A MANÉLA DO LEITE AZEDO DEFENDE A REESTRUTURAÇÃO DA DÍVIDA, OS PATRÕES MOSTRAM-SE MAIS FLEXÍVEIS QUANTO AO AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO, O SACANA FLOPES SAI DO PSD, O RIO MAIS PARECE A DULCINEIA DO ANTÓNIO COSTA.
O QUE VIRÁ A SEGUIR ?
TENHO MAUS PRESSENTIMENTOS E NÃO SOU NADA SUPERSTICIOSO.
VEJAM BEM NO QUE DEU ESTA "PAZ PODRE" QUE BEM NOS PODE CUSTAR OS OSSOS QUE JÁ LUZEM DEBAIXO DA PELE.
A Seleção da Suíça venceu a Costa por 2 a 1 no Estádio de Níjni Novgorod, em Nizhegorodskaya. O resultado classifica o time suíço em segundo lugar no Grupo E. A primeira colocação ficou com Brasil que venceu a Sérvia por 2 a 0, em Moscovo.
O jogo em Níjni Novgorod começou movimentado, com a seleção suíça buscando o ataque e a Costa Rica mais plantada na defesa. Foi nesse ritmo que o golo saiu aos 30 minutos do primeiro tempo, numa jogada em que Embolo passou para Dzemaili, que chutou forte sem chance para Navas.
Depois do golo, a Costa Rica foi mais para frente e passou a ameaçar o gol defendido por Stephan Lichtsteiner. A partida continuou assim até o juiz francês Clement Turpin apitar o fim do primeiro tempo.
No segundo tempo, a Costa Rica passou a ousar mais no ataque, partindo sempre em velocidade em direção de fazer golo. E foi nesse ritmo que conseguiu empatar aos 10 minutos, com Waston, ao completar de cabeça um escanteio cobrado na área do time suíço.
O empate fez com a Suíça saísse mais de sua defesa a fim de buscar o golo da virada, que aconteceu aos 42 minutos, feito pelo atacante Drmic!, que havia entrado no lugarde Gavranovic. A partir do golo, a seleção suíça passou a tocar a bola até o árbitro Clement Turpin apitar o fim do jogo.
Em entrevista à revista Visão, o antigo primeiro-ministro diz que ele e o PSD deixaram de "viver juntos" e garante que vai continuar a ter intervenção política noutras paragens
A relação de Pedro Santana Lopes com o PSD terminou? Parece que sim, a acreditar nas declarações que o antigo primeiro-ministro fez à revista Visão, durante uma entrevista que será publicada nesta quinta-feira. "Deixámos de viver juntos", afirma Santana, que admite vir a criar um novo partido, "uma nova organização partidária" em que possa "ter a intervenção política" que acha que deve ter.
Num balanço sobre o percurso no partido, o antigo líder social-democrata recorda ter dito no passado que "o PPD começa a estar farto de aturar o PSD" e afirma que "acabou". Para que não restem dúvidas, ainda acrescenta: "mas acabou mesmo!".
Se o futuro de Santana Lopes não vai passar pelo PSD, isto não significa que o antigo dirigente esteja a planear abandonar a vida política, que "prosseguirá por outras paragens". De acordo com a Visão, a "criação de um novo partido ou a participação em atos eleitorais não são cenários" que o ex-autarca de Lisboa e da Figueira da Foz consiga colocar de parte.
A entrada da Santa Casa da Misericórdia no capital do Montepio Geral e a atual situação do Sporting são outros temas de duas horas de entrevista.
Santana Lopes já tinha rompido com Rui Rio há um mês ao renunciar ao lugar no Conselho Nacional, depois de três meses de progressivo afastamento. Agora a rutura é definitiva com o próprio partido. Pedro Pinto, presidente da distrital de Lisboa, já disse ao Expresso que estava "surpreendido" e que a partir de agora jogavam em clubes diferentes. Mas esta é uma intenção antiga do antigo presidente do partido.
Há meia dúzia de meses, quando o ex-primeiro-ministro concorreu à liderança do PSD, foi várias vezes acusado por Rui Rio de já ter querido abandonar os sociais-democratas para fazer um novo partido concorrente. José Pacheco Pereira chegou a revelar numa edição da Quadratura do Círculo que, em 2011 tinha sido convidado por Santana Lopes para formar um novo partido. Santana admitiria um dia depois numa entrevista ao Observador que apenas tinha pensado no assunto sem passar à prática: "Não pratiquei nenhum ato — ninguém pode dizer que o fiz — nesse sentido. Os meus atos todos são pelo meu partido (...). No ato de contrição há pensamentos, palavras, atos e omissões, mas eu acho que o pensamento é o pecado mais ligeiro".
A primeira notícia sobre estas intenções data do verão de 1996, em O Independente. Nesta época, Santana Lopes estava muito desiludido com a liderança de Marcelo Rebelo de Sousa e estaria a pensar formar uma organização com as siglas do seu nome: Partido Social Liberal (PSL). O objetivo era haver pequenas formações de direita que depois teriam de se coligar num Governo .
O Monumento ao Renascimento Africano, com 50 metros de altura, domina o horizonte da capital senegalesa de Dacar. Seu tamanho é mesmo de tirar o fôlego: novos monumentos deste tamanho são raros e esta é a maior estátua na África. No entanto, apesar de ser anunciada como uma celebração do renascimento do continente, tornou-se um escândalo na república africana economicamente angustiada.
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O Monumento ao Renascimento Africano foi projetado por Pierre Goudiaby e custou cerca de 40 milhões de dólares. Está situado na ponta mais ocidental do continente e, esperava-se, seria o monumento mais imediatamente reconhecível de África, uma espécie de Cristo Redentor para o novo milênio.
Infelizmente para o cérebro por trás dessa loucura colossal, o octogenário presidente Abdoulaye Wade -que perdeu a eleição em 2010, quando fez uma proposta para um terceiro mandato-, a estátua ofendeu uma grande parte da população do país.
Os moradores que vivem em torno do gigante estão sofrendo com a crise económica. Os cortes de energia são frequentes, os preços dos alimentos estão subindo e alcançam os valores mais altos de todos os tempos e inundações regulares deixam um grande número de pessoas desabrigadas. Em vez de uma celebração de seu longo caminho para a liberdade, a estátua parece incitar um sentimento de fracasso e perda diariamente. Talvez uma familiaridade prolongada faça com que a simpatia suplante o desprezo que muitos sentem pelo monumento agora.
Para piorar a situação, uma grande proporção dos senegaleses são muçulmanos -94% para ser exato-. Apesar dos locais não serem extremamente radicais em termos religiosos -como era de se esperar- a mulher esculpida com um seio nu e exposto junto a seu companheiro sem camisa não são apreciados por muitos.
40 milhões pode nem parecer muito dinheiro, mas para o desvalorizado franco CFA (254 : 1 real) é uma verdadeira fortuna que poderia ter resolvido um grande número de problemas. No entanto, para muitos, a maior ironia é que um símbolo de independência e liberdade da opressão foi construída por estrangeiros (coreanos).
Talvez em uma década ou duas, quando o país se recuperar e seu povo estiver mais feliz, a estátua -e seu valor para a nação e para o mundo- possas ser reavaliado novamente. Eu achei simplesmente linda!
Pepe Brix nasceu e vive na ilha de Santa Maria, nos Açores. Filho e neto de fotógrafos, Pepe segue a tradição familiar. O mar e as suas atividades estão muito presentes no seu trabalho.
A arte das redes de emalhar emprega uma parte considerável dos pescadores de Quarteira, como Bilu, na foto, que dá apoio a Paulo Jorge.
Com alegria e concentração, Bilu e Paulo Jorge retiram o pescado das redes, prolongando a faina até altas horas da noite.
Abilinho, mestre e armador do Poema do Mar, é um dos mais empreendedores da frota e o que mais homens tem a bordo.
Mantendo um ritmo de pesca muito acima da média, garante a continuidade. Uma nova embarcação, maior e mais bem equipada, está a caminho e promete uma pesca ainda mais eficiente.
Ao contrário da maior parte das embarcações de pesca da frota quarteirense, autonomia do Poema do Mar permite que Abilinho navegue para zonas mais longínquas.
Depois de passarem horas em faina, os homens têm ainda pela frente o exigente trabalho de seleção do pescado para pesagem.
Embrenhado na burocracia da presidência de uma associação como a Quarpesca, Hugo (na cabine) tem ainda tempo para fazer das redes de emalhar o seu ganha-pão. Cristiano é um dos seus pescadores.
Sempre que o mar o permite, o Tubarão Branco sai na noite escura rumo aos pesqueiros, e aí amanhece enquanto as redes fazem o seu papel de teia traiçoeira, emalhando a vida que aí despertava para a luz do dia.
Paulo Jorge trocou a cozinha pela pesca, e é mais um dos homens que dedicam todo o seu tempo à arte das redes de emalhar a bordo do Adelino Tranel.
Paulo Jorge é um homem que transpira uma loucura sã, e cujas ambições o levam a viver um dia de cada vez apenas. Com ele, senti várias vezes que a pesca não é apenas uma forma eficaz de sustento.
A manutenção dos barcos também faz parte da faina pesqueira.
Do famoso bairro de pescadores que se estendia até Vilamoura sobram alguns metros atrás da tasca da D. Cidália. Esse é o lugar onde se recolhe o Cota Borges.
É de Cabo Verde e mantém a porta de casa aberta para acolher. Entre os serviços que presta às embarcações que vão chegando ao cais, a azáfama do negócio do peixe, e um cafezinho na D. Cidália, o Cota Borges adora cozinhar ao ar livre para os amigos.
A alegria que corre as pequenas vielas do porto dá a perceber que a pesca pode ser também um pretexto para juntar diariamente amigos e colegas, para almoços que se prolongam por tardes inteiras.
Junto ao armazém de Paulo Jorge percebe-se como da dureza das artes de exploração do mar se pode reaver tanta alegria e paixão.
Em Quarteira, o trabalho da pesca pode durar a vida toda.
Nas ruas de Quarteira, estão expostas as fotografias de Pepe Brix sobre a atividade da pesca naquela cidade.
Pepe Brix nasceu e vive na ilha de Santa Maria, nos Açores. Filho e neto de fotógrafos, Pepe segue a tradição familiar. O mar e as suas atividades estão muito presentes no seu trabalho.
A arte das redes de emalhar emprega uma parte considerável dos pescadores de Quarteira, como Bilu, na foto, que dá apoio a Paulo Jorge.
O porto de pescas que rasga a imensidão dos areais apinhados de gente guarda o lado mais autêntico da cidade turística algarvia onde muitos por estes dias veraneiam. Uma viagem ao quotidiano de uma das profissões mais antigas da humanidade.
