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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

10
Jul18

Um fantástico cover de "Redemption Song" no sitar

António Garrochinho



O sitar não é um instrumento que normalmente veremos interpretando uma canção pop. Ao contrário, nos remete a sua antiga origem indiana. Mas o músicoRonobir Lahiri, em seu canal do Youtube, decidiu mostrar que não é bem assim e que o instrumento, bem tocado pode fazer parte de qualquer conjunto musical. Ronobir não é somente um talentosíssimo instrumentista. De fato tem uma vozaveludada que dá gosto ouvir. É decepcionante que este vídeo tenha menos de mil visualizações.

VÍDEO


Podemos garantir que você nunca ouviu "Billie Jean", de Michael Jackson assim. Sente-se, relaxe e desfrute de uma belaversão cover tocada também no sitar pelo músico:

VÍDEO



https://www.mdig.com.br
10
Jul18

Só nos falta resgatar a Judite

António Garrochinho



Acabou o espetáculo, as crianças estão de boa saúde e o treinador também, só não sabemos se Judite de Sousa, enviada da TVI, vai continuar de férias na Tailândia para se recompor das tantas emoções que nos transmitiu. Artur Albarran, repórter de guerra da TVI, que instigou pela Rádio Renascença o ataque à Embaixada de Espanha e foi sócio de Carlucci na EUROAMER* também andou por essas grutas e muitas outras.

O embaixador de Israel em Banguecoque que também foi à gruta e falou para a Judite convidando-a para assistir ao assassinato pelas tropas de Israel das crianças palestinas e entrevistar os 181 jornalistas feridos pelos soldados nazissionistas durante os protestos em Gaza.

 Crianças palestinas assassinadas desde o ano 2000 pelas tropas de Israel.
Fonte: Defesa Internacional das Crianças-Palestina (DCIP)

*Direcção-Geral dos Impostos (DGCI), não deixa dúvidas ao colocar a Euroamer Holding SGPS, SA, num grupo de cinco contribuintes com dívidas fiscais acima dos cinco milhões de euros.

10
Jul18

CAVALHEIRA DA TRISTE FIGURA

António Garrochinho


Guilherme Antunes in facebook

Talvez a mais icónica personagem de plástico do “beautiful people” do jornalismo pedante e reaccionário cá do burgo, a menina de Sousa, enviada super-especial da TVI, deu um espectáculo deprimente na sua longínqua viagem ao mais norte da Tailândia. Foi um hino ao mau gosto, ao pretensiosimo (aquela colocação de voz enfatuada e maçadoramente orlada de berloques tonais) e em última instância à exibição de um profissionalismo decadentista.
Ficará inesquecível a imagem de madame a ser levada para fora, por um polícia, de uma zona interdita, que ela sabia bem, mas que provocou pateticamente (não se via mais nenhum colega da informação por ali) porque a “Mary Pickford” daquele lamaçal era ela.
Sempre penteada a rigor de um louro incandescente, pintada por todo o lado de uma face esquelética, com as maçãs do rosto em tom vermelho, qual passadeira da prostituição “enjornalada”, deixou-se, assim, guiar para longe do local proibido de modo lânguido e serpenteando um corpo inaceitável, cadavérico e pasme-se…alardeando umas magníficas botas de borracha, certamente de marca birmanesa comprada em “drugstore” milanês. Apareceria, por uma vez, arranjadamente desgrenhada para suscitar uma qualquer temerosa operação, de olho esbugalhado, como quem diz: “o que eu paguei para isto…nem me posso sentar, ui”.
10
Jul18

VEJA COMO OS "RIBEIRINHOS" DA AMAZÓNIA APANHAM O PIRARUCU O MAIOR PEIXE DE ÁGUA DOCE DO MUNDO

António Garrochinho

desafios de ribeirinhos no manejo do pirarucu

Manejo do pirarucú foi destaque em série de reportagens (Foto: Bom Dia Amazônia)Manejo do pirarucu foi destaque em série de reportagens (Foto: Bom Dia Amazônia)








Na segunda reportagem da Série Mamirauá, os repórteres da Rede Amazônica mostram os desafios dos ribeirinhos no manejo do pirarucu no Amazonas. 

O manejo do pirarucu é uma das principais atividades sustentáveis da Reserva de Mamirauá. Nele, os pescadores podem tirar até 30% dos peixes adultos. Os demais 70% permanecem nos lagos para garantir a reprodução da espécie.
A reportagem destacou que pelo menos oito mil pessoas trabalham diretamente com a atividade na região de Fonte Boa, em Mamirauá.

VÍDEO



redeglobo.globo.com

10
Jul18

Timing tem 480 vagas de emprego disponíveis no Algarve

António Garrochinho





A Timing, empresa algarvia de recursos humanos, tem disponíveis 480 ofertas de emprego, com entrada imediata, em regime de part-time e full-time para toda a região. Estas vagas abrangem os mais diversos setores.

«Todos os anos, a Timing disponibiliza, durante a época alta, um elevado número de vagas, não só nas áreas de hotelaria e restauração, como também em logística e distribuição, construção civil, supermercados, agricultura, retalho, entre outras, e este ano não foi diferente» explica Ricardo Mariano, CEO da empresa.
O responsável avança ainda que «novos pedidos de recrutamento chegam diariamente e, todos os anos por esta altura, conseguimos alcançar números impressionantes. A história, este Verão, repete-se e temos disponíveis para entrada imediata e ao longo do mês de Julho, quase 500 vagas. Há horários para todos os gostos e as posições que temos em aberto apresentam salários que variam entre os 600 e os 1300 euros».
A empresa aceita candidatos de todas as idades, nacionalidades e género, porque «o que mais conta é a vontade de trabalhar. É isso que tanto nós como os nossos clientes querem verdadeiramente», remata Ricardo Mariano.
Para conhecer todas as ofertas disponíveis os candidatos podem deslocar-se a uma delegação Timing ou visitar o site da empresa aqui.
10
Jul18

OS RECURSOS NÃO SÃO INFINITOS SE NÃO EXISTIREM MEDIDAS PARA PROTEGÊ-LOS -Acabou o peixe nos mares europeus: abastecimento até ao fim do ano tem de ser feito através de importações

António Garrochinho

Para alertar para a sobre-exploração dos mares, a WWF Portugal lembra que, “a partir de hoje, a Europa fica sem peixe” e que Portugal já “esgotou os recursos nacionais” há dois meses. A constatação tem por base um relatório da New Economics Foundation agora divulgado


A partir desta segunda-feira e até ao final do ano “a Europa depende do pescado importado”, de acordo com uma análise feita pela New Economics Foundation (NEF) — alerta a WWF Portugal em comunicado. O relatório, sustentado em dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), pretende alertar para “o estado dramático dos nossos oceanos”, tendo em conta que um terço do peixe e marisco a nível mundial estão sobre-explorados. A Comissão Europeia indica que 41% das populações de pescado avaliadas no Atlântico são alvo de sobrepesca.
O dia “D” em Portugal foi a 5 de maio, lembra a organização não governamental do ambiente. A antecipação tem uma razão clara: Portugal é o principal consumidor europeu de peixe, já que cada português come em média 55,3 kg de pescado por ano, seguido de Espanha (46,2 kg), Lituânia (44,7 kg), França (34,4 kg) e Suécia (33,2 kg).
“Em conjunto, estes cinco países representam cerca de um terço do consumo, sendo que, em média, cada cidadão europeu consome 22,7 kg de pescado por ano”, sublinha o comunicado. Só a Croácia, a Holanda ou a Irlanda se mostram autónomos, produzindo “tanto ou mais do que consomem”. Outros, como a Austria, Bélgica ou Itália deixaram de ser autónomos logo no início do ano.

Nível de autossuficiência da União Europeia é muito baixo

No geral, “o nível de autossuficiência da UE é muito baixo e há demasiadas populações marinhas em sobrepesca, embora algumas populações marinhas europeias tenham estabilizado, devido a medidas tomadas no contexto da Política Comum das Pescas”, ressalva a WWF.
“Temos que mudar as políticas globais, a procura e o consumo numa direção mais sustentável, se não quisermos ficar sem pescado e sem emprego para milhões de pessoas”, diz Ângela Morgado, Diretora Executiva da organização em Portugal. A responsável lembra que “mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo encontram uma fonte de alimento, rendimento e subsistência na pesca e na aquicultura”. Mas não há peixe para tanta boca.
O consumo mundial de pescado cresceu 3,2% ao ano, o dobro do crescimento populacional (1,6%) e “a Europa consome mais pescado do que consegue capturar em águas europeias ou produzir em aquicultura”, alerta a WWF. Por ano, mais de metade do pescado consumido na Europa tem origem nas águas de países em desenvolvimento.
“É necessário que os consumidores façam a opção mais sustentável nos produtos nacionais ou importados”, apela Rita Sá, especialista em Oceanos e Pescas na WWF, recordando que “em menos de 5 meses, Portugal esgotou o abastecimento de pescado local” e chamando a atenção para “a responsabilidade partilhada” de escolher o tamanho, a espécie e a proveniência do que se come.

expresso.sapo.pt

10
Jul18

SOBRE O BUDISMO, ESSES " PACIFISTAS INOCENTES"

António Garrochinho

Nos anos 50 (...) no Tibete (...) sete em cada dez cidadãos eram servos presos à propriedade.  Se fossem flagrados fugindo, ganhavam castigos que iam de açoites à amputação dos pés, mãos, nariz, orelhas e olhos.  Garotos serviam como escravos sexuais dos monges, que governavam o país e a justiça local.  À frente desse sistema estava ninguém menos que Tenzin Gyatso, o grande líder espiritual, o ganhador do Nobel da Paz, o homem que ainda hoje percorre o mundo espalhando mensagens de sabedoria e é conhecido como sua santidade, o Dalai Lama.

