código da estrada português e, pelo decreto n.º 18.406, de 31 de Maio de 1928, seria estabelecida a circulação pela direita nas estradas.
 1928 - Ano do início da circulação pela direita
Sinais colocados pelo Diário de Notícias e pela Vacuum Oil Company
 Acidente de automóvel no Largo do Chiado, Lisboa, em 1928. Estúdio Mário Novais
A partir das 5 horas da manhã de 01 de Junho de 1928 em Lisboa, e à meia noite no resto de Portugal continental, para os cerca de 31 mil condutores com carta de condução e cerca de 28.000 automóveis então existentes, passou a ser obrigatória a circulação rodoviária pelo lado direito das estradas. O mesmo aconteceu na Guiné, em Angola e Timor e, presume-se, na Fortaleza de São João Baptista de Ajudá. No entanto, em Macau, Goa e Moçambique, tendo em atenção as suas situações específicas, manteve-se a condução pelo lado esquerdo das estradas.
Em Timor, a condução passou a ser feita pela direita em Junho de 1928. Mais tarde, depois da Abrilada de 1974, mais exactamente em 1975, na sequência da anexação de Timor pela Indonésia, o sentido da condução foi novamente alterado para o lado esquerdo.

Fontes
- Automóvel Clube de Portugal

monumentosdesaparecidos.blogspot.com

14
Jun18

ESTUDO MOSTRA QUE O DESERTO DO SAARA ESTÁ AUMENTANDO

António Garrochinho


saara

Não é segredo que o aumento da temperatura causado pela emissão de carbono na atmosfera está derretendo o gelo polar, porém, o que pouca gente sabe é que isso também está causando um aumento na extensão dos desertos. O mais afetado até o momento é o Saara. Um estudo publicado no início de abril, por cientistas da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, mostra que desde 1920 o alcance da areia do maior deserto do mundo cresceu em cerca de 10% sobre outros biomas.
O valor é resultado de uma média nas medições de precipitação anual da água em todo o continente africano entre 1920 e 2013. A expansão foi ainda mais longe quando os autores do estudo analisaram as tendências sazonais. Em relação ao verão de quase um século atrás, hoje, o Saara está 16% maior.
Contudo, a culpa de tal fenômeno não é uma surpresa. A atividade humana é a principal responsável por alterar o comportamento do deserto, e segundo o estudo, os dados preliminares mostram que o efeito também está ocorrendo em outros desertos. “As causas são as alterações climáticas e a culpa é do homem. Se esse efeito irá continuar só depende de quais medidas serão tomadas para reverter o clima que estamos esquentando com os gases de efeito estufa”, afirma a climatologista que participou do estudo, Natalie Thomas.
Os resultados mostram as implicações para o futuro do Saara, bem como o que pode ocorrer com outros desertos subtropicais ao redor do mundo. A transformação de solos cultiváveis, ricos em vegetação e vida animal em desertos pode ser irreversível. Também, em um futuro próximo, tempestades de areia podem deixar de ser um fenómeno que ocorre quase exclusivamente no norte da África
megaarquivo.wordpress.com



14
Jun18

ANTROPOLOGIA – MISCIGENAÇÃO DO SAPIENS

António Garrochinho


neandertal

Antropólogos contestaram teorias segundo as quais o Homo sapiens e os neandertais se miscigenaram, transmitindo aos seres humanos modernos parte do legado genético de seus primos.
Ao longo dos últimos dois anos, vários estudos sugeriram um cruzamento entre o Homo sapiens e os neandertais, hominídeos que viveram em regiões da Europa, Ásia Central e Oriente Médio por até 300 mil anos, mas desapareceran entre 30 e 40 mil anos.
As evidências provêm de fósseis de DNA que demonstram que homens eurasiáticos e asiáticos médios partilham entre 2% e 4% do DNA com os neandertais, enquanto os africanos não têm quase nada em comum.
Mas um novo estudo feito por cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, diz que o DNA veio de um ancestral comum e não por meio de “hibridização” ou reprodução entre duas espécies de hominídeos.
Segundo publicação na edição desta semana do periódico americano “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS), os pesquisadores Andrea Manica e Anders Eriksson, do Grupo de Ecologia Evolutiva de Cambridge, desenvolveram um modelo de computador para simular essa “odisseia” genética.
Ele começa com um ancestral comum dos neandertais e do Homo sapiens que viveu cerca de meio milhão de anos atrás em regiões de África e Europa.
Por volta de 300 mil e 350 mil anos atrás, as populações europeia e africana desse hominídeo se separaram. Vivendo em isolamento genético, o ramo europeu evoluiu pouco a pouco até dar origem aos neandertais, enquanto o ramo africano acabou originando o Homo sapiens, que se disseminou em ondas migratórias que deixaram a África entre 60 mil e 70 mil anos.
Segundo a teoria, comunidades de Homo sapiens que estavam geneticamente mais próximas da Europa, possivelmente no norte da África, preservaram uma parte relativamente maior de genes ancestrais.
Eles também se tornaram os primeiros colonizadores da Eurásia durante a progressiva migração fora da África. Isso poderia explicar por que os europeus e asiáticos modernos têm uma semelhança genética com os neandertais, mas os africanos, não.
O que aconteceu com os neandertais é uma das grandes questões da antropologia. A hibridização poderia responder isso, ao menos parcialmente. Ao se miscigenarem com os humanos, os neandertais não teriam sido extintos pelo Homo sapiens ou pelas mudanças climáticas, como alguns argumentam. Ao contrário, os genes dos neandertais teriam se misturados no genoma da cepa dominante do Homo.
Em um estudo separado publicado na PNAS, cientistas chefiados por Svante Paabo, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig, na Alemanha, descobriram que os neandertais e os Homo sapiens se separaram entre 400 mil e 800 mil anos atrás, mais cedo do que se imaginava.
A equipe também calculou que os humanos se separaram dos chimpanzés, nosso parente primata mais próximo, entre 7 e 8 milhões de anos, antes dos 6 a 7 milhões de anos atrás estimados com frequência.


megaarquivo.wordpress.com
14
Jun18

Mundial 2018: Jogadores do Irão sem botas, mas unidos. Carlos Queiroz exige pedido de desculpas da Nike

António Garrochinho


A seleção iraniana enfrenta, por estes 

dias, outros desafios fora 

das quatro linhas no Mundial 2018, na Rússia.

Mundial2018: Jogadores do Irão sem chuteiras, mas unidos. Carlos Queiroz exige pedido de desculpas da Nike
Em virtude das sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos da América ao Irão, a Nike anunciou que não irá fornecer chuteiras à seleção iraniana — adversária de Portugal na fase de grupos — durante o Mundial da Rússia.
Em comunicado, a marca desportiva anunciou que “as sanções significam que, enquanto empresa norte-americana, a Nike não consegue fornecer, nesta altura, as chuteiras aos jogadores da seleção iraniana”.
Perante esta nota, a federação iraniana, na tentativa de esclarecer a situação, enviou uma carta à FIFA pedindo uma explicação, bem como assistência na resolução do problema. Sem resposta, até ao momento.
O selecionador nacional, o português Carlos Queiroz, deixou duras críticas à marca desportiva e exigiu um pedido de desculpas.
À ESPN, o técnico declarou que "os jogadores estão acostumados com os seus equipamentos desportivos, não é correto trocá-los uma semana antes de jogos importantes".
Já à Sky Sports, o treinador português acrescentou que o impedimento "acabou por ser uma fonte de inspiração". "O último comentário da Nike foi, na minha opinião, um comunicado desnecessário. Todos sabem que existem sanções. A Nike deveria pedir desculpa por esta conduta arrogante contra 23 rapazes. É ridículo e desnecessário", disse Queiroz.
Os jogadores procuram agora alternativas, junto de outros jogadores ou lojas desportivas locais.
Nas redes sociais, muitos adeptos iranianos começaram uma ação de boicote à marca desportiva através da hashtag "No To Nike" (não à Nike, em português).
Em maio, Trump anunciou a saída dos Estados Unidos do acordo firmado em 2015 entre o Irão e o Grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, Rússia, China, França e Reino Unido - e a Alemanha)
Tanto os países europeus como a Rússia e a China criticaram a decisão norte-americana e manifestaram empenho em manter o acordo.
O acordo nuclear permitiu o levantamento gradual das sanções económicas e financeiras internacionais ao Irão em troca do compromisso de Teerão de limitar o seu programa nuclear a fins civis.
A estreia do Irão no Campeonato do Mundo de Futebol acontece amanhã, 15 de junho, frente à seleção marroquina, em São Petersburgo.


24.sapo.pt
14
Jun18

E assim caminha a humanidade...

António Garrochinho






Acredito que a maioria de nós já deva ter-se perguntado como ou onde nós, seres humanos, surgimos? Essa é uma questão que nos inquieta a todos há muito tempo. As respostas já variaram muito e continuam variando até hoje. As primeiras explicações foram dadas pelo homem através da Mitologia. Por meio de uma linguagem simbólica, de personagens reais ou imaginários, lugares sobrenaturais e de acontecimentos extraordinários, os nossos antepassados deram diferentes explicações para o surgimento do homem e do Universo. O ponto em comum, entre essas explicações, é o fator divino que davam a essa criação. Já as explicações científicas surgiram apenas a partir do final do século XVIII, dividindo tais explicações em Evolucionismo e Criacionismo.



 Para muitos historiadores, foi no continente africano que surgiram nossos primeiros ancestrais, pois foi ali que encontraram os fósseis humanos mais antigos. 


Os Australopithecus - termo que significa "macaco do Sul" - estão entre os primeiros hominídeos. Viveram na África há aproximadamente 4 milhões de anos. Caminhavam de pé (bipedismo), tinham dentes molares relativamente fortes e resistentes e um cérebro de, em média, 570 cm³ de volume. Supõe-se que se alimentavam, essencialmente, de vegetais, gramíneas, raízes, sementes e brotos. Entretanto, algumas espécies de Australopithecus também se alimentavam de lagartos, ovos e pequenos mamíferos. Por volta de dois milhões de anos atrás, a "árvore" da família dos hominídeos apresentava dois ramos principais: o da espécie de Australopithecus, cujos membros se extinguiram há cerca de um milhão de anos, e o das espécies do gênero Homo (Homo habilis, Homo erectus, Homo neanderthalensis, 




Homo sapiens sapiens), desta forma, chegando aos seres humanos atuais. Para Cláudio Vicentino - bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela USP -, foi no período da História classificado como Paleolítico que os hominídeos passaram por diversas fases da evolução, do Australopithecus até o Homo sapiens sapiens. Nesse período, nossos ancestrais viviam da coleta de frutos e raízes, da caça e da pesca. Organizavam-se em bandos e habitavam cavernas ou cabanas feitas com galhos e folhas de árvores, semelhantes aos acampamentos de hoje. A total dependência do meio natural obrigava as comunidades a migrar para outros lugares em busca de alimentos, ou fugir de alguma ameaça natural (inundação, excesso de frio ou calor, etc.). Essas comunidades não tinham habitação fixa e estavam sempre mudando de lugar, por isso eram chamadas nômades. E o nomadismo, uma das principais características de nossos antepassados, foi responsável pela povoação do Planeta. O período da Pré-história é maior que todos os outros períodos que surgiram depois da escrita. Para se ter noção, caso nós pudéssemos retratar toda a História da humanidade em um filme de 3 horas, duas horas, 59 minutos e 45 segundos seriam dedicados à Pré-história e somente 15 segundos à História a partir da escrita. Alguns estudiosos devem a nossa evolução ao surgimento da Arte nas vidas de nossos antepassados. Para Lasar Segall, "a Arte surge da ânsia de comunhão e compreensão entre homem e homem, homem e sociedade, homem e mundo". 



O conhecimento da Arte faz com que tenhamos uma compreensão do mundo onde a dimensão poética se faça presente. A Arte nos ensina que é possível transformar continuamente a existência, que é preciso mudar nossas referências a cada momento, que podemos ser flexíveis. Isso faz com que possamos entender que o ato de criar e conhecer são indissociáveis e que a flexibilidade é uma das primordiais condições no ato de aprender. Estar alheio à Arte é ser limitado. É deixar que a dimensão do sonho nos escape. É não conseguirmos nos comunicar com os objetos a nossa volta. É desconhecer a sonoridade instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos gestos e luzes que dão sentido à vida. Desenhar um mamute numa parede de pedra possibilitou ao homem não apenas o surgimento da Arte. Pois o hominídeo responsável pelo desenho na pedra não o executou apenas. Provavelmente,  por uma série de motivos, demonstrou a outros como fazê-lo. Desse gesto nasce o Ensino... E, do ato de ensinar, a Educação. Arte e Educação. Duas peças fundamentais para que se fizesse existir a evolução humana. 





Como se pode notar, cientificamente, o ser humano passou por várias etapas em seu processo evolutivo para chegar ao que é hoje. Essa evolução, de acordo com a Ciência, foi iniciada há mais de 5 milhões de anos e, durante esse período, os descendentes dos primeiros hominídeos espalharam-se por todo o Planeta. No decorrer deste tempo, nossa espécie desenvolveu habilidades, técnicas e criou instrumentos, passando a ter recursos mais eficientes do que apenas a sua condição física para que pudesse enfrentar as dificuldades impostas pelo meio no qual vivia. 




Possuidores de um cérebro extraordinário, nós fomos capazes de criar e descobrir, de aliar trabalho à criatividade, de construir nosso mundo, de produzir bens materiais e também não-materiais. Além disso, ainda desenvolvemos a Linguagem, um meio mais do que eficiente para que houvesse comunicação entre os indivíduos de nossa espécie. Desta forma, transmitimos, acumulamos ou transformamos os conhecimentos adquiridos desde o período no qual aqui surgimos. 

Segundo os cientistas, somos seres dotados de um saber reflexivo. Por isso, biologicamente, somos classificados como um "ser que sabe que sabe" (Homo sapiens sapiens). Afirmação que nos diferencia dos outros animais, pois estes outros sabem (algumas coisas), mas certamente não sabem que sabem. Somos capazes de realizar grandes mudanças em nossa forma de viver. Por construirmos um saber reflexivo, nós podemos observar, refletir, analisar e julgar o que nos cerca. Podemos questionar o passado, modificar o presente e planejar o futuro. 

Somos, simultaneamente, criaturas e criadores do mundo no qual vivemos. Somos fruto do meio, mas não nascemos prontos. Graças ao nosso cérebro pensante, estamos num constante nascer e renascer no que tange nosso desenvolvimento e aprendizado. O que faz com que nossas vidas sejam um processo eterno de modificações e transformações. Mas... Será? 

Será que somos de fato tudo isso? Eu já acreditei que fôssemos muito mais. Entretanto, há alguns anos tenho me esforçado muito para não deixar de acreditar. Trabalhar na área da educação desde 1997 tem-me possibilitado conviver com os mais variados tipos evolutivos de nossa tão vasta e valorosa espécie. 

Pois o que presencio está longe ser considerado atitudes de um Homo sapiens sapiens. Não que esta possibilidade se restrinja apenas a pessoas cujo trabalho envolva a área da Educação. A quem interessar possa, basta abrir os olhos e ver que isto está ocorrendo por todos os lados. 

Mas, devo dizer que, há alguns anos, tenho convivido diariamente com Australopithecus... com centenas deles. E (impressionante) como se reproduzem rápido! 

Difíceis de serem tolerados por perto, estes seres, geralmente, desconhecem hábitos de higiene: andam sujos, fedidos, maltrapilhos, com seus hálitos podres, ora por fome ora por total ausência de limpeza. 

Usuários de uma linguagem rudimentar, aliada a uma péssima dicção (talvez devido ao pouco uso da fala, pois o uso de gestos para se comunicarem tem se tornado cada dia mais comum), faz com que seja necessário um esforço mental enorme para que se possa compreender o que dizem. Suas formas de cumprimento são primitivas e muitas vezes dotadas de certa agressividade. 

As fêmeas da espécie expõem seus corpos o máximo que podem, no intuito de atrair o maior número possível de machos, pois estão sempre disputando por eles (está se tornando comum haver mais mulheres que homens em vários lugares do mundo). 

