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Nov16
Irão ultrapassa Arábia Saudita no fornecimento de petróleo à Índia
António Garrochinho
Aconteceu em outubro e pode alterar o equilíbrio de forças entre países produtores de ouro negro. O Irão ultrapassou a Arábia Saudita e tornou-se o principal fornecedor de petróleo da Índia, um reflexo direto do levantamento das sanções do Ocidente ao regime dos ayatollahs.
Antes das primeiras sanções ocidentais - justificadas com o desenvolvimento do programa nuclear de Teerão - o Irão era o segundo maior fornecedor de petróleo da Índia. Acabaria por perder esse estatuto para o Iraque.
A OPEP deverá ultimar no fim deste mês um corte da produção destinado a impulsionar os preços, que se mantêm abaixo dos 50 dólares por barril.
Este ano, já em consequência do levantamento das sanções, em janeiro, as importações indianas de petróleo do Irão dispararam. E em outubro mais do que triplicaram, atingindo os 789 mil barris diários.
No mesmo mês, a Arábia Saudita exportou 697 mil barris diários de petróleo para a economia indiana. Ainda assim, de janeiro a outubro a produção saudita continuou a liderar as exportações com destino ao país asiático, com uma média de 830 mil barris diários, contra os 784 mil barris do Iraque e os 456.400 do Irão.
“A capacidade de refinação da Arábia Saudita tem vindo a aumentar ao longo do tempo, como tal não está em posição de aumentar as suas exportações, ao passo que o Irão está melhor colocado para aumentar o seu output e as vendas para a Índia”, explicou, em declarações à agência Reuters, Ehsaan Ul Haq, da consultora KBC Energy, com sede no Reino Unido.
Política de descontos
Esta melhoria do desempenho da indústria petrolífera iraniana fica ainda a dever-se a descontos nos preços que atraíram os indianos, apostados, nesta altura, em robustecer as reservas de petróleo do país.
Entre abril e outubro a Índia importou 523.200 barris diários de petróleo iraniano, contra os 249.100 do período homólogo.
![Foto: Pawan Kumar - Reuters]()
O Irão produz atualmente cerca de quatro milhões de barris diários de petróleo, exportando um total de 2,4 milhões de barris. Na vigência dos sucessivos pacotes de sanções ocidentais, a produção do país caiu de quase três milhões de barris por dia – número de 2011 - para um milhão de barris.
Um momento crucial
A subida iraniana no pódio petrolífero da Índia, país que é o terceiro maior importador do mundo, tem lugar num momento crítico para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que deverá ultimar na reunião prevista para 30 de novembro um corte de produção destinado a empurrar os preços.
Como assinala a agência Reuters, o Irão forma, com a Líbia e a Nigéria, um grupo de países isentos dos esperados cortes de produção de petróleo - o primeiro por causa dos efeitos de anos de sanções e os segundos devido aos respetivos conflitos intrafronteiras.
Com o derrube dos sauditas à cabeça das exportações para a Índia, a defesa da exceção iraniana na próxima reunião do cartel torna-se mais complexa.
c/ Reuters
A OPEP deverá ultimar no fim deste mês um corte da produção destinado a impulsionar os preços, que se mantêm abaixo dos 50 dólares por barril.
Este ano, já em consequência do levantamento das sanções, em janeiro, as importações indianas de petróleo do Irão dispararam. E em outubro mais do que triplicaram, atingindo os 789 mil barris diários.
No mesmo mês, a Arábia Saudita exportou 697 mil barris diários de petróleo para a economia indiana. Ainda assim, de janeiro a outubro a produção saudita continuou a liderar as exportações com destino ao país asiático, com uma média de 830 mil barris diários, contra os 784 mil barris do Iraque e os 456.400 do Irão.
“A capacidade de refinação da Arábia Saudita tem vindo a aumentar ao longo do tempo, como tal não está em posição de aumentar as suas exportações, ao passo que o Irão está melhor colocado para aumentar o seu output e as vendas para a Índia”, explicou, em declarações à agência Reuters, Ehsaan Ul Haq, da consultora KBC Energy, com sede no Reino Unido.
Política de descontos
Esta melhoria do desempenho da indústria petrolífera iraniana fica ainda a dever-se a descontos nos preços que atraíram os indianos, apostados, nesta altura, em robustecer as reservas de petróleo do país.
Entre abril e outubro a Índia importou 523.200 barris diários de petróleo iraniano, contra os 249.100 do período homólogo.
O Irão produz atualmente cerca de quatro milhões de barris diários de petróleo, exportando um total de 2,4 milhões de barris. Na vigência dos sucessivos pacotes de sanções ocidentais, a produção do país caiu de quase três milhões de barris por dia – número de 2011 - para um milhão de barris.
Um momento crucial
A subida iraniana no pódio petrolífero da Índia, país que é o terceiro maior importador do mundo, tem lugar num momento crítico para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que deverá ultimar na reunião prevista para 30 de novembro um corte de produção destinado a empurrar os preços.
Como assinala a agência Reuters, o Irão forma, com a Líbia e a Nigéria, um grupo de países isentos dos esperados cortes de produção de petróleo - o primeiro por causa dos efeitos de anos de sanções e os segundos devido aos respetivos conflitos intrafronteiras.
Com o derrube dos sauditas à cabeça das exportações para a Índia, a defesa da exceção iraniana na próxima reunião do cartel torna-se mais complexa.
c/ Reuters
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