OS CRIMES BÁRBAROS DO BUDISMO




Uma das leis máximas do budismo tibetano é que não se deve matar seres vivos.  Os monges budistas evitam matar animais (até baratas) por acreditar que eles poderiam ter sido gente em vidas passadas.  Desse modo, não poderiam condenar os prisioneiros à morte.  Mas para tudo há um jeitinho.  Um deles era chicotear o condenado até que ficasse agonizante e então liberá-lo.  Uma inglesa que visitou a cidade de Gyantse em 1922 testemunhou um chicoteamento público de uma pessoa que depois foi forçada a passar a noite no topo de uma montanha, onde congelou até morrer.  A morte era apenas questão de tempo, mas seria considerada “um ato divino”.  Mesmo quem concorda com essas punições para criminosos graves há de convir que elas não combinam com mestres de tolerância e da compaixão.

Outras formas de punição incluíam decepar mãos na altura dos pulsos, arrancar os olhos usando tiras de couro de iaque e ferro quente, pendurar um prisioneiro pelos dedões. Esses castigos parecem boatos criados pelos comunistas chineses para justificar a invasão. Não são. Em diversos relatos de oficiais ingleses e de outros estrangeiros que viveram no Tibete, há comentários sobre pessoas com olhos arrancados e sem uma das mãos ou uma das pernas por terem cometido crimes. 

borboletasaoluar.blogspot.com



ONG denuncia massacre de muçulmanos por budistas em Mianmar

Organização denunciou um massacre cometido em uma aldeia de Mianmar por budistas com a conivência das forças de segurança contra muçulmanos

Bangcoc – A ONG The Arakan Poject denunciou nesta sexta-feira um massacrecometido em uma aldeia de Mianmar por budistas com a conivência das forças de segurança contra muçulmanos, incluídos mulheres e crianças
As autoridades birmanesas afirmaram que não têm informações sobre o incidente, que teria ocorrido na terça-feira em Du Char Yar Tan, no estado de Rajine.
“O número exato ainda não sabemos, recebemos dados que variam entre 10 e 60 (mortos)”, relataram fontes da ONG para o jornal local “The Irrawaddy”.
“As forças de segurança e aldeães saquearam muitas casas da aldeia. Mulheres e crianças foram brutalmente assassinadas e algumas (birmanesas) foram supostamente estupradas”, acrescentou a organização segundo testemunhas.
“Foram apunhalados, o que indica que o massacre foi perpetrado por civis, mas na presença das forças de segurança, que não fizeram nada para impedir”, acrescentou a ONG.
A organização The Arakan Project disse o ataque ocorreu depois da visita à região do monge U Wirathu, um dos fundadores do grupo 969 e que defende que a minoria muçulmana do país ameaça a pureza racial e a segurança nacional.
Mianmar tem cerca de 60 milhões de habitantes, dos quais 89% são budistas, 4% muçulmanos e o restante de outras religiões.
A maioria da comunidade muçulmana reside no estado de Rajine, vizinho a Bangladesh e onde a minoria rohingya se transformou no principal alvo da violência dos segregacionistas pois não são considerados cidadãos birmaneses mas imigrantes.
O vice-ministro de Informação birmanês, Ye Htut, declarou hoje que não tem notícias sobre massacre, mas sim do desaparecimento de um policial na região.
Em 2012, mais de 160 pessoas morreram e 120 mil foram deslocadas em função de enfrentamentos entre budistas e muçulmanos ocorridos em Rajine. Os distúrbios começaram após uma mulher ter sido supostamente assassinada e estuprada por muçulmanos.
A violência continuou em 2013 e se espalhou para outras partes do país, como na cidade de Meiktila, onde 43 pessoas foram assassinadas, incluídos várias crianças de uma escola islâmica que foram linchadas e queimadas por uma horda.


Monges com luxos e relações sexuais expõem a crise do budismo na Tailândia


Monge budista num jacto privado com óculos escuros e uma mala Vuitton.
O envolvimento de um monge budista num escândalo que envolve sexo, dinheiro e até abuso sexual de menores pôs a nu a crise que o budismo vive na Tailândia. Tudo começou com um vídeo com muito “bling bling”.
A imagem não parecia fazer sentido: monges budistas, com as habituais cabeças rapadas e túnicas alaranjadas, sentados nos bancos de couro de um jacto privado e a exibirem acessórios de luxo, como óculos escuros e uma mala Louis Vuitton.
O vídeo, feito pelo monge Wirapol Sukphol (nome que usava antes da sua ordenação religiosa), mais parecia típico do mundo das estrelas de Hollywood, preenchendo na perfeição o conceito de “bling bling” tornado famoso pelo hip hop. E assim, quando foram divulgadas no YouTube, em 2013, as imagens tornaram-se virais na Tailândia.

VÍDEO
A partir do vídeo, o Departamento de Investigações Especiais da Tailândia, ligado ao Ministério da Justiça do país, descobriu que Wirapol tinha, pelo menos, 6 milhões de dólares, mais de 5 milhões de euros, em dez contas bancárias, e que tinha comprado 22 automóveis Mercedes Benz, conforme destaca a BBC.
O monge também tinha construído uma mansão no sul da Califórnia, era dono de uma mansão na sua cidade natal, Ubon Ratchathani, e tinha encomendado uma réplica gigante da famosa estátua do Buda de Esmeralda, que fica no palácio real de Banguecoque, na Tailândia.
Além disso, as autoridades encontraram provas de que Wirapol manteve relações sexuais com diversas mulheres, o que constitui uma ofensa muito grave para um monge. Uma delas afirmou mesmo que teve um filho com ele aos 15 anos de idade, o que foi confirmado por exames de ADN.
Perante este escândalo, o monge fugiu para os EUA e só na semana passada, quatro anos depois, o governo tailandês conseguiu a sua extradição. Wirapol nega as acusações de fraude, lavagem de dinheiro, rapto de crianças e abuso sexual de menores que lhe são imputadas.

VÍDEO

Violação dos preceitos de vida budistas

Wirapol ainda não tinha 30 anos quando terá cometido os crimes dos quais é acusado. Mas, apesar de ter sido um dos mais notórios casos de um monge budista a violar o patimokkha– os 227 preceitos de vida que eles devem seguir -, não foi o primeiro do tipo no país.
De acordo com os preceitos do budismo, os monges não devem tocar em dinheiro e muito menos manter relações sexuais.
Mas as tentações da vida moderna despoletaram casos de sacerdotes que acumulam riquezas, consomem drogas, participam em festas ou mantêm relações sexuais com homens, mulheres, meninas e meninos.
Vários templos atraem grandes quantidades de fieis devotos graças a um habilidoso marketing que promove monges carismáticos, com supostos poderes sobrenaturais. Com isso, capitalizam o anseio dos tailandeses urbanos por espiritualidade e pela crença de que doações generosas aos templos garantem mais sucesso e riquezas materiais.
Wirapol, ao que tudo indica, aproveitou-se desta tendência.

Monge dizia que podia caminhar sobre a água

Wirapol chegou à província de Sisaket, uma região pobre do noroeste da Tailândia, no início da década de 2000. Ali, no povoado de Ban Yang, estabeleceu um mosteiro num terreno doado.
No entanto, poucos visitavam o templo. Os moradores locais eram muito pobres para oferecerem o tipo de doações que Wirapol queria, de acordo com Ittipol Nontha, um dos líderes do governo local.
Nontha diz que o monge passou a celebrar cerimónias extravagantes, a vender amuletos e construiu a sua réplica do Buda de Esmeralda – que ele dizia ser feita de nove toneladas de ouro, o que uma investigação provou ser falso – para atrair fiéis mais ricosde outras partes do país.
Esses fiéis disseram ter sido cativados pela voz suave e calorosa de Wirapol e por este ter dito que possuía poderes especiais, como, por exemplo, a capacidade de caminhar sobre a água e de falar com divindades.
O monge também deu presentes caros a pessoas influentes da região. Muitos dos automóveis de luxo que comprou foram prendas para outros monges e para autoridades locais.
Ainda hoje, depois do rebentar do escândalo, Wirapol tem seguidores que afirmam que é um homem de bom coração e que tem o direito de desfrutar dos objectos luxuosos que recebeu.

