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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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25
Jun18

MUNDIAL DE FUTEBOL RÚSSIA 2018 - PORTUGAL 1 -. IRÃO 1

António Garrochinho


VÍDEO





JOGO DE NERVOS ONDE PORTUGAL COMEÇA BEM E MARCA ATRAVÉS DE RICARDO QUARESMA AOS 45 MINUTOS MAS QUE DEPOIS NO SEGUNDO TEMPO A SELEÇÃO PORTUGUESA NÃO SOUBE RETER A BOLA E O IRÃO SEMPRE COM FORTE PRESSÃO SOBRE A SELEÇÃO PORTUGUESA ACABA POR EMPATAR DE PENALTI .

Ronaldo também falharia um penalti.

JOGO COM BARULHO INFERNAL DA CLAQUE IRANIANA E MUITA PRESSÃO SOBRE OS ÁRBITROS O QUE LEVOU VÁRIAS VEZES AO RECURSO DO VÍDEO ÁRBITRO ONDE RONALDO LEVOU UM CARTÃO AMARELO QUE BEM PODIA SER VERMELHO E ENTÃO SERIA O DESCALABRO TOTAL
A SELEÇÃO PORTUGUESA PASSOU AOS OITAVOS DE FINAL COMO SEGUNDA NO GRUPO E VAI DEFRONTAR O URUGUAI NO PRÓXIMO SÁBADO


KARIM ANSARIFARD MARCA DE PENALTI PARA O IRÃO AOS 90 MINUTOS


 QUARESMA A CAMINHO DO GOLO PORTUGUÊS






25
Jun18

História do Gato Cansado e da Mamã que o ensinou a dormir

António Garrochinho


IMG_20180623_180556.jpg

Acordaste às sete da manhã e pediste-me uma história.
Ora eu, que passei a noite em claro, só queria mesmo era dormir.
Claro que para eu conseguir esse feito... tinhas que adormecer novamente. Meti mãos à obra.

Fui buscar leitinho num biberão, aguardando o efeito calmante do líquido.
Mas o leite não fez efeito. Não querias voltar a dormir.

- Contas-me a história do gato na piscina?

Fiz de conta que não ouvi. Enrosquei-me a teu lado e dei-te mimo.

Sabes, é que hoje dormiste no nosso quarto, na nossa cama...
Tinhas acordado às 2 da manhã e demoraste muito tempo a adormecer de novo, pelo que decidimos levar-te para a "cama grande".

Como estou grávida e não posso passar a noite a levar com os teus murros e pontapés (como serão os teus sonhos? jogarás futebol?) fiquei a dormir na sala para salvaguardar o teu mano.
Mas tu ainda és bebé e não queres saber das minhas noites confusas. 

- Já é de dia, contas-me a história do gato TOM?

Só de pensar em puxar pela cabeça para contar o que quer que seja, até me dá arrepios.
Já te disse que o sofá da sala tinha uma mola partida? Do sofá passei para o chão.
Do chão passei para a tua cama nova (aquela que não queres usar) que já está montada no teu quarto. 
Entretanto, o teu pai foi para o trabalho e eu tive que regressar ao nosso quarto, à cama onde dormias sereno.
Porque a nossa cama de casal é alta e temos medo que caias dali abaixo.

- Contas-me a história do gato no camião?

Tu não tens medo de cair da cama. Só tens medo é que não haja história.
Não há hipótese, vou ter que acordar os meus neurónios.  Aqui vai:

- Era uma vez um gato....
- Que estava num camião!!
- Isso... e o gato estava muito cansado, muito cansado, com os olhos quase a fecharem...
- Porque tinha ido à piscina?
- Ah... pois.... Tinha ido à piscina... E como tinha passado a tarde a nadar, estava cheiooooooo de sono. 
- E depois?
- Depois, chegou à conclusão que não podia conduzir mais o camião, porque podia ter um acidente.
- E morrer!
- Exato. Então foi para casa e pediu à mamã dele para o adormecer.
- E o camião??
- O camião ficou lá fora estacionado... e a mamã do gato ensinou-o a dormir.
- Ensinou...?
- Sim, fez-lhe muitas festinhas e deu-lhe leitinho.
- Como a mamã do Vasco.
- Exato. E depois o Vasco, quer dizer, gato, dormiu muito bem... E fechou os olhos.
- Vou fechar os olhos, como o gato! 
- Isso! Fecha!

1... 2....3... aguardei uns minutos e então apercebi-me do milagre. O meu bebé tinha adormecido de novo.
Ou não.

- Mamã, quando o gato acordar, pode ir de novo conduzir o camião???

ARGGGGGG!!!!!

otrianguloperfeito.blogs.sapo.pt

25
Jun18

Direito de resposta

António Garrochinho

Publicamos o direito de resposta à notícia «Clube  Inglês do Porto castiga trabalhadoras por pedirem horário flexível», de 15 de Junho, enviado pelo Oporto Cricket & Lawn Tennis Club.

