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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

19
Jul18

livros

António Garrochinho


dos livros, muitos, amarelecidos
dos frutos proibidos
de tudo bebi
desde criança
que o horizonte, essa janela aberta
me despertou, ainda desperta
no amor, na luta, nos sentidos
e se muitos me deram, amor, paz, esperança
me arrastaram na borrasca e me estenderam no areal da bonança
a eles muito devo como ao sol
por me aquecerem em paixão
por iluminarem trevas no meu coração
por me darem coragem lucidez
confiança





António Garrochinho
19
Jul18

PORQUE SE PUBLICA ?

António Garrochinho



POR VEZES AS PESSOAS VÊM PARA O "FACEBOOK" COM REFLEXÕES QUE COLOCAM À DISCUSSÃO DOS AMIGO(A)S E DOS QUE TÊM ADICIONADOS.
ACONTECE E COMO É NATURAL QUE MUITAS OPINIÕES DIVERGEM.

HÁ QUEM PEÇA EXPLICAÇÕES, HÁ QUEM ACRESCENTE MAIS UNS "PÓZINHOS" À REFLEXÃO E HÁ QUEM SIMPLESMENTE SUBSCREVA CONCORDANDO OU DANDO UM SONORO "NÃO" À PUBLICAÇÃO..

ORA BEM ! O QUE EU ESTRANHO É QUE POR VEZES NOS QUE SE MANIFESTAM DANDO A OPINIÃO, ANALISANDO A PUBLICAÇÃO, POR VEZES RECEBEM DE QUEM REFLECTE, ESCREVEU E COLOCOU NA PÁGINA O SEU PARECER, RECEBEM, DIZIA EU, A RESPOSTA NUA, CRUA E FRIA: NÃO É POR AÍ QUE EU QUERO LEVAR O ASSUNTO, NÃO É POR AÍ QUE EU ESCREVO ISTO, NÃO É, NÃO FOI COM ESSA INTENÇÃO QUE ESCREVI O QUE ESCREVI ETC ETC.

PASMEM-SE AGORA ! MUITAS DAS VEZES A RESPOSTA FICA-SE POR AQUI E OS QUE QUISERAM INTERAGIR FICAM ÀS MOSCAS A FALAR SÓZINHOS, MESMO TENDO A CORDIALIDADE, A VONTADE DE PARTICIPAÇÃO.

A PERGUNTA É: ENTÃO PORQUE SE PUBLICA ?

ENTÃO SE NÃO SE CUMPRE O ADÁGIO QUE DA "DISCUSSÃO SE FAZ A LUZ" PARA QUÊ PUBLICAR E DEIXAR TODA A GENTE NAS "COVAS" ?

ASSIM NÃO PASSA A REFLEXÃO DE UM MONÓLOGO OU DE UM APALPAR DE TERRENO, ONDE SE FICA A SABER A OPINIÃO DE MUITOS, SEM QUE SE DÊ QUALQUER EXPLICAÇÃO, SE PROMOVA O DEBATE, AS INTENÇÕES COM QUE SE FEZ A PUBLICAÇÃO E SE HÁ MAIS ALGUMA COISA NO PENSAR DA PESSOA QUE ESCARRAPACHOU NO "FACEBOOK" O SEU FALAR QUE ASSIM FICA POBRE E NO MÍNIMO EGOÍSTA



António Garrochinho
19
Jul18

E se a luta social estivesse apenas a começar?

António Garrochinho




 Rémy Herrera     
Em França, o governo Macron suspirava pela chegada das férias, na esperança de que essa pausa fizesse cessar as grandes lutas com que se tem deparado. E prepara nova e ainda mais grave ofensiva: a destruição do sistema público de segurança social. Deve recordar-se que, em momentos anteriores, esse objectivo conduziu às maiores mobilizações de massas desde Maio de 1968. O regresso ao trabalho pode trazer a Macron ainda maior luta dos trabalhadores e popular.




A chegada do Verão, sinónimo de férias, é aguardada com impaciência por todos os trabalhadores; mesmo por aqueles que lutam por justiça e sabendo que, durante dois meses, as suas lutas serão conduzidas de forma intermitente, senão mesmo postas entre parênteses, até à reentrada em Setembro. Desta vez, no entanto, na tempestade social que sacode o país desde o início do ano, era sobretudo o governo quem achava que as férias de Verão demoravam a chegar. 

Nas esferas de poder, alguns certamente estão convencidos de terem vencido a guerra. 

A guerra social que os capitalistas – que em 3 de Julho elegeram para dirigir a sua organização patronal (MEDEF) um puro descendente da nobreza francesa, Geoffroy Roux de Bézieux – e o seu dedicado presidente-monarca Macron lançaram contra o povo. 

No entanto, tudo leva a crer que a grande confrontação ainda está para vir. As coisas sérias estão apenas a começar.


As forças neoliberais já estão alinhadas em ordem de batalha, prontas para a próxima ofensiva. Será a “reforma” das pensões de aposentação, nova etapa para a demolição da protecção social dos trabalhadores. 

Para fazer isso foi nomeado um “alto-comissário,” Jean-Paul Delevoye – homem de direita, acumulando mais de 80 anos de mandatos políticos, ex-ministro sob Jacques Chirac, que se juntou ao partido do actual Presidente – La République en Marche! É encarregado de elaborar o projecto de lei sobre pensões que o Governo apresentará ao Parlamento em 2019, no quadro do PACTO (Plano de acção para o crescimento e a transformação das empresas).
Sob o pretexto de “harmonizar” os regimes de aposentação e de “alinhar” o sistema actual na função pública com o do sector privado, o que se pretende é a promoção de mercados de poupança-reforma, de acordo com os desejos dos bancos e empresas seguradoras. 

O projecto prevê bloquear as contribuições para a Segurança Social, condenando assim os montantes das pensões a baixarem à medida que aumentar o número de aposentados e a esperança de vida. 

Nenhuma garantia é concedida aos investimentos em poupanças quanto ao nível das suas pensões, confiados às variações das cotações bolsistas (nem mesmo sobre as possibilidades de recuperarem as suas economias)! 

É de facto uma privatização dissimulada do regime de pensões que está à vista. E o colocar em risco, em consequência da captura de uma parte das poupanças dos aposentados, o financiamento da Segurança Social em França. A finança globalizada - e os fundos de pensões, frustrados desde a crise de 2008 por taxas de juro de quase zero -, esfregam as mãos! 

No fim de contas, não foi para isso que escolheram Macron?

O sistema ideal é o que permite garantir para todos a continuidade do seu melhor nível de vida na carreira, quando da passagem da actividade para a reforma. Apesar das recomendações da Comissão Europeia, do FMI e da OCDE a favor da capitalização, o sistema francês funciona ainda amplamente – felizmente – na base da repartição: as contribuições actuais financiam os aposentados actuais e estas contribuições são constitutivas dos futuros direitos à reforma, através da solidariedade intergeracional e da obrigação de qualquer activo de contribuir. 