E, como não possuem noção de educação, de harmonia ou de higiene, pouco importa a condição do corpo - acima ou abaixo do peso, bem ou mal cuidado, limpo ou sujo -, o importante mesmo é que esteja exposto e pronto (entenda-se "pronto" como estar fisicamente disposto) para o acasalamento. 

O que chamam de música é um amontoado de notas irritantes e quando adicionam alguma letra é melhor nem ouvi-la. Caminham arrastando seus membros inferiores, como se estes pesassem mil quilos cada um. 

Não possuem noção de espaço, regras ou de limite. Nunca sabem onde podem correr, comer, falar, andar, atravessar, gritar, fazer suas necessidades fisiológicas e inclui-se nisto também o sexo, uma necessidade fisiológica que compõe o seu dia-a-dia muitas vezes antes dos doze anos de existência. 

Quando seus hormônios sexuais iniciam o processo de maturação, não importa a hora, o local ou quem seja o outro espécime. Basta um breve olhar, um roçar de corpos e eles se acasalam mesmo. 

Devido a isso, quando menos se espera, estão procriando. E a responsabilidade sobre a prole nem sempre recai sobre quem a fez. Passam muitas vezes de mão em mão (tio, tia, avô, avó, FEBEM, Conselho Tutelar), até que adquiram tamanho suficiente para que “cuidem” de si mesmos (trabalhar ou roubar para mal e mal comer e vestir) e possam repetir os mesmos atos insanos de seus biológicos pais. 

A divergência entre eles é algo corriqueiro. Na disputa por espaço (e, neste caso, é possível dar ao substantivo “espaço” uma variação imensa de significados, inclusive a luta por uma garrafa de cerveja), agridem-se fisicamente com extrema facilidade, chegando, não raras vezes, a tirar a vida do outro. 

Alguns matam por “necessidade” (fome, miséria, etc.). Outros por total ausência de limite e remorso. A maioria não possui letramento. Entre eles quase não há indícios de vida espiritual (quando existe, discriminam, abominam, excluem de seus grupos ou mesmo matam aqueles que não possuem os mesmos dogmas). Costumam associar diversão ao uso constante de entorpecentes, noites de insônia perdidas em orgias, violência, jogos de azar e sexo fácil e inseguro. 



São Australopithecus da Contemporaneidade, muitas vezes, com acesso à luz elétrica, televisão, cesta básica, Bolsa Família, vale Gás, motocicletas, celulares, merenda escolar, DVD’s piratas e internet. Primatas que andam de bicicleta, pilotam motos ou dirigem automóveis. Alguns possuem uma condição financeira muito boa, mas, geralmente, desconhece-se se há ou não licitude na forma de adquirir tal condição (esses aproveitam de suas posses para construir bombas, sustentar guerras, acuar indefesos). 

Mas esse é o caso de uma minoria deles. A verdade é que a maioria não tem acesso a informação, saúde, Educação (de facto), nem a oportunidades que lhes deem a possibilidade de evoluir e muito menos acesso ao conhecimento. E esses Hominídeos do século XXI estão se multiplicando com impressionante rapidez a cada dia. Afastados da Linguagem, da Arte e do Conhecimento que lhes dão a possibilidade de serem de facto humanos, esquecidos, não apenas por nossos governantes, a esses seres, em visível estado involutivo, resta o recebimento mensal de esmolas para sua sobrevivência, e, de tempos em tempos, obrigatoriamente, depositarem seus impensados votos nas tão seguras e eletrônicas urnas eleitorais. 

Ou lhes resta ainda a possibilidade de lotar as enormes escolas (ou atualmente fábrica de medíocres) e penitenciárias (as conhecidas "universidades do crime"), deixando cada dia mais "gordos" os cofres públicos de seus devidos Municípios. 


Não nos cabe calcular a parcela de culpa que cada um de nós tem por permitir que uma camada tão extensa da sociedade caia numa espécie de retrocesso no que se refere à evolução humana. Cabe a cada um de nós, os que ainda possuem capacidade de compreender esse texto, começar a olhar o mundo a nossa volta. Enxergando-o não somente com nossos olhos físicos, mas com os nossos olhos anímicos. 

Acreditando que tudo que ocorre ao nosso redor interfere incontrolavelmente em nossas vidas. Já vivemos demais para não percebermos que ao levantar o dedo estamos afetando a estrela mais próxima. "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara". 


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14
Jun18

A pele através da história

António Garrochinho


O ser humano é o único primata que possui uma quantidade tão pequena de pelos e tantos tons diferentes de pele. Entender como essa característica evoluiu pode ter implicações diretas na saúde da espécie hoje em dia

A pele humana é uma evidência direta da evolução. A pequena quantidade de pelos e os múltiplos tons de pele foram características cuidadosamente selecionadas durante milhões de anos e representam mais do que traços cosméticos – eles são responsáveis pela sobrevivência da espécie. Hoje em dia, no entanto, essas mesmas adaptações podem conflitar com o estilo de vida moderno. “Toda essa variedade de tons de pele dentro de uma mesma espécie é incrível. Entender como isso se desenvolveu desde nossos antepassados pode ter profundas consequências para a nossa saúde hoje em dia”, diz Nina Jablonski, antropóloga da Universidade Estadual da Pensilvânia e autora do livro Living Color: The Biological and Social Meaning of Skin Color (Cores Vivas: Os Significados Biológicos e Sociais da Cor de Pele, inédito em português). No dia 16, ela participou do Encontro Anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Boston, EUA, onde conversou com o site de VEJA.
Segundo as evidências mais recentes, o corpo dos antepassados humanos era repletos de pelos, como macacos. Eram caçadores-coletores que viviam nas zonas tropicais da África, onde os alimentos e a água eram abundantes, e o clima era ameno. Nestas condições, os pelos ajudavam a reter o calor corporal.
Há cerca de 2 milhões de anos, no entanto, a Terra foi atingida por uma série de mudanças climáticas, e as florestas locais não passaram incólumes. Os hominídeos da época começaram, então, a se locomover cada vez mais para conseguir suprimentos. Ao mesmo tempo, eles passaram a desenvolver um cérebro cada vez maior, o que seria essencial para o surgimento do Homo sapiens. O órgão, no entanto, era extremamente sensível a grandes temperaturas. A maior mobilidade e a sensibilidade ao calor se tornaram uma combinação perigosa. Assim, hominídeos com menor quantidade de pelos se tornaram mais aptos a sobreviver e a passar seus genes adiante – era a seleção natural em ação. “Começamos a perder nossos pelos para liberar melhor o calor do corpo”, diz Jablonski. Hoje, os humanos são os únicos primatas – e dos raros mamíferos – com poucos pelos no corpo.
No entanto, ao perderem os pelos, os hominídeos se tornaram extremamente vulneráveis ao sol da África tropical: sua pele era muito clara – como a dos chimpanzés. Ao absorver as grandes quantidades de raios ultravioleta que incidiam no local, eles podiam sofrer sérias queimaduras, desenvolver diversos tipos de câncer, além de perder vários nutrientes da pele. Um deles – o folato – é essencial para o desenvolvimento correto dos embriões e importante para o sucesso reprodutivo humano. Assim, a pele desses ancestrais foi ficando cada vez mais rica em melanina, um pigmento responsável por escurecer a pele e protegê-la dos raios ultravioleta. “Não há nenhuma relação genética entre a perda de pelo e a mudança da cor da pele. Eles apenas aconteceram em um período histórico próximo: um veio mitigar os efeitos do outro”, diz Nina Jablonski.
Explorando o planeta – Esses ancestrais humanos continuaram seu percurso natural de evolução, com cérebros cada vez maiores e postura cada vez mais ereta. Há 200.000 anos, sua anatomia tornou-se semelhante à do homem moderno, dando origem ao Homo sapiens. Mesmo após surgir como espécie, os seres humanos continuaram na África por mais de metade de sua história na Terra, carregando a pigmentação de pele perfeita para a incidência solar na região. No entanto, há 80.000 anos, os primeiros humanos começaram a deixar o continente rumo à Europa e à Ásia. Em sucessivas ondas de migração, passaram a encontrar novos ambientes, com latitudes e altitudes maiores – e menor incidência de raios ultravioleta.
O problema é que essa mesma radiação, que pode ser perigosa quando absorvida em excesso, também é essencial para a síntese de vitamina D no sangue humano. A falta dessa vitamina diminui a absorção de cálcio e deprime o sistema imunológico. Sua ausência crônica pode levar a problemas no parto, deformidades e até morte. Mais uma vez, a seleção natural começava a favorecer uma mudança na cor da pele: pessoas com menos pigmentação conseguiam produzir mais vitamina a partir do parco sol local, tornando-se mais aptas a sobreviver.
Segundo Nina Jablonski, a pele mais clara se desenvolveu três vezes de maneira isolada entre os ancestrais humanos. “Uma dessas vezes foi entre os Neandertais europeus, que, segundo estudos genéticos, tinham peles claras e cabelos ruivos. As outras duas foram entre os Homo sapiens europeus e os asiáticos”, diz. Há mais de uma década, a antropóloga publicou o primeiro estudo que mostrava as relações entre a incidência de raios ultravioleta no mundo e a distribuição das populações com diferentes tons de pele.
 Nina Jablonski


Cultura na pele – Durante dezenas de milênios, as diversas populações, com seus diversos tons de pele, continuaram a se desenvolver de maneira isolada ao redor do mundo. Quando esses povos voltaram a se encontrar, foi natural que a cor de pele alheia chamasse atenção. Segundo Jablonski, isso acontece porque os humanos são animais visuais. Mas, ela destaca, isso não quer dizer que eles estão geneticamente programados para o preconceito. Não existe nenhuma evidência de que os primeiros encontros entre populações de tons de pele diferente tenham sido afetados por essa predisposição. As relações entre Egito e Grécia antiga, por exemplo, podiam até ser violentas, mas a cor da pele não era vista como sinal de valor humano.
Foi somente com as grandes navegações que essa questão se tornou importante. Com o contato cada vez maior entre os povos, a cor da pele começou a ganhar enorme valor cultural. Biologicamente, a pigmentação é apenas o resultado da necessidade corporal de se adaptar ao ambiente. No entanto, nesse tempo ela passou a ser entendida como sinal de hierarquia – inferioridade ou superioridade – entre as populações. Assim, mesmo sem ter nenhuma base científica, o argumento justificava a dominação econômica de populações inteiras, como a escravização das tribos africanas trazidas ao Brasil.
Herança genética – Hoje, a viagens pelo mundo se dão de forma muito mais rápida e em quantidades muito maiores do que na época das grandes navegações. As populações urbanas se tornaram ainda mais variadas, com habitantes de todos os cantos do planeta. Essa convivência entre os diferentes povos ajudou a diminuir os preconceitos. No entanto, os tons de pele da população deixaram de estar associados à região do planeta onde habitavam, e isso começou a afetar a saúde. “Alteramos o equilíbrio que houve durante a evolução humana. Grande parte da população mundial vive longe de onde seus ancestrais viveram, com consequências previsíveis para sua saúde”, diz Nina Jablonski.
Os problemas podem ser sentidos tanto pelas populações de pele clara habitando regiões equatoriais, quanto por populações de pele mais escura em regiões de alta latitude. Além disso, quase 60% da humanidade vive em cidades, onde a exposição à luz do sol é mínima. “Durante 200.000 anos, nós passamos grande parte de nossos dias nos ambientes externos. A partir do último século, no entanto, começamos a gastar a maior parte do nosso tempo dentro das construções”, diz Nina, que conduz uma série de estudos para medir a quantidade de sol absorvida por diferentes populações ao redor do mundo e as consequências disso para sua saúde.
Os resultados iniciais de sua pesquisa são preocupantes. “Constatamos que a falta de radiação ultravioleta está levando a sérias deficiências na quantidade de vitamina D”, diz. Segundo a antropóloga, os cuidados necessários para se proteger do excesso de radiação ultravioleta já estão bem divulgados – usar protetor solar, evitar as horas de sol mais intenso -, mas o mesmo não é verdade para os efeitos deletérios da falta de vitamina D.
A pesquisadora diz que a ausência dessa vitamina pode ser parcialmente responsável por grande parte dos problemas de saúde que atingem minorias populacionais nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, como problemas cardiovasculares, diabetes e câncer. “Ao diminuir as funções do sistema imunológico, isso pode tornar essas populações mais suscetíveis a gripes e resfriados, além de infecções mais sérias”, diz. Também existem evidências de que a deficiência crônica de vitamina D está levando a um aumento nos casos de depressão sazonais.
A solução para esses problemas é simples. Pessoas com pele mais escura vivendo em zonas temperadas, por exemplo, podem simplesmente decidir tomar mais sol, ou podem escolher repor a quantidade diária que lhe falta com suplementos de vitamina D. Para isso, no entanto, elas precisam conhecer as necessidades específicas de sua pele. É impossível voltar atrás da sociedade globalizada. Não existe como – e nem seria desejável – as diversas populações do mundo voltarem para seus locais de origem. Segundo Nina Jablonski, o melhor modo de superar o descompasso entre tom de pele e radiação solar é a partir do conhecimento sobre sua herança genética. Ao saber de onde veio sua pele, como ela adquiriu sua cor atual, é possível protegê-la dos efeitos da vida moderna.


veja.abril.com.br
14
Jun18

A lente sensível de Sebastião Salgado

António Garrochinho






























IMAGENS DE SEBASTIÃO SALGADO


Sebastião Ribeiro Salgado Júnior (Aimorés, 8 de fevereiro de 1944) é um fotógrafo brasileiro reconhecido mundialmente por seu estilo único de fotografar. Nascido em Minas Gerais, é um dos mais respeitados fotojornalistas da atualidade. Nomeado como representante especial do UNICEF em 3 de abril de 2001, dedicou-se a fazer crônicas sobre a vida das pessoas excluídas, trabalho que resultou na publicação de dez livros e realização de várias exposições, tendo recebido vários prêmios e homenagens na Europa e no continente americano. "Espero que a pessoa que entre nas minhas exposições não seja a mesma ao sair" diz Sebastião Salgado. "Eu acredito que uma pessoa comum pode ajudar muito, não apenas doando bens materiais, mas participando, sendo parte das trocas de ideias, estando realmente preocupada sobre o que está acontecendo no mundo".

Nascido em 1944, o mineiro Sebastião Salgado é um dos grandes nomes da fotografia mundial, com uma premiada obra marcada pelo olhar original e pela preocupação com as camadas mais desfavorecidas da sociedade. Entre seus livros destacam-se: Outras Américas (1986), que retrata as condições de vida dos camponeses latino-americanos; Trabalhadores (1993); e Terra (1997), que trata da questão agrária no Brasil. Em 2000, deflagra o projeto Êxodos, em que percorre o mundo expondo fotos, realizadas em 47 países, sobre a migração do campo para as cidades.

Ao longo dos anos, Sebastião Salgado tem contribuído generosamente com organizações humanitárias incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos sem Fronteiras e a Anistia Internacional.Com sua mulher, Lélia Wanick Salgado, apoia atualmente um projeto de reflorestamento e revitalização comunitária em Minas Gerais. Em setembro de 2000, com o apoio das Nações Unidas e do UNICEF, Sebastião Salgado montou uma exposição no Escritório das Nações Unidas em Nova Iorque, com 90 retratos de crianças desalojadas extraídos de sua obra Retratos de Crianças do Êxodo. Essas impressionantes fotografias prestam solene testemunho a 30 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria delas crianças e mulheres sem residência fixa. Em outras colaborações com o UNICEF, Sebastião Salgado doou os direitos de reprodução de várias fotografias suas para o Movimento Global pela Criança e para ilustrar um livro da moçambicana Graça Machel, atualizando um relatório dela de 1996, como Representante Especial das Nações Unidas sobre o Impacto dos Conflitos Armados sobre as Crianças. Atualmente, em um projeto conjunto do UNICEF e da OMS, ele está documentando uma campanha mundial para a erradicação da poliomielite.