«1 – É exacto que duas colaboradoras solicitaram ao Clube a autorização de trabalho em regime de horário flexível, tendo obtido parecer prévio favorável da CITE;
2 – O Clube apresentou Reclamação que foi indeferida, nos termos seguintes: “não estando cabalmente justificados e comprovados os fundamentos justificativos (…) deverá ser-lhe diferido o horário por si requerido.”
3 – Notificadas da Decisão, as duas colaboradoras enviaram cartas ao Clube em que comunicaram que passariam a prestar trabalho semanal de 2ª a 6ª feira, em horário diário também por si definido.
4 – Notificado da Decisão do CITE e das duas missivas das suas colaboradoras, o Clube comunicou-lhes, pessoalmente e por carta registada com aviso de recepção, a aceitação do horário flexível, dando a escolher às mesmas os respectivos tempos/horas para escolha do inicio e fim do período de trabalho diário.
5 – O horário de trabalho das trabalhadoras contempla prestação de trabalho aos fins-de-semana, com folgas à 2ª e 3ª feira, num caso, e à 3ª e 4ª feira noutro caso.
6 – Pretendem, assim, as colaboradoras, alterar os seus dias de descanso semanal ao abrigo de uma decisão de atribuição de horário flexível (início e termo do período normal de trabalho diário) que não prevê tal possibilidade.
Posto isto.
7 – Não obstante o  Clube ter aceite a passagem para um horário flexível, o certo é que as trabalhadoras decidiram não mais comparecer ao trabalho nos dias de fim-de-semana, tal como consta do seu horário de trabalho.
8 – Ao invés, compareceram no Clube nos dias de semana, em que era suposto estarem de folga, pretendendo, assim, unilateralmente, impor a realização da sua prestação de trabalho nesses dias de descanso.
9 – O Clube  transmitiu às suas colaboradoras, por diversas vezes, pessoalmente e por escrito, que as mesmas não podiam manter-se nas suas instalações nos seus dias de folga.
10 – As trabalhadoras insistiram - e continuam a insistir - em apresentar-se e a forçar a entrada nas instalações do Club nos seus dias de folga, numa tentativa de prestar trabalho contra as instruções da sua entidade patronal.
11 – Ora, foi nestas circunstâncias que foi transmitido pelo Clube às suas colaboradoras que, persistindo estas em forçar a entrada e recusarem a saída, não via o Clube outra alternativa senão chamar as forças policiais para tomarem conta da ocorrência e retirarem as trabalhadores do Clube.
12 – Estes factos foram transmitidos ao Sindicato.
13 – A notícia dada pelo site Abril Abril acerca de um pretenso “castigo” aplicado pelo Club é falsa, intencionalmente distorcida e ofensiva do bom nome do Oporto Cricket & Lawn Tennis Club.»
Nota da redacção: O direito de resposta acima publicado não desmente a denúncia feita pelo Sindicato da Hotelaria do Norte relativamente aos obstáculos colocados pela empresa relativamente ao cumprimento do horário flexível pretendido pelas trabalhadoras nem ao recurso às forças policiais para lhes vedar o acesso ao seu local de trabalho.


www.abrilabril.pt

25
Jun18

PCP questionou o Governo sobre problemas dos produtores florestais do Caldeirão

António Garrochinho


Serra do Caldeirão





O PCP levou à Assembleia da República os problemas com que se debatem os produtores florestais da Serra do Caldeirão. Os comunistas, através do seu deputado Paulo Sá, eleito pelo círculo do Algarve, dirigiram duas questões ao ministro da Agricultura, uma relacionada com o atraso nas transferências de verbas do Estado para a associação que representa estes produtores e a outra relativa às regras de utilização de fundos da União Europeia neste setor.
As perguntas surgiram na sequência de um encontro mantido por uma delegação do PCP, na qual se integrou Paulo Sá, com a Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, em Barranco do Velho, no concelho de Loulé.
Nessa reunião, os produtores transmitiram à delegação comunista que há «atraso na transferência de verbas, por parte do Fundo Florestal Permanente, para a equipa de sapadores florestais da Associação».
«As verbas devidas pelo Fundo Florestal Permanente, de 40 mil euros por ano, têm sido entregues com atraso à Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão. Por exemplo, em Junho de 2018 a Associação recebeu a última tranche de 2017 e ainda não recebeu qualquer transferência relativa ao corrente ano. Esta circunstância cria, obviamente, problemas de tesouraria à Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, devendo ser ultrapassada com a transferência atempada de verbas», revelaram os comunistas.
Desta forma, o PCP quer que o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural justifique «o sistemático atraso na transferência de verbas, por parte do Fundo Florestal Permanente, para a equipa de sapadores florestais gerida pela Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão» e saber «que medidas serão tomadas pelo Governo para garantir o fim destes atrasos».
No mesmo encontro, os dirigentes desta associação também se queixaram da impossibilidade de usar meios próprios para «a concretização dos seus projetos no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 (PDR 2020)».
«De acordo com regras em vigor, para a execução destes projetos a Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão só pode utilizar meios próprios, humanos e materiais, até ao limite do autofinanciamento. Visto que os seis projetos têm um financiamento do PDR 2020 de 100%, a Associação está impedida de utilizar os seus meios próprios, sendo obrigada a contratá-los a terceiros. Acontece que, por força do recente aumento da procura de meios para a limpeza da floresta, a Associação tem muita dificuldade em contratar esses meios para a execução dos seus projetos», revelou o Grupo Parlamentar do PCP.
Os comunistas consideram que esta situação é não apenas «absurda», como também «penalizadora para a Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, que dispõe dos seus próprios sapadores e de máquinas para a execução dos projetos financiados pelo PDR 2020, designadamente criação e limpeza de faixas de gestão de combustível, estando, contudo, impedida de os usar».
Assim, o PCP quer que o Governo explique porque razão «a Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, assim como a todas as outras entidades na mesma situação, não possa utilizar meios próprios, humanos e materiais, para a execução dos seus projetos no âmbito do PDR 2020» e diga se não considera esta situação «uma contradição».
Na pergunta que dirigiram ao ministro da Agricultura, os comunistas pedem ao Governo uma avaliação das dificuldades sentidas pelas associações do setor florestal e que esclareça quais as diligências que tem feito «para alterar a regra que impede as entidades de usarem meios próprios para a execução dos projetos do PDR 2020». Por fim, exigem saber «quando será alterada essa regra».