Este regime, com prestações garantidas, é seguro porque financiado pelas contribuições do total dos salários nacionais. Isso, sem recorrer aos mercados financeiros, portanto sem o risco dos desastres no mercado de acções.


É esta solidariedade que os anos de neoliberalismo enfraqueceram, sem a conseguirem desmantelar. 

É este sistema que o Presidente Macron às ordens da finança quer destruir. É este sistema de pensões que será necessário em breve defendermos, para o reforçar e universalizar. O problema das reformas não é demográfico; é uma questão de justiça social. 

Trata-se de uma escolha profunda da sociedade: ou a solidariedade ou cada um por si.


As elites dirigentes, arrogantes e impulsionadas por uma relação de forças historicamente favorável ao capital, devem no entanto recordar-se que em 1995 as maiores mobilizações populares após o Maio de 1968 foram precisamente lançadas defesa do sistema de reformas. Poderosas greves paralisaram então o país por mais de um mês (Novembro - Dezembro), e forçaram o governo da época (o de Juppé, primeiro-ministro de Chirac) a abandonar a sua “reforma”, sob a pressão de dois milhões de manifestantes. 

Em 2010, sob Sarkozy, outros três milhões de manifestantes não foram suficientes para deter a máquina infernal neoliberal. Quantos milhões seremos necessários em 2019 para forçar Macron a pôr-se “em marcha…atrás”?



www.odiario.info

19
Jul18

Plenários na Autoeuropa reafirmam domingo pago a 100%

António Garrochinho



A maioria dos trabalhadores dos dois primeiros turnos da Autoeuropa aprovou o caderno reivindicativo para 2019. O documento prevê aumentos salariais de 4% e o pagamento do trabalho ao domingo a 100%.

De acordo com a Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa, nos dois plenários realizados esta manhã, cerca de 2000 trabalhadores aprovaram o caderno reivindicativo proposto para 2019, com «muito poucos votos contra», faltando apenas o plenário da tarde.
Entre as medidas do caderno reivindicativo, a CT não só defende um aumento salarial de 4%, com um mínimo de 36 euros para todos, como também o pagamento do trabalho ao domingo a 100%, ficando mandatada para colocar as reivindicações nas negociações com a administração.
O diferendo entre ambas as partes passa essencialmente pela remuneração do trabalho ao domingo, com a implementação da laboração contínua a partir de Agosto, a qual os trabalhadores querem que seja paga a 100%, tal como já são ao sábado, mas a empresa pretende que conte como um dia normal de trabalho.
Entre outras medidas, o caderno reivindicativo prevê o aumento do valor de alguns prémios atribuídos, mais dois ou três dias de férias, a integração no quadro de pessoal, até Setembro de 2019, de mais 400 trabalhadores, a garantia de não haver ?????nenhum despedimento colectivo durante a vigência do acordo, bem como a entrega extraordinária da quantia de 100 mil euros para o fundo de pensões, a dividir de forma igual por todos os trabalhadores.



www.abrilabril.pt



19
Jul18

presente

António Garrochinho

eu sou como todos
gosto, desgosto
disposto aqui à beira mal plantado
vim porque a isso fui forçado
vim e não pretendo fazer mal a ninguém
aos que praticam o bem sou submisso
aos do mal combato-os dando-lhes o sumiço
pois quem combate o mal
não faz sofrer ninguém
os livros, a história, dizem isso
vim da terra assombrada
como diz o cantor
e a ela, a minha mãe, dou valor
para lá da carnal a que me pariu
a que mesmo lhe rasgando as entranhas
não desistiu
vim
e do fim cada vez mais perto
por não ser imortal
também no meio da minha gente
digo
estou presente
neste cantinho a que pertenço
Portugal





António Garrochinho
19
Jul18

Ouvir estrelas

António Garrochinho


"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
(Olavo Bilac)

19
Jul18

COMO O DINHEIRO, O TACHO, MUDA OS QUE ANTES DIZIAM SER IMUTÁVEIS.

António Garrochinho



Isto a propósito de uma senhora a Maria José Morgado distinta "revolucionária" do PUM PUM de outros tempos que antes "odiava" os ricos e agora já não.

A senhora procuradora à qual calaram o bico com os tachos que lhe foram proporcionando e que depois de escrever uns livros apareceu por aí aos olhos do povo como uma heróina da honestidade, é hoje uma senhora que distribui entrevistas sábias e análises de levar a peito.

Pudera! está já com uns anitos em cima, já passou por muita "luta" na juventude e agora agarrada a uma vidinha boa que de certeza lhe dará uma reforma daquelas douradas, resolveu numa entrevista dizer que ainda bem que a revolução não se
fez !
a revolução da extrema esquerda note-se !

Disse a procuradora que nessa altura era jovem e só fazia disparates ! ela que sempre se arvorou em revolucionária da extrema esquerda onde agora casca.
Situar o PUM PUM em algo ligado à esquerda faz-me rir mas isso é a minha opinião.

Claro que não é preciso ter dois palmos de testa para interpretar as palavras da senhora procuradora que se foi torcendo e adaptando aos que lhe foram arranjando as colocações e ela em troca, e do alto do seu escadote, foi agradecendo com umas "papaias" umas bocas elogiosas aos que antes nem podia ver.

Está "desculpada" a senhora procuradora ou não fosse ela daquele grupelho que nunca quis a revolução verdadeira mas sim o tacho e o poder dos pseudo revolucionários da caca, que prestaram bons serviços ao fascismo enquanto denegriam os comunistas verdadeiros e ainda denigrem.

Ela, o Arnaldo, o Cherne Barroso,o Crato, e toda a escumalha que se foi vendendo ao poder do capital deveriam sim estar calados já que se abotoaram e bem, à custa da trafulhice, da traição e muitos deles têm as mãos sujas de sangue de inocentes.

Sei senhora procuradora que você se acha a mais pura e íntegra mas o que você acha não corresponde à opinião de que tenho da sua pessoa, eu, e de certeza milhares de portugueses e portuguesas.

A propaganda que lhe foi feita para a sua subida foi feita por quem ? Quem lhe estendeu o tapete ? qualquer dia dirá tal como a sua colega que não existe corrupção em Portugal e tudo aquilo que você escreveu foram autênticos disparates da "juventude"
Passe bem !