Quarteira cresceu com um pé em terra e outro no mar. Com as culturas de cana-de-açúcar e frutos secos, a pesca foi, até ao final da segunda metade do século XX, o maior motor da economia da terra.
Em meados dos anos 1950, a cidade começou a conquistar posição privilegiada no turismo internacional. Património histórico, invernos curtos e amenos, verões quentes e secos, quilómetros de areia branca, águas tépidas e calmas de um lado e denso mato de pinheiros mansos do outro. Quarteira oferecia as condições para ser uma das regiões turísticas mais importantes do país e da Europa.
A década de 1960, foi um ponto de viragem: a procura pelas praias ganhou dimensões impensáveis e trouxe uma rede colossal de empreendimentos turísticos que viriam a mudar a malha urbana da cidade para sempre.
Há um lugar que perpetua o lado mais autêntico da cidade: um porto de pescas que abriga uma frota pujante e uma das lotas mais concorridas do Algarve.
Um dos maiores indicadores desta mudança é a evolução demográfica entre 1960 e 2011: Quarteira passou de pouco menos de quatro mil para 22 mil habitantes. Com os turistas vieram oportunidades de emprego que permitiram a fixação de gente de fora, de todo país e do estrangeiro.
Quando o verão devolve às ruas de Quarteira o frenesim balnear, há quem diga que se ofusca o lado mais autêntico da cidade. Que toda a expressão de um povo vinculado ao mar se dilui. Contudo, há um lugar que perpetua o lado mais autêntico da cidade: um porto de pescas que abriga uma frota pujante e uma das lotas mais concorridas do Algarve. Um canal que liga a cidade ao mar aberto e onde rebentam todos os eventos de uma rotina diária que prepara mais um dia de pesca.
No início do século 20, quando os Estados Unidoscomeçavam a despontar como uma grande potência econômica e industrial, a demanda por mão de obra crescia e muitas empresas começaram então a ir atrás de mulheres e de crianças, que recebiam salários bem inferioresaos homens e, juntas, representavam a possibilidade de maior lucro para as empresas que estavam eufóricas com a ascensão do capitalismo.
Em 1910, cerca de dois milhões de crianças trabalhavam nos EUA, isso sem incluir as que trabalhavam nas fazendas, o que tornaria esse número ainda maior.
Diante dessa situação e ciente de que precisava fazer algo para mudar esse cenário, a National Child Labor Committee (organização criada em 1904 com o objetivo de combater o trabalho infantil) chamou Lewis Hine (o fotógrafo por trás da famosa imagem dos homens em cima das vigas de metal descansando durante a construção do Empire State) para trabalhar numa série focada na mão de obra infantil.
Lewis viajou pelos Estados Unidos de 1908 até 1924, clicando crianças das mais variadas idades trabalhando nos mais diferentes tipos de funções e ramos imagináveis. Todas as suas fotos foram documentadas com o local, a idade, a função e algumas vezes relatos emocionantes das crianças fotografadas, totalizando mais de 5 mil cliques que serviram para fundamentar a futura legislação que regularia esse tipo de atividade nos Estados Unidos.
Infelizmente, continuamos tendo muito o que evoluir nesta questão, visto que em pleno 2016 ainda existem crianças que trabalham e, pior, esse número é alto. Estima-seque cerca de 168 milhões de crianças trabalham em todo o mundo e metade desse total desempenha funções que colocam em risco a sua saúde, segurança e o seu desenvolvimento.
Confira abaixo algumas das emocionantes imagens registradas por Lewis:
Inez, de 9 anos, e sua prima de 7, que trabalhavam enrolando carretéis.
Os irmãos de 10, 7 e 5 anos trabalhavam como jornaleiros para se sustentarem, porque seu pai estava doente. Começavam a trabalhar às seis da manhã e vendiam jornais até às nove ou dez da noite.
Daisy Lanford, de 8 anos, trabalhava numa fábrica de conservas. Ela colocava uma média de 40 tampas em latas por minuto e trabalhava em tempo integral.
Millie, com apenas 4 anos de idade já trabalhava em uma fazenda próxima a Houston, colhendo por volta de três quilos de algodão por dia.
Os “breaker boys” separavam impurezas do carvão à mão, na Companhia de Carvão de Hughestown Borough Pensilvânia.
Maud Daly, 5 anos, e sua irmã, de 3, capturavam camarões para uma empresa no Mississipi.
Phoenix Mill trabalhava como entregador. Chegava a entregar até 10 refeições por dia para operários.
Uma pequena fiandeira que trabalhava numa indústria em Augusta, na Geórgia. Seu inspetor admitiu que ela estava empregada regularmente, como um adulto.
Esta menina era tão pequena que precisava ficar de pé sobre uma caixa para alcançar a máquina.
Esses jovens trabalhavam como operários abrindo vagens. Os que eram pequenos demais para trabalhar ficavam no colo dos trabalhadores.
Nannie Coleson, 11 anos, trabalhava na fábrica de meias Crescent e recebia cerca de 3 dólares por semana.
Os “loucos” são aqueles que dizem mais dos “normais” do que de si mesmos: o livro 'Holocausto Brasileiro' conta um capítulo tão tenebroso quanto escondido da história recente do Brasil – e que está longe de ser encerrado
Antônio Gomes da Silva soltou a voz ao empolgar-se com a Banda da Polícia Militar. Ao seu lado, o funcionário levou um susto:
– Por que você nunca disse que falava?
E Antônio:
– Uai, mas ninguém nunca perguntou.
Ele tinha passado 21 anos como mudo na instituição batizada de“Colônia”, considerada o maior hospício do Brasil, no pequeno município mineiro de Barbacena. Em 21 anos, nenhum médico ou funcionário tinha lhe perguntado nada. Aos 68 anos, Antônio ainda não sabe por que passou 34 anos da vida num hospício, para onde foi despachado por um delegado de polícia. “Cada um diz uma coisa”, conta. Ao deixar o cárcere para morar numa residência terapêutica, em 2003, Antônio se abismou de que era possível acender e apagar a luz, um poder que não sabia que alguém poderia ter. Fora dos muros do manicômio, ele ainda sonha que está amarrado à cama, submetido a eletrochoques, e acorda suando. A quem escuta a sua voz, ele diz: “Se existe um inferno, a Colônia é esse lugar”.
Antônio ganhou nome, identidade e história em uma série excepcional de reportagens. Publicado na Tribuna de Minas, de Juiz de Fora (MG), o trabalho venceu o prêmio Esso de 2012 e foi ampliado para virar um livro que chega às livrarias nesta semana. Na obra, a jornalista mineira Daniela Arbex ilumina o que chamou de “holocausto brasileiro”: a morte de cerca de 60 mil pessoas entre os muros da Colônia ao longo do século XX. Convidada por Daniela para fazer o prefácio de seu livro, abri uma exceção e aceitei, pela mesma razão que me move a escrever esta coluna: a importância do tema para compreender nossa época.
Em Holocausto Brasileiro (Geração Editorial), Daniela Arbex devolve aos corpos sem história, que eram os corpos dos “loucos”, uma história que fala deles, mas fala mais de nós, os ditos “normais”. Durante décadas, as pessoas eram enfiadas – em geral compulsoriamente – dentro de um vagão de trem que as descarregava na Colônia. Lá suas roupas eram arrancadas, seus cabelos raspados e, seus nomes, apagados. Nus no corpo e na identidade, a humanidade sequestrada, homens, mulheres e até mesmo crianças viravam "Ignorados de Tal".
Qual é a história dos corpos sem história?
Esta é a questão que Daniela se propõe a responder pelo caminho da investigação jornalística. Eram Antônio Gomes da Silva, o mudo que falava, Maria de Jesus, encarcerada porque se sentia triste, Antônio da Silva, porque era epilético. A estimativa é de que sete em cada dez pessoas internadas no hospício não tinham diagnóstico de doença mental.
Quem eram eles, para além dos nomes apagados? Epiléticos, alcoolistas, homossexuais, prostitutas, mendigos, militantes políticos, gente que se rebelava, gente que se tornara incômoda para alguém com mais poder. Eram meninas grávidas, violentadas por seus patrões, eram esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, eram filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento. Eram homens e mulheres que haviam extraviado seus documentos. Alguns deles eram apenas tímidos. Cerca de 30 eram crianças.
Qual era o destino de quem o Estado determinava que não podia viver em sociedade, que era preciso encarcerar, ainda que não tivesse cometido nenhum crime? Homens, mulheres e crianças às vezes comiam ratos, bebiam esgoto ou urina, dormiam sobre capim, eram espancados e violados. Nas noites geladas da Serra da Mantiqueira, eram atirados ao relento, nus ou cobertos apenas por trapos. Instintivamente faziam um círculo compacto, alternando os que ficavam no lado de fora e no de dentro, na tentativa de não morrer. Faziam o que fazem os pinguins imperadores para sobreviver ao inverno na Antártica e chocar seus ovos, como se viu num documentário que comoveu milhões anos atrás. Os humanos da Colônia não comoviam ninguém, já que sequer eram reconhecidos – nem como humanos nem como nada. Alguns não alcançavam as manhãs.
Os pacientes da Colônia morriam de frio, de fome, de doença. Morriam também de choque. Em alguns dias os eletrochoques eram tantos e tão fortes que a sobrecarga derrubava a rede do município. Francisca Moreira dos Reis, funcionária da cozinha, conta no livro sobre o dia em que disputou uma vaga para atendente de enfermagem, em 1979. Ela e outras 20 mulheres foram sorteadas para realizar uma sessão de eletrochoques nos pacientes masculinos do Pavilhão Afonso Pena, escolhidos aleatoriamente para o “exercício”. As candidatas à promoção cortavam um pedaço de cobertor e enchiam com ele a boca da cobaia, amarrada à cama. Molhavam a testa, aproximavam os eletrodos das têmporas e ligavam a engenhoca na voltagem de 110. Contavam até três e aumentavam a carga para 120. A primeira vítima teve parada cardíaca e morreu na hora. A segunda, um garoto apavorado aparentando menos de 20 anos, teve o mesmo destino. Francisca, cuja vez de praticar ainda não tinha chegado, saiu correndo.
