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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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15
Mar18

No comentário semanal na TSF, "A Opinião", Bagão Félix deixou críticas à privatização dos CTT e à política de distribuição de dividendos da empresa, em vez do reinvestimento dos lucros.

António Garrochinho

Reestruturação dos CTT foi "para acionista ver" e "o consumidor pagar"

No comentário semanal na TSF, "A Opinião", Bagão Félix deixou críticas à privatização dos CTT e à política de distribuição de dividendos da empresa, em vez do reinvestimento dos lucros.


Bagão Félix considera que os CTT - Correios de Portugal nunca deveriam ter sido privatizados. No espaço de comentário da TSF, "A Opinião", o economista defendeu que a empresa está a retroceder no crescimento e na política de reinvestimento dos próprios lucros.

"Em 2016, [os CTT] distribuíram mais dividendos do que os lucros que tiveram. Distribuíram cerca de 74 milhões de euros e tiveram lucros de 62 milhões", notou Bagão Félix, acrescentando que se trata de uma perspetiva "muito generosa" mas que também deixa muitas interrogações.

"Quando há poucos meses, foi anunciado que havia uma quebra de lucro em 2017, não foi de estranhar a brutal queda de cotação das suas ações", afirmou o economista.

A queda das ações deu origem a uma "reestruturação para acionista ver" e "para o consumidor suportar", nas palavras de Bagão Félix. O resultado? O fecho de balcões dos correios e o sofrimento dos trabalhadores, indica o antigo ministro das Finanças.


"A Opinião" de Bagão Félix

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Bagão Félix lembrou que, apesar da reestruturação de empresas como os CTT, "este ano, Portugal vai dar os dividendos mais atrativos de toda a Europa". O que, já por si, é dizer muito, na opinião do economista, uma vez que na Europa haverá uma distribuição "à volta de 320 mil milhões de euros de dividendos aos acionistas das empresas". "É quase duas vezes o PIB português, a riqueza gerada no nosso país", sublinhou Bagão Félix.

Ao mesmo tempo, Portugal tem "a terceira mais baixa taxa de investimento da União Europeia", constatou o economista. "Está-se a retroceder na política de crescimento empresarial e de reinvestimento dos próprios lucros", afirmou.

"O nosso capitalismo parece ser mais de passivos", criticou Bagão Félix, notando que o sistema fiscal português também não ajuda no caso. "É mais favorável à existência de capitais alheios do que de capitais próximos".

Para o antigo ministro das Finanças, que diz nunca ter concordado com a privatização dos CTT, a solução poderá passar, em parte, pela aplicação de um sistema de regras para a privatização das empresas públicas.

Bagão Félix considera que não devem ser privatizáveis "empresas que sejam monopólios naturais, de soberania ou de utilidade pública intensiva" ( o que é o caso dos CTT, realça), devem "inserir-se num mercado concorrencial que não permite abusos de posição dominante", precisam de "assegurar atividades de interesse nacional" e é ainda necessário que esteja assegurada a função reguladora e de supervisão".

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