António Garrochinho
19
Jul18

João Fernandes toma posse como presidente da RTA a 27 de Julho

António Garrochinho


João Fernandes assume funções para os próximos cinco anos
João Fernandes vai tomar posse como presidente da Região de Turismo do Algarve no dia 27 de Julho. A cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da RTA, eleitos em Maio, vai ter lugar na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, em Faro, às 17h00.
A sessão vai contar com a presença dos secretários de Estado do Turismo, dos Assuntos Europeus, da Cultura, das Florestas e dos Desenvolvimento Rural e das Pescas.
Além de João Fernandes, a nova equipa diretiva da RTA, que assume funções para os próximos 5 anos, é constituída por Fátima Catarina, atual presidente do conselho de administração da Infralobo, que será a vice-presidente desta entidade, e por Nuno Monteiro, diretor-geral do hotel Cerro Mar e vice-presidente da Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA).
Na mesma ocasião, Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), assumirá a presidência da mesa da Assembleia-Geral da RTA, onde será acompanhado por Isolete Correia, diretora-geral da Marina de Vilamoura.
João Pedro Ferreira Caldas Fernandes, de 44 anos, é licenciado em Engenharia do Ambiente e pós-graduado em Gestão Empresarial pela Universidade do Algarve. Aperfeiçoou a sua formação na área do turismo na Ecole Hôtelière de Lausanne, Hospitality Management Institute e Universidade Nova de Lisboa.
Atualmente, é vice-presidente da comissão executiva da RTA, cargo que ocupa desde 2013. Entre 2013 e 2014 foi, igualmente, vice-presidente da Associação Turismo do Algarve. Entre 2009 e 2013 foi o diretor do agrupamento de Escolas de Hotelaria e Turismo do Algarve, do Turismo de Portugal e, nessa condição, membro da assembleia geral da RTA (2009-2013), diretor (2009-2013).
Também foi o coordenador do Núcleo de Planeamento, Avaliação e Certificação no Centro de Formação Profissional de Faro do IEFP (2006-2009), entre outras funções na área da qualificação dos recursos humanos para o turismo.


www.sulinformacao.pt


19
Jul18

Centros da madre Teresa sob suspeita de venda de bebés

António Garrochinho
     
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O governo da Índia ordenou uma inspecção a todos os centros para crianças geridos pela congregação católica da Madre Teresa no país, após a detenção de uma das suas freiras por alegadamente vender bebés.
A ministra das Mulheres e do Desenvolvimento da Criança, Maneka Gandhi, instou as autoridades locais "a inspeccionarem imediatamente os centros para crianças geridos pelas Missionárias da Caridade", a congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, indica um comunicado divulgado na segunda-feira à noite.
No início de Julho, a polícia indiana deteve uma freira e um empregado de um daqueles centros, que dava assistência a grávidas e mães solteiras em Ranchi, capital do estado de Jharkhand (leste), e que teriam vendido crianças.

A superiora geral da ordem, irmã Mary Prema, lamentou o assunto e dissociou a congregação das acções de uma pessoa. "Cooperamos com as investigações e estamos abertos a qualquer inquérito livre e justo", declarou num comunicado.A adopção ilegal é um negócio importante na Índia. Perto de 90 mil crianças desaparecem anualmente, segundo os dados oficiais. Algumas são dadas por pais pobres, outras são raptadas no hospital ou em estações de comboios.
As Missionárias da Caridade foram fundadas em Calcutá em 1950 pela Madre Teresa, uma religiosa albanesa que se tornou um ícone mundial da compaixão. Recebeu o prémio Nobel da Paz em 1979 e morreu em 1997, tendo sido declarada santa pela Igreja católica em 2016.
A congregação conta com mais de 5 mil religiosas em 130 países.


www.sabado.pt

19
Jul18

Porque não sobem os salários (3): As reformas laborais

António Garrochinho



(Este é o terceiro artigo da série sobre a distribuição de rendimento nas últimas décadas. É possível ler os anteriores aqui aqui.)


Há pouco mais de um ano, na sua intervenção no Fórum do BCE realizado em Sintra, Mario Draghi constatou que “as reformas estruturais [do mercado de trabalho] podem ter tornado os salários mais flexíveis para baixo, mas não necessariamente para cima”. A afirmação surpreende pela franqueza de quem sempre defendeu a necessidade de reduzir os direitos do trabalho – afinal, estas reformas apenas permitem a compressão dos salários em períodos de crise, dificultando o crescimento dos mesmos em períodos de recuperação do emprego.

No entanto, as reformas laborais não são um fenómeno recente. A implementação de medidas hostis à negociação coletiva, aos sindicatos e aos direitos laborais remonta aos anos 80, período no qual o monetarismo se tornou a doutrina dominante entre os governos dos países ocidentais. Com esta viragem, o objetivo de atingir o pleno-emprego foi substituído por um compromisso com o controlo da inflação e o equilíbrio orçamental, o que motivou a necessidade de conter o crescimento dos salários.

Um dos aspetos a ter em conta é a redução da importância dos sindicatos. Ao dificultar a associação de trabalhadores, através de variados mecanismos em diferentes países, a taxa de sindicalização diminuiu consideravelmente, como podemos observar no gráfico. Estas medidas tiveram, por isso, o efeito desejado – reduzir o poder da negociação coletiva. 

Outro dado importante está relacionado com as medidas de desregulação do mercado de trabalho, com o objetivo de combater a sua “rigidez” e de o tornar mais “flexível” (isto é, mais precário). As reformas laborais, concretizadas através da facilitação dos despedimentos e da contratação a tempo parcial ou sob novas formas de contratação precária, foram defendidas pela doutrina económica dominante, por vários governos à direita e ao “centro” e pelas instituições europeias como necessárias para diminuir o desemprego, aumentar a produtividade e promover o dinamismo da economia (algo que já foi criticado aqui, ou aqui).

A crise financeira de 2007-08 agravou esta tendência. As alterações à legislação laboral impostas, por exemplo, nos acordos entre a troika e os países que recorreram ao financiamento externo são conhecidas no nosso país: facilitar os despedimentos, reduzir a duração e o montante dos subsídios de desemprego e enfraquecer a contratação coletiva, limitando deste modo o poder de negociação dos trabalhadores.

Entre os efeitos da flexibilização do mercado de trabalho podemos assinalar o aumento sem precedentes do emprego a tempo parcial, temporário, ou a proliferação de contratos “atípicos”, como os contratos zero-horas (por cá menos habituais, mas de grande relevância, por exemplo, no Reino Unido). Estes contratos permitem às empresas manter trabalhadores sem lhes oferecer trabalho nem remuneração, podendo a qualquer momento convocá-los para tarefas, pagando à hora. Um verdadeiro exército de reserva de trabalhadores – onde é que já o tínhamos lido?

