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Mar18
CAETANO VELOSO, MULHERES ARTISTAS E ESCRITOR LAMENTAM E EXIGEM JUSTIÇA PELO ASSASSINATO DE MARIELLE FRANCO
António Garrochinho
Mulheres artistas lamentam morte de Marielle Franco

O assassinato da vereadora Marielle Franco comoveu o Brasil. O crime tem repercutido entre políticos, artistas e intelectuais que pedem apuração e punição dos culpados. Movimentos sociais, ativistas, defensores dos Direitos Humanos pedem justiça e que a morte da também ativista, seja transformada em luta pelo fim da violência.
Entre os muitos artistas que já se pronunciaram sobre o crime, destacamos as mulheres que emitiram mensagens de coragem e justiça por Marielle.
Elza Soares, conhecida não só por sua música, mas por seu posicionamento político bem definido em defesa do povo negro, disse estar “sem voz”. Autora da canção cujo verso de destaque é “A carne mais barata do mercado é a carne negra”, ela chama outra mulheres a gritar para denunciar o assassinato de Marielle.
“Das poucas vezes que me falta a voz. Chocada. Horrorizada... Toda morte me mata um pouco. Dessa forma me mata mais. Mulher, negra, ativista, defensora dos direitos humanos. Marielle Franco, sua voz ecoará em nós. Gritemos!”
A atriz global Bruna Linzmeyer, usou o Instagram para denunciar a morte da vereadora e pedir justiça. “Marielle Franco, mulher negra, lésbica, favelada, feminista, defensora dos direitos humanos, vereadora da cidade do Rio. edito aqui a legenda aos que não entenderam: Marielle foi executada”.
Camila Pitanga, embaixadora nacional da ONU Mulheres e atriz global fez uma série de publicações para denunciar o crime e a intervenção militar no Rio de Janeiro. “Vamos transformar a nossa dor na luta que ela travava! Apesar do medo, vamos adiante! Intervenção é farsa”, disse.
Já a atriz e apresentadora Monica Iozzi, famosa por seus comentários ácidos na internet, destacou a doçura e a força de Marielle. “Ela acaba de ser assassinada. A doce e forte Marielle Franco. Estava vereadora no Rio de Janeiro. Eu a conhecia. Ela lutava pela paz, por oportunidades iguais para todos. Denunciava a corrupção na câmara, na polícia...
É assim que terminam as pessoas que lutam por justiça neste país?
Estou em choque, arrasada.
Este assassinato tem que ser investigado muito seriamente. Estes monstros não podem sair impunes”.
A rapper feminista MC Carol também se manifestou. "Estou buscando palavras, porque eu só sinto ódio, raiva e muito medo. Realmente, eu não sei o que falar. Mais do que nunca eu estou me sentindo oprimida e fraca, eu tinha tantos planos para esse ano. E agora eu só tenho lágrimas e pavor. Marielle e Taliria me encorajaram a lutar, a ser mais forte, elas estiveram na minha casa, onde conversamos por horas, sobre meus medos, minhas dúvidas etc. Eu estava tão segura, tão esperançosa depois de conversar com elas. Hoje eu só sinto medo, eu sempre senti, na verdade, por ser negra, por morar no morro, por andar à noite na rua, por ser mulher, por cantar funk, principalmente Delação premiada, mas alguma coisa me dava força e esperança lá no fundo, algo me dizia que eu tinha que fazer, que eu tinha que gritar e falar mesmo, que eu podia, mas hoje eu tenho certeza que nada te protege independente de quem você seja, se você for negro e lutar pelos negros, você sempre acaba executado!!!", disse.
A fanqueira Karol Conka também se posicionou em defesa de justiça. “A vereadora Marielle Franco foi executada no Rio enquanto milhares de brasileiros sonham com a igualdade, segurança e empatia. Que sua alma encontre a luz e que a força cresça dentro de cada um de nós pois, vivemos num mundo adoecido e não será fácil concluir nossas missões!”
A atriz pernambucana Maeve Jinkings disse: “Não desejamos mártires. Mas a temos. Marielle Franco. Tua luta não é em vão”.
Elza Soares, conhecida não só por sua música, mas por seu posicionamento político bem definido em defesa do povo negro, disse estar “sem voz”. Autora da canção cujo verso de destaque é “A carne mais barata do mercado é a carne negra”, ela chama outra mulheres a gritar para denunciar o assassinato de Marielle.
“Das poucas vezes que me falta a voz. Chocada. Horrorizada... Toda morte me mata um pouco. Dessa forma me mata mais. Mulher, negra, ativista, defensora dos direitos humanos. Marielle Franco, sua voz ecoará em nós. Gritemos!”
A atriz global Bruna Linzmeyer, usou o Instagram para denunciar a morte da vereadora e pedir justiça. “Marielle Franco, mulher negra, lésbica, favelada, feminista, defensora dos direitos humanos, vereadora da cidade do Rio. edito aqui a legenda aos que não entenderam: Marielle foi executada”.
Camila Pitanga, embaixadora nacional da ONU Mulheres e atriz global fez uma série de publicações para denunciar o crime e a intervenção militar no Rio de Janeiro. “Vamos transformar a nossa dor na luta que ela travava! Apesar do medo, vamos adiante! Intervenção é farsa”, disse.
Já a atriz e apresentadora Monica Iozzi, famosa por seus comentários ácidos na internet, destacou a doçura e a força de Marielle. “Ela acaba de ser assassinada. A doce e forte Marielle Franco. Estava vereadora no Rio de Janeiro. Eu a conhecia. Ela lutava pela paz, por oportunidades iguais para todos. Denunciava a corrupção na câmara, na polícia...
É assim que terminam as pessoas que lutam por justiça neste país?
Estou em choque, arrasada.
Este assassinato tem que ser investigado muito seriamente. Estes monstros não podem sair impunes”.
A rapper feminista MC Carol também se manifestou. "Estou buscando palavras, porque eu só sinto ódio, raiva e muito medo. Realmente, eu não sei o que falar. Mais do que nunca eu estou me sentindo oprimida e fraca, eu tinha tantos planos para esse ano. E agora eu só tenho lágrimas e pavor. Marielle e Taliria me encorajaram a lutar, a ser mais forte, elas estiveram na minha casa, onde conversamos por horas, sobre meus medos, minhas dúvidas etc. Eu estava tão segura, tão esperançosa depois de conversar com elas. Hoje eu só sinto medo, eu sempre senti, na verdade, por ser negra, por morar no morro, por andar à noite na rua, por ser mulher, por cantar funk, principalmente Delação premiada, mas alguma coisa me dava força e esperança lá no fundo, algo me dizia que eu tinha que fazer, que eu tinha que gritar e falar mesmo, que eu podia, mas hoje eu tenho certeza que nada te protege independente de quem você seja, se você for negro e lutar pelos negros, você sempre acaba executado!!!", disse.
A fanqueira Karol Conka também se posicionou em defesa de justiça. “A vereadora Marielle Franco foi executada no Rio enquanto milhares de brasileiros sonham com a igualdade, segurança e empatia. Que sua alma encontre a luz e que a força cresça dentro de cada um de nós pois, vivemos num mundo adoecido e não será fácil concluir nossas missões!”
A atriz pernambucana Maeve Jinkings disse: “Não desejamos mártires. Mas a temos. Marielle Franco. Tua luta não é em vão”.
Caetano Veloso pede justiça para Marielle Franco