Sebastião Salgado foi internacionalmente reconhecido e recebeu praticamente todos os principais prêmios de fotografia do mundo como reconhecimento por seu trabalho. Fundou em 1994 a sua própria agência de notícias, "As Imagens da Amazônia" , que representa o fotógrafo e seu trabalho.

INSTITUTO TERRA



Fonte: informações wikipédia (texto) internet (imagens) 

historiadeverdade1.blogspot.com
14
Jun18

7 HISTÓRIAS MISTERIOSAS QUE ENVOLVEM PESSOAS DE CORES ESTRANHAS

António Garrochinho



Por mais que a diversidade seja uma das mais fascinantes características humanas, levando em consideração que os animais das demais espécies são bastante similares entre si, essa diferença já gerou muitas desavenças na humanidade. O novo, ou mesmo o diferente, sempre chamou a atenção dos demais. O medo daquilo que não conhecemos ou que parece diferente para nós pode revelar o pior lado do ser humano e existem muito mais delas do que vocês imaginam.
Acontece que, apesar de associarmos as pessoas a certas cores específica, como se elas fizessem parte de uma palheta de cores que vai do bege até as cores mais pigmentadas, existem algumas variáveis nesse meio que você jamais sonharia. Algumas pessoas realmente excêntricas, em relação a sua cor, já existiram e as causas para elas são as mais variadas possíveis. Você, com certeza, vai se surpreender com essas histórias.

1 - As canárias

As guerras sempre geram mais consequências do que se pode imaginar e a Primeira Guerra Mundial, com certeza, não foi diferente neste aspecto. Como a maioria dos homens estava na luta, as mulheres acabaram tendo que trabalhar e muitas delas foram para as fábricas de munição, e foi lá que o inesperado aconteceu. Uma das tarefas feitas por elas, que mais tarde foram chamadas de 'Canárias', consistia em encher as munições com TNT. Acontece que esse produto acabou tendo algumas consequências para as mulheres que mexiam com ele.
O produto acabou causando erupções cutâneas, problemas no peito e até mesmo náuseas naquelas que trabalhavam com ele. Além disso, tanto o cabelo quanto a pele delas adquiriu uma cor amarelada brilhante. E foi exatamente isso que deu origem ao seu nome popular, que fazia referência ao canário - uma espécie de pássaro. Outro ponto interessante foi que as mulheres que trabalhavam com essa função e deram a luz nesse período acabaram passando a condição para os filhos. Mas, como eles não estavam constantemente em contato com o produto, ela acabou desaparecendo com o tempo.

2 - Pele alaranjada

Você sabe da onde veio a ideia de que comer cenoura faz bem para a visão? Bem, isso aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial e foi criada pelos britânicos. Aparentemente, eles estavam tentando esconder o fato de que conseguiram desenvolver o radar e, para isso, precisavam de uma justificativa para as descobertas feitas por meio do equipamento. E, com isso, surgiu a história de que os pilotos britânicos estavam comendo muita cenoura e por isso estavam enxergando mais longe e melhor. A ideia se espalhou e as pessoas começaram a comer mais cenoura por conta disso mas, como você pode imaginar, o seu excesso acabou sendo prejudicial.
Acontece que a cenoura é rica em uma substância química chamada carotenóides, que dá a sua cor. Ela contribui significativamente para a alimentação das pessoas, ajudando a evitar que estas tenham queimaduras solares. Mas, em excesso, podem acabar mudando a sua cor natural. E foi exatamente isso que aconteceu. As pessoas começaram a consumir muita cenoura e a sua pele, consequentemente, ficou alaranjada. Essa condição se chama carotenemia, ou carotenose, e pode ser resolvida deixando de consumir o causador do problema. Depois de algum tempo a substância será eliminada do seu corpo naturalmente.

3 - Os irmãos verdes de Woolpit

Dois irmãos, um menino e uma menina, acabaram ficando famosos na Inglaterradurante o século 12. E, para falar a verdade, o motivo para isso era bem compreensível, eles eram verdes. Aparentemente, enquanto algumas pessoas da aldeia de Woolpit faziam a sua colheita, eles acabaram encontrando as crianças e as levaram com eles. O que mais chamou a atenção dos aldeões não era o fato de que estavam sozinhos, porque crianças abandonadas na época não eram incomuns, mas sim a sua pele esverdeada peculiar.
As duas crianças não sabiam falar o seu idioma e, quando lhes ofereceram comida, acabaram rejeitando tudo que lhes era apresentado. Mas, depois de várias tentativas, a unica coisa que aceitaram comer foram grãos quando estes foram dados para elas. Duas teorias para a sua cor acabaram surgindo depois disso. Alguns acreditam que ela se devia pela sua predileção a feijões verdes, outros que era por conta da dieta pobre que tinham antes de serem acolhidos.
Infelizmente o menino acabou morrendo, mas a menina sobreviveu. Ela aprendeu a falar inglês e acabou contando uma história na qual afirmava vir de um lugar chamado 'Terra de São Martinho' e que todos lá eram verdes e não havia sol. Mas, independente de qual fosse a verdade sobre eles, os dois se tornaram extremamente populares e a história continua sendo fascinante.

4 - Fugates Azuis

A ideia de que existiram, e até podem existir, pessoas com a pele azul é um pouco perturbadora. Para falar a verdade, isso até parece uma história de ficção envolvendo seres de outros planetas. Mas, acredite ou não, a justificativa para isso é bem mais mundana do que você poderia imaginar. E, no passado, uma família dos Montanhas Apalaches, que tinha muitos membros com essa condição, acabou ficando conhecida. Eles eram os 'Fugates', e isso já explica o porque de serem chamado de Fugates Azuis.
Pelo que tudo indica, um homem chamado Martin Fugate havia imigrado da França e acabou se casando com uma mulher local durante o século XIX. Martin, que tinha a estranha condição, acabou passando a mesma para 4 de seus 7 filhos. Acontece que ela se deve a um gene recessivo conhecido como metemoglobinemia. Ele consiste em um problema no sangue que faz com que esse não transporte tanto oxigênio quanto deveria e seja mais escuro do que o normal. Consequentemente, esse fator faz com que a pessoa adquira uma tonalidade de pele azulada.
Como o período foi marcado com um grande número de endogamia, muitas pessoas acabaram nascendo com a condição nas proximidades do local. Muitos deles acabaram assustando os médicos, que não sabiam sobre o problema, até mesmo durante o século XX. Mas, com o tempo, a chegada de imigrantes fez com que o gene, que é recessivo, não se manifestasse tanto quanto antes.

5 - Cantaxantina

Dessa vez, por incrível que pareça, a coloração alaranjada adquirida por pessoas como a da foto foi feita propositalmente. Acontece que muitos associam a tonalidade bronzeada como um indicador de saúde e beleza, fazendo com que pessoas muito pálidas busquem maneiras de mudar a sua cor parcialmente. O problema é que muitos acabam exagerando e o resultado pode não ser como esperado.
Mas, ainda assim, existem várias formas de se bronzear. Você pode fazer isso de forma natural, pegando sol, ou usando alguma técnica artificial. Dentre elas, você pode optar pelas câmaras de bronzeamento, as loções e até mesmo pílulas para bronzear - que são permitidas nos Estados Unidos. E foi exatamente uma delas que deu esse resultado. Isso porque, muitas delas usam um composto chamada cantaxantina em sua base. Acontece que ele está relacionado ao carotenoides presente nas cenouras, que mencionamos anteriormente, e dá uma cor alaranjada para a pele.
O composto também é usado para outros fins, como na industria de alimentos para dar uma cor mais acentuada para os ovos, o salmão e até mesmo o frango. Além disso, chegam a servir como medicamento para fazer com que a pele seja menos sensível à luz do sol.

6 - Envenenamento por ouro

O ouro pode ter mais funções do que você imagina mas, em excesso, também acaba sendo bem prejudicial para as pessoas. Acontece que muitos, no passado, acabavam sendo envenenados por excesso de ouro e isso ficava evidente em seu corpo. Em alguns casos, ele era ingerido por meio de medicamentos que buscavam diminuir a dor causada pela Artrite reumatoide. Mas, quando a exposição era muito grande, a pessoa acabava adquirindo uma condição chamada 'chrysiasis'. Ela causava descoloração nos olhos da pessoa, fazendo com que eles ganhassem uma cor roxa, e a pele podia ficar acinzentada permanentemente.

7 - O efeito da prata

Se aquele foi o efeito causado pelo ouro no corpo humano imagina o que a prata pode fazer. Quando a pessoa acaba tendo um excesso de prata no corpo, que se acumula na sua pele e em seus olhos, a condição é chamada de argiria. Ela faz com que a pessoa adquira uma cor azul viva e bem chamativa. Um medicamento alternativo chamado 'Prata coloidal', que promete curar diversos problemas diferentes, acaba fazendo com que pessoas desenvolvam o problema.
O caso acabou se popularizando depois que um homem chamado Paul Karasonresolveu aderir ao medicamento, tomando um copo dele por dia, ficou com a pele permanentemente azul. Apesar de ter esse efeito colateral nada agradável, o produto ainda pode ser encontrado em lojas naturais e em sites pela internet.
É incrível ver o quanto o universo pode ser misterioso. A maioria das pessoas nunca nem imaginaria que algo assim seria possível mas, acredite, elas são. 
www.fatosdesconhecidos.com.br
14
Jun18

CURIOSIDADES DO MUNDIAL DE FUTEBOL

António Garrochinho

21.º Campeonato do Mundo... mas o 22.º jogo de abertura


21.º Campeonato do Mundo... mas o 22.º jogo de abertura


21º Mundial, 22º jogo de abertura
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Começa hoje o 21.º campeonato do mundo. Mas sabia que este será o 22.º jogo de abertura?

Porquê? Porque no Mundial de 1930 houve dois jogos que começaram precisamente ao mesmo tempo, dando inicio ao campeonato desse ano. O França 4 -1 México e os Estados Unidos 3 - 0 Bélgica.

Revelamos aqui outros dados curiosos sobre os mundiais.

- A Alemanha é a selecção que abriu mais vezes os Mundiais. Seis vezes. Deve-se ao facto de ter sido já campeã do Mundo por três vezes e de já ter organizado a prova por duas vezes.
- Mas, surpreendentemente é o México a segunda seleção que mais vezes esteve no jogo de abertura, sem nunca ter sido campeão do Mundo. Foram quatro vezes no jogo de abertura do Mundial. 

- Rússia e Arábia Saudita vão estar no jogo de abertura pela 1ª vez na sua história.

- Como URSS, a União Soviética esteve no jogo de abertura do Mundial do México 1970 (0-0 foi o resultado)

- Desde 1982 que há sempre golos no jogo inaugural. Última vez que ficou 0-0 foi em 1978 no Alemanha - Polónia

- E nos últimos cinco Mundiais, nove das 10 seleções marcaram:

1998- Brasil-2 Escócia-1
2002 – França-0 Senegal-1
2006 – Alemanha-4 Costa Rica-2
2010 – Africa do Sul-1 México-1
2014 – Brasil – 3 Croácia – 1


www.rtp.pt
14
Jun18

NA PROA DOS MOLICEIROS, CARAGO!

António Garrochinho


(José Gabriel, 14/06/2018)
moliceiro
“Universidade de Aveiro anuncia estágios com salários de 120 euros para licenciados”- lê-se no Jornal de Negócios. (Ver notícia aqui ).
Perante isto, o nosso primeiro impulso – que, a bem dizer, costuma ser o certo – é dar um murro na mesa, em a havendo – somos pela paz – e gritar: cambada de crápulas! – notem, apesar de tudo, a contenção. Depois, pensamos bem e a coisa merece uma análise mais fina.
Ora, sabendo nós que a palavra “salário” tem a sua origem no latim “salarium” , o soldo, pagamento do soldado que era feito em sal, logo nos apercebemos de que a iniciativa da Universidade de Aveiro é uma aposta na economia local, já que todos conhecemos a importância da produção do sal nesta região.
São, pois, só vantagens. Excepto para os contratados, claro, mas esses vão tornar-se, por esta via, funcionários públicos os quais são, asseguram-nos quase todos os comentadores televisivos, um bando inúteis com demasiados privilégios.
Deste modo, não só se aproveitam os recursos locais como, por esse facto, se dá força ao movimento municipalizador com que o nosso governo quer livrar-se de problemas, entregando a sua resolução aos poderes locais que, no caso de Aveiro, são de uma formosura democrática e de uma tradição progressista da qual já muitos de nós tivemos explosiva – literalmente – experiência.
E mais: levando às últimas consequências a etimologia deste pagamento, a vida dos contratados não apresenta grande esperança, uma vez que bem sabemos do efeito do consumo de sal nas doenças cardiovasculares, dando assim novo sentido à ideia de contrato a prazo. 
Como se vê, a Universidade da chamada – por um pobre de espírito, é verdade – “Veneza de Portugal”, rasga novos caminhos para a Nação. Desta vez não são caravelas, são barcos moliceiros de passear turistas, mas é o que se arranja com a boa vontade local.
Elevado por este espírito inovador, eu próprio proponho para a dita Universidade um novo hino académico: 
“Sapore di sale
Sapore di mare
Un gusto un po’ amaro
Di cose perdute
Di cose lasciate
Lontano da noi
Dove il mondo è diverso
Diverso da qui”


estatuadesal.com
14
Jun18

SANTA BÁRBARA DE NEXE - ASSOCIAÇÃO NEXENSE - ESPÓLIO ANTIGO

António Garrochinho







História da Associação Cultural, Recreativa e Desportiva Nexense, Sociedade Recreativa Nexense e Sport Clube Nexense.
Encontrámos e vamos preservar bandeiras bastante antigas.
A Sociedade Recreativa Nexense foi fundada em 10/5/1934.

O Sport Clube Nexense foi fundado em 1955.
A Sociedade Recreativa Nexense e o Sport Clube Nexense fundiram-se em 21/2/1981, dando origem à Associação C. R. D. Nexense.
As bandeiras do Sport Clube Nexense têm fitas com os nomes das bordadeiras que as fizeram: Maria Cremilde S. Brito, Fernanda S. Coelho, M. Augusta C., M. dos Anjos Aldeia, Lisete C., Isaura M., Maria J., M. do Rosário C., M. M. Pinto, M. Fátima S., M. Jesus C., Eduarda M. Pinto G. e Glória Luisa.

14
Jun18

ANTENA 1

António Garrochinho



António Abreu in facebook



Através de uma inesperada e desassombrada declaração de David Ferreira na Antena Um, tomamos conhecimento de várias coisas que irão muito mal na estação de rádio pública. E tudo isto a propósito do facto do jornalista António Macedo ter saído da empresa, perdendo-se o património de identificação daquela estação que este lhe imprimiu ao longo de anos. 
Não sendo, infelizmente, as relações laborais permanentes, fico perplexo. Nem a Antena Um nem o António Macedo - que eu saiba - esclareceram a saída. O António Macedo continuava com aquele dinamismo como animador da estação que todos lhe conhecíamos e que o David Ferreira, justamente, designava como elemento identitário dela.
Pela boca dele ficamos a conhecer uma degradação grave das condições técnicas e de trabalho das instalações,
desde que a Antena Um passou a ser uma espécie de anexo traseiro da RTP.
Já sei que o governo não interfere na vida interna das empresas públicas de comunicação social, que são "independentes", bla, bla, bla... Mas ao mesmo tempo que se cantam loas às excelências e aos elevados padrões dos nossos "crânios", que tal darem sinal que isso deve ser padrão para a Antena Um?


14
Jun18

Um incrível e enorme templo dentro de cinco cavernas, que abriga 153 estátuas de ouro do Buda, no Sri Lanka

António Garrochinho


O canal Great Big Story desta vez visitou as cinco antigas cavernas do Complexo do Templo de Dambulla, que são famosas por abrigar 153 estátuas douradas do Buda, de todas as formas e tamanhos, 1500 pinturas representando Buda, juntamente com outras iconografias, esculturas e arte Sinhala. Esses templos das cavernas foram construídos no primeiro século a.C. Na verdade o complexo contém mais de 80 cavernas documentadas, com estas cinco, em particular, que se destacam do resto, por terem sido convertidas em templos.