Em Portugal, estas reformas contribuíram para agravar a desigualdade de rendimento, sobretudo a partir da crise. É por este motivo que devemos olhar não apenas para as estatísticas do emprego e desemprego, mas também para a sua evolução qualitativa. Para este efeito, o indicador da subutilização do trabalho, que o INE voltou recentemente a publicar, dá-nos uma ideia mais clara da evolução do mercado de trabalho. Este indicador junta aos desempregados oficiais o subemprego de trabalhadores que gostariam de trabalhar mais horas, os inativos que não procuraram emprego, mas que se encontram em condições de trabalhar, e os inativos sem disponibilidade para trabalhar (à data do inquérito). O resultado é revelador: a taxa de subutilização do trabalho em Portugal, no final de 2017, estava fixada em 15,5%, quase o dobro da taxa de desemprego à mesma data (8,1%). A precariedade tornou-se um dos traços principais do mercado de trabalho, em Portugal como no resto dos países da OCDE.

Como vemos, décadas de degradação dos direitos do trabalho diminuíram o poder de negociação dos trabalhadores e enfraqueceram a sua posição face a quem emprega, o que ajuda a explicar o fraco crescimento dos salários nos últimos anos e a preocupação das mesmas instituições que promoveram este processo.

Podemos concluir este conjunto de artigos reconhecendo que, ainda que errado no diagnóstico, o relatório da OCDE acerta ao identificar um importante problema. Embora seja destacado pelo governo, o ligeiro crescimento económico dos últimos tempos não se tem refletido na evolução dos salários reais, pelo que a riqueza continua a não ser distribuída de forma igual por todos. E crescer sem distribuir serve de muito pouco.


19
Jul18

OLHÓ AVANTE ! - A tragédia dos incêndios persiste na ausência de soluções

António Garrochinho


FLORESTA 

No domingo, 15, Jerónimo de Sousa visitou áreas dos distritos de Viseu e Coimbra atingidas pelos catastróficos incêndios de 15 e 16 de Outubro do ano passado e verificou o muito que há ainda a fazer.






Para além do Secretário-geral, a delegação do PCP era composta por João Frazão e Octávio Augusto, da Comissão Política do Comité Central, João Abreu, membro da Comité Central, e Ana Mesquita, deputada na Assembleia da República. Os comunistas rumaram ao Centro do País, passando pelos distritos de Viseu e Coimbra, onde entraram em contacto com a população afectada pelos fogos: na parte da manhã, no concelho de Santa Comba Dão, e durante a tarde, nos concelhos de Tábua e Oliveira do Hospital. Para além deste contacto, visitaram ainda casas e empresas que esperam, passados nove meses, a sua reabilitação e ainda organizações dedicadas ao auxílio dos lesados pelos incêndios.

O dia começou cedo com um encontro entre o Secretário-geral do Partido e a população da União das Freguesias de Treixedo e Nagozela, no concelho de Santa Comba Dão. A caminho da pequena localidade, pelo IP3, eram ainda visíveis os efeitos dos incêndios que assolaram aquela mesma região no final do Verão passado. Nove meses depois, algumas árvores sobreviventes estavam ainda pretas, como se cobertas por fuligem, pouca lenha cortada ainda se amontoava perto da berma da estrada e de vez em quando surgiam ruínas de alguns pequenos edifícios.

A cinza e o carvão que cobriam o chão no ano passado davam agora lugar à vegetação rasteira verdejante. Apesar da floresta mostrar claros sinais de recuperação, o mesmo não se aplica às vítimas das localidades circundantes, como viríamos a verificar, posteriormente, ao longo do dia.






O drama de Treixedo

Já na vila de Treixedo, a visita iniciou-se com o encontro entre Jerónimo de Sousa, habitantes daquela localidade e dirigentes da Associação «Unidos de Treixedo e Nargosela».

Vários foram os problemas expostos pelos habitantes que acompanharam a delegação. Passados nove meses, a maioria do entulho das habitações e de outros edifícios que ruíram não foi ainda removido. Já o que foi apartado da zona habitacional encontrou local de depósito provisório no campo de futebol de Treixedo, à falta de alternativa permanente por parte Câmara Municipal e das instituições responsáveis.

A isto acrescenta-se os perigos para a saúde e segurança públicas que as ruínas, naquele estado, comportam, o risco de surgimento de pragas, além de ser material combustível susceptível de alimentar um possível novo fogo próximo das habitações no Verão deste ano.

A visita prosseguiu pelo clube de caçadores – uma antiga escola –, cuja cobertura tinha desabado completamente, o que impedia a sua actividade normal. António Ricardo, presidente do clube, quando questionado por um dos dirigentes comunistas acerca do recurso ao Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 (PDR2020), respondeu que tinham sido incapazes de concorrer a qualquer tipo de apoio ou financiamento.

Ao subirmos pelo interior da vila, verificámos que o número de casas desabitadas foi aumentando, o que fez surgir interrogações naturais acerca do porquê de nenhuma habitação estar ainda reabilitada e da localização das dezenas de famílias vitimadas. A resposta desenhou-se com os relatos dos próprios habitantes e com as informações adicionais que foram acrescentadas pelo presidente da Junta de Freguesia, que também acompanhava a visita: das 77 casas de primeira e segunda habitação atingidas no concelho de Santa Comba Dão nenhuma tinha sido ainda reabilitada. Além disso, apenas algumas delas estavam assinaladas pela entidade responsável e pelos empreiteiros contratados.

Quanto às pessoas desalojadas em Treixedo, todas tiveram de recorrer à solidariedade de amigos e vizinhos, que os acolheram nas suas próprias casas.

O final da manhã e a partida da vila de Treixedo ficaram marcados por algumas palavras de solidariedade por parte do PCP, prestadas por Jerónimo de Sousa à imprensa e aos treixedenses ali presentes. «Aqui, passados nove meses, podemos dizer que estamos na estaca zero», afirmou o dirigente comunista, que acrescentou: «Ouve-se o Governo falar acerca das medidas e dos milhões, dando uma ideia de andamento, e depois chegamos aqui e esta realidade confronta essas afirmações». As opções do Governo, afirmou ainda, «deveriam ser de resposta ao anseios do povo e não o contrário».






Descontentamento e desilusão

O resto do dia foi dedicado aos dois concelhos do distrito de Coimbra, Tábua e Oliveira do Hospital, onde o cenário se revelou muito semelhante ao verificado durante a manhã. O ponto de encontro foi nas instalações do Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), onde a delegação comunista foi recebida pelos habitantes, que esperavam fazer ouvir as suas reclamações. Nestas localidades os fogos do ano passado desalojaram, de igual forma, um número significativo de pessoas, que esperam ainda por respostas da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

A tarde prosseguiu com contactos com comunidades imigrantes, que desempenham um papel fulcral no combate ao problema crónico da desertificação do interior do País. Muitos destes perderam também os seus negócios e investimentos, situação agravada por estarem, em parte, impedidos de recorrer a apoios financeiros pela sua condição de imigrantes. É o caso de Panamá, imigrante britânica que se ocupava da plantação biológica de auto-sustento, residente em Portugal com a mãe e o irmão: «Perdi tudo no fogo, é muito difícil tentar reconstruir alguma coisa porque não tenho dinheiro nem vou receber nenhum apoio. A minha vida nestes últimos meses tem sido uma constante tentativa de me recuperar dos incêndios, apenas com a ajuda da minha mãe e de outros apoios solidários.»

