Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

16
Ago16

Incêndios "queimam" produção de mel

António Garrochinho

Ainda é cedo para apresentar números, mas a quebra na produção de mel, no próximo ano, está confirmada.

Os incêndios que assolaram a zona centro do país queimaram centenas de colmeias e largos milhares de hectares de floresta que serviam de alimentação para as abelhas.



O jornalista Miguel Midões falou com apicultores para saber como a produção de mel será afetada pelos incêndios
À forte quebra que já existiu este ano, por causa das condições atmosféricas desfavoráveis, a Associação de Apicultores do Litoral Centro prevê que o próximo ano seja igualmente mau ou pior.

Na aldeia de Barrô, no Luso, António Laranjeiro viu o fogo queimar-lhe sete colmeias. "Em termos de abelhas, na altura da primavera há cerca de 40 mil abelhas por cada colmeia, por isso multiplicando por sete estamos a falar de cerca de 150kg de mel", diz o produtor ao fazer as contas àquilo que vai colher a menos no próximo ano.

E estas são as contas de apenas um produtor, que diz ser "dos pequenos". Para as abelhas que escaparam aos incêndios, o cenário não é o mais favorável. "Está tudo queimado. Elas, se tiverem necessidade, vão a uma distância de cinco quilómetros, mas se tiverem pasto mais perto andam só 500 metros fazendo mais transportes para a colmeia. Se vão mais longe, fazem menos viagens".

REGISTO AUDIO



E menos viagens representam menos mel

As dezenas de hectares queimados vão levar a uma quebra na produção do próximo ano. "Ainda não temos o registo feito, porque nem todos nos contaram a situação. Mas, os que já contaram mostra que vai refletir-se no registo anual das abelhas", confirma João Cristóvão, presidente da Associação de Apicultores do Litoral Centro.

Na perspetiva dos apicultores vai demorar anos até que a floresta seja reposta e a produção volte a normalizar. "Durante dois ou três anos vai ser muito fraca [a produção de mel], de certeza. Porque o eucalipto ardeu, demora sete anos a crescer, e a flor só aparece quando o eucalipto já está crescido", acrescenta.

E mesmo assim, João Cristóvão teme que parte da reflorestação seja feita com eucaliptos híbridos, ou seja, nem sequer dão flor para que as abelhas se possam alimentar.

A colheita de mel deste ano já foi fraca, pior que a do ano passado. Avizinha-se nova quebra no ano que vem. Informações recolhidas na 18ª edição da Feira do Mel, na vila do Luso, organizada pela Associação dos Apicultores do Litoral Centro, que abrange 13 municípios do centro do país, entre eles Águeda, Anadia e Mealhada, fortemente fustigados pelas chamas nos últimos dias.

www.tsf.pt

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

António Garrochinho

Links

  •