Crise do Budismo

O caso de Wirapol e a série de escândalos que tem surgido, envolvendo monges budistas, levou os tailandeses a falarem abertamente sobre uma crise do budismo no país.
O número de ordenações de monges caiu abruptamente, nos últimos anos, e muitos templos pequenos têm dificuldades para se auto-sustentarem.
O órgão ao qual os sacerdotes budistas respondem é o Conselho Supremo Sangha, formado por um grupo de monges anciãos. Até este ano – e durante mais de uma década – o Conselho não teve um Patriarca Supremo propriamente activo, e tem-se mostrado pouco eficiente.
O Escritório Nacional de Budismo regula a religião, mas também sofre com problemas de liderança e denúncias de irregularidades financeiras.
O governo introduziu uma lei exigindo que os templos, que arrecadam colectivamente entre 3 a 4 mil milhões de dólares, mais de 2,6 a quase 3,5 mil milhões de euros, anuais em doações, publiquem os seus registos financeiros.
As autoridades também discutem a introdução de um documento de identidade digital para os monges, para garantir que os que cometerem actos indevidos, não possam ser ordenados.

Entre vertentes…

Os problemas morais de alguns monges também se devem, em parte, à forma como o budismo evoluiu na Tailândia.
Durante 150 anos, houve duas formas diferentes de budismo no país – uma delas é a vertente mais austera, conhecida como tradição Thammayut, que é praticada nos templos de elite, sustentados pela realeza de Banguecoque.
Nesta tradição, os monges precisam de seguir regras estritas para se desprenderem do mundo material.
segunda vertente é mais descontraída e é conhecida como tradição Mahanikai das províncias (Estados), nas quais os monges são parte da comunidade e, como tal, participam das actividades dos locais. Algumas vezes, no entanto, isso entra em conflito com a patimokkhai.
Nas pequenas aldeias, os templos funcionam também como escolas ou centros tradicionais de medicina e para cerimónias locais.
A população tem procurado conselhos de monges Mahanikai sobre vários assuntos mundanos, do dia-a-dia. Nesse ambiente, a linha entre o que é e o que não é comportamento aceitável fica menos clara.

Comercialização do budismo

Outra causa do problema é o peso da superstição na vida dos tailandeses – e a forma como isso tem sido comercializado.
Nos últimos anos, os monges vêm sendo, cada vez mais, requisitados para rituais semi-religiosos, como benzer carros ou casas recém-compradas, para atrair sorte. Em alguns templos, vendem-se até bilhetes de lotaria, o que para muitos é uma tentação difícil de resistir.
Phra Payom Kalayano, o abade de um templo no norte de Banguecoque, é crítico do que chama de comercialização do budismo e pede aos tailandeses que sejam mais conscientes quando fazem doações religiosas.
“Hoje em dia, as pessoas, especialmente os ricos, acham que atirar dinheiro nos templos garante um bom Karma. Têm fé, mas não pensam. Isso não é praticar o bom Karma de maneira inteligente. É só fé cega”, diz Kalayano na BBC.
Alguns monges também são estúpidos, não sabem usar as doações que recebem. Em vez de administrar bem o dinheiro para construir Karma e prestígio para o templo, acabam por construir casos criminais contra si próprios”, afirma.
Antes da chegada da globalização e das várias distracções do consumo, era mais fácil pregar uma vida monástica em que se abdica de prazeres materiais. Mas, hoje em dia, é difícil defender que os monges abram mão de conveniências tecnológicas, como telemóveis ou viagens de avião.
E é mais difícil ainda definir o papel que os monges devem desempenhar na Tailândia do século XXI, além da provisão de bênçãos de boa sorte e de amuletos, actividades que, facilmente, se podem tornar máquinas de fazer dinheiro.
ZAP // BBC


zap.aeiou.pt
10
Jul18

No reverso da medalha - Guilherme Antunes

António Garrochinho

Guilherme Antunes in facebook
NO REVERSO DA MEDALHA
“Bem está o que bem acaba” na assinalada expressão dramatúrgica de Shakespeare, é da mais apropriada indicação ao desfecho bem-aventurado da operação de salvamento dos meninos tailandeses e do seu jovem professor. Graças à coragem, à competência, à determinação, à inteligência e à grande capacidade de organização dos dirigentes da operação, ela terminou num hino à vida. De forma internacionalista, convenhamos.
“Hollywood” caiu ali, e lá não fazia falta nenhuma, ao contrário de noutros locais terrestres esquecidos e que deviam ser denunciados através da sua presença maciça.
A Tailândia vista ao longe, de forma interessada e não de agora, é um país onde o fascismo ditatorial militarista acampou há muito de armas e bagagens. A sua história contemporânea do último século está alicerçada contra os direitos do homem.
Neste momento um matraquilho militar é o dono do golpe de estado fascista em exercício. Estão milhares de jornalistas de todo o mundo no país, todavia, nem uma só notícia conseguiu furar o bloqueio “democrático” e apontar ao mundo como é, efectivamente, um dos mais caninos governos subsidiários do grande irmão imperial.
Há uma segunda característica que a Tailândia esgrime orgulhosamente. A prostituição, e com especial carinho a prostituição infantil. Galifões de todo o mundo “desenvolvem” o turismo siamês a um esplendoroso filão económico que faz as delícias dos patrões dos prostíbulos dourados, que pedem meças aos fascinantes templos arquitectónicos do país.
Meninas e meninos tenrinhos são engolidos na voragem sexual comandada pelo esclavagismo, SOB o aplauso e ganho do capital ensanguentado de “anjinhos” decapitados.


10
Jul18

PARA TRANSFORMAR É PRECISO SER.

António Garrochinho





O comunismo é a negação do capitalismo.

É um movimento gerado pelo desenvolvimento e nasceu para o combate à produção capitalista, que acabará por derrubar, dando lugar a um novo tipo de sociedade.

Hoje, o mundo, onde a exploração cada vez mais se acentua fere e penaliza os trabalhadores, e a sociedade se torna consumista, egoísta, e alienada, através da luta de massas virá um mundo no qual a actividade humana não mais será espoliada e escravizada.

O nosso tempo é o tempo dessa metamorfose.

Sabe a humanidade, hoje, do que é capaz o capitalismo, o fascismo, o imperialismo e terá que lutar tenazmente todos os dias, reunindo as condições para resolução comunista e eliminar de vez os crimes, a austeridade, as injustiças sobre os que produzem e das quais são culpados desta crise que alastra pelo mundo, os algozes que prometem e não cumprem e levam a humanidade a guerras , à morte e à miséria.

É dever de todo o militante ENSINAR os princípios do comunismo, explicar como no futuro a revolução socialista pode assegurar a vida futura da humanidade sem o espectro, o terror, e a escravidão que os povos sofrem por parte do capitalismo.

NA LUTA TODAS AS ARMAS SÃO LEGÍTIMAS E PERANTE O FASCISMO ASSASSINO, ALERTA !