A delegação do PCP visitou ainda uma unidade industrial e uma outra agrícola, igualmente destruídas. Em Midões e nas freguesias circundantes, o sector agrícola, particularmente, sofreu muito. Não só os agricultores perderam a maior parte das suas plantações e animais como se deparam também com uma tabela de retribuição de valores perdidos – por parte da operação 6.2.2. do Restabelecimento do Potencial Produtivo do PDR2020 – que não devolve a totalidade dos investimentos.

O descontentamento e a desilusão com os anúncios de milhões por parte Governo marca fortemente os agricultores da zona: «Os agricultores desta região estão a ser desprezados», afirmou Paulo, um pastor do concelho de Oliveira do Hospital, um dos mais lesados pelo incêndio.







PCP na defesa da floresta

O PCP foi o primeiro partido a apresentar um projecto de lei visando o apoio às vítimas dos incêndios florestais de Pedrogão Grande e dos concelhos limítrofes, que, depois, se alargou ao conjunto dos concelhos atingidos em Outubro de 2017. A sua proposta de criação de um Programa Integrado de Apoio ás Vítimas e Áreas Atingidas pelos Incêndios Florestais de 2017, de Defesa da Floresta contra Incêndios, de Valorização da Agricultura Familiar e do Mundo Rural e de Promoção do Desenvolvimento Regional teve um importante papel na construção do Orçamento de Estado para 2018.

Mas a atenção aos problemas da floresta e dos fogos não é de hoje. Já em 1980 o PCP propôs a lei de Defesa da Floresta Contra Incêndios e a criação de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) submetidas a um plano de gestão florestal. Estas ZIF seriam somente criadas 25 anos mais tarde… Em 1990 foi a vez de propor a criação de planos integrados de defesa e desenvolvimento florestal e, em 1994, a Lei de Bases do Desenvolvimento Florestal, primeiro passo para a Lei de Bases da Política Florestal.

A actuação e o contributo do Partido Comunista Português ao longo da história e as consequências recentes da ausência de rumo para o interior do território têm vindo a demonstrar a necessidade de uma política que viabilize o combate aos incêndios e ao rasto de destruição por eles deixado, que actue na prevenção e combate aos mesmos, em políticas de ordenamento florestal e a necessidade de apoio às vítimas.

Realidade e proposta
Nove meses volvidos sobre os incêndios de Outubro, depois de anúncios de milhões de euros em apoios por parte do Governo e do engano a que certas afirmações conduziram, as sequelas dos incêndios do Verão passado são ainda visíveis nas zonas afectadas no Interior do País. As primeiras e segundas habitações continuam, em grande parte, sem avanços significativos na sua reabilitação, empurrando assim parte da população para o desalojamento e para a dependência da solidariedade de amigos e vizinhos.

Os agricultores e as pequenas e médias empresas continuam a sentir grandes dificuldades no acesso aos planos de apoio, pondo em causa o potencial económico local perdido. A desertificação, o esvaziamento dos serviços do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e dos serviços do Estado nas áreas interiores do território nacional continuam a ser uma realidade incontornável, permitindo o avanço dos incêndios e falta de resposta aos mesmos. O apoio e o acompanhamento à saúde mental das vítimas como parte fulcral da sua recuperação não são efectuados em muitas localidades.

A política de ordenamento florestal continua a colocar-se como uma dificuldade maior, sendo que o Regime Jurídico da Arborização e Rearborização ainda não foi aplicado, o que por sua vez permite a monocultura de eucalipto, alimento da indústria de celulose.



www.avante.pt


19
Jul18

NO MUNDO SÓ HÁ UM EXEMPLAR DE CADA AUTOMÓVEL DESTES

António Garrochinho

Estes carros fantásticos são únicos - no sentido literal da palavra. Apenas um exemplar de cada um deles foi fabricado, o que os tornam notáveis na história da indústria automobilística. Alguns foram carros conceituais experimentais, outros para testar um ponto específico e outros foram fabricados apenas como um capricho de um inventor ou colecionador – mas todos eles compartilham um traço muito especial em comum. Não só eles são diferenciados; eles são literalmente únicos.
 
1. Jaguar XJ13
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

A Jaguar fez incontáveis carros bonitos, mas o XJ13 é um de seus melhores projetos quando se trata de beleza e desempenho. Foi criado como um protótipo de carro de corrida em 1966 e tem muitos traços em comum com o E-Type, incluindo a suspensão dianteira e o uso de eixos de transmissão nas transversais superiores. Apesar de bem-sucedido em um teste realizado pelo consultor de design David Hobbs que inclui um recorde fechado que durou 32 anos, o XJ13 nunca foi uma prioridade para os chefes da Jaguar. Quando seu protótipo estava fronto, ele foi usurpado pelo 7.040 GT40 da Ford, o que significa que nenhuma outra versão deste belo carro bonito foi feita.
2. Lamborghini Egoista
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

O Lamborghini Egoista foi revelado pelo lendário fabricante de automóveis esportivos como parte de sua celebração do 50º aniversário. Possui um motor V10 de 5.2L, assento único para o piloto e um design único e angular que tinha como objetio parecer um touro furioso, se visto do ângulo direito. O conceito único também apresentou painéis adaptáveis ao exterior, capazes de subir ou diminuir para ter uma boa estabilidade. Como você deve imaginar, "egoista" relaciona-se com a palavra "ego" e traduz-se diretamente como o primeiro pronome "eu" – um nome apropriado para um veículo projetado para representar o auge da decadência narcisista.
3. Delahaye 175S Saoutchick Roadster
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

O Delahaye 175 S Saoutchik Roaster é considerado por muitos entusiastas como o carro para colecionador mais bonito de todos os tempos. Seu design foi criado pelo talentoso treinador e designer de carros Jacques Saoutchik, responsável por seu desenho único, que combinava curvas de estilo dos anos 1930 com toques de design barroco. A beleza adicional está em seus detalhes, como os acentos cromados e a grade dianteira, bem como o interior peculiar. O carro já foi propriedade da lendária atriz de cinema Diana Dors e foi vendido pela última vez em 2010 por 3 milhões de dólares, cerca 7,5 milhões de reais.
4. Lancia Stratos Zero
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

Criado em 1970, o Lancia Stratos Zero é um dos mais carros conceituais mais importantes de todos os tempos. Amado pelos entusiastas, era um produto verdadeiro de uma era em que formas de "nave espacial" influenciavam muito o design dos veículos. Era um protótipo que funcionava muito bem, pois incluía assentos praticamente horizontais e um painel de instrumentos embutido em vidro e uma capa triangular que cobre o motor Fulvia 1.6 HF na parte traseira. Este carro muito querido foi usado no filme Moonwalker, de 1988, estrelado por Michael Jackson. Foi vendido por 915 mil dólares em 2011, o equivalente a 3 milhões de reais – um preço até que baixo por um carro conceitual único no mundo como este.
 