VÍDEO

www.mdig.com.br
14
Jun18

Como eliminar a cola instantânea de praticamente qualquer coisa (inclusive dos olhos)

António Garrochinho
Todos já utilizamos alguma vez "essa maldita cola", cianoacrilato, mais conhecida no Brasil pela marca Super Bonder, e se há uma verdade (quase) universal é que "a única coisa que a cola instantânea adere instantaneamente são os dedos". Depois, pior, passamos horas futucando, comendo e, de alguma forma, tentando retirar aquela camada endurecida na pele da ponta dos dedos. Como demônios podemos descolar?


Como eliminar a cola instantânea de praticamente qualquer coisa (inclusive dos olhos)
Primeiro vejamos a composição da super-cola: em realidade trata-se de cianoacrilato, um conjunto de substâncias usadas como adesivos ultra rápidos. Dita substância é a utilizada como fórmula para elaborar as conhecidas colas instantâneas.

A substância foi descoberta originalmente em 1942 pelo professor Harry Coover. O homem estava trabalhando com materiais plásticos para fabricar miras telescópicas transparentes para colocar nos fuzis utilizados pelos soldados aliados na Segunda Guerra Mundial. Uma formulação em particular não funcionou como o pensava, mas sim se transformou em um adesivo extremamente rápido.
Como eliminar a cola instantânea de praticamente qualquer coisa (inclusive dos olhos)
Cautela e caldo de galinha não...
Surpreendentemente, e apesar do potencial do produto para ser colocado à venda, Harry abandonou a fórmula. Nove anos mais tarde, em 1951, e agora trabalhando para a Kodak, ele foi o supervisor de um projeto que buscava desenvolver um polímero de acrilato resistente ao calor. Ali percebeu o grande potencial de um produto que colaria rapidamente uma grande variedade de materiais e só precisava um pouco de água para ser ativado.

A cola finalmente foi lançada no mercado em 1958 por Eastman Kodak e chamava-se Eastman, ainda que mais tarde rebatizaram como "Super Glue".

Em essência e desde então, o que a gente compra é o cianoacrilato, um adesivo monocomponente. Que funde em poucos segundos através de pequenas quantidades de água, que pode vir da umidade ambiente. No entanto, o excesso de água -devido a uma possível alta umidade ambiental ou na superfícies das peças- pode estragar dita união.
Como descolar a super-cola?
Como eliminar a cola instantânea de praticamente qualquer coisa (inclusive dos olhos)
No caso de que esta cola tão potente cole e tenhamos errado o lugar, como podemos nos desfazer do cianoacrilato? Uma das fórmulas mais conhecidas consiste em utilizar a acetona, o mesmo produto usado para retirar o esmalte das unhas. Por exemplo, se você colar algum dedo (ou dois), aplicamos uma pequena quantidade no extremo de uma bolinha de algodão diretamente à cola que deverá dissolver a união sem danificar a pele.
Como eliminar a cola instantânea de praticamente qualquer coisa (inclusive dos olhos)
No entanto, nem sempre é a melhor ideia, já que a acetona pode danificar e descolorir certas superfícies -sobretudo alguns tipos de tela-. Segundo a própria companhia de Super Glue, em realidade podemos usar água quente ou morna para sair de um momento "pegajoso".



No caso da tela ou de um tecido devemos usar acetona e uma escova de dentes para não causar danos à superfície. Aplicar pequenas doses de acetona para suavizar a cola e depois escovar para fazer o resto. Mas se por alguma razão a cola chegar aos lábios, a companhia também tem uma solução para a retirada da seguinte forma:
Se os lábios colarem acidentalmente, aplique uma quantidade generosa de água morna e tente umedecer a área com a pressão de saliva pelo área interior da boca. Trate de estimular os lábios (não separá-los violentamente). É quase impossível engolir o adesivo como um líquido. O adesivo se solidifica ao contato com a saliva (umidade) e pode aderir no interior da boca. A saliva eliminará o adesivo em 1 ou 2 dias, evite engolir o adesivo após o desprendimento.
Como eliminar a cola instantânea de praticamente qualquer coisa (inclusive dos olhos)
E se acontecer nas pálpebras? Sim, há muita mais gente que teve a má sorte de acabar com cola instantânea no olho com a posterior perda de visão. Nesse caso recomendam o seguinte:

VÍDEO

No caso que as pálpebras estejam coladas ou unidas ao globo ocular, lave com água morna e aplique um pedaço de gaze. O olho se abrirá por completo sem ter que realizar mais ações dentro de 1 a 4 dias. Até onde sabemos, nunca houve um caso documentado de adesivo no olho que tenha causado dano permanente.
Inclusive se cair no interior do olho, a companhia também explica que aderirá à proteína do globo ocular e desassociará dela com o tempo, pelo geral em algumas horas, quando, sim, poderemos experimentar períodos de pranto, visão dupla e pânico.

Em qualquer caso, e como eles mesmos recomendam, ante qualquer incidente ocular com cianoacrilato o melhor é procura assistência médica.

Bônus: você pode transformar a super-cola em uma hiper-mega-super-tera-cola. Como? Basta aspergir imediatamente uma pequena quantidade de bicarbonato de sódio à união, que ai sim irá secar instantaneamente e aumentará o poder de fixação, inclusive com a possibilidade de mais de uma camada da mistura.


VÍDEO



Fonte: Super Glue.



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14
Jun18

AS PRIMEIRAS MULHERES FISICULTURISTAS

António Garrochinho

Engana-se redondamente que m pensa que as mulheres parrudas são um fenómeno contemporâneo, ainda que exista uma explicação por este equívoco. As primeiras "mulheres fortonas" apareceram no século XIX, mas passaram quase que praticamente desconhecidas até muito tempo mais tarde. Se ainda hoje grande parte delas é criticada por cultivar sua massa muscular, naquela época era ainda muito pior e sua prevalência não fugia às margens dos espetáculos de circo e alguns poucos eventos desportivos.

A verdade é que na longa corrida para a plena igualdade, a mulher teve que desafiar os convencionalismos sociais em áreas tão diversas como o trabalho, a ciência, a cultura ou o desporto, sobretudo nesse último devido a ampla cobertura informativa que sempre gozaram as competições desportivas ao longo da história.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 01
Louise Leers, também conhecida como Luise Krökel.
Não menos suado foi a incorporação da mulher no mundo do fisiculturismo, já que a fortaleza e robustez destas campeãs soava como uma transgressão aos costumes da mulher frágil e submissa. Tal foi o caso, que as primeiras mulheres fisiculturistas foram injustamente consideradas uma raridade circense, em vez de desportistas de alto nível.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 02
Grande Sandwina, Katie Brumbach.
Uma das super mulheres mais conhecidas da história foi Katie Brumbach, chamada de "Gande Sandwina". Originária de Viena, os pais de Katie também eram artistas de circo e ela era a combinação de seu pai (que tinha 2 metros de altura) e sua mãe (que era toda malhada,com 1,85 metro).
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 03
Vulcana, Kate Roberts).
Ela não apenas herdou a proeza física de seus pais e se apresentou com eles, assim como muitos de seus outros catorze irmãos.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 04
Abbye "Pudgy" Stockton.
Katie continuou a impressionar o público levantando o marido (que supostamente pesava mais de 80 kg) acima de sua cabeça com apenas um braço até ganhar o epíteto de "a mulher mais forte do mundo".
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 05
Joan Rhodes.
Em seus últimos anos, ela se juntou ao infame circo Ringling e Barnum & Bailey como levantadora de peso e onde dobrava barras de ferro com as mãos nuas. Aos 57 anos, ainda conseguia elevar o marido acima da cabeça com apenas um braço.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 06Ivy Russel.

A maioria das "mulheres fortonas" eram muito maiores do que a maioria das mulheres da época.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 07
Laverie Valee, Charmion.
Elas tinham o corpo musculoso (mas não muito) e geralmente curvilíneo como de qualquer outra.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 08
Luisita Leers.
Isso se devia ao fato de que mais que construir um corpo, a ideia de força era mais valorizada que a obtenção de músculos e do aumento do físico em geral.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 09
Vulcana no início do século XX.
Na verdade físico feminino não foi valorizado como forte ou bem construído, mesmo depois que as primeiras "mulheres fortes" deixaram suas marcas.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 10
Mildred Bliss.
As mulheres no final do século 19 eram, como dissemos anteriormente, vistas como frágeis. A romancista Charlotte Perkins Gilman tentou dissipar esse mito e passou muito tempo levantando pesos, correndo e fazendo ginástica.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 11
Stanil Lawa, na década de 1930
Ela também escreveu livros e outros trabalhos que se concentravam em banir a ideia da imobilidade física das mulheres. Claramente, ela estava à frente de seu tempo.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 12
Uma artista de circo que ficou conhecida como Mulher de Ferro, 1905.
Nos séculos XIX e XX, o exercício para as mulheres era desaprovado tanto por leigos quanto por médicos. A maioria tinha a opinião de que as mulheres tinham muito pouca energia ou força, e isso deveria ser gasto em tarefas domésticas durante o parto e a educação dos filhos.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 13
Grande Sandwina levantando o marido sobre a cabeça.
O único exercício que as mulheres precisavam podia ser encontrado dentro de casa. Um educador de saúde da época afirmou que qualquer outro tipo de aptidão física de caráter masculino fazia com que o corpo feminino se tornasse mais parecido com o de um homem.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 14
Louise Leers.
Por isso a maioria das mulheres da época se afastava de qualquer tipo de esforço e certamente não se importavam com isso. Preferiam não serem identificadas com força ou tamanho corporal, dado que era um estigma, em vez de uma honra quando atribuída às mulheres.
Assim foram as primeiras mulheres fisiculturistas da história e sua luta pela igualdade 15
Outra garota de circo de nome desconhecido.
A verdade é que a luta das "mulheres fortonas" ficou esquecida durante muito tempo. Isso, por sua vez, abriu o caminho para garotas "violadoras" de regras, como lutadoras e halterofilistas que praticavam o esporte praticamente no anonimato. Seria necessária uma onda de mudança social antes que a força feminina ressurgisse.

E isso, nós sabemos que aconteceu, mas a coisa mais absurda sobre o assunto (e eu tenho quase a certeza que ninguém sabe) é que a primeira mulher da história a ser reconhecida como fisiculturista hoje tem 63 anos. Seu nome é Laura Carolan e ainda hoje essa canadense puxa mais ferro que muito marmanjo que vai para academia fazer selfie com garrafinha para postar no Instagram.
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A fisiculturista laura Carolan 01

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A fisiculturista laura Carolan 06




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14
Jun18

14 de Junho de 1940: II Guerra Mundial. As tropas de Hitler ocupam Paris

António Garrochinho

A Wehrmacht entra em Paris no dia 14 de Junho de 1940 . O primeiro acto das tropas ocupantes foi de retirar a bandeira tricolor que se encontrava no Ministério da Marinha e hastear a bandeira com a cruz suástica no alto do Arco do Triunfo. No dia 17 de Junho, o marechal Petain, que acabara de ser nomeado presidente do Conselho de Ministros, assinaria o armistício. A capital francesa seria libertada somente em 25 de Agosto de 1944. 


A população parisiense que ainda permanecia na cidade foi acordada com altifalantes amplificando vozes com acentuado sotaque alemão, anunciando que um toque de recolher iria ser  imposto a partir das 8 horas da manhã, enquanto as tropas nazis invadiam e ocupavam a cidade-luz. 


O primeiro-ministro britânico Winston Churchill havia tentado durante dias convencer o governo francês a resistir e não ceder em nome da paz, que os Estados Unidos entrariam na Guerra e viriam em auxílio da França. O primeiro-ministro francês, Paul Reynaud, telegrafou ao presidente Franklin Roosevelt, pedindo ajuda na forma de uma declaração de Guerra à Alemanha, e se isso não fosse possível que enviasse uma ajuda militar necessária. Roosevelt replicou dizendo que os Estados Unidos estavam prontos para enviar material bélico – ele, pessoalmente, mostrou-se disposto que esta promessa fosse tornada pública – mas o Secretário de Estado, Cordell Hull, opôs-se à publicação, sabendo que Hitler, tanto quanto os Aliados, tomariam essa declaração pública de ajuda como um prelúdio a uma declaração formal de guerra. Enquanto o envio de material foi sendo adiado, nenhum compromisso formal e público foi assumido. 


Entretanto, os blindados alemães rolavam pelas ruas de Paris. Dois milhões de parisienses já haviam abandonado a cidade e com justa razão. Logo em seguida, a Gestapo, a polícia política de Hitler, começou a agir: prisões, interrogatórios e espionagem estavam na ordem do dia, ao mesmo tempo em que uma gigantesca suástica flamejava sob o Arco do Triunfo. 


Enquanto os parisienses que permaneceram na cidade sentiam-se presos e desesperados, os franceses do oeste do país aclamavam as tropas do Canadá que avançavam na sua região, oferecendo a possibilidade de uma França livre desde então. 


Os Estados Unidos não ficaram completamente parados diante da situação, porém Roosevelt limitou-se a congelar os bens das potências do Eixo, Alemanha e Itália. 

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)

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Tropas alemãs desfilam embaixo do Arco do Triunfo em Paris, 14 de Junho de 1940
Hitler em Paris, 30 de Julho de 1940



14
Jun18

14 de Junho de 1928: Nasce Ernesto "Che" Guevara

António Garrochinho

Revolucionário e comunista ortodoxo de origem argentina, Ernesto Rafael Guevara de la Serna, mais conhecido por "Che" (irmão, em língua guarani) Guevara, nasceu a 14 de Junho de 1928, em Rosario, e morreu, assassinado, a 8 de Outubro de 1967, em La Higuera, na Bolívia.

Leitor convicto desde muito jovem (de Marx e Engels, por exemplo), gostava também de viajar, recorrendo sobretudo à bicicleta ou à motocicleta - à qual ele e o seu amigo Alberto Granado chamavam "La Poderosa" - e a trabalhos temporários que lhe permitiam pagar as despesas. Terão sido as numerosas viagens que realizou que o despertaram para a exploração e a miséria vividas pelo povo.

Depois de concluir o curso de Medicina da Universidade de Buenos Aires (1947/1953), veio a conhecer, quando se dirigia para a Venezuela para trabalhar com leprosos, Ricardo Rojo, um advogado argentino manifestamente contra o peronismo e refugiado na Bolívia. Convencido por este e também pelo seu próprio espírito revolucionário,Ernesto Guevara acabou por alterar os seus planos, optando por viajar para a Guatemala, país onde verdadeiramente iniciou a sua carreira como político. Um ano mais tarde, obrigado a sair do país na sequência de um golpe militar dirigido por Carlos Castillo Armas, viajou para o México onde conheceu Fidel Castro, na altura um refugiado cubano. Com este, veio, em 1956, a formar uma guerrilha cujo principal objectivo era o derrube do regime de Fulgencio Batista. Quando a Revolução Cubana triunfou (1956-1959), Fidel Castro tornou-se um cidadão cubano, assumiu o comando das Forças Armadas e ocupou o lugar de primeiro-ministro, chefe do Governo e secretário-geral do Partido Comunista de Cuba, atribuindo a "Che" Guevara cargos importantes como a presidência do Banco Nacional e posteriormente a do Ministério da Indústria (1961-1965). Como representante do governo cubano, viajou por diferentes países subdesenvolvidos, confirmando a sua suspeita de que todos estes padeciam do mesmo mal: fome e miséria devido à exploração encetada pelas grandes potências, sobretudo pelos Estados Unidos da América. Em 1965, retirou-se do país para organizar uma guerrilha na América Latina. Viajou pelo Congo Belga, onde lutou até meados de 1966, e, ainda nesse ano, partiu para a Bolívia para chefiar um grupo guerrilheiro na região de Santa Cruz de la Sierra. Após onze meses de lutas incessantes, o grupo foi dizimado por uma tropa de elite do exército boliviano, supostamente treinada pelos EUA, e Guevara preso e abandonado pelos seus captores numa escola rural de La Higuera, apesar de gravemente ferido. Vinte e quatro horas depois, "Che"Guevara acabaria por ser executado com vários tiros, a mando do presidente boliviano René Barrientos. Depois de lhe terem amputado as mãos para reconhecimento das impressões digitais, foi enterrado num terreno baldio, perto do aeroporto de Vallegrande, onde permaneceu anonimamente durante cerca de 30 anos. Quando encontrados,após informações fornecidas pelo general Mário Vargas Salinas, os seus restos mortais foram trasladados para Cuba, com honras de Estado.