www.sulinformacao.pt

25
Jun18

Trump impede entrada de Javier Solana nos EUA

António Garrochinho


Os Estados Unidos da América (EUA) rejeitaram o pedido de Javier Solana, antigo secretário-geral da NATO e antigo representante para a Política Externa e de Segurança Comum da União Europeia, para entrar no país, devido à visita que fez ao Irão, um dos países que consta na lista negra da administração de Donald Trump. A informação foi avançada este domingo pelo jornal "El País".
A embaixada dos EUA em Madrid, Espanha, optou por não comentar o caso, explicando apenas que o sistema rejeita automaticamente os pedidos daqueles que visitaram nos últimos anos países como o Irão, o Iraque, a Síria, o Sudão, a Líbia, a Somália ou o Iémen.
A não aprovação da entrada nos EUA, de acordo com a embaixada, não significa que Solana não possa fazer a viagem. Para tal, o político espanhol vai ter de obter um visto, como qualquer cidadão de um país que não esteja isento desse requisito. De recordar que, os espanhóis não necessitam de um visto para permanecer menos de 90 dias nos EUA.
Contactado pelo "El País", Javier Solana afirmou não estar preocupado com o acontecimento, reforçando apenas que o processo de obtenção do visto está a decorrer.

www.jn.pt
25
Jun18

Em fotos: em 1939-1945, quando os migrantes eram europeus

António Garrochinho

TRADUÇÃO DO MOTOR "GOOGLE"

Entre 1939 e 1945, mais de 60 milhões de europeus tiveram que fugir dos horrores da guerra. Uma série de fotografias coloridas posteriormente  mostra a sua jornada. 

Imagens que colocam em perspectiva o que os migrantes atuais podem viver.
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1 de maio de 1945. Em Tangermünde, na Alemanha, as pessoas atravessam uma ponte sobre o Elba, destruída pelo exército alemão, para escapar das tropas soviéticas. (Fred Ramage-Keystone, Getty Images / Foto Colorida por Sanna Dullaway para a Time Magazine )
Volta quase sete décadas atrás. Entre 1939 e 1945, mais de 60 milhões de europeus foram forçados a fugir de suas casas para fugir dos horrores da guerra. Um pouco mais de setenta anos depois, o trágico destino de centenas de milhares de refugiados da África e do Oriente Médio, que vêm tentando chegar à Europa nos últimos anos, está nos levando de volta no tempo.
É por isso que a  Time Magazine  contratou a fotógrafa Sanna Dullaway para colorir imagens históricas de refugiados da Segunda Guerra Mundial da França, Polônia, Alemanha ou Bélgica em sua jornada para a Europa. Leste e sul.
Como o Washington Post aponta , em 1942, o Reino Unido criou a Administração de Ajuda ao Refugiado (MERRA) do Oriente Médio, que permitiu a 40.000 europeus se estabelecerem em campos de refugiados na Síria, Egito e Palestina. Uma história desconhecida que ilumina as dificuldades daqueles que querem seguir o caminho oposto hoje.
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10 de agosto de 1944. Refugiados franceses a caminho de suas casas em St. Pois, depois que os alemães foram expulsos pelas forças dos EUA. (AP / foto colorida por Sanna Dullaway para a revista Time )
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1940. Um grupo de refugiados fugindo de Paris em antecipação à invasão alemã. (Arquivo FPG / Hulton / Getty Images / Foto Colorida por Sanna Dullaway para a revista Time )
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31 de maio de 1944. Um grupo de passageiros a bordo do navio Português Serpa Pinto, que foi parado por um submarino alemão  acaba de chegar na Filadélfia (AP / Foto colorizado por Sanna para Dullaway Time Magazine )
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14 de dezembro de 1945. Os únicos sobreviventes entre eles 150 poloacos que marcharam de Lodz, na Polônia, para Berlim. Aconchegado sob seus cobertores, eles esperam em uma estrada de ferro esperando ser apanhados por um trem do exército britânico. (Fred Ramage / Keystone / Getty Images / Foto Colorida por Sanna Dullaway para a Time Magazine )
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26 de setembro de 1945. Os alemães se separaram de suas famílias durante a guerra aqui em Lehrter Strasse, um campo de refugiados de transição em Berlim. (Henry Burroughs / AP / Foto Colorida por Sanna Dullaway para a revista Time )
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Por volta de 1940. Uma família de refugiados belgas marcha para a França. Atrás deles, outros grupos de refugiados também estão fugindo da Bélgica ocupada. (Três Leões / Getty Images / Foto Colorida por Sanna Dullaway para a Time Magazine )
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2 de janeiro de 1945. Em uma rua de La Gleize, Bélgica, um grupo de refugiados à espera de ser transportado para fora da cidade devastada pela guerra
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18 de maio de 1945. Uma multidão de refugiados fica atrás do arame farpado, esperando para cruzar a fronteira em direção ao estado neutro de Lichtenstein. (Getty Images / Foto Colorida por Sanna Dullaway para a revista Time )
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07 de agosto de 1944. Roncey, França, um homem puxa o carrinho de um refugiado, anexado a sua bicicleta por uma corda. (Fred Ramage / Keystone / Getty Images / Foto Colorida por Sanna Dullaway para a Time Magazine )
Março de 1945. Um campo para deslocados na Alemanha. (Fred Ramage / Keystone / Getty Images / Foto Colorida por Sanna Dullaway para a Time Magazine )
Entre 1944 e 1945. Refugiados do leste do Reich alemão.  Lugar e data desconhecidos.  (Berliner Verlag / AP / Foto Colorida por Sanna Dullaway para a revista TIME)
Entre 1944 e 1945. Refugiados do leste do território do Terceiro Reich alemão. Lugar e data desconhecidos. (Berliner Verlag / AP / Foto Colorida por Sanna Dullaway para a revista Time )