5. Norman Timbs Special
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

Se o Egoista da Lamborghini é uma representação do hedonismo angular e simétrico, então o Norman Timbs entra em forte contraste como o epítome das curvas clássicas, suaves e de muita beleza. Timbs era um engenheiro mecânico de Los Angeles sem qualquer experiência na construção de carros, e ele criou seu modelo especial único por cerca de 10 mil dólares (cerca de 35 mil reais), inspirando-se nos pilotos da Auto Union da década de 1930. O carro altamente aerodinâmico usa um motor Buick Straight-8 de 1948, e é supostamente capaz de chegar aos 190 quilômetros por hora. Ele chegou a apodrecer abandonado no deserto até ter sido redescoberto e restaurado em 2002.
6. Rolls Royce 102EX
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

O Rolls Royce 102EX foi um projeto experimental destinado a encorajar a discussão em torno do conceito de entrada elétrica (e outros recursos de energia alternativa). Também conhecido como Phantom Experimental Electric, foi projetado para ser o primeiro veículo elétrico "de luxo" e substituiu o motor padrão Rolls Royce 6.75L V12 com uma gigantesca bateria que pesava mais de 640 quilos. O carro saiu em turnê em 2011, e a fabricante esperou pelo resultado, mas os planos de produção em massa do carro foram eventualmente arquivados, deixando o protótipo totalmente funcional como o único exemplo existente.
7. The Orbitron
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

O Orbitron é outro carro único que foi construído por um inventor e engenheiro entusiástico. Foi criado em 1964 por Ed Roth, um cartunista e artista que também inventou o personagem Rat Fink. Alimentado por um motor Chevrolet V8 de 1956, tem corpo de fibra de vidro extensivamente cromado e cabine de piloto na parte traseira, caracterizada por uma grande bolha de vidro. No entanto, a característica mais singular é a extremidade frontal distintiva e assimétrica com lâmpadas vermelhas, verdes e azuis separada
8. Porsche 914/8
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

Na verdade, havia duas versões da Porsche 914/8 criadas, embora ambas apresentassem alguns toques únicos que os diferenciavam um do outro. A versão laranja da foto acima foi a primeira a ser feita em 1969 a pedido de Ferdinand Piech, chefe do departamento de corrida da empresa, para comprovar que um Porsche padrão 914 poderia ser concebido com um motor plano. O carro era extremamente leve e talvez teria sido difícil atingir altas velocidades, o que pode explicar em parte o motivo pelo qual nunca saiu do conceito para a produção. Uma segunda versão, produzida em prata e entregue Ferry Porsche em seu aniversário de 60 anos, estava mais perto de ser um modelo de produção que poderia ter funcionado, mas os carros só foram testados e agora estão em um museu.
9. Maybach Exelero
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

O exclusivo Maybach Exelero já começou caro – foi avaliado em 8 milhões de dólares (cerca de 25 milhões de reais) quando novo, talvez explicando por que a empresa batalhou tanto para vendê-lo por seis anos após sua inauguração original em 2005. O cupê de dois lugares possui um design de corpo inspirado nos carros esportivos da década de 1930 e tem um motor V12 duplo turbo capaz de impulsionar este pesado carro de 2,6 toneladas de 0 a 90 quilômetros por hora em apenas 4,4 segundos.
10. Blastocene Special
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

O Blastocene Special também é conhecido como 'Carro Tanque' e foi projetado e construído pelo engenheiro americano Randy Gribb em 2001. Tem esse apelido por causa do uso do motor Continental AV1790-5B para alimentar o carro, um motor usado anteriormente em tanque de guerra de 51 toneladas, o M47 Patton Tanks. O carro atualmente pertence ao famoso comediante e apresentador americano Jay Leno, que fez uma série de modificações para garantir que o carro ficasse mais seguro, incluindo novos freios traseiros, nova caixa de velocidades, novo sistema elétrico e atualização de motores. Leno dirige regularmente o Blastocene e o exibe eventos automobilísticos nos Estados Unidos, nos quais seu exterior de alumínio atrai muita atenção.

11. Dodge Viper Diamondback by ASC
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

Este Dodge Viper criado pela McLaren via American Specialty Cars (uma empresa com uma longa história de produção de protótipos de veículos inovadores) foi produzido por 750 mil dólares (2,4 milhões de reais) e vendido a apenas 250 mil (850 mil reais), o que adiciona outro toque exclusivo à sua história. A McLaren Performance Technologies desenvolveu o motor de 615 cavalos de potência do carro, que é bastante leve e incrivelmente rápido, enquanto outras características únicas incluem painéis personalizados de fibra de carbono e um inovador sistema de entrada de ar.
12. The Monkeemobile
12 carros conceituais com um único modelo fabricado

Este carro foi unicamente criado para a banda de pop-rock The Monkees, que chegou a ter uma bem-sucedida série de televisão. Na verdade, é um Pontiac GTO modificado com para-brisa dividido, teto retrátil, lâmpadas traseiras alongadas e um banco especial. O carro foi levado para uma turnê e comprado pelo designer de carros George Barris, que o exibe feliz em todos os tipos de eventos nos Estados Unidos. Posteriormente, Barris vendeu o Monkeemobile a um comprador privado no Arizona pela soma principesca de 360 mil dólares em 2008 (cerca de 1,15 milhão de reais). Diversas réplicas foram criadas ao longo dos anos, mas nenhuma delas supera o original!
Fonte: odometer.com
19
Jul18

UE e Japão assinam acordo comercial que elimina quase todas as taxas alfandegárias

António Garrochinho
Jean-Claude Juncker, Shinzo Abe e Donald Tusk na cimeira União Europeia-Japão, em julho de 2017

O acordo, que envolve um terço da economia global e mais de 600 milhões de pessoas, elimina cerca de 99% das taxas sobre produtos japoneses exportados para a UE e perto de 94% sobre importações do espaço comunitário para o Japão. Os preços do vinho e da carne de porco europeus irão descer para os consumidores japoneses, enquanto as peças de maquinaria, o chá e o peixe nipónicos ficarão mais baratos na Europa


A União Europeia (UE) e o Japão assinam esta terça-feira um acordo comercial que eliminará quase todas as taxas alfandegárias
. O acordo surge em contraciclo com as tensões comerciais que o Presidente dos EUA está a provocar com vários países e blocos económicos.
Os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e do Conselho Europeu, Donald Tusk, participam num jantar de gala que será servido na residência oficial do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
O acordo, que envolve um terço da economia global e mais de 600 milhões de pessoas, elimina cerca de 99% das taxas sobre produtos japoneses exportados para a UE e cerca de 94% sobre importações do espaço comunitário para o Japão. Segundo a agência Associated Press, este segundo valor tenderá a aproximar-se dos 99% ao longo dos anos, sendo que a diferença se deve a algumas exceções, como o arroz, um produto cultural e politicamente sensível, que é protegido há décadas no Japão.

