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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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07
Dez16

Edith Bolling Galt Wilson – A primeira “presidente” dos EUA

António Garrochinho

260259_335161219942832_1807661018_nEla não assumiu a presidência oficialmente e sequer disputou uma eleição presidencial, mas consta que chegou – de fato – a assumir a condução dos EUA.
Mulher de pouca e precária instrução formal, Edith foi alfabetizada pela avó, possuía uma caligrafia ilegível e reconhecidamente leu pouquíssimos livros em sua vida. Era declaradamente racista e chegava a admitir que os “negrinhos” gostavam de ser escravos até que um “yankee” (referência que fazia à Abraham Lincoln) resolveu estragar tudo. Casou-se com o rico joalheiro Norman Galt em 1896, mas ficou viúva em 1908.
Confessava que não gostava nem entendia de política, tanto que sequer sabia, por ocasião das eleições presidenciais de 1912, quem eram os candidatos. Em 1915 conheceu o novo presidente, Woodrow Wilson, que ficou encantado pela viúva Galt. Wilson, que tornou-se viúvo recentemente, propôs casar-se com Edith, fato que chegou a causar escândalo. Apesar de críticas moralistas, os dois oficializaram o casamento no mesmo ano em que se conheceram e a nova primeira-dama passou a ser companhia inseparável do presidente. Ela o acompanhava em qualquer circunstância oficial, mesmo durante as mais fechadas reuniões no Salão Oval, na Casa Branca. O presidente confidenciava a esposa verdadeiros segredos de Estado e sabe-se que ela conhecia as senhas secretas das gavetas onde eram guardados documentos altamente restritos.
Conservadora, opôs-se ao movimento pelo voto feminino e adotou um incomum sistema para economizar dinheiro com o serviço de aparar a grama da Casa Branca, tendo a ideia de criar ovelhas nos jardins da sede do poder dos EUA.
Já era notório que a primeira-dama exercia influência sobre as decisões do presidente, mas sua verdadeira guinada ao poder se deu por ocasião do derrame sofrido pelo marido, em setembro de 1919. Com a legislação vaga quanto a situação de incapacitação do titular da presidência, ela não admitiu que o vice-presidente assumisse o cargo e armou um esquema para assegurar seus planos. Tendo o médico do presidente como cúmplice, convenceu o Congresso e a opinião pública de que Wilson só necessitava de repouso e mantiveram a verdadeira condição do governante em segredo. Afirmando que por vontade do próprio Wilson só os dois teriam acesso ao recinto íntimo no qual repousava o presidente e, na prática, ela acabou assumindo o governo. A primeira-dama redigia ordens por escrito com assinatura falsa em uma circunstância tensa na qual o país estava agitado por greves, rumores de conspirações e envolvido em tensões de uma guerra mundial que fora encerrada poucos meses antes.
Sua obstinação em manter o marido inacessível inflamaram os críticos, que levantavam constantemente as suspeitas de que ela estava respondendo pela presidência. Há quem aponte que esta situação prejudicou o estabelecimento da Liga das Nações, uma vez que o presidente não atuou nas articulações para fortalecer a instituição e agregar o apoio do Congresso. Mesmo com uma sensível melhora de Wilson, Edith continuou agindo como forte figura do governo, chegando a selecionar os assuntos que deveriam ser levados ao presidente. Ela “governou” ao lado do marido até o fim de seu segundo mandato, em março de 1921.
Wilson morreu sob os cuidados da esposa em 1924. Edith continuou fazendo aparições públicas e opinando sobre política e morreu em dezembro de 1961

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