25
Jun18

Iñaki Urdangarin: Chegar ao topo e depois cair, arrastando consigo a monarquia

António Garrochinho


Depois de uma carreira gloriosa no andebol espanhol, Urdangarin chegou à Zarzuela. Aí iniciou uma nova vida, enredando-se numa teia de interesses e influências que o conduziu à sua própria destruição e à maior crise da casa real.

Em 2000, nos Jogos Olímpicos de Sydney, Iñaki Urdangarin conquistava a medalha de bronze pela selecção espanhola de andebol e realizava o último jogo da sua gloriosa carreira. Festejou com a sua mulher, a infanta Cristina de Borbón, filha do então rei Juan Carlos, com a sogra, a rainha Sofia, e com o cunhado e príncipe, Felipe, que, mais do que tudo, era já seu amigo. Ali, no campo, de medalha olímpica no peito, era felicitado pela sua nova família. A família real espanhola. O fim de uma etapa de glória e o início de uma nova vida. Mas esse futuro que parecia brilhante foi o que o destruiu. Dezoito anos depois, no dia 18 de Junho de 2018, entrou na prisão de Brieva, a pouco mais de 100 km de Madrid.
De entre 82 prisões à escolha, Urdangarin escolheu ir para Brieva, um estabelecimento reservado a mulheres, mas com um módulo exclusivo para homens. É o único que lá está. Isolado e sozinho, tal como foi ficando desde que estalou o escândalo que ficou conhecido como o “caso Nóos”.
Esta ala da prisão de Brieva, construída em 1989, conta com cinco celas, uma sala com televisão e um pequeno pátio. Urdangarin está na mesma cela onde o famoso antigo director-geral da Guarda Civil, Luis Roldán, cumpriu parte da sua pena de 28 anos (esteve lá detido entre 1995 e 2005) por crimes como fraude, corrupção ou suborno.

O “bom rapaz”

Prevaricação, desvio de fundos, fraude fiscal, tráfico de influências são os crimes pelos quais o outrora genro perfeito do rei de Espanha foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão. Serão também estas as acções pelas quais Urdangarin ficará eternizado.
“Um bom rapaz, dedicado de corpo e alma à sua profissão e que acredita no que faz”, descrevia-se ao El País Urdangarin naquele dia de despedida em Sydney.
Em 1997 Urdangarin chegou oficialmente ao Palácio da Zarzuela, pouco mais de um ano depois de, durante os Jogos Olímpicos de Atlanta, ter conhecido Cristina de Borbón, filha do então rei Juan Carlos. A paixão, conta-se, foi imediata.
Por esta altura, a coroa espanhola vivia um dos períodos de maior apogeu, com níveis de aceitação como nunca voltou a ter. O pico da reputação da família real estancou no momento em que Urdangarin entrou e se tornou duque de Palma de Maiorca.
Rapidamente conquistou o apreço de toda a família. Além de um respeitado desportista, sendo um dos jogadores de andebol mais titulados em Espanha (ganhou 52 títulos, entre os quais dez campeonatos de Espanha e duas medalhas de bronze olímpicas), os seus dotes sociais eram sobejamente conhecidos. A falta de títulos académicos foi rapidamente resolvida com uma licenciatura e mestrado em Administração de Empresas na conceituada universidade ESADE, em Barcelona, entre 1999 e 2001 – o facto de o ter feito em apenas dois anos, quando geralmente são necessários cinco, levantou polémica.
novo casal era a imagem de uma monarquia moderna. E trazia consigo uma mensagem de inclusão. Urdangarin é basco e jogou durante 14 anos no FC Barcelona, tornando-se uma das figuras do andebol do clube. O Palácio da Zarzuela recebia assim alguém que lhe permitia estabelecer uma ligação com duas das regiões mais hostis ao rei.
“Há que saber dizer adeus. Quero pensar no meu futuro profissional e lutarei para que esta nova etapa seja tão bem-sucedida quanto a que agora acaba”, disse quando se despediu do FC Barcelona, recorda o El País.
PÚBLICO -