Ernesto "Che" Guevara. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia(Imagens)



Che Guevara (fotografia de Alberto Korda intitulada Guerrilheiro Heróico)

Che Guevara na Sierra Maestra com Raúl Castro


VÍDEO


14
Jun18

14 de Junho de 1900: Nasce Ofélia Queirós, a namorada de Fernando Pessoa

António Garrochinho

 

Ofélia Queirós  nasceu em Lisboa no dia 14 de Junho de 1900. Filha de Francisco dos Santos Queirós e de Maria de Jesus Queirós, naturais de Lagos, era a mais nova de oito irmãos. Concluiu o primeiro grau da instrução, embora desejasse ser professora de matemática. No entanto, procurou estar sempre actualizada, estudando Francês e Inglês. Gostava de ler, de ir ao teatro e de conviver. Passava muitas horas em casa do sobrinho, o poeta Carlos Queirós, a conviver com grandes artistas como Carlos Botelho, Vitorino Nemésio, Almada Negreiros, Olavo d'Eça Leal, Teixeira de Pascoaes, José Régio e outros.

Ofélia, no entanto, ficou célebre por ter sido a única namorada conhecida do poeta Fernando Pessoa. Este namoro é caracterizado por duas fases distintas. De 1 de Maio a 29 de Novembro de 1920 e de 11 de Setembro de 1929 a 11 de Janeiro de 1930, embora o contacto entre os dois se mantenha cordial, mas esporádico, até à morte do Poeta.

Esta relação é conhecida pelas cartas que ele lhe escreveu, 48 cartas publicadas em 1978 e precedidas de um texto explicativo da própria Ofélia (testemunho sóbrio e modesto mas muito precioso, dado que é tudo aquilo que tornou público) e das cartas dela para ele, publicadas pela sua sobrinha em 1996, e que só foram publicadas anos depois da morte de Ofélia (1991).
Além desta correspondência, apenas existem testemunhos isolados, demasiado vagos e escassos que recriem ou relembrem este amor. Nem mesmo dos familiares ou amigos mais próximos, porque foi uma relação levada com a máxima discrição e nunca se oficializou. De qualquer maneira, foi o único amor conhecido do poeta, o único nos seus 47 anos de vida; e a publicação em 1996 das cartas de Ofélia para Fernando (um total de 110 cartas, mas certamente foram, no mínimo, mais de uma dúzia, entre extraviadas, ilegíveis e as que a família censurou) lança luz em tantos lados de sombra e destrói o ponto de vista unidireccional (cartas dele para ela) que até então os seus biógrafos contemplavam, principalmente no que respeita à chamada "segunda fase", o período compreendido entre 1929 até quase à morte do poeta. 
A primeira fase durou poucos meses e foi marcada por uma paixão sincera. Começa quando Pessoa conhece a jovem, na altura com 19 anos, nos escritórios da Baixa lisboeta, onde ela entra para trabalhar como dactilógrafa e ele já exercia os seus serviços como tradutor de correspondência comercial. A relação é pura e doce. Pessoa trata-a como a uma criancinha. Todos os críticos e estudiosos estão de acordo na não inocência deste tom infantil. A mudança de Ofélia para o outro lado da Cidade, a morte do padrasto e a volta da mãe para Lisboa, somadas ao estado dos nervos do poeta, que se reconhece muito doente, arrefecem o entusiasmo que impulsionava a relação e, em 29 de Novembro de 1920, uma lúcida e cruel mensagem encerra o namoro: "O amor passou... O meu destino pertence a outra Lei, cuja existência a Ophelinha ignora, e está subordinado cada vez mais à obediência a Mestres que não permitem nem perdoam..."
Dez anos depois acontece a retomada do namoro, agora usando igualmente o recurso da voz: já existem telefones em Portugal. O reencontro é motivado por uma fotografia do Poeta a beber no Abel Ferreira da Fonseca, que tinha sido oferecida a Carlos Queirós, sobrinho de Ofélia e amigo de Pessoa. A jovem mostra vontade de possuir uma igual e ele lhe envia uma com a dedicatória: "Fernando Pessoa em flagrante delitro". A 11 de Setembro inicia-se a primeira da segunda série de cartas de amor. Nesta segunda fase, nota-se uma enorme confusão de sentimentos e perturbação psíquica.
Ofélia acabou por seguir a sua vida. A partir de 1936 e até 1955 trabalhou no Secretariado Nacional de Informação – onde, na Tobis, conhece o teatrólogo Augusto Soares (m. 1955), um homem de Teatro, com quem se casa em 1938, três anos após a morte de Pessoa.
wikipédia
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Ficheiro:Pessoacopo.jpg

"Fernando Pessoa em flagrante delitro": dedicatória na fotografia que ofereceu à namorada Ophélia Queiroz em 1929

Fernando Pessoa

[Carta a Ophélia Queiroz - 5 Abr. 1920]

Meu Bebé pequeno e rabino:

Cá estou em casa, sozinho, salvo o intelectual que está pondo o papel nas paredes (pudera! havia de ser no tecto ou no chão!); e esse não conta. E, conforme prometi, vou escrever ao meu Bebezinho para lhe dizer, pelo menos, que ela é muito má, excepto numa coisa, que é na arte de fingir, em que vejo que é mestra.
Sabes? Estou-te escrevendo mas não estou pensando em ti . Estou pensando nas saudades que tenho do meu tempo da caça aos pombos ; e isto é uma coisa, como tu sabes, com que tu não tens nada...
Foi agradável hoje o nosso passeio — não foi? Tu estavas bem disposta, e eu estava bem disposto, e o dia estava bem disposto também (O meu amigo, não. A. A. Crosse: está de saúde — uma libra de saúde por enquanto, o bastante para não estar constipado).
Não te admires de a minha letra ser um pouco esquisita. Há para isso duas razões. A primeira é a de este papel (o único acessível agora) ser muito corredio, e a pena passar por ele muito depressa; a segunda é a de eu ter descoberto aqui em casa um vinho do Porto esplêndido, de que abri uma garrafa, de que já bebi metade. A terceira razão é haver só duas razões, e portanto não haver terceira razão nenhuma. (Álvaro de Campos, engenheiro).
Quando nos poderemos nós encontrar a sós em qualquer parte, meu amor? Sinto a boca estranha, sabes, por não ter beijinhos há tanto tempo... Meu Bebé para sentar ao colo! Meu Bebé para dar dentadas! Meu Bebé para...
(e depois o Bebé é mau e bate-me...) «Corpinho de tentação» te chamei eu; e assim continuarás sendo, mas longe de mim.
Bebé, vem cá; vem para o pé do Nininho; vem para os braços do Nininho; põe a tua boquinha contra a boca do Nininho... Vem... Estou tão só, tão só de beijinhos ...
Quem me dera ter a certeza de tu teres saudades de mim a valer . Ao menos isso era uma consolação... Mas tu, se calhar, pensas menos em mim que no rapaz do gargarejo, e no D. A. F. e no guarda-livros da C. D. & C.! Má, má, má, má, má...!!!!!
Açoites é que tu precisas.
Adeus; vou-me deitar dentro de um balde de cabeça para baixo para descansar o espírito. Assim fazem todos os grandes homens — pelo menos quando têm — 1º espírito, 2º cabeça, 3º balde onde meter a cabeça.
Um beijo só durando todo o tempo que ainda o mundo tem que durar, do teu, sempre e muito teu

Fernando (Nininho).





14
Jun18

A menina do cartaz e a eutanásia

António Garrochinho


Vera Guedes de Sousa é uma aluna de medicina que se tornou conhecida por empunhar o cartaz onde se exonera a inteligência e se apela ao medo. Pode vir a ser uma razoável médica, mas será uma medíocre cidadã e excelente rata de sacristia.
Quando um assunto tão sério, em que se trata da morte, não é discutido, e apenas serve para assustar os incautos, como outrora se aterrorizavam os crentes com as labaredas do Inferno, não estamos no domínio do racional, entramos no terrorismo psicológico.
É tão legítimo defender uma posição como a sua contrária, embora, no que diz respeito à eutanásia, se confronte um direito individual, que não obriga ninguém, com a decisão de quem impõe a todos a sua própria convicção.
O chumbo legislativo, em que pesaram mais os cálculos eleitorais e as guerras internas do ainda maior partido parlamentar, do que as convicções individuais, não extinguiu o problema nem tornou irreversível a solução.
Raras matérias são tão transversais a todo o espetro político e tão diversas as posições dentro de cada partido, e não se pode honestamente dizer que a eutanásia não tenha sido amplamente discutida nos órgãos de comunicação social, nas missas e na sociedade.
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Pode vir a ser uma razoável médica, mas será uma medíocre cidadã e excelente rata de sacristia.</span></span></div><span style="font-size: x-large;"><span style="background-color: white; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"></span></span><div style="line-height: 1.6em; margin: 0px 0px 0.75em; text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Quando um assunto tão sério, em que se trata da morte, não é discutido, e apenas serve para assustar os incautos, como outrora se aterrorizavam os crentes com as labaredas do Inferno, não estamos no domínio do racional, entramos no terrorismo psicológico.</span></span></div><span style="background-color: white; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><div style="line-height: 1.6em; margin: 0px 0px 0.75em; text-align: justify;">É tão legítimo defender uma posição como a sua contrária, embora, no que diz respeito à eutanásia, se confronte um direito individual, que não obriga ninguém, com a decisão de quem impõe a todos a sua própria convicção.</div><div style="line-height: 1.6em; margin: 0px 0px 0.75em; text-align: justify;">O chumbo legislativo, em que pesaram mais os cálculos eleitorais e as guerras internas do ainda maior partido parlamentar, do que as convicções individuais, não extinguiu o problema nem tornou irreversível a solução.</div></span></span><div style="line-height: 1.6em; margin: 0px 0px 0.75em; text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Raras matérias são tão transversais a todo o espetro político e tão diversas as posições dentro de cada partido, e não se pode honestamente dizer que a eutanásia não tenha sido amplamente discutida nos órgãos de comunicação social, nas missas e na sociedade.</span></span></div><span style="background-color: white; font-size: x-small;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;"></span>&gt;</span><div style="background-color: white; color: #333333; font-size: small; line-height: 1.6em; margin: 0px 0px 0.75em; text-align: justify;"><span style="color: blue; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><span a="" aquela="" assimilado="" assunto="" com="" confundir="" de="" direito="" discutido="" dizer="" e="" escolher="" est="" h="" insuport="" morte="" n="" negam="" o="" obriga="" os="" ou="" proibi="" quando="" que="" quem="" quer="" repito="" se="" seja="" sempre="" span="" suficientemente="" todo="" torna="" vel.="" vida=""></span></span></div><span style="background-color: white; color: blue; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><div a="" abusos="" acautelam="" aceitam="" an="" antes="" bal="" costumes="" cujos="" de="" deixar="" desespero="" direitos="" div="" do="" e="" enquanto="" escolher="" espera="" evoluem="" falar="" fazerem="" h="" intoler="" isabel="" legisladores="" mas="" mo="" morte="" ncia="" nunca="" os="" ou="" passar="" pelo="" pensou="" prova="" que="" quem="" recados="" sempre="" sociedade="" sozinhos="" style="line-height: 1.6em; margin: 0px 0px 0.75em; text-align: justify;" tal="" um="" uma="" vera="" vida=""><div style="color: #757575; font-family: Roboto, sans-serif; line-height: 1.6em; margin: 0px 0px 0.75em; text-align: center;"><span style="font-family: Roboto, &quot;Segoe UI&quot;, Tahoma, sans-serif; text-align: start;"><span style="font-size: xx-small;">sorumbatico.blogspot.com</span></span></div></div></span></div></div></div>
14
Jun18

CDU acusa PSD de Vila Real de Santo António de recusar auditoria à gestão da autarquia

António Garrochinho


A CDU de Vila Real de Santo António acusa o PSD, que lidera a Câmara Municipal, de não querer uma auditoria à gestão da autarquia. 
Em comunicado, a CDU refere que, com esta auditoria, não quer «colocar em causa o trabalho do Revisor Oficial de Contas nem o controlo que as diversas entidades públicas fazem das contas da autarquia», mas sim auditar a «gestão política destes últimos 20 anos».
Na mesma nota, a CDU diz querer «saber qual é o valor real da dívida, sem maquilhagens ou explicações subjetivas». «Queremos saber, por exemplo, se o que foi gasto com empresas de advogados, viagens, hotéis, refeições ou prestações de serviços foi benéfico para o concelho», exemplifica a CDU.
Os comunistas acusam Conceição Cabrita, presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, de dizer publicamente que «está orgulhosa dos doze anos de gestão PSD e nada ter a esconder» e depois recusar «este exercício de transparência e democracia».
Em entrevista ao Sul Informação, a autarca de VRSA garantiu que «cortar algumas gorduras», renegociar a dívida à banca e alienar património, caso haja investimento privado envolvido, são os pilares da política financeira que o seu executivo está a pôr em prática.
De acordo com um relatório do Conselho de Finanças Públicas, divulgado em Abril, a Câmara de VRSA está em rutura financeira, uma realidade que Conceição Cabrita nega, tendo em conta que «esta questão da dívida de que tanto falam, é de 2014 a 2016».
Há dois anos, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, o Passivo Exigível (Dívida) de VRSA estava nos 76,2 milhões de euros. Desde então, assegurou a autarca, o passivo da autarquia tem vindo «a diminuir», embora seja, ainda, «alto».
No mesmo comunicado, a CDU considera ser «fundamental saber a situação financeira real da autarquia, apurar as devidas responsabilidades e definir um caminho de recuperação económica sem voltar a cometer os erros do passado, recusando a politica de privatização de serviços (lixo, águas e esgotos) e do espaço público (parquímetros, complexo desportivo, jardins, terrenos e edifícios municipais), recusando a manutenção do trabalho precário no município e o despesismo da contratação de serviços externos».


www.sulinformacao.pt
14
Jun18

EU, PROFESSORA, ME CONFESSO

António Garrochinho


(Por Paula Coelho Pais, 06/06/2018)
paulacoelho
Venho para a escola como num transe. Dormi mal pela enésima vez desde há meses. Estou a passar uma fase menos positiva em termos de saúde, com muitos altos e baixos, mais baixos do que altos. E não consigo alhear-me do que se passa à minha volta.
Já não tenho vinte anos. Com efeito os sessenta aproximam-se a passos largos e portanto, como se diz habitualmente, “já não vou para nova”.
No meu local de trabalho, esta é uma realidade que se avoluma. Muitos, tantos dos professores que conheço e que conhecem quem eu conheço, também andam por estas idades. Há mesmo escolas em que a média etária está acima dos sessenta. O desgaste é notório e agrava-se, de modo galopante, a cada novo ano.
Estamos naquele tempo da vida em que seria justo beneficiarmos de alguma serenidade, de algum reconhecimento até, de respeito e consideração. Aliás, a todos, todos sem exceção, de qualquer faixa etária e de qualquer profissão é devido este conjunto de atenções. Diria apenas que, com o passar do tempo, eles se avolumam na necessidade e na premência.
Mas essa não é a realidade. Existe no ar uma ameaça velada, um ataque permanente contra os professores. Como um monstro que vive num lodo, do qual se alimenta e que, a espaços, ressurge em toda a força, ávido de presas, esganado de fomes e de raivas.
E ninguém percebe bem de onde vem ou porque nasceu. Também poucos serão os que entendem de que se alimenta nas fases de semiadormecimento em que se esconde, aguardando novas vítimas. Mas está lá. Atento. Aguardando o momento certo para atacar de novo.
Fala pela boca de políticos perversos, de comentadores insanos, da opinião pública desinformada que incorpora mediunicamente e repete, como que hipnotizada, os impropérios e as agressões que escutou algures a alguém. Ataca em bloco determinadas classes profissionais porque tem de exorcizar o seu mal-estar, a sua dor e a sua infelicidade. E os verdadeiros responsáveis sabem bem disso. Conhecem-lhes bem as fraquezas. Estudam-nos de há muito e riem-se na sombra perante o sucesso da manipulação. Neste caso a onda recai novamente sobre os professores, acusados de ser os mais vis seres que há na Terra, incompetentes, incapazes, impreparados, negligentes, sem vocação, preguiçosos, maus, impacientes…
É como se uma lava surgisse da boca de mil vulcões contra nós. E, como num pesadelo incompreensível e caótico, se multiplicassem as chaminés vulcânicas até ao infinito.
Os professores passaram a ter as culpas dos males do Mundo. E o Mundo que não pára para pensar, aplaude e adere à hedionda causa formando turbas assustadoras.
Por isso, entre outros fatores que não ajudam, tenho dormido mal. Muito mal. E não porque me pese a consciência. Apenas porque a tenho apurada e sei da injustiça profunda de que estamos a ser alvo por esse mundo fora. Aliás, foi também por estes dias que um pequeno vídeo intitulado “Alternative Math” ( se tornou viral. 


