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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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20
Abr18

Protesto pela paz exige fim às agressões à Síria

António Garrochinho


Cerca de 200 pessoas manifestaram-se esta quinta-feira, em Lisboa, numa concentração pela paz, mas também de repúdio contra a recente agressão ilegal dos EUA, França e Reino Unido sobre a Síria.
O fim das ingerências externas na Síria foi uma das reivindicações ouvidas no protesto
O fim das ingerências externas na Síria foi uma das reivindicações ouvidas no protestoCréditos
Quem passasse ontem pelo largo Luís de Camões, ao final da tarde, encontrava um cenário que provavelmente não estava à espera: uma quantidade anormal de pessoas de bandeiras ou placartas em mão a gritar palavras de ordem tais como «A paz é urgente, no médio oriente» ou «Fim à agressão! Mais guerra não».
O acto público «Pela Paz! Fim à agressão à Síria» – subscrito por 28 organizações – serviu para condenar a recente escalada bélica, com o recente ataque dos EUA, Reino  Unido e França, realizado no passado dia 14, através do lançamento de mais de cem mísseis, e que contou com o expresso apoio da NATO, da União Europeia e de Israel.
Uma «agressão a um Estado soberano, em completo desrespeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, e sob o pretexto de uma alegada utilização de armas químicas», realizado horas antes de os investigadores internacionais entrarem no país. Uma acção «desencadeada quando foram alcançados, pelo diálogo e esforços de vários países, importantes avanços no caminho da paz», lê-se no apelo conjunto.
Entre as 28 organizações, tiveram a oportunidade de falar representantes do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), da CGTP-IN, do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) e do Movimento Democrático das Mulheres (MDM).

Dois pesos e duas medidas

Augusto Praça, da secção internacional da CGTP-IN, salientou que é caricato que os mesmo países que lançam bombas, com pretextos humanitários, sejam os mesmos que estão agora calados quanto à guerra impiedosa da Árabia Saudito no Iémem, além de fornecerem armas e apoio ao agressor. «Aí ninguém intervém», afirmou.
«Quem quer a verdade sobre o alegado ataque com armas químicas, que recorde-se não foi comprovado, não ataca a Síria com mais de 100 mísseis de cruzeiro horas antes da equipa de peritos da ONU, a convite do governo  sírio, começar a sua investigação», afirmou Filipe Ferreira do CPPC.
Um ataque promovido pelos mesmos países que já foram sucessivamente apanhados a agir ilegalmente na Síria e a «promover, contra o povo sírio, vários grupos terroristas que criaram, armaram e apoiam», afirmou o activista pela paz. Reiterou ainda não estar esquecido das «guerras de agressão realizadas no Iraque e na Líbia, na mais descarada mentira e propaganda de guerra», com resultados bem à vista.
Entre as várias intervenções, de certa forma consensuais, ficou claro que quem sofre mais com o prolongamento do conflito e a escalada militar é o povo sírio. Havendo uma possibilidade concreta de paz, esta «só pode ser alcançada com o pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial deste país», frisaram.

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