Casamento de Iñaki Urdangarin com Cristina de Borbón em 1997
A posição que acabava de alcançar, por intermédio do casamento, rapidamente lhe deu as oportunidades necessárias para construir este futuro que ambicionava. E serviu de base para a nova vida que iniciava, e também para o estrondo da posterior queda.
Um dos professores que conheceu dos tempos da ESADE foi Diego Torres. Bem impressionado com Urdangarin, Torres convidou-o para sócio do Instituto Noós, uma instituição sem fins lucrativos.
“O objectivo era contratar Urdangarin e tudo o que vinha com ele”, diria José Luis Ballester, antigo director-geral do Desporto no governo autónomo das ilhas Baleares, num dos seus depoimentos à Justiça no âmbito do “caso Nóos”.
Quando confirmou a sentença de Urdangarin, o Supremo espanhol apontava também como origem do descalabro “o privilegiado posicionamento institucional de que desfrutava, dada a sua proximidade com a chefia do Estado”.

O “intermediário”

A nova carreira empresarial do novo duque de Palma começou rapidamente a criar desconforto na família real. Relatam os jornais espanhóis que na Zarzuela começaram a avisá-lo para se afastar destes círculos de poder político e de influência.
O próprio reconheceu perante o juiz, em 2012, os avisos que recebeu. Inclusivamente da parte do próprio rei que lhe pediu para abandonar os negócios em que se estava a envolver e, depois, que fosse trabalhar para fora de Espanha.
Mas por esta altura já o marido da infanta Cristina estava fatalmente embrenhado na teia de influências e de corrupção. Só em contratos públicos, adjudicados através do Instituto Nóos, a investigação calcula que Urdangarin arrecadou mais de seis milhões de euros, sobretudo junto do governo das Baleares, da comunidade valenciana e de Madrid.
Nas baleares, durante a governação de Jaume Matas (de 2003 a 2007), foram entregues à instituição dois contratos para organizar dois congressos sobre turismo e desporto. O custo da organização ultrapassou os dois milhões de euros, o que levantou, pela primeira vez, as suspeitas não só da oposição política de Matas mas também da justiça – nomeadamente do juiz de Palma de Maiorca, José Castro, em 2010. O inquérito viria a concluir que desse valor cerca de 1,5 milhões acabaram no bolso de Urdangarin e de Torres.
O mesmo aconteceu junto da generalitat valenciana, que outorgou quatro contratos no valor total de quase quatro milhões de euros.
PÚBLICO -

Para tudo isto, os conhecimentos de Urdangarin e as portas que a sua posição na Zarzuela abriam foram fundamentais. “Urdangarin era um conseguidor, um intermediário”, reconheceu Mata num dos seus depoimentos.
“Notava-se que se sentia um pouco limitado no seu dia-a-dia, que considerava que estava a desempenhar um papel principalmente de comercial”, descreve Torres ao El País. “Odiava as rotinas. Fazíamos uma boa equipa: eu observava e compilava dados. Iñaki absorvia o ambiente e conhecia as pessoas”.
Em 2011, já a investigação decorria, e Urdangarin foi formalmente imputado na mesma. Abria-se o período de maior crise da coroa espanhola e o início da queda do genro perfeito.
Em 2013, a crise agudizou-se e pela primeira vez na história um membro da família real era levado ao banco dos réus. Cristina de Borbón era acusada de cumplicidade nos crimes fiscais do marido mas acabou absolvida.
Por sua vez, Torres foi condenado a cinco anos e oito meses de prisão e Matas a três anos e oito meses.
Por esta altura, Cristina e os seus quatro filhos já se tinham mudado de Washington para Genebra, na Suíça, permanecendo assim afastados do escândalo que estava no seu pico. A separação em relação à casa real não se dava só em termos geográficos e começou a fazer-se sentir a nível institucional e pessoal de forma irremediável.

Felipe VI e a ostracização

Apesar de publicamente o “caso Nóos” ter sido sempre um tema a evitar pelos reis Juan Carlos e Sofia, sabe-se que ambos se mantiveram ao lado da filha. O mesmo não aconteceu com o irmão, Felipe, anteriormente próximo de Cristina.
Este escândalo foi um dos factores que contribuiu para que, em Junho de 2014, Juan Carlos abdicasse do trono. Nunca a coroa esteve com níveis de rejeição tão altos.
A coroa passava para o agora rei Felipe VI. A promessa era de modernização e renovação da monarquia. E isso passava pela limpeza da imagem deixada pelo casal dos duques de Palma. Em 2015 mais um acontecimento sem precedentes: o monarca retirou os títulos de duque à sua irmã e cunhado. A ostracização institucional ficava completa.
PÚBLICO -