VÍDEO



Quem não está dentro da profissão poderá até achar alguma “graça” ao caricato de certas cenas. Mas quem sente na pele, nos ossos e na alma o verdadeiro alcance da metáfora, treme e fica com profundas dores de estômago perante a profundidade da caricatura e o terror que ela representa.
É, com efeito assim, que a sociedade está a ser desenhada para encarar os professores e, aliás, de um modo geral as clássicas figuras de autoridade. Como os antigos servos da Grécia, explorados pelos senhores do poder, sem poder fazer seja o que for a não ser quase pedir desculpa por existir.
“Eu, professora, me confesso”, foi o título que dei a esta breve mas profundamente sentida intervenção, porque considero que chegou o tempo dos professores confessarem abertamente as suas tremendas dores, sem receio do que se possa dizer. Porque falar contra nós, há de haver sempre quem fale, mesmo que não saiba do que está a falar.
Falo da vontade de chorar quando somos insultados pelos alunos. Falo do barulho ensurdecedor nos pátios, corredores e até nas próprias aulas. Falo da falta de apoio de alguns pais na sua missão educativa. Falo da necessidade de descanso quando varamos madrugadas fora a trabalhar em projetos sem qualquer visibilidade ou recompensa curricular. Falto das despedidas de filhos, maridos, mulheres, pais, família para trabalhar a quilómetros de casa sem qualquer compensação ou ajuda de custo. Falo da falta de reconhecimento, da falta de apoio, da falta de recursos, da falta de compreensão, da falta de respeito. Falo das acusações odiosas. Falo da falta de empatia. Falo da falta de delicadeza.
Mas falo também das agendas ocultas que se preparam, desde há décadas, para estourar com a Escola Pública, mesmo de parte de alguns que se arvoram em seus defensores. Falo da vontade de lançar o caos e o desrespeito para depois os cobrar aos professores. Falo da desautorização constante do nosso estatuto denunciando, logo após, que não somos capazes de manter a autoridade.
Falo ainda dos equívocos no que respeita à participação das famílias na escola, quando a melhor participação que podem ter é nas suas casas, conversando e educando os filhos. Falo de algumas famílias que esperam efetivamente que a escola desempenhe o papel educativo que lhes competiria a elas, sem dar contudo à escola autorização ou competências para que o faça. Falo da ideia de que temos de suportar tudo porque “estudámos para isso”. Falo das intromissões de quem nada sabe. Da falácia das “estratégias”, palavra a que se recorre como sendo milagrosa mas que, tantas vezes, é falha de verdadeiro conteúdo. Da falta de tempo das famílias para os filhos. Do depósito de crianças, adolescentes e jovens em que um tipo desvairado de política quis tornar forçosamente a escola sob a designação pomposa de “escola a tempo inteiro”, procurando assim agradar a famílias desesperadamente sem tempo e algumas sem vontade ou capacidade para lidar com os seus mais novos e que chegou a certos delírios como os que previam quase 24H sobre 24h dos alunos na escola, defendido como se tal fosse apanágio de uma verdadeira modernidade social.
Falo sobretudo da falta de conhecimento de quem critica. Da falta de informação profunda e abalizada. Da desinformação dolosa. Da agressão gratuita. Da raiva incontida. Do ódio peregrino. Da militância obscura.
Falo de tudo isto e do mais que já não consigo depois de mais de 30 anos de serviço e de exaustão total. Física, para aguentar tantas horas na escola e também emocional, para suportar tanta injustiça.
Por isso, eu, professora, me confesso. Me confesso do meu cansaço e do meu desgosto. Do meu desespero em perceber para onde caminhamos neste deserto de sentimentos e de empatia social. De perceber que dentro de pouco anos o sistema irá necessariamente colapsar para dar lugar à “nova ordem” que os poderosos delinearam há muito para os seus delfins, guetizando todos os outros sob a capa de uma pretensa inclusão, mas numa escola esfarrapada de recursos, desqualificada de apoios e necessariamente abandonada pelos seus melhores profissionais.
Do barulho constante a quem chamam alegria. Da confusão a que chamam dinamismo. Do caos a que chamam participação espontânea. Da sobrecarga horária a que chamam oferta de escola. Da falta de liberdade de tempo – para alunos e professores – a que chamam apoios. Da necessidade dos apoios que advém da falta de clima de sala de aula. Da falta de valorização da escola, da falta de entendimento do que é efetivamente um espaço de ensino, do que é o papel de um professor e do que é a obrigação de um aluno em termos de estudo, participação e respeito. De qual é, no fundo, a natureza das suas respetivas missões.
Poderei ensinar mil vezes a um aluno onde fica Portugal no Mapa do Mundo. Poderei servir-me das mais variadas estratégias, recursos, invenções, materiais pedagógicos, formas de ensinar ou motivar que, se o aluno não quiser estudar ou não sentir qualquer tipo de interesse em reter essa informação, nada haverá a fazer. E acreditem que existem muitos casos assim, como outros em que se passa totalmente o oposto, apenas devido a uma postura correta em sala de aula. Como num médico, se o doente se recusar a tomar o medicamento prescrito, não será de estranhar a ausência de cura. E é isso que muitos não aceitam – alunos, pais, famílias, opinião pública, políticos e até muitos de nós, docentes, com receio do que possam dizer, cansados que estamos da crítica constante.
E é isto em que muitos se recusam a acreditar, achando sempre que a culpa é do professor que não se esforçou o suficiente. Porque é mais fácil assim, empurrando o verdadeiro problema para debaixo do tapete, escondendo-o dos olhos e da própria inteligência. E lá vêm os resultados das Provas de Aferição e o espanto de muitos como se acordassem de repente para a realidade dos factos, dando ao “monstro” novas razões para se levantar do lodo e atacar a presa.
Por isso, é chegada a hora de dizer que a sociedade está doente e a escola está enferma. Mas não por culpa dos professores, verdadeiros enfermeiros de uma realidade que os ultrapassa e sufoca e a quem tentam constantemente remendar com o que têm à mão. Sim por culpa de décadas e décadas de caça ao voto, em que sucessivas tutelas, para agradar às famílias, levaram os professores ao altar do sacrifício, lavando depois daí as mãos como Pôncio Pilatos. E, como na cena decisiva em que a turba escolheu Barrabás em vez do Cristo, também a nós nos lançaram aos ódios da multidão para se libertarem a eles da culpa e da responsabilidade dos factos.
Maus profissionais – é um clássico – existem em todas as profissões. Mas tomar uma classe inteira por atacado e atacá-la deste modo ignóbil é algo de incompreensível e que tem de ter a montante objetivos perversos que importaria descobrir e denunciar. Até porque quem fala mal dos professores deste modo abrangente, assume um papel destruidor e desagregador do tecido educativo e, portanto, é o interesse académico dos alunos que verdadeiramente põe em causa. Isto deveria ser entendido urgentemente pela opinião pública. Até porque naturalmente a quem interessará que os alunos estejam bem e tenham sucesso senão, desde logo, aos professores?
Permitam-me um desabafo e uma memória feliz. Eu ainda sou do tempo em que, depois das passagens de ano, os alunos e as famílias nos traziam flores. Era tão bonito. Tenho saudades desse tempo. Não me envergonho de o dizer. Não configuraria qualquer tipo de interesse na possibilidade de uma avaliação mais positiva, já que o ano findara e a classificação tinha sido já atribuída. Era sim uma delicadeza, um carinho, uma atenção que humanizava a relação entre professores, alunos e famílias. Um reconhecimento que tinha também um papel pedagógico de deferência perante os docentes e de sensibilização dos alunos perante este facto. E maior era a comoção quando as flores nos chegavam das mãos de alunos que não tinham conseguido passar de ano mas a cujos professores, ainda assim, as famílias faziam questão de mostrar gratidão pelo esforço, empenho e dedicação demonstradas ao longo do ano para com as suas crianças e jovens.
Sim, isto acontecia. E a educação processava-se de um modo fluido e conseguido. Sereno e com resultados. Mas depois tudo se tornou técnico, impessoal e desumanizado, convencidas as tutelas que assim é que era moderno e desejável. E começou a sanha contra os professores, desconsiderando-os e acusando-os perante a opinião pública como os grandes culpados dos males da sociedade. Aliás quem o fez, sabe bem o que fez, atacando o elo mais sensível e que era o garante da estabilidade das escolas: os professores. Professores até então vistos como alguém a quem se devia considerar e respeitar e, sobretudo alguém com quem se poderia aprender e olhar como um exemplo a seguir. Aliás era essa a mensagem que os pais transmitiam aos filhos e que resultava num processo harmonioso entre todos. Destruir isto que era o cerne da estabilidade educativa foi e continua a ser a agenda perversa e mais ou menos oculta de muitos decisores e elementos de poder colocados em lugares chave da nossa sociedade, nacional e internacionalmente falando.
Por isso afirmo aqui que não interessa realmente aos que ocupam certos lugares de topo na hierarquia das decisões do Mundo que a situação melhore. Se quisessem verdadeiramente uma solução para a reabilitação da escola escutariam realmente os professores, procurando entender-lhes o que lhes vai na alma e, honrando a sua formação e experiência profissionais, reforçariam sem equívocos a sua autoridade na escola e na sala de aula. Reequipariam escolas e bibliotecas escolares com mais recursos, materiais e humanos. Restabeleceriam o valor do silêncio nas salas de aula e a vantagem da concentração. Sem desprimor de propostas alternativas, acabariam com o receio infundado das aulas expositivas e voltariam a promover junto das crianças o saber escutar com atenção, o pensar criticamente, o ponderar antes de se pronunciar e o saber participar de modo ordenado e organizado. Promoveriam a filosofia para crianças, os momentos de reflexão e de meditação em ambiente escolar já com provas dadas em tantas escolas. Dariam tempo aos pais para estar com os filhos e promoveriam o valor da educação, do estudo e do respeito por si e pelos outros. Permitiram aos professores e educadores ter mais tempo para pensar, preparar e corrigir atividades, serenamente, nas suas casas, de modo a dispor de uma distância crítica necessária ao desempenho específico da sua missão, longe da agitação das escolas e reconheceriam, de uma vez por todas, sem preconceitos, que o trabalho docente tem características e necessidades específicas que o tornam diferente de todos os outros. Como outros terão as suas. Diminuiriam também – mas de modo significativo (12 alunos seria o ideal) – o número de alunos por turma se realmente quisessem apostar num ensino personalizado. Dotariam verdadeiramente as escolas com técnicos em número suficiente para apoiar os alunos com Necessidades Educativas Especiais. E dignificar-se-iam, sem pestanejar carreiras e percursos profissionais.
Responsabilizar-se-iam de um modo concreto as famílias pelo saber estar dos seus filhos e educandos, enaltecendo aquelas – e são muitas felizmente – que tanto esforço fazem para que os seus filhos consigam vencer academicamente. Valorizar-se-ia uma cultura de cordialidade e de boa educação. E, finalmente, cobrar-se-ia à sociedade, de um modo mais abrangente, a sua quota-parte de responsabilidade na educação das novas gerações, exigindo-lhe que fosse mais cuidadosa e criteriosa no que respeita às mensagens, imagens e textos que exponham situações de violência, agressividade ou grosseria, completamente impróprias para os mais novos, incapazes naturalmente de as descodificar e interpretar de um modo adequado e maduro.
Seria também essencial que a sociedade rejeitasse, recriminasse e repudiasse profundamente esta verdadeira campanha de ódio – totalmente gratuita e generalista – para com os professores – ou para com qualquer outra classe profissional – como rejeita, recrimina e repudia – e bem – tantas outras campanhas de ódio que ameaçam a nossa sociedade e que são provenientes da má-fé, do dolo, da maldade, do preconceito, dos interesses particulares e da ignorância de alguns.


estatuadesal.com
14
Jun18

O QUE EM ALEGRIA APREGOASTE - Jorge Velhote

António Garrochinho



10 de novembro de 1913 – 13 de junho 2005

O QUE EM ALEGRIA APREGOASTE

É como morto que não procurarás novos lugares,
e, para onde olhares, não verás nem as altas montanhas
nem o fundo do mar, apenas o vento envelhecerá o pó
que agora te cobre e outros pisam – não há barco
para navegar, nem ofertas para arrecadar, outros
querem a tua alma, outros deuses conhecer
ou os fragores sábios do povo nomear,
seguir-te, ou de múltiplas e notáveis vénias
se equivocam, e cedem ao deleite e à glória
o que em alegria apregoaste, fazendo
amanhecer as manhãs e os caminhos
pela primeira vez para que fôssemos
compreender quanto poder existe
numa palavra ou no brilho
simples de um olhar.





14
Jun18

Universidade de Aveiro anuncia estágios com salários de 120 euros para licenciados

António Garrochinho


A plataforma online do Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais da Universidade de Aveiro está a promover junto dos seus actuais e antigos alunos um anúncio para dois estágios onde se oferece uma remuneração mensal de 120 euros.
Universidade de Aveiro anuncia estágios com salários de 120 euros para licenciados

O Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais (GESP) da Universidade de Aveiro está a divulgar junto dos seus alunos e antigos alunos um anúncio para dois estágios na área de Design Gráfico e Comunicação onde se oferece uma remuneração mensal de 120 euros.

"Este anúncio é inconcebível. Mais inconcebível ainda é o facto de um gabinete de uma universidade pública estar a divulgar tais anúncios", considera o Bloco de Esquerda (BE), tendo dois dos seus deputados, Moisés Ferreira e Luís Monteiro, questionado o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sobre o assunto, através de uma pergunta enviada para a Assembleia da República.

O anúncio em causa, disponível na plataforma online do GESP, pretende recrutar bacharéis e licenciados na área de Design ou indivíduos com Curso de Especialização Tecnológica na área do Design de Calçado e Marroquinaria durante seis meses com um vencimento de 120 euros mensais.
"A remuneração de 120 euros por um estágio é um insulto a qualquer bacharel ou recém licenciado. É a promoção da precariedade e exploração mais abjecta", lê-se no texto assinado pelos dois deputados do BE.

A título de exemplo, o BE refere que "os estágios estabelecidos ao abrigo de programas do IEFP que definem uma bolsa de cerca de 600 euros mensais a quem tenha o nível 5 de qualificação (por exemplo, alguém com um Curso de Especialização Tecnológica) e uma bolsa de 707 euros mensais a quem detenha uma licenciatura (valores de bolsa a que acresce a refeição ou subsídio de alimentação e o seguro de acidentes de trabalho)".