António Garrochinho
10
Jul18

Limpeza étnica no Mianmar

António Garrochinho


Rohingya refugees flee into Bangladesh

  Mianmar é o país do sul asiático que por trás da beleza dos seus seus templos budistas e palácios, esconde um processo de limpeza étnica brutal que força a fuga de mais de cerca de  671,000  Rohingya para o Bangladesh.
 Os  rohingya são uma minoria étnica  muçulmanos em um país em que 87% da população é budista. Eles não são reconhecidos como cidadão no Mianmar, por isso são proibidos ter acesso a hospitais e as crianças são impedidas de frequentar a escola. Em caso extremos os Rohingya podem pedir permissão da polícia para ter cuidados médicos em hospitais que atendem a população em geral, mas isso é arriscado devido a probabilidade de serem atacados pela população birmanesa.
  Essa minoria étnica  vive sobretudo no estado de Rakhine em acampamentos  onde são impedidos de deixarem sem autorização policial. Os rohingya  estão confinados nestes campos de concentração desde de 2012, quando rebeldes rohingya  atacaram postos policiais e matou 12 membros da polícia.
  Em resposta a esse ataque, o exército birmanês  colocou fogo nos vilarejos, estuprou mulheres e matou milhares de civis incluindo crianças, o que resultou em mais de 9 mil mortes, segundo as estimativas do Médicos Sem Fronteira. Além dos ataques frequentes,  a falta de cuidados médicos, água potável e o bloqueio de ajuda internacional  também são meios usados para exterminar a população Rohingya de Mianmar.
rohingya-2.jpg
Dan Kitwood/Getty Images
Tráfico Humano
  Fugir de todo esse terror  pode ser ainda mais perigoso para os rohingya, isso porque para escapar disso eles dependem de traficantes de pessoas que pedem cerca de 2  mil dólares para ajudar atravessar fronteiras e ir para lugares como a Malásia e a Tailândia. Os que conseguem arrumar essa quantidade de dinheiro  acabam sendo mortos no percurso devido a más condições da viagem ou vítimas de trabalho escravo e exploração sexual.
  Aqueles que tentam cruzar a fronteira para  chegar em Bangladesh, correm o perigo de ser vítima das minas terrestres  que foram instaladas por militares birmanês, e os que que conseguem chegar no país vivem em assentamentos com condições precárias. Dos 617 mil que chegam em Bangladesh 60% são crianças e mais 2.680 foram separadas dos pais no caminho ou são órfãos. 
Aung San Suu Kyi
   A ganhadora do nobel da paz e líder política Aung San Suu Kyi não reconhece a existência da etnia rohingya, e parece não se preocupar com as várias violações dos direitos humanos sofridas por esse povo, apesar de não controlar o exército ela faz parte da decisão de negar ajuda humanitária para os rohingya. Ela é criticada por outros ganhadores do nobel da paz que inclusive assinaram um documento contra a perseguição étnica no Mianmar.
 Representantes do governo argumenta que os rohingya são imigrantes ilegais vindo do Bangladesh (apesar de ter documentos que mostram que eles já estão no país desde 1799) e que tentam criar um estado separatista Islâmico.
MENTIRAS , FALSOS ACONTECIMENTOS
image
Rome Gacad/ Getty Images
  A população budista do Mianmar apoia o isolamento e a falta de direitos dos povos rohingya, em razão de ver esses como uma ameaça a sua identidade budista e ter medo de que conflitos religiosos similares ao que acontecem no Oriente Médio cheguem no Mianmar. Alguns monges como os pertencentes ao budismo extremista Ma Ba Tha rally ajudam essa desconfiança ao pregar discursos de ódio contra o povo muçulmano.
   O ódio contra os rohingya também é alimentado pelas fake news no facebook, que são reproduzidas de forma massiva, já que com o crescimento do acesso a internet no país fica mais fácil disseminar o ódio contra essa minoria ética. 

manifestodaterra.wordpress.com

10
Jul18

Crónica de um relógio que deixou de dar horas

António Garrochinho




«Há mais de dois anos, precisamente em 1 de Julho de 2016, que foi publicada a Lei 18/2016, entrando imediatamente em vigor, tendo ficado estabelecido “as 35 horas como período normal de trabalho dos trabalhadores em funções públicas, procedendo à segunda alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de Junho”. A qual indica que “o empregador público deve planear para cada exercício orçamental as atividades de natureza permanente ou temporária, tendo em consideração a missão, as atribuições, a estratégia, os objetivos fixados, as competências das unidades orgânicas e os recursos financeiros disponíveis”. Tendo aquele regime de horário de trabalho começado a ser aplicado à totalidade dos profissionais de saúde em 1 de Julho de 2018, houve tempo suficiente, mais precisamente dois anos, para analisar os efeitos da passagem das 40 para as 35 horas e para se proceder ao planeamento do que havia para planear, no caso a contratação do equivalente à diferença entre aqueles dois regimes horários. O dinheiro não dá para tudo? Faça-se o exercício da hierarquização das prioridades. Mesmo assim, a saúde ficou a meio da tabela, numa escala, vá lá, de 0-10? Tirem-se as consequências políticas porque há responsáveis políticos.

Ficar-se à espera dois anos para responder aos défices anunciados e suficientemente conhecidos, mau grado as proclamações quase diárias de contratações, é um acto inqualificável. As primeiras páginas dos jornais e a comunicação social em geral passaram a ser o espelho da constante degradação em que os serviços públicos de saúde se encontram. As ordens profissionais e os sindicatos do sector não param de criticar e de se opor ao que se está a passar no SNS. Os partidos de esquerda exigem constantemente a presença da tutela na Assembleia da República para lhes darem explicações sobre o que se está a passar no sector. A direita exulta e esfrega as mãos na expectativa de retirar dividendos eleitorais. A síntese desta situação é uma jóia feita em estilhaços.

E no entanto isto não tinha de acontecer. Bastava que este governo tivesse vestido a camisola do Serviço Nacional de Saúde. A diferença equivale a alguns mil milhões de euros pagos pelo orçamento do SNS às empresas privadas de prestação de cuidados de saúde pela transferência de utentes para as suas unidades. Os quais deviam ser utilizados no serviço público se fosse essa a camisola que o governo tivesse decidido vestir desde que tomou posse. Porém, foi deixando que a falta de vontade política tomasse conta do sector, sempre com o argumento dos compromissos, do défice e da dívida para satisfação da teoria dos dois hemisférios, tipo pataca a mim pataca a ti, até ao dia em que as patacas fiquem todas do mesmo lado. Já não se trata de irresponsabilidade, trata-se da intencionalidade à solta, favorecendo as peças do outro lado do tabuleiro.

Aqui fica registado, por isso, o desafio ao primeiro-ministro, o mesmo que rubricou os acordos com o BE, o PCP e o PEV, e que nas suas palavras deseja ver repetida, se não o conteúdo, mas pelo menos a fórmula que na altura se conseguiu alcançar, para colocar o dossier da saúde pelo menos entre as três prioridades para as quais é necessário encontrar uma solução, e desde já uma linha de orientação.» 

10
Jul18

VÍDEO - ASSIM É SUBSTITUÍDA A RODA DE UM TREM DE ATERRAGEM DE UM BOEING 747

António Garrochinho



Devido ao pneu sem câmera, a nova geração, por sorte, jamais vai saber como é terrível trocar um pneu furado na estrada. Pior ainda seria se tivesse que trocar uma roda de um avião. Não tem muita diferença. É necessário um macaco e uma chave de roda, só que de um tamanho "um pouco maior". Porque cada uma das rodas do trem principal de um Boeing 747 pesa 228 quilos e mede 1,4 metros de comprimento.


A operação dura uns 30 minutos, dos quais mais ou menos a metade é utilizada para encher o pneu com nitrogênio a 200 libras por polegada quadrada. O nitrogênio é usado porque o vapor de água do ar se congelaria pelo frio. Outra coisa é quando há que mudar o trem de aterrissagem inteiro, uma operação que com um Airbus A380 leva duas semanas.

VÍDEO
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www.mdig.com.br
10
Jul18

Pormenores tramados

António Garrochinho


Lendo o recente acordo de concertação social ficava-se já com a percepção do pouco que o Governo  quer fazer na frente laboral contra a precariedade.

Mas analisando a proposta de lei do Governo - que será votada a 18 de Julho - verifica-se que ela foi bem além do acordo e - salvo melhor interpretação de jurista -, dá uma ideia do que o PS pensa sobre o momento actual, ou das pressões a que tem sido sujeito, e às quais cedeu.

Ou, pior, o que foi que colocou na proposta para ser cortado na negociação, para conseguir o que realmente quer. O que será que o Governo realmente quer?   

É entendimento deste Governo que a contratação colectiva é o fórum adequado para conseguir mais igualdade e impedir vácuos legais como os criados com a legislação aprovada desde 2009 (com o Governo PS e este ministro Vieira da Silva), prolongada desde 2011 com o Governo PSD/CDS. António Costa afirmou estar sensibilizado para essa realidade e o ministro Vieira da Silva sublinhou por diversas vezes (6/7/2018, ver 51m58s) os efeitos positivos de haver um número crescente de trabalhadores abrangidos.  

Por isso, muito se estranha aquilo que sobressai da proposta de lei do Governo. Nomeadamente quanto à contratação colectiva.

De todas, esta é a mais chocante:

 Cessação e suspensão da vigência de convenção coletiva ( Artigo 502.º)
À possibilidade de uma convenção colectiva poder cessar, acrescenta-se agora a possibilidade de poder cessar "no todo ou em parte". Mas mais grave: Ela pode caducar "decorrente de extinção de associação sindical ou associação de empregadores outorgantes". Ou seja, inagina-se - e já aconteceu no sector segurador - uma associação patronal decidir dissolver-se. O que acontece à convenção? Se o patronato decide suicidar-se, o acordo devia no mínimo preservar a convenção que a associação queria fazer caducar. Mas não: os patrões suicidam-se e levam consigo a convenção, que passa a vigorar como acordo de empresa do sector! Que conveniente!

Como dizia o jurista Jorge Leite, era como se, quando o Parlamento é dissolvido, morria toda a legislação!  

Escolha de convenção aplicável (Artigo 497.º) 

O que este artigo trata é dos trabalhadores que, laborando numa dada empresa, são abrangidos por várias convenções, assinadas por diversas associações patronais e sindicais. Neste caso, segundo o actual Código, o trabalhador tem de escolher uma das convenções, porque não se aplica o princípio da norma mais favorável.

Mas agora o Governo quer que ele apenas possa escolher "no âmbito do setcor de atividade, profissional e geográfico do instrumento escolhido", o que torna o universo de escolha mais restrito.