A prisão onde Urdangarin vai cumprir pena 
Sobre o processo, as únicas declarações públicas da casa real, o que voltou a acontecer aquando da confirmação da sentença por parte do Supremo, é de realce relativamente à independência da justiça – que esteve também em jogo neste caso – ao não ter quaisquer problemas em levar a julgamento um dos seus membros e de colocar na prisão outro pela primeira vez na história.
“O caso Urdangarin gerou uma crise inédita para a monarquia espanhola, que desembocou na abdicação do rei Juan Carlos I e no distanciamento institucional da irmã do novo monarca, a infanta Cristina”, escreve o El País no editorial que se seguiu à confirmação do Supremo. “A exemplaridade não pode ser só uma promessa de boca do rei e dos governantes, mas sim uma exigência moral e judicial que garanta o cumprimento do artigo 14 da nossa Constituição: ‘Os espanhóis são iguais perante a lei.’”
Foi também sendo noticiado os pedidos do pai e irmão de Cristina para que se separasse do seu marido e que se afastasse o mais possível do rasto de problemas judiciais que ele trazia consigo. A rejeição foi pronta e a infanta manteve-se sempre junto de Iñaki.
E assim continua. Absolutamente convicta da inocência do marido, relata a comunicação social espanhola. No mesmo dia em que Iñaki recebeu a ordem de prisão, 13 de Junho, Cristina celebrou o seu 53º aniversário. Sozinha com os filhos em Genebra, tentando manter a sua vida tal como ela era. Chegou a ser avançado que a infanta se iria mudar para Lisboa, aproveitando a mudança da sede da Fundação Aga Khan, onde trabalha actualmente, para a capital portuguesa, mas isso não passou até ao momento de rumores.
De acordo com declarações de uma fonte próxima a Cristina de Borbón ao El Mundo, a infanta “está destroçada mas mostra a mesma força que teve durante todo o processo”, acrescentando que não há, para já, planos de uma mudança para Lisboa. Tem direito a uma visita semanal ao marido, o que planeia cumprir.

