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Jul16
O UNGUENTÁRIO DE VIENA
António Garrochinho
Sabe aquele anelzinho de prata escura, aquele brinquinho de casca de coco, aquele colarzinho de bali, a pulseirinha fina que você ganhou de presente da amiga ou até mesmo o anel de noivado que demorou pra pagar? Pois é. São as joias que nós trabalhadores assalariados, criaturas que a terra há de comer e esquecer, podemos nos dar ao luxo de comprar. Mas sempre houve e haverá quem tenha grana para gastar sem pensar nas consequências. E alguns desses não nos decepcionam. |
O tesouro do grande império da Áustria é, a meu ver, uma das mais elaboradas, ricas, elegantes, criativas e, acima de tudo, ousadas coleção de arte que a humanidade já produziu. São intermináveis conjuntos de joias, pedras preciosas, relicários, vestidos e objetos raros que te transportam para o mundo que você sempre desejou que existisse. E ele existe, bem na sua frente.
Uma das peças mais extravagantemente belas é o Unguentário de esmeralda. Comissionado pelo imperador Fernando III da Germânia no ano de 1641, o unguentário era um conjunto de duas pedras gêmeas enormes de pura esmeralda colombiana da mais alta qualidade.
Foi comprada e esquecida por três imperadores até Fernando III resolver fazer algo com ela. O monarca preferiu não esquartejar a preciosa gema e mandou que o seu artista preferido, Dionysio Miseroni, a transformasse em vaso retirando o mínimo possível de material da enorme esmeralda.
O resultado foi um unguentário de forma irregular, que conserva o desenho original da pedra, mas que possui motivos de folhagens polidas ao seu redor, uma tampa em forma de cúpula ornamentada com ouro e pequenos pés na sua base que a seguram firmemente na superfície chata da mesa em que ela está exposta, feitos de pequenas esmeraldas retiradas da cavidade onde agora fica o óleo.
Uma das peças mais extravagantemente belas é o Unguentário de esmeralda. Comissionado pelo imperador Fernando III da Germânia no ano de 1641, o unguentário era um conjunto de duas pedras gêmeas enormes de pura esmeralda colombiana da mais alta qualidade.
Foi comprada e esquecida por três imperadores até Fernando III resolver fazer algo com ela. O monarca preferiu não esquartejar a preciosa gema e mandou que o seu artista preferido, Dionysio Miseroni, a transformasse em vaso retirando o mínimo possível de material da enorme esmeralda.
O resultado foi um unguentário de forma irregular, que conserva o desenho original da pedra, mas que possui motivos de folhagens polidas ao seu redor, uma tampa em forma de cúpula ornamentada com ouro e pequenos pés na sua base que a seguram firmemente na superfície chata da mesa em que ela está exposta, feitos de pequenas esmeraldas retiradas da cavidade onde agora fica o óleo.
O vaso tem 8,5 cm de comprimento, 7,2 cm de largura e altura de 10,9 cm. Pesa inacreditáveis 2.860 quilates (quase 600 gramas) e já foi estimado em cerca de 100 milhões de dólares. Está atualmente no majestoso Palácio Imperial de Hofburg, em Viena.
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