O cantor e compositor Caetano Veloso publicou um vídeo em sua conta oficial no Facebook onde pede justiça para Marielle Franco, a vereadora do Psol assassinada nesta quarta-feira (14) no Rio de Janeiro.
No vídeo, Caetano canta a canção “Estou triste”, de seu álbum Abraçaço (2015) e destaca alguns versos, entre eles: “Estou muito triste/ Por que será que existe o que quer que seja/ O meu lábio não diz/ O meu gesto não faz/ Sinto o peito vazio e ainda assim farto”.
Marielle, 38 anos, estava dentro de um carro no bairro de Estácio, centro da capital fluminense, quando criminosos emparelharam o veículo e abriram fogo. Foram disparados ao menos oito tiros contra o Chevrolet Agile. O motorista do automóvel onde estava a carioca, Anderson Pedro Gomes, também morreu. Os autores dos disparos não levaram nada.
Assista ao vídeo:
"Assim é a guerra", diz Fabrício Carpinejar sobre a morte de Marielle

Assim é a guerra. Você não entende como começou. Você não entende de que lado estão os bandidos. Você não entende quem mata. Você não entende onde estará seguro.
Por Fabrício Carpinejar*
Você conclui, primeiro, que são balas perdidas, acidentes, assaltos isolados, tragédias avulsas. Deixa passar. Crianças saindo da escola tombam, adolescentes saindo da igreja tombam, casais saindo de festa tombam. Você tenta criar uma justificativa para o fim dessa gente inocente: bairro perigoso, briga de tráfico...
Só que não faz sentido tanta morte, não pode ser exceção, não pode ser casualidade, não pode ser coincidência. Existe um padrão. Porque a maior parte das vítimas é negra, é da favela, é pobre.
Vão desaparecendo as pessoas do bem, executadas, na madrugada, no silêncio da noite. Logo a impunidade não espera nem o sol descer e a matança já não tem pudor da luz e é feita na claridade dos olhos das testemunhas. O crime não é solucionado porque há outro e outro acontecendo. Parece epidemia, mas não é. A generalização leva à banalidade que desenvolve o medo. As notícias não duram vinte e quatro horas, apenas mudam os nomes dos óbitos. Você parte de um enterro para um novo. Ninguém pergunta nada mais para não morrer junto. Aceita-se que é assim, que é uma guerra. A realidade torna-se cada vez menos verdadeira.
Marielle Franco, vereadora do PSOL, quinta mais votada do RJ, ativista dos direitos humanos, não teve tempo de se defender. Fuzilada com quatro tiros na cabeça dentro de um carro na noite de quarta-feira (14). Não bastou um disparo, não bastaram dois disparos, não bastaram três disparos. Ela precisava ser apagada com selvageria, com ódio, com certeza total. Para apagar seus posts nas redes sociais, para apagar suas interrogações sobre o Estado policial, para calar a sua boca vivaz e intensa de protestos.
Alguém ainda acredita que as vítimas não são escolhidas?
www.vermelho.org.br