www.publico.pt
25
Jun18

A justa luta dos professores

António Garrochinho
Mário Nogueira


Opinião

Neste processo impõe-se a presença do Ministro. É em momentos difíceis, como este, que se avalia a capacidade política dos governantes. Destes se exige: presença e não eclipse; capacidade de diálogo e não envio de recados; dimensão política e não pequenez pessoal.
A luta dos professores não se esgota na recuperação do tempo de serviço. Os professores lutam pelo necessário reconhecimento, para carreira, de nove anos, quatro meses e dois dias que cumpriram, trabalhando com os alunos, nas escolas, para o futuro do país, mas também lutam: por uma aposentação adequada e que permita rejuvenescer uma profissão que atingiu um nível de envelhecimento preocupante; por horários de trabalho que respeitem a lei, quanto à organização e à duração; por estabilidade de emprego e profissional, fator decisivo para a estabilidade emocional e pessoal, com óbvias implicações na qualidade do desempenho e na organização das escolas; lutam por concursos justos e transparentes; por uma gestão escolar que os envolva na decisão e não os trate como meros subalternos, “desprofissionalizados”, que aplicam decisões superiores, tantas vezes ditadas por interesses alheios ao direito dos jovens a um ensino de qualidade. Lutam, ainda, contra o caminho da municipalização que, pela calada, anda a ser desenhado.
São muitos os motivos que levam os professores a esta luta histórica, que impediu a realização de mais de 15.000 conselhos de turma (96%) previstos para a semana que passou. Uma luta em que se envolvem convictos da sua razão e com a determinação e o entusiasmo com que abraçam a profissão e se entregam aos seus alunos.
De entre os motivos que tornaram necessária a greve em curso, tem sido destacada a recuperação do tempo de serviço. Para além de ser justa, corresponde a um compromisso do Governo que, mais de meio ano depois de o firmar, não quer cumprir, desrespeitando a promessa e, agora, a Lei do Orçamento do Estado (OE) e a Assembleia da República que, sem votos contra e com os votos favoráveis de quem aprovou o OE, recomendou que todo o tempo de serviço é para contar, remetendo para negociação, apenas, o prazo e o modo.
Tentando fugir ao compromisso, os governantes reinterpretam o texto assinado em novembro. Só que o texto vale pelo que está escrito e não por reinterpretações feitas ao jeito de quem quer fugir à responsabilidade.
Na alínea a) do seu ponto 5, a declaração de compromisso identifica, na base negocial para a construção do modelo de recomposição da carreira, “três variáveis fundamentais”: o tempo, o modo e o calendário [prazo]. Na alínea seguinte, explicita o objeto da negociação a fazer: “negociar, nos termos da alínea anterior o modelo concreto da recomposição da carreira que permita recuperar o tempo de serviço”.
É no artigo definido “o” que está a diferença entre o que ficou escrito e o que o Governo diz que lá está. Em novembro, era vontade dos governantes apenas referir “recuperar tempo de serviço”, mas não vingou a sua intenção. Foi introduzido o artigo definido para se dissiparem dúvidas. Demorou horas, esse aparente pormenor, mas é ele que defende os professores e nega a interpretação que conviria aos governantes.
É verdade que o compromisso inclui a necessidade de garantir um quadro de sustentabilidade à recuperação do tempo de serviço. Só que essa referência não está relacionada com o tempo a recuperar, mas com a “distribuição no tempo dos impactos orçamentais associados” [alínea e) do número 5]. Ou seja, ainda que fosse justo, a recuperação não se fará de uma só vez, mas faseadamente, para a tornar compatível com os recursos disponíveis, alocados que continuam aos desmandos dos banqueiros e à agiotagem internacional. Como em outros momentos, o faseamento destina-se a garantir o que para os professores é fundamental: recuperar todo o tempo que trabalharam e, assim, recompor a carreira, tal como a lei a configura.
Quanto ao “argumento” de que a recuperação de apenas 70% é que é justa face ao que se passa com outros trabalhadores da Administração Pública, é tão absurdo que até dói ver alguém dar a cara por ele. Como se pode afirmar que “a estes trabalhadores ainda faltarão três pontos [três anos] para a progressão gerar um impulso salarial”? Poderia alguém recuperar tempo que não perdeu, tendo, até, já contabilizados os mais de nove anos de congelamentos?! E, já agora, os professores não perderam 70% do tempo de um escalão para apenas recuperarem nessa proporção. Perderam nove anos, quatro meses e dois dias de trabalho! É o tempo que cumpre recuperar, como, aliás, já está garantido na Madeira, decorrendo, nesta altura, a negociação do prazo e do modo.
O Governo não tem só a declaração de compromisso para cumprir. Se fosse isso, seria apenas mais uma a acrescentar à imensa lista de promessas desrespeitadas por diversos governos. É que há a Lei n.º 114/2017 (Orçamento do Estado para 2018) que, no seu artigo 19.º, é clara no que deverá ser negociado nas carreiras em que a progressão também dependa de tempo de serviço: o prazo e o modo! E poucos dias depois de aprovar a lei, a AR reiterou que o tempo a recuperar é todo. A Assembleia da República manifestou respeito pelo compromisso assumido pelo Governo; o Governo não tem o mesmo comportamento e desrespeita o compromisso, a Assembleia da República e os professores.
Entretanto, com fins convenientes aos propósitos do Governo, foram postos a circular números fraudulentos e falsidades várias. No sentido do esclarecimento, ficam alguns factos sobre a carreira dos professores, lembrando que eles são um dos grupos profissionais mais qualificados na Administração Pública e, convenha-se, com maior responsabilidade social.
Atualmente, um docente só muda do 1.º para o 2.º escalão (!) ao 18.º ano de serviço, apesar de os escalões serem de quatro anos. Os professores com 15 anos de serviço, muitos colocados a centenas de quilómetros de casa, ganham 1000 euros líquidos; com 20 ganham 1200; com 36 anos de trabalho chegam aos 1450 euros. Para a aposentação, a vida contributiva é de 40 anos, mas, com a perda de tempo de serviço, os professores só poderão chegar ao topo da carreira entre os 43 e os 48! Que carreira é esta em que o topo fica bem para lá do momento em que é possível a aposentação? Será uma estratégia para os obrigar ao serviço até aos quase 66,5 de idade? Não brinquem com os professores!
Uma nota, ainda, sobre o recente apelo do Ministro aos sindicatos para que voltem à negociação. Estranho apelo, dirigido a quem não se retirou da mesa negocial e que, cumpre lembrar, não pode convocar a tutela para a negociação. Se o pudesse, já o teria feito; se o Ministro convocar as negociações, os sindicatos aí estarão, com toda a certeza, representando os professores e educadores.
Quanto ao que deverá estar na mesa negocial, olhando para a recuperação do tempo de serviço, basta ao Governo respeitar o que está na lei, o compromisso e a resolução parlamentar. Não queira impor a negociação do que é inegociável, o apagão de tempo em que os professores trabalharam. Exige-se, justamente, a apresentação de uma proposta que seja base de negociação efetiva do prazo e do modo e, já agora, que não esqueça a aposentação, os horários de trabalho e o combate à precariedade!
Neste processo impõe-se a presença do Ministro. É em momentos difíceis, como este, que se avalia a capacidade política dos governantes. Destes se exige: presença e não eclipse; capacidade de diálogo e não envio de recados; dimensão política e não pequenez pessoal.
Última palavra para os Professores. É um orgulho fazer parte deste grupo, uma honra ser porta-voz dos anseios legítimos da esmagadora maioria. É um privilégio poder participar tão ativamente na luta. Continuemos unidos porque, assim, somos ainda mais fortes.

www.publico.pt
25
Jun18

Verdes Contestam Acordo de Pescas entre a União Europeia e Marrocos nos Territórios Ocupados do Sahara Ocidental