VINHO MAIS BARATO NO JAPÃO, CHÁ MAIS BARATO NA EUROPA

Assim, os preços do vinho e da carne de porco europeus irão descer para os consumidores japoneses, enquanto as peças de maquinaria, o chá e o peixe nipónicos ficarão mais baratos na Europa.
Em comunicado, o Ministério japonês dos Negócios Estrangeiros revelou que ao fortalecer os laços com a UE, o país espera vitalizar o investimento direto mútuo, combater outras tendências globais para o protecionismo e reforçar o estatuto das marcas japonesas.
A UE afirmou que a liberalização do comércio levará ao crescimento das exportações de produtos químicos, roupa, cosméticos e cerveja para o Japão, além de potenciar a segurança laboral na Europa
.


expresso.sapo.pt
19
Jul18

Queremos mesmo pagar às pessoas para se reproduzirem?

António Garrochinho



(Ricardo Paes Mamede, in Diário de Notícias, 17/07/2018)



De acordo com os dados do Banco Mundial, Portugal apresentava em 2016 a sexta taxa de fertilidade mais baixa do mundo. As previsões do INE apontam para que a população do país se reduza em mais de 2,5 milhões de habitantes até 2080, caso as tendências recentes se mantenham. Segundo os dados da OCDE, entre os países com economias mais avançadas Portugal é dos que gastam menos com políticas de apoio à família. Face a estes dados, a conclusão parece óbvia: é preciso que o Estado dê mais incentivos financeiros aos portugueses em idade reprodutiva para que tenham mais filhos.

A conclusão parece óbvia, mas não é. Há três perguntas que importa responder antes de dar o debate por encerrado: (1) O país precisa de manter os níveis de população actuais? (2) Aumentar o número de nascimentos é a solução para os desafios demográficos? (3) Os incentivos financeiros à natalidade são a política adequada? As respostas são: não, não e não.

Há quem pareça acreditar que a existência do país e da sua identidade ficam em perigo se a população diminuir no longo prazo. Quem valoriza a identidade nacional deveria lembrar-se que grande parte da história de Portugal se fez com níveis populacionais muito inferiores aos actuais – e que foi sempre marcada por grandes doses de miscigenação, alimentadas por vagas de pessoas oriundas do exterior.

Mais do que a identidade nacional, o argumento habitualmente utilizado para justificar a urgência de uma política de natalidade passa pelo envelhecimento da população. É indiscutível que as alterações demográficas constituem um desafio do ponto de vista financeiro, já que tem vindo a aumentar o número de reformados em proporção das pessoas em idade activa.

No entanto, este é um problema transitório, que irá diluir-se à medida que o fluxo de nascimentos se for reflectindo no número de óbitos. Além disso, o aumento da natalidade é uma solução pouco adequada para enfrentar o desafio da transição demográfica: as crianças que nascerem hoje irão avolumar durante mais de duas décadas – em vez de reduzir – o número de inactivos que não contribuem com impostos ou descontos para a Segurança Social, ao mesmo tempo que irão exigir maiores esforços orçamentais nas áreas da educação, saúde e protecção social. Quem acredita que os desafios das finanças públicas se resolvem por via da natalidade deveria pensar duas vezes.

Também valeria a pena termos presente que o excesso de população humana é hoje um sério problema ambiental de escala global. Se todos os países procurarem resolver os seus problemas aumentando as suas populações, não há planeta nem recursos que cheguem para todos. O controlo da população mundial é um imperativo para ser levado a sério por todos os países.

Em qualquer caso, há várias formas de enfrentar o desafio da transição demográfica nas próximas décadas sem pôr em causa o nível de vida da maioria da população, nem aumentar a pressão populacional sobre o planeta. Isto passa, nomeadamente, por aumentar a produtividade, por reduzir os problemas de saúde através da prevenção, por melhorar a distribuição do rendimento, por diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social e, não menos importante, por favorecer os fluxos migratórios, assegurando a devida integração das pessoas que chegam ao país. Do ponto de vista financeiro, a imigração é uma via mais adequada do que o aumento da natalidade para enfrentar o desafio da transição demográfica, na medida em que permite arrecadar receitas de impostos e contribuições sociais no curto prazo.

Dito isto, parece claro que há muita gente em Portugal que desejaria ter filhos e não os tem por falta de condições financeiras, o que impede a realização de um direito humano e constitucional. Mas antes de chegar aos incentivos monetários – isto é, antes de darmos preços aos filhos – deveríamos preocupar-nos com o que mais conta (e que pesa menos no Orçamento do Estado): estabilidade no emprego, horários de trabalho que permitam aos adultos acompanhar as crianças e os jovens a seu cargo, partilha das tarefas domésticas entre homens e mulheres, um serviço público de ensino pré-escolar desde a primeira infância. Se pensarmos bem, estas são medidas que têm que ver com igualdade de oportunidades, com igualdade de género e com qualificação da população. A natalidade é aqui uma questão de segunda ordem.

O Estado deve ocupar-se com a construção de uma sociedade mais justa, mais inclusiva e mais capaz. Se o fizer, teremos melhores condições para lidar com os desafios que enfrentamos, haja ou não mais crianças nascidas em Portugal. Quando lá chegarmos, quem quiser ter filhos – biológicos ou adoptados – tê-los-á por iniciativa própria. O Estado não precisa de interferir nas escolhas íntimas de cada um.



estatuadesal.com





19
Jul18

PS, PSD e CDS-PP contra gestão pública das cantinas escolares e fim das portagens

António Garrochinho


Nas primeiras votações da última sessão plenária antes das férias, os três partidos chumbaram o regresso da gestão pública das cantinas escolares e o fim das portagens na A23 e na Via do Infante.



A falta de qualidade da comida nas cantinas escolares, parte delas concessionadas a privados, tem vindo a público nos últimos mesesCréditos
No caso das cantinas escolares, que ganharam projecção mediática com uma sucessão de denúncias da má qualidade das refeições naquelas que estão concessionadas, o PSD, o PS e o CDS-PP votaram em bloco contra dois projectos de resolução que recomendavam a recuperação da gestão pública, de iniciativa do BE e do PCP.
Já as propostas de eliminação das portagens na A23 (que liga Torres Novas à Guarda, passando por Castelo Branco) e na A22 (Via do Infante, no Algarve) – também por iniciativa do BE e do PCP – tiveram votações mais diversas, ainda que o resultado tenha sido o mesmo.
As bancadas do PS e do PSD votaram contra os quatro diplomas, com alguns deputados eleitos pelos círculos afectados a votarem à revelia da orientação; o CDS-PP absteve-se. Em ambos os casos, foi um governo do PS que decidiu a introdução de portagens e o seguinte, do PSD e do CDS-PP, que as aplicou, em 2011.


www.abrilabril.pt

19
Jul18

NO "EXPRESSO" - Direita dá a mão ao Governo e deixa passar alterações à lei laboral

António Garrochinho

A direita aprovou (timidamente) o pacote laboral desenhado pelo Governo. Esquerda votaram contra, mas a abstenção dos sociais-democratas e dos democratas-cristãos permitiu que o diploma tivesse luz verde na generalidade. Discussão regressa em setembro.


