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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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08
Jul16

Cinco polícias mortos a tiro em protesto contra violência policial em Dallas

António Garrochinho






Outros seis agentes ficaram feridos. Três pessoas já foram detidas e um homem está barricado e a trocar disparos com as autoridades

Cinco polícias norte-americanos morreram e pelo menos seis ficaram feridos num tiroteio durante uma manifestação em Dallas, de protesto contra a violência policial sobre negros, confirmaram as autoridades locais. Três pessoas foram detidas, mas a polícia continua a cercar um quarto suspeito do tiroteio, que estará barricado numa garagem e garante que tem engenhos explosivos prontos para detonar, avança a imprensa internacional. Segundo o Dallas Morning News, este homem já terá sido morto pelas três da madrugada de sexta-feira, hora local - mais seis em Lisboa. A CNN cita um responsável das autoridades que confirma que o homem morreu, mas sem revelar se foi morto ou se cometeu suicídio.

Entre os detidos, estão uma mulher que se encontrava nas imediações desta garagem e dois homens, que se deslocavam de carro, um veículo Mercedes de cor escura. O chefe da polícia de Dallas, David Brown, já admitiu que os detidos não estão a colaborar com as autoridades, mas suspeita-se que tenham trabalhado juntos para lançar este ataque à polícia, cujos motivos permanecem desconhecidos. O número de pessoas envolvidas também não é claro. O Presidente dos EUA, Barack Obama, já falou sobre o ataque em Varsóvia, na Polónia, onde se encontra para participar numa cimeira da NATO. Classificando-o como um "ataque calculado e desprezível", Obama revelou que o FBI está já em contacto com a polícia de Dallas para investigar o que aconteceu, assinalando que o ataque é "injusticado" e que a cidade de Dallas e todos os agentes da autoridade estão de luto.




Pelo menos onze agentes da autoridade foram atingidos pelos 'snipers'. O espaço aéreo em torno da cidade de Dallas foi restringido e apenas podem descolar ou aterrar aviões em voos de emergência. Um civil foi ferido no tiroteio, mas não corre perigo de vida. Trata-se de uma mulher de 37 anos que participava com os filhos na manifestação contra a violência policial, convocada na sequência das mortes de mais dois afro-americanos nos EUA, atingidos por agentes da autoridade.

Segundo David Brown, os homens armados colocaram-se em locais "elevados" para atingir os polícias durante a manifestação. É visível o pânico entre aqueles que participavam no protesto no momento em que os disparos começam.


O homem barricado terá alertado os negociadores de que há "bombas em todo o lado" no centro da cidade de Dallas. "O suspeito com o qual estamos a negociar, que trocou disparos connosco ao longo dos últimos 45 minutos, disse aos nossos negociadores de que o fim estava próximo e que iria ferir e matar mais dos nossos, ou seja, os aplicadores da lei. E [disse que] há bombas em todo o lado, nesta garagem e no centro", afirmou o chefe da polícia, David Brown, aos jornalistas. "Por isso, estamos a ser muito cuidadosos com as nossas estratégias", frisou.




Nas redes sociais, começam a surgir vídeos amadores dos suspeitos envolvidos no tiroteio.




Um dos agentes mortos já foi identificado. Chama-se Brent Thompson, tinha 43 anos e era polícia de trânsito.



A polícia de Dallas divulgou nas redes sociais a fotografia de um homem que dizia ser um dos suspeitos que procura. O homem, adianta o The Guardian, entregou-se às autoridades depois de saber que estava a ser procurado, e foi entretanto libertado.



Milhares de pessoas manifestaram-se nas últimas horas nos EUA, em cidades como Nova Iorque, Los Angeles e Chicago, para protestar contra a violência policial sobre negros.

As manifestações surgiram após as mortes, registadas em vídeo, de dois homens afro-americanos às mãos da polícia. Philando Castile morreu na quarta-feira em Falcon Heights, no Estado de Minnesota, e Alton Sterling morreu na terça-feira, em Baton Rouge, no Estado de Luisiana.

Na quinta-feira, a ONU pediu aos Estados Unidos que investiguem estas mortes.

Por outro lado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que todos os norte-americanos devem estar preocupados com a violência da polícia e que as forças de segurança devem ser reformadas.

"Isto não é só um assunto dos negros, nem dos hispânicos. Isto é um assunto dos norte-americanos, e todos nos devemos preocupar", disse Barack Obama, na quinta-feira, na sua chegada a Varsóvia, para participar na cimeira da NATO.

"Todas as pessoas justas devem estar preocupadas. É nossa responsabilidade dizer que conseguimos fazer melhor. Nós somos melhores do que isto", afirmou.

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