António Garrochinho


port.pravda.ru.- O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através doMinistério dos Negócios Estrangeiros sobre o a revisão do acordo de pescas entre a União Europeia e o Reino de Marrocos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental ou nas suas águas adjacentes, sobre o qual o Tribunal Europeu de Justiça se pronunciou novamente de forma clara contra a sua aplicação.
Pergunta:
Através de um acórdão de 27 de fevereiro, o Tribunal Europeu de Justiça pronunciou-se novamente de forma clara contra a aplicação do acordo de pescas entre a União Europeia e o Reino de Marrocos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental ou nas suas águas adjacentes, sob pena de constituir uma violação do direito internacional e do direito à autodeterminação do povo Saharaui, baseando esta decisão nas resoluções da ONU.
Desta forma, a soberania de Marrocos sobre o Sahara Ocidental não é reconhecida pela ONU nem pela União Europeia, pelo que um acordo com Marrocos nunca se poderá aplicar ao Sahara Ocidental.
Recorde-se que o Sahara Ocidental está inscrito desde 1963 na lista de territórios não autónomos da ONU, ou seja, por descolonizar, e foi violentamente ocupado por Marrocos na década de 70.
O Tribunal Europeu de Justiça reconhece ainda, tal como a ONU, a Frente Polisário como única e legítima representante do povo Saharaui.
O atual acordo de pescas expira em julho e implica o pagamento de 40 milhões de euros a Marrocos em troca do acesso às águas para cerca de 120 embarcações europeias, e cerca de 80% das capturas de pescado registadas por Marrocos são feitas em águas que pertencem ao domínio marítimo do Sahara Ocidental.
Neste momento, está a ser negociada a revisão do acordo de pescas entre a União Europeia e o Reino de Marrocos. A 17 de maio, a Comissão de Comércio do Parlamento Europeu realizou um debate sobre o ponto da situação dessas negociações com Marrocos.
No entanto, segundo informações que o Partido Ecologista Os Verdes obteve por parte da Frente Polisário, esta foi não devidamente considerada pela Comissão Europeia nas negociações em curso, além de que o processo de consulta efetuado ao povo saharaui ocorreu em locais onde a população é maioritariamente constituída por colonos marroquinos, quando a maioria do povo saharaui está deslocada em campos de refugiados, sendo desta forma totalmente excluída das negociações.
Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Ex.ª O Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte pergunta, para que o Ministério dos Negócios Estrangeiros possa prestar os seguintes esclarecimentos:
1. De que informações dispõe o Governo sobre as negociações efetuadas no âmbito da revisão do acordo de pescas entre a União Europeia e o Reino de Marrocos?
2. Que medidas estão a ser tomadas pelas instituições europeias no sentido de evitar a violação do direito internacional e do direito à autodeterminação do povo do Sahara Ocidental e a aplicação do parecer do Tribunal de Justiça Europeu relativamente ao povo saharaui?
3. Não considera o Governo que, ao não ser reconhecida a soberania de Marrocos sobre o Sahara Ocidental, não deveria ser aceite a aplicação de acordos comerciais a territórios do Sachara Ocidental e às suas águas adjacentes?
4. Tem o Governo conhecimento de contactos entre as instituições europeias e a Frente Polisário, representante legítima e reconhecida internacionalmente do povo Saharaui? Em que têm consistido esses contactos?
5. A propósito de matérias que digam respeito ao Sahara Ocidental, tem o Governo mantido contacto com a Frente Polisário?
O Grupo Parlamentar Os Verdes

porunsaharalibre.org

25
Jun18

JOÃO PIMENTA LOPES (PCP) NO NAVIO LIFELINE COM OS REFUGIADOS

António Garrochinho
É urgente uma ordem de autorização de desembarque em ponto seguro, seja se Itália seja de Malta. Estes 234 refugiados (mais 100 do Alexander Maersk) não podem esperar mais ou ser sujeitos à violência de um mar agitado que se espera a partir de 3a feira. Cumpra-se o direito internacional, o resgate de seres humanos em águas internacionais exige o desembarque no Porto de abrigo mais próximo. Acabem-se com jogos do empurra, no qual a UE tem responsabilidades, e permitam JÁ o desembarque destes seres humanos, pessoas como nós.









00:30 no Lifeline. 25 milhas da Costa maltesa e do Porto mais seguro.
Os que podem e conseguem dormem, encostados uns aos outros, 234 pessoas, refugiados, aglom
erados, colados uns aos outros, embrulhados em cobertores, ocupando todo o espaço superficial útil da embarcação. O seu único crime, procurarem uma vida melhor, fugirem da miséria, da fome, da perseguição, da guerra.
Pude falar com sudaneses, nigerianos, somalis, costa marfinenses, serraleonenses, do chad, entre outros países. Todos em comum trazem muitos mais anos no rosto que a idade que têm, a violencia de meses ou anos desde que saíram de suas casas, a brutalidade da opressora da Líbia, onde são negociados como escravos enquanto a UE celebra acordos criminosos com o governo líbio para a retenção de refugiados em campos de concentração, ou que promove a repulsão em águas marítimas, prática ilegal no direito internacional. O direito marítimo está posto em causa quando pessoas em risco, sobrelotando embarcações de borracha com 120 pessoas e motores que não garantem nem um terço da travessia, à deriva, lhes é negado o direito a socorro e salvamento e a garantia de desembarque no Porto mais próximo.
E apesar de tudo no lugar de revolta sorriem e agradecem a atenção, a paz que encontraram nesta embarcação, negada para dias futuros, ou às refeições, 500 por dia, confeccionadas num espaço minúsculo.
Não percebem porque não os ajudam e pedem que ponham termo a este suplício.
Homens sobretudo, muito jovens, 77 menores de idade, 14 mulheres e 4 crianças, 2 abaixo se dois anos que há 4 dias estão encerradas nesta embarcação enquanto Itália e Malta lhes negam abrigo.
Do tempo tem determinado águas calmas.
Mas essa previsão mudará já a partir de terça feira para vagas de metro e meio. Viram os enjoo, os vómitos, virá a desidratação e uma situação crítica de saúde. Será preciso chegar ao limite para haver uma resposta das autoridades?
Não pode ser!! Acção exige - se já!


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