Confirmou-se o guião definido de véspera. Os sociais-democratas salvaram a face do Governo e permitiram a aprovação do novo e mal-amado pacote laboral – a esquerda contesta-o, o PSD suporta-o a custo e o PS diz que tem de ser melhorado. O debate segue para especialidade, onde se esperam novos desenvolvimentos. Mas só em setembro.
CDS e PAN também se decidiram pela abstenção. Como era expectável, Bloco de Esquerda, PCP e PEV votaram contra o diploma do Governo.
A revisão do código laboral foi um dos temas que marcou a reta final desta sessão legislativa. Depois de quase dois anos a negociar com os bloquistas um pacote de combate à precariedade no trabalho, o Governo (com carimbo oficial de António Costa) acabou por assinar um acordo em sede de concertação social que deixou bloquistas e socialistas perplexos – afinal, não tinham sido informados das medidas introduzidas à 25ª hora.
O alargamento do período experimental nos contratos sem termo de 90 para 180 dias, a criação de uma nova figura de banco de horas, que podem ser acordados fora da negociação coletiva, bastando o 'sim' de 65% dos trabalhadores, e o alargamento da duração máxima de 15 para 35 dias dos contratos de muito curta duração foram algumas das medidas mais contestadas à esquerda e chegaram a criar uma pequena convulsão na bancada socialista.
Carlos César, líder parlamentar e presidente do partido, veio mesmo a público defender a honra da bancada: o acordo de concertação social é para respeitar, mas o PS não se demite de apresentar propostas de alteração, vai avisando César. Resumindo: quando o debate chegar à especialidade, a bancada socialista vai bater-se pela melhoria do diploma desenhado pelo próprio Governo.
Que propostas? Os socialistas ainda não abriram o jogo e António Costa vai sugerindo, repetidamente, que a margem para alterar o acordo é muito curta. E não é difícil perceber porquê: Rui Rio, determinante para aprovar o pacote laboral do Governo, já avisou que se os socialistas mexerem muito na legislação, o acordo cai; as confederações patronais já acusaram o Governo de estar “violar” o acordo quando o verteu para proposta de lei e não admitem recuar um centímetro; até a UGT reconheceu a necessidade de aperfeiçoar o diploma. CGTP e PCP, esses, são contra desde a primeira hora – os comunistas chegaram mesmo a comparar António Costa a Don Corleone, com o socialista na pele de “Padrinho da Austeridade”.
Para já, a proposta de lei do Governo, de que ninguém parece gostar verdadeiramente, foi aprovada na generalidade. Em setembro, quando o diploma chegar ao debate na especialidade, esperam-se novos episódios.

AS (TÍMIDAS) CONQUISTAS DA ESQUERDA

A aprovação na generalidade da proposta de lei do Governo não foi a única derrota para a esquerda. Bloquistas e comunistas voltaram a levar a votos a reposição dos 25 dias úteis de férias, a alteração dos montantes e dos critérios de cálculo das indemnizações compensatórias por despedimento e a reposição dos valores de remuneração por trabalho suplementar, mas acabaram por ver os socialistas (aliados ao PSD e ao CDS) a chumbar os diplomas.
Bloco, PCP e PEV tiveram, ainda assim, alguns ganhos de causa, que vão agora a teste no debate da especialidade. O Bloco conseguiu fazer aprovar novas regras para o recurso ao outsorcing e ao trabalho temporário, assim como fim da presunção legal de que o trabalhador, sempre que aceita indemnização por despedimento, perde o direito de recorrer para a justiça; o PCP viu serem aprovados novos limites para o recurso ao trabalho temporário; e o PEV teve luz verde numa matéria relevante: a revogação das normas que permitem a celebração do contrato a termo certo apenas e só porque os candidatos ao emprego estão à procura do primeiro emprego ou são desempregados de longa duração
.

expresso.sapo.pt
19
Jul18

OS PERFIS, AS PÁGINAS "FACEBOOK"

António Garrochinho

A USURPAÇÃO DE FIGURAS PÚBLICAS E NÃO SÓ, NA REDE SOCIAL FACEBOOK, SEM QUALQUER AUTORIZAÇÃO DOS MESMOS, É UMA LÁSTIMA NESTA REDE.

OU SEJA: QUEM EM NOME DE OUTRO ABRE UMA PÁGINA, PUBLICA, RESPONDE, INTERVÉM, E ACTUA COMO SENDO A PERSONAGEM VERDADEIRA NÃO DEVERIA SER PERMITIDA NAS REDES SOCIAIS

NÃO ESTOU PROPRIAMENTE A FALAR DOS PERFIS FALSOS PERNICIOSOS E COM INTENÇÕES MAFIOSAS, MAS SIM DOS QUE SE APROPRIAM EMBORA SEM MÁ INTENÇÃO DA PERSONAGEM QUE ADMIRAM E ASSIM ENGANAM OS QUE VISITAM A PÁGINA PENSANDO TRATAR-SE DA VERDADEIRA PESSOA.

CLARO QUE É SEMPRE POSSÍVEL CHEGAR À CONCLUSÃO QUE NÃO ESTAMOS INTERAGINDO COM A "PESSOA VERDADEIRA" MAS ISSO EXIGE MAIS ATENÇÃO E DEMORA ATÉ CHEGAR A ESSE ENTENDIMENTO.

AS PÁGINAS QUE REPRESENTAM FIGURAS PÚBLICAS DEVERIAM TER UM "AVISO" ESCLARECENDO QUE NÃO SE TRATA DA PESSOA LEGÍTIMA MAS SIM DE ADMIRADORES OU ASSOCIAÇÕES QUE TÊM ESSA DEFINIÇÃO.

JÁ ACONTECE EM MUITOS CASOS E ASSIM ESTÁ CORRECTO QUE DETERMINADAS PÁGINAS QUE NÃO SÃO OFICIAIS MAS SIM OUTROS VEÍCULOS DE INFORMAÇÃO E PROMOÇÃO DA PESSOA, INSTITUIÇÃO, O FAÇAM DE MANEIRA TRANSPARENTE E HONESTA.



António Garrochinho

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