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Jul16
EM FRANÇA - A ‘terra proibida’ que ainda esconde restos humanos e munições químicas da 1ª Guerra Mundial
António Garrochinho
Quando pensamos no interior da França como
algo idílico e romântico, pleno de belezas naturais
e prazeres gastronômicos, nos esquecemos de que
o país foi cenário das duas maiores guerras mundiais.
Em certos locais, não só os velhos fantasmas
da primeira e da segunda guerra ainda
assombram, como certas ameaças que já contam
mais de um século seguem vivas e prontas para
“atacar”.
algo idílico e romântico, pleno de belezas naturais
e prazeres gastronômicos, nos esquecemos de que
o país foi cenário das duas maiores guerras mundiais.
Em certos locais, não só os velhos fantasmas
da primeira e da segunda guerra ainda
assombram, como certas ameaças que já contam
mais de um século seguem vivas e prontas para
“atacar”.
Um território em especial, com mais de 100 quilômetros quadrados de área (o tamanho de Paris), permanece isolado e proibido o acesso, pela incalculável quantidade de explosivos e restos de munição prontas para explodirem. Além disso, restos humanos e de animais mortos no conflito se espalham por toda a região, assim como os químicos advindos das munições e bombas, que tornaram o solo e a água absolutamente contaminados, impedindo qualquer tipo de produção agrícola nas redondezas.
A região, localizada no noroeste da França, foi batizada de Zone Rouge (Zona Vermelha) e isolada inicialmente depois da primeira guerra mundial, mas o acesso continuava permitido. Em 2004 somente que pesquisadores descobriram níveis até 300 vezes maiores do que o permitido de arsênico no solo e na terra. O acesso foi enfim totalmente proibido em 2012.
Até 2004, era comum que eventualmente um ou outro explosivo levasse um trator ou um desavisado aos ares. Agora finalmente a Zone Rouge encontrou o destino que a loucura humana antepassada (mas ainda tão presente) lhe reservou: tornar-se uma região fantasma, onde os espectros não são somente das vítimas das guerras, mas também feitos de ferro e pólvora, absolutamente reais.
© Fotos: Olivier Saint Hilaire
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