Daniela Arbex salvou do esquecimento um capítulo que muitos gostariam que seguisse nas sombras, até o total apagamento, no qual parte dos protagonistas ainda está viva para refletir tanto sobre seus atos quanto sobre suas omissões. Entrevistou mais de 100 pessoas, muitas delas nunca tinham contado a sua história. Além de sobreviventes do holocausto manicomial, Daniela escutou o testemunho de funcionários e de médicos. Um deles, Ronaldo Simões Coelho, ligou para ela meses atrás: “Meu tempo de validade está acabando. Não quero morrer sem ler seu livro”. No final dos anos 70, o psiquiatra havia denunciado a Colônia e reivindicado sua extinção: “O que acontece na Colônia é a desumanidade, a crueldade planejada. No hospício, tira-se o caráter humano de uma pessoa, e ela deixa de ser gente. É permitido andar nu e comer bosta, mas é proibido o protesto, qualquer que seja a sua forma”. Perdeu o emprego. Nos períodos de maior lotação, 16 pessoas morriam a cada dia. Morriam de tudo – e também de invisibilidade. Ao morrer, davam lucro. Entre 1969 e 1980, mais de 1.800 corpos de pacientes do manicômio foram vendidos para 17 faculdades de medicina do país, sem que ninguém questionasse. Quando houve excesso de cadáveres e o mercado encolheu, os corpos passaram a ser decompostos em ácido, no pátio da Colônia, na frente dos pacientes ainda vivos, para que as ossadas pudessem ser comercializadas. Dos homens e mulheres do hospício, encarcerados pelo Estado e oficialmente sob sua proteção, até os ossos se aproveitava.
Em 1979, o psiquiatra italiano Franco Basaglia, pioneiro da luta pelo fim dos manicômios, esteve no Brasil e conheceu a Colônia. Em seguida, chamou uma coletiva de imprensa, na qual afirmou: “Estive hoje num campo de concentração nazista. Em lugar nenhum do mundo, presenciei uma tragédia como essa”. Hoje, restam menos de 200 sobreviventes da Colônia. Parte deles deverá ficar internada até a morte: são aqueles que foram tão torturados por uma vida dentro do hospício que já não conseguem mais viver fora. Parte foi transferida para residências terapêuticas para reaprender a tomar posse de si mesma. Sônia Maria da Costa está entre os que conseguiram dar o passo para além do cárcere. Às vezes ela coloca dois vestidos para compensar a nudez de quase uma vida inteira.
Ao empreender uma investigação jornalística para escrever este livro, Daniela leva adiante pelo menos três trabalhos fundamentais de documentação contemporânea: as 300 fotos feitas pelo fotógrafo Luiz Alfredo, para a revista O Cruzeiro, a primeira a denunciar a Colônia, em 1961(duas fotografias deste acervo são publicadas nesta coluna); a reportagem transformada no livro Nos porões da loucura (Pasquim), do jornalista Hiram Firmino; e o documentário Em nome da razão, de Helvécio Ratton, filmado em 1979, que se tornou o símbolo da luta antimanicomial.
Ao ler Holocausto Brasileiro – vida, genocídio e 60 mil mortes no maior hospício do Brasil, é prioritário resistir à tentação de acreditar que essa história acabou. Não acabou. Ainda existem no Brasil instituições que mantêm situações semelhantes às da Colônia, como algumas reportagens têm denunciado – ainda que não de forma maciça como no passado muito, muito recente, e com nomes mais palatáveis do que “hospício” ou “manicômio”. As conquistas produzidas pela luta antimanicomial, que botou fim às situações mais bárbaras, estão hoje sob ameaça de retrocesso. É nesse momento que entramos nós, a sociedade.
Se não quisermos continuar sendo cúmplices da barbárie descrita por Daniela Arbex neste livro, é preciso refletir sobre o nosso papel. É bastante óbvio perceber que fábricas de loucura como a Colônia só persistiram por um século porque podiam contar com a cumplicidade da sociedade. Mesmo quando o holocausto foi denunciado na revista de maior sucesso da época, O Cruzeiro, no início dos anos 60, passaram-se décadas até que a realidade do hospício começou – muito lentamente – a mudar. E outras gerações foram aniquiladas entre seus muros. Como é possível? É possível porque a sociedade prefere que seus indesejados sejam tirados da frente de seus olhos. Não enxergar, para muitos, ainda é solução. E esta é uma das razões pelas quais a tese do encarceramento sempre encontra ampla ressonância – e tem sido largamente manipulada por políticos ao longo da história do Brasil, e inclusive hoje.
Tivesse a sociedade disposta a enxergar o que estava estampado na revista preferida das famílias brasileiras, em 1961, e muitas tragédias teriam sido impedidas. Como a de Débora Aparecida Soares. Ela foi um dos cerca de 30 bebês roubados de suas mães. As mulheres trancafiadas na Colônia conseguiam proteger sua gravidez passando fezes sobre a barriga, para não serem tocadas. Mas, logo depois do parto, os bebês eram tirados de seus braços e doados. Débora nasceu em 23 de agosto de 1984. Dez dias depois, foi adotada por uma funcionária do hospício. A cada aniversário, sua mãe, Sueli Aparecida Resende, epilética, perguntava a médicos e funcionários pela menina. E repetia: “Uma mãe nunca se esquece da filha”.
Em 2005, aos 21 anos, Débora nada sabia sobre a sua origem, mas não conseguia pertencer de fato à família de adoção. Tentou o suicídio. Como os comprimidos demoravam a fazer efeito, dirigiu-se à estrada de ferro, a mesma onde décadas antes havia passado o trem que levara sua mãe ao inferno. Foi salva por uma amiga, que a carregou para o hospital no qual mais uma coincidência seria descoberta tarde demais. Dois anos depois, Débora iniciou uma jornada em busca da mãe. O que alcançou foi a insanidade da engrenagem que mastigou suas vidas. Sua busca pela mãe é um dos momentos mais trágicos e reveladores do livro, ao unir passado, presente e futuro no corpo em movimento desta filha.
Há uma tendência no senso comum de considerar que categorias como “loucos” são determinadas, imutáveis, indiscutíveis e, principalmente, isentas dos humores do processo histórico. Não são. Cada sociedade cria seus proscritos – uma construção cultural que varia conforme o momento e as necessidades de quem detém o poder a cada época. Há um livro essencial sobre este tema: Os infames da história – pobres, escravos e deficientes no Brasil (Faperj/Lamparina). Na apresentação, a autora, a psicóloga Lilia Ferreira Lobo, que escreve sob a inspiração de Michel Foucault, faz uma descrição primorosa:
“Existências infames: sem notoriedade, obscuras como milhões de outras que desapareceram e desaparecerão no tempo sem deixar rastro – nenhuma nota de fama, nenhum feito de glória, nenhuma marca de nascimento, apenas o infortúnio de vidas cinzentas para a história e que se desvanecem nos registros porque ninguém as considera relevantes para serem trazidas à luz. Nunca tiveram importância nos acontecimentos históricos, nunca nenhuma transformação perpetrou-se por sua colaboração direta. Apenas algumas vidas em meio a uma multidão de outras, igualmente infelizes, sem nenhum valor. Porém, sua desventura, sua vilania, suas paixões, alvos ou não da violência instituída, sua obstinação e sua resistência encontraram em algum momento quem as vigiasse, quem as punisse, quem lhes ouvisse os gritos de horror, as canções de lamento ou as manifestações de alegria.”
Aqueles que foram encarcerados dentro da Colônia e de outros hospícios do Brasil, em algum momento perturbaram alguém ou a ordem instituída com a sua voz – ou apenas com a sua mera existência. Em vez de serem escutados no que tinham a dizer sobre a sociedade da qual faziam parte, foram arrancados dela e trancafiados para morrer – primeiro pelo apagamento simbólico, depois pela falência do corpo torturado. A pergunta que vale a pena fazer neste momento, diante da história documentada pelo Holocausto Brasileiro, de Daniela Arbex, é: quem são os proscritos de nossa época?
Vale a pena repetir que, na Colônia, sete em cada dez não tinham diagnóstico de doença mental. O diagnóstico, além de não representar nenhuma verdade absoluta sobre alguém, perde qualquer possível valor num lugar como o hospício descrito. Sua única utilidade seria como justificativa oficial para retirar pessoas incômodas do espaço público, aquelas cujo sofrimento não poderia existir, violando neste ato seus direitos mais básicos. Mas o fato de 70% dos internos não ter nem sequer um diagnóstico é um dado importante para perceber com que desenvoltura os manicômios serviram – e ainda servem – a um propósito não dito, mas largamente exercido pelo Estado: o de ampliar as categorias das pessoas que não devem ser escutadas, calando todos aqueles que dizem não apenas de si, mas de toda a sociedade.
Vivemos um momento histórico muito delicado,em que está sendo determinado quais são os novos infames da história – e qual deverá ser o seu destino. E também em que medida o Estado tem poder sobre os corpos. Me arrisco a dizer que, se ontem os proscritos eram os epiléticos, as prostitutas, os homossexuais, as meninas pobres e grávidas, as esposas insubmissas, hoje os proscritos que se desenham no horizonte histórico são os drogados – e especificamente os “craqueiros”. E o destino apresentado como solução tem sido, de novo, a internação. Inclusive a compulsória. A tarja de dependência química funciona como um silenciamento, já que não teriam nada a dizer nem sobre a sociedade em que vivem, nem sobre sua própria vida. São apenas um corpo sujeitado ao Estado para ser “curado”. E, para a maioria, nada melhor do que tirá-los da frente – às vezes literalmente.
É bom aprender com a história. Holocausto Brasileiro é um excelente começo para uma reflexão não apenas sobre o passado, mas sobre o presente. Como afirma Daniela Arbex: “O descaso diante da realidade nos transforma em prisioneiros dela. Ao ignorá-la, nos tornamos cúmplices dos crimes que se repetem diariamente diante de nossos olhos. Enquanto o silêncio acobertar a indiferença, a sociedade continuará avançando em direção ao passado de barbárie. É tempo de escrever uma nova história e de mudar o final”.
Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Autora de um romance -Uma Duas(LeYa) - e de três livros de reportagem:Coluna Prestes – O avesso da lenda(Artes e Ofícios),A vida que ninguém vê(Arquipélago, Prêmio Jabuti 2007) eO olho da rua - uma repórter em busca da literatura da vida real (Globo). elianebrum@uol.com.br Twitter:@brumelianebrum (Foto: Lilo Clareto/ Divulgação)
É impressionante o modo como a humanidade mudou o seu pensamento nos últimos 50 anos. Antes de várias descobertas científicas e, principalmente, no campo da medicina, fazíamos coisas absurdas! Mas se você acredita que ainda vivemos como nossos avós, é bom dar uma olhada nessa lista. Se você não acredita, pode ler e escolher qual é a prática que acha a mais bizarra. Deixe sua opinião nos comentários:
10. Venda de esposas
É claro que isso ainda acontece em alguns países, mas antigamente era um evento “um pouco” mais humilhante. Durante a época medieval, quando um homem e uma mulher se casavam, eles se tornavam uma “entidade” literalmente. Tudo o que a mulher possuía, incluindo ela mesma, passava a ser do seu marido. E, se ele quisesse, poderia vendê-la em um leilão público, que era anunciado por todos os cantos da cidade. Em alguns casos (e você pode até imaginar quais) a própria mulher arranjava sua “venda” e levava o dinheiro ao ex-marido.