Actualmente, caso a convenção não tenha prazo de vigência, os trabalhadores são abrangidos durante o prazo mínimo de um ano. Mas agora o Governo estipula que a convenção "mantém-se até ao final da sua vigência, com o limite de um ano". Ou seja, caso a convenção caduque antes de um ano, também cessa para esse trabalhador, quando antes poderia aplicar-se-lhe durante um ano.

Se alterar a sua escolha, o Governo propõe agora que cesse de imediato a aplicação da convenção. Mas o que está em vigor prevê que, "caso o trabalhador, o empregador ou a associação em que algum deles esteja inscrito se desfilie de entidade celebrante, a convenção continua a aplicar-se até ao final do prazo de vigência que dela constar"...  O que acha que é melhor para o trabalhador? 

Denúncia de convenção coletiva 
(Artigo 500.º)
É fixado, aparentemente de forma mais restritiva para a denúncia, que a intenção de denunciar uma convenção "deve (...) ser acompanhada de fundamentação quantos a motivos de ordem económica, estrutural ou a desajustamentos do regime da convenção denunciada." Mas não parece ser uma grande dificuldade para uma associação patronal... 

Banco de horas grupal (Artigo 208.º-B) 
O banco de horas foi criado para que a empresa não tenha de pagar trabalho suplementar, mesmo apesar de o seu montante já ter sido reduzido a metade desde 2012. E o banco de horas grupal foi criado para contornar o caso em que, individualmente, o trabalhador se recuse. A opinião dos parceiros políticos do Governo quanto a esta polémica questão era o de que o banco de hora grupal passasse para o âmbito da negociação colectiva. Mas aqui o Governo inovou de diversas maneiras.

Primeiro, estabeleceu que passaria para o âmbito da negociação colectiva ou seria objecto de referendo. O mesmo é dizer que nunca passará para o âmbito da negociação colectiva.

Segundo: antes o trabalhador que não quisesse o banco de horas, era obrigado a aceitá-lo  (relatório CRL, pag 122), se 75% dos trabalhadores o aceitasse. Agora, o Governo propõe que seja 65% dos trabalhadores...!  E isso mesmo quando haja "alteração na composição da equipa, seção ou unidade económica". E se votarem, não podem desfazer quando quiserem. Têm de o aguentar pelo menos 2 anos. E para o pôr em causa, têm de conseguir que um terço dos trabalhadores abrangidos não o queiram. E se, nesse referendo, conseguirem a tal maioria de 65%, o banco mesmo assim só termina 2 meses depois... E caso não consigam os 65%, um novo referendo apenas pode ser feito um ano depois...  Tudo a favor do empregador. E a desfavor da articulação trabalho/vida familiar. 

A proposta de lei estabelece que o referido referendo deverá ser fiscalizado pelas estruturas representativas dos trabalhadores. Ora, esta questâo pode tornar-se num autêntico fogo fátuo.

Como é lembrado por Maria da Paz Campos Lima, a última European Company Survey da Eurofound apenas 8% das empresas com mais de 10 trabalhadores tem estruturas representativas de trabalhadores de qualquer tipo. Quem vai fiscalizar? Os Sindicatos? Não têm mais nada para fazer do que estar a fiscalizar em centenas de milhares de empresas a realização do banco de horas. Já não bastava a arregimentação da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) para fiscalizar nas empresas com menos de dez trabalhadores, agora mobiliza-se os Sindicatos no interesse patronal!  
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Resta uma dúvida ainda, suscitada por Maria da Paz Campos Lima: nas duas versões da lei, está previsto que o banco  de horas não se aplica quando as convenções colectivas disponham em contrário. Mas resta saber o que acontece naquelas convenções que são omissas sobre essa matéria. Ou ainda nas convenções colectivas que dispunham em contrário, mas que caducaram. Muito provavelmente aplica-se a lei... Ou seja, a lei torna-se mais negativa do que aquilo que os trabalhadores tinham. E o Governo sabe disso.  

Contratos a prazo (art 139º)

O artigo 139.º do Código permite que "o regime do contrato de trabalho a termo resolutivo (...) pode ser afastado por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho, com exceção da alínea b) do n.º 4 do artigo seguinte e dos n. os 1, 4 e 5 do artigo 148.º" Ou seja, a convenção pode actualmente ter condições mais recuadas do que a lei, à excepção do caso dos jovens ou desempregados de longa duração (mais de um ano); do caso do número de renovações do contrato a prazo, da duração do primeiro contrato de 18 meses para os jovens e outras durações; do caso da duração do trabalho a tempo incerto não ser superior a 6 anos.   

Ora, a nova redacção do mesmo artigo diz que "o regime do contrato de trabalho a termo resolutivo, (...) não pode ser afastado por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho, com exceção do n.º 2 do artigo seguinte e do artigo 145.º  Ou seja, esse número 2 especifica  o que se considera a "necessidade temporária da empresa", segundo a qual se pode recorrer ao contrato a prazo; o artigo 145º diz que, quando a empresa admite um trabalhador a contrato sem termo, o contratado a prazo tem preferência na admissão. Resultado: passa a ser possível que o contrato a prazo seja usado para mais situações do que as previstas actualmente na lei - legitimando as actuais situações ilegais de abuso face à lei, quando são usados para actividades permanentes. Por outro lado, deixa de colocar o contratado a prazo como preferencial para ser admitido permanentemente, aumentando a rotação de trabalhadores, já que esse trabalhador voltará ao desemprego.

Duração de contrato de trabalho a termo (Artigo 148.º)

Actualmente, o contrato de trabalho a termo certo pode ser renovado até três vezes e a sua duração não pode exceder: a) 18 meses, quando se tratar de jovens; b) Dois anos, nos demais casos previstos no n.º 4 do artigo 140.º (Ou seja, em caso de lançamento de de nova actividade ou início de laboração de empresa com estabelecimento abaixo de 750 trabalhadores; e para a contratação de qum estava à contratação de jovens e desempregados de longa duração); c) Três anos, nos restantes casos.

A proposta de lei diz que a duração do contrato de trabalho a termo certo não pode ser superior a dois anos. Ponto. Ou seja, parece que os jovens saem prejudicados. Depois, em caso de nova empresa, não poderá exceder dois anos, que era o que já estava em vigor... Mas o número limite de trabalhadores baixa de 750 para 250, o que não impede de abranger, ainda assim, a esmagadora maioria das empresas portuguesas.  

Contratos de muito curta duração (Artigo 142º)
Para que serve este tipo de contratos? Para "acréscimo excecional e substancial da atividade de empresa cujo ciclo anual apresente irregularidades decorrentes do respetivo mercado ou de natureza estrutural que não seja passível de assegurar pela sua estrutura permanente".
Ou seja,  este tipo de contrato já é uma aberração e que poderia ser coberto por um contrato a prazo.

Antes, este tipo de contratos - que tinham uma duração máxima de 15 dias - só poderia ser usados na actividade agrícola e de turismo. Agora, o seu prazo alarga-se para uma duração máxima de 35 dias - não se trata de uma duração mínima, mas máxima - e alarga-se o seu âmbito a TODAS as actividades. Refira-se que os contratos abaixo de 15 dias continuam a não de ser passados a escrito.  

Direitos do trabalhador com contrato intermitente (Artigo 160.º)

Como o próprio nome indicada, trata-se de contratos em que a "prestação de trabalho seja intercalada por um ou mais períodos de inactividade". O que está em vigor diz: "Durante o período de inatividade, o trabalhador tem direito a compensação retributiva em valor estabelecido em instrumento de regulamentação coletiva de trabalho ou, na sua falta, de 20% da retribuição base, a pagar pelo empregador com periodicidade igual à da retribuição." O trabalhador pode exercer outra actividade. 

O que se propõe? Que durante o período de inactividade, o empregador que o contratou o trabalhador por trabalho intermitente apenas tem de pagar o montante da retribuição deduzido do que o trabalhador receber na segunda activdade...! Ou seja, além de ser uma redução dos deveres do empregador, trata-se de um estímulo à actividade ilegal e não declarada, porque o empregado não tem interesse em declará-la! 

Forma e conteúdo de contrato de trabalho temporário
 (Artigo 181.º)
Este contrato de trabalho temporário é uma mina porque não está sujeito aos limites do contrato a prazo e pode ser prolongado indefinidamente, "enquanto se mantenha o motivo justificativo". O que se pretende fazer?  

Como se pode ler no texto actual, o contrato deve conter, entre outras coisas, os "motivos que justificam a celebração do contrato, com menção concreta dos factos que os integram" (alínea b). Mas agora, é introduzido uma pequena diferença: "Tendo por base o motivo justificativo do recurso ao trabalho temporário por parte do utilizador indicado no contrato de utilização de trabalho temporário, sem prejuízo do disposto nos artigos 412.º e 413.º, com as necessárias adaptações". E o que são esses artigos?  

