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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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08
Jul16

Vaticano condena padre e consultora por vazar informações sobre finanças da Igreja a jornalistas

António Garrochinho

Assistente de padre e jornalistas, autores de livros sobre finanças da Igreja Católica, foram absolvidos em processo que ficou conhecido como 'Vatileaks 2'

      
A Justiça do Vaticano condenou, nesta quinta-feira (07/07), um padre espanhol e uma consultora de relações públicas ítalo-marroquina pelo vazamento de informações que serviram de base a livros sobre as finanças da Igreja Católica, no processo que ficou conhecido como “Vatileaks 2”. Já os jornalistas que escreveram as publicações foram absolvidos.
Leia também: 'Igreja que papa Francisco deseja está ainda muito longe da realidade', diz jornalista processado por Vaticano



Francesca Immacolata Chaouqui (à dir.), condenada em processo sobre vazamento de informações sobre gastos da Igreja Católica

O padre espanhol Lúcio Ángel Vallejo Balda foi condenado a 18 meses de prisão, enquanto Francesca Immacolata Chaouqui recebeu 10 meses de reclusão com pena suspensa – o que significa que só será cumprida em caso de reincidência.



Já os jornalistas italianos Gianluigi Nuzzi e Emiliano Fittipaldi foram absolvidos após o tribunal reconhecer que não tem competência territorial para julgá-los, já que eles não possuem vínculos com o Vaticano.
O quinto réu do processo, o assistente do padre, Nicola Maio, também foi absolvido.
As acusações da Promotoria tiveram como base a lei que criminaliza a divulgação de informações e documentos sigilosos, criada em 2013 pelo papa Francisco.
O procurador-adjunto do Vaticano, Roberto Zanotti, havia pedido um ano de detenção para Nuzzi por "cumplicidade moral" na divulgação dos arquivos e a absolvição de Fittipaldi por falta de provas.
Para Balda, Chaouqui e Maio, a solicitação era de penas de três anos e um mês, três anos e nove meses e um ano e nove meses de reclusão, respectivamente.
Agência Efe



Jornalistas Gianluigi Nuzzi e Emiliano Fittipaldi, absolvidos em processo sobre vazamento de informações sobre gastos da Igreja Católica


Balda e Chaouqui  foram condenados por repassar informações aos jornalistas Gianluigi Nuzzi e Emiliano Fittipaldi, que escreveram livros lançados no fim de 2015 sobre gastos da Igreja Católica.
O padre e a especialista em Relações Públicas integravam a Cosea (Comissão de Estudos sobre as Atividades Econômicas do Vaticano), órgão criado por Francisco em 2013 para monitorar as finanças da Santa Sé, já dissolvido.



Gianluigi Nuzzi é autor de "Via Crucis", que relata investidas do pontífice argentino contra os dirigentes que comandaram as finanças do Vaticano nos anos anteriores à sua chegada ao poder. "Os custos estão fora de controle", "Há armadilhas" e "Se não sabemos cuidar do dinheiro, como cuidaremos da alma dos fiéis?" são algumas das frases atribuídas a Francisco.
A outra obra, "Avarizia" (Avareza), escrita por Fittipaldi, traça os primeiros mapas do império econômico da Santa Sé e denuncia gastos luxuosos de membros do clero. Baseado em documentos confidenciais, a publicação relata como centenas de milhares de euros foram usados em voos de primeira classe, roupas feitas sob medida e móveis de luxo. Além disso, afirma que o IOR (Instituto para as Obras de Religião) teria segurado quantias destinadas a ações de caridade.
Em entrevista a Opera Mundi em 2015, Fittipaldi classificou a figura de Francisco como “uma grande operação midiática” e disse que a “Igreja dos pobres” que o pontífice deseja “está ainda muito longe da realidade”.
Esta não foi a primeira condenação por causa do vazamento de documentos do Vaticano. Em 2012, o ex-mordomo do então papa Bento XVI, Paolo Gabriele, foi condenado a 18 meses de prisão após ser considerado culpado de furtar documentos da mesa do pontífice, no processo que ficou conhecido como o primeiro “Vatileaks". Ele cumpriu três meses de prisão residencial antes de ser absolvido pelo papa.

operamundi.uol.com.br

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