9. Enema de tabaco
Era realmente um procedimento médico colocar um tubo “lá” e soprar fumaça de cigarro para dentro do sujeito doente. E isso aconteceu até o século XIX. O tratamento era usado para aliviar dores de cabeça, de estômago, cólicas e, ironicamente, problemas respiratórios.
8. Exames de gravidez bizarros
Como saber se você realmente está grávida sem ter que esperar pelo próximo mês? As moças da antiguidade tinham vários métodos. No Egito e na Grécia antigos elas faziam xixi sobre um saco de trigo. Se ele germinasse, é porque ela estava grávida. Hipócrates, um dos pais da medicina, sugeria que a mulher tomasse água com mel antes de dormir. Se tivesse cólicas, o teste deu positivo. Mas um dos testes mais bizarros era o dos coelhos, desenvolvido em 1927. A urina da moça supostamente grávida era inserida no útero das coelhas. Se os ovários delas respondessem, é porque um certo hormônio estava presente e a moça estava grávida.
7. Xarope calmante Mrs. Winslows
Entre os séculos XIX e XX, várias substâncias foram testadas e, algumas, mostraram ter um impacto no cérebro. Um bom exemplo é o xarope calmante Mrs. Winslows, que era usado para acalmar crianças pequenas. Ele diminuía o batimento cardíaco dos pequenos e isso fazia com que eles dormissem rápido. Só que alguns bebês começaram a morrer após a ingestão da mistureba. E, apesar de denúncias, o xarope continuou a ser vendido até 1930.
6. Lobotomia
Você já deve ter ouvido falar de lobotomias, mas você sabe realmente do que se trata? Ela é uma terapia extremamente invasiva e radical, muito praticada na primeira metade do século XX, para tratar as pessoas que tinham problemas mentais. A lobotomia simplesmente cortava as conexões do córtex pré-frontal do cérebro com outras partes do órgão. Os médicos furavam os crânios dos pacientes e destruíam os tecidos que cercavam os lobos frontais. Obviamente, os pacientes que sofriam de esquizofrenia, depressão e outros problemas mentais, aparentavam mudança significativa no comportamento. Só que isso porque o paciente, além de sua doença, passava a sofrer com lesões cerebrais que o incapacitavam. Apesar de seus efeitos colaterais, estima-se que centenas de milhares de lobotomias tenham sido feitas. Hoje, ela é uma prática ilegal.
5. Bibliopegia antropodérmica
A Bibliopegia antropodérmica é uma prática deveras perturbadora. Basicamente, consiste em encapar um livro usando não couro ou outro material, mas pele humana. No século XIX, onde ocorriam muitas dissecações de cadáveres, essa se tornou uma prática comum e várias universidades ainda possuem alguns exemplares de livros encapados com pele. No fim dos anos 1800, vários criminosos apareceram nos EUA – um deles era conhecido como Big Nose George (ou George Narigudo). Ele foi capturado e, posteriormente, morto. Seu corpo foi doado para pesquisa científica e acabou nas mãos de Thomas Maghee e John Eugene Osborne, médicos. Eles dissecaram o corpo, ofereceram o topo de seu crânio para uma menina de 15 anos chamada Lilian Heath (que, mais tarde, se tornaria a primeira mulher a exercer a medicina no estado americano de Wyoming) que o usou como cinzeiro, peso de papel e de porta. A pele do criminoso foi removida e usada para fazer sapatos para John Eugene e uma mala. Ele usou o sapato quando foi eleito governador do estado. Hoje, os sapatos estão em exposição, juntamente com o topo do crânio de Big Nose George.
4. Drapetomania
Drapetomania foi um “distúrbio” descoberto por um médico americano em 1851 que causava aos escravos negros uma “misteriosa” vontade de fugir das fazendas onde trabalhavam. Segundo o médico Samuel A. Cartwright isso era culpa dos proprietários dos escravos, que, frequentemente, os tratavam como iguais e não como seres inferiores. Para curar essa “doença”, o médico sugeria que os proprietários punissem os escravos até que eles fossem completamente submissos.
3. Direito divino dos reis
Basicamente, é a premissa de que os reis podem governar porque têm direito divino – ou seja, suas ações seriam justificadas porque Deus estava por trás delas. A teoria foi especialmente usada em governos europeus. Exemplos são James VI da Escócia(1567–1625), James I da Inglaterra (1603–1625) e Louis XIV da França (1643–1715). Só que isso causava um problema para os educadores dos príncipes. Como você não poderia punir o representante de Deus na Terra, se um príncipe jovem fazia alguma besteira, os seus colegas eram punidos na frente dele. Como, normalmente, os filhos do rei eram educados isoladamente, amizades não eram formadas. Para isso, usava-se alguns meninos de classes mais baixas, que, supostamente, formariam amizades com o futuro rei e, quando ele não obedecesse, havia esse menino especialmente contratado para ser chicoteado na frente dele. Então se considerava que punir um amigo do príncipe era uma maneira de atingi-lo sem machucá-lo. O problema é que nem todos os reis e príncipes eram tão benevolentes com pessoas de classes sociais inferiores.
2. Mimizuka
No período da história japonesa conhecido como Sengoku, havia muitas disputas militares. Uma das práticas após os conflitos era que o lado vencedor poderia levar “troféus” da batalha – normalmente as cabeças decepadas dos inimigos. Normalmente, a recompensa que os lordes davam aos seus guerreiros era baseada na quantidade de cabeças inimigas que eles traziam de volta. Quando o Japão invadiu a Coréia, era mais prático trazer de volta não as cabeças inteiras, mas uma orelha ou um nariz, que eram trazidos ao Japão em barris. Estima-se que cerca de um milhão de pessoas foram mortas. Templos que continham essas partes foram erguidos e o maior deles se chama Mimizuka – estima-se que ele guarde os restos de 38 mil coreanos.
1. Histeria feminina
A histeria feminina já foi um diagnóstico comum que, hoje, está completamente desacreditado. Em 1859, um médico chegou a dizer que um quarto de todas as mulheres sofria com histeria feminina. Outro médico catalogou 75 páginas de sintomas que caracterizavam a histeria feminina. De acordo com o documento, quase todos os males que o corpo humano sofre, independente do motivo, poderiam ser caracterizados como sintomas da doença. Acreditava-se que a “vida moderna” do século XIX fazia com que as moças fossem mais suscetíveis a desenvolver histeria. E isso não é o mais chocante. Como a histeria era associada com insatisfação sexual, o médico fazia “massagens pélvicas” na moça até que elas passassem por “paroxismo histérico” – em outras palavras, o médico masturbava a paciente até que ela tivesse um orgasmo. E, estranhamente, eles diziam que apesar das pacientes não terem risco de morte, elas precisavam de tratamento constante – não vamos esquecer que eles eram pagos pelas massagens pélvicas. Em 1873, o primeiro vibrador foi inventado para propósitos médicos – eles eram apenas disponíveis para os médicos que os usavam e não para as moças insatisfeitas diretamente. Posteriormente, o aparelho se popularizou e as moças puderam comprar seus companheiros sem a “interferência médica”.
Trabalhadores do metrô: pessoas que viviam em condições precárias e lutaram pelo progresso
O mundo constantemente passa por transformações. No começo do século passado, historiadores, filósofos, líderes políticos, ditadores e trabalhadores fizeram história. Os direitos garantidos por lei hoje nem sequer existiam naquela época. Muitos, por conta disso, sofreram as consequências e acabaram perdendo a vida em prol do progresso no cenário econômico, político e cultural. O estilo de vida mudou, a perspectiva dos acontecimentos, o jeito de pensar e agir. O homem buscava incessantemente se reinventar.
Tive contato com um documentário que considero um das grandes obras-primas do cenário cinematográfico. Baseado no livro “A Era dos Extremos” de Eric Hobsbawm, “Nós que aqui estamos, por vós esperamos”, produzido por Marcelo Masagão e lançado em 1999, resgata parte da história do século XX, dando destaque à acontecimentos e figuras emblemáticas . O título do filme é bastante sugestivo mas difícil de ser compreendido logo de primeira. Eu mesmo, demorei um bom tempo para relacionar uma coisa a outra. Mas quando você pega o fio da meada, tudo se encaixa e começar a fazer sentido. Me encantei assim que assisti, pois é uma bela reflexão sobre quem somos e qual é a nossa verdadeira missão aqui na terra. Foi uma ótima sacada do diretor e teve o merecido reconhecimento no famoso Festival de Gramado, faturando o prêmio de Melhor Montagem e no Festival de Recife, ganhou nas categorias Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Montagem.
Apesar de não ter sido veiculado em todas as salas de cinema do país, o longa foi criado com o intuito de ser um material didático, apresentando uma soma de imagens impactantes e reais. É utilizado de forma ilustrativa no estudo da Sociologia em muitos colégios, como forma de elucidar questões específicas de cada época e fazer o aluno pensar, se emocionar, questionar-se.
Reisfeldt mergulha em direção ao inevitável: a morte
O conteúdo apresentado não têm ordem cronológica. Foi organizado conforme a importância. Durante todo o documentário, o autor faz clara referência à morte, principal temática abordada. A partir daí, as histórias vão se entrelaçando e os personagens passam a ser conhecidos. Masagão também utiliza de sutilezas para deixar implícito algumas coisas. E em outros momentos, choca pelos detalhes. Para mim, uma das cenas mais marcantes do filme é a do alfaiate francês M. Reisfeldt, que queria provar para si mesmo que era possível voar. Para isso, ele criou uma roupa especial que “garantia” a realização do feito. Contudo, já imaginam o que aconteceu. Diante de nossos olhos, vemos Reisfeldt mergulhando em direção ao destino inevitável. Chega a ser assustador. Nos sentimos impotentes e insignificantes.
Kamikazes, os “heróis” japoneses posam para foto
Outro exemplo que posso citar são os Kamikazes, nome dado aos pilotos de aviões japoneses carregados de explosivos cuja missão era realizar ataques suicidas contra os navios dos Aliados nos momentos finais da campanha do Pacífico na Segunda Guerra Mundial. No filme, a figura de Kato Matsuda ganha destaque como um dos muitos exemplos de jovens que destinavam-se a ter esse triste fim para poupar o sofrimento vivido na época. Antes de partir, ele deixou uma carta a família onde dizia: “conforta-me aquele velho ditado japonês; a morte é mais leve que uma pluma. A responsabilidade de viver é tão pesada quanto uma montanha”. Difícil julgar os outros numa situação como essa. Isso mostra que a vida é passageira. Mas algum decidem ir antes. Enquanto estamos vivos e saudáveis temos que aproveitar. Essa é uma das muitas lições que aprendi.