Artigo 412.º Informações confidenciais
Artigo 413.º Justificação e controlo judicial em matéria de confidencialidade de informação

Não sei porquê, mas parece que se abriu campo para restringir mais a informação a prestar...  

Duração de contrato de trabalho temporário (Artigo 182.º) 
Perante a indefinição da sua duração ainda vigente, o Governo quer que apenas possa ser renovado 6 vezes. Mas ao mesmo tempo, exclui desse limite "o contrato de trabalho temporário a termo certo celebrado para substituição direta ou indireta de trabalhador ausente ou que, por qualquer motivo, se encontre temporariamente impedido de trabalhar". Ou seja, já se abriu uma porta para que volte a ser de duração indefinida. E como a informação pode ser confidencial...  

 Caducidade de contrato de trabalho a termo certo (Artigo 344.º)
O que está em vigor prevê que, no final do prazo do contrato, o empregador paga uma compensação de 18 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano de serviço. O que agora se pretende é que o empregador não paga caso"a caducidade decorrer de declaração do trabalhador"...

Artigo 40.º Licença parental inicial
O Governo quer acabar com o gozo da licença parental "em simultâneo pelos progenitores entre os 120 e os 150 dias", tal como previsto actualmente no CT. É possível que haja qualquer justificação, mas isto é o que se retira da comparação estrita entre a proposta e a versão em vigor do CT.

O que acha que decorre de todas estas alterações?
O que visará o Governo com estas mudanças?
O que fará o PS com esta lei?

10
Jul18

10 de Julho de 1902: É inaugurado o Elevador de Santa Justa, obra do engenheiro Raul Mesnier de Ponsard.

António Garrochinho


Do topo do elevador, inaugurado em 1902, descobre-se toda a Baixa lisboeta e o Castelo de São Jorge. Situado em pleno coração pombalino da cidade de Lisboa, o Elevador de Santa Justa é um verdadeiro ex-líbris da capital portuguesa, tornando-se visita obrigatória para qualquer turista que se desloque a Portugal. 

O Elevador de Santa Justa é um transporte público da era da arquitectura do ferro, subindo da Rua de Santa Justa, na Baixa, ao Largo do Carmo, sendo actualmente o único ascensor vertical na cidade, desde que, em 1915, desapareceu o da Biblioteca. 

A sua construção foi licenciada em 6 de Julho de 1899, com o projecto pioneiro a cargo do engenheiro francês R. Mesnier de Ponsard, ficando a obra a cargo da empresa Elevadores do Carmo.

A sua inauguração ocorreu a 10 de Julho de 1902 tendo, à época, sido apelidado de Ascensor Ouro-Carmo. 

Nos primeiros anos do seu funcionamento era movido a vapor, passando, a 6 de Novembro de 1907 a ser accionado por energia eléctrica. A diferença de nível entre o piso da estação inferior (Rua de Santa Justa, na Baixa) e o da superior (Rua do Carmo) é de trinta metros. 

Em Junho de 1902 ensaiaram-se máquinas e cabines e no mês seguinte, a 10 de Julho, o elevador inaugurou o serviço público. 

Nesse dia a chuva e a trovoada abateram-se sobre a cidade, mas nem mesmo assim esfriou o entusiasmo e a curiosidade de quantos quiseram experimentar o novo transporte ou apenas admirar o panorama. 

Era meio-dia quando, sob o olhar atento da multidão, se procedeu à experiência definitiva com as cabines transportando para a estação superior grande número de convidados e de representantes da imprensa. 

Pouco depois chegava o Secretário-geral do Governo Civil, Dr. Alberto Cardoso de Menezes, para presidir à cerimónia a qual teve lugar de imediato. Nessa ocasião, uma banda instalada no terraço do prédio do Conde de Tomar executou o hino nacional enquanto no ar subiam girândolas de foguetes.

O vistoso elevador de Santa Justa tem uma estrutura em ferro construída por viaduto metálico de 25 metros, apoiado ao meio num pilar de betão armado e, num dos extremos, numa torre metálica de 45 metros de altura. 

É fácil, assim, perceber a emoção que se sente durante os escassos minutos da lenta viagem, rumo aos céus. Mas quando se sai, quando as portas se abrem e o vento fresco acaricia a cara, é um mar de beleza que temos pela frente.


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Elevador de Santa Justa - Fotografia do início do século XX

Elevador de Santa Justa

10
Jul18

10 de Julho de 1940: A França dá início ao regime colaboracionista de Vichy

António Garrochinho


No dia 10 de Julho de 1940, no casino da cidade das águas de Vichy (Auvérnia, centro da França), a Assembleia Nacional, eleita em 1936, aprova a concessão de plenos poderes ao marechal Philippe Pétain, então conhecido como o “leão de Verdun”. Poucos deputados se opõem à decisão, que marca o fim da III República e o começo do que se denominou de “regime de Vichy”, um dos capítulos mais vergonhosos e humilhantes da história francesa.

Tudo começou com a invasão alemã de 10 de Maio de 1940 que, primeiramente,  empurrou a sede do governo francês de Paris para Bordéus e, em seguida, em 29 de Junho, de Bordéus para Vichy. A França estava incondicionalmente derrotada pelas forças de Hitler.

Entre finais de Junho e início de Julho, notou-se urgência no Executivo e entre os deputados presentes em Vichy em restaurar alguma autoridade capaz de negociar as condições da paz com o invasor e de tirar o país da crise nascida com o êxodo das populações civis e com a vergonhosa derrota militar - metade do território do país ocupado, incluindo Paris. A França ainda existia na base de um armistício assinado em 22 de Junho.

A ideia inicial partiu de Pierre Laval, então vice-presidente do Conselho de ministros, que propõe um projecto de lei constitucional confiando plenos poderes ao marechal, herói da I Guerra Mundial e que passara a ocupar o cargo de Presidente do Conselho (chefe de governo) há menos de um mês. O objectivo era que ele promulgasse uma nova Constituição garantindo “os direitos do trabalho, da família e da pátria”.

A priori, a vontade de restaurar uma autoridade forte não incluía a necessidade de suspender as leis constitucionais de 1875 e promulgar uma nova Constituição. Pétain gozava de sustentação parlamentar ampla e incontestável e de grande popularidade como herói de guerra.
O projecto de Laval é aprovado em 4 de Julho pelo Conselho e apresentado ao Parlamento no dia 8 de Julho. A exposição de motivos alegou “a necessidade de profunda reforma do sistema político da III República”. Entretanto, além de “dotar a França de um regime eficaz” o projecto de lei “permitiria compreender e aceitar a necessidade de uma revolução nacional” passando por um retorno aos “valores tradicionais”.

Na noite de 8 de Julho, o deputado radical-socialista Vincent Badie redige uma moção assinada por 27 deputados afirmando que, apesar de reconhecer “a necessidade imperiosa de uma reorientação moral e económica do nosso infeliz país” e “que se fazia indispensável conferir ao marechal Pétain, que nessas horas encarna tão perfeitamente as virtudes tradicionais, todos os poderes para levar a bom termo a obra da salvação pública e da paz” se recusavam a votar um projecto de lei que “conduziria inevitavelmente ao desaparecimento do regime republicano” ao confiar-lhe poderes ditatoriais.

A aplicação imediata de um artigo do regimento da Câmara de Deputados permitiu colocar o projecto de lei a voto. A emenda constitucional foi aprovada por 569 votos contra 80, 20 abstenções e 176 ausências.

Pierre Laval, então vice-presidente do Conselho, foi o encarregado de ler diante dos deputados a carta do marechal, solicitando plenos poderes com vista a elaborar uma nova Constituição. Assim que o pedido foi aceite, a Câmara foi dissolvida e o novo chefe de Estado, extrapolando a missão que lhe havia sido concedida, começa, aos 84 anos, uma carreira de ditador.

O marechal passa prontamente a ser objecto de um verdadeiro culto de personalidade.  Muitas sumidades colocam-se ao lado do homem apontado como grande vencedor da Batalha de Verdun, que determinou os rumos da I Guerra Mundial, com a esperança de regenerar o país graças a uma “revolução nacional”.

O que era para ser uma medida desesperada para retomar a soberania e dignidade francesas, num país que tinha sido facilmente ocupado pela Alemanha nazi, torna-se um governo fantoche e colaborador de Hitler, mandando milhares de judeus franceses para os famigerados campos de concentração, entre outras séries de irregularidades, abolindo direitos fundamentais e implantando um regime autoritário. Com direito a um pronunciamento oficial anunciando a França como uma nação colaboracionista em Outubro de 1940.