Perante isto, o BE "exige a retirada de tal anúncio" por considerar "insultuoso e por estar a promover abertamente a exploração e a precariedade de trabalhadores recém formados ou em vias de se formar".

Os dois deputados do BE exigem ainda que "a Universidade de Aveiro defina critérios exigentes para a admissão e divulgação de ofertas de estágio e de emprego".

Esses critérios, defendem, "devem ter como base a protecção dos direitos laborais dos estudantes e ex-estudantes. Por isso não ser divulgadas propostas que se proponham pagar estágios abaixo dos valores praticados pelos programas do IEFP e propostas que se proponham pagar abaixo das remunerações que são devidas para as qualificações exigidas", preconizam.

Para o BE, "as instituições públicas devem lutar por emprego com direitos e devem contribuir para o combate à precariedade e às estratégias de abaixamento de salários. Não podem ser caixas de ressonância da exploração", remata.

Na pergunta dirigida ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através do Parlamento, os dois deputados do BE querem respostas a cinco questões, começando por querer saber se o ministério tutelado por Manuel Heitor "tem conhecimento da situação aqui descrita".

"Considera que uma universidade pública deve promover a divulgação, junto dos seus alunos e ex-alunos, de ofertas de estágio e/ou de emprego que claramente não respeitam a lei e que atentam contra os direitos laborais e contra a dignidade no trabalho?" é o teor da segunda questão.

Face à situação exposta, o BE questiona: "Que medidas irá tomar para que o Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais da Universidade de Aveiro não volte a divulgar propostas promotoras da precariedade e da exploração laboral?"

E "quais são os critérios de publicação e divulgação de anúncios utilizados pelo Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais da Universidade de Aveiro?", quer ainda saber.

Por fim, Moisés Ferreira e Luís Monteiro questionam: "Vai o Governo promover, junto deste gabinete, a aplicação de critérios que tenham em conta o respeito pelos direitos no trabalho, vedando a publicação de anúncios que propõem remunerações abaixo do permitido?"


www.jornaldenegocios.pt

14
Jun18

Dois calceteiros e 15 toneladas de pedra fazem "Praça de Cascais" na California

António Garrochinho

Cidade californiana de Sausalito, geminada com a vila portuguesa, inaugura "Praça de Cascais" num processo que levou quatro anos e que pretende chamar a atenção para Portugal
Sausalito, na California, é uma cidade costeira e turística. A poucos minutos de distância de São Francisco - basta atravessar a ponte Golden Gate, muito semelhante à 25 de abril em Lisboa, por ter sido construída pela mesma empresa - é visitada diariamente por milhares de visitantes. Como Cascais.
Talvez por isso os dois municípios, geminados há cinco anos, levaram a cabo a empreitada de construir, na cidade californiana, uma "Praça de Cascais", inaugurada nesta terça-feira pela mayor da cidade, e pelo vice-presidente da câmara do município português, na presença do primeiro-ministro António Costa.
A pequena "praça", uma área circular com 5 metros de diâmetro, é ocupada na sua plenitude por uma rosa-dos-ventos em calçada portuguesa, "para que em Sausalito saibam sempre onde é Portugal, explicou Miguel Pinto Luz no discurso de inauguração.
No executivo camarário de Cascais, Pinto Luz tem a pasta da geminação com Sausalito e em entrevista diz que o processo foi longo e complexo, mas valeu a pena.
Como foi o processo que culminou na inauguração desta praça de Cascais em Sausalito?
Isto é uma parceria, uma cidade geminada que Cascais tem há mais de 5 anos, uma cidade à beira-mar plantada, muito parecida com Cascais na sua forma de estar na vida, na sua forma de viver o desenvolvimento económico, social e ambiental.
E há cerca de quatro anos tivemos uma ideia, com o então mayor de Sausalito: porque não deixar uma marca perene para as futuras gerações sintam a relação tão simbiótica entre estas duas cidades que estão a mais de nove mil quilómetros de distância uma da outra.
Com a simbologia da calçada portuguesa...
Dois artesãos de Cascais estiveram aqui durante três semanas. Trouxemos várias toneladas de pedra de Portugal, e não foi fácil. A burocracia tanto para sair do país como para entrar nos Estados Unidos foi muito difícil, mas hoje é uma realidade e estamos muito satisfeitos.
A ideia está relacionada com o facto de a comunidade portuguesa ser muito forte na California?
A comunidade portuguesa é muito forte aqui, e mais do que isso: Sausalito nasceu de pescadores portugueses e portanto tem aqui uma história centenária ligada à comunidade portuguesa, e portanto não podia deixar de ser outra cidade que não Sausalito a ter esta relação com Cascais.
Esta praça pode chamar turistas para Portugal?
Esse é o objetivo. Estamos a falar de uma cidade muito pequena, mas é fronteira com São Francisco e são milhares os turistas que vêm aqui a esta cidade turística. Ter este marco aqui é de facto um farol para sinalizar que existe do outro lado do mundo uma cidade irmã que é muito interessante de se visitar.

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14
Jun18

MUNDIAL 2018 Do bruxo que tentou tramar Ronaldo ao alho que deu pouca sorte a Oliveira, as histórias dos seis mundiais de Portugal

António Garrochinho
Tic-tac, tic-tac. O Mundial está à porta e, com ele, novas histórias. Mas há todo um legado de seis participações portuguesas em que houve de tudo – de campos inclinados a festas com mulheres.

Antes e depois de 2002 – assim se pode resumir a prestação de Portugal em mundiais. No “antes”, a Seleção Nacional apurou-se duas vezes e falhou 14 apuramentos; no “depois”, fez o pleno – foram cinco presenças, já a contar com a deste ano, na Rússia. Mas isso, provavelmente já sabe.
O que talvez não saiba é que Portugal já treinou num campo inclinado, já trocou de hotel a meio da noite, já teve alho a servir de tempero no balneário; que jogadores portugueses subornaram guardas para receber mulheres, deixaram um treinador a pé e jogaram contra empregados de mesa na preparação de um Mundial. Quer saber mais? Sinta-se à vontade para vir daí conhecer as histórias por detrás das seis participações de Portugal em Campeonatos do Mundo

1966

Otto Glória a pé e a mudança de hotel a meio da noite

Bem-vindo a 1966, um tempo em que era possível uma meia-final de um Mundial mudar de estádio em cima da hora por vontade de uma equipa (e anuência da outra). Mas já lá vamos. Antes disso, importa perceber porque é que isso aconteceu. Portugal acabava de agarrar na caneta para escrever a primeira página portuguesa nos mundiais. E por isso ninguém dava nada por aqueles “magriços”. Que, pé ante pé, lá foram seguindo até aos quartos de final, depois de vencer Hungria, Bulgária e Brasil – com dois golos de Eusébio, que venceu o duelo particular com Pelé. Mas ali, nos quartos de final, a coisa estava feia. Aos 25 minutos, Portugal já perdia por 3-0 com a Coreia do Norte, ainda conseguiu reduzir para 3-2 até ao intervalo, mas Otto Glória, o selecionador, estava fora de si. “Seus filhos da p***, vocês deram-me a maior alegria de ter ganho aos meus irmãos brasileiros e agora estão a perder com uma equipa da Walt Disney!”, berrou ao plantel. As palavras foram como uma mola nas pernas dos jogadores em geral, de Eusébio em particular: Portugal acabou a vencer por 5-3, com quatro golos do “pantera negra”. Mas no final do jogo não houve cá amizades com Otto Glória… Os jogadores deixaram-no a pé e seguiram no autocarro da equipa para o hotel. Quanto ao selecionador, teve mesmo de viajar à boleia dos jornalistas.
E agora o tal jogo que mudou de palco em cima da hora, lembra-se? Foi a meia-final que se jogou entre Portugal e a Inglaterra e que estava prevista, precisamente, para Goodinson Park, o estádio onde os “magriços” deram aquela tareia aos coreanos. Os ingleses, que até eram os anfitriões do Mundial, não são tontos… e por isso quiseram evitar um campo que tanta força tinha dado à comitiva portuguesa. E quando um inglês sonha a obra nasce? É mais ou menos isso. Pelo menos foi. As duas federações conversaram e a portuguesa acatou mudar o jogo de Goodinson Park, onde cabiam 45 mil adeptos, para Wembley, que levava 100 mil. “Os ingleses até sabiam onde era o nosso hotel em Londres, em Piccadilly Circus. Foram lá à noite e fizeram uma barulheira tal que tivemos de ir para outro hotel a meio da madrugada, a 30 quilómetros de Londres”, recordou Eusébio, em 2011, ao Expresso. O resto foi história: Portugal perdeu por 2-1, arrecadou o terceiro lugar, ainda hoje o melhor resultado em mundiais. Fernando Santos, podemos tratar disso este ano?
Classificação: 3º. lugar
Jogos:
Fase de gruposPortugal-Hungria, 3-1
Portugal-Bulgária, 3-0
Porugal-Brasil, 3-1
Quartos de finalPortugal-Coreia do Norte, 5-3
Meia final-Portugal-Inglaterra, 1-2
Disputa do 3º e 4º lugares
Portugal-União Soviética, 2-1

1986

Uma “fortaleza” inclinada e os subornos por mulheres

“Fortaleza”. A palavra, dita assim de repente, e aplicada ao mundo futebolístico, transporta-nos para um passado recente – mais concretamente para a época de 2016/17 e para um Nuno Espírito Santo ainda treinador do FC Porto, referindo-se ao efeito Estádio do Dragão na equipa (que ainda está por comprovar na época em questão, mas isso são outros quinhentos). Adiante. A verdade é que a expressão já tinha sido utilizada 30 anos antes, em 1986, no Mundial do México, para apelidar o Motel La Torre, em Saltilho, quartel-general da Seleção Nacional.
Mas nem tudo eram rosas na tal “fortaleza”. Bem pelo contrário. Não havia campo de treinos, o que obrigava a equipa a deslocar-se de autocarro até um relvado que, além do mau estado do piso, mais amigo de lesões do que de grandes performances desportivas, era… inclinado – e não nos referimos a ajudas dos árbitros. Resultado: os jogadores cansavam-se mais rapidamente.
E se treinar, só por si, já era uma aventura, o que dizer dos jogos de preparação? Estava programado Portugal defrontar o Chile, mas a Federação Portuguesa de Futebol cancelou o jogo, alegando que os sul-americanos pediam dinheiro a mais. À falta de adversário, a equipa lusa jogou mesmo contra cozinheiros e empregados de mesa de um restaurante no México, que tiveram de pedir dispensa para dar uma mãozinha à Seleção Nacional. 11-0 foi o resultado final. Não surpreende, pois não?
Aconteceu de tudo um pouco em Saltilho, 1986 – o tal Mundial da polémica. Paulo Futre, o benjamim da equipa nacional de então, com apenas 20 anos, levantou o véu, anos mais tarde, em forma de livro. Em “El Portugués”, que escreveu em 2011, o antigo avançado pôs tudo a nu – quase que literalmente. E já vai perceber porquê. Primeiro, importa recordar que esse Mundial ficou marcado pelas guerras entre jogadores e a Federação Portuguesa de Futebol relativas a prémios e remunerações por publicidade. Ora, os atletas queriam receber mais e, como não recebiam, não foram de modas: passaram a treinar em tronco nu ou com a camisola do avesso, tudo para esconder as marcas que eram forçados a vestir.
Também as festas com mulheres acabaram por se tornar numa espécie de mito urbano de Saltilho – pelo menos até Paulo Futre as confirmar. Mulheres, eram a rodos a rodar entre o plantel. Garante o antigo internacional português que as folgas dos jogadores eram passadas em festas privadas (foi numa delas que Futre se ligou a uma mulher-polícia, de seu nome Laura Venezuela) e que mesmo quando tinham de ficar entre os muros da “fortaleza”, o quartel-general da Seleção, havia forma de contornar o problema: subornavam os empregados do hotel para poderem sair. O esquema era este: as mulheres chegavam, cada uma no seu carro, e estacionavam em fila indiana à porta do hotel; os jogadores encontravam-nas nas viaturas, ali mesmo. Se tivessem de regressar aos quartos, estavam a um passo deles.
Eventualmente, algumas mulheres acabavam por se apaixonar pelos jogadores e por lhes oferecer presentes – sobretudo ouro. Os casados não tiveram outra opção: para não serem mais tarde descobertos pelas mulheres, venderam o ouro ali mesmo, em Saltilho, a… Paulo Futre, o solteiro do grupo. Era uma espécie de negócio da China: o antigo avançado comprava barato aos colegas, vendia caro em Portugal.
Classificação: fase de grupos
Jogos:
Fase de gruposPortugal-Inglaterra, 1-0
Polónia-Portugal, 1-0
Marrocos-Portugal, 3-1

2002

Um balneário temperado com alho e os sapatos de Figo, dois tamanhos acima

FB052;, WC2002-POR-KOR;, Action;, World, Cup;, Match;, Football;, Horizontal;, Goal;, Goalkeeper,
O mundo do futebol – e o mundo em geral, vá – presta-se, de vez em quando, a algumas bizarrices. Sobretudo quando a sorte e o azar são a outra face do talento. Podemos achar à partida que uma equipa que conta, nas suas fileiras, com nomes como Luís Figo, Pauleta, Rui Costa ou Vítor Baía – a promissora geração de ouro, que vinha de uma boa prestação no Europeu de 2000 (chegou até à meia-final) e que fez um apuramento imaculado para o Mundial – não precisa assim tanto de ser bafejada pela sorte. Mas António Oliveira terá pensado: “Nunca fiando…”.
O selecionador sempre foi conhecido por ser supersticioso e manteve-se fiel aos pergaminhos quando assumiu o comando da equipa nacional no Mundial de 2002, na Coreia do Sul e no Japão. Oliveira não foi de modas e optou por espalhar alho no balneário para afastar os maus espíritos. Mas a verdade é que nem a si próprio conseguiu dar sorte. Uma rasteira do adjunto José Romão deixou-o de muletas nos últimos dois jogos e quanto a Portugal… bom, digamos que foi um tiro que passou (muito) ao lado: a geração de ouro ficou, de forma inglória, pela fase de grupos, com Luís Figo muitas fichas abaixo daquilo a que nos tinha habituado. O antigo avançado, eleito melhor do Mundo pela FIFA um ano antes, chegou à Alemanha limitado fisicamente. Um choque com Deco no encontro entre o FC Porto e o Real Madrid, para a Liga dos Campeões, deixou-lhe o tornozelo feito num oito: o inchaço era tão grande, que Figo tinha de calçar dois tamanhos acima para conseguir jogar.
Classificação: fase de grupos
Jogos:
Fase de gruposPortugal-Estados Unidos, 2-3
Portugal-Polónia, 4-0
Portugal-Coreia do Sul, 0-1

2006

Costinha em versão bailarina e as escapadelas para sexo

É sempre assim: há um jogador que fica encarregado de dar música ao plantel. Em Marienfeld, localidade onde ficou instalada a comitiva portuguesa no Mundial da Alemanha, em 2006 (curiosamente o mesmo local que albergou o FC Porto no estágio de pré-época três anos antes), esse jogador era Costinha. Mal chegou ao país germânico, e para que não faltasse nada, usou o próprio cartão de crédito para comprar uma aparelhagem. Estava montado o estaminé.
O que escapou ao antigo médio português foi aquela palestra que estava marcada para depois do almoço. Até achou estranho que ninguém lhe pedisse para pôr música, mas resolveu tomar a iniciativa. Era vê-lo a deslizar como uma bailarina (a expressão é do próprio) rumo à zona de convívio do hotel e a regressar tipo Michael Jackson para desligar a música quando deu de caras com Scolari – o selecionador não achou graça nenhuma ao esquecimento e deixou-o no banco no dia seguinte.
Scolari, aquele treinador que é uma mistura de pai amigo com “poderoso chefão”, mas que é liberal quando o assunto é sexo durante as grandes competições. “Não me interessa saber o que fazem nos dias de folga”, disse por várias vezes. E no Mundial de 2006 não foi exceção. Conta Petit que num dos dias livres em Marienfeld, seis jogadores (não revela quais, mas ele estava, como vai perceber, entre o grupo de felizardos), viajaram de carrinha até um hotel a 30 quilómetros do quartel-general da seleção. O “assunto” foi rápido. Nem 15 minutos depois de entrarem nos quartos, os jogadores já estavam de toalha à cintura, nas varandas, a contemplar o court de ténis…
Classificação: 4º. lugar
Jogos:
Fase de gruposAngola-Portugal, 0-1
Irão-Portugal, 0-2
México-Portugal-Coreia, 1-2
Oitavos de finalHolanda-Portugal, 0-1
Quartos de finalInglaterra-Portugal, 0-0 (1-3, g.p.)
Meias-finaisFrança-Portugal, 1-0
Disputa do 3º e 4º lugares
Alemanha-Portugal, 3-1