A graça e a leveza de Fred Astaire em cena
A trilha sonora é um show a parte. Win Mertens é um mestre na arte de compor músicas que mexem conosco e nos levam direto ao ponto. Impossível não se emocionar ao ouvir a melodia que conduz a trama enquanto vemos imagens da guerra, destruição, opressão. Mas nem só de tragédias vive o mundo. Talvez, uma das cenas mais lindas é quando Fred Astaire aparece dançando. A leveza e a graça dele são contagiantes. Logo depois, surge Garrincha, com toda a sua destreza e ousadia futebolística guiando a bola.
Além de cenas e recortes do cotidiano e de acontecimentos históricos, o documentário também faz referência à filmes do início do século, como “Um Cão Andaluz” de 1929, obra surrealista de Salvador Dalí. E assim, o longa percorre várias décadas e vai ganhando diferentes desdobramentos. E o final é surpreendente. Intenso, é assim como podemos descrevê-lo. Melhor do que dizer, é assistir. Pegue uma xícara de café e dê play! vídeo
Postado ao som de Struggle for Pleasure – Win Menters (1983)
ATÉ ÀS PRÓXIMAS LEGISLATIVAS O CENÁRIO DA NOSSA VIDA NÃO VAI MUDAR EM NADA.
DEPOIS E MEDIANTE OS RESULTADOS, OS RUÍDOS VÃO SER MUITOS E QUEM VAI LEVAR COM OS RESULTADOS EM CIMA DO COIRO, SERÃO MILHARES E MILHARES, MILHÕES, QUE COM CULPA OU SEM ELA, CONTINUARÃO A DIÁSPORA, A CAMINHADA, PARA O HORIZONTE PROMETIDO JAMAIS ALMEJADO PELOS ESCRAVOS SUBMISSOS.
NÃO SOU BRUXO MAS UMA COISA SEI E AFIRMO: ASSIM NÃO VAMOS A LADO ALGUM, E PENSO QUE ISSO ESTÁ NA CABEÇA DE MILHÕES DE PORTUGUESES, OS QUE VIVEM NA CORDA BAMBA, OS QUE JÁ CAÍRAM DELA E OS QUE OLHAM PRÓ CÉU A PEDIR DIAS MELHORES ESPERANDO QUE OS PROTAGONISTAS DA NOSSA CENA POLÍTICA SE CONDOAM E NUM GOLPE DE MISERICÓRDIA DECIDISSEM AMAR O POVO.
MARCELO JÁ ESTÁ NOS EUA PARA VISITAR TRUMP E LEVA BRINCOS DE FILIGRANA PARA A MELANIA A Primeira-Dama dos Estados Unidos, Melania Trump, que não deverá estar no encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, também tem direto a um presente: um par de brincos em filigrana de Viana do Castelo, peça tradicional da joalharia portuguesa, semelhante aquele que foi oferecido à Rainha Letizia em Abril deste ano e que a Rainha fez questão de usar durante o banquete oferecido pelos Reis de Espanha ao Presidente português.
Um rapaz brasileiro de oito anos desenhou os cromos de 126 jogadores e criou a própria caderneta do Mundial 2018, depois de a mãe não lhe ter dado o álbum oficial por não ter dinheiro.
Pedro Arouca, residente de São Paulo, tinha medo que os colegas da escola gozassem com ele por não ter a caderneta oficial de cromos do Mundial da Rússia. Uma vez que a mãe não tinha dinheiro para lhe comprar os cromos, o rapaz deu a volta por cima e desenhou 126 jogadores, deixando apenas de fora aqueles que não conhecia.
"O mais difícil de fazer são os jogadores. Também fiz a taça, mas os jogadores são mais complicados", disse o menino aos jornais brasileiros locais.
Gleice, mãe de Pedro, admitiu que tinha receio que o filho fosse humilhado na escola por não ter a caderneta original, mas ficou feliz por perceber que aconteceu o contrário. Na verdade, Pedro foi muito elogiado pelos colegas e professores. "Ele gosta muito de desenhar. Sempre quis ser um artista no futuro", revelou a mãe.
O pai de Pedro morreu quando o menino tinha apenas dois anos. Desde então, Pedro e Gleice, que trabalha como funcionária num supermercado, vivem com o ordenado mínimo que a mãe recebe todos os meses.
O menino de oito anos já revelou ter planos para um novo desenho, caso o Brasil vença o Mundial 2018. Neste momento, a seleção brasileira ainda não foi apurada para os oitavos de final da competição, estando empatada com a equipa da Suíça no primeiro lugar do grupo E com quatro pontos.
A Polícia Judiciária e o Ministério Público avançaram, esta quarta-feira de manhã, com a realização de cerca de 70 buscas, em instalações do PSD e do PS em Lisboa, em câmaras municipais, juntas de freguesia, empresas, escritórios de advogados e domicílios particulares.
A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa confirmou, em comunicado publicado no seu portal ao final da manhã, a realização desta megaoperação, que exigiu a mobilização de três juízes de instrução criminal, doze magistrados do Ministério Público, peritos informáticos e financeiros e inspetores da Polícia Judiciária, em número que ascende a cerca de 200 pessoas.
Os factos sob investigação remetem para crimes corrupção, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento partidário proibido, informa a mesma fonte.
Outras informações recolhidas pelo JN indicam que as buscas em Lisboa, em particular, visam instalações da Distrital do PSD, da Concelhia do PS, da câmara municipal e das juntas de freguesia do Areeiro, da Estrela e de Santo António, entre outros alvos.
"Segundo os fortes indícios recolhidos, apurou-se, no essencial, que um grupo de indivíduos ligados às estruturas de partido político, desenvolveram entre si influências destinadas a alcançar a celebração de contratos públicos, incluindo avenças com pessoas singulares e outras posições estratégicas", lê-se ainda na nota da procuradoria distrital dirigida por Maria José Morgado.
Apesar de também apontar para o PS, a rede clientelar sob investigação envolve, maioritariamente, empresas e autarquias lideradas por militantes do PSD. Estão em causa os contratos adjudicados por duas a três dezenas de autarquias, entre câmaras municipais e juntas de freguesia, a várias empresas.
Além daqueles negócios, são investigados contratos de trabalho, nomeadamente de avença, celebrados entre as mesmas autarquias lideradas e militantes partidários.
Carlos Eduardo Reis, antigo líder da JSD de Braga e atual conselheiro nacional do PSD, e a empresa Ambigold, de que aquele e sócio-gerente, são dos alvos principais do inquérito. A empresa de Carlos Reis, filho do ex-presidente da Câmara de Barcelos Fernando Reis, tem sido beneficiada por ajustes diretos de contratos relacionados, nomeadamente, com trabalhos de jardinagem e instalação e manutenção de relvados sintéticos, entre outros.
Outra das pessoas sob investigação é o deputado Sérgio Azevedo, que era vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, antes de Rui Rio conquistar a liderança do partido, e é amigo de Carlos Reis.
O inquérito corre termos na 9ª Secção do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, do Ministério Público, que se faz coadjuvar pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária.
O Tribunal de Coimbra condenou, esta terça-feira, uma ex-bancária do BCP de Vila Nova de Poiares a seis anos e seis meses de prisão, pelo desvio de 655 mil euros entre 2003 e 2010.
Segundo o acórdão, ficaram provados os crimes de falsidade informática, abuso de confiança qualificado, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.
A ex-bancária, de 44 anos, desviou durante sete anos dinheiro de contas de clientes, em especial idosos e emigrantes, tendo usado o dinheiro para fazer compras compulsivamente.
Actividade autárquica, exercida antes da chegada ao Parlamento, e as viagens do Euro 2016 fazem a maioria dos casos. PSD e PS são “totalistas” nesta legislatura. Há deputados que foram ouvidos em mais do que um processo.
O equilíbrio era perfeito até ao anúncio de que o caso das viagens ao Europeu de Futebol faria mais duas "baixas". Entre Outubro de 2015 e Maio de 2018, os serviços do Parlamento contabilizaram um total de 16 deputados arguidos, aos quais teve de ser levantada imunidade parlamentar: oito do PS e oito do PSD. Esta semana, soube-se que o número do lado do PSD crescerá para dez, com Hugo Soares e Luís Campos Ferreira a entrarem para lista (Luís Montenegro também foi constituído arguido, mas já não está na Assembleia da República desde Abril). Também Rocha Andrade, que à altura dos factos era governante, engrossou entretanto o rol dos socialistas (que subiu para nove). Mais nenhum grupo parlamentar tem arguidos.
Para os 16 deputados inicialmente referidos houve 20 pedidos de levantamento de imunidade para prestação de depoimento na qualidade de arguidos, o que significa que alguns deles (no caso, Carlos Pereira e Joana Lima, ambos do PS) foram ou serão ouvidos em mais do que um processo.
Também foram concedidas 100 autorizações para prestação de depoimento como testemunhas: sobretudo no PSD e no PS, mas também no Bloco de Esquerda, no PCP e no CDS. Joana Lima, Carlos Pereira, Carla Tavares, Palmira Maciel (todos PS) e Luís Montenegro, Hugo Soares, Isaura Pedro, Maurício Marques e Miguel Santos (todos do PSD) surgem em ambas as listas.
Malditas viagens
O caso que mais recentemente fez estragos no Parlamento foi o das viagens ao Europeu de Futebol. Mas os primeiros arguidos já estão nessa condição desde Julho de 2017. É o caso do ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do PS, Rocha Andrade. Há um ano, a Procuradoria-Geral da República (PGR) descrevia assim a investigação: “No processo investiga-se o pagamento pela Galp Energia S.A. de viagens, refeições e bilhetes para diversos jogos da selecção nacional no Campeonato Europeu de Futebol de 2016”.
A PGR acrescentava que estavam em causa “factos susceptíveis de integrarem a prática de crimes de recebimento indevido de vantagem, previstos na Lei dos Crimes de Responsabilidade de Titulares de Cargos Políticos”. Um mês depois, o “Galpgate” estendia-se ao PSD e apanhava o deputado Cristóvão Norte, que também havia viajado para França.
Já Luís Montenegro, Hugo Soares e Luís Campos Ferreira, sobre quem o Observador escreveu, logo em 2016, que tinham viajado para França a convite do empresário Joaquim Oliveira, explicaram na altura, em comunicado, que assumiram “por sua conta os custos das respectivas deslocações”.
Luís Montenegro, antigo líder parlamentar do PSD, chegou a mostrar ao Expresso uma factura em seu nome emitida pela Cosmos Viagens (do grupo de Joaquim Oliveira), na qual não era possível confirmar a data. Perante as dúvidas, o Ministério Público constituiu-o arguido, a ele e aos outros dois deputados sociais-democratas.