Após a libertação do país pelas tropas aliadas, a ordenação de 9 de Agosto de 1944, restabeleceu a legalidade republicana sobre o país, declarando nula e sem efeito a acta de 10 de Julho de 1940. Pétain acabou acusado de alta traição e crime de indignação nacional, é condenado à pena de morte - pena que é transformada em prisão perpétua pelo seu sucessor, o líder da resistência francesa, Charles de Gaulle. Morre na prisão, em 1951.
Fontes: Opera Mundi
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O Marechal Philippe Pétain por Marcel Baschet 

Pétain e Hitler em Montoire
10
Jul18

10 de Julho de 1895: Nasce o compositor Carl Orff, autor da cantata cénica, Carmina Burana

António Garrochinho

Carl Orff foi um compositor alemão, nascido no dia 10 de julho de 1895 e falecido a 29 de março de 1982. Carl Orff recusava-se a falar publicamente sobre o seu passado. Sabe-se que era oriundo de uma família da alta burguesia bávara, muito ativa na vida militar alemã.
Orff estudou na Academia de Música de Munique até 1914. Serviu então nas forças armadas durante a Primeira Guerra Mundial. Posteriormente, atuou nas óperas de Mannheim e Darmstadt, retornando depois a Munique, para continuar os seus estudos musicais. Inicialmente influenciado por Richard Strauss  e Schoenberg, a sua obra é marcada por uma acentuada qualidade dramática, sustentada em estruturas rítmicas e  efeitos emocionais fundamentais. Contudo, a sua maior contribuição  situa-se na área da pedagogia musical, com o Método Orff de ensino musical, baseado na percussão e no canto. Orff criou um centro de educação musical para crianças e leigos em 1925, no qual trabalhou até à data do seu falecimento.
A sua cantata cénica, Carmina Burana, é a sua obra mais 
famosa.
Carl Orff. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.






VÍDEO

estoriasdahistoria12.blogspot.com
10
Jul18

10 de Julho de 2004: Morre Maria de Lourdes Pintasilgo, engenheira química, primeira-ministra no V Governo Constitucional

António Garrochinho


Política portuguesa, Maria de Lourdes Ruivo da Silva Pintasilgo nasceu a 18 de janeiro de 1930, em Abrantes, e faleceu a 10 de julho de 2004, em Lisboa. 

Tendo-se mudado para Lisboa, aos 12 anos era já, no Liceu Filipa de Vilhena, responsável por todo o núcleo do Movimento Feminino Português. Em 1947 ingressou no Instituto Superior Técnico para tirar o curso de Engenharia Química. Em 1961, na Holanda, dedicou-se por inteiro ao movimento religioso Chamamento do Graal.
Regressou a Portugal em 1969 e dois anos depois foi convidada a representar Portugal na Organização das Nações Unidas, o que aceitou. Em 1974, recebeu a Revolução de abril com entusiasmo, tendo sido secretária de Estado da Segurança Social do Primeiro Governo Provisório. Devido à crise política instalada, foi convidada pelo presidente da República António Ramalho Eanes para o cargo de primeiro-ministro, que exerceu durante cem dias, em 1979.

Em 1983, fundou o Movimento para o Aprofundamento da Democracia (MAD). Dois anos mais tarde e após vários contactos, entre os quais com Ramalho Eanes, Maria de Lourdes Pintasilgo foi candidata à Presidência da República, vindo a ser derrotada na primeira volta das eleições.

Após a derrota, de uma maneira geral, dedicou-se à reflexão política (sem filiação em qualquer partido) e à intervenção em movimentos católicos. Presidiu à Comissão Internacional para a População e Qualidade de Vida e ao "Comité des Sages" da Comissão Europeia.
Publicou várias obras, como Sulcos do Nosso Querer Comum (1980), Imaginar a Igreja (1980) e Os Novos Feminismos: Interrogação para Cristãos (1981).
Fontes: Infopédia
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10
Jul18

Austeridade perpétua?

António Garrochinho


Se as sociedades se comportassem de acordo com os modelos que construímos, em particular de acordo com as simulações na folha de cálculo feitas em Bruxelas, teríamos austeridade para mais de 20 anos. Porquê? Para fazer convergir o peso da dívida pública de 126% para 60% do PIB.

Contudo, sabendo nós que as sociedades são sistemas vivos que também procuram sobreviver, a única atitude sensata é tratar esses exercícios como pura engenharia social. O conceito de saldo estrutural do orçamento do Estado é um desses exercícios. Para uma análise crítica do conceito que é o alicerce teórico da nova austeridade que nos está a sufocar, ver neste blogue aqui e aqui. No blogue de William Mitchell, ver este texto.

Importa lembrar que, quando sujeitas a pressões intoleráveis, as sociedades recorrem às forças políticas que estiverem disponíveis para pôr em causa o sistema, usando-as como instrumento de recuperação das condições da sua sobrevivência enquanto comunidade. Mesmo que a saída acabe por se revelar falhada e destrutiva, o caso da saída pelo fascismo. É disso que fala Karl Polanyi no início do capítulo XX de A Grande Transformação

Se existiu alguma vez um movimento político que respondia às necessidades de uma situação objectiva e não era resultado de causas fortuitas, esse movimento foi o fascismo.
Tendo em conta que os países do centro da Zona Euro recusam liminarmente uma reestruturação da dívida pública das periferias, a alternativa seria a ruptura com a moeda única. Contudo, na Zona Euro, a esquerda tem-se recusado a ser o instrumento político para a recuperação das condições de sobrevivência das sociedades. Recusando o fim do euro, a esquerda está a pagar o preço eleitoral dessa escolha e tornou a extrema-direita no único instrumento disponível para a sobrevivência das sociedades europeias.

Em Portugal, no debate parlamentar, os benefícios líquidos de uma ruptura com a moeda única nem sequer são invocadas pelos partidos da esquerda quando se discutem as consequências da nova austeridade. Portanto, resta-nos esperar que, na Itália, a direita faça de forma competente o que a esquerda se recusou sequer a admitir. E, por isso mesmo, deixou de ser eleitoralmente relevante.

10
Jul18

Reclamações contra empresas de cobrança de dívidas aumentam 210%

António Garrochinho

O Portal da Queixa registou no primeiro semestre do ano, um aumento significativo das reclamações dirigidas a empresas de cobrança de dívidas. Principais motivos prendem-se com o comportamento abusivo, dívida prescrita, ou desconhecida.
As reclamações contra empresas de cobrança de dívidas subiram para 210% entre janeiro e junho deste ano. Este valor representa um total de 180 queixas e foi registado pelo ‘Portal das Queixas’.
Entre as dez empresas que mais viram as reclamações aumentar entre o último ano e 2018, destacam-se a  “Whitestar Asset Solutions” (com uma variação de 1700%), correspondente a uma subida de duas queixas para 36, a Servdebt (com uma variante de 800%) num aumento de uma para nove reclamações e a Intrum (numa variação de 241%) com uma subida de 27 para 92 queixas.


Os três principais motivos estão relacionados com o comportamento abusivo, dívida prescrita, ou dívida desconhecida. Neste último caso o ‘Portal das Queixas’ revela ser uma questão “preocupante, pois existem diversos consumidores que afirmam desconhecer a existência da dívida e outros que referem tratar-se de uma burla”.
O ‘Portal das Queixas’ fala também do problema da legalidade, “uma vez que, são facultados dados pessoais às empresas sem o consentimento dos consumidores, originando também várias reclamações”. Este tema já foi discutido no Parlamento logo no mês de janeiro com três deputados do Partido Socialista (PS) a terem apresentado um projeto de lei, por forma a criar um regime para a cobrança extrajudicial de créditos.
As regras deste projeto de lei são mais rígidas no contato das empresas com os devedores. Os cobradores não poderão manter contato com terceiros que não sejam o próprio devedor, ou o seu advogado para cobrar a divida.
Para quem cometer as infrações está previsto um conjunto de coimas. Se violar a regra que proíbe métodos que possam intimidar os devedores arrisca uma multa que pode ir aos 2.500 euros para os singulares e aos 20 mil euros para empresas. O acesso indevido à atividade pode levar a uma multa máxima de 44 mil euros.

www.jornaleconomico.sapo.pt

10
Jul18

prioridades

António Garrochinho



"É muito bonito andarem assim com o coração nas mãos por causa dos miúdos na gruta da Tailândia, só é pena não pensarem nos miúdos nos barcos do Mediterrâneo; preocupam-se tanto com os animais abandonados mas não querem saber dos sem-abrigo; acham bem criminalizar a palmada dada aos filhos mas não se preocupam com os meninos da rua na América Latina; gastam num vestido de festa o dinheiro que podia alimentar uma aldeia africana durante um mês..."

Meus amigos, cada um é livre de se preocupar com o que lhe apetecer, e de varrer como lhe apetecer em frente à sua porta.

Escolham as vossas prioridades, e façam alguma coisa para melhorar a vida dos miúdos no Mediterrâneo, dos sem-abrigo, dos meninos da rua e dos famintos. E desamparem a loja dos que sofrem com os miúdos na gruta tailandesa, com os animais abandonados, com a violência contra crianças. Em vez de gastar a vossa energia a criticar as escolhas dos outros, façam vocês o que acham que deve ser feito.




