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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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16
Out16

HISTÓRIA - Guerra Civil Espanhola (extractos) (1)

António Garrochinho

A chamada Guerra Civil Espanhola teve início em 1936 e durou até 1939, ano em que teve início a Segunda Guerra MundialO período que se seguiu ao fim da guerra civil ficou conhecido como Franquismo, haja vista que o general Francisco Franco, líder da Frente Nacionalista – o polo vencedor da guerra civil – assumiu o comando do país.


Forças Republicanas espanholas
Até 1936, a Espanha passou por um período de tribulações e tensões no âmbito político. MiguelPrimo Rivera, um ditador ligado ao conservadorismo espanhol, governou o país entre os anos de 1923 e 1930. Seu regime ficou conhecido pelo autoritarismo de viés nacionalista e pelas perseguições aos comunistas e aos anarquistas que procuravam se articular dentro da Espanha.
Em 1931, foi instituída a II República, tendo como presidente eleito Niceto Alcála-Zamora, que permaneceu no poder até o ano de 1936. Niceto foi sucedido por Manuel Azaña Díaz, que teve como primeiro-ministro Largo Caballero, um conhecido político socialista. Logo houve uma crescente insatisfação com relação ao governo da II República. Essa insatisfação partia dos setores conservadores espanhóis, os mesmos que apoiavam o governo de Primo Rivera na década de 1920.
Esses setores tentaram promover um golpe de Estado e novamente conduzir um líder autoritário ao poder. No entanto, dessa vez, a tentativa de golpe não teve o mesmo êxito obtido no caso de Rivera. As forças conservadoras espanholas tiveram que enfrentar forte resistência das organizações anarquistas e do Partido Comunista Espanhol (PCE), que, por sua vez, era auxiliado internacionalmente por Moscou, o maior centro de difusão do comunismo na época.
Nessa ambiência, constituíram-se as duas principais linhas de combate da guerra civil: a Frente Popular, que concentrou as forças da esquerda, e o Movimento Nacional, que concentrou, por sua vez, grande parte das forças da direita, lideradas pelo general Francisco Franco. A inspiração e o apoio de Franco vinham do fascismo italiano e do nazismo alemão, que serviam de referência para sua perspectiva política. Os nacionalistas tinham uma posição contrária ao liberalismo e à democracia representativa, por eles considerados modelos ultrapassados e frágeis de política e, doravante, incompatíveis com a situação que a Espanha vivia nos anos 1930.
Durante a guerra, os nacionalistas partidários de Francisco Franco tiveram apoio dos fascistas e nazistas, enquanto os republicanos da Frente Popular receberam apoio do comunismo internacional, sobretudo da URSS. O fornecimento de armas, combatentes treinados e equipamentos sofisticados para o combate e para as estratégias de guerras estava na lista dos apoiadores do conflito.
Além disso, vários voluntários de várias regiões do mundo também participaram da Guerra Civil Espanhol, como foi o caso do escritor George Orwell. O conflito resultou em enorme destruição dos principais centros urbanos espanhóis e serviu de “anúncio” da catástrofe que viria com a Segunda Guerra Mundial.






Quem eram os falangistas?
Eram de tendências fascistas, e comandados pelo general Francisco Franco tinham como objetivos a eliminação de um crescente movimento comunista que existia na Espanha. Estes tiveram o seu devido apoio de setores tradicionais e conservadores de toda a sociedade espanhola, como por exemplo a Igreja, o Exército e os grandes proprietários rurais. Os falangistas também contavam com a ajuda militar da Alemanha nazista e da Itália fascista, tendo como objetivos básicos criar um governo autoritário na região.




Frente Popular
De tendência esquerdista, contavam com o apoio dos sindicatos, partidos políticos de esquerda e defensores da democracia. Queriam combater o nazi-fascismo, que estava crescendo na Espanha e outros países da Europa. Defendiam o Governo Republicano e tiveram o apoio externo da União Soviética.

Golpe de Estado e início da guerra
O clima político e social na Espanha na primeira metade da década de 1930 era tenso e recheado de conflitos entre esquerdistas e nacionalistas. Mas a guerra teve inicio quando em 18 de julho de 1936, o general Francisco Franco comandou o exército espanhol num golpe de estado contra o governo democrático e legal da Segunda República Espanhola. Porém, o golpe não foi bem sucedido e a Espanha ficou dividida entre falangistas e republicanos. A guerra civil provocou milhares de mortos e muita destruição. Perseguições e execuções eram frequentes e patrocinadas por ambos os lados.

Intervenção estrangeira
Os falangistas conseguiram apoio militar dos regimes fascistas da Alemanha e Itália, que estavam interessados em implantar um regime fascista na Espanha e combater o crescimento do movimento socialista no país. Já os republicanos contaram com o envio de armas e equipamentos bélicos da União Soviética.

Bombardeio a Guernica
Um dos episódios mais cruéis da guerra civil foi o bombardeio a cidade de Guernica, patrocinado por aviões de guerra da Alemanha e Itália. O bombardeio ocorreu em 26 de abril de 1937 e matou cerca de 125 civis espanhóis. O painel intitulado Guernica, pintado por Pablo Picasso, mostra a crueldade do ataque aéreo sobre os civis da cidade espanhola. 

Como terminou
Após quase três anos de conflito bélico a Guerra Civil Espanhola, considerada uma das mais violentas e cruéis da história, terminou com a vitória dos falangistas que conseguiram derrubar o Governo Republicano do poder. Francisco Franco assumiu o poder em abril de 1939, implantando um regime ditatorial de direita na Espanha.

Saldo da Guerra Civil Espanhola:

Cerca de 400 mil mortos;
Destruição de prédios, igrejas e casas em várias cidades;
Destruição no campo com prejuízos para agricultura e pecuária;
Diminuição de cerca de 30% da renda dos espanhóis;
Forte crise econômica na Espanha, que perdurou por vários anos.




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