Aventuras nas autarquias
O poder local é outra das áreas que originaram mais arguidos na AR. João Gouveia, Isaura Pedro, Rui Silva, Joana Lima, Hugo Pires, Palmira Maciel e Luís Soares estão a contas com a justiça por causa da sua passagem por autarquias portuguesas.
Um dos processos da ex-presidente da Câmara da Trofa Joana Lima, que segundo os dados dos serviços do Parlamento já foi alvo de seis pedidos de levantamento da imunidade (quatro na condição de arguida e dois na de testemunha), remonta a factos ocorridos em 2012. A autarca foi acusada de ter pago despesas em hotéis e restaurantes de luxo com cartões de crédito da autarquia ou de empresas municipais e de cobrar ajudas de custo. “A arguida aproveitou-se das funções de presidente da Câmara da Trofa” para receber mais de 1500 euros em ajudas de custo, mesmo sabendo “que tais deslocações não implicaram para si qualquer gasto”, indica o despacho de acusação recentemente citado pelo Observador.
O processo que envolve Hugo Pires, parlamentar e secretário nacional do PS com o pelouro da Organização, e Palmira Maciel, deputada do partido, é o mesmo: “as Convertidas”. Em Fevereiro e Março de 2016, respectivamente, os dois socialistas foram constituídos arguidos no caso da expropriação dos terrenos anexos ao convento das Convertidas, em Braga, um negócio que – alegam os investigadores – terá favorecido a filha e o genro do ex-autarca Mesquita Machado. Os deputados eram ambos vereadores na Câmara de Braga e terão participado numa votação, a 23 de Maio de 2013, relacionada com o negócio.
Mais um exemplo autárquico. Rui Silva, o deputado do PSD que faltou à votação da eutanásia por estar na China, é arguido desde o final de 2017, por práticas irregulares enquanto vereador da Educação na Câmara de Vila Verde. Sobre as suspeitas de corrupção passiva, participação económica em negócio, abuso de poder e favorecimento pessoal, que recaíram sobre o executivo camarário a propósito de um concurso para aumento de capital de uma escola profissional, fonte próxima do ex-autarca disse ao jornal O Minho que o deputado sempre esteve de “consciência tranquila”.
Maurício Marques, líder do PSD-Coimbra, vai responder pela realização de dois eventos (um da JSD e uma convenção autárquica do PSD) em espaços do município sem que tivesse havido lugar a qualquer pagamento. Cristóvão Crespo, da distrital de Portalegre, terá usado indevidamente a Quinta da Saúde para iniciativas idênticas. Foi a Entidade das Contas e do Financiamento dos Partidos que detectou as irregularidades que, aliás, se replicaram pelo país, fazendo arguidos também nas autarquias.
"É uma prática corrente em todos os municípios, ou na grande maioria deles, disponibilizarem as suas instalações para a realização de eventos partidários. Normalmente fazem-no a título gratuito, até porque os partidos não têm espaços para a realização de algumas sessões partidárias e servem-se do património público para a realização de tais eventos", disse Maurício Marques, que foi presidente da Câmara de Penacova, à revista Sábado.
Sui generis
Os casos que fizeram arguidos no Parlamento são distintos na sua origem e também têm diferentes níveis de gravidade. Luís Soares, do PS, foi candidato autárquico em Guimarães, nas eleições de 2013, e acabou acusado pelo Ministério Público do crime de candidatura de cidadão inelegível. Por essa altura, o socialista era director executivo da Taipas – Turitermas (uma cooperativa cujo capital era detido, em 94% pelo município), cargo que lhe vedava o acesso a uma candidatura, segundo a lei eleitoral portuguesa.
Na Madeira, Carlos Pereira (PS) viu recentemente arquivado um dos processos que o tornaram arguido: “o genro maravilha”. Esse caso, que o procurador adjunto do Ministério Público junto da Comarca da Madeira, Bruno Pereira Castro, decidiu não fazer seguir para julgamento, diz respeito a um artigo de opinião escrito em 2013, no qual o deputado do PS estabelecia uma relação entre o sucesso de Miguel Tropa, enquanto advogado, com o facto de ser genro de Alberto João Jardim.
São ainda arguidos os sociais-democratas Germana Rocha e José Carlos Barreto por situações que o PÚBLICO não conseguiu, em tempo útil, confirmar.
O governador do Banco de Portugal defendeu que não há forma de se escapar à dependência dos mercados financeiros. “Pensar que há alternativa aos mercados para financiar a dívida pública é pensar naquilo que não existe”, disse Carlos Costa esta terça-feira numa audição parlamentar.
No caso de Portugal, Carlos Costa reforçou que com “uma dívida de 126% do PIB não se passa à margem dos mercados”. O governador sublinhou que mesmo que um país pedisse financiamento europeu teria de ser a União Europeia “a ir ao mercado e transferir o resultado da emissão para o país com carência de financiamento. A entidade que faz este papel está a assumir o risco do país e está a beneficiar o país do seu menor risco”.
Sobre a criação de um Fundo Monetário Europeu, Carlos Costa reiterou que é favorável. Mas avisou: “Não pensem que a criação de um Fundo Monetário Europeu não altera a necessidade de sustentabilidade e disciplina orçamental. Altera apenas a instância”.
O bónus e a credibilidade
Carlos Costa sublinhou a necessidade de se ter uma estratégia credível. “A credibilidade tem um rendimento que se converte em taxas de juro mais baixas e menor esforço de consolidação orçamental”, disse. E observou que Portugal tem atualmente um “bónus de credibilidade” que resulta em juros mais baixos que há dois anos.
“Trilhar o caminho de redução de dívida ao ritmo de regras comunitárias preventivas, não só credibiliza a trajetória de consolidação, como torna esse esforço mais suave, gradual e consistente”, disse Carlos Costa. E referiu que “sabemos, pela experiência passada, que o ritmo ditado pelas expectativas dos mercados resulta numa trajetória de consolidação bastante mais volátil, na medida em que estas expectativas podem responder de forma abrupta a choques súbitos”.
Caso esse caminho não seja seguido, Carlos Costa avisa que “se perdermos a credibilidade vamos ter uma penalização”.
Políticas do BCE continuam a ser de apoio
Carlos Costa defendeu que apesar de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado o fim das compras líquidas de ativos no final de ano, continua a ter uma “política de suporte”. O governador do Banco de Portugal recordou que apesar do fim das compras líquidas se vai continuar a reinvestir os montantes que vão vencendo. “Com a política de reinvestimento futuro a política monetária do sistema europeu de bancos centrais continuará a ser uma política de suporte à dívida portuguesa”, defendeu.
TAMBÉM NÃO É MENTIRA QUE "ESTA GLOBALIZAÇÃO" FAZ-NOS VER UM MUNDO CHEIO DE DESGRAÇAS DE INJUSTIÇAS, E PÕE-NOS A DIZER ASSIM: ESTAMOS PIOR MAS HÁ QUEM ESTEJA AINDA MAIS!
GLOBALIZADOS, ALIENADOS, JUNTOS NO ENORME REBANHO DO MUNDO INJUSTO, PENSAMOS EM TANTA COISA, QUE POR VEZES NÃO CONSEGUIMOS DISCERNIR O QUE TEMOS MESMO NA FRENTE DOS NOS OLHOS, AOS NOSSOS PÉS, NO NOSSO PRÓPRIO PAÍS.
E ASSIM POR IRONIA PENSAMOS POR VEZES NAS DESGRAÇAS MAIS MEDIÁTICAS DE OUTROS E CONTENTAMO-NOS COM O QUE ACHAMOS O MAL "MENOR", O NOSSO !
É MAQUIAVÉLICA, ESTUDADA, A ESTRATÉGIA DO CAPITALISMO ! IMPLANTAR A MISÉRIA POR TODO O LADO FAZENDO COM QUE NOS CURVAMOS E ACEITEMOS A NOSSA PRÓPRIA DESGRAÇA APRESENTANDO PERCENTAGENS QUE NOS VÃO OFERECENDO ILUSÕES COMO POR EXEMPLO, QUE O NOSSO SOFRER, O NOSSO VIVER, AINDA É PRIVILEGIADO EM RELAÇÃO AOS OUTROS ESCRAVOS.
A partir de 27 de Junho de 1942, nas caixas de correio de grandes cidades do sul da Alemanha e da Áustria, começaram a ser distribuídos panfletos contra o regime nazi pelo movimento de resistência "Weisse Rose".
O Rosa Branca (Weisse Rose), actuante em Munique e em Hamburgo, foi o movimento de resistência de jovens alemães mais conhecido durante o Terceiro Reich. O seu núcleo era formado por universitários de 21 a 25 anos de idade, entre ele os irmãos Hans e Sophie Scholl, Alexander Schmorell, Willi Graf e Christoph Probst.
Os panfletos, que começaram a ser distribuídos nas caixas de correio de intelectuais dos grandes centros na Baviera e na Áustria, condenavam a resistência passiva contra a guerra e a opressão intelectual pelos nazis. Os textos revelavam o alto nível cultural dos seus redactores e apelavam a valores religiosos.
Nos quatro primeiros panfletos, distribuídos entre 27 de Junho e 12 de Julho de 1942, foram usados em profusão trechos apocalípticos da Bíblia. Os dois últimos folhetos, entretanto, tiveram um estilo completamente adverso. Em linguagem directa, apresentavam planos concretos para a Alemanha pós-guerra, dirigindo-se a todas as camadas da população.
A morte de 300 mil alemães na batalha de Estalinegrado, em Fevereiro de 1943, representou uma reviravolta na Segunda Guerra Mundial. A primeira derrota alemã alimentou a resistência em todas as cidades europeias ocupadas pelos nazis e ao mesmo tempo chocou a população do país.
A estratégia do grupo Rosa Branca era redigir os textos em máquinas de escrever, copiá-los e enviá-los pelo correio a partir de cidades diferentes.
Descobertos enquanto depositavam as suas mensagens nos corredores do prédio principal da Universidade de Munique, os irmãos Hans e Sophie Scholl foram presos pela Gestapo, a polícia política de Hitler.
Foram julgados no dia 22 do mesmo mês. Em pouco mais de três horas de julgamento, foram condenados à morte e executados no mesmo dia. Os demais membros do grupo de resistência Rosa Branca de Munique foram executados após julgamentos sumários, entre Abril e Outubro de 1943.
O objectivo dos panfletos era abalar a confiança dos alemães no Führer, despertar ao menos um mínimo de dúvidas sobre a veracidade da propaganda feita pelo regime e alimentar eventuais células de resistência no próprio povo alemão. O movimento surgiu menos de uma ideologia política e mais da indignação com a forma como os alemães aceitavam o nazismo e a guerra feita em seu nome.