10
Jul18

A subordinação à NATO

António Garrochinho


Recusando-se imediatamente a assumir a sua independência perante os Estados Unidos e a submeter-se à influência dos contestatários europeus, um grupo de Estados liderados pela França optou por reforçar a sua subordinação à NATO.
Duas Cimeiras, ambas em Bruxelas, num espaço de duas semanas, representam a condição da situação europeia.
A reunião do Conselho Europeu, em 28 de Junho, confirmou que a União, baseada nos interesses das oligarquias económicas e financeiras, relativos às grandes potências, está a desmoronar-se devido a conflitos de interesses e não apenas devido à questão dos migrantes.
O Conselho do Atlântico Norte – no qual participarão, em 10 e 11 de Julho, os Chefes de Estado e de Governo dos 22 países da UE (num total de 28) membros da Aliança (com a Grã-Bretanha de saída da União) - reforçará a NATO sob comando USA.
O Presidente Trump terá, assim, na mão, cartas mais fortes na Cimeira bilateral que acontecerá cinco dias depois, a 16 de Julho, em Helsínquia, com o Presidente Vladimir Putin, da Rússia. O que o Presidente dos EUA estabelecerá na mesa de negociações dependerá fundamentalmente da situação da Europa. Não é segredo que os EUA nunca quiseram uma Europa unida como aliada paritária. Durante mais de 40 anos, aquando da Guerra Fria, têm-na mantido subordinada e na primeira linha de confronto nuclear com a União Soviética.
Em 1991, acabada a Guerra Fria, os Estados Unidos temem que os aliados europeus possam questionar a sua liderança ou considerar a NATO como inútil, ultrapassada pela nova situação geopolítica. Daí a reorientação estratégica da NATO, sempre sob comando USA, reconhecida pelo Tratado de Maastricht como “fundamento da defesa" da União Europeia e o seu alargamento para Leste, ligando os antigos países do Pacto de Varsóvia ainda mais a Washington do que a Bruxelas.
Durante as guerras pós-Guerra Fria (Iraque, Jugoslávia, Afeganistão, novamente o Iraque, Líbia, Síria), os Estados Unidos negociam em segredo com as principais potências europeias (Grã-Bretanha, França, Alemanha) repartindo com elas, áreas de influência, enquanto das outras (incluindo a Itália) conseguem o que querem sem concessões consideráveis.
O objectivo fundamental de Washington é não só manter a União Europeia numa posição subordinada, mas, sobretudo, impedir a formação de uma área económica que abranja toda a região europeia, incluindo a Rússia, ligando-se à China através da Nova Rota da Seda que está a surgir. Daí, em 2014, com a crise na Ucrânia (durante a Administração Obama), a nova Guerra Fria que fez explodir na Europa, sanções económicas e a escalada da NATO contra a Rússia.
A estratégia de "dividir e reinar", isto é, de dividir para dominar, primeiro disfarçada sob roupagens diplomáticas, está agora exposta à luz.
Ao reunir-se em Abril com o Presidente Macron, Trump propôs que a França saísse da União Europeia, oferecendo condições comerciais mais vantajosas do que as da União Europeia. Não sabemos o que estão a decidir em Paris. É significativo, contudo, o facto de que a França tenha lançado um plano que prevê operações militares conjuntas de um grupo de países da UE, independentemente dos mecanismos de decisão da própria União Europeia: o acordo foi assinado em Luxemburgo, em 25 de Junho, pela França, Alemanha, Bélgica. Dinamarca, Holanda, Espanha, Portugal, Estónia e pela Grã-Bretanha, que assim, poderá participar após a sua saída da UE, em Março de 2019.
A Itália, especificou a Ministra da Defesa francesa, Parly, ainda não assinou por “uma questão de detalhes, não de substância”.
O plano foi, de facto, aprovado pela NATO, pois "completa e fortalece a prontidão das forças armadas da Aliança". E, sublinha a Ministra da Defesa italiana, Trenta, visto que “a União Europeia deve tornar-se um produtor de segurança a nível global; para fazê-lo, deve reforçar a sua cooperação com a NATO ".

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10
Jul18

A lavagem do cérebro e os interesses

António Garrochinho



TUDO ! PRATICAMENTE QUASE TUDO NESTE MISERÁVEL PAÍS ESTÁ DEBAIXO DAS PATAS DA DIREITA FASCISTA, A MAIS RETRÓGRADA, A SAUDOSISTA E A QUE SENDO MODERNA, EM TUDO COPIA O SISTEMA DA "ANTIGA SENHORA".

PARA DETERMINADA GENTE QUE SE JULGA ÚNICA NO PLANETA E EVOCANDO RAZÕES DO SEU UMBIGUISMO E CEGUEIRA, O STALINE É QUE É O CULPADO, QUANDO NASCIDOS NUM PAÍS GOVERNADO PELO SALAZAR/CAETANO E AGORA COM QUASE OUTROS CINQUENTA ANOS DE FASCISMO MODERNO PS/PSD/CDS NÃO PERDEM UMA OPORTUNIDADE PARA ABRIREM A BOCA PARA SOLTAR MERDA E DESCONHECIMENTO DO PÁIS ONDE NASCERAM E QUE TANTO DIZEM "AMAR"

AMAM SIM O ORDENADO E PISADOS PELAS BESTAS QUE SERVEM, NÃO TÊM TOMATES PARA APONTAR ONDE ESTÃO OS DEFEITOS E AS CULPAS, OPTANTO POR ENVEREDAR PELA VERBOREIA FASCISTA QUE RECEBEM NA LAVAGEM DO CÉREBRO.

PARA ESSES PEDITÓRIOS CÁ O RAPAZ NÃO DÁ E COMBATE-OS DA MANEIRA QUE PODE, PONDO A NU A HIPOCRISIA DE TANTA GENTE QUE TENTA MOSTRAR O QUE NÃO É, E QUE PODE GANHAR O PÃO TENDO MAIS JUÍZO NO LUGAR ONDE COLOCAM A BÓINA.

António Garrochinho

10
Jul18

SEM PAPAS NA LÍNGUA - A DEMOCRACIA BURGUESA, NO SEU SISTEMA "DESGALGADO" PAPISTA, E QUE ACABA POR SERVIR SÓ OS SEUS PROTAGONISTAS E NÃO A MAIORIA DOS QUE TRABALHAM E SÃO VÍTIMAS DOS ATROPELOS E INJUSTIÇAS, JÁ NÃO É CAPAZ DE SOLUCIONAR COM VERDADE

António Garrochinho





A DEMOCRACIA BURGUESA, NO SEU SISTEMA "DESGALGADO" PAPISTA, E QUE ACABA POR SERVIR SÓ OS SEUS PROTAGONISTAS E NÃO A MAIORIA DOS QUE TRABALHAM E SÃO VÍTIMAS DOS ATROPELOS E INJUSTIÇAS, JÁ NÃO É CAPAZ DE SOLUCIONAR COM VERDADE OS SEUS CAMINHOS DE CEDÊNCIA AO CAPITALISMO, OS SEUS DEVANEIOS E CONVENIÊNCIAS E CONFRONTADA COM O QUE RESTA DAS VOZES DOS MAIS CONSCIENTES OPTA POR DENEGRI-LOS ATRAVÉS DAQUELES QUE MAIS PARECEM "CÉREBROS DE ALUGUER" QUE UTILIZAM A CALÚNIA O DESRESPEITO E O ABUSO ESCANDALOSO, AO ACUSAREM GRATUITAMENTE CIDADÃOS DE LUTA, QUE SEMPRE FORAM ÍNTEGROS E TRANSPARENTES, AO CONTRÁRIO DOS ALARVES QUE APARECEM NAS REDES SOCIAIS COM POSIÇÕES REACCIONÁRIAS, APENAS A DEFENDEREM O SEU POSTO DE TRABALHO E O CARNEIRISMO SUBMISSO E NÃO A CLASSE TRABALHADORA A QUE DIZEM PERTENCER E SE EMBANDEIRAM EM PORTA ESTANDARTE.

A HISTÓRIA TEM-NOS DADO OS RESULTADOS DESTES TRAFULHAS QUE USURPANDO IDEOLOGIAS QUE NÃO POSSUEM TÊM MUDADO PARA PIOR A VIDA DOS CIDADÃOS DE PORTUGAL, DA EUROPA E DO MUNDO..

CLARO QUE QUEM PERDE É O POVO E NÃO OS QUE JÁ SE AFORRALHARAM E CUIDARAM DA SUA VIDA IMEDIATA E MESMO FUTURA, E CONTINUAM A LANÇAR POEIRA PARA OS OLHOS DOS QUE CONSIDERAM DE ESPÉCIME INFERIOR, OU SEJA ESTÚPIDOS E PARVINHOS QUE NÃO ENTENDEM O JOGO DOS OPORTUNISTAS QUE OS LIXAM A E TRAEM A CADA SEGUNDO.


António Garrochinho

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