2010

Os cromos da Panini e as visitas a Mandela

A paragem seguinte no mapa dos mundiais foi a África do Sul, aquele país que tem Nelson Mandela agarrado ao nome. E quem também esteve agarrado – salvo seja – ao antigo líder sul-africano foram Cristiano Ronaldo e Carlos Queiroz. Logo na primeira folga da equipa nacional, o selecionador e o craque portugueses tiveram honras de serem recebidos na casa de Mandela, em Joanesburgo e até lhe ofereceram uma camisola da Seleção com o número 91 inscrito nas costas – a idade que tinha, então, o ex-presidente sul-africano.
Mas… ir à África do Sul e não ver leões? Foi o que pensaram os outros 22 jogadores que, nessa mesma tarde, apanharam o autocarro da Seleção e seguiram caminho para o Lion Park, onde brincaram com pequenas crias. Ronaldo não apareceu por lá, para desgosto dos que já se perfilavam à entrada do parque de camisola vestida e máquina em riste para as selfies e autógrafos da praxe.
Continuamos a falar de visitas – foi intensa a vida social da Seleção na África do Sul, não foi? Desta feita, foi a comitiva portuguesa a anfitriã.Na véspera de ser eliminada nos oitavos de final pela Espanha, recebeu François Pienaar, capitão dos Springboks, nome pelo qual ficou conhecida a seleção sul-africana que venceu o Mundial de râguebi – e que inspirou o filme Invictus, de Clint Eastwood (onde Pienaar é representado por Matt Damon). Uma equipa que foi mais do que uma equipa; foi um acontecimento político, sobretudo pela forma como foi usada por Mandela para diminuir o fosso entre brancos e negros criado pelo Apartheid.
É sabido que nas grandes competições é preciso ocupar o tempo livre – ainda por cima os jogadores estavam proibidos de sair do hotel, devido às fortes medidas de segurança. Além das cartas, do snooker e dos jogos de consola da praxe, o plantel aproveitou para atualizar a coleção de cromos da Panini. Quem o diz? Os funcionários da loja mais próxima, que garantem que elementos do staff português iam sempre lá comprar cromos para os jogadores.
Classificação: fase de grupos
Jogos:
Fase de grupos
Costa do Marfim-Portugal, 0-0
Portugal-Coreia do Norte, 7-0
Portugal-Brasil, 0-0

2014

O bruxo que quis lesionar Ronaldo e os autógrafos proibidos

Quando o sorteio do Mundial ditou que Portugal iria defrontar o Gana no terceiro jogo da fase de grupos do Mundial de 2014, Nana Kwaku Bonsam percebeu que tinha de fazer alguma coisa. Quem? – estará a perguntar por esta altura. Nós respondemos: o bruxo mais famoso do Mundial do Brasil. Bonsam – como qualquer pessoa que vá, viva neste planeta – não achou muita graça que CR7 alinhasse frente à sua seleção.Vai daí, lançou um feitiço para que o português se lesionasse. A técnica, explicou na altura, chama-se “Kahwiri Kapam” e, para a pôr em prática, era preciso usar quatro cães. Será que resultou? Bom, é verdade que Ronaldo chegou ao Mundial com resquícios de uma lesão no tendão rotuliano contraída no Real Madrid mas, por outro lado, jogou frente ao Gana – e até marcou um golo. Numa coisa, pelo menos, o bruxo errou redondamente. “Esta lesão não pode ser curada por médico algum”, disse na altura. Felizmente estava errado.
Cristiano Ronaldo era, claro, uma das figuras mais esperadas no Brasil – pelos adeptos em geral, mas também pelos funcionários do hotel onde estava instalada a Seleção Nacional em particular. Um deles até comprou uma camisola de CR7, já todo lampeiro para conseguir nela a assinatura do ídolo. Mas não. As regras do The Palms, em Campinas, eram explícitas: nenhum funcionário podia pedir autógrafos, tirar fotografias ou importunar os jogadores de alguma forma. Até as redes sociais eram fiscalizadas. Se não cumprissem? Eram despedidos na hora.
Classificação: fase de grupos
Jogos:
Fase de grupos
Alemanha-Portugal, 4-0
Estados Unidos, 2-2
Portugal-Gana, 2-1

observador.pt

14
Jun18

RÚSSIA E ARÁBIA SAUDITA DÃO ESTA QUINTA-FEIRA O PONTAPÉ DE SAÍDA DO MUNDIAL - RECORDES E ESTATÍSTICAS DOS JOGADORES QUE FIZERAM OS MUNDIAIS

António Garrochinho



A anfitriã Rússia e a Arábia Saudita dão hoje o pontapé de saída no 21.º campeonato do mundo de futebol.
Rússia e Arábia Saudita dão esta quinta-feira o pontapé de saída do Mundial

A anfitriã Rússia e a Arábia Saudita dão hoje o pontapé de saída no 21.º campeonato do mundo de futebol, num embate marcado para o Estádio Luzhniki, em Moscovo, o palco da final, em 15 de julho.
Às 18:00 locais (16:00 em Lisboa), o árbitro argentino Nestor Pitana vai ‘apitar’ para o início do primeiro dos 64 encontros da competição, na qual Portugal participa pela sétima vez, quinta consecutiva, após 2002, 2006, 2010 e 2014.

RECORDES E ESTATÍSTICAS DOS JOGADORES QUE FIZERAM OS MUNDIAIS



Recordes e estatísticas dos jogadores que fizeram os Mundiais
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O Campeonato do Mundo não se resume apenas aos jogos entre as seleções e à coroação do campeão do mundo. Os jogadores também fazem história e há recordes que perduram até aos dias de hoje.
Confira alguns dos recordes individuais de todos os mundiais:
  • Mais títulos: 3 - Pelé (Brasil), em 1958, 1962 e 1970.
  • Campeão mundial mais novo e jogador mais novo numa final: 17 anos e 249 dias - Pelé (Brasil), em 1958.
  • Campeão mundial mais velho e jogador mais velho numa final: 40 anos e 133 dias - Dino Zoff (Itália), em 1982.
  • Mais finais: 3 - Cafu (Brasil), em 1994, 1998 e 2002.
  • Mais finais por seleções diferentes: 2 - Luis Monti, em 1930 (Argentina) e 1934 (Itália).
  • Mais minutos em finais: 279 - Cafu (Brasil).
  • Mais vitórias: 16 - Cafu (Brasil).
  • Treinador com mais títulos: 2 - Vitorio Pozzo (Itália), em 1934 e 1938.
  • Treinador campeão por outro país: Nenhum.
  • Vencedores como jogador e treinador: Mário Zagallo (Brasil), em 1958 e 1962 (jogador) e em 1970 (treinador) e Franz Beckenbauer (RFA), em 1974 (jogador) e 1990 (treinador).
  • Treinador com mais presenças: 6 - Carlos Alberto Parreira, Brasil (1982, com o Kuwait, 1990, com os Estados Unidos, 1994 e 2006, com o Brasil, 1998, com a Arábia Saudita, e 2010, com a África do Sul).
  • Treinador com mais presenças por seleções diferentes: 5 - Velibor “Bora” Milutinovic, Sérvia (1986, com o México, 1990, com a Costa Rica, 1994, com os Estados Unidos, 1998, com a Nigéria, e 2002, com a China) e Carlos Alberto Parreira, Brasil (1982, com o Kuwait, 1990, com os Estados Unidos, 1994 e 2006, com o Brasil, 1998, com a Arábia Saudita, e 2010, com a África do Sul).
  • Treinador com mais jogos: 25 - Helmut Schön (Alemanha).
  • Treinador com mais vitórias consecutivas: 11 - Luiz Felipe Scolari, Brasil (sete pelo Brasil, em 2002, e quatro por Portugal, em 2006).
  • Treinador com mais jogos consecutivas sem perder: 12 - Luiz Felipe Scolari, Brasil (sete pelo Brasil, em 2002, e cinco por Portugal, em 2006).
  • Treinador mais novo: 27 anos e 267 dias - Juan José Tramutola (Argentina), em 1930.
  • Treinador mais velho: 71 anos e 317 dias - Otto Rehhagel, Ale (Grécia), em 2010.
  • Jogadores com mais Mundiais: 5 - António Carbajal (México), entre 1950 e 1966, e Lothar Matthäus (Alemanha), entre 1982 e 1998.
  • Mais jogos: 25 - Lothar Matthäus (RFA/Alemanha), dois em 1982, sete em 1986, sete em 1990, cinco em 1994 e quatro em 1998.
  • Mais jogos como ‘capitão’: 16 - Diego Armando Maradona (Argentina), 1986 a 1994.
  • Mais jogos como suplente utilizado: 11 - Denilson (Brasil), 1998 e 2002.
  • Mais minutos: 2.217 - Paolo Maldini (Itália), em 1990, 1994, 1998 e 2002.
  • Mais golos marcados: 16 - Miroslav Klose (Alemanha), cinco em 2002, cinco em 2006, quatro em 2010 e dois em 2014).
  • Mais jogos a marcar: 11 - Ronaldo (Brasil), três em 1998, seis em 2002 e dois em 2006 e Miroslav Klose (Alemanha), três em 2002, 2006 e 2010 e dois em 2014.
  • Mais jogos consecutivos a marcar: 6 - Just Fontaine (França), em 1958, e Jairzinho (Brasil), em 1970.
  • Mais golos numa edição: 13 - Just Fontaine (França), em 1958.
  • Mais golos num jogo: 5 - Oleg Salenko (Rússia), no Rússia-Camarões (6-1, em 1994).
  • Mais golos numa final: 3 - Geoff Hurst (Inglaterra), no Inglaterra-Alemanha (4-2, após prolongamento, em 1966).
  • Mais golos em finais: 3 - Vavá (Brasil), dois em 1958 e um em 1962; Pelé (Brasil), dois em 1958 e um em 1970; Geoff Hurst (Inglaterra), em 1966; e Zinedine Zidane (França), dois em 1998 e um em 2006.
  • Golos em mais do que uma final: Vavá (Brasil), dois em 1958 e um em 1962, Pelé (Brasil), dois em 1958 e um em 1970, Paul Breitner (RFA), um em 1974 e um em 1982, e Zinedine Zidane (França), dois em 1998 e um em 2006.
  • Primeiro golo: Lucien Laurent (França), no França-México (4-1, em 1930).
  • Mais edições a marcar: 4 - Pelé (Brasil), entre 1958 e 1970, Uwe Seeler (RFA), entre 1958 e 1970, e Miroslav Klose (Alemanha), entre 2002 e 2014.
  • Mais 'hat-tricks': 2 - Sandor Kocsis (Hungria), em 1954, Just Fontaine (França), em 1958, Gerd Müller (RFA), em 1970, e Gabriel Batistuta (Argentina), em 1994 e 1998.
  • 'Hat-trick' mais rápido e mais golos de um suplente num jogo: Laszlo Kiss (Hungria), marcou aos 69, 72 e 76 minutos, depois de ter entrado aos 56, frente a El Salvador (10-1, em 1982).
  • Mais velho a marcar: 42 anos e 38 dias - Roger Milla (Camarões), no Rússia-Camarões (6-1, em 1994).
  • Mais novo a marcar: 17 anos e 239 dias - Pelé (Brasil), no Brasil-País de Gales (1-0, em 1958).
  • Mais velho a atuar: 43 anos e 3 dias - Faryd Mondragon (Colômbia), no Colômbia-Japão (4-1, em 2014).
  • Mais novo a atuar: 17 anos e 42 dias - Norman Whiteside (Irlanda do Norte), no Jugoslávia-Irlanda do Norte (0-0 em 1982).
  • Mais velho a estrear-se: 39 anos e 321 dias - David James (Inglaterra), no Inglaterra-Argélia (0-0 em 2010).
  • Mais velho 'capitão': 40 anos e 292 dias - Peter Shilton (Inglaterra), no Itália-Inglaterra (2-1 em 1990).
  • Mais novo 'capitão': 21 anos e 109 dias - Tony Meola (Estados Unidos), no Estados Unidos-Checoslováquia (1-5 em 1990).
  • Golo mais rápido: 10,89 segundos - Hakan Şükür (Turquia), no Coreia do Sul-Turquia (2-3, em 2002).
  • Golo mais rápido numa final: 1.30 minutos - Johan Neeskens (Holanda), no RFA-Holanda (2-1, em 1974).
  • Golo mais rápido de um suplente: 16 segundos após entrar - Ebbe Sand (Dinamarca), no Nigéria-Dinamarca (1-4, em 1998).
  • Primeiro 'golo de ouro': Laurent Blanc (França), no França-Paraguai (1-0, após prolongamento, em 1998).
  • Primeira grande penalidade marcada numa final: Johan Neeskens (Holanda), no RFA-Holanda (2-1, em 1974).
  • Primeira grande penalidade falhada numa final: Antonio Cabrini (Itália), no Itália-RFA (3-1, em 1982).
  • Expulsão mais rápida: 55 segundos - Jose Batista (Uruguai), no Uruguai-Escócia (1986).
  • Primeiro selecionador a utilizar todos os convocados: Henri Michel (França), em 1978.
  • Campeão mundial que menos tempo jogou: 2 minutos - Marcelo Trobbiani (Argentina), em 1986.
  • Maior número de jogos sem sofrer golos: 10 - Peter Shilton (Inglaterra), de 1982 a 1990, e Fabien Barthez (França), de 1998 a 2006.
  • Maior número de minutos sem sofrer golos: 517 - Walter Zenga (Itália), em 1990.
  • Maior número de defesas em desempates por grandes penalidades: 4 - Harald Schumacher (RFA), em 1982 e 1986, e Sergio Goycochea (Argentina), em 1990.
  • Maior número de defesas em apenas um desempate por grandes penalidades: 3 - Ricardo (Portugal), frente à Inglaterra, nos quartos de final, em 2006.
  • Árbitro com mais jogos: 8 - Joel Quiniou (França), entre 1986 e 1994.
  • Árbitros que mais jogos numa edição: 5 Benito Elizondo (Argentina) e Horacio Archundia (México), ambos em 2006.
  • Árbitro mais novo: 24 anos e 193 dias - Jyan Gardeazabal (Espanha), em 1958.
  • Árbitro mais velho: 53 anos e 236 dias - George Reader (Inglaterra), em 1950.
  • Árbitro que mostrou mais vermelhos: 6 - Arturo Brizio Carter (México), em 1994 e 1998.

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14
Jun18

MUNDIAL FUTEBOL 2018

António Garrochinho



NADA DADO A INSULTOS, ANÁLISES FUNDAMENTALISTAS, ÓDIOS, POR CAUSA DO FUTEBOL E HÁ ANOS A NÃO ALIMENTAR E PERMITIR NO MEU PERFIL (facebook) QUE TAIS POSIÇÕES ACONTEÇAM, VOU ABRIR TEMPORARIAMENTE UMA EXCEPÇÃO.

ATRAVÉS DO MEU BLOGUE VOU PUBLICAR AQUI DIARIAMENTE O EVENTO "MUNDIAL DE FUTEBOL" COM O QUE MERECER SER DESTACADO.

OXALÁ QUE A NOSSA SELECÇÃO TENHA UMA BOA PARTICIPAÇÃO E TANTO ELA COMO AS OUTRAS SELECÇÕES NOS PROPORCIONEM BONS MOMENTOS DE FUTEBOL.

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