A coragem dos membros do Rosa Branca ficou conhecida em toda a Alemanha ainda no decorrer da Segunda Guerra. O escritor Thomas Mann reconheceu os seus méritos publicamente, numa entrevista transmitida pela BBC no dia 27 de Junho de 1943. Reproduções do último panfleto da resistência estudantil, feitas na Inglaterra, foram lançadas pelos aviões britânicos sobre território alemão.
Durante o segundo semestre de 1943, a Gestapo descobriu em Hamburgo um grupo de resistência que divulgava os panfletos do movimento de Munique. Dos 50 participantes, oito universitários foram condenados à morte: Hans Konrad Leipelt, Greta Rothe, Reinhold Meyer, Frederick Gaussenheimer, Käte Leipelt, Elisabeth Lange, Curt Ledien e Margarete Mrosek.
Depois da sua derrota em Tsushima, um mês antes, diante da armada japonesa, a marinha do czar Nicolau II foi agitada por movimentos diversos de contestação e os oficiais tiveram dificuldade em ser respeitados pelos marinheiros. Em terra, por todo o país, multiplicavam-se greves e rebeliões após o “Domingo Sangrento” de 22 de Janeiro de 1905 em São Petersburgo.
Sobre o couraçado Potemkin, que levava o nome de um favorito da czarina Catarina II, o comandante capitão Golikov, conseguia preservar a disciplina através da forma como lidava com os seus homens.
Enquanto realizava exercícios no Mar Negro, ao largo de Odessa, o couraçado era reabastecido como de costume com provisões. Ao início da manhã do dia 27 de Junho de 1905, os marinheiros aproximaram-se das carcaças que pendiam sobre a ponte esperando servir-se, quando descobrem a carne em putrefação, fétida e infestada de vermes. O médico de bordo, doutor Smirnov, sentencia que a carne seria comestível depois de lavada com vinagre.
Chega a hora do almoço. No refeitório, os cozinheiros apresentam a referida carne cozida. Os marinheiros recusam-se a comer e vaiam os cozinheiros. Alertado, o capitão tem a má ideia de mandar rufar tambores e reunir a tripulação sobre a ponte. Depois de breves palavras, pede àqueles que aceitam comer que avancem dois passos. Por hábito e resignação, somente alguns veteranos obedecem. Sentindo-se afrontado, o capitão anuncia que não teriam outra coisa para comer.
Entre a tripulação figuravam alguns militantes revolucionários do partido social democrata como o seu líder, Afatasy Matiuchenko. Eles haviam recebido do seu partido a indicação de preparar os marinheiros para uma insurreição geral da frota do Mar Negro.
Um marinheiro, de nome Vakulinchuk, teria protestado junto do capitão contra as condições de vida da tripulação. O capitão saca do seu revólver e fere mortalmente o marinheiro.
Arrastada por Matiuchenko, a tripulação amotina-se. Oito oficiais resolvem juntar-se aos amotinados, contudo, o médico e outros oficiais são mortos e atirados ao mar. O comandante não foi deixado de lado. Um oficial, Alexeiev, prende-o sob vigilância de Matiuchenko.
Os amotinados içam a bandeira vermelha da revolução e dirigem o couraçado até ao porto de Odessa. Ao entrar no porto, ao final da tarde, os marinheiros do Potemkin não sabiam que a lei marcial havia sido decretada pelo general Kokhanov como resultado das greves operárias.
Na véspera, 26 de Junho, uma manifestação havia sido reprimida pela polícia e a cavalaria cossaca. O confronto sangrento entre os manifestantes e as forças da ordem, com centenas de mortos, prosseguiu no dia seguinte. E eis que surge o Potemkin. A chegada do navio arrebata os líderes da greve que sobem a bordo e aliam-se aos chefes dos amotinados. No dia seguinte, o cadáver do marinheiro Vakulinchuk é trazido a terra. Recebe homenagem emocionada de uma imensa multidão de operários e revolucionários.
A multidão excitada sobe a escadaria de 240 degraus que liga o porto ao centro da cidade. O general Kokhanov acciona dois destacamentos de cossacos a cavalo. Do alto da escadaria, os cavaleiros massacram a multidão desarmada, fazendo centenas de vítimas, homens, mulheres e crianças.
Matiuchenko, respondendo a uma proposta de Kokhanov, assegura que os funerais dos mártires decorreriam sem sobressaltos se não ocorresse repressão. Todavia, após os funerais, soldados investem contra a multidão matando indistintamente homens e mulheres. Três marinheiros estavam entre as vítimas. A bordo do Potemkin, os marinheiros decidem bombardear o quartel-genenal instalado no teatro da cidade. Matiuchenko comanda a operação que só atinge casas habitadas por inocentes, resolve então suspender o bombardeio.
O navio solta as amarras. Barcos de guerra vindos de Sebastopol pedem que os amotinados se tranquilizem. Os oficiais mostravam-se temerosos do risco de “contágio” revolucionário.
Prudentes, os oficiais resolvem recuar, porém o couraçado Jorge o Vitorioso encontra um modo de se aproximar do Potemkin. Matiuchenko vê-se frente e frente com três navios de guerra. Resolve voltar a Odessa com o objectivo de conseguir o apoio da população, mas é impedido por um dos navios.
Matiuchenko ordena abrir fogo. Atingido, Jorge, o Vitorioso acaba por encalhar num banco de areia antes de voltar ao combate.
Após errar pelas águas do Mar Negro, o Potemkin dirige-se ao porto romeno de Constança onde os amotinados conseguem asilo político.
Dois anos mais tarde, o czar Nicolau II promete uma amnistia aos revolucionários de 1905. Os amotinados, desconfiados, preferem permanecer na Roménia. Com excepção de cinco deles que preferiram regressar à Rússia, entre eles Matiuchenko. Reconhecido na fronteira, é preso e depois enforcado. Os seus quatro companheiros foram enviados para a Sibéria.
HÁ LOGO QUEM PONHA CARA DE ENJOADO QUANDO ALGUÉM DIZ QUE É PRECISO DAR UMAS PÁZADAS NO FASCISMO ACTUAL.
QUEM OUSE DIZER QUE É PRECISO PEGAR NUM PAU PARA CASTIGAR OS ASSASSINOS OS GATUNOS, OS CRÁPULAS LOGO É ROTULADO DE MAU, DE LOUCO, DE ESQUERDISTA.
É TÃO DIGNIFICANTE, TÃO RELEVANTE FALAR DOS QUE LUTAM COM CORAGEM PARA TRANSFORMAR, MAS SÓ FALAR !
QUE TAIS LUTAS NÃO NOS BATAM À PORTA, A GENTE RESOLVE TUDO COM O DIÁLOGO.
A GRANDE BURGUESIA JÁ NOS MOSTROU A DISPONIBILIDADE DE ENTREGAR O PODER DE MÃO BEIJADA, OS LUCROS DA EXPLORAÇÃO DA ESCRAVIDÃO E COMPORTA-SE COM TOLERÂNCIA COM OS QUE EXPLORA.
DÁ-LHES MIGALHAS E QUANDO NÃO CONTENTES DÁ-LHES O CACETETE, O DESEMPREGO E OUTRAS FORMAS MAIS SUBTIS DE DIÁLOGO, O DO CAIXÃO.
ISSO, ESSA PRÁTICA DE VIOLÊNCIA SÓ É ACEITÁVEL PARA MUITOS, QUANDO O POVO ESTÁ NUMA SITUAÇÃO DE EXTREMA MISÉRIA E MORTE, EM PAÍSES ONDE SE TEM QUE LUTAR DE ARMAS NA MÃO PARA SOBREVIVER AOS CARRASCOS.
PARA OS QUE TÊM O CU ASSENTE EM CADEIRÕES AVELUDADOS, TÊM PÃO NA MESA, O FASCISMO DE ALÉM FRONTEIRAS NÃO É O MESMO QUE EXISTE DENTRO DOS PAÍSES "CIVILIZADOS" ONDE O VOTO RESOLVE TUDO NO DIVÃ RELAXANTE DA DEMOCRACIA BURGUESA E REPRESENTATIVA.
NÃO ! TEMOS QUE TER PACIÊNCIA, SAPIÊNCIA, TEMOS QUE ESPERAR FAZER 60, 70, 80 ANOS E DEPOIS PARTIR PARA A REVOLUÇÃO.
A QUALIDADE CULTURAL EXILOU-SE, FOI FORÇADA PELOS QUE NÃO QUEREM A CULTURA, A ESCONDER-SE.
NINGUÉM QUER FINANCIAR, ARRANJAR DINHEIRO PARA ALGO QUE POSSA ABRIR OS OLHOS AO POVO E PROPORCIONAR-LHE CONHECIMENTO, DIVERTIMENTO SADIO, E GOSTO PELO QUE É VERDADEIRAMENTE SALUTAR, EDUCA, E LIBERTA.
O QUE É BOM ESTÁ NA PRATELEIRA DE MUITOS E PERMANECE INERTE COMO UMA RECORDAÇÃO QUE JÁ MORREU E QUE JÁ NÃO SE ADEQUA AOS TEMPOS "MODERNOS"
CONSUMIMOS MERDA, A MERDA FÚTIL E INÚTIL, A ALIENAÇÃO DESPIDA DE BELEZA, DE QUALQUER CONSTRUÇÃO INTELIGENTE, QUE NOS DÊ PRAZER, QUE NOS CONSTRUA.
ANDAMOS DORMENTES, DEMENTES, ÉBRIOS E LOUCOS, A NAVEGAR NO LIXO DO ABSURDO E NO LIXO QUE NADA NOS DIZ E ARMADOS EM PSEUDOS QUALQUER COISA, APLAUDIMOS O QUE HABILMENTE NOS IMPUSERAM.
EVOCAMOS A HISTÓRIA DOS QUE DESCOBRIRAM, ENSINARAM, MAS NÃO SOMOS NADA, OPTAMOS POR VIVER NO FAZ DE CONTAS, NO RESPIRAR POR RESPIRAR E ANDAMOS VAGUEANDO COM A CABEÇA ENTRE AS ORELHAS DERESPEITANDO CULTURAS INDÍGENAS, VÁLIDAS IMPORTANDO A TRALHA DO VAZIO.
MUITOS, A ISSO CHAMAM-LHE "EVOLUÇÃO", OUTROS TEMPOS, QUE O CARNEIRISMO CEGO TEM QUE ACOMPANHAR PARA PERTENCER AOS NOVOS MÉTODOS E PRÁTICAS DA SOCIEDADE "INTELIGENTE" QUE TODOS OS DIAS COME O "SUSHI VINDO DAS VÍSCERAS DOS MANDANTES.
O MUNDO ESTÁ LOUCO E OBEDIENTE, E ESTRANHAMENTE OBEDECE AOS COVARDES, AOS EUNUCOS, AOS DESMIOLADOS E AOS QUE NA RETÓRICA ANTES INACEITÁVEL HOJE É RAINHA
Escritora norte-americana, Helen Adams Keller nasceu a 27 de junho de 1880, em Tuscumbia, no estado do Alabama, e faleceu a 1 de junho de 1968, em Westport. O pai era capitão, casado com uma mulher vinte anos mais nova, e não só era dono do jornal da localidade, como também seu editor.
Aos dezanove meses de idade, Helen perdeu os sentidos da visão e da audição, durante a fase mais crucial da aprendizagem da fala. Crescendo sem grande acompanhamento até aos sete anos, foi enviada posteriormente para uma escola de ensino especial para invisuais, onde teve como tutora Anne Sullivan. Nessa época, eram quase inéditos os casos de aprendizagem da fala em situações conjuntas de cegueira e surdez.
No entanto, Helen Keller conseguiu aprender a falar Inglês, a ler e a dactilografar Braille, e a servir-se de linguagem gestual. Antes de prosseguir os seus estudos, foi sujeita a uma intervenção cirúrgica em que os seus olhos inúteis e deformados seriam substituídos por próteses em vidro.
Em 1894 ingressou na Escola para Surdos Wright-Humason de Nova Iorque, a qual frequentou durante dois anos, transitando depois para a Escola para Raparigas de Cambridge, onde permaneceu até 1900. Antes de conseguir o seu diploma pelo Radcliffe College em 1904, Helen Keller publicou o seu primeiro livro, uma autobiografia com o título The Story of My Life (1903), em que revelava o papel importantíssimo que os livros tiveram na sua vida. Seguiram-se Optimism, An Essay (1903), The World I Live In (1908), The Song Of The Stone Wall (1910) e Out Of The Dark (1913). A partir de 1914 pôde contratar uma secretária para a auxiliar no processo de dactilografia.
Em 1919 deu início a uma digressão pelo seu país na companhia de Anne Sullivan, dando conferências em que dava a conhecer a sua situação e o sucesso da sua aprendizagem, com a finalidade de promover o seu exemplo como acessível a outras pessoas com o seu problema.
Em 1930 tornou a publicar uma autobiografia, Midstream - My Later Life, desta vez abrangendo a sua idade adulta. Seis anos depois, faleceu a sua tutora e grande companheira, Anne Sullivan, que viria a inspirar a obra Teacher, publicada em 1955.
Durante o período que sucedeu a Segunda Guerra Mundial, Helen Keller visitou inúmeros hospitais militares, dando sobretudo esperança aos soldados com ferimentos irreversíveis nos órgãos da visão e da audição. Tentou expandir a sua luta no continente europeu, que visitou em 1946, bem como na Ásia e em África.
O seu trabalho e a sua determinação inspiraram The Miracle Worker, um filme realizado em 1962 por Arthur Penn, e o seu nome foi utilizado, em 1956, para batizar o Centro Helen Keller, uma escola que integra alunos invisuais e com deficiência visual e alunos normovisuais.
MUNDO CÃO, PORCA POLÍTICA, ESTA QUE DETURPA OS VALORES ESSENCIAIS DO HUMANO E DESPREZA A CORAGEM HISTÓRICA DOS HOMENS E MULHERES QUE ABRIRAM JANELAS NO MUNDO.
HÁ MUITO QUE VENHO A ALERTAR PARA A ESTRATÉGIA DOS QUE NOS TÊM DESGOVERNADO E QUE OCUPAM O GRANDE E OS PEQUENOS PODERES, E QUE CONSISTE NO REGABOFE DE SE DIZER UMA COISA E PRATICAR OUTRA, UTILIZANDO A CONFUSÃO, DIVIDINDO PARA REINAR, CRIANDO FACÇÕES QUE DEPOIS SÃO MANIPULADAS MERAMENTE COM FINS ELEITORAIS E ONDE QUEM GANHA SÃO SÓ ALGUNS. OS QUE VIVEM SEM PROBLEMAS DE CONSCIÊNCIA E NO TOTAL DESPREZO POR QUEM TRABALHA E CONSTRÓI O DIA A DIA NESTE PAÍS.
ASSIM NÃO PODE SER, NÃO DEVERIA SER ! TODOS OS QUE PRATICAM A MENTIRA, O ARDIL, A ALIENAÇÃO, E SE SERVEM DO POVO PARA FINS PESSOAIS NÃO ME MERECEM RESPEITO.
ANTES PELO CONTRÁRIO PREFIRO OS QUE SÃO FRONTAIS E MESMO DESPREZADOS E ACUSADOS DE NÃO ENTENDEREM A ESTRATÉGIA QUE MUITOS COLOCAM NO MENU, SÃO HONESTOS E TRANSPARENTES NAS POSIÇÕES QUE TOMAM.
ENTENDEM SIM ! MAS ESTÃO MANIPULADOS E NÃO SABEM DEMONSTRAR A SUA FORÇA, ANDAM DAQUI PARA ACOLÁ COMO BOLA DE PING PONG, E SÃO UTILIZADOS DE MANEIRA POUCO TRANSPARENTE POR GENTE SEM ESCRÚPULOS PREOCUPADOS SÓ COM O SEU UMBIGO.
SE ALGUÉM É CULPADO DA DESILUSÃO, DA DIVISÃO E DO DESACREDITAR, NO RUMO QUE O PAÍS LEVA, É QUEM FAZ DA POLÍTICA UM MODO DE VIVER COM PRIVILÉGIOS E BENESSES QUE A MAIORIA DO POVO NÃO TEM E QUE MERECE.
SÃO DEZENAS DE ANOS A ENGANAR O ZÉ POVINHO E AQUILO QUE ERA IMPENSÁVEL NA POLÍTICA, HOJE É UMA TRISTE REALIDADE MESMO NAQUELES QUE QUEREM FAZER PARECER UMA COISA E SÃO OUTRA.
O que era necessário era inverter toda esta lógica de contratação a prazo: um trabalho permanente deve corresponder sempre, mas sempre, a um contrato permanente. Mas isso o governo não faz porque o patronato não quer, para assim continuar a explorar intensamente (sobre-exploração) mais de 855 mil trabalhadores com contratos precários, segundo dados do Eurostat.
Os mesmos de sempre, em pelo menos 40 anos, continuam na atualidade e a emitir as suas opiniões e críticas como se não tivesses responsabilidades pelos disparates governativos que fizeram no pasado. Hoje, aqui, trazemos uma peça sobre a dívida e a cavaquista Manuela Ferreira Leite, mas recordando que tanto assim é que os do passado não assumem as suas responsabilidades nos prejuízos que trazem ao país e às populações que temos ex-ministros e ex-ministras do anterior governo de Passos/Portas/Cavaco que continuam no ativo políticos com a maior da desfaçatez a opinarem sem que assumam a má governação que desempenharam quando no citado governo. Assunção Cristas é um exemplo flagrante do descaramento, Mota Soares também, ambos ministros do de Passos/Portas/Cavaco. Como esses outros vão sobressaindo, mostrando quanto são pantomineiros.
Esses e essas falam, falam, em constante ato de enganar. Apesar de tudo continuam portugueses a cair nas esparrelas, nas mentiras, e a acreditar naqueles bandos de salafrários.
Segue-se a palavra de Manuela, sobre a dívida. Vá-se atrás no tempo e vejamos das suas responsabilidades na dívida, assim como nas responsabilidades dos seus colegas de partido (PSD), assim como nas negociatas e vigarices que datam do tempo de Cavaco Silva e em que ela também teve responsabilidades governativas. E o PS também está nesta lista negra que nos põe à mingua. Bando de sicários, esses tais cavaquistas e xuxalistas. Bandos de sicários e vigaristas durante 40 anos são os responsáveis pela dívida. E assim continuarão até que os portugueses o permitam. (MM | PG)
"Não é possível pagar a dívida", avisa Ferreira Leite
A antiga ministra das Finanças do PSD Manuela Ferreira Leite considerou hoje que a dívida pública portuguesa não é possível de pagar tal como está e disse que voltaria a assinar o manifesto que, em 2014, pedia uma reestruturação.
"A minha posição é de que não é possível pagá-la, todos os cálculos [de redução da dívida pública] se baseiam em determinados níveis de taxas de juro, défices orçamentais primários, taxas de crescimento que não se vão verificar sempre", afirmou Ferreira Leite, no grupo de trabalho sobre endividamento público e privado, no Parlamento.
Além disso, acrescentou, mesmo que as condições atuais se continuassem a verificar - o que é muito improvável -, demoraria mais de 30 anos até Portugal pagar a dívida pública acumulada.
"Trinta e tal anos não é um projeto que se pode apresentar a um país e a uma sociedade", frisou a ministra das Finanças no governo de Durão Barroso (PSD).
É que, considerou, ter uma situação orçamental equilibrada e não geradora de dívida é importante, mas também "tem custos importantes para a sociedade e para as pessoas", como já se assiste na "degradação dos serviços públicos".
A também economista e ex-presidente do PSD disse que hoje voltaria a assinar o 'Manifesto dos 74', de 2014, que defendia a reestruturação da dívida (por redução significativa da taxa média de juro do 'stock' da dívida, extensão de maturidades e reestruturação da dívida acima de 60% do PIB), apesar do "barulho" que então provocou e que considerou "mais político do que de conteúdo".
A antiga ministra explicou que não defende que não se pague a dívida, mas, sim, "a reestruturação da dívida, negociações de determinada espécie e, especialmente, menos rigidez das instituições europeias".
Segundo os últimos dados do Banco de Portugal, a dívida pública na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas, atingiu em abril 126,3% do Produto Interno Bruto (PIB), acima do valor de dezembro de 2017 (125,7%).
Sobre as causas do endividamento excessivo, Ferreira Leite disse que contribuiu o custo barato do dinheiro após a entrada de Portugal na zona euro (devido às baixas taxas de juro) e o investimento em projetos de infraestruturas que considerou "muitos discutíveis".
"Num concelho com 13 freguesias, que haja 13 piscinas é discutível", afirmou, referindo ainda que nos custos de então não se contabilizou o custo de manter esses equipamentos, que é elevado.
Ferreira Leite disse que já quando era ministra, no início da década de 2000, e a dívida pública rondava nos 60% do PIB, já se discutia no Ministério das Finanças que o que havia ia levar a endividamento.
A economista recusou, contudo, apontar o dedo a executivos específicos, afirmando que "há um conjunto de factos que ocorreram ao longo dos anos e que afetaram muitos governos", e criticou também as instâncias europeias que, aquando do início da última crise, pediram aumento da despesa e depois se tornaram rígidos nesse tema.
Ferreira Leite mostrou-se ainda preocupada com a arquitetura da zona euro por ser pouco adaptável a crises.